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Boletim da. Inovação aberta e reflexos na propriedade intelectual. Confraternização da ABPI e da ABAPI. Venezuela. Diretor executivo da ABPI

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA

PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim da

Dezembro de 2008 - nº 99

Inovação aberta e reflexos na

propriedade intelectual

O vice-presidente

corporativo e diretor mundial

de Propriedade Intelectual e

Licenciamento da Microsoft,

Horacio Gutierrez, falou sobre

“Inovação Aberta e seus

Reflexos na Propriedade

Intelectual”, no almoço da

ABPI, realizado dia 19 de

novembro, no Rio de Janeiro.

Página 4

.

Confraternização

da ABPI e da ABAPI

AAssociação Brasileira da Proprie-dade Intelectual - ABPI e a Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI realizarão coque-tel e almoço de confraternização, com convidados do INPI, no dia 18 de dezembro de 2008, às 12h30, no Buffet Colonial, avenida Indianópo-lis, 300, em São Paulo. Página 2.

Venezuela

Governo Chávez determina a não aplicação da Convenção de Paris e do Acordo TRIPs. Por José Roberto Gus-mão e Karina Aidar Muller. Página 3.

Diretor executivo

da ABPI

A ABPI contratou o economista e advogado Francisco Alberto Teixeira como diretor executivo da ABPI. Página 3.

O palestrante Horacio Gutierrez ao centro, ladeado por André Franco Montoro Filho, presidente da ETCO, e Juliana L.B. Viegas, Dorian Mazurkevich, do consulado americano, e Rinaldo Zangirolami, diretor geral da Microsoft Brasil. Abaixo, o coquetel que precedeu o almoço.

(2)

Novos associados

O Comitê Executivo e o Conse-lho Diretor da ABPI aprovaram, em 19 de novembro de 2008, os pedidos de filiação de: Ingrid Sguassabia Fer-reira (REDETV – TV Omega Ltda.), José Eduardo Figueiras Lima de Al-meida (Vieira de Mello Advogados), Laura Fragomeni de Oliveira (parti-cular), Marjory Ann Hessling (Vieira de Mello Advogados), bem como o pedido de alteração de pessoa física para jurídica de Pedro Afonso Vieira Bhering (Bhering Advogados).

XXIX Congresso

Internacional de

Propriedade

Intelectual

O XXIX Congresso Internacional de Propriedade Intelectual da ABPI será realizado nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2009. Reserve estas datas!.

Confraternização da

ABPI e da ABAPI

AAssociação Brasileira da Proprie-dade Intelectual - ABPI e a Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI convidam seus as-sociados para o coquetel e almoço de confraternização, com convidados do INPI, no dia 18 de dezembro de 2008, às 12h30, no Buffet Colonial, avenida Indianópolis, 300, em São Paulo. Na ocasião, Felipe Legrazie Ezabella, vi-ce-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo - IBDD, proferirá palestra com o tema A Interface entre o Direito Desportivo e a Propriedade Intelectual. Pedimos confirmar pre-sença até o dia 15 de dezembro de 2008, com Cecilia Leite, no Rio de Ja-neiro, pelo telefone (21) 2224-5942.

Editorial

Notas

Novos paradigmas

da inovação e

da propriedade

intelectual

Eduardo Paranhos Diretor de Propriedade Intelectual

da Microsoft Brasil

O mais recente almoço mensal da ABPI foi realizado no último dia 19 de no-vembro, no Rio de Janeiro, com apoio do Instituto Brasileiro de Ética Concorren-cial – ETCO, tendo como palestrante o dr. Horacio Gutierrez, vice-presidente e di-retor mundial de Propriedade Intelectual & Licenciamento da Microsoft Corporation. Em sua breve passagem pelo Brasil, o executivo teve a oportunidade de dividir com os associados da ABPI e do ETCO as suas visões sobre o papel da propriedade intelectual em uma indústria extremamente dinâmica como a de tec-nologia. Neste contexto, o foco da apresentação incidiu sobre o modelo conhecido como “inovação aberta”, que vem redefinindo a forma como empresas de vários segmentos inovam e compartilham tecnologia.

Em determinados círculos, é presente a percepção de que a propriedade intelec-tual representa um obstáculo ao compartilhamento de tecnologias e ao livre acesso ao conhecimento. A palestra destacou como o modelo de inovação aberta serve pa-ra ilustpa-rar e fundamentar uma constatação diametpa-ralmente oposta. No cenário atual, produtos de alto valor agregado dificilmente resultam do esforço criativo de uma única empresa ou pesquisador isolado. Ao contrário, em geral, tais produtos ou soluções incorporam tecnologias de diferentes desenvolvedores, por meio de li-cenciamento - unidirecional ou cruzado - ou mesmo da aquisição de direitos resul-tantes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de terceiros. O palestrante enfatizou o papel do sistema de propriedade intelectual no provimento da segurança jurídi-ca necessária para viabilizar um alto grau de cooperação entre os agentes da ino-vação, assegurando, ainda, o incentivo para a atração de investimento em ativida-des de P&D. Ainda nesta direção, a apresentação ressaltou como o sistema de patentes, por exemplo, funciona como um repositório de informações capaz de nu-trir o trabalho criativo para o avanço do estado da técnica, especialmente no que tange a inovações incrementais. O dr. Horacio Gutierrez lembrou que nove entre dez empresas dependem de informações divulgadas em patentes para manter seus avanços tecnológicos (conforme estudo realizado pelo Centre d’economie Indus-trielle École Nationale Superieure des Mines, de Paris).

A ABPI sempre esteve na vanguarda das discussões envolvendo não apenas o funcionamento do sistema de propriedade intelectual, mas também seus efeitos na promoção da inovação e do desenvolvimento econômico. E a relação direta entre um regime robusto de proteção e o fomento à inovação aberta tem realmente recebido des-taque pela comunidade de propriedade intelectual. Por exemplo, em um recente even-to promovido pelo ETCO em Brasília, os representantes da ABPI e do próprio INPI convergiram ao apontar a propriedade intelectual como marco de referência para as transações que envolvem compartilhamento da informação e do conhecimento.

Os debates sobre o tema revelam a importância da expansão do diálogo entre os diversos segmentos dos setores público e privado, evitando o que vem sendo chama-do de “sinais trocachama-dos” quanto ao reconhecimento da importância da propriedade in-telectual no processo de desenvolvimento econômico. Como antecipado durante o al-moço, o aprofundamento das discussões sobre modelos de inovação deve motivar a inclusão do tema no próximo seminário anual da ABPI, de 23 a 25 de agosto de 2009, no Rio de Janeiro.

Cartas para a redação do Boletim da ABPI

Envie suas mensagens para a redação do

Boletim da ABPI pelo e-mail redacao@abpi.org.br.

Informações, críticas e sugestões serão avaliadas e respondidas, podendo ser publicadas ou não

no Boletim após estudo de cada caso.

(3)

Foi efetivada, em novembro, a contratação do economista e advoga-do Francisco Alberto Teixeira, como diretor executivo da ABPI. Com essa contratação, a entidade pretende “fa-zer com que a ABPI cresça muito, do-bre ou até triplique os serviços presta-dos e o que mais a ABPI puder

oferecer aos seus associados”, confor-me declarou Juliana L.B. Viegas, ao apresentá-lo. Ficarão sob sua respon-sabilidade:

- administrar a ABPI dentro de sua missão, valores, objetivos e metas estratégicas;

- atrair novos associados, mediante vi-sitas promocionais a centros de inova-ção tecnológica de universidades, in-dústrias e outras associações de classe;

- auxiliar na captação de patrocínios para os eventos da ABPI;

- organizar novos eventos, com a fina-lidade de difundir suas atividades, atrair associados e gerar caixa; - organizar um evento por ano para

ca-da uma ca-das Comissões de Estudo, au-xiliar o diretor secretário na organiza-ção dos almoços mensais e auxiliar na organização de seminários regionais anuais e do Congresso Internacional.

Notas

Francisco Alberto Teixeira é o diretor executivo da ABPI

Natural do Rio de Janeiro, gra-duou-se em 1968 em economia pe-la PUC-RJ e em direito pepe-la Facul-dade Nacional de Direito da UFRJ. Trabalhou na indústria farmacêuti-ca por dezessete anos, até formar a sua própria empresa de consultoria empresarial em 1987. Foi vice-pre-sidente executivo da Câmara da

In-dústria Farmacêutica Anglo-Ame-ricana do Brasil - Cifab e da Asso-ciação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa - Interfarma, durante dez anos. Foi diretor da Câmara Americana de Comércio do Rio de Janeiro e é membro do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Comércio Exterior - AEB.

Francisco Alberto Teixeira

No último dia 12 de setembro, o Servi-cio Autónomo de Propiedad Intelec-tual (SAPI), órgão venezuelano subor-dinado ao Ministerio del Poder Popular para las Industrias Ligeras y Comercio e que tem como missão re-gular as questões atinentes a marcas, patentes e direitos de autor, anunciou a revogação da então vigente Lei da Propriedade Industrial (Decisão 485) no país, reintroduzindo a lei do ano de 1955. A lei repristinada passou a vigo-rar a partir de 17 de setembro de 2008. Até 22 de abril de 2006, a Vene-zuela fazia parte do chamado Pacto Andino (ou Comunidade Andina), formado por cinco países (Bolívia, Co-lômbia, Equador, Peru e Venezuela), que se uniram para promover uma proteção regional única de direitos de propriedade industrial. Sob a égide da Comunidade, a Venezuela adotava a Decisão 486, que trazia os dispositivos legais para a proteção da propriedade industrial nos cinco países da Comu-nidade. Após a saída da Venezuela da Comunidade Andina, a Decisão 486 continuou a ser aplicada, até ser defi-nitivamente retirada em setembro do corrente ano. Durante este período de pouco mais de dois anos, havia uma grande insegurança jurídica na

Vene-zuela com relação à proteção da pro-priedade industrial e sabia-se que al-guma mudança seria promovida, mas não que a dimensão seria tão drástica. Com a reintrodução da lei de 1955, a Venezuela regrediu significativamen-te a prosignificativamen-teção dos direitos de proprieda-de intelectual e barrou a evolução e har-monização dos padrões mínimos de proteção estabelecidos pela CUP, do fi-nal do século 19, e, mais recentemente, pelo Acordo da OMC-TRIPs. Uma das conseqüências da reintrodução da lei de 1955 é justamente a impossibilidade de aplicar diretamente a CUP e o TRIPs, fa-to que coloca a Venezuela em situação delicada no plano internacional.

Muitas proteções já consagradas na Venezuela foram suprimidas com a reintrodução da lei de 1995, dentre elas:

1. as ações promovidas pelos titula-res de direitos e decisões tomadas após 22 de abril de 2006 estão sujei-tas a revisões e questionamentos, já que estavam sujeitas à Decisão 486; 2. a Classificação Internacional de Pro-dutos e Serviços foi substituída pela antiga classe nacional, que prevê um sistema de classes mais fechado; 3. não há previsão específica de

pro-teção de marcas de serviços;

4. não há figura jurídica de proteção das marcas notórias;

5. acordos de consentimento ou coe-xistência não mais são aceitos; 6. a vigência do registro de uma

mar-ca passou a ser de quinze anos, em vez de dez anos;

7. não há mais a possibilidade de so-licitar a prorrogação de registro em prazo extraordinário, confor-me prevê a CUP;

8. em procedimentos de caducida-de, o ônus de provar a falta de uso da marca caberá ao solicitan-te, e não ao titular do direito, fato que limita a possibilidade de uso de tal medida;

9. não é mais possível salvaguardar um direito por meio de medida li-minar;

10. as patentes farmacêuticas e de alimentos são expressamente proibidas;

11. não se sabe se as franquias serão permitidas.

Há notícia de que a associação lo-cal dos agentes da propriedade indus-trial está contestando judicialmente a validade da reintrodução da lei de 1955 pelo governo, mas, de acordo com as leis da Venezuela, todos os atos do governo reputam-se válidos.

Venezuela: governo Chávez determina a não aplicação da

Convenção de Paris e do Acordo TRIPs

Por José Roberto Gusmão e Karina Aidar Muller

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Horacio Gutierrez agradeceu a apresentação feita pela presidente Ju-liana L.B.Viegas de seu currículo resu-mido e disse estar honrado de partici-par das discussões sobre o papel da propriedade intelectual no ambiente econômico global. Para o palestrante, hoje estamos em uma encruzilhada que pode determinar se a propriedade intelectual continua ou não a atuar co-mo força co-motriz global para a inova-ção e o crescimento econômico.

Alertou haver pessoas que argu-mentam, “em alguns casos, acalorada-mente”, ser a propriedade intelectual uma barreira para a inovação. “Seus argumentos vêm encobertos pela retó-rica do ‘bem comum’, afirmou, “po-rém, algumas de suas propostas – co-mo a tentativa de eliminar os direitos de patente sobre software ou a revoga-ção de direitos de PI (propriedade in-telectual) visando obter interoperabili-dade –, se adotadas, atingiriam o âmago da economia de conhecimento global de hoje e resultariam em grande queda no nível de emprego e diminui-ção no padrão de vida de milhões de pessoas no mundo todo.

“Estas pessoas desconsideram o papel comprovado da PI na promoção da inovação e crescimento da indús-tria da tecnologia de informação. Por exemplo, sabemos que, desde o início das patentes na indústria de software há quinze anos, a participação no mer-cado de pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos cresceu de apenas 1% para mais de 10%. Ainda assim, es-tudos indicam que a indústria de

soft-ware continua ainda menos

concentra-da – e bem mais receptiva a inovações em termos de empreendimentos – do que a média das indústrias nos Esta-dos UniEsta-dos. Na realidade, há um nú-mero bem maior de startups entrando na indústria hoje do que havia antes do início das patentes.”

O palestrante afirmou que o papel da PI na promoção da inovação e do crescimento no setor de TI não se limi-ta aos Eslimi-tados Unidos e, para ele, os direitos de propriedade intelectual so-bre software são essenciais para os em-pregos e padrão de vida de milhões de pessoas no mundo inteiro. Infor-mou que, do 1,2 trilhão de dólares gastos no mundo em tecnologia de in-formação neste ano, 21% se referem a

software, e estes 21% são responsáveis

por mais da metade dos 35 milhões de pessoas empregadas no mundo intei-ro em trabalhos e serviços de TI.

“De fato, mais de cem anos de pes-quisa econômica provaram, sem som-bra de dúvida, que os direitos de

pro-priedade intelectual são o elemento in-dispensável para a inovação e o cresci-mento econômico”, explicou. “Por exemplo, sabemos que a inovação em tecnologia patenteada responde por mais da metade do crescimento da economia dos Estados Unidos. Sabe-mos também que, na economia de co-nhecimento de hoje, o comércio de idéias através do licenciamento de pa-tentes cresce a uma velocidade duas vezes maior que o comércio de bens.”

Revelou que o capacitador mais potente para o desenvolvimento de tecnologia e crescimento econômico é o poder do sistema de propriedade in-telectual de um país, segundo consta-tação dos economistas em todos os países estudados, desenvolvidos ou não, e que não são os recursos de capi-tal ou infra-estrutura ou a educação isoladamente. Um estudo europeu mostra que, na ausência de fortes di-reitos de propriedade intelectual, “os países líderes têm incentivos insufi-cientes para inventar e os países segui-dores têm incentivo em excesso para copiar”, em vez de inventar por si.

“Pode-se notar isso de forma mais dramática em países em desen-volvimento, como a China”, apontou. “Na China, atualmente, as patentes vêm crescendo a um ritmo astronô-mico de 30% ou mais ao ano. Nos úl-timos cinco anos, o número de paten-tes ativas dobrou para mais de 850.000. De fato, a China atualmente conta com um número de pedidos de patente maior até do que nos Estados Unidos. E seus pedidos de patentes

Matéria de capa

Inovação aberta e o papel da

propriedade intelectual no

desenvolvimento econômico

Horacio Gutierrez, vice-presidente corporativo e diretor mundial

de Propriedade Intelectual & Licenciamento da Microsoft, foi o

palestrante do almoço da ABPI, com apoio da ETCO, realizado

dia 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Sua apresentação versou sobre o

papel da propriedade intelectual na dinâmica indústria de tecnologia,

focando o modelo da inovação aberta e o modelo de inovação e

compartilhamento da tecnologia adotado pelas empresas.

Horacio Gutierrez

(5)

internacionais vêm crescendo a um ritmo vertiginoso de 500% ao ano! Não por acaso, como resultado deste aumento na atividade de PI, os gastos totais na China com pesquisa e desen-volvimento crescem a um ritmo feno-menal de 25% ao ano – a maior taxa de crescimento em investimentos em P&D de qualquer país do mundo.”

“Um dos significados disso”, afir-mou o palestrante, “é que a pirataria e a falsificação na China não mais são uma questão a se submeter à pressão externa de governos e empresas mul-tinacionais. Pela primeira vez, há for-tes forças internas que incentivam a proteção e o fortalecimento dos direi-tos de propriedade intelectual, in-cluindo uma campanha educativa na-cional do governo sobre os benefícios da PI. Existe uma demanda intensa por parte das empresas chinesas bus-cando direitos de PI nacionais mais fortes e pela [criação] de [relações] co-laborativas internacionais de PI.”

Em dez anos, segundo previsão de Horacio Gutierrez, as maiores na-ções em termos de PI no mundo po-dem não ser mais os EUA, o Japão ou a Europa, mas a China e outros paí-ses em desenvolvimento. Isso porque eles estão vendo com seus próprios olhos o crescimento da economia lo-cal que advém do incentivo e prote-ção às inovações, através do

estabele-cimento de sistemas de propriedade intelectual justos e robustos.

Profunda transformação

A parte interessante disso tudo é que, segundo o palestrante, enquanto o papel indispensável da PI como ca-pacitor global de prosperidade per-manece inalterado, a maneira e a na-tureza de seu uso - os métodos e os meios de sua implantação por empre-sas pequenas e grandes - passaram por uma profunda transformação.

O que mudou?

Em sua visão é muito simples: o mundo mudou. “Ou mais precisa-mente, a natureza da inovação tecno-lógica - na verdade, a natureza da pró-pria competição - mudou de maneira que ninguém poderia ter previsto.”

E descreve: “Hoje, o centro gra-vitacional da inovação está cada vez mais indo além dos laboratórios de P&D centralizados das grandes em-presas em direção a redes de inova-dores, incluindo empresas menores e inventores independentes. Isso por-que a inovação em si está se tornan-do cada vez mais heterogênea, frag-mentada e incontrolável. E são poucas as empresas hoje - mesmo entre as grandes - que conseguem manter sob seu controle todas as pe-ças de sua própria tecnologia. Como resultado, as empresas vêm

desco-brindo que simplesmente precisam colaborar com as outras se querem sobreviver e prosperar no mundo de tecnologia de hoje, cada vez mais multipolar e interconectado”.

Para mostrar que os resultados aparecem em todos os lugares, citou recente pesquisa feita pela revista The

Economist, que indica que sete entre

dez executivos sênior afirmam que sua principal estratégia para acelerar a inovação nos próximos dois anos é aumentar o licenciamento de paten-tes e outras colaborações baseadas em PI com outras empresas.

“Hoje está na moda descrever es-te novo ambienes-te corporativo colabo-rativo pela expressão ‘inovação aberta’”, afirmou o palestrante, destacando que inovação aberta não é só um slogan. É real. “Ela está remodelando os negó-cios e a economia, redefinindo as fon-tes de vantagem competitiva e rees-crevendo as regras que sempre seguimos para aprimorar e implantar a propriedade intelectual.”

Para responder à questão “qual é o papel da PI na inovação aberta, nos padrões abertos e no compartilha-mento de conhecicompartilha-mento?”, Horacio Gutierrez começa por falar do com-partilhamento de conhecimento. Ci-ta estudo publicado pelos economis-tas franceses François Leveque e Yann Meniere, que diz: “Nove entre

Matéria de capa

Composição da mesa, da esquerda para a direita: Dorian Mazurkevich, Consulado Geral dos Estados Unidos; Rinaldo Zangirolami, diretor geral da Microsoft; Horacio Gutierrez, vice-presidente e diretor mundial de Propriedade Intelectual & Licenciamento da Microsoft Corporation; Juliana L.B. Viegas, presidente da ABPI; professor André Franco Montoro Filho, presidente executivo - ETCO; Sergio Paulino, INPI, diretor da Diretoria de Articulação e Informação Tecnológica – DART; e desembargador André Ricardo Cruz Fontes, Tribunal Regional Federal da 2ª Região

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cada dez empresas dos EUA, da Eu-ropa e do Japão dependem de infor-mações divulgadas em patentes para manter os avanços tecnológicos em suas indústrias e para direcionar seus trabalhos de P&D”.

“No Japão, de fato, as patentes são o canal de informações principal para saber sobre novas tecnologias. No mundo real”, explica Gutierrez, “as patentes e outras propriedades intelectuais mostraram ser os instru-mentos mais eficazes já inventados para promoção de compartilhamen-to de conhecimencompartilhamen-to, inovação e cres-cimento econômico.”

“E a inovação aberta? Estão no passado os dias em que a PI era tida exclusivamente como um direito ne-gativo - um modo de evitar que ter-ceiros utilizem sua tecnologia”, pros-seguiu. “Hoje, o maior valor da PI não é ser uma arma contra os concor-rentes, mas uma ponte para a inova-ção aberta e colaborainova-ção.” Horacio Gutierrez se diz forçado a descartar o argumento daqueles que insistem em afirmar que os direitos de PI im-pedem o desenvolvimento de pa-drões abertos e maior interoperabili-dade, “pois, de novo, ‘no mundo real’, a Microsoft usa sua PI para criar pontes de cooperação com as principais empresas de padrão aber-to e código aberaber-to, como Novell e Samsung. Estas pontes permitiram que colaborássemos tecnicamente e melhorássemos a interoperabilidade do Windows e Linux em centros de dados corporativos assim como em equipamentos de clientes.”

Em que pese a existência de muitos exemplos no mundo dos meios pelos quais a propriedade in-telectual no mercado livre favorece a inovação, facilita a inovação aberta e a interoperabilidade e soluciona problemas, o palestrante afirmou que seria a última pessoa a negar a necessidade de reformas nos regi-mes de PI nos EUA e no mundo. “O renascimento tecnológico dos últi-mos vinte anos diminuiu os recursos e capacidade do escritório de paten-tes dos Estados Unidos, dificultando as operações com o triplo do núme-ro de pedidos de patente”, revelou.

“Apoiamos, por exemplo, esfor-ços para melhorar a qualidade das patentes. E, na Microsoft, os

esfor-ços internos para melhoria de qua-lidade resultaram na conquista do primeiro lugar na classificação de duas organizações diferentes que acompanham a qualidade das pa-tentes. Em novembro, o Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE – Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos) classificou a Microsoft como líder entre as em-presas de tecnologia, vinda do séti-mo lugar no ano anterior. E, em ja-neiro deste ano, o Patent Board classificou nossa carteira de PI co-mo a número um em Technology Strength e Science Strength.”

“Além da qualidade de patente, também concordamos com a necessi-dade de harmonizar nosso sistema

de patentes com o de outros países. Um passo importante neste sentido é a proposta de meu amigo Hisamitsu Arai pelo reconhecimento mútuo dos resultados de exames de paten-tes entre Estados Unidos e Japão. Também apoiamos o Acordo Comer-cial Antifalsificação proposto pelo governo do Japão. Em suma, apoia-mos esforços razoáveis e equilibra-dos em reformar o sistema global de PI. Mas, se realmente acreditamos no bem social maior, devemos nos er-guer e defender o papel vital e com-provado da PI em dar suporte à ino-vação e ao crescimento econômico.”

Após a sua apresentação, res-pondeu às perguntas formuladas pe-los participantes.

Matéria de capa

Horacio Gutierrez

Formado em direito pela Uni-versidade de Miami, summa cum

lauda, vários mestrados, pela

Uni-versidade Católica de Caracas, Ve-nezuela, e da Harvard Law School, que freqüentou como bolsista da Fulbright. Atualmente, Horacio Gutierrez é vice-presidente corpo-rativo da Microsoft, e também dire-tor jurídico para assuntos relativos à propriedade intelectual, e é encar-regado da política de propriedade intelectual da Microsoft, incluindo assuntos relativos a marcas, paten-tes, direitos autorais, segredos in-dustriais, licenciamento, investi-mentos e política de propriedade

intelectual do grupo de empresas da Microsoft. Antes das atuais fun-ções, morou vários anos em Paris, como chefe do departamento jurí-dico da Microsoft para a Europa, Oriente Médio e África, revendo e tratando de todos os aspectos legais e regulatórios do governo naquelas regiões. Profere palestras e ministra aulas sobre assuntos de proprieda-de intelectual, concorrência proprieda-desleal, comércio eletrônico, é conselheiro do governo em vários assuntos, in-clusive e principalmente relaciona-dos a tratarelaciona-dos de livre comércio, com relação a aspectos de proprie-dade intelectual.

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ABAPI homenageia

Peter Dirk Siemsen

Peter Dirk Siemsen, membro nato do Conselho Diretor da ABPI, foi ho-menageado pela ABAPI, por todo o seu trabalho em defesa, conscientiza-ção e divulgaconscientiza-ção dos direitos da pro-priedade intelectual, ao longo de sua carreira e atuação nas entidades re-presentativas do setor. A placa da

ho-menagem foi entregue durante o jan-tar de comemoração dos sessenta anos de existência da ABAPI, realiza-do no dia 7 de novembro, no restau-rante da Casa de Arte e Cultura Julie-ta de Serpa, palacete histórico da Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro.

ATIVIDADES DAS COMISSÕES Comissão de Direito Desportivo

Criada em reunião do Conselho Diretor e do Comitê Executivo de 16 de outubro de 2008, a nova Comis-são de Direito Desportivo já tem seus co-coordenadores. São eles o dr. José Eduardo de Vasconcellos Pieri (co-coordenador no Rio de Janeiro) e dr. Luís Felipe Santoro (co-coorde-nador em São Paulo). Ambos têm vasta experiência na área do direito desportivo. (Nota da Redação: Du-rante o almoço de confraternização ABPI-ABAPI, do dia 15 de dezem-bro, em São Paulo, será proferida a palestra sobre “A Interface entre o Direito Desportivo e a Propriedade Intelectual” – veja na página 3.) Comissão de Desenho Industrial

A Comissão de Desenho Indus-trial da ABPI colaborou com o Gru-po JaGru-ponês da AIPPI em pesquisa que este está desenvolvendo sobre “Restriction on Enforcement of De-sign Rights for Spare Parts Used for Repair/Replacement Purposes”. Participam da pesquisa 33 países. Na primeira reunião dessa Comis-são, ocorrida no último dia 11 de novembro, a questão do exame de mérito foi exaustivamente discuti-da. Também aproveitou-se para dis-cutir com os associados pontos que devem ser estudados nas próximas reuniões. A nova Comissão também agenda reunião para apresentar-se e colaborar com o INPI.

Comissão de Transferência de Tecnologia

A Comissão de Transferência de Tecnologia recebeu, no dia 27 de no-vembro, o professor Denis Borges Barbosa quando abordou os vários aspectos da inovação.

Comissão de Marcas

A Comissão de Marcas também recebeu o palestrante convidado na reunião do dia 4 de dezembro, o pro-fessor dr. José Roberto d’Affonseca Gusmão que abordou o tema “Direi-to de Precedência”.

REUNIÕES CONJUNTAS COM OUTRAS ENTIDADES

Conforme estabelecido no Plane-jamento Estratégico, comunicado a todos os associados na assembléia or-dinária do último dia 23 de agosto, a ABPI fomentará as parcerias com as-sociações que se interessem pelo te-ma da propriedade intelectual.

Nos meses de outubro foram fei-tas reuniões com Comissões de Estudo do CESA (Centro de Estudos das So-ciedades de Advogados) e da ABDI (Associação Brasileira de Direito de In-formática e Telecomunicações). Em novembro foi a vez de a Comissão de Software, Informática e Internet reunir-se juntamente com a Comissão de Tec-nologia de Informação da CCFB-SP (Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo). A reunião teve como tema “TI Verde - Aspectos Técnicos e Le-gais” e contou com palestras do dr. João Carlos dos Santos, da Bull

Marke-ting Products & Alliances Partners da América Latina, e da dra. Fernanda Z. Fauze Carlos, advogada, IBM Brasil.

No dia 28 de outubro de 2008 ocor-reu, em São Paulo, reunião conjunta da Comissão de Patentes da ABPI com o Comitê de Propriedade Intelectual do CESA (Centro de Estudos das Socieda-des de Advogados). O tema da reunião foi “Resolução 45 da Anvisa e Projeto de Lei 3.709/2008, que Altera a Redação do Artigo 229-C da LPI”. A mesa foi presidida por Newton Silvei-ra, presidente do Comitê do CESA, e pela presidente da ABPI, Juliana L.B. Viegas, e contou com a participação de Marco Aurélio Torronteguy, represen-tando Sueli Dallari, do Cepedisa (Cen-tro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário); Luis Carlos Wanderley Li-ma, da Anvisa; Ronaldo Luiz Pires, re-presentando Jorge Raimundo, da Inter-farma; além dos co-coordenadores da Comissão de Patentes da ABPI, João Luis D’Orey Facco Vianna e Antonio Maurício Arnaud.

A reunião foi muito proveitosa para todos os associados que lá estive-ram, pois congregou diferentes pon-tos de vista em relação ao tema pro-posto, o qual é bastante polêmico e gera posicionamentos diametralmen-te opostos, dependendo dos argu-mentos valorizados. A ABPI tem dis-cutido essa questão e pretende chegar a um consenso para emitir uma reco-mendação sobre a questão. Ademais, um grupo de trabalho foi constituído para analisar a questão da dupla aná-lise do pedido de patente, bem retra-tada na Resolução 45 da Anvisa.

Notas

Comissões de Estudo da ABPI

O homenageado Peter Dirk Siemsen

e a presidente da ABAPI, Claudia Luna Guimarães.

Foto Wladimir Wong

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Revista Criação

Autor: Vários

A Editora Lumen Juris lan-çará a revista Criação, no dia 11 de dezembro, às 18 horas, na Livraria da Tra-vessa, avenida Rio Branco, 44, Rio de Janeiro. A edição nº 1 traz autores de renome no segmento da propriedade intelec-tual, tais como: Carolina Tinoco Ra-mos, Elaine Ribeiro do Prado, Denis Borges Barbosa, Carla Eugênia Cal-das Barros, Karin Grau-Kuntz, Car-los Maria Correa, Manoel Joaquim Pereira dos Santos, Newton Silveira, Carolina Almeida A. Rossini, Eliane Y. Abrão e Murilo Cruz.

A Propriedade Intelectual no Século XXI

Autor: Denis Borges Barbosa

Co-autores: Patrícia Carvalho da Rocha

Porto, Pedro Marcos Nunes Barbosa e Ana Beatriz Nunes Barbosa.

A Editora Lumen Juris lan-çará o livro A Propriedade In-telectual no Sé-culo XXI, no dia 11 de dezembro, às 19 horas na Li-vraria da Traves-sa, avenida Rio Branco, 44, Rio de Janeiro.

Notas

Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI. Visite a versão on-line deste Boletim

no sítio da Associação.

ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Rua da Alfândega, 108 -

6º andar - Centro - Cep 20070-004 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2507-6407 - Fax: 21 2507-6411 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: abpi@abpi.org.br

Comitê Executivo: Juliana L.B. Viegas - Presidente; Luiz Henrique O. do Amaral -

1º Vice-presidente; Elisabeth E.G. Kasznar Fekete - 2º Vice-presidente; Newton Silveira - 3º Vice-presidente; Antonio Carlos Siqueira da Silva - 4º Vice-presidente; Ricardo F. de Pinho - Diretor Tesoureiro; Maitê Cecilia Fabbri Moro - Diretora Relatora;

Claudio Roberto Barbosa - Diretor Secretário; Helio Fabbri Junior - Diretor Procurador; Manoel J. Pereira dos Santos - Diretor Editor; André Zonaro Giacchetta - Diretor Editor Adjunto.

Conselho Editorial: Elisabeth E. G. Kasznar Fekete; Gabriel Francisco Leonardos;

José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; José Roberto d’Affonseca Gusmão; Lilian de Melo Silveira; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Rodolfo H. Martinez y Pell Jr. e Sonia Maria D’Elboux

Boletim da ABPI: Editores - Manoel J. Pereira dos Santos e André Zonaro Giacchetta; Jornalista

Responsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda.; Revisão - Mauro Feliciano; Impressão e Acabamento - Neoband Soluções Gráficas.

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