A
MORTECIMENTOS SUBCR´ITICO, CR´ITICO ESUPERCR´ITICO
Mec ˆanica II (FIS-26)
Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pel ´a
IEFF-ITA
Roteiro
1 Oscilac¸ ˜oes Amortecidas
Modelo geral
Amortecimento supercr´ıtico Amortecimento subcr´ıtico Amortecimento cr´ıtico
2 Oscilac¸ ˜oes forc¸adas
Resposta ao degrau
3 Exemplos
Sistema massa-mola-amortecedor Oscilac¸ ˜ao de uma barra articulada 1 Oscilac¸ ˜ao de uma barra articulada 2 Resposta ao degrau
Roteiro
1 Oscilac¸ ˜oes Amortecidas
Modelo geral
Amortecimento supercr´ıtico Amortecimento subcr´ıtico Amortecimento cr´ıtico
2 Oscilac¸ ˜oes forc¸adas
Introduc¸ ˜ao
Atrito viscoso: modelo de amortecimento ´e f = −cv M x M ¨x = −kx − c ˙x ¨ x + 2γ ˙x + ω02x = 0 Sendo γ = c 2M e ω0 = r k M.
Equac¸ ˜ao caracter´ıstica:
λ2+2γλ+ω02 = 0 ∆ = 4(γ2−ω2 0)
H ´a 3 casos:
1 ∆ > 0(supercr´ıtico): soluc¸ ˜oes
exponenciais
2 ∆ < 0(subcr´ıtico): soluc¸ ˜oes
oscilat ´orias com amplitude decrescente
3 ∆ = 0(cr´ıtico): soluc¸ ˜ao
Balanc¸o de energia
Equac¸ ˜ao do oscilador amortecido
M ¨x + c ˙x + kx = 0 Multiplicando por ˙x:
M ˙x¨x + kx ˙x = −c ˙x2,
M ˙x¨x + kx ˙x = dEM EC dt , e
c ˙x2 ´e a pot ˆencia da forc¸a de atrito viscoso = F v Note que dEM EC
dt < 0, isto ´e, a energia mec ˆanica sempre diminui.
Amortecimento supercr´ıtico (γ > ω
0)
Equac¸ ˜ao caracter´ıstica: duas soluc¸ ˜oes reais e distintas
λ1 = −γ + q γ2− ω2 0 λ2 = −γ − q γ2− ω2 0 Note que λ2< λ1 < 0
Soluc¸ ˜ao geral da EDO:
x(t) = aeλ1t+ beλ2t= e−γt(a∗cosh ω∗ dt + b ∗ sinh ωd∗t) ωd∗ = q γ2− ω2 0
Amortecimento supercr´ıtico (γ > ω
0)
ae−λ1t+ be−λ2t ae−λ1t t x (t )Amortecimento subcr´ıtico (γ < ω
0)
As soluc¸ ˜oes da equac¸ ˜ao caracter´ıstica s ˜ao duas ra´ızes complexo-conjugadas λ1 = −γ + iωd λ2 = −γ − iωd Re Im ωd ωd −γ λ2 λ1 Sendo ωd= q ω20− γ2
A soluc¸ ˜ao geral da EDO ´e:
x(t) = e−γt(a sin wdt + b cos wdt)
= Ae−γtcos(wdt+ϕ) = Ae−γtsin(wdt+φ)
Esta ´e uma soluc¸ ˜ao que oscila com amplitude decrescente.
Amortecimento subcr´ıtico (γ < ω
0)
Td t x (t )Td: per´ıodo das oscilac¸ ˜oes amortecidas ou pseudo-per´ıodo ou
Amortecimento subcr´ıtico (γ < ω
0)
´E interessante analisar a frac¸ ˜ao da energia dissipada por ciclo ∼ = Td t x (t ) x1 = Ae−γt1 x2 ∼= Ae−γt1−γTd = x1e−γTd Energia armazenada = kx 2 1 2 Energia dissipada ∼= kx 2 1 2 (1 − e −2γTd) ∼ = kx 2 1 2 (2γTd)
Amortecimento subcr´ıtico (γ < ω
0)
Pode-se definir o fator de qualidade do oscilador como:
Q = 2π
Energia armazenada Energia dissipada num ciclo
∼ = 2π 1 2γTd = ωd 2γ Q ∼= ω0 2γ
Note que, quanto maior o Q, menor o amortecimento (menor perda de energia).
Estas ´ultimas deduc¸ ˜oes s ˜ao v ´alidas quando o amortecimento ´e pequeno, ou seja, quando γ ω0.
Amortecimento cr´ıtico (γ = ω
0)
Equac¸ ˜ao caracter´ıstica tem uma raiz dupla: λ = −γ A soluc¸ ˜ao geral da EDO ´e: x(t) = e−γt(a + bt)
Se mantivermos ω0 e variarmos γ, o caso cr´ıtico ´e o que
decai mais rapidamente.
t x (t ) Subcr´ıtico Supercr´ıtico Cr´ıtico
Roteiro
1 Oscilac¸ ˜oes Amortecidas
2 Oscilac¸ ˜oes forc¸adas
Resposta ao degrau
Introduc¸ ˜ao
Vamos estudar o efeito produzido sobre o oscilador por uma forc¸a externa F (t). Estudaremos dois casos:
1 F (t) = F0: degrau de amplitude F0 2 F (t) = F0sin ωt: forc¸a harm ˆonica
O primeiro caso ´e an ´alise simples, mas tem uma import ˆancia capital em projetos de controladores. No segundo caso, a forc¸a externa ´e peri ´odica com frequ ˆencia angular ω, que pode coincidir ou n ˜ao com a frequ ˆencia natural do pr ´oprio oscilador.
EDO de um oscilador forc¸ado: M ¨x + c ˙x + kx = F (t) (EDOLNH de 2a ordem)
Resposta ao degrau
Se F (t) = F0= kx0, ent ˜ao a resposta do oscilador ser ´a:
x(t) = x0+ xH(t)
A soluc¸ ˜ao completa ´e a mesma do caso homog ˆeneo, a menos de um deslocamento (“shift”) de x0.
xH(t) = Aeλ1t+ Beλ2t, amortecimento supercr´ıtico
Ae−γtsin(ωdt + φ), amortecimento subcr´ıtico
Resposta ao degrau
A entrada degrau aparece muito em engenharia Os sistemas f´ısicos comumente admitem um modelo simplificado de sistema massa-mola
Quando ´e necess ´ario controlar um sistema f´ısico, geralmente se aplica uma forc¸a F (t) (ou uma corrente I(t), ou uma tens ˜ao E(t), ou algum outro mecanismo atuador) para que ele se comporte como desejado F (t) = kx0: geralmente deseja-se que o sistema
(considerado inicialmente em repouso na posic¸ ˜ao x = 0) atinja a posic¸ ˜ao x0(a nova posic¸ ˜ao de equil´ıbrio) o mais
r ´apido poss´ıvel e a´ı permanec¸a
Resposta ao degrau
Nas hip ´oteses de condic¸ ˜oes iniciais nulas, a soluc¸ ˜ao ´e:
x(t) = x0
1 − e−γt sin(ωdt + β) sin β
sendo β o suplementar de arg(−γ + iωd)
Re Im ωd ωd −γ λ2 λ1 β
Resposta ao degrau
Esboc¸o de x(t) Mpx0 tr ts t x (t ) Mp = e−π cot β: “overshoot” tr= π − β ωd: tempo de subida (“rise time”)
ts∼=
3
Roteiro
1 Oscilac¸ ˜oes Amortecidas
2 Oscilac¸ ˜oes forc¸adas
3 Exemplos
Sistema massa-mola-amortecedor Oscilac¸ ˜ao de uma barra articulada 1 Oscilac¸ ˜ao de uma barra articulada 2 Resposta ao degrau
Enunciado
O corpo de 8,00 kg ´e deslocado de 0,200 m para a direita a partir da posic¸ ˜ao de equil´ıbrio e ´e liberado a partir do repouso no instante de tempo t = 0. Determine sua posic¸ ˜ao x no instante de tempo 2,00 s. O coeficiente de amortecimento c viscoso ´e 20,0 N.s/m, e a rigidez da mola ´e k =32,0 N/m.
M x
Soluc¸ ˜ao
Equac¸ ˜ao de movimento ¨ x + c
Mx +˙ k Mx = 0
Da´ı, conclu´ımos que ω0 = 2,00rad/s e γ = 1,25 s−1, e que se
trata de um oscilador subamortecido. A frequ ˆencia angular amortecida ´e ωd=
p
ω2− γ2 = 1,56125rad/s. Soluc¸ ˜ao geral:
x(t) = Ae−γtsin(ωdt + φ)
A velocidade ´e:
v(t) = −γAe−γtsin(ωdt + φ) + ωdAe−γtcos(ωdt + φ)
Para obter A e φ, precisamos das condic¸ ˜oes iniciais x(0) = 0,200m e v(0) = 0.
Soluc¸ ˜ao
A sin φ = 0,2, 0 = −1,25A sin φ + 1,56125A cos φ Resolvendo as duas equac¸ ˜oes, obtemos A = 0,256205 m e φ = 0,895664rad. Assim, a soluc¸ ˜ao ´e
x(t) = 0,256205e−1,25tsin(1,56125t + 0,895664) Precisamos encontrar x(t) para t = 2,00 s. Fazendo os c ´alculos, obtemos x = −0,016163 m ∼= −0,0161 m.
Enunciado
A barra uniforme de massa m ´e livremente articulada em torno de um eixo horizontal. Assuma pequenas oscilac¸ ˜oes e
determine o fator de amortecimento ζ.
k
c a
Soluc¸ ˜ao
Assumindo pequenas oscilac¸ ˜oes, podemos escrever a equac¸ ˜ao dos momentos (usando a articulac¸ ˜ao como refer ˆencia): −kxa − cvb − mg(b/2) = mb 2 3 ¨ θ Como x = aθ e v = b ˙θ, temos
¨ θ +3c m ˙ θ +3ka 2 mb2 = 3g 2b Portanto ω0 = p 3ka2/(mb2), γ = 3c/(2m) ζ = cb 2a r 3 km
Enunciado
Determine a equac¸ ˜ao diferencial para pequenas oscilac¸ ˜oes da barra a seguir, articulada no ponto indicado. A barra tem sua massa m uniformemente distribu´ıda ao longo de seu
comprimento. Obtenha o valor do coeficiente c do amortecedor para que as oscilac¸ ˜oes sejam criticamente amortecidas.
k
c
Soluc¸ ˜ao
Escrevendo a eq. dos momentos em relac¸ ˜ao ao ponto de articulac¸ ˜ao, temos, para pequenas oscilac¸ ˜oes:
−mga 2
cos θ − kxa cos θ − cv(2a) cos θ = I ¨θ Sabemos que x = aθ, v = 2a ˙θ, e pelo teorema dos eixos paralelos: I = m (3a) 2 12 + a 2 2 = ma2. ¨ θ + 4c m ˙ θ + k mθ = − g 2a E para um amortecimento cr´ıtico,
ccr = m 2 r k m = √ mk 2
Enunciado
Um oscilador amortecido tem os seguintes par ˆametros: m = 1,00kg, c = 10,0 N.s/m, k = 169 N/m. Se este oscilador est ´a sujeito a uma forc¸a degrau, obtenha
a o tempo de subida e o overshoot.
b suponha F (t) = F0− ηx − χ ˙x. Determine η e χ para que o
tempo de subida seja menor que 50 ms, e o overshoot seja menor que 10%.
Soluc¸ ˜ao
a Para os par ˆametros especificados, temos γ = 5,00 s−1, ω0 = 13,0rad/s, ωd= 12,0rad/s, β = 1.1760 rad. O
overshoot ´e
Mp= e−π cot β = 0,270 = 27,0%
O tempo de subida ´e tr=
π − β ωd
Soluc¸ ˜ao
b Considerando a forc¸a dada, temos a seguinte EDO
¨
x +(c + χ) m x +˙
(k + η) m x = F0
Pelos requisitos de projeto, devemos tomar χ e η tal que
Mp = e−π cot β < 0,10
π − β ωd
< 0,05
Podemos, por exemplo, tomar β = 0,900 rad e ωd= 23,0rad/s.
Isto implica γ = 18,252 s−1, ou seja, χ = 8,25 N.s/m. Analogamente, obtemos ω0 = 29,362rad/s. Assim,