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Reconhecimento de atividades em casas inteligentes: uma abordagem não intrusiva explorando processamento semântico

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Academic year: 2021

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Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Computac¸ ˜ao

Dissertac¸ ˜ao

Reconhecimento de Atividades em Casas Inteligentes: Uma abordagem n ˜ao Intrusiva explorando Processamento Sem ˆantico

Eduardo Soares de Abreu

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Reconhecimento de Atividades em Casas Inteligentes: Uma abordagem n ˜ao Intrusiva explorando Processamento Sem ˆantico

Dissertac¸ ˜ao apresentada ao Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Computac¸ ˜ao da Universi-dade Federal de Pelotas, como requisito par-cial `a obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ci ˆencia da Computac¸ ˜ao

Orientador: Prof. Dr. Adenauer Corr ˆea Yamin

Coorientador: Prof. Dr. Ana Marilza Pernas Fleischmann

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A162r Abreu, Eduardo Soares de

AbrReconhecimento de atividades em casas inteligentes : uma abordagem não intrusiva explorando processamento semântico / Eduardo Soares de Abreu ; Adenauer Corrêa Yamin, orientador ; Ana Marilza Pernas Fleischmann, coorientadora. — Pelotas, 2017.

Abr88 f.

AbrDissertação (Mestrado) — Programa de Pós-Graduação em Computação, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Universidade Federal de Pelotas, 2017.

Abr1. Reconhecimento de atividades. 2. Processamento semântico. 3. Ontologia. 4. Ciência de contexto. I. Yamin, Adenauer Corrêa, orient. II. Fleischmann, Ana Marilza Pernas, coorient. III. Título.

CDD : 005 Elaborada por Maria Inez Figueiredo Figas Machado CRB: 10/1612

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Agradec¸o `a minha fam´ılia pelo apoio e de minha namorada Mirian por todo carinho, paci ˆencia, incentivo. Sem voc ˆes eu n ˜ao chegaria ao fim desta jornada.

Agradec¸o tamb ´em ao meu orientador, Adenauer Corr ˆea Yamin, por todo apoio, paci ˆencia e ensinamentos recebidos, permitindo completar este trabalho.

A minha coorientadora Ana Marilza Pernas Fleischmann, por todas as revis ˜oes, sugest ˜oes e ensinamentos.

A colega Andrea Gonzales, que me recebeu de brac¸os abertos, sendo uma grande amiga na hora dos estudos e dos trabalhos.

Ao Renato Dilli, pela sua ajuda incans ´avel em v ´arias etapas desse trabalho.

Aos colegas de laborat ´orio Patr´ıcia, Beto, Jeronimo e Rodrigo pela atenc¸ ˜ao e aux´ılio.

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Mas trabalhando em outra coisa. — STEPHEN HAWKING

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ABREU, Eduardo Soares de. Reconhecimento de Atividades em Casas Inteli-gentes: Uma abordagem n ˜ao Intrusiva explorando Processamento Sem ˆantico. 2017. 88 f. Dissertac¸ ˜ao (Mestrado em Ci ˆencia da Computac¸ ˜ao) – Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Computac¸ ˜ao, Centro de Desenvolvimento Tecnol ´ogico, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2017.

Nos ´ultimos anos, as t ´ecnicas de Reconhecimento de Atividades t ˆem atra´ıdo atenc¸ ˜ao crescente. Entre as muitas aplicac¸ ˜oes, um interesse especial est ´a no dom´ınio ub´ıquo da e-Health, onde o reconhecimento autom ´atico de atividades ´e usado em sis-temas de reabilitac¸ ˜ao, gerenciamento de doenc¸as cr ˆonicas, monitoramento de idosos, bem como em aplicac¸ ˜oes de bem-estar pessoal.

Esse interesse tem tido como motivac¸ ˜ao o envelhecimento da populac¸ ˜ao. Este envelhecimento resulta em significativos desafios socioecon ˆomicos no setor da sa ´ude p ´ublica, bem como na incid ˆencia de doenc¸as cr ˆonico-degenerativas, sendo a dem ˆencia uma das mais preocupantes.

Uma alternativa que vem sendo amplamente proposta ´e a utilizac¸ ˜ao de casas in-teligentes (ambiente assistido de viv ˆencia), nos quais as resid ˆencias das pessoas sob tratamento dever ˜ao contemplar servic¸os computacionais que possam auxili ´a-las nas suas pr ´aticas di ´arias, de forma o mais transparente poss´ıvel.

Este trabalho tem como acr ˆonimo EXEHDA-AR (EXEHDA-Activity Recognition), e seu objetivo principal ´e contribuir com o Subsistema de Reconhecimento de Contexto e Adaptac¸ ˜ao do middleware EXEHDA (Execution Environment for Highly Distributed Applications) capacitando-o para o atendimento das demandas do Reconhecimento de Atividades, explorando para isto uma abordagem baseada em Ci ˆencia de Contexto. O EXEHDA-AR explora processamento sem ˆantico para prover Reconhecimento de Atividades em Casas Inteligentes, para tanto foram propostos componentes a serem integrados ao middleware EXEHDA, bem como um modelo ontol ´ogico. Os dados de contexto coletados s ˜ao agrupados segundo o conceito de janela de tempo deslizante. Quando avaliado o EXEHDA-AR obteve uma acur ´acia m ´edia de 94,36% no Re-conhecimento de Atividades. Estes resultados apontam que m ´etodos baseados em processamento sem ˆantico constituem uma alternativa vi ´avel para o Reconhecimento de Atividades com baixo n´ıvel de intrus ˜ao, indicando a continuidade dos esforc¸os de pesquisa.

Palavras-chave: Reconhecimento de Atividades, Processamento Sem ˆantico, Ontolo-gia, Ci ˆencia de Contexto.

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ABREU, Eduardo Soares de. Recognition Activities in Smart Home: A Non-Intrusive Approach Exploring Semantic Processing. 2017. 88 f. Dissertac¸ ˜ao (Mestrado em Ci ˆencia da Computac¸ ˜ao) – Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Computac¸ ˜ao, Centro de Desenvolvimento Tecnol ´ogico, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2017.

In recent years, the techniques of Activity Recognition have attracted increasing at-tention. Among the many applications, special interest lies in the ubiquitous domain of e-Health, where automatic activity recognition is used in rehabilitation systems, chronic disease management, elderly monitoring, as well as in personal wellness applications. This interest has been motivated by the aging of the population. This aging re-sults in significant socioeconomic challenges in the public health sector, as well as in the incidence of chronic-degenerative diseases, with dementia being one of the most worrying.

An alternative that has been widely proposed is the use of intelligent houses (ambi-ent assisted living), in which the residences of people under treatm(ambi-ent should contem-plate computational services that can assist them in their daily practices, in the most transparent way possible.

This work has the acronym EXEHDA-AR (EXEHDA-Activity Recognition), and its main objective is to contribute with the Context Recognition and Adaptation Subsys-tem of the EXEHDA (Execution Environment for Highly Distributed Applications) mid-dleware, enabling it to meet the demands Of Activity Recognition, using a Context Awareness approach.

The EXEHDA-AR explores semantic processing to provide Activity Recognition in smart home, for which we have proposed components to be integrated with the EX-EHDA middleware as well as an ontological model. The collected context data are grouped according to the concept of time-sliding window.

When evaluated the EXEHDA-AR obtained an average accuracy of 94.36% in the Recognition of Activities. These results indicate that methods based on semantic pro-cessing constitute a viable alternative for the Recognition of Activities with low level of intrusion, indicating the continuity of research efforts.

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Figura 1 Vis ˜ao geral das diferentes camadas de interpretac¸ ˜ao de contexto . 23

Figura 2 Exemplo da modelagem CML . . . 24

Figura 3 Vis ˜ao geral PalSPOT . . . 33

Figura 4 Vis ˜ao geral CONON . . . 34

Figura 5 Representac¸ ˜ao das tr ˆes camadas . . . 38

Figura 6 Vis ˜ao das classes, relacionamentos e propriedade de dados da on-tologia . . . 39

Figura 7 Vis ˜ao geral do framework . . . 40

Figura 8 Piramide das ontologias utilizadas . . . 40

Figura 9 Vis ˜ao geral da arquitetura do sistema (OBAR) . . . 42

Figura 10 Ontologia de infraestrutura de contexto (OBAR) . . . 43

Figura 11 Linguagem natural regra varrer . . . 43

Figura 12 Regra da atividade varrer na linguagem da API JENA . . . 44

Figura 13 Relacionamento entre as diferentes camadas . . . 46

Figura 14 Um gr ´afico RDF descrevendo um sensor de contato de concreto . . 47

Figura 15 Fragmento da ontologia . . . 47

Figura 16 Ambiente Ub´ıquo gerenciado pelo EXEHDA . . . 49

Figura 17 Vis ˜ao geral da proposta do EXEHDA-AR . . . 50

Figura 18 Vis ˜ao geral da arquitetura do EXEHDA Servidor de Contexto expan-dido . . . 51

Figura 19 Representac¸ ˜ao de janela de tempo deslizante . . . 53

Figura 20 Vis ˜ao geral do M ´odulo de Processamento do EXEHDA-AR . . . 54

Figura 21 Vis ˜ao geral da ontologia concebida . . . 55

Figura 22 Classes e atributos da ontologia proposta . . . 56

Figura 23 Concepc¸ ˜ao de regras para o EXEHDA-AR . . . 56

Figura 24 Inst ˆancia criada quando uma atividade ´e reconhecida . . . 57

Figura 25 Servidor de Borda . . . 62

Figura 26 Comparac¸ ˜ao entre datasets produzidos por casas inteligentes . . . 64

Figura 27 Distribuic¸ ˜ao dos sensores casa Aruba . . . 65

Figura 28 Distribuic¸ ˜ao dos sensores casa Aruba . . . 65

Figura 29 Vis ˜ao da casa Aruba em 3D . . . 66

Figura 30 Destacando o sensores do quarto de Dormir . . . 67

Figura 31 Regra Dormir SWRL . . . 67

Figura 32 Consulta SPARQL para ativididade Dormir . . . 68

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Figura 36 Consulta SPARQL da atividade Cama para Banheiro . . . 70

Figura 37 Resultado da consulta SPARQL da atividade Cama para Banheiro . 70 Figura 38 Sensores de interesse Entrando em Casa . . . 71

Figura 39 Regra da atividade Entrando em Casa . . . 71

Figura 40 Consulta SPARQL da atividade Entrando em Casa . . . 72

Figura 41 Resultado da consulta SPARQL da atividade Entrando em Casa . . 72

Figura 42 Regra Saindo de Casa SWRL . . . 73

Figura 43 Consulta SPARQL da atividade Sair de Casa . . . 73

Figura 44 Resultado da consulta SPARQL da atividade Sair de Casa . . . 73

Figura 45 Sensores do Escrit ´orio . . . 74

Figura 46 Regra Trabalhando no Escrit ´orio em SWRL . . . 74

Figura 47 Consulta SPARQL atividade Trabalhando no Escrit ´orio. . . 75

Figura 48 Resultado da consulta SPARQL atividade Trabalhando no Escrit ´orio 75 Figura 49 Matriz de confus ˜ao . . . 76

Figura 50 Vis ˜ao geral do m ´etodo . . . 76

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Tabela 1 Comparac¸ ˜oes entre os tr ˆes tipos de modelagem . . . 30 Tabela 2 Comparac¸ ˜ao dos Trabalhos Relacionados . . . 60

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AAL Ambient Assisted Living

AALISABETH Ambient-Aware LIfeStyle tutor, Aiming BETter Health ADL Activity Daily Live

API Application Programming Interface CEP Complex Event Processing

CML Context Modelling Language CONON CONtext ONtology

CRF Conditional Random Field

DB Data Base

EXEHDA Execution Environment for Highly Distributed Applications EXEHDA-AR EXEHDA – AR Activity Recognition

GPS Global Positioning System HMM Hidden Markov Model LoT Lab of Things

LUPS Laboratory of Ubiquitous and Parallel Systems

NB Network Bayesian

OBAR Ontology Based Activity Recognition OntSit Ontology Situation

ORM Object-Role Modeling OWL Web Ontology Language

PiVOn Pervasive Information Visualization Ontology RFID Radio-Frequency IDentification

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SPARQL SPARQL Protocol and RDF Query Language SWRL Semantic Web Rule Language

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1 INTRODUC¸ ˜AO . . . . 15

1.1 Motivac¸ ˜ao e Objetivos . . . 16

1.2 Estrutura do Texto . . . . 18

2 FUNDAMENTOS CONCEITUAIS . . . . 19

2.1 Ci ˆencia de Contexto na UbiComp . . . . 19

2.1.1 Principais Conceitos . . . 20

2.1.2 Modelagem de Contexto . . . 23

2.2 Reconhecimento de Atividades . . . . 30

2.3 M ´etodos Baseados em Aprendizagem . . . . 31

2.4 Ontologia para Reconhecimento de Atividades . . . 32

2.5 Considerac¸ ˜oes sobre o Cap´ıtulo . . . . 35

3 TRABALHOS RELACIONADOS . . . . 37

3.1 A Context-Aware System Infrastructure for Monitoring . . . . 37

3.2 AAL Domain Ontology for Event-based Human Activity Recognition . 39 3.3 Activity Recognition using Context-Aware Infrastructure Ontology in Smart Home Domain . . . . 41

3.4 Semantic Smart Homes: Towards Knowledge Rich Assisted Living Environments . . . 44

3.5 Considerac¸ ˜oes sobre o Cap´ıtulo . . . . 47

4 EXEHDA-AR: ARQUITETURA E FUNCIONALIDADES . . . . 48

4.1 EXEHDA-AR: Vis ˜ao Geral da Proposta . . . . 48

4.2 Servidor de Contexto do EXEHDA na vis ˜ao EXEHDA-AR . . . . 50

4.2.1 M ´odulo de Aquisic¸ ˜ao no EXEHDA-AR . . . 52

4.2.2 M ´odulo de Processamento no EXEHDA-AR . . . 53

4.2.3 EXEHDA-AR: Servidor de Borda . . . 57

4.3 Discuss ˜ao dos Trabalhos Relacionados . . . . 59

4.4 Considerac¸ ˜oes sobre o Cap´ıtulo . . . . 61

5 ESTUDO DE CASO . . . . 63

5.1 Datasets Considerados . . . . 63

5.2 Avaliac¸ ˜ao de Acur ´acia no EXEHDA-AR . . . 76

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6.2 Publicac¸ ˜oes Realizadas . . . 80 6.3 Trabalhos Futuros . . . . 80 REFER ˆENCIAS . . . . 82

(16)

A populac¸ ˜ao mundial est ´a passando por um processo no qual a sua idade m ´edia est ´a aumentando. Estima-se que at ´e o ano de 2030 o Brasil, que ´e considerado at ´e ent ˜ao estando em uma faixa et ´aria adulta, passar ´a para terceira idade rapidamente, devido a reduc¸ ˜ao das taxas de natalidade e ao aumento da expectativa de vida (MA-RIN; PANES, 2015).

Essa transic¸ ˜ao para um perfil mais envelhecido resulta em significativos desafios socioecon ˆomicos no setor da sa ´ude p ´ublica, bem como na incid ˆencia de doenc¸as cr ˆonico-degenerativas, sendo a dem ˆencia uma das mais preocupantes.

Uma alternativa que vem sendo amplamente proposta ´e a utilizac¸ ˜ao de Casas Inteligentes (ambientes assistidos de viv ˆencia), nos quais as resid ˆencias das pessoas sob tratamento dever ˜ao ter servic¸os computacionais que possam auxili ´a-las nas suas pr ´aticas di ´arias, de forma mais transparente poss´ıvel.

A perspectiva ´e integrar a tecnologia ao cotidiano do usu ´ario, de modo que seja exigido o menor envolvimento poss´ıvel no gerenciamento da infraestrutura computa-cional utilizada, caracterizando assim uma infraestrutura computacomputa-cional de natureza ub´ıqua (LOPES et al., 2014). Este aspecto ganha significado em se tratando de usu ´arios de uma Casa Inteligente.

As Casas Inteligentes consideram as caracter´ısticas do usu ´ario determinadas pe-las necessidades, prefer ˆencias, ou limitac¸ ˜oes de forma a proporcionarem respostas personalizadas e adequadas no espac¸o e no tempo para auxiliar as pessoas na realizac¸ ˜ao de atividades di ´arias (R ¨OCKER; ZIEFLE; HOLZINGER, 2014).

Um dos desafios para coleta de informac¸ ˜oes contextuais em Casas Inteligentes est ´a relacionado com a heterogeneidade decorrente da diversidade de tecnologias de hardware e software presentes neste ambiente. Esta heterogeneidade exige soluc¸ ˜oes que permitam a interoperabilidade dos v ´arios componentes presentes no ambiente. Uma alternativa promissora para tratar a heterogeneidade ´e a utilizac¸ ˜ao de platafor-mas de middleware (YURUR; LIU; MORENO, 2014).

Este trabalho tem como acr ˆonimo EXEHDA-AR (EXEHDA – AR Activity Recogni-tion), e contribui com oSubsistema de Reconhecimento de Contexto e Adaptac¸ ˜ao

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do middleware EXEHDA (Execution Environment for Highly Distributed Applications) contemplando uma abordagem que capacite-o para o atendimento das demandas do Reconhecimento de Atividades em Casas Inteligentes, explorando para tanto meto-dologias de Ci ˆencia de Contexto.

1.1

Motivac¸ ˜ao e Objetivos

Considerando as v ´arias naturezas das atividades desempenhadas pelo ser hu-mano, bem como os diferentes n´ıveis de complexidade das mesmas, o Reco-nhecimento de Atividades imp ˜oe muitos desafios, entre eles, o processamento de informac¸ ˜oes oriundas de diversos sensores localizados em ambientes dispersos. Ape-sar destes desafios, o fato das tecnologias de sensoriamento estarem em constante avanc¸o e com custos cada vez menores, tem motivado diversas pesquisas por parte da comunidade da Computac¸ ˜ao Ub´ıqua (UbiComp) (DAWADI; COOK; SCHMITTER-EDGECOMBE, 2015).

O foco doReconhecimento de Atividades consiste, portanto, em identificar ativi-dades de seres humanos em situac¸ ˜oes reais, interpretadas a partir dos dados coleta-dos por sensores. Estes sensores podem estar presentes em objetos carregacoleta-dos pelo usu ´ario ou, ent ˜ao, incorporados ao ambiente em que o mesmo interage (PERERA et al., 2015).

O reconhecimento e controle de atividades em ambientes instrumentados por sen-sores e atuadores, auxiliam na resoluc¸ ˜ao de diversos problemas do dia a dia, como por exemplo, o acompanhamento de pessoas idosas (OSMANI; BALASUBRAMANIAM; BOTVICH, 2008), dom ´otica (SINGLA; COOK; SCHMITTER-EDGECOMBE, 2010), efici ˆencia energ ´etica (LAI et al., 2012), entre outros. Deste modo, com a evoluc¸ ˜ao dos ambientes inteligentes e com o emprego de m ´etodos adequados, o Reconheci-mento de Atividades vem gradualmente se consolidando em diferentes ´areas, o que pode ser identificado pela revis ˜ao de literatura realizada.

A partir do Reconhecimento de Atividades nesses ambientes instrumentados, ´e poss´ıvel fornecer informac¸ ˜oes relevantes para os envolvidos: pacientes e cuidadores. Um indiv´ıduo acometido de uma doenc¸a degenerativa, como o Alzheimer, que precisa de cuidados constantes, encontrar ´a em uma Casa Inteligente a possibilidade de ter uma vida mais confort ´avel atrav ´es do reconhecimento de suas atividades. Este reco-nhecimento ir ´a dar ao paciente maior autonomia, alertando o mesmo e seus cuidado-res sobre poss´ıveis riscos `a sua integridade f´ısica. O Reconhecimento de Atividades al ´em da produc¸ ˜ao de alertas, atrav ´es de registros, permitir ´a um acompanhamento hist ´orico das atividades do paciente.

Esta dissertac¸ ˜ao contempla um aspecto que n ˜ao havia sido trabalhado no grupo de pesquisa Laboratory of Ubiquitous and Parallel Systems (LUPS) at ´e momento,

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estando alinhada com a ´area de identificac¸ ˜ao computacional das atividades huma-nas (KIM; HELAL; COOK, 2010). A premissa perseguida foi de dotar o middleware EXEHDA de recursos arquiteturais que permitam seu emprego nesta ´area.

A explorac¸ ˜ao do potencial de middleware para reconhecimento n ˜ao intrusivo de ati-vidades em intervalos de tempo pr ´oximos ao momento em que as rotinas est ˜ao sendo observadas ´e uma situac¸ ˜ao pouco encontrada na literatura da ´area (AMIRIBESHELI; BENMANSOUR; BOUCHACHIA, 2015).

Considerando isto, esta pesquisa tem como objetivo geral dotar o middleware EXEHDA de suporte para o Reconhecimento de Atividades. O esforc¸o de pesquisa ter ´a como acr ˆonimo EXEHDA-AR (EXEHDA-Activity Recognition).

Considerando o objetivo geral, identifica-se como objetivos espec´ıficos:

• organizar fundamentos te ´oricos sobre Reconhecimento de Atividades, caracteri-zando as t ´ecnicas relacionadas a ´area;

• sistematizar trabalhos relacionados ao Reconhecimento de Atividades, cons-truindo o estado da arte nesta frente pesquisa;

• conceber uma arquitetura denominada EXEHDA-AR, a ser integrada ao Sub-Sistema de Reconhecimento de Contexto e Adaptac¸ ˜ao do EXEHDA, que viabi-lize Reconhecimento de Atividades em janelas de tempos personaliz ´aveis por cen ´ario de uso;

• divulgar ante a comunidade cient´ıfica os resultados atingidos pela pesquisa atrav ´es de publicac¸ ˜oes em eventos e/ou peri ´odicos especializados da ´area. A concepc¸ ˜ao do EXEHDA-AR tamb ´em compreender ´a o estudo e a pesquisa de diversos conceitos relacionados a Ci ˆencia de Contexto na UbiComp, o qual ir ´a consi-derar no seu desenvolvimento os seguintes aspectos:

(i) garantir que o EXEHDA-AR tenha compatibilidade com os recursos de processa-mento sem ˆantico previstos no trabalho (DAVET et al., 2015);

(ii) oferecer para os usu ´arios um framework que facilite a associac¸ ˜ao de regras de infer ˆencia `as diferentes informac¸ ˜oes contextuais oriundas de sensores;

(iii) dar continuidade aos esforc¸os de dotar o EXEHDA de um padr ˜ao de mercado di-recionado a interoperabilidade. Este padr ˜ao seria utilizado tanto entre os servic¸os distribu´ıdos, como para comunicac¸ ˜ao com outros middleware;

(iv) atender as demandas operacionais do EXEHDA, enquanto middleware para Ubi-Comp.

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Assim sendo, esta dissertac¸ ˜ao promove o Reconhecimento de Atividades em Ca-sas Inteligentes, por meio de sensores n ˜ao intrusivos, e considerou a experi ˆencia do grupo de pesquisa LUPS na concepc¸ ˜ao abordagens para provimento de soluc¸ ˜oes vol-tadas `a Ci ˆencia de Contexto.

1.2

Estrutura do Texto

O texto ´e composto por seis(6) cap´ıtulos. No cap´ıtulo 1 s ˜ao apresentados o tema, motivac¸ ˜ao e objetivos que caracterizam a proposta desta dissertac¸ ˜ao de mestrado. T ´opicos referentes as ´areas de interesse como a Computac¸ ˜ao Ub´ıqua, Ci ˆencia de Contexto e Reconhecimento de Atividades s ˜ao revisados no Cap´ıtulo 2, bem como as principais vertentes e modelos.

Com o intuito de caracterizar o estado da arte, o Cap´ıtulo 3 descreve e analisa alguns trabalhos relacionados. Uma vis ˜ao geral e os principais aspectos quanto a concepc¸ ˜ao e modelagem do EXEHDA-AR, bem como uma discuss ˜ao dos trabalhos relacionados em relac¸ ˜ao as estrat ´egias concebidas s ˜ao apresentados no Cap´ıtulo 4. Um estudo de caso empregando uma Casa Inteligente ´e discutido no Cap´ıtulo 5. Por fim o Cap´ıtulo 6 apresenta as principais considerac¸ ˜oes, publicac¸ ˜oes realizadas e tra-balhos futuros.

(20)

Neste cap´ıtulo s ˜ao sistematizados conceitos entendidos como importantes du-rante a revis ˜ao de literatura em relac¸ ˜ao ao tema proposto, e que constituem a fundamentac¸ ˜ao te ´orica desta dissertac¸ ˜ao de mestrado. Na primeira sec¸ ˜ao ´e tratado o uso a Ci ˆencia de Contexto na UbiComp e os seus principais conceitos. Por sua vez, o Reconhecimento de Atividades ´e contemplado na segunda sec¸ ˜ao, sendo revi-sadas as principais t ´ecnicas empregadas: tanto aquelas que exploram aprendizagem de m ´aquina, como aquelas que utilizam t ´ecnicas baseadas em especificac¸ ˜ao, particu-larmente processamento sem ˆantico.

2.1

Ci ˆencia de Contexto na UbiComp

A Computac¸ ˜ao Ub´ıqua prop ˜oe uma interac¸ ˜ao entre o usu ´ario e os recursos computacionais de forma natural, a qual requer o m´ınimo de intervenc¸ ˜ao humana e acontece de forma aut ˆonoma, interativa e relevante. Este cen ´ario, possibilita que os usu ´arios realizem suas atividades livremente, sem que haja preocupac¸ ˜ao em dar suporte `a tecnologia, caracterizando o conceito de tecnologia calma (Calm Techno-logy) (KRUMM, 2016).

Um dos preceitos da UbiComp ´e que os dispositivos devem se adaptar ao cotidiano dos indiv´ıduos e em harmonia com outros objetos presentes. Considerando a escala de recursos desses ambientes, a premissa ´e automatizar a coleta de informac¸ ˜oes contextuais, reagindo a poss´ıvel ocorr ˆencia de situac¸ ˜oes. Nesse sentido, a Ci ˆencia de Contexto constitui um dos principais desafios de pesquisa na UbiComp (KRUMM, 2016).

Esse ambiente visualizado na cl ´assica publicac¸ ˜ao de (WEISER, 1991), assume que (i) ´e necess ´ario existir um ambiente computacional invis´ıvel e transparente, com m ´etodos intuitivos para que o usu ´ario possa interagir com a computac¸ ˜ao sem precisar de conhecimento especifico da ´area; (ii) o ambiente deve identificar quem est ´a inserido neste, e assim propor recursos para atend ˆe-lo de forma personalizada.

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et al., 2013), (YE; STEVENSON; DOBSON, 2015) entre outros, como possibilitador de novos horizontes de pesquisa para o Reconhecimento de Atividades, pela infraestru-tura computacional oferecida pela UbiComp que combina conjuntos heterog ˆeneos de dispositivos computacionais, como microcomputadores, smartphones e combinac¸ ˜oes de sensores e atuadores, que monitoram e disparam ac¸ ˜oes sobre um determinado ambiente.

Na perspectiva da UbiComp as atividades cotidianas vem gerando um crescente volume de dados contextuais. A utilizac¸ ˜ao deste grande volume pode propiciar o de-senvolvimento de novas aplicac¸ ˜oes que exploram a Ci ˆencia de Contexto para o Re-conhecimento de Atividades em ambiente ub´ıquos (AMIRIBESHELI; BENMANSOUR; BOUCHACHIA, 2015).

Nesse sentido, a revis ˜ao das t ´ecnicas de reconhecimento pode ser divida em duas principais vertentes: (i) Baseada em Aprendizagem de M ´aquina e (ii) Baseada na Modelagem L ´ogica e Racioc´ınio. Ambas as vertentes tem preocupac¸ ˜oes relacionadas ao tratamento do contexto.

2.1.1 Principais Conceitos

AComputac¸ ˜ao Ciente de Contexto refere-se a capacidade que um sistema com-putacional tem de perceber as caracter´ısticas do meio ambiente que sejam de seu interesse, podendo utiliz ´a-las para tomar decis ˜oes.

As aplicac¸ ˜oes Cientes de Contexto precisam monitorar e adaptar-se constante-mente ao ambiente, compreendendo o contexto que est ˜ao inseridas. Essas aplicac¸ ˜oes trazem uma nova perspectiva para o desenvolvimento de sistemas mais ricos, que ex-ploram a natureza din ˆamica das modernas infraestruturas computacionais e da mobi-lidade dos usu ´arios.

Uma definic¸ ˜ao cl ´assica para contexto ´e a de (DEY and ABOWD,2001), que defi-nem contexto como qualquer informac¸ ˜ao que caracteriza a situac¸ ˜ao de uma entidade, sendo que uma entidade pode ser uma pessoa, um lugar ou um objeto considerado relevante para interac¸ ˜ao entre usu ´ario e uma aplicac¸ ˜ao, incluindo o pr ´oprio usu ´ario e a aplicac¸ ˜ao.

Para (ZIMMERMANN; LORENZ; OPPERMANN, 2007), qualquer informac¸ ˜ao que descreve contexto de uma entidade se enquadra em uma das cinco categorias de informac¸ ˜oes de contexto a seguir:

• Individualidade: est ´a relacionada com as propriedades e atributos que descre-vem a pr ´opria entidade. Esta informac¸ ˜ao compreende qualquer coisa que pode ser observada sobre uma entidade, normalmente, o seu estado.

• Atividade: abrange todas as tarefas nas quais a entidade est ´a envolvida atu-almente ou estar ´a no futuro, e responde `a pergunta: ”O que a entidade quer

(22)

alcanc¸ar e como?”.

• Localizac¸ ˜ao: descreve modelos de localizac¸ ˜ao f´ısica ou virtual de uma entidade, bem como outras informac¸ ˜oes espaciais como velocidade e orientac¸ ˜ao.

• Tempo: engloba informac¸ ˜oes sobre o tempo como fuso hor ´ario, tempo atual ou qualquer tempo virtual. ´E considerado um aspecto vital para a classificac¸ ˜ao do contexto, pois a maioria das informac¸ ˜oes ´e relacionada com a dimens ˜ao tempo-ral.

• Relac¸ ˜oes: esta categoria de informac¸ ˜oes de contexto capta as relac¸ ˜oes que uma entidade pode estabelecer com outras entidades. Potencialmente, uma en-tidade pode estabelecer qualquer n ´umero de relac¸ ˜oes diferentes com a mesma entidade. Al ´em disso, as relac¸ ˜oes n ˜ao s ˜ao necessariamente est ´aticas, elas po-dem surgir e desaparecer dinamicamente.

Na vis ˜ao de (VIEIRA; TEDESCO; SALGADO, 2009) sobre a definic¸ ˜ao de contexto, ´e feita uma distinc¸ ˜ao entre dois conceitos: (i) o elemento contextual que representa qualquer dado, informac¸ ˜ao ou conhecimento que possibilite caracterizar uma entidade em um dom´ınio; e (ii) o contexto da interac¸ ˜ao entre um agente (humano ou de soft-ware) e uma aplicac¸ ˜ao, na realizac¸ ˜ao de uma atividade, que corresponde ao conjunto de elementos contextuais instanciados que s ˜ao necess ´arios para apoiar a atividade atual. O elemento contextual ´e um tipo de informac¸ ˜ao est ´avel que pode ser definido em tempo de projeto. O contexto ´e din ˆamico e depende da atividade atual do agente, devendo ser definido em tempo de execuc¸ ˜ao, em que ocorre a interac¸ ˜ao (VIEIRA; TEDESCO; SALGADO, 2009).

Para (XU et al., 2012) contexto ´e todo o conhecimento, mesmo que impl´ıcito, acerca de uma entidade em um dom´ınio, que possibilite particularizar uma situac¸ ˜ao. Esta que poder ´a influenciar ou ativar um comportamento, seja de um agente ou de uma aplicac¸ ˜ao, durante a interac¸ ˜ao entre o agente e a aplicac¸ ˜ao na execuc¸ ˜ao de uma atividade. Entende-se ”situac¸ ˜ao” como uma condic¸ ˜ao especial, interessante para uma aplicac¸ ˜ao, que merece resposta desta aplicac¸ ˜ao em tempo de execuc¸ ˜ao.

In ´umeros desafios s ˜ao apresentados por (VENECIAN et al., 2010), para as aplicac¸ ˜oes cientes de contexto. S ˜ao eles:

(i) a caracterizac¸ ˜ao dos elementos de contexto;

(ii) a aquisic¸ ˜ao do contexto a partir de fontes heterog ˆeneas, tais como sensores f´ısicos, base de dados, agentes e aplicac¸ ˜oes;

(iii) a representac¸ ˜ao de um modelo sem ˆantico formal de contexto;

(23)

(v) a disseminac¸ ˜ao do contexto a entidades interessadas de forma distribu´ıda e no momento oportuno;

(vi) o tratamento da qualidade da informac¸ ˜ao contextual.

2.1.1.1 Classificac¸ ˜oes de Informac¸ ˜oes Contextuais

O contexto em algumas situac¸ ˜oes pode ser relativamente est ´avel e previs´ıvel, mas na maioria dos casos a sua complexidade aumenta devido a dificuldade que o pro-jetista de aplicac¸ ˜oes cientes de contexto t ˆem de enumerar o conjunto de todos os estados contextuais que podem existir, bem como definir quais ac¸ ˜oes devem ser exe-cutadas para diferentes estados.

A literatura prop ˜oe algumas classificac¸ ˜oes para informac¸ ˜oes contextuais. Essas informac¸ ˜oes s ˜ao fornecidas por meio de sensores f´ısicos, chamados de contextos de baixos n´ıvel, as quais s ˜ao adquiridas sem qualquer interpretac¸ ˜ao adicional, tornando-as inexpressivtornando-as ou vulner ´aveis e pequentornando-as mudanc¸tornando-as podem gerar incerteztornando-as (YE et al., 2007).

O contexto de baixo n´ıvel possui limitac¸ ˜oes para modelar interac¸ ˜oes e comporta-mentos humanos, assim reduzindo as utilidades de aplicac¸ ˜oes sens´ıveis de contexto. O contexto de alto n´ıvel se mostra uma alternativa para contornar esse problema. O mesmo utiliza a derivac¸ ˜ao de informac¸ ˜ao a partir dos valores n ˜ao processados dos sensores, a qual ´e conhecida como racioc´ınio de contexto. Este racioc´ınio consiste na abstrac¸ ˜ao do contexto de baixo n´ıvel ao criar uma nova camada que recebe as percepc¸ ˜oes dos sensores. Essas percepc¸ ˜oes geram o que se chama de situac¸ ˜ao que pode ser definida como um conjunto de caracter´ısticas de contexto que s ˜ao invari ´aveis em um determinado intervalo de tempo (WEISSENBERG; GARTMANN; VOISARD, 2006).

As situac¸ ˜oes s ˜ao geradas pelas interpretac¸ ˜oes sem ˆanticas de baixo n´ıvel, quando a ocorr ˆencia de eventos causadores de mudanc¸as, geram a necessidade da adaptac¸ ˜ao dos sistemas sens´ıveis ao contexto aonde essas alterac¸ ˜oes de estado caracterizam em situac¸ ˜oes. Uma mudanc¸a do valor de contexto que produz um evento pode disparar adaptac¸ ˜ao se a atualizac¸ ˜ao do contexto gerar uma mudanc¸a de situac¸ ˜ao (YE; STEVENSON; DOBSON, 2015).

Pode-se representar as diferentes camadas de interpretac¸ ˜ao de contexto por meio de uma pir ˆamide como ilustra a Figura 1.

Com a interpretac¸ ˜ao do contexto torna-se poss´ıvel model ´a-lo de uma forma mais eficiente.

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Figura 1: Vis ˜ao geral das diferentes camadas de interpretac¸ ˜ao de contexto. Fonte: adaptada de (YE; STEVENSON; DOBSON, 2015).

2.1.2 Modelagem de Contexto

A definic¸ ˜ao do contexto possibilita a especificac¸ ˜ao do dom´ınio do problema que est ´a sendo tratado. Por ´em, definir contexto pode n ˜ao ser suficiente para viabilizar o processamento computacional dos dados contextuais. Assim, a modelagem do con-texto visa representar o mesmo em um formato que seja process ´avel por m ´aquina (PERERA et al., 2014).

A modelagem do contexto pode contemplar diversos aspectos que s ˜ao considera-dos no processo de construc¸ ˜ao de software, tais como: facilidade de desenvolvimento, manutenc¸ ˜ao e evoluc¸ ˜ao das aplicac¸ ˜oes, separac¸ ˜ao entre c ´odigo e modelo, reuso e compartilhamento.

Bettini aborda tr ˆes formas de modelar contexto: Baseada em Fatos, Espacial e Baseada em Ontologia (BETTINI et al., 2010).

2.1.2.1 Modelagem Baseada em Fatos

Abordagem de modelagem baseada em fatos foi inicialmente desenvolvida a partir da tentativa de criar modelos formais de contextos, a fim de suportar o processamento de consultas e racioc´ınio, assim como prover construc¸ ˜oes de modelagem adequadas para a sua utilizac¸ ˜ao em etapas da Engenharia de Software, como, an ´alise e pro-jeto (BETTINI et al., 2010).

Tais abordagens de modelagem possuem seus fundamentos baseados em t ´ecnicas de modelagem de banco de dados.

Uma das abordagens mais populares consiste na Context Modelling Language (CML), que foi definida primeiramente em (HENRICKSEN; INDULSKA; RAKOTO-NIRAINY, 2002) e, ent ˜ao, refinada em trabalhos posteriores (HENRICKSEN; IN-DULSKA, 2004) e (HENRICKSEN; ININ-DULSKA, 2006). Tal abordagem ´e baseada

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em Object-Role Modeling (ORM) (HALPIN, 2001), que foi desenvolvida para modela-gem conceitual de banco de dados.

A CML captura a heterogeneidade das fontes de informac¸ ˜oes de contexto, hist ´orico de informac¸ ˜oes contextuais e, ainda, prov ˆe um mapeamento claro dos conceitos do mundo real para estruturas de modelagem.

Al ´em disso, tal linguagem fornece um bom balanceamento entre capacidade de express ˜ao e efici ˆencia dos procedimentos de racioc´ınio. Entretanto, a modelagem baseada em fatos atrav ´es da CML apresenta uma falta de suporte a descric¸ ˜oes hier ´arquicas de contexto. A Figura 2 apresenta um exemplo de modelagem de con-texto utilizando-se CML.

Figura 2: Exemplo da modelagem CML. Fonte: (BETTINI et al., 2010).

2.1.2.2 Modelagem Espacial

Informac¸ ˜ao espacial desempenha um importante papel em aplicac¸ ˜oes sens´ıveis de contexto. Consequentemente, grande parte das definic¸ ˜oes de contexto citam o espac¸o como uma propriedade vital. Por exemplo, conforme (DEY, 2001), espac¸o consiste em

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um aspecto central das entidades: ”Uma entidade ´e uma pessoa, lugar ou objeto que ´e considerado relevante na interac¸ ˜ao entre um usu ´ario e uma aplicac¸ ˜ao, incluindo-se o usu ´ario e a aplicac¸ ˜ao”.

Desta forma, lugares s ˜ao entidades espaciais e, ainda, a interac¸ ˜ao entre entidades, geralmente, envolve uma determinada proximidade. Portanto, algumas abordagens de modelagem de contexto priorizam fatores espaciais e temporais.

Modelos espaciais permitem racioc´ınio e interpretac¸ ˜ao sobre a localizac¸ ˜ao e rela-cionamentos espaciais entre objetos. Tais relarela-cionamentos compreendem a inclus ˜ao de objetos em determinada ´area e a dist ˆancia entre objetos.

Conforme (BECKER; D ¨URR, 2005), existem tr ˆes classes de consultas t´ıpicas que podem ser realizadas sobre informac¸ ˜oes espaciais:

(i) posic¸ ˜ao: retorna a posic¸ ˜ao de um objeto;

(ii) alcance: retorna os objetos que est ˜ao localizados em uma determinada ´area de alcance;

(iii) vizinho mais pr ´oximo: retorna uma lista de um ou mais objetos que est ˜ao pr ´oximos `a posic¸ ˜ao de um objeto.

Grande parte dos modelos espaciais s ˜ao modelos baseados em fatos (sec¸ ˜ao 2.1.2.1) que organizam sua informac¸ ˜ao contextual atrav ´es da localizac¸ ˜ao f´ısica. Tal localizac¸ ˜ao pode ser pr ´e-definida (se as entidades s ˜ao est ´aticas), ou pode ser obtida a partir de sistemas de posicionamento que localizam objetos m ´oveis e reportam suas posic¸ ˜oes para um sistema de gerenciamento de localizac¸ ˜oes. Basicamente, duas categorias de sistemas de coordenadas s ˜ao suportadas por tais sistemas de posicio-namento:

• Coordenadas geom ´etricas: representam pontos ou ´areas em um espac¸o m ´etrico, como as coordenadas de Global Positioning System (GPS) (latitude, longitude e elevac¸ ˜ao acima do n´ıvel do mar). Ao utilizar func¸ ˜oes geom ´etricas, ´e poss´ıvel a execuc¸ ˜ao de consultas relacionadas a localizac¸ ˜ao de objetos, como, dist ˆancia entre objetos.

• Coordenadas simb ´olicas: s ˜ao representadas por um identificador, como, por exemplo, o n ´umero de uma sala ou ID de um access point. Em contraste com as coordenadas geom ´etricas, coordenadas simb ´olicas n ˜ao oferecem relac¸ ˜oes es-paciais. A fim de permitir interpretac¸ ˜ao espacial, como, dist ˆancia entre objetos, deve-se prover informac¸ ˜oes expl´ıcitas sobre as relac¸ ˜oes espaciais entre pares de coordenadas simb ´olicas.

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Modelos geom ´etricos e geogr ´aficos de localizac¸ ˜ao oferecem um mapeamento simples entre dados e posic¸ ˜oes, enquanto modelos simb ´olicos e relacionais de localizac¸ ˜ao s ˜ao mais f ´aceis para a construc¸ ˜ao e representac¸ ˜ao de uma percepc¸ ˜ao simples do espac¸o (atrav ´es de relacionamentos, como, parte-de e localizado-pr ´oximo). Tal escolha, determina como a informac¸ ˜ao contextual deve ser gerenciada (atrav ´es de um banco de dados espacial, por exemplo), quais os m ´etodos de racioc´ınio e interpretac¸ ˜ao s ˜ao disponibilizados, assim como as classes de consultas que po-dem ser utilizadas (BETTINI et al., 2010). Por ´em, deve-se priorizar, cuidadosamente, as informac¸ ˜oes espaciais relevantes, a fim de priorizar a efici ˆencia do processo de racioc´ınio e interpretac¸ ˜ao atrav ´es da reduc¸ ˜ao do tamanho da base de conheci-mento (NICKLAS et al., 2008).

2.1.2.3 Modelagem Baseada em Ontologia

Visto que contexto pode ser considerado um tipo espec´ıfico de conhecimento, ´e natural investigar se existe algum framework apropriado para representac¸ ˜ao de co-nhecimento e racioc´ınio para a manipulac¸ ˜ao de contexto (BETTINI et al., 2010).

O contraste entre a capacidade de express ˜ao e complexidade de racioc´ınio tem motivado grande parte das pesquisas em modelos simb ´olicos de representac¸ ˜ao do conhecimento (BAADER, 2003).

Segundo (BETTINI et al., 2010) as ontologias consistem, essencialmente, em descric¸ ˜oes de conceitos e seus relacionamentos, modelos contextuais baseados em ontologias exploram o poder de representac¸ ˜ao e racioc´ınio por diversos motivos:

(i) a expressividade de linguagens, como Web Ontology Language (OWL) (HOR-ROCKS; PATEL-SCHNEIDER; VAN HARMELEN, 2003), ´e utilizada para descre-ver dados contextuais complexos que n ˜ao podem ser representados, por exemplo, por linguagens mais simples como CC/PP (KLYNE, 2001);

(ii) possibilidade de compartilhar e/ou integrar informac¸ ˜oes contextuais entre diferen-tes fondiferen-tes, devido ao formalismo sem ˆantico fornecido aos dados contextuais; (iii) as ferramentas de racioc´ınio dispon´ıveis podem ser utilizadas, tanto para a

verificac¸ ˜ao de consist ˆencia de um conjunto de relacionamentos que descrevem um cen ´ario, quanto para reconhecer que um conjunto particular de inst ˆancias de dados contextuais e seus relacionamentos revelam a presenc¸a de uma caracterizac¸ ˜ao de contexto mais abstrata (por exemplo, a atividade do usu ´ario pode ser automaticamente reconhecida).

Tipicamente, o formalismo escolhido para modelagem contextual baseada em on-tologia ´e a OWL-DL (HORROCKS; PATEL-SCHNEIDER; VAN HARMELEN, 2003) ou

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algumas de suas variac¸ ˜oes, visto que essa est ´a se tornando um padr ˜ao entre di-versos dom´ınios de aplicac¸ ˜oes, al ´em de ser suportada por didi-versos servic¸os de ra-cioc´ınio (BETTINI et al., 2010).

Atrav ´es da OWL-DL ´e poss´ıvel a modelagem de um dom´ınio espec´ıfico ao definir classes, indiv´ıduos, caracter´ısticas de indiv´ıduos (datatype properties) e relac¸ ˜oes en-tre indiv´ıduos (object properties). Descric¸ ˜oes complexas de classes e propriedades podem ser constru´ıdas atrav ´es da composic¸ ˜ao de descric¸ ˜oes elementares utilizando-se os operadores fornecidos pela linguagem.

Al ´em do poder representativo de ontologias, uma vantagem adicional consiste no suporte a procedimentos de racioc´ınio. Desta forma, atrav ´es do conhecimento j ´a re-presentado, ´e poss´ıvel:

• Derivar novo conhecimento sobre o contexto atual automaticamente. O ra-cioc´ınio ontol ´ogico pode ser executado atrav ´es da infer ˆencia de nova informac¸ ˜ao contextual baseada nas classes e propriedades definidas, e nos objetos prove-nientes de sensores e outras fontes de contexto. Por exemplo, ´e poss´ıvel derivar o conjunto de objetos que s ˜ao relacionados a um determinado objeto atrav ´es de uma propriedade particular (tal como, o conjunto de atividades que ocorrem em um lugar espec´ıfico);

• Detectar poss´ıveis inconsist ˆencias presentes na informac¸ ˜ao contextual. Assim, a verificac¸ ˜ao autom ´atica de consist ˆencia pode ser executada a fim de capturar poss´ıveis inconsist ˆencias na definic¸ ˜ao de classes e propriedades da ontologia (por exemplo, uma classe sendo subclasse de duas classes disjuntas), ou na sua populac¸ ˜ao (por exemplo, uma pessoa estar presente em diferentes lugares simultaneamente).

Al ´em de prover um formalismo para representac¸ ˜ao de dados contextuais comple-xos, ontologias tamb ´em desempenham um importante papel no compartilhamento de conhecimento, visto que estas prov ˆem uma especificac¸ ˜ao formal da informac¸ ˜ao con-textual.

Tal caracter´ıstica ´e importante para ambientes m ´oveis e ub´ıquos, pois diferentes entidades heterog ˆeneas e distribu´ıdas interagem a fim de oferecer/trocar informac¸ ˜ao dos contextos dos usu ´arios. Consequentemente, diversas ontologias descritas em OWL t ˆem sido propostas para representar descric¸ ˜oes de dados contextuais.

Entre os esforc¸os mais destacados, pode-se citar as ontologias propostas para mo-delagem de contexto reconhecimento de atividades a PalSPOT (RIBONI et al., 2011), e DomoML (RATHNAYAKA; POTDAR; KURUPPU, 2011), proposta para modelagem em ambientes de Casa Inteligente.

(29)

2.1.2.4 Comparac¸ ˜oes entre Modelagem Baseada em Fatos, Espacial e Baseada em Ontologia

A fim de explicitar as diferenc¸as entre os tr ˆes modelos analisados para modelagem de contexto, foi criada uma tabela onde apresenta um comparativo entre os tr ˆes mo-delos citados anteriormente com base nos requisitos que ser ˜ao descritos de acordo com (BETTINI et al., 2010):

• Mobilidade: muitas aplicac¸ ˜oes sens´ıveis ao contexto s ˜ao m ´oveis (por exem-plo, executadas em dispositivos m ´oveis) ou dependem de fontes m ´oveis para o fornecimento de informac¸ ˜oes contextuais (por exemplo, sensores m ´oveis). Con-sequentemente, isso acrescenta problemas `a heterogeneidade, visto que o for-necimento de informac¸ ˜oes contextuais deve ser adapt ´avel `a mudanc¸a ambiental. Al ´em disso, a localizac¸ ˜ao e o car ´ater espacial das informac¸ ˜oes capturadas de-sempenham um importante papel devido a esse requisito;

• Relacionamentos e depend ˆencias: existem diversos tipos de relac¸ ˜oes entre informac¸ ˜oes de contextos que devem ser capturados, a fim de garantir o compor-tamento correto das aplicac¸ ˜oes. Um desses relacionamentos ´e a depend ˆencia que pode existir entre informac¸ ˜oes contextuais de entidades/fatos. Por exemplo, uma mudanc¸a no valor de uma propriedade (como, largura de banda) pode afetar os valores de outras propriedades (como, n´ıvel restante de bateria);

• Usabilidade de modelos formais: modelos contextuais s ˜ao criados por proje-tistas de aplicac¸ ˜oes sens´ıveis de contexto. Esses, tamb ´em, s ˜ao utilizados por sistemas de gerenciamento de contextos e aplicac¸ ˜oes sens´ıveis, a fim de mani-pular as informac¸ ˜oes contextuais. Consequentemente, as caracter´ısticas impor-tantes dos formalismos de modelagem s ˜ao: a facilidade com que os projetistas podem traduzir os conceitos do mundo real para as estruturas do modelo e a facilidade com que as aplicac¸ ˜oes conseguem utilizar e manipular as informac¸ ˜oes contextuais em tempo de execuc¸ ˜ao;

• Hist ´orico: aplicac¸ ˜oes sens´ıveis de contexto podem necessitar do acesso a esta-dos passaesta-dos e estaesta-dos futuros (progn ´ostico). Portanto, hist ´oricos de contextos e suas caracter´ısticas que devem ser capturadas pelos modelos de contexto e gerenciada pelo sistema de gerenciamento de contexto. Alguns trabalhos por exemplo, (PEDDEMORS; EERTINK; NIEMEGEERS, 2010), (UDEN, 2006), e (CASSENS; KOFOD-PETERSEN, 2006) buscam definir o papel do tempo em sistemas sens´ıveis de contexto. Em tais esforc¸os, nota-se que o hist ´orico ´e uma parte importante do contexto como um todo e n ˜ao apenas de um subconjunto deste, pois o comportamento de uma entidade reflete sua cultura e desenvol-vimento hist ´orico em circunst ˆancias espec´ıficas (MCMICHAEL, 1999). Sendo

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assim, a informac¸ ˜ao temporal ´e crucial para a interpretac¸ ˜ao do comportamento das entidades que integram o espac¸o ub´ıquo. Por outro lado, o gerenciamento de hist ´oricos de contextos ´e penoso, caso o n ´umero de atualizac¸ ˜oes seja muito alto. Assim, pode ser invi ´avel o armazenamento de cada valor para acesso fu-turo, e, ent ˜ao, t ´ecnicas de sumarizac¸ ˜ao, como, a utilizac¸ ˜ao de sinopses hist ´oricas dos dados, devem ser aplicadas.

• Heterogeneidade: modelos projetados para as informac¸ ˜oes coletadas devem lidar com uma grande variedade de fontes provedoras de informac¸ ˜oes que dife-rem em taxa de atualizac¸ ˜ao de dados e n´ıvel sem ˆantico. Ao mesmo tempo que alguns sensores podem observar determinadas situac¸ ˜oes do ambiente f´ısico e prover acesso r ´apido e em tempo real, outros sensores oferecem dados n ˜ao processados (como, coordenadas de um GPS ou imagens de uma c ˆamera), que necessitam ser interpretados antes de serem utilizados pelas aplicac¸ ˜oes. Por outro lado, informac¸ ˜oes fornecidas pelo usu ´ario como perfis de usu ´arios, s ˜ao atualizadas raramente e, geralmente, n ˜ao requisitam interpretac¸ ˜oes adicionais. Al ´em disso, informac¸ ˜oes contextuais podem ser derivadas de informac¸ ˜oes con-textuais j ´a existentes. Por exemplo, dados obtidos de banco de dados ou bibliote-cas digitais, como dados de mapas geogr ´aficos, s ˜ao frequentemente est ´aticos. O modelo de contexto deve ser capaz de expressar esses diferentes tipos de informac¸ ˜ao e o sistema de gerenciamento de contexto deve prover gerencia-mento `as informac¸ ˜oes dependendo do seu tipo;

• Racioc´ınio: aplicac¸ ˜oes sens´ıveis de contexto utilizam as informac¸ ˜oes para ava-liar se existe uma mudanc¸a na situac¸ ˜ao do contexto do usu ´ario e/ou ambiente computacional. A decis ˜ao de adaptac¸ ˜ao a alguma mudanc¸a, geralmente, requer capacidades de racioc´ınio. Portanto, ´e importante que t ´ecnicas de modelagem de contexto sejam capazes de suportar tanto verificac¸ ˜ao de consist ˆencia do mo-delo, quanto t ´ecnicas de racioc´ınio sobre o contexto. Estas podem ser utilizadas para derivar novos fatos/situac¸ ˜oes a partir de fatos/situac¸ ˜oes j ´a existentes, al ´em de avaliar abstrac¸ ˜oes de contextos de alto n´ıvel que modelam as situac¸ ˜oes do mundo real. Al ´em disso, as t ´ecnicas de racioc´ınio devem ser computacional-mente eficientes.

• Acesso eficiente: ao mesmo tempo que o acesso eficiente `as informac¸ ˜oes contextuais ´e necess ´ario, este pode ser um requisito dif´ıcil de implementar na presenc¸a de modelos grandes e numerosos dados. A fim de selecionar os ob-jetos relevantes, atributos que indicam o caminho para acesso adequado de-vem ser representados na modelagem contextual. Esses caminhos de acesso representam as dimens ˜oes em que as aplicac¸ ˜oes frequentemente selecionam

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as informac¸ ˜oes dos contextos, tipicamente suportadas por ´ındices. Essas di-mens ˜oes s ˜ao, geralmente, referenciadas aos contextos prim ´arios, em contraste aos contextos secund ´arios, que s ˜ao acessados utilizando-se o contexto prim ´ario. Comumente, os atributos de contextos prim ´arios utilizados s ˜ao a identificac¸ ˜ao de objetos de contextos, localizac¸ ˜ao, tipo de objeto, tempo ou atividade do usu ´ario. A Tabela 1 apresenta um comparativo entre os 3 tipos de modelagens citados levando em considerac¸ ˜ao os requisitos descritos acima a legenda de forma sim-ples aonde (Complemente) refere-se que aquela modelagem atende completamente aquele requisitos, (Parcial) que atende o requisito em parte e (N ˜ao Atende) n ˜ao con-segue atender a esse requisito.

Tabela 1: Comparac¸ ˜oes entre os tr ˆes tipos de modelagem. Fonte: (BETTINI et al., 2010).

Requisitos Modelagem Baseada em Fatos

Modelagem Espacial Modelagem Baseada em Ontologia

Mobilidade Parcial Completamente Parcial

Relacionamentos Parcial Parcial Completamente

Usabilidade Completamente Parcial Parcial

Hist ´orico Completamente Completamente Completamente Heterogeneidade Completamente Parcial Completamente

Racioc´ınio Parcial N ˜ao Atende Completamente

Efici ˆencia Parcial Completamente Completamente

A modelagem baseada em ontologia foi escolhida para este trabalho, por per-mitir uso de raciocinadores para inferir sobre as informac¸ ˜oes contextuais coletadas, pelo emprego de regras e consultas sem ˆanticas. Considerando a premissa de envol-ver o m´ınimo poss´ıvel o usu ´ario, uma abordagem baseada em especificac¸ ˜ao cujas as regras para infer ˆencia s ˜ao constru´ıdas a partir da expertise do desenvolvedor se mostram oportunas justificando assim a adoc¸ ˜ao de processamento sem ˆantico nessa dissertac¸ ˜ao.

2.2

Reconhecimento de Atividades

O ser humano realiza dezenas de atividades por dia, como tomar banho, assistir televis ˜ao, cozinhar, dormir, etc. Devido ao avanc¸o das tecnologias de sensoriamento, o reconhecimento das atividades humanas baseado em dados provenientes de sen-sores tem, recentemente, motivado diversas pesquisas por parte da comunidade de Computac¸ ˜ao Ub´ıqua (GU et al., 2009). Tipicamente, esses sensores podem estar pre-sentes em objetos carregados pelo usu ´ario ou, ent ˜ao, incorporados ao ambiente em que ele integra (ATALLAH; YANG, 2009).

(32)

O conhecimento e o controle das atividades ajudam a resolver problemas de v ´arios dom´ınios do dia a dia, por exemplo, monitoramento de pessoas idosas (OSMANI; BALASUBRAMANIAM; BOTVICH, 2008), dom ´otica (SINGLA; COOK; SCHMITTER-EDGECOMBE, 2010), economia de energia (LAI et al., 2012) entre outras. Portanto, com a evoluc¸ ˜ao dos Ambientes Inteligentes e a possibilidade de aplicac¸ ˜ao de t ´ecnicas de intelig ˆencia artificial, permitem que tais atividades sejam reconhecidas automatica-mente.

O objetivo do Reconhecimento de Atividades reside, portanto, em reconhecer ati-vidades humanas comuns em situac¸ ˜oes reais, interpretadas a partir dos dados cole-tados por sensores.

O Reconhecimento de Atividades humanas ´e abordado de diferentes for-mas. (MUNGUIA TAPIA, 2003) afirma que alguns trabalhos fazem an ´alises complexas de sinais de sensores, por exemplo, sensor de presenc¸a, v´ıdeos de c ˆameras e ´audios de microfones e outros trabalhos utilizam Radio-Frequency IDentification (RFID) para reconhecer atividades. O Reconhecimento de Atividades por meio de sensores ainda ´e um desafio, pois a extrac¸ ˜ao de caracter´ısticas dos sinais e o reconhecimento de padr ˜oes por meio de algoritmos de aprendizagem de m ´aquina, ainda ´e uma tarefa complexa devido `a diversidade de cen ´arios.

Especificamente, o processo de Reconhecimento de Atividades imp ˜oe alguns de-safios relativos `a interpretac¸ ˜ao devido `a natureza das atividades humanas, que podem se apresentar de forma sequencial, intervalada e concorrente (GU et al., 2009).

Existem diversos modelos empregados para o Reconhecimento de Atividades, de acordo com (KIM; HELAL; COOK, 2010) podem ser divididos em duas vertentes: mo-delos baseados em Aprendizagem de M ´aquina e momo-delos baseados em Modelagem L ´ogica.

2.3

M ´etodos Baseados em Aprendizagem

A ideia por tr ´as da utilizac¸ ˜ao do conceito de aprendizagem n ˜ao ´e apenas para saber como atuar, mas tamb ´em tem como intuito aumentar a habilidade do agente para atuar no futuro. A aprendizagem ocorre atrav ´es de como o agente observa as suas interac¸ ˜oes com o mundo e os seus pr ´oprios processos de decis ˜ao.

A aprendizagem indutiva ´e uma classe de algoritmos para aprendizagem supervi-sionada determin´ıstica baseada em conjuntos de hip ´oteses aprendidas com recurso a exemplos de treino. Este tipo de algoritmos fornece uma hip ´otese que ´e uma boa aproximac¸ ˜ao da predic¸ ˜ao correta e que responde bem quando s ˜ao problemas genera-lizados, mas isto levanta o problema da induc¸ ˜ao.

Dentre os algoritmos de aprendizagem supervisionada os mais utilizados no estado da arte para o Reconhecimento de Atividades: Hidden Markov Model (HMM), Network

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Bayesian (NB) e Conditional Random Field (CRF) (AMIRIBESHELI; BENMANSOUR; BOUCHACHIA, 2015).

2.4

Ontologia para Reconhecimento de Atividades

A segunda vertente de algoritmos de Reconhecimento de Atividades ´e baseada em modelagem l ´ogica e racioc´ınio. A l ´ogica destas abordagens ´e explorar a representac¸ ˜ao do conhecimento para a modelagem de dados de atividade e de sensores e usar o racioc´ınio l ´ogico para realizar o reconhecimento da atividade.

O procedimento geral de uma abordagem l ´ogica inclui (i)usar um formalismo l ´ogico para definir e descrever explicitamente uma biblioteca de modelos de atividade para todas as atividades poss´ıveis em um dom´ınio, (ii) agregar e transformar dados de sen-sores em termos e f ´ormulas l ´ogicas, e (iii) executar o racioc´ınio l ´ogico, por exemplo, deduc¸ ˜ao, abduc¸ ˜ao e subjunc¸ ˜ao, para extrair um conjunto m´ınimo de modelos de co-bertura de interpretac¸ ˜ao a partir da biblioteca de modelo de atividade com base em um conjunto de ac¸ ˜oes observadas, o que poderia explicar as observac¸ ˜oes.

Existe uma s ´erie de m ´etodos de modelagem l ´ogica e algoritmos de racioc´ınio em termos de teorias l ´ogicas e formalismos de representac¸ ˜ao. Por exemplo, Kauz (Kautz, 1991) adotou axiomas de primeira ordem para construir uma biblioteca de pla-nos hier ´arquicos para o reconhecimento do plano. Wobke (Wobke, 2002) estendeu o trabalho de Kauz usando a teoria da situac¸ ˜ao para abordar as diferentes probabi-lidades de planos inferidos. Bouchard (Bouchard, 2006) usou a ac¸ ˜ao de Descric¸ ˜ao L ´ogica (DL) e teoria de ret´ıculo para reconhecimento de planos com ˆenfase particular na modelagem e racioc´ınio de planos intra-depend ˆencias.

A teoria de evento e formalismo l ´ogico, ´e explorada por (CHEN; NUGENT, 2009), para especificac¸ ˜ao expl´ıcita, manipulac¸ ˜ao e racioc´ınio de eventos, para formalizar um dom´ınio de atividade no reconhecimento de atividade e assist ˆencia utilizando ontolo-gias.

A ontologia de reconhecimento de atividade (RIBONI; BETTINI, 2011) do projeto PalSPOT modela atividades individuais e sociais. Os tipos de interac¸ ˜ao s ˜ao modela-dos como reconhecimento, pedindo opini ˜ao, coment ´ario, opini ˜ao negativa / positiva, proposta ou pedido de informac¸ ˜ao.

A granularidade de atividade ´e ligeiramente mostrada (basicamente, apenas um n´ıvel de atividade); entretanto, uma extensa taxonomia est ´a dispon´ıvel para atividades pessoais, f´ısicas e profissionais, atividades de viagem, posturas e atividades usando diferentes tipos de dispositivos ou artefatos. Uma representac¸ ˜ao baseada em inter-valos de atividades modela a sobreposic¸ ˜ao destes no tempo. Outras entidades s ˜ao corredor interno, elevador calc¸ada e rotas de comunicac¸ ˜ao. Locais simb ´olicos (interno, externo) e granularidade de tempo s ˜ao fornecidos.

(34)

A ontologia PalSPOT ´e usada no middleware de agregac¸ ˜ao de contexto CARE (AGOSTINI; BETTINI; RIBONI, 2009), que mapeia dados de contexto para clas-ses ontol ´ogicas e propriedades, e interage com o sistema COSAR (RIBONI; BETTINI, 2011), que recupera informac¸ ˜oes sobre atividades usando apenas racionalistas on-tol ´ogicos / estat´ısticos h´ıbridos.

Figura 3: Vis ˜ao geral PalSPOT. Fonte: (RIBONI; BETTINI, 2011).

A CONtext ONtology (CONON) (WANG et al., 2004) define conceitos gerais em uma ontologia superior, como localizac¸ ˜ao (interna, externa, com diferentes carac-ter´ısticas e vari ´aveis ambientais, condic¸ ˜oes clim ´aticas), atividade, pessoa ou entidade computacional, TV, DVD player ). CONON permite extens ˜oes de forma hier ´arquica adicionando conceitos espec´ıficos de dom´ınio, onde diferentes ambientes inteligentes s ˜ao modelados (casa, escrit ´orio, ve´ıculo, etc).

Atividades (com in´ıcio e hora de fim) s ˜ao divididos em atividades deduzidas (jantar, filme) e programadas (festa, anivers ´ario). O estado de entidades de espac¸os interio-res, por exemplo, cortina, porta, janela, tamb ´em ´e representado. Algumas ontologias espec´ıficas de dom´ınio s ˜ao o dom´ınio dom ´estico (por exemplo, dormir, tomar banho, cozinhar, assistir TV, jantar) e ontologias de dom´ınio de escrit ´orio. As categorias de racioc´ınio empregadas s ˜ao racioc´ınio ontol ´ogico DL e racioc´ınio definido pelo usu ´ario usando l ´ogica de primeira ordem (atrav ´es de regras customizadas).

(35)

Figura 4: Vis ˜ao geral CONON. Fonte: (WANG et al., 2004).

A Pervasive Information Visualization Ontology (PiVOn) ´e um modelo de contexto formal composto por quatro ontologias independentes (usu ´arios, ambiente, disposi-tivos e servic¸os) que descrevem ambientes inteligentes. Algumas propriedades dos elementos principais na ontologia do usu ´ario s ˜ao localizac¸ ˜ao, identidade, atividade e tempo (HERV ´AS; BRAVO; FONTECHA, 2010).

O contexto ´e analisado a partir da perspectiva da teoria doscinco (5) Ws para proje-tar sistemas sens´ıveis de contexto. O resultado pode ser resumido em uma taxonomia bidimensional de elementos de contexto: a primeira definida pelas quatro categorias principais do contexto (usu ´ario, ambiente, dispositivo e servic¸o) e a segunda, pelos cinco (5) Ws.

Os eventos na ontologia t ˆem lembretes, e fazem parte de uma agenda de usu ´arios. Eles envolvem contatos (FOAF) do usu ´ario, que podem estar em situac¸ ˜oes de usu ´ario, e possivelmente acompanhados por algum outro usu ´ario(s). Os usu ´arios realizam tarefas (que podem ter subtarefas) que t ˆem um objetivo e usam alguns servic¸os.

As tarefas t ˆem tipos, pap ´eis, n´ıveis de signific ˆancia, progresso, quest ˜oes de tempo e espac¸o e n´ıveis de atenc¸ ˜ao. Situac¸ ˜oes de usu ´ario tamb ´em desempenham um papel e pertencem `a disponibilidade do usu ´ario, um estado de esp´ırito ou uma tarefa.

A ontologia do dispositivo determina os tipos de dispositivos (aut ˆonomo, de-pendente, sensor, atuador), os servic¸os fornecidos por um dispositivo, o propriet ´ario

(36)

do dispositivo, status, localizac¸ ˜ao, seu hardware e perfis de software, hardware de comunicac¸ ˜ao, seu uso e compatibilidades, etc. A ontologia de ambiente representa a co-localizac¸ ˜ao de objetos pr ´oximos (inFrontOf, on, under, behind), includedIn, associ-ado a outros.

Os espac¸os s ˜ao modelados com a ´area em que s ˜ao localizados (pr ´edio, piso), sua finalidade, estrutura e capacidade. A ontologia de servic¸o inclui uma visualizac¸ ˜ao associada para cada servic¸o (exibido por dispositivos) que t ˆem conte ´udo. O conte ´udo t ˆem uma forma visual e ´e transformado em dados. A forma visual tem diferentes tipos de par ˆametros de escalabilidade (filtragem, paginac¸ ˜ao, complexidade, lat ˆencia).

A Ontology Situation (OntSit) ´e dividida em camadas de Situac¸ ˜ao e Contexto. A situac¸ ˜ao ´e definida como um conjunto de contextos na aplicac¸ ˜ao durante um per´ıodo de tempo que afeta o comportamento futuro do sistema. Um contexto ´e qualquer pro-priedade instant ˆanea, detect ´avel e relevante do ambiente, sistema ou usu ´arios, como localizac¸ ˜ao ou largura de banda dispon´ıvel (YAU; LIU, 2006).

A ontologia considera as situac¸ ˜oes at ˆomicas e compostas. Compostas s ˜ao situac¸ ˜oes temporais, de conjunc¸ ˜ao, de disjunc¸ ˜ao e de negac¸ ˜ao. As situac¸ ˜oes compos-tas podem ser integradas por situac¸ ˜oes at ˆomicas atrav ´es de operadores de contexto booleano que atuam sobre dom´ınios de valores de contexto.

Em relac¸ ˜ao ao contexto, a ontologia de Situac¸ ˜ao ´e classificada em contexto de dis-positivo, usu ´ario e ambiente. Uma entidade pode satisfazer uma situac¸ ˜ao tendo dados de contexto relacionados a um determinado valor, por exemplo, valor de flutuac¸ ˜ao de temperatura, dentro de um dom´ınio de contexto (de mem ´oria dispon´ıvel).

Os dom´ınios de valor de contexto s ˜ao fornecidos com operac¸ ˜oes de dados. Um exemplo de um cen ´ario de confer ˆencia inteligente pode especificar a situac¸ ˜ao Re-adyForMeeting como a conjunc¸ ˜ao de duas situac¸ ˜oes at ˆomicas: InConferenceRoom e LightOn, onde o valor do contexto de localizac¸ ˜ao da situac¸ ˜ao InConferenceRoom ´e o mesmo que crLocation e a situac¸ ˜ao do LightOn ´e representada como ”o valor lightContext ´e verdade”.

2.5

Considerac¸ ˜

oes sobre o Cap´ıtulo

Este cap´ıtulo apresentou os esforc¸os realizados na revis ˜ao de literatura resumindo aspectos importantes que contribu´ıram para o desenvolvimento desta dissertac¸ ˜ao de mestrado.

Foram abordados conceitos de Ci ˆencia de Contexto na UbiComp, a classificac¸ ˜ao e modelagem de contexto, como tamb ´em a caracterizac¸ ˜ao do Reconhecimento de Atividades, suas principais vertentes de pesquisa e as t ´ecnicas mais utilizadas para o Reconhecimento de Atividades.

(37)

para o Reconhecimento de Atividades, o pr ´oximo cap´ıtulo ir ´a discorrer sobre trabalhos que exploram este tipo de t ´ecnica.

(38)

Tendo como base as premissas que motivaram o desenvolvimento da pesquisa nesta dissertac¸ ˜ao, foram identificados quando da revis ˜ao de literatura diversos traba-lhos relacionados na ´area de Reconhecimento de Atividades. Os trabatraba-lhos foram se-lecionados tendo em vista os seguintes aspectos: (i) ambiente indoor de uma Casa In-teligente, (ii) o tratamento das informac¸ ˜oes contextuais e (iii) Reconhecimento de Ativi-dades utilizando processamento sem ˆantico. Este cap´ıtulo al ´em de realizar a descric¸ ˜ao dos trabalhos relacionados, ao final, apresenta uma comparac¸ ˜ao entre os mesmos.

3.1

A Context-Aware System Infrastructure for Monitoring

Nesse trabalho, os autores propuseram uma arquitetura com tr ˆes camadas de contexto para monitorar e reconhecer atividades da vida di ´aria em uma Casa Inteli-gente. Essa arquitetura prev ˆe a inclus ˜ao de funcionalidades que v ˜ao desde a coleta de dados de baixo n´ıvel at ´e a extrac¸ ˜ao de conhecimento de contexto de alto n´ıvel (NI; GARC´IA HERNANDO; CRUZ, 2016).

A seguir est ˜ao descritas as tr ˆes camadas previstas na arquitetura proposta:

• Camada Sens´ıvel ao Contexto: ´e a camada onde o contexto ´e coletado atrav ´es de sensores heterog ˆeneos e dispositivos embutidos no ambiente dom ´estico in-teligente ou usados pelo usu ´ario, como hardware f´ısico (por exemplo, sensores de luz, temperatura, aceler ˆometros e interruptores de portas) e componentes de rede. Esta camada ´e respons ´avel pela obtenc¸ ˜ao de informac¸ ˜oes de contexto n ˜ao processadas de v ´arias fontes.

• Camada de Gerenciamento de Contexto: nesta camada os dados capturados provenientes da Camada Sens´ıvel ao Contexto s ˜ao pr ´e-processados, interpreta-dos pelo modelo ontol ´ogico de contexto e inferiinterpreta-dos pelo raciocinador de contexto. • Camada de Aplicac¸ ˜ao: o objetivo central desta camada ´e servir como inter-face para que os usu ´arios acessem as informac¸ ˜oes de contexto fornecidas pela camada de gerenciamento.

(39)

De maneira mais espec´ıfica, a camada de gerenciamento de contexto funciona com informac¸ ˜oes oriundas da camada sens´ıvel ao contexto, para assim fornecer abstrac¸ ˜ao dos dados para manipulac¸ ˜ao de contexto de n´ıvel mais alto.

Esta camada ´e organizada em tr ˆes componentes: (1) o componente de pr ´e-processamento de dados, o qual processa informac¸ ˜oes coletadas a partir da camada de detecc¸ ˜ao para construir uma base de conhecimento; (2) o modelo de ontologia de contexto abstrai dados relacionados a Activity Daily Live (ADL) de fontes heterog ˆeneas e os converte em representac¸ ˜oes formalizadas para facilitar a interoperabilidade e reutilizac¸ ˜ao e; (3) o raciocinador de contexto fornece servic¸os de racioc´ınio l ´ogico (por exemplo, derivando contextos de alto a baixo n´ıvel) para processamento de contextos relacionados a ADL atrav ´es do mecanismo de racioc´ınio.

A Figura 5 representa como as tr ˆes camadas se relacionam:

Figura 5: Representac¸ ˜ao das tr ˆes camadas. Fonte: (NI; GARC´IA HERNANDO; CRUZ, 2016).

Os resultados obtidos neste trabalho, utilizando a plataforma de pesquisa Lab of Things (LoT) (DIXON et al., 2012), desenvolvida pela Microsoft, resultou no gerencia-mento de recursos de hardware de uma Casa Inteligente e nos testes de coletas dos dados de sensores de presenc¸a, para posteriormente aplicar no modelo ontol ´ogico o Reconhecimento de Atividades di ´arias.

A ontologia desenvolvida para modelar o contexto em que as atividades ocorrem foi implementada utilizando o modelo Simple Model Event (SME) com o objetivo de re-presentar as atividades b ´asicas e usou como base a ontologia DOLCE + Dns Ultralite (DUL), para representar o dom´ınio (Casa Inteligente).

(40)

Figura 6: Vis ˜ao das classes, relacionamentos e propriedade de dados da ontologia. Fonte: (NI; GARC´IA HERNANDO; CRUZ, 2016).

3.2

AAL Domain Ontology for Event-based Human Activity

Re-cognition

Este trabalho prop ˜oe um framework baseado em ontologias que visa efetuar con-sultas sem ˆanticas num reposit ´orio de dados contextuais, com o objetivo de prover Re-conhecimento de Atividades, cujos registros s ˜ao oriundos de uma rede de sensores de fontes heterog ˆeneas (CULMONE et al., 2014).

A arquitetura da estrutura proposta ´e ilustrada na Figura 7. Em primeiro lugar, os dados dispon´ıveis em um banco de dados MySQL s ˜ao mapeados na OntoAALISA-BETH, uma ontologia de dom´ınio para o projeto Ambient-Aware LIfeStyle tutor, Aiming BETter Health (AALISABETH). Na continuidade ´e buscada uma correspond ˆencia en-tre os elementos do banco de dados e os da ontologia. Esses dados s ˜ao reorga-nizados de acordo com seu significado, onde a ontologia desempenha um papel de pr ´e-processamento.

A ontologia empregada chama-se OnoAALISABETH, e o principal elemento repre-sentado define a sem ˆantica do dom´ınio considerado e ´e utilizada como uma base de conhecimento compartilhada para todos os componentes relacionados. Esta

(41)

ontolo-Figura 7: Vis ˜ao geral do framework. Fonte: (CULMONE et al., 2014).

gia mostra diferentes camadas de abstrac¸ ˜ao que, em conjunto, formam uma estrutura tipo pir ˆamide (vide figura 8).

Figura 8: Piramide das ontologias utilizadas. Fonte: (CULMONE et al., 2014).

A seguir est ˜ao descritas as quatro ontologias empregadas na arquitetura:

• AAL Ontology: E uma ontologia de dom´ınio superior, onde conceitos ge-´ rais de contexto AAL s ˜ao formalizados o mais gen ´erico poss´ıvel, transportando informac¸ ˜oes est ´aticas.

• AAL-Building Specific Ontology: Esta ontologia espec´ıfica de construc¸ ˜ao Ambient Assisted Living (AAL), formaliza os diversos compo-nentes do ambiente dom ´estico como a estrutura real do ambiente e disposic¸ ˜ao das salas, as informac¸ ˜oes pessoais sobre quem mora na casa, quais sensores s ˜ao instalados na rede e como eles se comunicam.

• Data Ontology: A caracter´ıstica din ˆamica da ontologia comec¸a nesta camada. Aqui, as classes anteriores s ˜ao preenchidas com os indiv´ıduos correspondentes aos registros coletados no Data Base (DB). Esse procedimento ´e permitido por um mapeamento de banco de dados para ontologia. Em geral, esse mapea-mento gera a ontologia automaticamente a partir de um DB inteiro atrav ´es de um sistema de acesso a dados baseado em ontologias (OBDA), onde a estrutura do DB ´e importada para criar os componentes de ontologia relacionados.

• View Ontology: Nesta etapa um conjunto de regras internas, s ˜ao introduzidas para adquirir novos conhecimentos estabelecendo novas conex ˜oes de proprie-dade de objeto entre entiproprie-dades n ˜ao relacionadas. Esta etapa de revis ˜ao ´e a base

(42)

do processo de pr ´e-processamento, onde o racioc´ınio desempenha o papel prin-cipal que consiste em criar uma vis ˜ao alternativa do conhecimento.

A implementac¸ ˜ao do framework pode ser dividida em duas partes: a primeira, foi com relac¸ ˜ao ao mapeamento e descric¸ ˜ao dos dados para as ontologias, testada no Prot ´eg ´e, utilizando o Pellet Reasoner ; a segunda, utilizou a ferramenta Esper para processamento de Complex Event Processing (CEP), por diversas raz ˜oes, entre elas, o fato do Esper possuir uma biblioteca Java de c ´odigo aberto para CEP, ser utili-zada em diferentes aplicac¸ ˜oes de fluxo de dados e CEP e, por ´ultimo, a presenc¸a de adaptadores que permitem ao usu ´ario fornecer diferentes formatos de entrada para a representac¸ ˜ao de eventos.

O caso de estudo simulado para testar essa abordagem, busca reconhecer a ativi-dade de preparac¸ ˜ao do caf ´e da manh ˜a, onde s ˜ao identificadas como ac¸ ˜oes at ˆomicas, levantar-se das 5:00 `as 11:00; ir `a cozinha dentro de uma hora, depois se levantar; pegar utens´ılios de cozinha e abrir o refrigerador.

Neste estudo de caso s ˜ao descritos os sensores envolvidos com a atividade, como o de presenc¸a na cama e na cozinha e o de abertura de porta. Esses sen-sores com seus timestamps relacionados s ˜ao armazenados em um banco de dados MySQL, sendo mapeados para a ontologia OntoAALISABETH, antes do processa-mento sem ˆantico.

3.3

Activity Recognition using Context-Aware Infrastructure

On-tology in Smart Home Domain

Wongpatikaseree e colaboradores (2012), prop ˜oem no seu trabalho de pes-quisa uma infra-estrutura baseada em ontologias para reconhecimentos de ativida-des de uma Casa Inteligente, denominando-o Ontology Based Activity Recognition (OBAR) (WONGPATIKASEREE et al., 2012).

Entre as contribuic¸ ˜oes deste trabalho, destacam-se: (1) o projeto de uma ontologia de infraestrutura de contexto para modelar o contexto do usu ´ario na Casa Inteligente; (2) prop ˜oe conceitos para distinguir as atividades por meio de conceitos baseados em objetos, localizac¸ ˜ao e postura do corpo humano; e (3) um sistema de Reconhe-cimento de Atividades baseado em ontologias (OBAR) para reconhecer a atividade e pesquisar a informac¸ ˜ao sem ˆantica no sistema, chamada sistema de busca de ontolo-gia sem ˆantica (SOS).

A arquitetura do sistema OBAR ´e ilustrada na Figura 9.

Com a coleta de todos os dados de observac¸ ˜ao dos sensores, o contexto do usu ´ario ´e armazenado em um banco de dados relacional. Com base nesse contexto, a ontologia de infraestrutura sens´ıvel ao contexto ´e projetada pela aplicac¸ ˜ao Hozo,

Referências

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