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USO DO MÉTODO PILATES NA FASE AMBULATORIAL DO PROCESSO DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

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INTRODUÇÃO

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são as principais causas de morte no mundo e caracterizam-se como um problema de saúde pública. Em 2008, as DCNTs corresponderam a 63% dos óbitos, sendo a maioria deles atribuíveis às doenças do aparelho circulatório, ao câncer, ao diabetes e às doenças respiratórias crônicas.1

No Brasil, as doenças do aparelho circulatório ocupam a liderança das causas de óbito e internação. Em 2009, após correções para causas mal definidas e sub-registro, tais doenças responderam por 72,4% do total de óbitos. As maiores causas de internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil, entre homens e mulheres com 60 anos ou mais, é a insuficiência cardíaca (IC) seguida de doenças do aparelho respiratório e outras doenças

cardiovasculares (DCVs).3

O Ministério da Saúde (MS) implantou um plano de ações

■ diferenças sociais; ■ tabagismo; ■ sedentarismo; ■ obesidade; ■ má alimentação;

■ consumo excessivo de álcool.

Além disso, esses programas visam à melhora da rede de atenção às DCNTs em todos os seus níveis, assim como uma melhora dos dados epidemiológicos acerca dessas doenças, para que se tenha um melhor acompanhamento da progressão da morbidade e da mortalidade.

RODRIGO DELLA MÉA PLENTZ

MANOELA HEINRICHS DOS REIS

LEONARDO FRATTI NEVES

USO DO MÉTODO PILATES NA FASE

AMBULATORIAL DO PROCESSO DE

REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

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PROFISIO

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FISIOTERAPIA CARDIOV ASCULAR E RESPIRA TÓRIA

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A reabilitação cardiovascular (RCV) caracteriza-se como a soma das atividades necessárias para influenciar favoravelmente a causa subjacente da doença, bem como as melhores condições físicas, mental e social possíveis, de modo que o paciente possa, por seu próprio esforço, preservar ou retomar quando perdido, tão normal quanto possível, um lugar na comunidade.4

O declínio da mortalidade por DCV, visto em muitos países desenvolvidos nas últimas duas décadas, tem sido atribuído não apenas à redução da incidência da doença, mas também à maior taxa de sobrevivência após o evento, devido à combinação de intervenções de prevenção e

tratamento.5

No que compete à RCV, é sabido que esta promove uma série de modificações benéficas nos fatores de risco e redução tanto na morbidade quanto na mortalidade, com excelente relação

custo-efetividade para tratamento de pacientes com DCV. Além disso, evidenciam-se, ainda, modificações clínicas favoráveis em relação:

■ ao perfil lipoproteico plasmático; ■ à pressão arterial sistêmica; e ■ à tolerância ao esforço físico.

Essas modificações clínicas favoráveis ocorrem sem relação com a modificação da terapia

medicamentosa, mais uma vez reforçando a importância da RCV para o manejo do paciente.

A RCV é oferecida para os indivíduos após eventos cardíacos visando à recuperação e a prevenção de DCV futuras, sendo indicada para pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, angina crônica estável, insuficiência cardíaca crônica, entre outros. Adicionalmente, é indicada para pacientes que foram submetidos aos procedimentos de revascularização miocárdica cirúrgica ou hemodinâmica, cirurgias de troca ou reparação valvar e transplante cardíaco.

Sendo assim, a RCV faz parte do esquema de tratamento do paciente, sendo dividida didaticamente em quatro fases. Os programas incluem, principalmente, sessões de treinamento físico,

intervenções educacionais, tais como mudanças de comportamento e estratégias para combater

os fatores de risco, e cuidados psicológicos. Estratégias de manejo não farmacológico representam uma importante contribuição aos pacientes, resultando em um impacto positivo na estabilidade do paciente, qualidade de vida, capacidade funcional e mortalidade. O tratamento não farmacológico do paciente inclui:

■ dieta e nutrição; ■ vacinação adequada; ■ controle dos fatores de risco; ■ abstinência total de drogas ilícitas; e ■ exercício físico.

O treinamento físico supervisionado por fisioterapeuta é uma das intervenções de um programa de RCV e é capaz de promover a recuperação e a preservação da funcionalidade e ainda contribuir para a redução da mortalidade em pacientes cardiopatas.11 USO DO MÉT ODO PILA TES NA FASE AMBULA TORIAL DO PROCESSO DE REABILIT AÇÃO CARDIOV ASCULAR

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O exercício é considerado a principal intervenção não farmacológica no processo de RCV e motivo de sucesso terapêutico para pacientes com DCV. Além disso, é seguro, não aumenta a mortalidade, melhora a qualidade de vida, o desempenho funcional, a tolerância ao exercício, os sintomas, o perfil lipídico e diminui as taxas de hospitalização, de estresse e do consumo de cigarros.

O método Pilates vem sendo estudado como uma opção de treinamento físico tanto em indivíduos saudáveis como naqueles acometidos por diferentes condições patológicas. O método foi criado por Joseph Pilates, aliando movimentos de ginástica, dança, artes marciais e yoga com noções filosóficas.19

A maior popularidade do método Pilates nos processos de reabilitação ocorreu após 70 anos da sua criação. Na década de 90 o método já estava sendo utilizado em diversas áreas da reabilitação, incluindo a ortopedia, a geriatria e a neurologia, entre outras.22

O método Pilates caracteriza-se pela utilização de exercícios de fortalecimento e alongamento associados a um treino especifico da musculatura respiratória. Sendo assim, este método, aliado à fisioterapia convencional, tem se mostrado um potencial recurso adicional utilizado na reabilitação de pacientes cardiopatas, proporcionando-lhes melhora na capacidade funcional e no condicionamento da musculatura periférica e respiratória.23

LEMBRAR

OBJETIVOS

Ao final do artigo, o leitor deverá ser capaz de:

■ reconhecer o programa de reabilitação cardiovascular; ■ reconhecer o método Pilates;

■ compreender as bases e o racional clínico e científico da utilização do método Pilates na

reabilitação cardiovascular;

■ conhecer o nível de evidência do uso do método Pilates na reabilitação cardiovascular; ■ compreender a forma de utilização dos exercícios do método Pilates na reabilitação

cardiovascular.

ESQUEMA CONCEITUAL

Caso clínico Conclusão Reabilitação cardiovascular Método Pilates

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REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

O programa de RCV é didaticamente dividido em quatros fases, sendo uma hospitalar (Fase 1) e

três realizadas ou em ambiente ambulatorial (Fases 2 e 3) ou em ambiente comunitário (Fase

4). Um programa de RCV também pode ser classificado como: fase hospitalar e fase ambulatorial. A fase hospitalar compreende as condutas realizadas entre o início do evento cardíaco e a alta hospitalar, enquanto a fase ambulatorial corresponde à reabilitação após a alta hospitalar ou aos programas de prevenção oferecidos aos portadores de fatores de risco para DCV.

Um programa supervisionado no hospital ou em nível ambulatorial, que assegure que os pacientes estejam recebendo uma prescrição de exercício adequada, em um ambiente seguro, com programas de modificação do estilo de vida, representa a melhor oportunidade para o sucesso do paciente.26

LEMBRAR

A Fase 1, ou hospitalar da RCV, diz respeito ao período de internação hospitalar no qual são feitas todas as avaliações iniciais e traçadas as estratégias e metas individuais. Nesta fase, o paciente recebe todas as orientações para controle do estresse e educação em relação aos

fatores de risco e também atendimento fisioterapêutico para início do seu condicionamento

ou recondicionamento físico. O exercício físico inicia-se após o paciente ter sido considerado

compensado clinicamente e é considerado de baixa intensidade. A reabilitação nessa fase tem

como objetivo propiciar que o paciente tenha alta hospitalar com as melhores condições físicas e psicológicas possíveis. A duração desta fase tem decrescido nos anos recentes, em decorrência de internações hospitalares mais curtas.12

A Fase 2 inicia-se imediatamente após a alta hospitalar, tem duração média de dois meses, e seu principal objetivo é contribuir para o mais breve retorno do paciente às suas atividades sociais e laborais, nas melhores condições físicas e emocionais possíveis. É nessa fase que o treinamento físico ganha progressão em termos de intensidade e duração.12

A Fase 3 é a que dá franco aprimoramento do condicionamento físico dos pacientes e tem duração de seis meses a um ano. Durante as Fases 2 e 3, o paciente deve realizar os treinamentos de 2 a 3 vezes por semana, com duração média de 30 a 50 minutos por sessão.

A fase 4 é, na verdade, a continuidade do condicionamento físico do paciente, que deve acontecer de forma mais independente como ênfase para atividades não supervisionadas, além do acompanhamento clínico, que deve fazer parte de todas as etapas do programa.12

Na fase ambulatorial, as sessões de atividade física devem incluir exercícios aeróbicos, de fortalecimento e flexibilidade, podendo incluir também exercícios para incremento da coordenação motora, equilíbrio e postura.

Em relação aos exercícios aeróbicos, espera-se uma duração entre 20 e 40 minutos e monitorização continua de frequência cardíaca e sensação de esforço. Os exercícios de fortalecimento muscular são realizados com o objetivo de aumentar a força e a potência muscular, por meio de duas a três séries de 6 a 12 repetições com um total de 8 a 12 movimentos. Por outro lado, os exercícios de flexibilidade destinam-se a preservar ou aumentar o grau de amplitude de

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movimento, e normalmente são realizados de 5 a 12 movimentos articulares em duas ou três séries de 10 a 30 segundos.11

ATIVIDADE

1. Na tentativa de diminuir o número de mortes antes dos 70 anos de idade, diversas ações e políticas de saúde têm sido criadas no Brasil. Em geral, elas tendem a combater os principais fatores de risco para as DCNTs. Cite esses fatores.

... ... ... ... 2. No que compete à RCV, é sabido que esta promove uma série de modificações

benéficas nos fatores de risco e redução tanto na morbidade quanto na mortalidade, com excelente relação custo-efetividade para tratamento de pacientes com DCV. Além disso, evidenciam-se, ainda, modificações clínicas favoráveis em relação: I - ao perfil lipoproteico plasmático;

II - à pressão arterial sistêmica; III - à tolerância ao esforço físico. Quais estão corretos?

A) Apenas a I e a II. B) Apenas a I e a III. C) Apenas a II e a III D) Todas estão corretas.

Resposta no final do artigo

3. Marque V (verdadeiro) ou F (falso). O tratamento não farmacológico do paciente em processo de reabilitação cardiovascular inclui:

( ) abstinência sexual. ( ) dieta e nutrição. ( ) vacinação paliativa.

( ) controle dos fatores de risco.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) V – F – F – V

B) F – V – V – F C) F – V – F – V D) V – F – V – F

Resposta no final do artigo

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4. Descreva as principais características da fase 1 da RCV.

... ... ... ...

5. Em relação à fase 2 da RCV, é correto afirmar que:

A) compreende as condutas realizadas entre o início do evento cardíaco e a alta hospitalar.

B) tem como principal objetivo contribuir para o mais breve retorno do paciente às suas atividades sociais e laborais, nas melhores condições físicas e emocionais possíveis. É nessa fase que o treinamento físico ganha progressão em termos de intensidade e duração.

C) é a que dá franco aprimoramento do condicionamento físico dos pacientes e tem duração de seis meses a um ano.

D) o exercício físico, nesta fase, inicia-se após o paciente ter sido considerado compensado clinicamente, e é considerado de baixa intensidade.

Resposta no final do artigo

6. A fase 3 da RCV é a que dá franco aprimoramento do condicionamento físico dos pacientes e tem duração de seis meses a ... Durante as fases 2 e 3, o paciente deve realizar os treinamentos de ... por semana, com duração média de ... por sessão. Assinale a alternativa cujas opções completam corretamente as lacunas na ordem em que aparecem. A) um ano; 2 a 3 vezes; 30 a 50 minutos.

B) um ano; 2 a 4 vezes; 30 a 40 minutos. C) dois anos; 2 a 4 vezes; 40 a 50 minutos. D) dois anos; 2 a 3 vezes; 30 a 50 minutos.

Resposta no final do artigo

MÉTODO PILATES

Neste artigo, será enfatizado o uso do método Pilates como uma ação complementar às atividades relacionadas ao treinamento físico no processo da RCV, na sua fase ambulatorial.

Para saber mais:

Joseph Pilates começou a aplicação do seu método durante a Primeira Guerra Mundial, com ênfase na reabilitação dos sujeitos lesionados na guerra.22

O método conta com mais de 500 exercícios de alongamento e fortalecimento muscular. Os aparelhos, as molas e a gravidade utilizados no método eram destinados a auxiliar indivíduos com lesão a realizar movimentos com qualidade. Seus exercícios tinham como objetivo melhorar

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a força, a flexibilidade e o condicionamento físico, sendo inicialmente praticados principalmente por dançarinos.

Nos dias atuais, não só os dançarinos e atletas têm utilizado o método, mas o público em geral está utilizando-o com o objetivo de manutenção ou melhora do condicionamento físico e na reabilitação física. Uma revisão sistemática evidenciou que o método Pilates apresenta evidências fortes e moderadas para incremento de flexibilidade, balanço dinâmico e resistência muscular em indivíduos saudáveis.19

Os princípios do método Pilates são:

concentração – deve ser priorizada durante os movimentos, uma vez que o método é

considerado uma coordenação total entre corpo-mente e espírito;

controle – capacidade de realizar os movimentos com intenção consciente;

centralização – considerada o principal foco do método, pois o centro refere-se ao centro do

corpo e é conhecido como power house;

precisão – princípio que define qualidade ao movimento;

respiração – princípio mais importante devido ao fato de que todos os exercícios devem ser

realizados no ritmo da respiração;

fluidez – diz respeito ao fato de que os exercícios devem ser realizados por meio de

movimentos brandos, sem procedimentos bruscos, sem muita velocidade e nem lento demais, com o objetivo de apresentar harmonia.

É importante ressaltar que quando o método Pilates é aplicado a uma população com uma condição especifica de saúde (ex.: cardiopatas), algumas adaptações na sua aplicação podem ser necessárias. Assim, os exercícios propostos serão baseados no método Pilates, enfatizando-se a utilização dos princípios do método, com enfoque moderno e direcionado à condição da população alvo.

LEMBRAR

O método pode ser dividido em dois estilos, sendo um deles considerado original e o outro

moderno. O primeiro caracteriza-se como um método mais clássico e executa os exercícios da

mesma forma que o proposto pelo criador do método, sendo realizados em sequências definidas com pequenas alterações. Já o método moderno utiliza também os princípios criados por Joseph Pilates, com uma introdução mais gradual dos movimentos, que é chamada de exercícios de pré– Pilates, os quais incluem adaptações e desenvolvem uma conexão com a melhora da consciência corporal. Ocorre uma introdução mais ampla dos movimentos de acordo com a situação de saúde do indivíduo, e os exercícios mais tradicionais só serão inseridos quando houver uma apropriada respiração, alinhamento e controle muscular.

O Pilates moderno tem sido influenciado pelos diferentes métodos de reabilitação, fornecendo um novo olhar para a fisioterapia, visto que os princípios do método têm sido utilizados no treinamento físico em geral. Sendo assim, o método Pilates, considerado modern,o é ideal para prevenção de lesões e condições pós-operatórias, evitando dores ou lesões e demonstrando uma alta qualidade prática.27

É importante realizar treinamento da musculatura respiratória em pacientes que se submetem a RCV. Alguns autores já investigaram em indivíduos saudáveis o efeito do método na função da

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musculatura respiratória e demonstraram incremento das pressões inspiratória e expiratória

máximas após a aplicação do método.32

Figura 1 – Extensão de quadril sendo realizada por um paciente após cirurgia de revascularização do miocárdio no primeiro

dia de pós-operatório

Fonte: Arquivo de imagens do autor

Figura 2 – Extensão de joelho sendo realizado por um paciente após cirurgia

de revascularização do miocárdio no quarto dia de pós-operatório

Fonte: Arquivo de imagens do autor

Guimarães e colaboradores (2012), em ensaio clínico randomizado, demonstraram que, na fase ambulatorial da RCV, o método Pilates melhora a capacidade funcional, a ventilação e o pulso

de oxigênio (relação entre o consumo de oxigênio e a frequência cardíaca) em pacientes com

IC. Neste estudo, 16 pacientes com IC foram alocados aleatoriamente no grupo do programa de reabilitação convencional (n=8) ou no grupo treinamento com o método Pilates (n=8); durante 16 semanas realizaram exercícios aeróbicos seguidos de treinamento de força especifico (método Pilates ou treinamento com pesos livre e faixas elásticas).

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Em relação aos desfechos analisados, os dois grupos aumentaram significantemente o tempo de exercício. Porém, apenas o grupo Pilates aumentou significantemente a ventilação e o pulso de oxigênio, demonstrando que este método pode ser um complemento benéfico no tratamento do paciente com IC.23

Não há duvidas dos benefícios da fisioterapia convencional na RCV, principalmente em relação ao treinamento aeróbio. Sendo assim, é importante compreender que o método Pilates é uma opção para incremento da capacidade funcional e da força muscular periférica e respiratória de pacientes envolvidos em programas de RCV.

Antes de iniciar o programa, é essencial estabelecer com a equipe de saúde e o paciente a sua

participação no programa e adesão a ele, pois esses fatores estão relacionados com o sucesso

do tratamento. O paciente precisa compreender que a continuidade do programa de RCV é imprescindível para que os seus objetivos em relação ao tratamento sejam alcançados. É papel da equipe de saúde motivar o paciente e controlar a sua adesão no programa.

Assim como a adesão do paciente, a avaliação cardiovascular também é de fundamental importância, e é por meio dela que poderão ser observados os resultados obtidos com os tratamentos oferecidos ao paciente. É primordial que ela seja de baixo custo e de fácil acesso aos fisioterapeutas. Portanto, sugerimos que seja avaliada a força muscular periférica por meio do teste de preensão palmar (handgrip) e do teste de sentar-levantar. O teste de pressão palmar já foi utilizado em uma população de mulheres sedentárias, com o objetivo de verificar os efeitos do método Pilates nos fatores de risco cardiovasculares.35

A força da musculatura respiratória poderá ser mensurada por meio da manovacuometria,37

Antes do inicio das sessões dos exercícios baseados no método Pilates, é importante que sejam aferidos os valores de:

■ frequência cardíaca; ■ pressão arterial;

■ saturação de pulso de oxigênio;

■ percepção subjetiva de esforço (escala de Borg).

O controle dessas variáveis permite o monitoramento do paciente, o que contribui para a avaliação da efetividade e da segurança do programa de exercícios realizado. Quando essas variáveis alcançarem valores acima do considerado seguro para a prática do exercício (critérios de interrupção), deve-se interromper a sua aplicação e reavaliar o paciente.

Se houver uma elevação na frequência cardíaca acima de 80% da frequência cardíaca máxima na fase II, 90% na fase III e uma sensação de esforço acima de “7” na escala de Borg modificada (CR-10), os exercícios devem ser interrompidos até a normalização desses valores. Caso essa normalização não aconteça, é aconselhável interromper a sessão de exercícios nesse dia. Indica-se a utilização de uma planilha para que esses dados possam ser coletados antes, durante e após a sessão de RCV.

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Os exercícios baseados no método Pilates caracterizam-se por contrações excêntricas,

concêntricas e isométricas, com grande enfoque na musculatura do power house (composto

pelos músculos abdominais, transverso abdominal, multífidos e assoalho pélvico).

Para que seja feita uma prescrição adequada dos exercícios baseados no método Pilates com enfoque na RCV, é importante compreender a condição clínica do paciente, doenças associadas, doença de base e fase da RCV.

Em relação à condição clínica do paciente, é importante atentar para que ele esteja em condições estáveis para realizar exercícios físicos e que não apresente limitações à prática do método Pilates. Para essa segurança, sugere-se que a avaliação cardiovascular citada acima seja realizada no período de três em três meses. Qualquer alteração identificada deve ser encaminhada a um serviço especializado, e o paciente deve ser reavaliado quanto à prática dos exercícios baseados no método Pilates.

Em se tratando das doenças associadas e de doença de base, é de vital importância conhecer as possíveis doenças associadas que o paciente poderá apresentar, pois essas podem influenciar na prescrição e evolução dos exercícios baseados no método Pilates. É bastante comum, por exemplo, encontrar pacientes na RCV que apresentam dores acentuadas nas articulações dos membros inferiores.

Sendo assim, recomenda-se que o paciente seja acompanhado por equipe de saúde

especializada para cada caso e seja reavaliada a permanência do paciente na prática dos

exercícios baseados no método Pilates. As doenças respiratórias também estão associadas no tratamento do paciente na RCV e, neste caso, recomenda-se enfatizar os exercícios baseados no método Pilates com enfoque no princípio de respiração. Sugerem-se exercícios de mobilização

da cintura escapular com ênfase na respiração característica do método.

A doença de base trará informações relevantes para a prescrição dos exercícios ao paciente, pois, por meio dessa informação, poderá ser elaborada a conduta de exercícios baseada no método Pilates mais indicada. Se o paciente apresentar como doença de base o infarto agudo do miocárdio e uma prévia cirurgia de revascularização do miocárdio, a prescrição dos exercícios deverá respeitar algumas limitações em relação à articulação do ombro devido à esternotomia. Neste caso, os exercícios sugeridos para membro superior são de flexão e extensão de cotovelo, punho e ombro, limitando essa última articulação em até 90º de flexão de ombro e o movimento de abdução horizontal, conforme as Figuras 3 e 4A e B.

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Figura 3 – Demonstração do exercício de extensão de ombro.

Fonte: Arquivo de imagens do autor

A B

Figura 4 – A e B) Demonstração do exercício de extensão de cotovelo.

Fonte: Arquivo de imagens do autor

A flexão de ombro e a abdução horizontal sem carga são recomendadas a partir de 60 dias da cirurgia cardíaca; com carga, a partir de 90 dias de pós-operatório. Além disso, nos primeiros dias de pós-operatório deve-se ter cautela ao executar os movimentos de membro inferior devido à retirada do enxerto da perna.

Em relação ao membro inferior, são recomendados exercícios de flexão e extensão de joelho, quadril e tornozelo, conforme Figuras 5, 6 e 7.

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Figura 5 – Demonstração do exercício de extensão de quadril.

Fonte: Arquivo de imagens do autor

Figura 6 – Demonstração do exercício de extensão de joelho.

Fonte: Arquivo de imagens do autor

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Figura 7 – Demonstração do exercício de extensão de quadril (ponte).

Fonte: Arquivo de imagens do autor

Em casos de pacientes crônicos, que apresentam IC, hipertensão arterial sistêmica e/ ou outras condições cardiovasculares, é importante que a prescrição dos exercícios baseados no Método Pilates seja individualizada e adequada às características e às condições de cada paciente.

Deve-se observar também quais são os medicamentos de que o paciente está fazendo uso e levar isso em consideração quanto às respostas cardiovasculares. Por exemplo, o uso de betabloqueadores pode diminuir a resposta cronotrópica do coração (frequência cardíaca) frente ao esforço físico realizado pelo paciente. Esses fatores e outras condições que possam surgir de cada paciente devem ser considerados para uma indicação segura do método.

Os exercícios baseados no método Pilates podem ser realizados no solo, modalidade que utiliza principalmente a gravidade, e nos aparelhos, modalidade em que se faz uso das molas que dificultam ou facilitam um movimento.

LEMBRAR

A progressão dos exercícios ocorre por intermédio do aumento do desafio da gravidade no movimento e de mudança da tensão da mola utilizada. Os movimentos apresentam diferentes graus de dificuldades, que são adequados a cada paciente de acordo com a sua evolução no método e suas características individuais.

Para um programa inicial com enfoque na RCV, sugere-se a utilização da modalidade com aparelhos, pois dessa forma será possível utilizar as molas para facilitar, se necessário, a execução dos movimentos. Cumpre lembrar que a modalidade de aparelhos poderá ser adaptada para um ambiente hospitalar ou ambulatorial, não necessariamente necessitando dos equipamentos tradicionais do método Pilates. Caso a modalidade escolhida seja o solo, orienta-se iniciar por movimentos básicos do método Pilates, que não utilizem grandes desafios em relação à gravidade e à instabilidade.

O que é de vital importância na execução do método é o seguimento dos seus princípios, sendo eles: concentração, controle, centralização, precisão, fluxo e a respiração.

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Conforme citado anteriormente, os exercícios do método Pilates favorecem o incremento da capacidade funcional e da força muscular periférica e respiratória de pacientes envolvidos em programas de RCV. Para a melhora da força muscular respiratória, é de fundamental importância que o princípio da respiração seja incentivado. Por isso, é essencial explicar ao paciente a dinâmica da execução dos exercícios associados à respiração característica do método. Em relação à escolha dos exercícios baseados no método Pilates, o seu objetivo é direcionar as condutas para:

■ força muscular; ■ alongamento; ■ flexibilidade; ■ alinhamento postural.

No que compete ao programa para os pacientes de RCV, é importante compreender as individualidades do paciente e a fase da reabilitação cardíaca para a sua prescrição. É importante, ainda, entender que esses fatores são decisivos e cruciais para a escolha da duração e da frequência da sessão e do número de exercícios, séries e repetições.

De um modo geral, ao se proporem os exercícios baseados no método Pilates no programa de RCV, é indicado realizar uma familiarização do paciente com o método e seus princípios. Sugere-se iniciar com exercícios que envolvam grandes grupos musculares, pois esses trarão mais funcionalidade para o paciente. Indicam-se oito exercícios diferentes na mesma sessão, tempo de sessão de aproximadamente 40 minutos e frequência de três vezes na semana. Cabe lembrar que esta é uma prescrição geral, e cada caso deve ser avaliado com cautela.

É importante destacar que a fase ambulatorial inicia-se imediatamente após a alta hospitalar e tem duração média de até seis meses. Sendo assim, é fundamental que se estabeleçam formas de progressão da intensidade, duração e frequência da utilização dos exercícios. É importante que esta progressão seja estruturada antes do início do programa de RCV. Sugere-se que seja feita a progressão por meio do incremento de séries, repetições, envolvimento de outros grupos musculares ao movimento e/ou incremento na carga das molas utilizadas.

Para que a prescrição de exercícios baseados no método Pilates na RCV seja feita com qualidade, é importante que o fisioterapeuta tenha formação em Fisioterapia Cardiovascular ou Cardiorrespiratória e no método Pilates.

O emprego do método Pilates é mais uma opção na vasta gama de possibilidades terapêuticas que a Fisioterapia possui no cuidado e tratamentos de pacientes com doenças cardiovasculares.

LEMBRAR

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ATIVIDADE

7. Quais são os princípios do método Pilates?

A) Centralização, concentração, controle, precisão, fluxo e respiração. B) Equilíbrio, fluidez, explosão e flexibilidade.

C) Força, flexibilidade, concentração e controle.

D) Centralização, concentração, controle, precisão, fluxo, respiração e potência.

Resposta no final do artigo

8. Os exercícios baseados no método Pilates na RCV são indicados, principalmente, porque:

A) ajudam a aumentar a flexibilidade.

B) aumentam os níveis pressóricos de forma importante. C) auxiliam no ganho de força muscular periférica e respiratória. D) preparam o individuo para o retorno às atividades sociais e laborais..

Resposta no final do artigo

9. Quais são os testes sugeridos, respectivamente, pelos autores para mensurar a força muscular periférica, a força musculatória respiratória e a tolerância ao exercício? A) teste de caminhada de seis minutos, teste de sentar-levantar e teste de preensão

palmar.

B) teste de preensão palmar, manovacuometria e teste de caminhada de seis minutos. C) teste de sentar-levantar, teste de caminhada de seis minutos e manovacuometria. D) manovacuometria, teste de sentar-levantar e teste de preensão palmar.

Resposta no final do artigo

10. Ao realizar exercícios baseados no método Pilates, o paciente cardiopata deve ser acompanhado e monitorado pelos seguintes parâmetros:

I - frequência cardíaca; II - temperatura; III - pressão arterial;

IV - saturação de pulso de oxigênio. Quais afirmativas estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV.

Resposta no final do artigo

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11. Caso o paciente atinja uma frequência cardíaca acima da indicada pela frequência cardíaca de treino, como o fisioterapeuta deve proceder?

A) Continuar com os exercícios normalmente, pois não haverá aumento significativo. B) Interromper e acompanhar a frequência cardíaca até que se estabilize e continuar a

sessão se os valores estiverem normalizados.

C) Interromper e contraindicar os exercícios baseados no método Pilates para o paciente. D) Solicitar atendimento emergencial.

Resposta no final do artigo

12. Em relação ao método Pilates e à reabilitação cardíaca, é correto afirmar que: A) o método Pilates não é indicado para pacientes cardiopatas.

B) o programa de reabilitação cardíaca deve ser somente aeróbico, e o Método Pilates não é indicado.

C) pode haver algumas restrições de movimento com ou sem carga em pacientes que fazem esternotomia.

D) a respiração não deve ser incentivada, pois o paciente faz muito esforço.

Resposta no final do artigo

13. A flexão de ombro e a abdução horizontal sem carga são recomendadas a partir de ... dias da cirurgia cardíaca; e com carga, a partir de ... dias de pós-operatório. Além disso, nos primeiros dias de pós-operatório deve-se ter cautela ao executar os movimentos de membro inferior devido à retirada do enxerto da perna. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas anteriores na ordem em que aparecem.

A) 30; 45. B) 30; 60. C) 60; 120. D) 60; 90.

Resposta no final do artigo

14. Em relação à escolha dos exercícios baseados no método Pilates, o seu objetivo é direcionar as condutas para:

I - força muscular. II - resistência física. III - flexibilidade. IV - alinhamento postural. Quais afirmativas estão corretas? A) Apena a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV.

Resposta no final do artigo

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CASO CLÍNICO

Um paciente com 65 anos de idade, sexo masculino, que realizou uma cirurgia de revascularização do miocárdio com esternotomia, apresenta-se estável, recebe alta hospitalar no 6º dia pós-operatório e não apresenta complicações pós-operatórias. O paciente recebe indicação para realizar imediatamente exercícios baseados no método Pilates para complementar a reabilitação cardiovascular.

ATIVIDADE

15. Quais são as restrições de exercício para esse paciente? A) Exercícios de flexão de quadril até 90º.

B) Flexão de cotovelos de acima de 90º. C) Flexão de ombros acima de 90º. D) Extensão de quadril.

Resposta no final do artigo

CONCLUSÃO

O emprego do método Pilates associado à fisioterapia convencional na fase ambulatorial é uma excelente ferramenta no processo da reabilitação cardiovascular.

Ainda existem poucas evidências para que se possa indicar o método Pilates na reabilitação cardíaca. Entretanto, analisando-se os estudos existentes, é possível identificar os benefícios para os pacientes cardiopatas. Portanto, ressalta-se a importância de uma avaliação criteriosa e uma prescrição adequada dos exercícios baseados no método Pilates, para que se obtenha a melhora clinica do paciente.

São necessários estudos bem delineados em pacientes cardiopatas para que os resultados obtidos com a utilização do método possam ser reproduzidos e empregados na prática clínica do fisioterapeuta, beneficiando os pacientes.

RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS

Atividade 2 Resposta: D

Comentário: Todos os benefícios apontados na questão estão corretos. Atividade 3

Resposta: C

Comentário: O tratamento não farmacológico do paciente em processo de reabilitação cardiovas-cular inclui dieta e nutrição, vacinação adequada, controle dos fatores de risco, abstinência total de drogas ilícitas e exercício físico.

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Atividade 5 Resposta: B

Comentário: A Fase 2 inicia-se imediatamente após a alta hospitalar, tem duração média de dois meses e tem como principal objetivo contribuir para o mais breve retorno do paciente às suas atividades sociais e laborais, nas melhores condições físicas e emocionais possíveis. É nessa fase que o treinamento físico ganha progressão em termos de intensidade e duração.

Atividade 6 Resposta: A

Comentário: A Fase 3 é a que dá franco aprimoramento do condicionamento físico dos pacientes e tem duração de seis meses a um ano. Durante as Fases 2 e 3, o paciente deve realizar os treinamentos de 2 a 3 vezes por semana, com duração média de 30 a 50 minutos por sessão. Atividade 7

Resposta: A

Comentário: O método Pilates inclui os princípios tradicionais de centralização, concentração, controle, precisão, fluxo e respiração. É uma modalidade de exercício que requer força, flexi-bilidade, respiração característica do método e controle postural refinado, sendo os exercícios realizados no solo ou com o uso de equipamentos específicos.

Atividade 8 Resposta: C

Comentário: O principal objetivo com os exercícios baseados no método Pilates é melhorar os desfechos de força muscular periférica e respiratória, que são de muita importância para o paciente cardiopata.

Atividade 9 Resposta: B

Comentário: Os autores sugerem que seja avaliada a força muscular periférica, por meio do teste de preensão palmar (handgrip) e o teste de sentar-levantar. A força da musculatura respiratória poderá ser mensurada por meio da manovacuometria,além da tolerância ao exercício, por meio do teste de caminhada de seis minutos.

Atividade 10 Resposta: C

Comentário: São mensuradas as variáveis cardiorrespiratórias neste tipo de avaliação, o que exclui a temperatura.

Atividade 11 Resposta: B

Comentário: Se houver uma elevação na frequência cardíaca acima do programado para a sessão de exercícios, os exercícios devem ser interrompidos até a normalização desses valores. Atividade 12

Resposta: C

Comentário: Na indicação de exercícios para os pacientes cardiopatas, é importante observar a amplitude de movimento de membro superior devido à esternotomia.

Atividade 13 Resposta: D USO DO MÉT ODO PILA TES NA FASE AMBULA TORIAL DO PROCESSO DE REABILIT AÇÃO CARDIOV ASCULAR

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Comentário: A flexão de ombro e a abdução horizontal sem carga são recomendadas a partir de 60 dias da cirurgia cardíaca; e com carga, a partir de 90 dias de pós-operatório. Além disso, nos primeiros dias de pós-operatório deve-se ter cautela ao executar os movimentos de membro inferior devido à retirada do enxerto da perna.

Atividade 14 Resposta: C

Comentário: Em relação à escolha dos exercícios baseados no método Pilates, o objetivo é direcionar as condutas para força muscular, alongamento, flexibilidade e alinhamento postural. Atividade 15

Resposta: C

Comentário: Na indicação de exercícios para os pacientes cardiopatas, é importante observar a amplitude de movimento de membro superior devido à esternotomia e à cicatrização do membro inferior devido à retirada do enxerto para a cirurgia cardíaca, quando for o caso. Em se tratando do membro superior, não existem limitações para os exercícios com carga para a articulação do cotovelo e do punho. Os exercícios sugeridos para membro superior são de flexão e extensão de cotovelo, punho e ombro, limitando essa articulação até 90º. Para membro inferior, são recomen-dados exercícios de flexão e extensão de joelho, quadril e tornozelo.

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