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Efeitos circulares entre a violência doméstica contra a criança e o adolescente e a violência nas escolas

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Academic year: 2021

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(1)

Efeitos circulares entre a

violência doméstica contra

a criança e o adolescente

e a violência nas escolas

Profª MSc Adriana Costa de Miranda

Universidade Estadual de Roraima –UERR adriana.soc@uerr.edu.br e

(2)

A Violência – em busca de uma definição

Considerando-se a existência de atos e de

estados de violência: “há violência quando,

numa situação de interação, um ou vários

atores agem de maneira direta ou indireta,

maciça ou esparsa, causando danos a uma ou

várias pessoas em graus variáveis, seja em sua

integridade física, seja em sua integridade

moral, em sua posses, ou em suas

participações simbólicas ou culturais”

(3)

A violência doméstica contra

a criança e o adolescente –

algumas considerações

• Há uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto;

• ocorre a coisificação da infância, isto é, a negação do direito que crianças e adolescentes têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento;

• violência física, sexual, psicológica e negligência (intencional ou não);

• existe a crença de que o disciplinamento físico é capaz de modificar comportamentos da criança e do adolescente (AZEVEDO e GUERRA: 2000).

(4)

A escola é um espaço privilegiado de identificação da violência doméstica contra a criança e o adolescente

Nas pesquisas realizadas verificou-se que:

• o encontro cotidiano entre os educandos e os profissionais da educação,

principalmente, com o professor, propicia, muitas vezes, o surgimento de uma relação de afetividade e confiança entre esses indivíduos. Essa relação pode favorecer a revelação de situações de violência doméstica;

• a natureza das atividades escolares, principalmente, nas primeiras séries

do ensino fundamental suscitam ou permitem o relato desses casos, por exemplo, na chamada ‘rodinha’, realizada no primeiro momento das aulas, no comentário de estórias ouvidas, ainda por meio do desenho, da pintura, das brincadeiras realizadas e dos textos produzidos;

• a observação diária dos educandos pelo profissional da educação,

possibilita notar alterações no comportamento, no humor, no seu desenvolvimento cognitivo e, também, na presença de lesões físicas (MIRANDA: 2003).

(5)

O comportamento da criança na escola

Nessa medida, o contato direto dos profissionais da educação com crianças não é fator decisivo para perceber as pistas dadas por elas para a identificação, pois “cada vítima reage de uma forma peculiar, não existindo um único comportamento que possa, isoladamente, confirmar a violência” (ASSIS: 1994, 23).

(6)

A escola também pode produzir novas

situações de violências, quando:

• há desconhecimento do fenômeno social denominado violência doméstica e/ou dos comportamentos que as pessoas agredidas podem apresentar;

• o olhar dispensado às vítimas de violência doméstica é permeado pela sujeição;

• o adulto em contato direto com as vítimas da violência doméstica as culpam pelo fato;

• há preconceito do profissional da educação em relação à criança ou ao adolescente que sofrem violência doméstica;

• Há um pacto ‘educacional’ entre profissionais da educação e pais/responsáveis (MIRANDA: 2003).

(7)

Escola: espaço de enfrentamento da violência

doméstica contra a criança e o adolescente –

uma proposta prática

Encaminhamento e Acompanhamento:

• Rede escolar;

• Rede regional.

Identificação:

•Capacitação;

•Sensibilização;

(8)

Políticas para o enfrentamento da violência

doméstica contra a criança na escola

• Capacitação dos profissionais da educação;

• investimento em recursos humanos e materiais nas redes escolares e regionais de atendimento à criança e ao adolescente;

• fortalecimento das redes escolares e regionais de atendimento à criança e ao adolescente.

(9)

O papel do profissional da educação frente à

violência doméstica contra a criança

• Denúncia - aos órgãos de atendimento às crianças vítimas de violência (atendimento para as pessoas agredidas e para os agressores);

• Prevenção – diálogo com a família; projetos de valorização da afetividade na família e de inserção da família na escola; tratar temáticas relacionadas à violência contra a criança em sala de aula (MIRANDA: 2004).

(10)

Bibliografia

ASSIS, Simone Gonçalves. Crescer sem violência um desafio para os

educadores. Rio de janeiro: FIOCRUZ/ENSP/CLAVES, 1994.

AZEVEDO e GUERRA. TELELACRI 2000. São Paulo: Edusp, 2000.

BRASIL. Constituição Federal 1988. Brasília: Ministério da Justiça, 2000.

CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: CONANDA, 1997.

MICHAUD, Yves. A Violência. São Paulo: Ed. Ática, 1989.

MIRANDA, Adriana Costa de. De casa à escola: caminho fecundo para

o enfrentamento da violência doméstica contra a criança. Brasília:

Departamento de Sociologia da UnB, 2003.

MIRANDA, Adriana Costa de. A violência doméstica contra a criança

Referências

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