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Recuperação Judicial - Questões CESPE

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Academic year: 2021

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Recuperação

​ ​Judicial​ ​-​ ​Questões​ ​CESPE

Fonte:​ ​André​ ​Santa​ ​Cruz​ ​e​ ​Márcio​ ​André

Após a aprovação do plano de recuperação judicial pela assembleia de credores e a posterior homologação pelo juízo competente, deverão ser ​EXTINTAS ​(!!) - e não apenas suspensas - as execuções individuais até então propostas contra a recuperanda nas quais se busca a cobrança de créditos constantes do plano (info 564,​ ​TJAM​ ​e​ ​AGU).​ ​Explicação​ ​de​ ​Márcio​ ​André,​ ​DOD:

Tendo sido aprovado o plano, as execuções que estavam

suspensas​ ​serão​ ​extintas?

SIM. Após a aprovação do plano de recuperação judicial pela assembleia de credores e a posterior homologação pelo juízo competente, ​deverão ser extintas - e não apenas suspensas - as execuções individuais até então propostas contra a recuperanda nas quais se busca a cobrança de créditos constantes​ ​do​ ​plano.

A aprovação do plano opera novação dos créditos e a decisão homologatória constitui, ela própria, ​novo título executivo judicial​, nos termos do que dispõe o art. 59, caput e § 1º, da Lei 11.101/2005. Desse modo, havendo novação, as execuções individuais ajuizadas contra a própria devedora devem​ ​ser​ ​​extintas​,​ ​e​ ​não​ ​apenas​ ​suspensas.

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A execução fiscal, deferido o processamento da recuperação judicial, não se suspende, mas serão da competência do juízo da recuperação os atos de alienação do​ ​patrimônio​ ​da​ ​sociedade​ ​(TJDFT).

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A sociedade empresária irregular não tem legitimidade ativa para pleitear a falência de outro comerciante, mas pode requerer recuperação judicial, devido ao princípio da preservação da empresa (AGU). Errado! somente sociedade regular há mais de dois​ ​anos​ ​pode​ ​requerer​ ​recuperação​ ​judicial.

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O foro competente para o referido pedido (rec. jud.) é o foro da sede administrativa da empresa (TCU). Falso! André Sta. Cruz: "O pedido de recuperação deve ser feito ao juízo competente, nos termos do art. 3.º da LRE, ou seja, no ​foro do ​principal

estabelecimento ​do devedor​, o qual, conforme já estudamos, corresponde não exatamente à sede administrativa da empresa, mas ao local onde se concentra o maior​ ​volume​ ​de​ ​negócios​ ​dela".

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A ASSEMBLEIA DE CREDORES É SOBERANA EM SUAS DECISÕES QUANTO AOS PLANOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CONTUDO, AS DELIBERAÇÕES DESSE PLANO ESTÃO SUJEITAS AOS REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS JURÍDICOS EM GERAL, REQUISITOS ESSES QUE ESTÃO SUJEITOS A CONTROLE​ ​JUDICIAL​​ ​(STJ​ ​e​ ​TJPB).

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En. 49, CJF : "Os deveres impostos pela Lei n.o 11.101/2005 ao falido, sociedade limitada falida recaem apenas sobre os administradores, não sendo cabível nenhuma​ ​restrição​ ​à​ ​pessoa​ ​dos​ ​sócios​ ​não​ ​administradores​ ​(TJDFT).

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As pessoas que desenvolvem atividades rurais somente estarão sujeitas ao regime de falência e recuperação se efetuada sua inscrição no registro público de empresas​ ​mercantis.​ ​Correto!​ ​Vejamos:

Enunciados 201 e 202 das Jornadas de Direito Civil o seguinte, respectivamente: “O empresário rural e a sociedade empresária rural, inscritos no registro público de empresas​ ​mercantis,​ ​estão​ ​sujeitos​ ​à​ ​falência​ ​e​ ​podem​ ​requerer​ ​concordata”; “O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime​ ​ao​ ​empresário​ ​ou​ ​sociedade​ ​rural​ ​que​ ​não​ ​exercer​ ​tal​ ​opção”.

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O juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a constrição de todos os bens da empresa, inclusive aqueles que não estejam abrangidos pelo plano de recuperação. Falso! súmula 480, STJ: “O juízo da recuperação judicial NÃO é competente para decidir sobre a constrição de bens NÃO abrangidos pelo plano​ ​de​ ​recuperação​ ​da​ ​empresa”.

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PGEPI: A sociedade Delta é devedora de R$ 9.000,00, crédito representado por duplicata na qual um dos seus sócios lançou aval. A credora, sociedade Alfa, negociou a cessão fiduciária desse título para garantir contrato de mútuo firmado com o Banco Gama. Após esse fato, a sociedade Delta obteve recuperação judicial, cujo plano de recuperação, já aprovado, prevê o pagamento de R$ 5.000,00, parceladamente, para extinguir o crédito objeto da referida duplicata. Correta: d) A cessão fiduciária colocará o Banco Gama em posição privilegiada diante dos demais

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credores, já que a recuperação judicial não atingirá o direito cedido fiduciariamente. Vejamos​ ​a​ ​explicação​ ​do​ ​STJ:

1. A alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, possuem a natureza jurídica de propriedade fiduciária,

não se sujeitando aos efeitos da recuperação judicial​, nos

termos​ ​do​ ​art.​ ​49,​ ​§​ ​3.º,​ ​da​ ​Lei​ ​n.º​ ​11.101/2005

Não são passíveis de arrecadação pelo administrador judicial veículos da sociedade limitada transportadora que estejam na posse de depositário a quem não foi paga a retribuição​ ​combinada.​ ​Falso!​ ​vejamos​ ​dispositivo​ ​legal:

“a decretação da falência suspende: ​I – o exercício do direito

de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os

quais deverão ser entregues ao administrador judicial​; II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida”.

Segundo a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, aplica-se a trava bancária ao regime de recuperação judicial quanto à cessão fiduciária de direitos creditórios. Certo! Mesmo julgado da PGEPI acima. Vou colocar um trecho de​ ​André​ ​Sta.​ ​Cruz​ ​sobre​ ​o​ ​tema,​ ​devido​ ​a​ ​sua​ ​importância:

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Como dito, os credores titulares da posição de proprietários fiduciários de bens móveis ou imóveis não se sujeitam à recuperação judicial. Muitas vezes, é um banco que ocupa essa posição, e geralmente os bens dados em garantia fiduciária​ ​são​ ​recebíveis​ ​da​ ​empresa​ ​devedora.

Funciona assim: essa empresa faz um financiamento bancário e, para garantir esse financiamento, entrega ao banco, em garantia fiduciária, créditos que ela tem para receber no futuro (recebíveis). ​Como esses créditos são considerados, para os efeitos legais, bens móveis, o banco se torna um credor titular da posição de proprietário fiduciário, não ficando sujeito ao plano de recuperação judicial, nos termos do art. 49,​ ​§​ ​4.º,​ ​da​ ​Lei​ ​n.º​ ​11.101/2005.

Na prática, isso significa que essa empresa não vai receber diretamente esses créditos futuros, os quais serão pagos ao banco e ficarão numa conta específica, como garantia, para eventual satisfação do financiamento da empresa devedora, caso​ ​ela​ ​não​ ​honre​ ​sua​ ​obrigação​ ​nos​ ​termos​ ​pactuados. É aqui que surge o problema da “trava bancária”: se essa empresa devedora pedir recuperação judicial, os recebíveis dados em garantia (créditos futuros que ela receberia) estarão com o banco credor, o que faz com que eles “travem” a recuperação, já que muitas vezes esses recebíveis correspondem à boa parte do que a empresa devedora tem pra receber.

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A sentença que decreta a falência limita-se a declarar fatos ou relações preexistentes, daí ser classificada como declaratória. Falso! A sentença será CONSTITUTIVA.​ ​Vejamos:

Diante disso, não há como negar que a ​sentença que decreta

a falência possui natureza ​constitutiva​, conforme

entendimento majoritário na doutrina, dado que é ela que CONSTITUI o devedor em estado falimentar e instaura o regime​ ​de​ ​execução​ ​concursal​ ​do​ ​seu​ ​patrimônio.

Não ensejará o cancelamento da negativação do nome do devedor, nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos, o deferimento do processamento da recuperação judicial. Questão muito cobrada pela cespe e a resposta​ ​é​ ​correta!​ ​De​ ​acordo​ ​com​ ​Márcio​ ​André​ ​(info​ ​564):

O deferimento do processamento de recuperação judicial, por si só, não enseja a suspensão ou o cancelamento da negativação do nome do devedor nos cadastros de restrição​ ​ao​ ​crédito​ ​e​ ​nos​ ​tabelionatos​ ​de​ ​protestos.

O deferimento do processamento de recuperação judicial suspende o curso das ações e execuções propostas em face do devedor. Como vimos acima, isso está expressamente previsto no art. 6º, caput e § 4º, da Lei nº 11.101/2005. Contudo, essa providência (suspensão das ações e execuções) não significa que o direito dos credores (direito creditório​ ​propriamente​ ​dito)​ ​tenha​ ​sido​ ​extinto.

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A dívida continua existindo. Assim, se a dívida continua existindo (e apenas a execução é que está suspensa), não se pode aceitar a retirada do nome da empresa em recuperação dos​ ​serviços​ ​de​ ​proteção​ ​ao​ ​crédito​ ​e​ ​tabelionato​ ​de​ ​protesto. A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores se sujeita ao​ ​controle​ ​judicial​ ​de​ ​legalidade.​ ​Correta!​ ​de​ ​acordo​ ​com​ ​o​ ​STJ:

A assembleia de credores é soberana em suas decisões quanto aos planos de recuperação judicial. Contudo, as deliberações desse plano estão sujeitas aos requisitos de validade dos atos jurídicos em geral, requisitos esses que estão​ ​sujeitos​ ​a​ ​controle​ ​judicial.

Também​ ​é​ ​importante​ ​ressaltar​ ​os​ ​enunciados​ ​44​ ​e​ ​46​ ​da​ ​CJF:

A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos​ ​credores​ ​está​ ​sujeita​ ​ao​ ​controle​ ​de​ ​legalidade.

Não compete ao juiz deixar de conceder a recuperação

judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento

na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado​ ​pelos​ ​credores.

Em razão de abuso de direito, o magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a manifestação de vontade do devedor. Certo! resposta no enunciado 45 da CJF:

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“O magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a manifestação de vontade do​ ​devedor,​ ​em​ ​razão​ ​de​ ​abuso​ ​de​ ​direito”.

Nas alienações judiciais de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, haverá sucessão do adquirente nas dívidas do devedor, inclusive nas de natureza tributária,​ ​trabalhista​ ​e​ ​nas​ ​decorrentes​ ​de​ ​acidentes​ ​de​ ​trabalho.​ ​Falso!

O parágrafo único do art. 60 é muito claro: o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária. Sobre esse dispositivo legal, foi aprovado o Enunciado 47 da I Jornada de Direito Comercial do CJF: ​“Nas alienações realizadas nos termos do art. 60 da Lei 11.101/2005, não há sucessão do adquirente nas dívidas

do devedor, inclusive nas de natureza tributária,

trabalhista​ ​e​ ​decorrentes​ ​de​ ​acidentes​ ​de​ ​trabalho”.

No processo de recuperação judicial, a suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive das dos credores particulares do sócio solidário, poderá excepcionalmente ser prorrogada se o retardamento do feito não puder ser imputado ao devedor. Correto! A suspensão continua se o atraso não for imputado ao devedor, pacífico na jurisprudência do STJ. Vejamos:

A extrapolação do prazo de 180 dias previsto no art. 6.º, § 4.º, da Lei n. 11.101/2005 não causa o automático prosseguimento das ações e das execuções contra a empresa recuperanda,

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senão quando comprovado que sua desídia causou o retardamento​ ​da​ ​homologação​ ​do​ ​plano​ ​de​ ​recuperação. En. 42, CJF: “O prazo de suspensão previsto no art. 6.º, § 4.º, da Lei 11.101/2005 pode excepcionalmente ser prorrogado, se o​ ​retardamento​ ​do​ ​feito​ ​não​ ​puder​ ​ser​ ​imputado​ ​ao​ ​devedor”.

Simulado​ ​infos

1. O fato da empresa se encontrar em recuperação judicial obsta a homologação​ ​de​ ​sentença​ ​arbitral​ ​estrangeira.

2. Não ofende a coisa julgada, a decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros de mora e correção monetária, delineados em sentença condenatória​ ​de​ ​reparação​ ​civil,​ ​até​ ​a​ ​data​ ​do​ ​pedido​ ​de​ ​recuperação​ ​judicial. 3. Os ​bondholders têm assegurados o direito de voto nas deliberações sobre o

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4. Nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da Lei n. 11.101/2005, a decretação da extinção das obrigações do falido prescinde da apresentação​ ​de​ ​prova​ ​da​ ​quitação​ ​de​ ​tributos.

5. O juízo onde tramita o processo de recuperação judicial não é competente para decidir sobre o destino dos bens e valores objeto de execuções singulares movidas contra a recuperanda, quando se trate de crédito decorrente​ ​de​ ​relação​ ​de​ ​consumo.

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GABARITO:

1. Falso! O fato da empresa se encontrar em recuperação judicial ​não ​obsta a homologação​ ​de​ ​sentença​ ​arbitral​ ​estrangeira​ ​(info​ ​610);

2. Correto! exatamente o que foi decidido no info 610: “Não ofende a coisa julgada, a decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros de mora e correção monetária, delineados em sentença condenatória de reparação​ ​civil,​ ​até​ ​a​ ​data​ ​do​ ​pedido​ ​de​ ​recuperação​ ​judicial”.

3. Correto! Os ​bondholders – detentores de títulos de dívida emitidos por sociedades em recuperação judicial e representados por agente fiduciário – têm assegurados o direito de voto nas deliberações sobre o plano de soerguimento​ ​(info​ ​607)

4. Correto! é o que dispõe o info 601: Nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da Lei n. 11.101/2005 ​, a decretação da extinção das obrigações do falido prescinde da apresentação de prova da quitação de tributos. Vale ressaltar que após a nova lei de falências, é preciso a prova da quitação dos tributos, conforme artigo 191 do CTN: “a extinção das obrigações​ ​do​ ​falido​ ​requer​ ​prova​ ​de​ ​quitação​ ​de​ ​todos​ ​os​ ​tributos”

5. Falso! O juízo onde tramita o processo de recuperação judicial é o competente para decidir sobre o destino dos bens e valores objeto de execuções singulares movidas contra a recuperanda, ​ainda que se trate de crédito​ ​decorrente​ ​de​ ​relação​ ​de​ ​consumo.

Referências

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