Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 5 Exemplo de Inclusão da Responsabilidade Social como Estratégia Empresarial: Projeto
FORMARE
Área temática: Responsabilidade Social Autor:
Ricardo Zerinto Martins
Administrador e Mestrando em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté - UNITAU - E-mail: zerinto@gmail.com
RESUMO
Responsabilidade social é um conceito segundo o qual as empresas decidem voluntariamente contribuir para uma sociedade mais justa. Com base nesse pressuposto, as empresas não podem ser norteadas exclusivamente para o cumprimento de interesses de seus proprietários e acionistas buscando o lucro a qualquer custo, podem inclusive, atender as expectativas de outros interessados: trabalhadores, comunidades, clientes, fornecedores, autoridades públicas, concorrentes e a sociedade em geral conhecidos como Stakeholders. O objetivo deste artigo é avaliar o Projeto Formare como sendo uma iniciativa de inclusão e de responsabilidade social. Qual foi sua evolução desde sua fundação, destacando o aumento de empresas participantes, a quantidade de jovens capacitados, de apoiadores e de voluntários. As empresas que participam do projeto investem visando, além do diferencial competitivo os benefícios sociais concomitante com os benefícios econômicos. A metodologia utilizada foi uma pesquisa sobre o projeto, sua evolução histórica, tendo como base a análise documental, depoimentos das empresas disponibilizados na internet, saber quantos são os participantes, apoiadores e voluntários, quantas são as escolas, além de verificar, como que a sociedade percebe os benefícios gerados através da capacitação de jovens adolescentes de famílias carentes de baixa renda. Conciliar os interesses de todos, das empresas participantes, e também, o sucesso do Projeto Formare através da sua evolução e crescimento é o que se espera constatar.
Palavras-chave: Desenvolvimento Econômico; Responsabilidade Social; Projeto Formare. ABSTRACT
Social responsibility is a concept whereby companies decide voluntarily to contribute to a fairer society. On that basis, companies cannot be guided only to the fulfillment of their owners’ and shareholders’ interests who seek profit at any cost. These companies have even meet the expectations of other stakeholders as workers, communities, customers, suppliers, public authorities, competitors and the society in general. The aim of this paper is to evaluate the ‘Formare’ Project as an initiative of inclusion and social responsibility. This work shows what the project has been doing since its foundation and evolution, highlighting the increase of the companies involved and the number of youths, supporters and volunteers trained. The companies that are participating in this project invest in social benefits in addition to their competitiveness and their simultaneous economic benefits. The methodology used was a survey of the project, its historical evolution based on documental analysis and companies’ statements available on the Internet in order to know how many participants, supporters and volunteers work with them. The survey also took into account how many schools are involved in the project and checked how the society has realized the benefits generated through the training of young teenagers from the disadvantaged families with low incomes. It is expected to see at the end how every participating company has been arranging all the concerns involved in the ‘Formare’ Project and also to verify the success of it through its evolution and growth.
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 6 INTRODUÇÃO
Responsabilidade Social Empresarial - RSE surge com a mudança de valores impostos pela sociedade pós-industrial à medida que valoriza o ser humano juntamente com o respeito ao meio ambiente, construindo para uma sociedade mais justa e uma organização com objetivos múltiplos. Para Porter (1990), a estratégia competitiva deve nascer de um conhecimento detalhado da estrutura da indústria e a natureza da competição está materializada em cinco forças competitivas conforme Figura 1.
Responsabilidade social envolve a construção de relações com os diversos atores com os quais interagimos, os chamados Stakeholders. Essas relações passam por ações como estimular o crescimento sustentável, o protagonismo e a autonomia das comunidades. A responsabilidade social é uma prática que já foi incorporada pelas empresas preocupadas não apenas em produzir com eficiência, mas também em contribuir com o bem-estar das pessoas e das comunidades. A decisão estratégica na empresa tendo como foco a Ação Social da Empresa (ASE) deve identificar as necessidades de negócio com relação aos Stakeholders e comunidade determinando onde investir. Rodrigues (2009) define Stakeholders e divide em dois grupos: Stakeholders (da empresa) – diz-se dos grupos de indivíduos, ou partes interessadas que têm interesse (stake) ou podem ser afetados pela empresa no que se refere à Ação Social da Empresa – ASE. O outro, Stakeholders (do projeto social) – diz-se dos grupos de indivíduos, ou partes interessadas que têm interesse (stake) ou podem ser afetados pelo programa social em si ou pelos resultados produzidos por ele.
Diante disso Karkotli e Aragão (2005 apud OLIVEIRA e MACHADO, 2009), a consciência mais evoluída e reivindicadora da sociedade indica aos administradores que uma empresa para se manter competitiva necessita primar pela qualidade de seus produtos e serviços, pela segurança de seus clientes, eliminar práticas que causem impactos nocivos ao meio ambiente e demonstrar respeito para com a comunidade que a acolhe.
Segundo o Instituto Ethos (2011), a mobilização de profissionais da empresa para responder aos indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial - RSE deve ser entendida como início de um processo de autodiagnóstico. Este combinado com a missão e estratégia possibilitam identificar aspectos da gestão que necessitam de acompanhamento detalhado, de novas metas e de profissionais focados. Tais metas devem ser preferencialmente incluídas no planejamento estratégico da empresa.
O conceito de responsabilidade social é bastante abrangente: é uma maneira de gerir negócios de forma a transformar empresas em parceiras e co-responsáveis pelo
Figura 1 As cinco forças competitivas que determinam a competição na indústria. Fonte: Porter (1990, p. 45)
AMEAÇA DE NOVAS EMPRESAS AMEAÇA DE NOVOS PRODUTOS / SERVIÇOS RIVALIDADE ENTRE COMPETIDORES PODER DE BARGANHA DOS COMPRADORES PODER DE BARGANHA DOS FORNECEDORES
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 7 desenvolvimento social. Isso envolve preocupação com todos os públicos, os Stakeholders, definido anteriormente.
No Brasil o cenário da Responsabilidade Social Empresarial – RSE é muito promissor. No final de 2005 aproximava-se de mil o número de empresas filiadas ao Instituto Ethos de Responsabilidade Social, um dos principais disseminadores deste discurso no Brasil e no mundo. Esse Instituto se constitui em núcleo de conhecimento, através da troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas que possibilitem contribuir com as empresas de forma que elas possam analisar suas práticas de gestão e aprofundar seu compromisso com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. (ETHOS, 2011)
“No que refere aos indicadores de responsabilidade social do Ethos, trata-se de metodologia própria que permite identificar o nível de atuação e grau de comprometimento empresarial com as questões sociais, ambientais e éticas através de sete princípios: valores e transparência, público interno, fornecedores, meio ambiente, consumidores/clientes, comunidade e governo e a sociedade” (TENÓRIO, 2006. p.72).
No caso do Projeto Formare, trata-se do comprometimento dos empresários na formação de jovens de comunidades de baixa renda e sem oportunidades de qualificação inicial para o mundo do trabalho. É a contribuição da empresa na melhoria da qualidade de vida destes jovens, assim como de suas famílias, que se preparam para iniciar suas vidas profissionais através da inserção social e ao mercado de trabalho.
Estratégia consiste na relação entre Stakeholders, sociedade e meio ambiente é inerente as empresas que se destacam no contexto econômico e social. Integrar o discurso à cultura destas organizações talvez seja uma das dificuldades na prática da Responsabilidade Social Empresarial - RSE em diferentes organizações na busca da Vantagem Competitiva como fator de sustentabilidade, complementa (PORTER, 1990).
2 RESPONSABILIDDADE SOCIAL E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano - Ministério do Meio Ambiente (2012), a participação social representa um grande desafio para a construção de sociedades democráticas. Isso porque constitui instrumento de avaliação da eficácia da gestão, e da melhoria contínua das políticas e serviços públicos por parte da população; pressupõe a convergência de propósitos, a redução de conflitos, o aperfeiçoamento da convivência, e a transparência dos processos decisórios como foco no interesse da coletividade. Para Srhu (2012), a elaboração de planos de forma participativa, como determina o Estatuto das Cidades, possibilita a construção de políticas públicas de longa duração, com grande alcance social.
Rodrigues (2009) enfatiza, a importância da avaliação da Ação Social da Empresa (ASE), deve ser conduzida de forma integrada ao seu planejamento e comunicação, tendo como base a metodologia EPASE (Eficácia Pública e Eficácia Privada da Ação Social da Empresa). Os projetos sociais corporativos devem fazer parte da estratégia das empresas, e não mais serem vistos como iniciativas periféricas. Pois só assim, como defende Porter (1990), esse projetos conseguem gerar o máximo benefício social para as comunidades e o máximo benefício econômico para a própria empresa.
Melo Neto e Brennand (2004) descreve que, a cada esfera de atuação da empresa e cada relacionamento que ela mantém com seus diversos públicos (empregados, acionistas, consumidores, fornecedores etc.) têm a sua dimensão de Responsabilidade Social envolvida no processo.
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 8 Stickney e Weil (2004 apud CRUZ e PITHON, 2009), enfatizam que para o estabelecimento de metas e estratégias corporativas elas devem ser tratadas conjuntamente. Os objetivos de uma empresa fixam os alvos ou os resultados finais para os quais ela direciona seus esforços. As estratégias estabelecem os meios para atingir esses objetivos. Tais objetivos e estratégias são fixados em função do ambiente econômico, institucional e cultural no qual a empresa opera ou pretende operar. Porter (1990), destaca a importância da dedicação constante, as metas de empresas e pessoas refletem-se na natureza do investimento de capital e recursos humanos numa indústria. Nessa mesma linha de pensamento, a metodologia mais recomendada para a elaboração da estratégia e do planejamento estratégico é a análise da empresa dentro do sem ambiente. Complementa Padoveze (2011), a empresa é um sistema que processa recursos internamente e produz saídas alinhadas com os anseios do mercado.
Para Ehrhardt e Brigham (2012), estratégia corporativa, uma vez que a empresa define propósitos, escopo e objetivos, ela deve desenvolver uma estratégia para atingir suas metas. Estratégias corporativas são abordagens mais amplas e não planos detalhados. Padoveze (2012) acrescenta, planejamento estratégico é a etapa inicial do processo de gestão, em que a empresa formula ou reformula suas estratégias empresariais dentro de uma visão específica do futuro. É a fase das definições das políticas, diretrizes e objetivos estratégicos e tem como produto final o equilíbrio dinâmico das interações da empresa com suas variáveis ambientais. Empresas bem-sucedidas não só reagem ao seu ambiente, como também procuram influenciá-lo a seu favor enfatiza (PORTER, 1990).
Segundo Padoveze (2012), a alta administração das empresas não pode ignorar a responsabilidade social além da manutenção de práticas dentro da ética, condições seguras de trabalho, suporte à educação e envolvimento com assuntos ambientais.
Segundo o relatório de Avaliação da Gestão com Responsabilidade Social, o Instituto Ethos menciona os quatro estágios considerando as características no negócio da empresa conforme Figura 2:
Nesse sentido, as empresas são pressionadas a se orientarem para o mercado, descobrir novas soluções, atender cada vez mais a padrões elevados, melhorar seus produtos, serviços e investir, adotando esforços de melhoria contínua permanente como uma estratégia
Figura 2 – Delimitação da Esfera de Influência – ISO 26000
Fonte: Instituto ETHOS (2011)
Está g io 4 Está g io 3 Está g io 2 Está g io 1 Reconhece sua influência nas organizações nas quais exerce controle formal ou de fato. Avalia seu grau de influência em organizações e partes interessadas com as quais possui relação econômica. Orienta o comportamento socialmente responsável das organizações com as quais possui relação econômica, por meio de cláusulas contratuais e incentivos. Analisa sua influência em outras partes interessadas e na opinião pública em geral. Compartilha conhecimentos e se propõe a conduzir projetos conjuntos.
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 9 determinante do desempenho no longo prazo assim como devem ser os projetos de cunho social, permanentes e da mesma forma, de longo prazo.
Para Tachizawa (2011), dados evidenciam que a tendência de preservação ambiental e ecológica por parte das organizações deve continuar de forma permanente e definitiva; os resultados econômicos passam a depender cada vez mais de decisões empresariais que levem em conta que:
a) não há conflito entre lucratividade e a questão ambiental; b) o movimento ambientalista cresce em escala mundial;
c) clientes e comunidade em geral passam a valorizar cada vez mais a proteção do meio ambiente;
d) a demanda e, portanto, o faturamento das empresas passam a sofrer cada vez mais pressões e a depender diretamente do comportamento de consumidores que enfatiza suas preferências para produtos e organizações ecologicamente corretos. Do ponto de vista estratégico, Masiero (2007), diz que a estratégia empresarial (ou de negócios) da organização consiste em um conjunto de políticas, objetivos e planos com a finalidade de desenvolver condições para a empresa competir prosperamente em seus mercados. Padoveze (2012), corrobora com esse pensamento e acrescenta planejar é uma estratégia para aumentar as chances de sucesso de uma empresa em um mundo de negócios que muda constantemente, destacando que, planos estratégicos não são garantia de sucesso. Para Ehrhardt e Brigham (2012), os planos estratégicos geralmente trazem a missão, o escopo, os objetivos e as estratégias da empresa. Srour (2007), destaca que as empresas competitivas que adotam políticas socialmente responsáveis não o fazem por bom mocismo, mas sob pressões cidadãs; pretendendo sabiamente preservar sua boa reputação.
Ligando aspectos relacionados com o planejamento estratégico e a mudança cultural das empresas, Coelho (2008), destaca, no Brasil, a consciência social da responsabilidade das empresas para com a comunidade em que está inserida não é muito antiga. Alguns a datam de 1999 quando a revista Exame lançou seu primeiro ranking das 50 melhores empresas para trabalhar e um dos quesitos observados pelos examinadores era algum tipo de política ou ação que as inserisse no conceito de “empresa-cidadã”. Masiero (2007) acrescenta, a Federação e a Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp) divulgam, por intermédio de seus veículos de comunicação, que responsabilidade social é incorporar valores éticos ao processo de decisões nos negócios, assim como cumprir a legislação e respeitar as pessoas, as comunidades e o meio ambiente.
Polizelli (2011) comenta, nos últimos trinta anos, foi possível acumular informações em uma escala impressionante sobre os problemas ambientais. Tachisawa e Andrade (2012) acrescentam, os aspectos econômicos da gestão ambiental, da responsabilidade social, das tecnologias de gestão, das transformações empresariais e da rotulagem ambiental no contexto dos negócios verdes, partiu das reflexões sobre as diferentes dimensões das questões ambientais e da responsabilidade social, para daí extrair aqueles conceitos aplicáveis ao modelo de gestão ambiental e responsabilidade social. Para Melo Neto e Froes (2002), o conceito de responsabilidade social de uma empresa consiste na sua decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade que exerce.
Para Pereira, Silva e Carbonari (2011), o desdobramento do investimento social privado leva ao conceito da Responsabilidade Social Empresarial - RSE, que segundo o Instituto Ethos é um conceito que abrange duas importantes dimensões:
a) uma forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa como todos os públicos com os quais ela se relaciona.
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 10 b) o estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
Melo Neto e Froes (2001) comentam que, responsabilidade social é muito mais do que um conceito, é um valor pessoal e institucional que se reflete nas atitudes das empresas, dos empresários e de todos os seus funcionários e parceiros. Para muitas empresas, exercer responsabilidade social é simplesmente fazer doações e desempenhar ações de filantropia. Tais empresas apenas praticam ações de responsabilidade social e, em muitos casos, de forma esporádicas e casual.
Ferrell et al. (2001), procuram diferenciar o conceito de ética e de responsabilidade social, muitas vezes tomados como sinônimos. Para os autores, ética é uma parte da filosofia que procura esclarecer teoricamente o que é certo e o que é errado na conduta humana. Para as empresas, ética empresarial é o conjunto de princípios e padrões que orientam o comportamento no mundo dos negócios. Já responsabilidade social é o conjunto de obrigações que as empresas assumem com a sociedade, desejando a maximização dos efeitos positivos e minimização dos efeitos negativos sobre a sociedade.
De maneira similar, Ashley (2005), afirma que a responsabilidade social é o compromisso que a empresa possui com o desenvolvimento, bem-estar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas famílias e a comunidade em geral. MASIERO (2007) complementa, éthos, em grego, ou ética, em português têm o mesmo significado desde a Grécia antiga, ajuda o homem a refletir sobre a sua própria atuação e a determinar quais são os modos de agir que aperfeiçoam a personalidade e a convivência social.
No capitalismo social, que ganha substância principalmente no Sistema Mundial Competitivo, a maximização dos lucros deixou de ser a mola principal do sistema. Associa-se agora com a tendência a maximizar ganhos sociais, frutos da responsabilidade social, segunda lógica do capitalismo atual. Para Srour (2007), responsabilidade social economicamente correto é o lucro com ética.
“É o compromisso das empresas com o bem-estar social, quando convertem parte dos lucros em ganhos sociais; são ações conjugadas que contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos Stakeholders; são decisões empresariais informadas pelo balanço dos interesses dos Stakeholders e consubstanciadas naquilo que se denomina
balanço social”. (SROUR, 2007, p.316)
As verdadeiras empresas cidadãs exercem a sua responsabilidade social em caráter permanente, com programas e projetos sociais próprios através de ações de filantropia, de assistência social e de fomento ao desenvolvimento social. Estas gerenciam o seu processo de responsabilidade social e deve estar prevista no planejamento estratégico da empresa. Para Porter (1990), a estratégia competitiva difere muito entre indústrias e, até mesmo, entre segmentos da mesma indústria. Portanto, os projetos sociais devem estar contemplados no planejamento estratégico da empresa ou de um segmento específico. Tenório (2006) afirma que responsabilidade social não pode ser confundida também com cidadania empresarial ou possuir uma visão utilitarista do social como forma de aprovação social.
Melo Neto e Brennand (2004), esclarece que uma empresa é socialmente responsável, porque ela patrocina e investe em projetos sociais, participa de campanhas sociais e incentiva o trabalho voluntário de seus funcionários, significa um estreitamento do conceito de Responsabilidade Social. Com essa mesma postura o Projeto Formare conta com participantes em caráter permanente, possui uma grande equipe de organizadores, colaboradores, voluntários, parceiros e apoiadores, além das empresas que disponibilizam estruturas e recursos necessários para que se cumpra o objetivo principal do projeto: Programa de
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 11 Qualificação Profissional de Jovens entre 16 e 18 anos de famílias de baixa renda. Como preservar uma boa reputação empresarial perante a sociedade em geral? “Assim, qualquer suspeita que recaia sobre a integridade pessoal, a idoneidade empresarial ou a proficiência profissional acaba minando a confiança pública depositada nos agentes e Stakeholders”. (SROUR, 2007, p.353)
3 METODOLOGIA
Para Marconi e Lakatos (2010), métodos é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo ou conhecimento válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
No presente artigo o método utilizado foi a Pesquisa Documental, segundo Gil (2006), pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica e para Marconi e Lakatos (2009), a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita à documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Os documentos e informações pesquisados foram disponibilizados pelo próprio emitente, Projeto Formare, em seu endereço eletrônico, além dos depoimentos. Sendo assim, a interpretação e análise das informações disponibilizadas, podem ser consideradas fidedignas, ou seja, dignas de fé e de credibilidade. Para Gil (2006), “A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens. Primeiramente, há que se considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados”
Considerado o método adequado para alcançar os objetivos propostos, foram acessadas as últimas versões dos documentos e informações disponíveis no endereço eletrônico do Formare, essas informações, documentos e depoimentos foram suficientes para se atingir plenamente os objetivos, inicialmente, desejados, face à consistência e quantidade de informações e depoimentos que indicaram que os participantes, administradores, empresas e voluntários é um exemplo a ser seguido.
A análise e interpretação do material permitiram que se chegassem às conclusões pretendidas, ratificando o que se esperava, ou seja, o Projeto Formare é uma iniciativa de inserção social de grande importância para a comunidade, contando com empresas, voluntários e apoiadores em caráter permanente.
4 PROJETO FORMARE 4.1 Fundação Iochpe
Instituída em 1988 pela Iochpe-Maxion S/A - grupo empresarial que opera nos segmentos de autopeças e equipamentos ferroviários, a Fundação Iochpe desenvolve programas nas áreas de educação, cultura e bem-estar social, realizando parcerias com entidades públicas e privadas. A Fundação Iochpe é uma organização civil sem fins lucrativos, qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que se dedica a apoiar profissionais e empresas em suas ações de investimento social. Os programas educacionais, nos vários níveis de ensino, objetivam promover o desenvolvimento integral de crianças e jovens, capacitando-os para exercer uma profissão, ampliando suas habilidades de expressão e comunicação, estimulando sua criatividade e reforçando, assim, sua formação como cidadãos.
A Fundação Iochpe atua em duas frentes: Projeto Formare tornando-se a primeira franquia social sem fins lucrativos do Brasil e Instituto Arte na Escola, visando qualificar processos educacionais em arte. Formada por professores universitários com títulos de
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 12 mestres e doutores, capacitadoras, tutoras, pedagogas e psicólogas, a equipe da Fundação Iochpe fornece apoio pedagógico para gerenciamento de todas as escolas do Projeto Formare e acompanha cada etapa do ano letivo por meio de ferramentas de gestão on-line. O apoio pedagógico é conduzido de forma presencial e virtual EAD.
O Formare é um projeto da Fundação Iochpe que, a partir de parcerias com empresas de grande e médio portes, oferece cursos de educação profissional, ensino profissionalizante, para jovens de famílias de baixa renda com idades de 16 a 18 anos.
Além do benefício aos jovens formados pelo Formare, a empresa que se torna parceira melhora seu clima organizacional ao incentivar a atividade voluntária entre seus colaboradores que, após passarem por processo de capacitação, atuam como educadores voluntários em sala de aula.
Em 1988, ainda com o nome de ETIM – Escola Técnica Iochpe Maxion na planta da Maxion em Canoas-RS, ocorre a formatura da primeira turma do Projeto Formare. De lá para os dias atuais, o Projeto Formare só melhorou, desenvolvendo um ambiente equipado com recursos de tecnologia de ponta, exigidos pelo mercado, e os alunos contam com profissionais qualificados e atualizados sobre os temas tratados em sala de aula. Além do benefício aos jovens formados pelo Formare, a empresa que se torna parceira melhora seu clima organizacional ao incentivar a atividade voluntária entre seus colaboradores que, após passarem por processo de capacitação, atuam como educadores voluntários.
4.2 Números Formare
Em 2012, o Formare completa 24 anos de história. Mas foi apenas em 2001, quando formatou um modelo adaptável a diversos ambientes empresariais, que o processo de expansão teve início. Hoje é uma rede social com 54 empresas parceiras que atua em 11 Estados do Brasil. Para se ter uma idéia, alguns números do Projeto Formare:
54 empresas parceiras
15 empresas apoiadoras divulgadoras 86 escolas no Brasil e uma na Argentina 6.700 educadores voluntários
1.720 jovens em formação por ano em média 11 estados brasileiros
Mais de 11.000 jovens capacitados até o momento
4.3 Proposta Pedagógica e Grade Curricular dos Cursos da Formare
O Formare é um ambiente de aprendizagem profissional que desenvolve, por meio da ação voluntária, a potencialidade de jovens de populações de baixa renda para integrá-los à sociedade como cidadãos e profissionais. O Formare possui quatro focos:
Atenção ao educando, de forma a promover seu desenvolvimento como profissional e cidadão integrado ao meio em que vive;
Atenção ao educador, identificado junto ao corpo funcional da empresa mantenedora, que, ao trabalhar como voluntário assume a função como cidadão; Atenção ao espaço físico, que deve ser preparado de modo a possibilitar a integração do fazer e do pensar nas atividades previstas no planejamento curricular;
Atenção com a inserção dos alunos formados no mercado de trabalho, com acompanhamento e orientação no período inicial.
RAF
Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 13 Os objetivos da proposta pedagógica é desenvolver a potencialidade de jovens de famílias de baixa renda, possibilitando sua inserção no mercado de trabalho, possibilitar que a empresa desenvolva um trabalho social de qualidade junto a sua comunidade, gerar o interesse entre os funcionários da empresa em participar dos processos de cidadania, evitar desperdícios de recursos materiais e humanos com ações sociais que não geram resultados efeitos de longo prazo. Alguns dos principais objetivos da escola são: garantir a permanência de seus egressos no mercado de trabalho e, crescimento profissional e social. Todos esses objetivos conduzem a empresa para uma conscientização maior de todos, institucionalizando as práticas de responsabilidade social, por meio da capacitação de educadores voluntários, melhorando o ambiente interno e externo à empresa, gerando valor para a comunidade.
O Projeto Formare está constituído para ser desenvolvido dentro de uma empresa, entendendo-a como um grande ambiente de aprendizagem profissional. Nesse contexto, ao assumirem o papel de educadores voluntários, os funcionários tornam-se facilitadores do processo de ensino e aprendizagem.
A grade curricular conta com cursos oferecidos pelo Projeto Formare que possui um eixo de disciplinas comuns às empresas parceiras da rede, tais como fundamentação numérica, informática, comunicação e relacionamento e higiene, saúde e segurança. São disciplinas de conteúdo e interesse universal, cuja transmissão independe do perfil e das necessidades da empresa. Há ainda aqueles assuntos direcionados às áreas de atuação das empresas, que compreendem temas técnicos e que são definidos após visita de diagnóstico e melhor entendimento de sua atuação, bem como atividades de integração, como teatro, idiomas e educação física.
A orientação pedagógica baseia-se nas recomendações do Ministério da Educação (MEC) que prevê o desenvolvimento de competências e habilidades obtidas a partir da associação entre teoria e prática. Os jovens capacitados pelos cursos recebem certificado reconhecido pelo MEC emitidos por instituição federal de ensino tecnológico, a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).
4.4 Apoiadores do Projeto Formare
As empresas apoiadoras do Projeto Formare, fazem a divulgação contribuindo para o sucesso do Projeto Formare. Conforme Quadro 2, algumas das empresas apoiadoras e sua forma de divulgação que fazem de forma espontânea e voluntária reconhecendo sua importância social.
Quadro 2 – Empresas apoiadores do Projeto Formare em 2012
Empresa Ramo de negócio ou atividade Forma de divulgação e/ou apoio Automotive Business é um grupo de comunicação que
tem como produtos revista bimestral, portal noticioso, newsletter, TV e publicações automotivas.
A empresa divulga o trabalho do Projeto Formare por meio da distribuição de folderes e lâminas informativos, colocação de totens em eventos dirigidos e espaço de publicidade em seu ambiente virtual. Associação Brasileira da
Indústria Ferroviária (ABIFER)
setor ferroviário brasileiro e tem como missão fomentar a expansão do transporte ferroviário de carga e de passageiros no Brasil, por meio de ações de apoio às concessionárias e seus usuários, objetivando também o crescimento da indústria ferroviária brasileira.
A ABIFER contribui na divulgação do Projeto Formare em feiras e eventos.
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Engª Automotiva (AEA) de vários segmentos, que trabalham na formulação e determinação de políticas direcionadas para o conjunto de conhecimentos científicos relativos à mobilidade.
do Projeto Formare em feiras e eventos.
Sociedade de Cultura Artística
eventos culturais e artísticos. disponibiliza, aos alunos do Projeto Formare, ingressos gratuitos para a temporada internacional de espetáculos - incluídos concertos na Sala São Paulo - e acesso a oficinas com musicistas e regentes de renome internacional.
AutoData Editora é uma empresa de comunicação especializada no setor automotivo nacional e internacional, que desenvolve publicações de revistas, guias, serviços de notícias on-line e realização de seminários.
A AutoData Editora cede espaço em suas publicações para a divulgação do Projeto Formare.
Fundação Iochpe e a Curriculum.com.br
empresa especializada na divulgação eletrônica de currículos e oportunidades profissionais.
parceria para auxiliar ex-alunos e empresas a se encontrarem. Os jovens formados pelo Formare pesquisam vagas e divulgam seu currículo pelo sistema de colocação profissional. Empresas têm acesso aos seus currículos e divulgam vagas no maior banco de currículos do país!
Instituto ESTRE de Responsabilidade Socioambiental
desenvolve programas de responsabilidade social que disseminam os valores da sustentabilidade, principalmente no que diz respeito aos resíduos gerados pelo homem, suas causas e suas conseqüências.
Cabe à equipe do Instituto inserir os temas de suas oficinas pedagógicas nos cursos do Formare. Acompanhamento do educador voluntário e os alunos em visita ao Instituto Estre para conhecer o Centro de Gerenciamento de Resíduos da Estre Ambiental, em Paulínia (SP).
Mitutoyo empresa de origem japonesa fabricante de instrumentos de precisão – homenageia os alunos Formare que se destacam nos conteúdos de metrologia - em toda a Rede, mais da metade das Escolas oferece esta disciplina.
O jovem com melhor desempenho durante o curso recebe da empresa um paquímetro (aparelho de medição com precisão milimétrica).
Ponto e Letra atua em propaganda, marketing, design e web. Atende clientes de vários segmentos, com ênfase especial à indústria automotiva, onde produz algumas das principais publicações desse setor.
A Ponto e Letra contribui com o desenvolvimento e produção do design gráfico do material institucional do Formare.
Roemer Hunting do Brasil
atua em projetos de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento humano, entre outros.
A empresa oferece palestras que orientam os alunos do Formare na elaboração de currículos, comportamento em entrevistas e dinâmicas de grupo.
SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega pessoas físicas (engenheiros, técnicos e executivos) unidas pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A associação divulga o Projeto Formare em feiras e eventos.
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Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores
capacitação profissional de jovens para o progresso social e econômico do país
eventos.
Uniodonto e a Fundação Iochpe
convênio odontológico parceria institucional que beneficia os jovens capacitados pelo Formare. O convênio oferece tratamento dentário gratuito aos alunos de Escolas Formare do Estado de São Paulo.
Veris Faculdades curso superior - oferece bolsas de estudo aos jovens capacitados nos cursos do Projeto Formare.
A Veris também oferece infra-estrutura de sala de aula e laboratório de informática para os participantes do curso do projeto Formare e da Fundação Iochpe.
Visa empresa de pagamentos
eletrônicos e patrocinadora da Copa do Mundo de 2010, lançou, em parceria com a Federação Internacional de Futebol (FIFA), o game de futebol e finanças Bate-Bola Financeiro.
O jogo educacional interativo tem como objetivo ajudar crianças, jovens e adultos a aprenderem conceitos de finanças pessoais de uma maneira divertida e eficiente. No Brasil, parceiros-chave trabalharão com a Visa em prol da inclusão da educação financeira na vida de crianças, jovens e adultos. A Fundação Iochpe, por meio do projeto Formare, faz parte deste grupo. Fonte: www.formare.org.br acessado em: julho de 2012
4.5 Resultados do Projeto Formare e Depoimentos de seus Apoiadores
O Formare é um projeto social com resultados mensuráveis. Mais de 11 mil jovens já foram capacitados em 24 anos de história. Veja alguns resultados de avaliações externas realizadas com os jovens egressos do projeto conforme quadro 3.
Quadro 3 - Principais Resultados do Projeto Formare Avaliações e Resultados
80 % dos egressos conseguem emprego em até três meses após a formatura. 77 % progrediram na empresa que trabalham.
88 % possuem alto índice de produtividade individual e em equipe. 87 % apresentam alto índice de flexibilidade no seu posto de trabalho. 97 % afirmam que o programa os motivou a procurar outros tipos de curso. 95 % afirmam que a Escola Formare os ajudou a acreditar mais em si mesmo. 90 % apresentam alto índice de responsabilidade.
Fonte: www.formare.org.br acessado em: julho de 2012.
A análise dos testemunhos de pessoas diretamente relacionadas como o Projeto Formare, foi extremamente positivo, passando uma sensação de postura consciente e motivadora. Para confirmar, foram destacados alguns depoimentos entre os 54 disponíveis no endereço eletrônico: <www.formare.org.br> acessado no mês de julho de 2012, conforme Quadro 4.
Quadro 4 – Seleção de Depoimentos dos Apoiadores do Projeto
Empresa Cargo ou Ocupação Depoimento
Alstom Diretor Geral America Latina “Entre os diversos objetivos do Formare, formar pessoas é, talvez, o mais importante, pois ajuda o colaborador a estruturar as suas idéias e se sentir mais feliz e motivado por poder ajudar a sociedade.”
Behr CEO Chief Executive Officer "Oferecemos aos jovens conhecimento e vivência profissional, que os auxiliarão na escolha para o futuro e os tornarão cidadãos que a sociedade espera e o Brasil
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merece. Cada aluno que passar pelo Formare terá sempre a Behr como modelo. E, para nós, o projeto transforma o ambiente corporativo em um clima saudável, de participação e aprendizagem contínua."
Coteminas Diretor “As mudanças de atitude que o voluntário apresenta na convivência e participação no projeto é algo que nenhuma escola profissional ensina. A Escola transforma o aluno e nossa experiência mostra que transforma muito mais nosso colaborador.”
Delphi Presidente América do Sul “A responsabilidade social da Delphi vai além das salas de aula. Somos responsáveis pela transformação dos futuros desses alunos: novos sonhos, expectativas e oportunidades. O Formare é o nosso principal projeto social na América do Sul.”
Grand Hyatt
Diretor Regional de RH “Os sonhos são a união da mente e do coração. Queremos encorajar estes garotos para que consigam realizá-los.”
Grupo Ultra
Presidente "O Formare muda o comportamento do colaborador, que cria vínculo maior com a companhia, melhora nossa reputação e fortalece a imagem diante do mercado por investirmos em responsabilidade social."
Man Latin America
Presidente “O Projeto Formare tem sido um grande parceiro na formação de mão de obra de qualidade. A proposta de integração social nos auxilia na geração de emprego e renda para a população do sul do Estado do Rio de Janeiro.”
Nivea Diretor de Supply Chain “Considero a causa do Formare sensacional e acreditamos muito no desenvolvimento das pessoas enquanto indivíduos e profissionais com ele.”
PepsiCo Presidente Divisão Alimentos no Brasil
“Uma das coisas que fazem do Projeto Formare único é a união entre empresa, governo e sociedade. Todas as pessoas que dedicam tempo para preparar aulas estão sendo líderes congruentes e devolvendo à comunidade um pouco do que são.”
Plascar Presidente “É um prazer muito grande contribuir na formação profissional destes jovens, que tem uma dedicação acima da média.”
Saint Gobain
Vice-presidente de Abrasivos América do Sul e Lixas Mundial
“O nosso objetivo é criar um projeto perene e palpável para todos na empresa. Não estamos simplesmente realizando um projeto social, mas contribuindo para a formação dos cidadãos do futuro.”
Suzano Diretor Executivo de RH “O Formare é um transformador social: estimula e integra os nossos colaboradores à prática de voluntariado e ainda capacita jovens de comunidades do entorno das nossas unidades a encontrarem novos caminhos.” Takata Presidente América do Sul "Com o Formare, vamos ajudar os jovens, seus
familiares, a comunidade em que estão inseridos e propiciar o desenvolvimento pessoal e profissional de nosso quadro de funcionários.”
Usiminas Gerente-geral de RH da Usina Cubatão
“O Formare supre a necessidade da usina, atende demandas da comunidade e faz com que a atuação dos jovens no ambiente profissional seja diferenciada.” Fonte: www.formare.org.br acessado em: julho de 2012.
Empresas que implantaram o Formare em suas unidades, além de fortalecer e demonstrar seu comprometimento com a região onde estão inseridas, também recebem
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Revista de Administração da Fatea, v. 5, n. 5, p. 5-19, jan./ dez., 2012. 17 reconhecimentos por suas ações sociais. O projeto Formare, com seus resultados, conquistou vários prêmios e obteve o reconhecimento de várias entidades respeitadas do terceiro setor:
Vencedor do Prêmio Rei 2011
Categoria Responsabilidade Socioambiental Vencedor do Prêmio Autodata 2007
Categoria Responsabilidade Social
Vencedor do Prêmio Eco 2004 da AMCHAM Categoria Educação
Finalista do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2001
Vencedor do Prêmio Top Social ADVB-SP 1999 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO
Por meio da análise documental, da evolução histórica, aumento dos participantes, voluntariado e principalmente aumento da quantidade e da qualidade de vida dos adolescentes capacitados, conclui-se que trata-se um projeto realmente vitorioso e, acima de tudo, reconhecido pela comunidade. O Projeto Formare é um modelo de sucesso de educação profissional de jovens de famílias de baixa renda dentro das empresas transformando-se na primeira franquia social do Brasil.
Considerando a evolução dos resultados apresentados, empresas parceiras, apoiadores, voluntários e depoimentos, pode-se constatar que a Fundação Iochpe idealizou um vitorioso projeto com sucesso comprovado e o mais importante, reconhecido por todos do ambiente interno e externo. Trata-se de um grande projeto de Responsabilidade Social. Além disso, as empresas parceiras do Formare agora têm mais um instrumento para demonstrar orgulho em participar do projeto. A Fundação Iochpe lança o selo “Empresa Parceira Formare – aqui o jovem tem futuro” que pretende ainda mais valorizar o compromisso com a capacitação profissional dos jovens de famílias de baixa renda.
A MWM International Motores, líder no desenvolvimento de tecnologia diesel no Mercosul, é a primeira empresa a receber o selo da Fundação Iochpe. O reconhecimento foi concedido à fabricante de motores por sua atuação no Projeto Formare há 20 anos na unidade de Canoas (RS).
A coordenadora geral do Formare, Beth Callia, explica a importância do selo. “Com esse tipo de reconhecimento a empresa passa a ser percebida interna e externamente, o que fortalece a imagem da companhia perante a sociedade. É também mais uma forma de dar visibilidade ao trabalho de tantos voluntários que atuam na formação e consequente transformação de vida dos jovens alunos.”
Finalizando, espera-se ter contribuído abordando um projeto modelo de responsabilidade social, inovador e transformador de jovens de baixa renda. O Projeto Formare é realmente um exemplo a ser seguido é um projeto vitorioso de educação profissional a jovens de baixa renda. A título de sugestão para outros trabalhos, seria bastante relevante, avaliar sua evolução para os anos seguintes, destacando as cidades por onde o projeto se faz presente e também a quantidade de jovens que passam a ter novas perspectivas profissionais e de vida, além da quantidade de empresas e voluntários. Uma outra abordagem, seria verificar e avaliar o lado do marketing institucional das empresas participantes, visando incentivar outras a seguirem o exemplo e mudando, mesmo que de forma insipiente, a vida e o futuro de jovens e de suas respectivas famílias.
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