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ANAIS VI CONNEPI - IFRN - Ciencias Biologicas.pdf (29.52Mb)

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Academic year: 2021

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(5) O POTENCIAL RENOVÁVEL DO RIO GRANDE DO NORTE 1. 2. 3. 4. I. J. M. BARRETO , A. A. SILVA , E. R. B. JUSTINO e M. J. M. R. SILVA 1,2,3,4 Instituto Federal do Rio G. do Norte – Campus Natal-Zona Norte ilanajrbd@hotmail.com – alisson.lettheflamesbegin@hotmail.com – emanuelle_justino@hotmail.com – silva_marjorie@hotmail.com. RESUMO No mundo atual com a necessidade de se expandir o capital é necessário que haja algo que impulsione e movimente indústrias, máquinas, automóveis e forneçam energia que alimente as habitações, atendendo de maneira geral as necessidades da população. Para isso usa-se desde os primórdios, fontes de energias que atendam a esses setores e suas demandas. Com isso sempre foi necessário a utilização de um combustível ou fonte energética que movimentasse tudo que nos era necessário. Diante disso o homem achou importante desenvolver, explorar e extrair as fontes energéticas que lhe eram acessíveis, e gradativamente foi aperfeiçoando suas técnicas, criando novas tecnologias de acordo com sua capacidade, condições naturais e necessidade. Este trabalho discute esta temática e aqui, aborda-se o potencial energético do Estado do Rio Grande do Norte-RN, considerando os principais recursos oferecidos pela diversidade natural do território potiguar e de que forma como estão sendo utilizados. Os objetivos são: identificar os principais recursos energéticos do Rio Grande do Norte-RN; fazer um levantamento sobre os tipos de fontes que compõem a matriz energética do Estado e identificar as fontes de energia utilizadas em instituições públicas, especificamente escolas, da Zona Norte de NatalRN. Palavras Chave: Rio Grande do Norte, matriz energética, riquezas naturais, energias renováveis.. .

(6) 1. INTRODUÇÃO Sabe-se que os modos de organização econômica que permitem a expansão da economia em todo o planeta baseiam-se em formas predatórias de uso dos recursos naturais e as estratégias de gestão adotadas por governos e empresas, de modo geral, não consideram a finitude dos ecossistemas. Desse modo, as leis que dirigem a natureza são violadas e os custos ambientais têm se mostrado altos (CAVALCANTI, 2001). Um dos caminhos para a compreensão do que está sendo exposto é a composição da atual conjuntura mundial apresentada num cenário ligado, principalmente, a três fatores: meio ambiente, energia e economia. A busca por mais lucro é cada vez mais excessiva e para que isso aconteça o mercado investe na eficiência máxima do uso de matéria e energia, consequentemente em mais tecnologia e combustíveis, que, em sua maioria, são de origem fóssil, como fonte energética para o funcionamento dessa tecnologia. O uso dos combustíveis, por sua vez, é muito intenso em vários setores e traz como uma das consequências a escassez das fontes de energia não renováveis e inúmeros impactos ambientais. É notável também o aumento gradativo do consumo de energia elétrica, tanto em residências como em indústrias. A ampliação dos recursos energéticos associada à falta de investimento no setor de energia elétrica tem ocasionado uma crise na oferta transformando a carência de energia num dos principais problemas das sociedades contemporâneas. Por mais que o fim da era dos combustíveis fósseis seja apregoado por muitos estudiosos, a forte dependência em relação a esses combustíveis é inegável por uma série de razões: comodidade, preço e conveniência política, desvalorizando o imenso reservatório de energia natural e renovável ofertado pelo meio ambiente. Nessa perspectiva As guerras e as crises políticas revelaram a fragilidade de nossas fontes de combustíveis e tomamos consciência do impacto ambiental causado por nossa dependência de energia. A era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim, e historiadores do futuro poderão considerá-la uma anomalia, uma época de consumo insustentável. Nas próximas décadas vamos precisar romper nossa dependência dos combustíveis fosseis. A transação pode não ser fácil e terá consequências profundas em nossa vida. (WALISIEWICZ, 2008, p. 4). Tendo em vista o que foi dito acima e considerando também questões, como o prejuízo acarretado pelo uso de combustíveis fósseis deve-se observar o potencial energético renovável apresentado por cada localidade, analisar as suas condições naturais, as vantagens em seu uso, e que consequências podem trazer à sociedade e ao meio ambiente. Assim, investimentos em pesquisa e desenvolvimento são imprescindíveis para que se desenvolvam estudos sobre a utilização de fontes de energia que sejam menos poluentes e possam ser utilizadas em larga escala. Daí a importância de se investir nas possibilidades de utilização apresentadas por fontes alternativas e renováveis de energia como a eólica, o hidrogênio, a bioenergia, a energia das marés, a geotérmica, a solar, entre outras. Estas fontes além de serem abundantes, não se esgotarem são consideradas “limpas” em virtude de provocarem índices quase insignificantes de impactos ambientais. (PALZ, 2002). Associadas a isto, devese investir também na mudança de hábitos de consumo incorretos dando privilégio a utilização racional da energia. Com base no que foi apresentado, este trabalho é o resultado parcial de uma pesquisa desenvolvida no IFRN/Campus Natal-Zona Norte e financiada pelo Programa Petrobras de Formação de Recursos Humanos – PFRH, a respeito da participação de fontes alternativas de energia na matriz energética do Rio Grande do Norte. Aqui, aborda-se o potencial energético do Estado do Rio Grande do Norte-RN, considerando os principais recursos oferecidos pela diversidade natural do território potiguar e de que forma como estão sendo utilizados. Os objetivos são: identificar os principais recursos energéticos do Rio Grande do Norte-RN; fazer um levantamento sobre os tipos de fontes que compõem. .

(7) a matriz energética do Estado e identificar as fontes de energia utilizadas em instituições públicas, especificamente escolas, da Zona Norte de Natal-RN. O estudo baseou-se em leitura e discussão de material bibliográfico produzido por autores que analisam o uso do território potiguar e brasileiro, os modelos de desenvolvimento da sociedade capitalista, os tipos de fontes energéticas que compõem a matriz brasileira e estadual bem como aqueles que discutem a problemática ambiental decorrente do uso exaustivo dos recursos naturais. Também fez-se uso de dados secundários obtidos em órgãos públicos estaduais, entrevistas e relatórios de projeções da matriz energética do RN.. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A energia sempre foi essencial para a existência humana, sendo imprescindível ao desenvolvimento econômico e social. Porém, com o passar do tempo percebe-se que as fontes energéticas existentes não atendem a todos os interesses da sociedade, além de trazer consequências irreversíveis, ao meio ambiente. Assim, estudiosos e pesquisadores estão sempre buscando o desenvolvimento de fontes energéticas que possam atender as necessidades dos diversos grupos sociais e que não sejam tão prejudiciais ao planeta, ou seja, as energias renováveis, as consideradas “limpas”, especialmente com a eminência da crise energética que assola o planeta. A crise energética e os problemas ambientais advindas do consumo de combustíveis fósseis têm provocado mudanças nas estruturas de gerenciamento, controle, regulação e aplicação de novos investimentos no setor energético brasileiro. Nesse setor o Estado tem se afastado das ações de eficiência energética, relegando essa tarefa às empresas privadas, obrigando-as a recolher 1% de suas receitas para serem aplicadas em programas de eficiência energética e de pesquisa e desenvolvimento. (JANUZZI, 1997). Na verdade, a medida mais adequada de se buscar a eficiência energética é a busca de alternativa à utilização dos combustíveis fósseis e esse é um desafio que os grupos humanos não podem furtar-se pois descobrir um caminho que reestruture o modelo de produção e consumo de energia que não degrade o meio ambiente e que também não seja finito significa a preservação do planeta e consequentemente a garantia da sobrevivência humana. Esse caminho pode ser trilhado pela busca de fontes renováveis de energia, dando prioridade ao uso do transporte de massa e de tecnologias ambientalmente sãs. (CAVALCANTI, 2001). Sabe-se, porém, que a sociedade atual ainda é extremamente dependente dos combustíveis fósseis e o no RN não é diferente. No contexto brasileiro o Estado destaca-se na produção de petróleo e gás, sendo o 1º maior produtor de petróleo do país em terra e o 2º em mar. Nesse sentido destacam-se as características geológicas do Estado, que tem, aproximadamente, 40% de suas terras ocupadas por rochas sedimentares. (GALVÃO, 2005). Como é do conhecimento geral a formação do petróleo deve-se às mudanças ocorridas em matéria orgânica vegetal ou animal de origem oceânica e retida no subsolo há milhares de anos e sua ocorrência dá-se em áreas sedimentares. Desse modo, a estrutura sedimentar do subsolo norte-riograndense é que permite a existência das reservas de petróleo e gás no território potiguar. Apesar da boa reserva em combustíveis fósseis, outras fontes poderiam ter forte participação na matriz energética do RN e do Brasil em virtude de suas características naturais. No país, a região Nordeste, por exemplo, é considerada uma das pioneiras na instalação de energia eólica devido ao seu potencial de ventos favoráveis ao aproveitamento na geração de energia elétrica. Segundo o Coordenador de Campanha de Energia Renovável do Greenpeace, Ricardo Baitello, em 2010, as regiões brasileiras menos favorecidas têm um potencial de produção energética muito maior do que os. .

(8) melhores parques produtores do mundo (INSTITUTO EUVALDO LODI, 2011). Os programas de implementação experimental de energia eólica no Brasil somam hoje um total de aproximadamente 1,6 MW. Os projetos da iniciativa privada somam um total de 27,1 MW (17,4 MW no Ceará, 2,5 MW no Paraná, 5,4 MW em Santa Catarina e 1,8 MW no Rio Grande do Norte) (RIO GRANDE NO NORTE, 2006). Percebe-se que no Nordeste pode-se encontrar a os maiores projetos já implantados no Brasil. O Rio Grande do Norte insere-se no contexto acima por apresentar uma posição satisfatória frente ao desempenho do Brasil no setor eólico, sendo considerado como a área de maior potencial do Nordeste. Um estudo conduzido e publicado recentemente por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), concluiu que os Estados nordestinos voltados para o Hemisfério Norte são os maiores promissores quanto à utilização da força dos ventos como fonte alternativa para a geração de energia elétrica. O RN não é uma exceção, uma vez que seus ventos possuem uma potência de geração eólica de 9,56 GW a 50m de altura para áreas com ventos iguais ou superiores a 7,0m/s. (RIO GRANDE DO NORTE, 2011). Ressalta-se, no entanto, que as condições climáticas do RN é que garantem o potencial eólico do Estado. Basicamente encontram-se dois tipos de clima em terras potiguares: o Clima Tropical litorâneo úmido, presente no litoral oriental e o Clima Tropical semiárido, encontrado no restante do território, inclusive no litoral setentrional. São climas quentes com ventos regulares no litoral, proporcionados pela dinâmica das massas de ar Equatorial Atlântica (formadora dos ventos alísios de nordeste) e da Tropical Atlântica (responsável pela formação dos ventos alísios de sudeste). (NUNES, 2006). Assim, a atuação das massas de ar no RN proporciona a grande quantidade de ventos fortes que condicionam a produção de energia eólica. A considerável área litorânea do RN também contribui para a instalação de parques eólicos. Um estudo do Instituto de Eletrotécnica e Energia – IEE da USP apontou em um relatório da Petrobrás o seguinte quadro do Estado Potiguar: O Estado do Rio Grande do Norte apresenta em praticamente toda zona costeira condições favoráveis à implantação de geradores eólicos, com ventos cuja velocidade se apresenta razoavelmente constante em direção e sentido, com módulo acima de 4 m/s. Há ao menos um estudo, inclusive, que aponta o Estado como o de maior potencial eólico do Nordeste.(PETROBRÁS; USP, 2007 apud SILVA; TEIXEIRA, 2010). As terras potiguares possuíam em 2010 três parques eólicos em operação. Um deles é controlado pelo grupo espanhol Iberdrola, localizado no município de Rio do Fogo e possui 62 aerogeradores gerando atualmente 49,3 megawatts (MW) de energia. Outro parque situa-se em Macau e foi a primeira usina de energia eólica implantada pela Petrobrás (2004) gerando 1,8 MW. Seu parque dispõe de três aerogeradores com potência de 600 kW cada, capazes de alimentar uma cidade de 10 mil habitantes. O terceiro parque é composto por duas unidades, Alegria I e Alegria II, situadas em Guamaré-RN. A unidade Alegria I é composta por 31 aerogeradores com potência total de 51,15 MW, enquanto na unidade Alegria II, que ainda está em construção, serão instalados 61 aerogeradores com potência total de 100,65 MW, as duas usinas terão capacidade total de geração de 151,8 MW. (PARQUE EÓLICO ALEGRIA, 2011). O clima tropical garante, além de todo o potencial eólico, condições favoráveis ao desenvolvimento da energia solar no Rio Grande do Norte. O estado sofre forte incidência de radiação solar por cerca de 300 ou mais dias por ano, com aproximadamente 10 horas de sol visível por dia. Apesar da abundância da energia solar ainda não é explorada em larga escala no território potiguar, nem mesmo no Brasil. Em Natal, capital do estado, a energia é aproveitada em poucas residências e alguns hotéis que utilizam-se desse tipo de energia para esquentar a água utilizada pelos. .

(9) hóspedes. A grande dificuldade no uso da energia solar é a falta de investimentos por parte do poder público no setor. Mesmo assim a Petrobras possui um projeto de instalação no RN do maior parque de placas fotovoltaicas do Brasil. O parque será instalado no município de Guamaré e terá 956 placas ao todo. A perspectiva de conclusão da instalação dos painéis é o final de 2011 e quando estiver funcionando, o maior parque solar do Brasil gerará 80 MWh. Toda essa energia será usada na Unidade Experimental de Biodiesel I. (ECONOMIA, 2008.). Muito embora exista grande variedade de tipos de solo e de vegetação no Rio Grande do Norte o uso adequado da biomassa também não tem recebido um olhar muito abrangente por parte da esfera pública apesar da cana-de açúcar ter sido, assim como aconteceu com o país de modo geral, a primeira economia a ocupar o litoral e a lenha ainda tenha forte participação na matriz energética estadual. Por outro lado, a oiticica encontrada nas várzeas dos rios Piranhas-Açu e Apodi-Mossoró tem sido apontada como fonte importante para a produção do biodiesel. No entanto, a degradação da árvore e a falta de investimentos comprometem a execução dos projetos. Aliás, na atualidade, outro fator contribuinte para a degradação ambiental no Rio Grande do Norte é o uso a lenha, uma fonte energética renovável, porém não limpa. Seu uso bastante intenso na microrregião do Seridó, uma área tem clima semiárido onde predomina a vegetação da caatinga. Isto é preocupante, pois a caatinga vem sendo devastada o que está acarretando vários problemas socioambientais. Além do desmatamento e da poluição do ar, decorrentes da queima de lenha para geração de energia, alguns fornos são alimentados por lenha vinda da região, aumentando o processo de erosão dos solos com a retirada dos materiais de forma indiscriminada. Estes fatores aliados ao clima semiárido têm contribuído para acelerar o processo de desertificação da região, que já possui índices bastante elevados. (NUNES, 2006). Segundo o relatório publicado pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó-ADESE, o estado potiguar ainda é bastante dependente do uso de lenha para a geração de energia, principalmente no setor industrial. Na microrregião do Seridó foi calculado que o consumo anual é de 391.500 metros/estéreos de lenha nas 17 atividades agroindustriais pesquisadas, essa quantidade é equivalente a 4.350 hectares de áreas desmatadas por ano na região. Os setores residencial e industrial são os que mais utilizam a lenha. Cerâmicas, queijeiras, olarias manuais, indústrias de laticínios, carvoarias, casas de farinha, caieiras, panificadoras, indústria de sabão e margarina, indústria de ração animal e indústrias de beneficiamento de caulim são algumas das atividades que utilizam a lenha como fonte de energia no Estado. (ADESE, 2008). Como ainda não é possível substituir o petróleo enquanto fonte energética além de ser esse, um recurso natural abundante no RN e os investimentos feitos são extremamente significativos, ainda se prioriza seu uso, embora se saiba que o meio ambiente já não suporta mais a utilização massiva dessa fonte que tem causado danos extremos ao nosso planeta. Desse modo, diante dos malefícios causados ao meio ambiente é dever da sociedade exigir que o poder público lance mão de políticas públicas que considerem a adequada gestão de seus recursos naturais, inclusive aqueles que são importantes fontes energéticas, pois “[...] uma estratégia de desenvolvimento não pode se basear em tal forma predatória de uso da natureza, sem ponderável compensação pela perda de capital natural em que se incorreu.” (CAVALCANTI, 2001). Uma das alternativas viáveis é priorizar o uso de fontes alternativas como um investimento em longo prazo. Conforme Goldemberg (2005, p. 190), “os custos para uma adoção acelerada de energias renováveis seriam elevados, mas não tão elevados como os custos de remediação dos feitos desastrosos para o meio ambiente causados pelo uso crescente de combustíveis fósseis” e outras fontes degradantes do meio ambiente como a lenha. Portanto, mesmo que o investimento em novas. .

(10) tecnologias pareça mais caro, no futuro seus lucros econômicos e benefícios ao meio ambiente compensarão esse investimento.. 3. METODOLOGIA A pesquisa se estruturou em diversos caminhos. Inicialmente fez-se uma revisão bibliográfica relacionada ao tema. Estudou-se a necessidade do uso de energia e as principais fontes utilizadas no mundo. Posteriormente fez-se uma interlocução do tema geral com contexto do Rio Grande do Norte, onde procurou-se identificar os recursos naturais do Rio Grande do Norte que possibilitam o uso de diversas fontes energéticas bem como a composição de sua matriz energética. Com as leituras foi possível identificar as fontes de energia alternativas ao petróleo presentes na matriz do Estado potiguar e o potencial energético apresentado pelo Estado. Num segundo momento fez-se uma série de visitas à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico - SEDEC – para obter-se dados oficiais referentes à matriz energética do Rio Grande do Norte e onde realizou-se uma entrevista informal com o Coordenador de Desenvolvimento Energético do Estado. Para finalizar o trabalho buscou-se comprovar in loco que tipos de fontes de energias estão sendo utilizadas por instituições públicas em Natal-RN, mais especificamente por escolas da Zona Norte. Para isto escolheu-se as escolas públicas federais, estaduais e municipais localizadas na área. Para delimitar a área de estudo, escolheu-se o bairro Potengi, onde situa-se o IFRN, espaço de formação escolar dos pesquisadores deste trabalho bem como da realização da pesquisa. Encontrou-se 14 escolas públicas no bairro Potengi. Dessas 6 eram municipais, 7 estaduais e 1 federal. Nas escolas entrevistou-se diretores ou responsáveis presentes, buscando obter dados sobre qual fonte de energia era utilizada nas mesmas, qual o órgão responsável por esta decisão e se na escola havia algum projeto de utilização de energias renováveis.. 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS A visita à SEDEC foi realizada em busca de informações sobre a matriz energética do Estado do Rio Grande do Norte. Na secretaria conversamos com o Coordenador de Desenvolvimento Energético da SEDEC, que nos apresentou a realidade atual do Estado, descreveu seu potencial energético e falou das futuras previsões para a entrada de novas fontes na matriz energética. Começando com as fontes energéticas não-renováveis, foi relatado que o RN destaca-se por ser um dos maiores produtores de petróleo do Brasil, sendo o petróleo e o gás as fontes de energia mais lucrativas para o Estado. Como já enfatizou-se, a geologia do RN garante a exploração do petróleo e gás no Estado. Segundo o coordenador, houve uma queda das fontes mencionadas, devido à falta de interesse na procura e extração de mais reservas. Entretanto, empresas, como a Petrobrás têm mostrado interesse e explorado regiões que possam ter jazidas de petróleo. Hoje o Petróleo é produzido e refinado no Rio Grande do Norte e vem sendo utilizado em seu próprio mercado. O óleo diesel que é derivado do petróleo é mais produzido do que consumido no Estado, por isso é vendido para outras regiões do país. O gás natural é desenvolvido na Refinaria Potiguar Clara Camarão, onde parte desse gás é disponibilizada para outros Estados e a outra parte é utilizada em indústrias nos setores têxtil, alimentício e de bebidas, onde o gás é convertido em vapor e calor para gerar energia.. .

(11) Em meio a tanta riqueza com relação aos combustíveis fósseis, o coordenador destacou também o potencial energético renovável do estado potiguar. De acordo com o mesmo, o RN apresenta grande potencial na área de energia eólica, pois possui ventos frequentes e intensos. Porém no Estado existem apenas dois parques eólicos em funcionamento, o parque Alegria I e o de Rio do Fogo. Segundo o entrevistado, os governos federal e estadual têm se preocupado com a utilização de fontes de energia renováveis, por isso os mesmos vem adotando um método chamado Leilões de energia, onde empresas interessadas inscrevem seus projetos com o objetivo de adquirir lotes e a empresa que der o menor lance pelo kWh ganhará um lote. Nos leilões ocorridos em 2009 e em 2010 arrecadou-se cerca de R$ 8,3 bilhões de reais. Desse modo, acredita-se que em 2013 o RN será o maior produtor de energia eólica do Brasil, gerando 2,2 GW de capacidade, ultrapassando o Ceará. É importante ressaltar que o incentivo nesse setor, além da possibilidade de minimizar fatores que contribuem para os impactos ambientais, também gera empregos, em maior escala na fase de implantação e intensifica a vinda de fabricantes de equipamentos. A contrapartida do governo tem sido, entre outras ações, o investimento na melhoria na infraestrutura viária para facilitar a atuação das empresas. Quando perguntou-se a respeito da situação da energia solar no RN, o entrevistado respondeu que apesar da grande incidência solar, essa é a fonte mais atrasada no Estado e que o RN não adotou o recurso natural na geração de energia elétrica. Isso deve-se a insegurança de seu potencial por parte de empresas e devido a falta de clareza em relação ao lucro, uma vez que o investimento nesse setor é de alto custo. Já a participação da Biomassa é incipiente, pois essa atividade está atrelada a usinas de cana de açúcar, onde o resíduo da cana é queimado no forno, gerando vapor na caldeira que alimenta uma turbina e gera energia. A respeito da energia hidroelétrica é importante ressaltar que a hidrografia do RN não é favorável à produção desse tipo de energia. Muito embora a utilização da água como fonte energética seja bastante antiga, a usina precisa ser construída em rios com consideráveis desníveis em seu curso (rios de planalto) e tenham grande volume d´água. Como os rios do Estado não têm essas características e são, em sua maioria, intermitentes (secam em determinadas épocas do ano) o RN não tem investimentos consideráveis na produção de energia a partir da força da água. Na SEDEC teve-se acesso ao Balanço Energético do RN 2006, com ano base 2005, com dados que comprovaram o que foi relatado pelo coordenador.. Tabela 1 – Produção de energia primária. Unidade: tOE IDENTIFICAÇÃO. 2000. 2001. 2002. 2003. 2004. 2005. ENERGIA PRIMÁRIA NÃORENOVÁVEL. 5.300.435. 5.041.820. 5.188.309. 5.205.962. 5.481.466. 5.183.807. PETRÓLEO. 4.492.257. 4.185.299. 4.080.311. 4.042.052. 4.115.011. 3.845.422. GÁS NATURAL. 808.178. 856.521. 1.107.998. 1.163.910. 1.366.455. 1.338.385. ENERGIA PRIMÁRIA RENOVÁVEL. 726.747. 717.133. 727.013. 713.492. 746.547. 699.387. LENHA. 493.756. 498.471. 495.569. 493.877. 494.239. 494.723. .

(12) PRODUTOS DA CANA-DEAÇÚCAR. 232.991. 218.662. 231.444. 219.615. 251.792. 204.148. EÓLICO. 0. 0. 0. 0. 516. 516. TOTAL. 6.027.182. 5.758.956. 5.915.322. 5.919.454. 6.228.013. 5.883.194. Fonte: Secretaria de desenvolvimento econômico (2006). Como podemos ver, a produção do petróleo e da lenha para a geração de energia se destaca em relação às demais fontes, bem como seu consumo, que pode ser constatado na tabela 2. Tabela 2 – Evolução do consumo por fonte. Unidade: tOE IDENTIFICAÇÃO. 2000. 2001. 2002. 2003. 2004. 2005. GÁS NATURAL. 42.773. 49.320. 69.244. 86.228. 98.348. 110.326. LENHA. 424.238. 428.227. 424.601. 422.304. 421.942. 421.699. BAGAÇO DA CANA. 143.067. 134.759. 142.573. 135.775. 154.944. 125.687. ELETRICIDADE. 238.306. 223.170. 232.200. 254.560. 262.730. 271.674. CARVÃO VEGETAL. 29.716. 30.013. 30.313. 30.617. 30.922. 31.232. ÁLCOOL ETÍLICO. 46.092. 37.677. 39.880. 36.451. 44.648. 47.931. SUBTOTAL DERIVADOS DE PETROLEO. 601.092. 625.359. 615.152. 588.918. 643.520. 649.905. OLÉO DIESEL. 282.832. 304.968. 305.535. 300.616. 315.283. 308.104. OLÉO COMBUSTÍVEL. 13.651. 4.048. 2.297. 1.687. 1.202. 2.645. GASOLINA. 132.833. 132.399. 134.598. 129.185. 143.200. 149.079. GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO. 116.883. 120.046. 108.463. 96.336. 103.885. 105.574. QUEROSENE. 36.595. 38.182. 41.715. 46.623. 58.727. 61.844. PRODUTOS NÃO ENERG. DE PETRÓLEO. 18.498. 25.716. 22.946. 14.471. 21.223. 22.659. TOTAL. 1.525.284. 1.528.525. 1.553.963. 1.554.853. 1.657.054. 1.658.454. Fonte: Secretaria de desenvolvimento econômico (2006) Como mostra-se nas tabelas, o Petróleo e seus derivados e lenha têm forte participação na matriz energética estadual que ainda conta com o gás natural, energia eólica, energia solar e biocombustíveis. Porém o uso do petróleo e da lenha ainda é muito elevado, mesmo diante dos grandes prejuízos que essas fontes causam à natureza, uma vez que, no caso dos combustíveis fósseis, sua queima traz enormes malefícios ao meio ambiente, pois acaba liberando gases extremamente nocivos ao meio ambiente, causando algumas catástrofes naturais que fogem do controle do homem. A. .

(13) extração de lenha traz como consequência o crescente índice de desmatamento da caatinga, destruindo árvores nativas e o hábitat de muitas espécies, contribuindo para um descontrole ecológico, evitando que as árvores amenizem os efeitos dos gases nocivos. Essa situação torna-se ainda mais grave no RN, pois o uso de lenha concentra-se na microrregião do Seridó, onde o clima naturalmente é muito quente e as árvores são escassas. Esses fatores em conjunto só agravam o processo de desertificação nessa área. Então, com base nos dados adquiridos através da entrevista e do Balanço Energético, percebeu-se que embora exista todo um potencial para o desenvolvimento de energias limpas, o que na verdade ocorre é a produção e consumo de fontes bastante prejudiciais ao meio-ambiente, gerando uma contradição. Após a tabulação dos dados secundários fez-se necessário comprovar in loco que fontes energéticas estão sendo utilizadas em Natal-RN. Como foi relatado antes, a pesquisa foi realizada em escolas públicas d a Zona norte de Natal, mais especificamente do bairro Potengi. Nas entrevistas as questões a serem respondidas foram: qual a origem da energia utilizada nas escolas e qual o órgão responsável pela sua escolha. Com as entrevistas descobriu-se que a energia utilizada em todas as escolas é a energia elétrica fornecida pela companhia elétrica-COSERN que é proveniente de uma Hidrelétrica. Em todas as escolas pesquisadas, com exceção do IFRN-Campus Natal-Zona Norte, não havia nenhum projeto que envolvesse energias renováveis. No IFRN/Zona Norte existe um projeto onde alunos desenvolvem painéis solares que estão sendo instalados no telhado do Campus. A energia solar ainda não foi convertida em energia elétrica ou térmica, mas isso será o próximo passo do projeto. Algumas escolas alegaram ter interesse na utilização de energias mais limpas para favorecer o meio ambiente e também devido o Estado possuir grande potencial energético. Porém viu-se, através dessa pesquisa, que esse potencial não é aproveitado por uma série de fatores, inclusive a falta de interesse dos sucessivos governos, no incentivo da implementação das tecnologias adequadas ao aproveitamento do sol como fonte de energia. Portanto, o uso dos combustíveis fósseis tem primazia no RN, assim como nas sociedades em geral. Não é demais lembrar que essas fontes agridem a natureza e por serem limitados, trarão prejuízos também econômicos. Uma das alternativas viáveis é priorizar o uso de fontes alternativas como um investimento em longo prazo. Conforme Goldemberg (apud TRIGUEIRO, 2005, p. 190), “os custos para uma adoção acelerada de energias renováveis seriam elevados, mas não tão elevados como os custos de remediação dos feitos desastrosos para o meio ambiente causados pelo uso crescente de combustíveis fósseis” e outras fontes degradantes do meio ambiente como a lenha. Portanto, mesmo que o investimento em novas tecnologias pareça mais caro, no futuro seus lucros econômicos e benefícios ao meio ambiente compensarão esse investimento.. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista os dados apresentados e discutidos, pode-se inferir que na matriz energética do estado do Rio Grande do Norte existe uma enorme diversidade de fontes graças as suas condições naturais. É possível notar também que o Estado possui um enorme potencial energético renovável e não renovável, não apenas com determinadas fontes, mas com todas em conjunto. Por outro lado é notório que os combustíveis fósseis são os mais utilizados, extraídos, desenvolvidos e também são os maiores responsáveis pelas consequências nocivas ao meio ambiente. Apesar dessa constatação órgãos públicos. .

(14) e autoridades optam por essas fontes mesmo diante do potencial renovável do Estado e dos benefícios ambientais, sociais e econômicos das fontes energéticas limpas e renováveis. Então conclui-se que o principal fator para a não exploração e produção dessas fontes de é a inexistência de uma política governamental eficiente que incentive empresas e profissionais a se engajarem nesse projeto. Também é necessária uma maior conscientização da sociedade a respeito da opção de energia mais viável ao seu bem-estar hoje e no futuro.. 6. REFERÊNCIAS A. FILHO, J. Matriz energética brasileira: da crise à grande esperança. Rio de janeiro: Mauad, 2003. 188 p. ABEÉOLICA: RN é destaque em potencial energético. Tribuna do Norte. Disponível em: <http://tribunadonorte.com.br/noticia/abeeolica-rn-e-destaque-em-potencial-energetico/150887>. Acesso 17 set. 2011.. ADESE: AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL <http://adese.serido.zip.net/arch>. Acesso em: 26 set. 2011.. DO. SERIDÓ.. Disponível. em:. ALDABO, R. Energia solar. São Paulo: Artliber, 2002. 157 p. BONELLI. C.; MANO, E.B.; PACHECO. E.B. Meio ambiente, poluição e reciclagem. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. 145 p. CAVALCANTI, Clóvis. Política de governo para o desenvolvimento sustentável: uma introdução ao tema e a esta obra coletiva. In: ______ (org.). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Cortez editora, 2001. ECONOMIA NE. Rio G. do Norte e Ceará em foco. <http://liberdadedigital.com.br/2008/07/> Acesso em 16 set. 2011.. Jul.. 2008.. Disponível. em. GALVÃO, Maria Luíza de Medeiros. Rio Grande do Norte: geografia. Natal: Edição do autor, 2005. INSTITUTO EUVALDO LODI. As propostas do Greenpeace. 04 ago. 2008. Disponível em <http://www.rn.iel.org.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=60%3Anoticias&id=46% 3Aas-propost> Acesso em 17 set. 2011. JANUZZI, Gilberto de Martino. Políticas públicas para eficiência energética e energia renovável no novo contexto de mercado: uma análise da experiência recente dos EUA e do Brasil. Campinas (SP): Autores Associados, 1997. NUNES, Elias. Geografia física do Rio Grande do Norte. Natal: Imagem Gráfica, 2006. PALZ, Wolfang. Energia solar e fontes Alternativas. São Paulo: Hemus, 2002. RIO GRANDE DO NORTE. Secretaria de energia e assuntos internacionais. Eólica. Disponível em: <http://www.searh.rn.gov.br/content/aplicacao/senint/programas/gerados/eolica.asp>. Acesso em: 16 set. 2011. RIO GRANDE DO NORTE. Secretaria de desenvolvimento econômico. Balanço energético do estado do Rio Grande do Norte. Natal, 2006. a. .

(15) SILVA, Gustavo Kuhnen da; COLLE, Sérgio; PASSOS Júlio César. Metodologia de avaliação do potencial de geração eólica para o estado de Santa Catarina. 2004. Disponível em: <http://www.lepten.ufsc.br/disciplinas/emc5489/textoeolica3.pdf> Acesso em: 15 set. 2011. SILVA, Sabrina Carla Alves da; TEIXEIRA, Mª do Socorro Gondim. Setor energético potiguar: panorama e oportunidades de desenvolvimento da energia eólica. In SEMINÁRIO DE PESQUISA DO CCSA, 16, 2010, Natal, anais... 2010. Disponível em < http://www.ccsa.ufrn.br/seminario2010/anais/artigos/gt8-19.pdf>. Acesso em 17 set. 2011. SOBRE o parque eólico Alegria. Disponível em <http://www.parqueeolicoalegria.com.br>. Acesso em 28 set. 2001. TRIGUEIRO, A. Mundo Sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação. Rio de Janeiro: Globo, 2005. 304 p. WALISIEWICZ, M. Energia alternativa: Solar, eólica, hidrelétrica e de biocombustíveis. São Paulo: Publifolha, 2008. 72 p.. .

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(17) PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA PRELIMINAR DA PLANTA Eucalyptus globulus (Myrtaceae) 1. 2. 3. 4. 5. S. R. Evangelista G. L. S. Oliveira J. L. Machado R. J. J. Pinheiro e J. M. P. Sousa 2 Instituto Federal do Piauí - Campus Teresina Central Instituto Federal do Piauí - Campus Teresina Central 3 4 Instituto Federal do Piauí - Campus Teresina Central Instituto Federal do Piauí - Campus Teresina Central e 5 Instituto Federal do Piauí – Campus Teresina Central anaracco1@hotmail.com – georgenota10@hotmail.com – joseane_bio2009@hotmail.com – reginaldojonasjp@gmail.com – jardelina_penha@hotmail.com 1. RESUMO A população mundial vem utilizando ao longo do tempo várias espécies de plantas consideradas medicinais, capaz de curar diversos tipos de enfermidades. O eucalipto apresenta diferentes propriedades terapêuticas, sendo eficaz no tratamento de inflamações pulmonares, mucosidade excessiva e antiinflamatória. Eucalyptus globulus pertence à família Myrtaceae, existindo mais de 300 variedades. O presente trabalho teve por objetivo realizar uma prospecção fitoquímica das classes de substâncias químicas denominadas metabólitos secundários. As folhas da Eucalyptus globulus foram obtidas no mercado central da cidade de Teresina-PI, no período de agosto de 2011. Foram trituradas, moídas e depois realizou-se a infusão das folhas obtendo assim o extrato aquoso que foi filtrado e concentrado parcialmente em evaporador rotatório sob pressão reduzida e determinado o peso seco. O estudo para identificação fitoquímica utilizou técnicas clássicas de identificação de metabólitos, sendo uma pesquisa experimental. Os testes fitoquímicos foram considerados positivos por reações de precipitações, coloração, formação de espuma. Foram obtidos também vários metabólicos secundários: cumarinas, flavonóides, taninos e alcalóides. Obteve se resultado negativo para saponinas. Essa pesquisa ajuda a fornecer informações relevantes à cerca da presença de metabólitos secundários na planta Eucalyptus globulus, para que assim possa chegar ao isolamento de princípios ativos importantes na produção de novos fitoterápicos.. Palavras-chave: Eucalyptus globulus, prospecção fitoquímica, metabólitos secundários. .

(18) 1. INTRODUÇÃO O consumo de plantas medicinais in natura ou devidamente preparadas vem apresentando um crescimento considerável em diversos países. Essa tendência pode ser explicada por diferentes fatores, destacando-se entre eles o custo elevado e os efeitos indesejáveis dos fármacos sintéticos, preferência dos consumidores por “produtos naturais”, a certificação científica das propriedades farmacológicas de espécies vegetais, o desenvolvimento de novos métodos analíticos colocados à disposição do Controle de Qualidade, o desenvolvimento de novas formas de preparação e administração de produtos fitoterápicos, um melhor conhecimento químico, farmacológico e clínico das drogas vegetais e seus derivados (Canigueral et al., 2003; Di Stasi, 1996). Entende-se por planta medicinal toda e qualquer planta que serve de alguma maneira, para o tratamento de um problema de saúde, tendo efeito definido sobre doenças e sintomas, ou que seja comprovada sua eficácia cientificamente, onde o seu emprego para fins terapêuticos está relacionado a um baixo custo e facilidade de aquisição (CARDOSO, 2004). A espécie Eucalyptus globulus pertence à família Myrtaceae. O gênero Eucalyptus possui cerca de 400 espécies, que constituem este grande e inconfundível gênero dentro desta família. É bastante utilizado no reflorestamento e na produção de celulose (Yang & Guo, 2007). Estudos farmacológicos demonstraram que a principal atividade do Eucalyptus globulus, concentra-se ao nível do aparelho respiratório em função de seu óleo essencial. O mesmo tem sido usado na medicina tradicional no tratamento de bronquite, asma e de outras doenças respiratórias (Vigo et al., 2004; Tavares et al., 2006). Estudos in vitro, têm demonstrado atividade antiviral frente à Influenza A. Sobre a toxicidade, o Eucaliptus globulus apresentou, nas doses recomendadas, uma boa tolerabilidade, mas, com doses altas poderá ocasionar náuseas, vômitos, gastroenterites, hematúria, e neurotoxidade. Aplicações tópicas têm provocado reações alérgicas locais, em alguns casos, tais como urticária e eczema (Liu et al.,2003). E não deve ser administrado junto a sedativo, analgésico e anestésico, por perigo de potencializações das respectivas ações (Canigueral & Vila 1998). A grande utilização do Eucalyptus globulus levou à sua inclusão na primeira, segunda e quarta edição da Farmacopéia Brasileira (Brandão et al., 2006) e, é uma das plantas com registro na ANVISA (Carvalho et al., 2008). Uma das espécies de eucalipto com maior distribuição mundial é a E. globulus, sendo que uma grande parcela das árvores corresponde a seus híbridos ou subespécies (JIROVETZ et al., 2007). O gênero Eucalyptus, além de se destacar economicamente pela madeira de reflorestamento, apresenta espécies com várias propriedades, como: antifúngica, anti-séptica, adstringente, antiinflamatória, antibactericida, repelente, cicatrizante e desinfetante (ESTANISLAU et al., 2001). Também é usado como expectorante pulmonar e como descongestionante nasal e da garganta, sob a forma de inalações (COSTA, 1975). Existe um grande interesse pelo desenvolvimento da pesquisa que aborde atividades biológicas e farmacológicas proveniente de plantas consideradas medicinais como a espécie Eucalyptus globulus, de tal maneira que são necessárias mais pesquisas para que seja ampliado o entendimento da flora medicinal assim como seu uso pela população. Para o desenvolvimento da pesquisa levou-se em consideração a grande utilização da planta medicinal E. globulus, por suas propriedades medicinais encontrado na literatura como antifúngica e antibactericida e pelos poucos trabalhos cientifico referente as folhas da espécie em estudo.. .

(19) O presente estudo teve como objetivo realizar uma abordagem fitoquímica preliminar do extrato aquoso das partes foliares da planta medicinal E. globulus, o que poderá auxiliar na triagem fitoquímica para os principais grupos de metabólitos secundários e fornecer mais informações sobre o uso racional dessa planta.. 2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS De acordo com a análise experimental, observou-se a presença em grande quantidade dos metabólitos taninos e cumarinas, sendo que os taninos são componentes de grande ação medicamentosa (FALKENBERG et al., 2001). As cumarinas são largamente partilhadas nos vegetais, as quais representam uma classe de lactonas que se rompe em tratamento básico e ciclizam-se novamente quando submetidas a tratamento ácido. Além disso, apresentam efeito antipirético e inibidor da carcinogênese, enquanto outras reúnem um amplo espectro de ações farmacológicas (STASI, 1995) (ver Tabela 1).. Tabela 1: Identificação de Metabólitos Secundários Metabólito secundário. Parte da Planta. Presente. Alcalóides. Folha. X. Taninos. Folha. X. Flavonóides. Folha. X. Saponinas. Folha. Cumarinas. Folha. Ausente. X X. Para o metabólito flavonóide o resultado de identificação foi positivo. Os flavonóides agem sobre a redução do ácido de hidroascórbico, aumentando o aproveitamento da vitamina C; atividade antiinflamatória por inibição da peroxidação do ácido araquidônico; ação de reforço e melhoria da qualidade de fibras de colágeno; ação antihialuronidase e antielastase, diminuindo a permeabilidade vascular; inibição indireta da agregação e adesividade plaquetária; assim como sua propriedade vitamínica P (fator P), reconhecida por muitos clínicos como de efeitos benéficos, principalmente, em alterações circulatórias (ZUANAZZI & MONTANHA, 2001). Na análise da prospecção fotoquímica o resultado foi negativo para as saponinas, um grupo particular de heterosídios cuja denominação é devido à formação de espuma. Todas as saponinas são fortemente espumosas e constituem excelentes emulsionantes além de proporcionarem a hemólise dos glóbulos vermelhos (MINAMI & BARRACA, 1999). O resultado foi positivo para o metabólito secundário alcalóide, composto nitrogenado empregado como medicamento desde os primórdios da civilização.. .

(20) 3. CONCLUSÃO As análises da prospecção fitoquímica das folhas da planta Eucalyptus globulus ajudam a fornecer informações relevantes sobre a presença de metabólitos secundários para que se possa chegar ao isolamento de princípios ativos importantes na produção de novos fitoterápicos. Os metabólitos secundários encontrados de forma qualitativa no extrato aquoso da planta Eucalyptus globulus foram taninos, flavonóides, cumarinas e alcalóides, sendo que para saponinas o resultado foi negativo. Enfatiza-se que a planta em estudo carece de pesquisas para que seu uso seja sugerido para algum fim terapêutico, pois a mesma ainda é pouco conhecida na parte farmacológica. Entretanto, observa-se que a planta pode apresentar efeito antipirético e servir de inibidor da carcinogênese. Estudos preliminares realizados com extratos brutos possibilitam o conhecimento prévio dos extratos e indicam a natureza das substâncias presentes nos preparados populares. Contudo, faz-se necessário que as espécies estudadas sejam submetidas a estudos fitoquímicos biomonitorados, com o objetivo de isolar e identificar os compostos ativos e estabelecer relação com as atividades biológicas observadas no uso popular (OLIVEIRA et al., 2010).. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICA BARBOSA, W. L. R. et al. Manual para Análise Fitoquímica e Cromatografia de Extratos Vegetais. Revista Científica da UFPA. Belém-PA. v.4.2004. BRANDÃO, M.G.L., Cosenza, G.P., Moreira, R.A., Monte-Mor, R.L.M. 2006. Medicinal plants and other botanical products from the Brazilian Official Pharmacopoeia. Rev Bras Farmacogn 16: 408-420. BRAGA, H. C. Os óleos essenciais do Brasil, estudo econômico. Rio de Janeiro: Instituto de Óleos, 1971. Canigueral S, Vila R 1998. Fitoterapia vademecum de prescripción. 3 ed. Barcelona: Masson. CARDOSO, I. N. Plantas tóxicas no perímetro urbano de Caxias, Maranhão. Monografia apresentada ao curso de Especialização em Educação Ambiental, CESC-UEMA. 2004. Carvalho ACB, Balbino EE, Maciel A, Perfeito JPS 2008. Situação do registro de medicamentos fitoterápicos no Brasil. Rev Bras Farmacogn 18: 314-319. COSTA, A. F. Farmacognosia. 3 ed. v.1. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1975. p.618-619. COSTA, A.F. Farmacognosia. 4.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1986.v.1. DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 1996. ESTANISLAU, A. A.; BARROS, F. A. S.; PEÑA, A. P.; SANTOS, S. C.; FERRI, P. H.; PAULA, J. R. Composição química e atividade antibacteriana dos óleos essenciais de cinco espécies de Eucalyptus cultivadas em Goiás. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.11, n.2, p.95-100, 2001.. .

(21) FABROWSKI, F. J. Eucalyptus smithii R. T. Baker (Myrtaceae) como espécie produtora de óleo essencial no sul do Brasil. Curitiba, 2002. 225 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. FALKENBERG, M. B; SANTOS, R. I; SIMÕES, C. M. Introdução à Análise Fitoquimica. In: SIMÕES, C. et al. Farmacognosia: Da Planta ao Medicamento. 3 ed. Porto Alegre/Florianópolis: Ed. Da UFRGS/ Ed. Da UFSC, 2001. p. 165. GUENTHER, E. History, Origin in Plants, Production and Analysis. In: The Essential Oils, 4.ed. New York: Van Nostrand, 1977. v.1. JIROVETZ, L.; BAIL, S.; BUCHBAUER, G.; STOILOVA, I.; KRASTANOV, A.; STOYANOVA, A.; STANCHEV, V.; SCHMIDT, E. Chemical composition, olfactory evaluation and antioxidant effects of the leaf essential oil of Corymbia citriodora (Hook) from China. Natural Product Communications, v.2, n.5, p.599-606, 2007. JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 12ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1998. Liu Y, Li S, Wu Y 2003. Advances in the study of Eucalyptus globulus Labill. Zhong Yao Cai 26: 461-473. MATOS, F. J. A. Introdução a fitoquímica experimental. 2.ed. Fortaleza: Edições UFC, 1997. 141 p. MINAMI, K. & BARRACA S. A. Relatório do Estágio Supervisionado Produção Vegetal -II: Manejo E Produção De Plantas Medicinais E Aromáticas. Universidade De São Paulo. Escola Superior de Agricultura“Luíz de Queiroz”. Departamento de Produção Vegetal. Piracicaba, Julho de 1999. NAVARRO, V.; VILLARREAL, M.L.; ROJAS, G.; LOYOLA, X.. Antimicrobial evaluation of some plants used in Mexican traditional medicine for the treatment of infections deseases. Journal of Ethnopharmacology. v.53, n.3, p.143-147, 1996. OLIVEIRA, G.L.S., Almeida R.C et AL, 2010. ABORDAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO FOLIAR DA GUABIRABA, Campomanesia lineatifolia.. Trabalho apresentado no V Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica (CONNEPI 2010). Maceió-Al, novembro de 2010. OLIVEIRA et al. IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DA CASCA DA Bauhinia forficata platypetala e Bauhinia unguiculata. Trabalho apresentado no V Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica (CONNEPI 2010). Maceió-Al, novembro de 2010. STASI, L. C. Plantas Medicinais: Arte e Ciência. Um Guia de estudo Interdisciplinar. São Paulo: Unesp, 1995. TAKAHASHI, T.; KOKUBO, R.; SAKAINO, M. Antimicrobial activities of eucalyptus leaf extracts and flavonoids from Eucalyptus maculata. Letters in Applied Microbiology, v.39, n.1, p.60-64, 2004.. .

(22) Vigo E, Cepeda A, Gualillo O, Perez-Fernandez R 2004. In-vitro anti-inflammatory effect of Eucalyptus globulusand Thymus vulgaris: nitric oxide inhibition in J774A1 murine macrophages. J Pharm Pharmacol 56: 257-263. Yang XW, Guo QM 2007. Studies on chemical constituents in fruits of Eucalyptus globulus. Zhonqquo Zhong Yao Za Zhi 32: 496-500. ZUANAZZI, J. A. S.; MONTANHA, J. A. Flavonoides. In: Simões, C. M.O. et al. Farmacognosia da planta ao medicamento. 3ed. Porto Alegre: UFRGS.2001.. .

(23) PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA PRELIMINAR DA PLANTA Copernicia prunifera (Mill.) H. E. Moore 1. 2. 4. 5. G. L. S. Oliveira C. F. Lima Junior J. L. Machado³ R. J. J. Pinheiro J. M. P. Sousa 1, 2, 3, 4 e 5 Instituto Federal do Piauí - Campus Teresina-Central georgenota10@hotmail.com – cfljunior.caju@gmail.com – joseane_bio2009@hotmail.com – reginaldojonasjp@gmail.com – jardelina_penha@hotmail.com. RESUMO A carnaúba é um recurso natural que possui vários valores de uso, satisfazendo necessidades diversas da população, principalmente do meio rural. Na vegetação do nordeste brasileiro existem diversas plantas e a carnaúba é uma palmeira nativa do Semi-Árido do Nordeste brasileiro (faixa setentrional dos Estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte). É um exemplar da família Arecaceae, ricas em metabólitos secundários ativos e que apresentam elevada capacidade antioxidante. O presente trabalho teve por objetivo realizar uma prospecção fitoquímica das classes de substancias químicas denominadas metabolitos secundários a partir do extrato vegetal preparado das folhas da espécie Copernicia prunifera. Preparou-se o extrato etanólico a partir das folhas da planta em estudo para identificação fitoquímica utilizando técnicas clássicas de identificação de metabólitos, sendo uma pesquisa experimental, realizada por testes fitoquímicos. A parte do vegetal em análise foi coletada na região sudeste da cidade de Teresina-PI. As folhas de Copernicia prunifera foram trituradas e moídas em moinho de facas e extraídas duas vezes com etanol 99% por um período de aproximadamente 8 dias. O material dissolvido em etanol foi filtrado e concentrado parcialmente em evaporador rotatório sob pressão reduzida e determinado o peso seco. Os testes fitoquímicos foram considerados positivos por reações de precipitações, coloração, formação de espuma. Durante os testes fitoquímicos realizados foram obtidos vários metabólicos secundários: cumarinas, flavonóides, taninos, alcalóides e saponinas. Essa pesquisa ajuda a fornecer informações relevantes à cerca da presença de metabólitos secundários na planta Copernicia prunifera, para que assim possa chegar ao isolamento de princípios ativos importantes na produção de novos fitoterápicos.. Palavras-chave: Copernicia prunifera, prospecção fitoquímica, metabólitos secundários.. .

(24) 1. INTRODUÇÃO As plantas produzem uma grande variedade de substâncias utilizadas como fonte de novos produtos principalmente no campo da fitoquímica e farmacologia (OLIVEIRA JÚNIOR & CONCEIÇÃO, 2010). A carnaúba (Copernicia prunifera) é uma palmeira nativa do Semi-Árido do Nordeste brasileiro (faixa setentrional dos Estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte). Trata-se de uma planta xerófila, adaptada ao clima quente e seco. É uma das alternativas para geração de emprego e renda das comunidades rurais da região, principalmente no período de estiagem, quando não há outras possibilidades de emprego. A carnaúba ficou conhecida a partir de 1648, quando figurou na “História Naturalis Brasiliae”, de Marcgrav e Piso. Sua classificação parece ser devida a Manuel de Arruda Câmara, que em fins do século XVIII deu a denominação Corypha cerifera. Martius mudou esse nome para “Copernicia Cerifera”, pertinente a sua principal utilidade, produtora de cera. Atualmente é classificada como “Copernicia Prunifera” (Mill.) H. E. Moore, 1963. A carnaúba é um recurso natural que possui vários valores como econômico e medicinal, satisfazendo necessidades diversas da população, principalmente do meio rural. A economia da carnaúba decorre do aproveitamento integral dessa palmeira. Suas folhas, além de fornecerem o pó que é a principal matéria-prima da cera de carnaúba, são utilizadas em diversos ramos industriais e empregadas na cobertura de casas e para confecção de peças de artesanato. O fruto serve para alimentação animal, o talo é utilizado na construção civil. A raiz possui qualidades medicinais utilizada na forma de elixir, para tratamento de sífilis e afecções cutâneas (CARVALHO, 1957). O presente estudo teve como objetivo realizar uma abordagem fitoquímica preliminar qualitativa do extrato etanólico das partes foliares da espécie em estudo, o que poderá auxiliar na triagem fitoquímica para os principais grupos de metabólitos secundários e fornecer mais informações sobre o uso racional dessa planta.. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A pesquisa fitoquímica tem como objetivo conhecer os constituintes químicos das espécies vegetais ou avaliar sua presença nos mesmos. Quando não se dispõe de estudos químicos sobre a espécie de interesse, a análise fitoquímica pode identificar os grupos de metabólitos secundários relevantes (SIMÕES, 2001). Do ponto de vista químico, as palmeiras são geralmente não cianogênicas. Os alcalóides podem estar presentes (ocasionalmente pirimidínicos) ou ausentes. Proantocianidinas podem estar presentes (geralmente abundantes) ou ausentes (Livistonia). Os flavonóis são raros e as saponinas ocasionalmente estão presentes (HEIM DE BALSAC et al., 1931; LUBRANO et al., 1994). As folhas desta espécie acumulam uma cera constituída basicamente de ésteres, álcoois e ácidos graxos de massa molecular alta. A cera é utilizada na fabricação de cosméticos e produtos de limpeza, impermeabilizantes, lubrificantes, dentre outros. A raiz da carnaúba é popularmente utilizada na forma de elixir, para tratamento de sífilis e afecções cutâneas (SOUSA et al.,2007). A fitoquímica objetiva o esclarecimento e registro dos constituintes resultantes do metabolismo secundário dos vegetais, através do isolamento e elucidação de suas estruturas moleculares. crescente desenvolvimento de novas técnicas analíticas, como a cromatografia, e o constante aperfeiçoamento dos instrumentos de análise espectrométrica constituem a sua principal força motora. A seleção de. .

(25) plantas para estudo se baseia na prospecção e em relatos da literatura sobre ações antioxidantes, antiinflamatórias e inseticidas dos vegetais (MATOS, 1997).. 3. METODOLOGIA 3.1 Obtenção do extrato vegetal Os materiais vegetais (folhas) utilizados na análise da prospecção fitoquímica da Copernicia prunifera foram coletadas na região sudeste do município de Teresina-PI, no período de julho a agosto de 2011. As folhas de Copernicia prunifera foram trituradas e moídas em moinho de facas e extraídas duas vezes com etanol 99% por um período de aproximadamente 8 dias. O material dissolvido em etanol foi filtrado e concentrado parcialmente em evaporador rotatório sob pressão reduzida e determinado o peso seco. A fração etanólica obtida foi caracterizada fitoquimicamente por testes químicos específicos para diversos metabólitos secundários. Foram realizados testes de identificação de alcalóides, cumarinas, saponinas, taninos e flavonóides para folha das plantas em análises(OLIVEIRA, G.L.S; Almeida R.C et AL, 2010).. 3.2 Teste de prospecção fitoquímica ™ Alcalóides: Pesou se 10mg do extrato etanólico da folha de C. prunifera, diluiu em 2ml de metanol, adicionando 2ml de solução de HCl (ácido clorídrico) e esquentou essa mistura por 10 min. Esfriou se, filtrou-se , dividiu-se o filtrado em três de tubo de ensaios e colocaram algumas gotas do reativo de reconhecimento Dragendorff ou gotas do Reativo de Mayer nos tubos com os respectivos extratos. A presença de precipitado no fundo dos tubos de ensaio foi indicativa da presença de alcalóides nos extratos extraídos da folha. ™ Taninos: Pesou se 10mg do extrato etanólico da folha de C. prunifera, diluiu em 2ml de metanol. Depois adicionou mais 5ml de água destilada. Filtrou e adicionou 5 gotas de solução de cloreto férrico a 10%. Após algumas horas à formação de coloração azul que indica possível presença de taninos hidrolisáveis, e coloração verde de taninos condensados (BARBOSA et al., 2004). ™ Flavonóides: Pesou se 10mg do extrato etanólico da folha de C. prunifera, diluiu-se em 2ml de solução metanólica num tubo de ensaio. Adicionou quatro fragmentos de fitas de magnésio na solução metanólica e posteriormente adicionar quatro gotas de ácido clorídrico concentrado (BARBOSA et al., 2004). A ocorrência de reação mudando a cor da substância do extrato etanólico para vermelho ou castanho foi indicativa da presença de flavonóides. ™ Saponinas Pesou se 10mg do extrato etanólico da folha de C. prunifera, e adicionou-se 2ml de etanólico para dissolver, adicionou-se 5ml de água fervente. Esfriou-se, agitou-se vigorosamente e deixou-se em repouso por 20 minutos. A formação de espuma estável durante 20 minutos foi indicativo da presença de saponinas nos extratos extraídos da folha. (BARBOSA et al., 2004). ™ Cumarinas. .

(26) Pesou se 10 mg do extrato etanólico da folha de C. prunifera, e dissolveu em 2ml de metanol em tubo de ensaio,tampou-se com papel-filtro molhado com uma solução de NaOH 10% e levou-se a banho-maria a 100°C por 5 minutos, retirou-se o papel-filtro e examinou-se sob a luz UV o que permitir observar a presença ou não da substância (BARBOSA et al., 2004). Fluorescência azul sobre luz UV no papel filtro foi indicativo da presença de alcalóides nos extratos extraídos da folha.. 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS De acordo com a análise experimental, observou-se a presença em grande quantidade dos metabólitos taninos e cumarinas, sendo que os taninos são componentes de grande ação medicamentosa (FALKENBERG et al., 2001). As cumarinas são largamente partilhadas nos vegetais, as quais representam uma classe de lactonas que se rompem em tratamento básico e ciclizam-se novamente quando submetidas a tratamento ácido. Alem disso apresentam efeito antipirético e inibidor da carcinogênese, enquanto outras reúnem um amplo espectro de ações farmacológicas (STASI, 1995) (ver Tabela 1).. Tabela 1: Identificação de Metabólitos Secundários. Metabólito secundário. Parte da Planta. Presente. Alcalóides. Folha. X. Taninos. Folha. X. Flavonóides. Folha. X. Saponinas. Folha. X. Cumarinas. Folha. X. Ausente. Para os metabólitos flavonóides e saponinas, os resultados de identificação foram positivos. Os flavonóides agem sobre a redução do ácido dehidroascórbico, aumentando o aproveitamento da vitamina C; atividade antiinflamatória por inibição da peroxidação do ácido araquidônico; ação de reforço e melhoria da qualidade de fibras de colágeno; ação antihialuronidase e antielastase, diminuindo a permeabilidade vascular; inibição indireta da agregação e adesividade plaquetária; assim como sua propriedade vitamínica P (fator P), reconhecida por muitos clínicos como de efeitos benéficos, principalmente, em alterações circulatórias (ZUANAZZI & MONTANHA, 2001; FRACARO et al., 2004). As saponinas constituem um grupo particular de heterosídios cuja denominação é devido à formação de espuma. Todas as saponinas são fortemente espumosas e constituem excelentes emulsionantes além de proporcionarem a hemólise dos glóbulos vermelhos (MINAMI & BARRACA, 1999). O resultado foi positivo para o metabólito secundário alcalóide, composto nitrogenado empregado como medicamento desde os primórdios da civilização.. .

(27) 5. CONCLUSÃO As análises da prospecção fitoquímica das folhas da planta C. prunifera ajudam a fornecer informações relevantes sobre a presença de metabólitos secundários para que se possa chegar ao isolamento de princípios ativos importantes na produção de novos fitoterápicos. Os metabólitos secundários encontrados no material vegetal foram taninos, flavonóides, cumarinas, saponinas e alcalóides.Enfatiza-se que a planta em estudo carece de pesquisas para que seu uso seja sugerido para algum fim terapêutico, pois a mesma ainda é pouco conhecida na parte farmacológica. Entretanto, observa-se que a planta pode apresentar efeito antipirético e servir de inibidor da carcinogênese. Estudos preliminares realizados com extratos brutos possibilitam o conhecimento prévio dos extratos e indicam a natureza das substancias presentes nos preparados populares. Contudo, faz-se necessário que as espécies estudadas sejam submetidas a estudos fitoquímicos biomonitorados, com o objetivo de isolar e identificar os compostos ativos e estabelecer relação com as atividades biológicas observadas no uso popular(OLIVEIRA et al., 2010).. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICA BARBOSA, W. L. R. et al. Manual para Análise Fitoquímica e Cromatografia de Extratos Vegetais. Revista Científica da UFPA. Belém-PA. v.4.2004. CARVALHO, J. B. M.; Ensaios sobre a carnaubeira, Ministério da Agricultura: Rio de Janeiro, 1957. FALKENBERG, M. B; SANTOS, R. I; SIMÕES, C. M. Introdução à Análise Fitoquimica. In: SIMÕES, C. et al. Farmacognosia: Da Planta ao Medicamento. 3 ed. Porto Alegre/Florianópolis: Ed. Da UFRGS/ Ed. Da UFSC, 2001. p. 165. HEIM DE BALSAC, F., HEIM DE BALSAC, H. & MAHEU, J. Oil-beating palms of Guiana. Bull. Agence Gén. Colonies, 24, 260-274. 1931. LUBRANO, C., ROBIN, J.R. & KHAIAT, A. Fatty-acid, sterol and tocopherol composition of oil from the fruit mesocarp of 6 palm in French-Guiana. Oleagineux, 49 (2), 59-65. 1994. MATOS, F. J. A. Introdução a fitoquímica experimental. 2.ed. Fortaleza: Edições UFC, 1997. 141 p. MATOS, F. J. A. Plantas da medicina popular do Nordeste: propriedades atribuídas e confirmadas. Fortaleza: EUFC, 1999. 80 p. MINAMI, K. & BARRACA S. A. Relatório do Estágio Supervisionado Produção Vegetal -II: Manejo E Produção De Plantas Medicinais E Aromáticas. Universidade De São Paulo. Escola Superior de Agricultura“Luíz de Queiroz”. Departamento de Produção Vegetal. Piracicaba, Julho de 1999. OLIVEIRA, G.L.S., Almeida R.C et AL, 2010. ABORDAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO FOLIAR DA GUABIRABA, Campomanesia lineatifolia.. Trabalho apresentado no V Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica (CONNEPI 2010). Maceió-Al, novembro de 2010.. .

(28) OLIVEIRA et al. IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DA CASCA DA Bauhinia forficata platypetala e Bauhinia unguiculata. Trabalho apresentado no V Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica (CONNEPI 2010). Maceió-Al, novembro de 2010. OLIVEIRA JÚNIOR, S. R. & CONCEIÇÃO, G. M. Espécies vegetais nativas do cerrado utilizadas como medicinais pela comunidade Brejinho, Caxias, Maranhão, Brasil. Cadernos de Geociências, v. 7, n. 2, novembro 2010. SOUSA et al. Fenóis Totais e Atividades Antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v. 30, n. 2, 2007. p. 351-355. STASI, L. C. Plantas Medicinais: Arte e Ciência. Um Guia de estudo Interdisciplinar. São Paulo: Unesp, 1995. ZUANAZZI, J. A. S.; MONTANHA, J. A. Flavonoides. In: Simões, C. M.O. et al. Farmacognosia da planta ao medicamento. 3ed. Porto Alegre: UFRGS.2001.. .

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