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Economia internacional

A atividade econômica global segue aquecida em 2005, em ritmo um pouco inferior ao elevado patamar alcançado em 2004. Esse desempenho reflete a intensidade do crescimento nos Estados Unidos e na China, assim como a consolidação da trajetória de expansão no Japão e o cenário mais favorável vislumbrado pela economia da Área do euro. Os preços do petróleo registraram significativa elevação no início do segundo semestre, como resposta à restrição de oferta nos Estados Unidos e ao vigor da demanda mundial. Nesse contexto, visando inibir o recrudescimento da inflação, as principais economias adotaram, mais recentemente, uma postura mais restritiva na condução da política monetária, conforme evidenciado pela elevação das taxas de juros, ou pelas discussões a respeito dessa possibilidade.

Os mercados financeiros vêm apresentando relativa estabilidade. A continuidade do gradualismo da política monetária nos Estados Unidos, bem como a manutenção da política monetária pelo Banco Central Europeu e pelo Banco do Japão evitou a ocorrência de choques na liquidez global e o conseqüente reajuste brusco no preço dos ativos, em especial no mercado de renda fixa.

4.1 Atividade econômica

Nos Estados Unidos, o PIB elevou-se 4,1%, em termos anualizados, no terceiro trimestre, favorecido pelo dinamismo dos gastos de consumo e do investimento em capital fixo, que compensou a contribuição negativa da variação de estoques, os prejuízos relacionados aos furacões que atingiram a costa do Golfo do México e o impacto da alta dos preços do petróleo sobre a confiança dos consumidores. Os expressivos ganhos de produtividade tendem a continuar colaborando para a expansão mais acelerada do que nas demais regiões desenvolvidas, com o

Gráfico 4.1 – EUA e Japão – PIB1/

-2 0 2 4 6 8 I 2002 III I 2003 III I 2004 III I 2005 III % EUA Japão

Fontes: Bureau of Economic Analysis, Economic and Social

Research Institute

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PIB devendo crescer em torno de 3,5% em 2005 e em 2006. O mercado imobiliário, embora permaneça aquecido, mostra sinais de arrefecimento, sem apresentar, no entanto, risco de colapso.

A economia japonesa registrou crescimento anualizado de 1,7% no terceiro trimestre, apesar da contribuição nula do comércio exterior. A despeito da desaceleração relativamente aos dois trimestres anteriores, o avanço do PIB deverá ser superior a 2% em 2005, e também em 2006. Adicionalmente, verifica-se progressiva melhora dos fundamentos para o crescimento sustentado. Assim, o saneamento do sistema financeiro e dos balanços empresariais tem favorecido a manutenção de níveis elevados de investimento. A resultante expansão da renda e a melhora da confiança dos consumidores acrescentam impulso à atividade econômica, reforçando as expectativas de reversão do ambiente deflacionário.

A economia da Área do euro evoluiu positivamente ao longo do ano, favorecida pela política monetária acomodatícia, pela depreciação cambial e por alguns avanços estruturais recentes. A expansão anualizada do produto atingiu 2,4% no terceiro trimestre, mas deve situar-se abaixo de 1,5% em 2005. Entre as principais economias, o nível de atividade segue mais elevado na França, impulsionado pela demanda doméstica.

Na China, a expansão econômica mantém-se em aproximadamente 9,5% a.a., desde meados de 2003. A formação bruta de capital fixo, a produção industrial e as exportações assinalam taxas elevadas de crescimento. Ressalte-se a adoção recente de medidas objetivando incentivar o consumo interno, de forma a limitar a dependência do comércio exterior. Nesse contexto, reduz-se a perspectiva de arrefecimento brusco da atividade nessa economia, capaz de ameaçar o crescimento mundial.

O crescimento sincronizado da economia mundial reflete-se no comportamento dos mercados de trabalho das principais áreas desenvolvidas. Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego situou-se em 5% em outubro, mesmo patamar de junho e julho. No Japão, apesar da evolução positiva, a taxa de desemprego tem apresentado oscilações, atribuídas a variações na população economicamente ativa, situando-se em 4,5% em outubro. Na Área do Euro, o desemprego recuou para 8,3% em outubro, patamar mais baixo desde novembro de 2002.

Gráfico 4.2 – Área do Euro – PIB1/

-2 -1 0 1 2 3 4 I 2002 III I 2003 III I 2004 III I 2005 III Fonte: Eurostat

1/ Variações trimestrais anualizadas e dessazonalizadas. %

Alemanha França Itália Área do Euro

Gráfico 4.3 – China – PIB1/

5 6 7 8 9 10 I 2002 III I 2003 III I 2004 III I 2005 III Fonte: Bloomberg

1/ Variações relativas a igual trimestre do ano antecedente. %

Gráfico 4.5 – Taxas de juros oficiais Taxas anuais 0 1 2 3 4 5 Nov 2003 Mar 2004

Jul Nov Mar

2005

Jul Nov

Fonte: Federal Reserve , BCE e Banco da Inglaterra

EUA Área do Euro Reino Unido

% 3 4 5 6 7 8 9 Abr 2000 Out Abr 2001 Out Abr 2002 Out Abr 2003 Out Abr 2004 Out Abr 2005 Out

Fontes: Bureau of Labor Statistics , Statistics Bureau , Eurostat %

EUA Japão Área do Euro

Gráfico 4.4 – EUA, Japão e Área do Euro – Taxas de desemprego

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4.2 Política monetária e inflação

Nos Estados Unidos, a transmissão potencial da alta dos preços da energia se traduziu em mudança no discurso do Federal Reserve, que passou a enfatizar a necessidade de dedicar maior atenção aos indicadores conjunturais. Com a inflação ao consumidor atingindo 4,3% a.a. em outubro, e o suporte ao crescimento advindo dos ganhos de produtividade e da política monetária, é provável que o Comitê de Mercado Aberto conserve a política de elevação gradual da taxa de juros, atualmente em 4,25% a.a.

Na Área do euro, os juros oficiais foram elevados para 2,25% a.a. no início de dezembro, devido a preocupações do Banco Central Europeu (BCE) com a potencial materialização das pressões inflacionárias no índice-cheio, diante dos baixos patamares da produtividade e dos juros reais. A autoridade monetária continua alertando para a necessidade de combater potenciais efeitos indiretos da alta da energia sobre o núcleo da inflação, política que poderá envolver novas elevações da taxa básica de juros.

No Reino Unido, o crescimento aquém do potencial, a ausência de repasse da alta da energia e a expectativa inflacionária bem comportada no horizonte de dois anos (regime de metas) têm favorecido a manutenção da taxa

repo, em que pese a aceleração da inflação para 2,5% a.a.

em setembro, nível recorde desde 1997. Apesar desse desvio de curto prazo, o quadro inflacionário benigno a médio prazo sugere a manutenção da taxa pelo Banco da Inglaterra, que mantém-se, desde agosto último, em 4,5% a.a.

No Japão, não obstante as expectativas de alta da inflação em 2006, função da expansão da demanda doméstica e das exportações, o banco central crê ser ainda prematura qualquer mudança na política monetária, haja vista a ausência de aumento sustentado do índice de preços ao consumidor e do deflator do PIB. No entanto, a autoridade monetária, pela primeira vez em muitos anos, começa a sinalizar a emergência de condições para o abandono da política de taxa de juros zero, possivelmente no primeiro semestre de 2006.

Na China, a despeito do forte crescimento e da recente alta no preço internacional do petróleo, a inflação atingiu apenas 1,2% a.a. em outubro. Esse comportamento, que tende a provocar a valorização do renminbi, reflete o excesso de contingente de mão-de-obra, a elevada relação investimento/PIB, sobretudo em pontos de estrangulamento como energia, infra-estrutura e transportes, a manutenção

Gráfico 4.7 – Inflação ao consumidor – Área do Euro Variação anual % 1 2 3 Out 2003 Fev 2004

Jun Out Fev

2005

Jun Out

Fonte: Eurostat

IPCH – Núcleo IPCH

Gráfico 4.6 – Inflação – EUA Variação anual % 0 1 2 3 4 5 6 7 Out 2003 Fev 2004

Jun Out Fev

2005

Jun Out

Fonte: Bureau of Labor Statistics

IPP IPC

Gráfico 4.8 – Inflação ao consumidor – Reino Unido Variação anual % 0 1 2 3 Out 2003 Fev 2004

Jun Out Fev

2005 Jun Out Fonte: Bloomberg -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 Out 2003 Fev 2004

Jun Out Fev

2005

Jun Out

Fonte: Bloomberg

IPC IPC – Núcleo

Gráfico 4.9 – Inflação ao consumidor – Japão

Variação anual %

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do controle de preços administrados e os expressivos resultados da agricultura.

4.3 Mercados financeiros

internacionais

Nos Estados Unidos, a redução da remuneração dos títulos do Tesouro de 10 anos, devido ao pessimismo associado aos preços do petróleo, foi revertida a partir do início de setembro, quando se registraram as maiores médias mensais no ano, de 4,55% em setembro e de 4,45% em outubro, e atingindo um pico recente de 4,65% em novembro. Também na Alemanha e Japão os rendimentos de títulos semelhantes apresentaram leve elevação em outubro e novembro.

Os mercados acionários continuaram apresentando dinâmica favorável, em contexto de ampla liquidez internacional e de procura por taxas de retorno mais atraentes. Nos Estados Unidos, a bolsa foi influenciada negativamente em setembro pelos efeitos dos furacões que atingiram o sul do país e que intensificaram as incertezas quanto à evolução dos preços do petróleo. Com o melhor dimensionamento dos danos causados, contudo, as principais bolsas voltaram a apresentar trajetória favorável.

Na Área do euro e no Japão, os principais índices acionários também apresentaram resultados positivos, apoiados por bons resultados corporativos. Da mesma forma, as bolsas dos mercados emergentes apresentaram expressiva alta no trimestre encerrado em novembro.

Os fatores determinantes do desempenho dos mercados acionários, reforçados pela melhoria das condições de solvência dos países emergentes, propiciaram a continuidade da queda do prêmio de risco dos títulos da dívida desses países. O índice Emerging Markets Bond (Embi+), do JP Morgan, atingiu 238 pontos-base em 23 de novembro, valor mais reduzido da série histórica, com redução de 18,8% nos últimos três meses e de 37,2% em um ano.

A elevação das taxas de juros de mercado, a partir de setembro, contribuiu para a apreciação do dólar frente às principais moedas, notadamente em relação ao iene, atingindo as mais altas cotações em quase dois anos. Embora a evolução das taxas de juros, assim como a perspectiva de repatriação de fundos para os EUA até o fim do ano devido ao Homeland Investment Act, também tenha influenciado

Gráfico 4.11 – Retorno sobre títulos governamentais1/ 0 1 2 3 4 5 Out 2003 Jan 2004

Abr Jul Out Jan

2005

Abr Jul Out

% a.a.

EUA Alemanha Japão

Fonte: Bloomberg

1/ Média mensal dos rendimentos nominais dos títulos de 10 anos.

Gráfico 4.12 – Bolsas de valores – EUA

4.1.2002=100 90 95 100 105 110 1.10 2004 11.11 22.12 1.2 2005 11.3 22.4 2.6 14.7 24.8 5.10 15.11 Fonte: Bloomberg

DJIA S&P 500 Nasdaq

70 90 110 130 11.11 2004 21.12 31.1 2005 11.3 22.4 2.6 14.7 24.8 5.10 15.11 Fonte: Bloomberg

FTSE 100 DAX Nikkei 225

Gráfico 4.13 – Bolsas de valores – Europa e Japão

4.1.2002=100 0 1 2 3 4 5 6 Out 2003 Jan 2004

Abr Jul Out Jan

2005

Abr Jul Out

Fonte: Bloomberg

Gráfico 4.10 – Inflação ao consumidor – China

Variação anual %

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as cotações do dólar em relação às moedas de países emergentes, a recuperação do ritmo de crescimento das exportações em alguns desses países e a robustez do balanço de pagamentos, entre outros, atuaram como elementos importantes para a transitoriedade desse movimento.

4.4 Comércio mundial

De acordo com o International Trade Statistics 2005, da Organização Mundial do Comércio (OMC), divulgado em outubro, o comércio mundial crescerá 6,5% em 2005, ante 9% em 2004. Segundo o Organismo, a alta dos preços do petróleo pode gerar impactos negativos no crescimento do comércio de diversas regiões, principalmente Estados Unidos, Leste Europeu e Leste da Ásia, acarretando o arrefecimento do comércio mundial este ano. Para o próximo ano, a OMC prevê expansão do comércio mundial em torno de 7%, consistente, portanto, com as expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) que, em seu relatório World

Economic Outlook de outubro, previu crescimentos de 7%

em 2005 e de 7,4% em 2006.

O déficit comercial de bens dos EUA continua em crescimento acelerado. O déficit da conta petróleo, não obstante a queda do quantum importado, atingiu US$ 23,2 bilhões em agosto, novo recorde histórico. A manutenção desse patamar em setembro indica a persistência da tendência de déficits significativos no médio prazo. O déficit comercial total acumulado nos três primeiros trimestres atingiu US$571 bilhões, ante US$483,2 bilhões em igual período de 2004. O déficit bilateral com a China apresenta acentuado crescimento em 2005, intensificando-se no terceiro trimestre, quando atingiu, em setembro, o recorde de US$20,1 bilhões.

Na Área do euro, o aumento das exportações contrabalançou, em parte, a elevação do valor das importações de petróleo. Nesse sentido, de janeiro a agosto de 2005 o superávit comercial totalizou €22,7 bilhões, ante €55,7 bilhões no mesmo período do ano anterior, enquanto o déficit relacionado ao comércio de petróleo atingiu €136,4 bilhões e €90,4 bilhões, nas mesmas bases de comparação. No Japão, o avanço das importações resultou do aumento da demanda interna e dos preços do petróleo, enquanto o crescimento das exportações decorreu de maior demanda por parte dos EUA e da China.

100 130 160 190 220 250 11.11 2004 22.12 1.2 2005 11.3 22.4 2.6 14.7 24.8 5.10 15.11 Fonte: Bloomberg

Coréia do Sul Brasil México

Gráfico 4.14 – Bolsas de valores – Mercados emergentes

4.1.2002=100

Gráfico 4.16 – Cotações do dólar

19.9.2003=100 80 90 100 110 24.9 2003 24.11 22.1 2004 23.3 21.5 21.7 20.9 18.11 18.1 2005 18.3 18.5 18.7 15.9 15.11 Fonte: Bloomberg Euro/dólar Libra/dólar Iene/dólar D. canadense/dólar 80 90 100 110 24.9 2003 24.11 22.1 2004 23.3 21.5 21.7 20.9 18.11 18.1 2005 18.3 18.5 18.7 15.9 15.11 Renminbi/dólar Won/dólar

Dólar Taiwan/dólar Baht/dólar

Gráfico 4.17 – Moedas de países emergentes China, Coréia do Sul, Taiwan e Tailândia

19.9.2003=100 Fonte: Bloomberg 200 280 360 440 520 600 4.6 2004 3.9 2.12 3.3 2005 3.6 1.9 30.11 p. b. Fonte: Bloomberg

Gráfico 4.15 – Emerging Markets Bond Index Plus (Embi+)

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A mudança ainda incipiente no regime cambial da China não alterou significativamente as contas externas do país, sendo esperada a ampliação de seu superávit comercial, neste ano.

Na América Latina, a relação favorável dos termos de troca, com a manutenção dos preços do petróleo e das demais commodities (metálicas, especialmente) em patamar elevado, deve proporcionar à região novo superávit comercial e em transações correntes em 2005.

4.4.1

Commodities

As cotações das commodities metálicas mantiveram, no bimestre setembro-outubro, a tendência ascendente dos últimos meses, com crescimento médio de 26,9% frente a igual bimestre de 2004 e de 3,5% quando comparada ao bimestre imediatamente anterior. Esse bom desempenho continua sendo explicado pelo crescimento mundial, ressaltando-se o importante papel da China como fonte de absorção de matérias-primas.

As commodities agrícolas também têm apresentado desempenho positivo no ano, registrando-se, no bimestre setembro-outubro, elevação média de preços de 6,9% em relação ao mesmo período de 2004 e de 0,34% ante o bimestre encerrado em agosto.

O mercado internacional de café segue evidenciando o déficit na oferta mundial da commodity. A pressão exercida sobre as cotações do produto beneficia os grandes exportadores, como o Brasil, responsável por 40% da produção mundial. Quanto ao trigo, os preços da commodity podem elevar-se no curto prazo, haja vista a redução de aproximadamente 25% na safra argentina.

No que se refere à soja, a safra norte-americana apresentou crescimento de cerca de 3 milhões de toneladas em 2005. Esse desempenho, associado às elevações das safras brasileira e argentina e a uma possível redução no consumo de farelo de soja, tendo em vista a evolução da gripe aviária, deverá favorecer o recuo dos preços nesse mercado.

4.4.1.1 Petróleo

O preço do petróleo apresentou trajetória crescente a partir do final de junho, atingiu níveis recordes ao final de 5 10 15 20 Mar 2003

Jun Set Dez Mar

2004

Jun Set Dez Mar

2005

Jun Set

US$ bilhões

UE China Japão

Fonte: Bloomberg 1/ Média móvel trimestral.

Gráfico 4.19 – EUA – Déficit comercial bilateral1/

-10 -5 0 5 10 15 20 Mar 2003

Jun Set Dez Mar

2004

Jun Set Dez Mar

2005

Jun Set

Ásia UE EUA Japão

Fonte: Bloomberg 1/ Média móvel trimestral.

Gráfico 4.20 – China – Saldo comercial bilateral1/

US$ bilhões 70 80 90 100 110 120 130 140 150 Out 2003 Fev 2004

Jun Out Fev

2005

Jun Out

Alimentos agrícolas Metais

Fonte: FMI

Gráfico 4.21 – Indice de preço de commodities em DES 1995 = 100 Fonte: Bloomberg 70 80 90 100 110 24.9 2003 24.11 22.1 2004 23.3 21.5 21.7 20.9 18.11 18.1 2005 18.3 18.5 18.7 15.9 15.11

Peso chil./dólar Real/dólar

Peso mex./dólar Peso arg./dólar

Gráfico 4.18 – Moedas de países emergentes Brasil, México, Chile e Argentina

19.9.2003=100

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agosto, e passou a declinar em seguida, não obstante a ocorrência de fatores climáticos adversos e a continuidade das tensões políticas nas principais regiões produtoras. Essa evolução nos preços da commodity esteve associada a duas decisões relacionadas à oferta do produto. Nesse sentido, assinale-se a deliberação da Agência Internacional de Energia (AIE), que instruiu os países-membros, no início de setembro, a liberar reservas estratégicas para favorecer a regularização da oferta do produto. Adicionalmente, a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), autorizou, no final do segundo decêndio de setembro, aumento da produção da ordem de dois milhões de barris por dia. Ressalte-se, ainda os efeitos favoráveis da elevação dos estoques norte-americanos, em contrapartida às temperaturas mais elevadas registradas no Hemisfério Norte. O mercado futuro aponta elevação moderada, mas contínua dos preços do petróleo no decorrer de 2006. Nesse sentido, considerando as cotações de 30 de novembro, o barril do petróleo cru tipo Brent passa de US$55, em janeiro, para cerca de US$59, em dezembro.

4.5 Conclusão

A sustentação do crescimento nas economias norte-americana e chinesa, o aumento gradual da importância da demanda interna como fator de impulso à atividade em países como Japão, China, França e Itália, além da evolução positiva nos mercados de trabalho, contribuem para consolidar a perspectiva de manutenção do cenário internacional favorável em 2006.

Apesar da alta dos preços do petróleo para patamares próximos aos recordes históricos, a transmissão para os preços ao consumidor, e mesmo para os preços ao produtor, foi muito menos intensa que em outros choques de preço do produto. O recente recuo dos preços dos combustíveis para níveis mais confortáveis pode contribuir para amenizar o quadro inflacionário e, assim, abreviar o movimento de convergência dos bancos centrais em direção a uma postura neutra de política monetária.

Todavia, na mesma medida em que as fontes de crescimento continuam a atuar favoravelmente, os principais fatores de desequilíbrio global permanecem à espera de solução. Assim, o déficit em transações correntes nos Estados Unidos ainda não apresentou sinais consistentes de redução para níveis sustentáveis a longo prazo,

Gráfico 4.22 – Petróleo – Mercado à vista

US$ por barril

30 35 40 45 50 55 60 65 70 10.5 2004 22.6 3.8 14.9 26.10 7.12 1.21 2005 4.3 18.4 31.5 12.7 23.8 5/10 16/11 Brent WTI Fonte: Bloomberg 52 56 60 64 68 Fev 2006

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US$ por barril

30.9.2005 31.10.2005 30.11.2005

Fonte: Bloomberg

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registrando-se, ao contrário, previsões de sua intensificação no próximo ano. Ressalte-se, ainda, que a recente apreciação do dólar poderá retardar a correção desse desajuste.

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