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ANÁLISE DOS RISCOS ERGONÔMICOS EM UMA INDÚSTRIA DE BORRACHA

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ANÁLISE DOS RISCOS ERGONÔMICOS

EM UMA INDÚSTRIA DE BORRACHA

Samuel Melo Lima (UFPI)

samuelmelolima@hotmail.com

Amanda Thamires Ferreira Santos (UFPI)

amanda_f.santos@hotmail.com

Jacira Nathercia Viana Soares (UFPI)

natherciasoares@hotmail.com

Maria do Socorro Ferreira dos Santos (UFPI)

socorroferreira@ufpi.edu.br

O presente estudo teve como objetivo a identificação dos riscos ergonômicos em uma Indústria de Borracha localizada na cidade Teresina-PI. A ergonomia estuda a interação das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem estar e a eficácia das atividades humanas. Neste trabalho foram aplicados dois questionários a 10 operários distribuídos entre o setor de produção de piso partilhado e a copa: um nórdico de sintomas osteomusculares e um outro traçando o perfil dos funcionários, além do registro fotográfico e observação em campo. Para a análise dos resultados foram utilizados a bibliografia consultada bem como as Normas regulamentadoras que estabelecem os parâmetros mínimos para a adequação do trabalho ao homem. Foram identificados diversos riscos ergonômicos em relação as posturas incorretas, condições inadequadas no ambiente e equipamentos, e o uso irregular dos equipamentos de segurança individual, podendo ocasionar acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho.

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13 Análise dos riscos ergonômicos em uma indústria de borracha

1. Introdução

Com o avanço tecnológico e o crescimento mercadológico, as empresas estão sempre com o desafio de acompanhar esse crescimento em busca da competitividade e sobrevivência no mercado. Diante disso, é necessário dispor aos funcionários condições adequadas para que possam realizar seu trabalho com conforto e segurança, adequando os processos de produção e os postos de trabalho com a ergonomia.

A ergonomia é a adequação do trabalho ao homem, que contribui para o aumento da qualidade de vida do funcionário, assim como a qualidade das operações industriais. Além de ter importante contribuição para a prevenção das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT), que são ocasionadas pelo comportamento do homem em atividade como posturas incorretas, levantamento de cargas, movimentos repetitivos, dentre outros.

O objeto de estudo deste artigo é uma indústria de borracha, especializada na fabricação de piso de borracha partilhado e produção de E.V.A (Etileno Acetato de Vinila) para calçados e tatames, cujo nome fantasia é Indústria de Borracha SA. A empresa está localizada na cidade de Teresina – PI, e encontra-se no mercado há 40 anos e atualmente possui 40 funcionários.

O estudo considerou a área biomecânica da ergonomia aplicada ao trabalho, através do estudo dos esforços feitos pelo trabalhador, o uso da coluna vertebral, o manuseio, levantamento e transporte de cargas, na Indústria de Borracha SA, mediante da literatura consultada.

2 Revisão bibliográfica 2.1 Ergonomia

Segundo Couto (2002) ergonomia é o trabalho interprofissional que, baseado num conjunto de ciências e tecnologias, procura o ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trabalho de forma confortável e produtiva, basicamente procurando adaptar o trabalho às pessoas.

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Segundo a Norma Regulamentadora Brasileira n° 17, os conceitos ergonômicos foram aplicados na indústria automobilística a partir de 1970, com o objetivo de tornar os veículos mais confortáveis e funcionais de forma que pudesse satisfazer a sociedade, proporcionando conforto e bem estar.

A ergonomia física, com características da biomecânica, abordando as posturas de trabalho, manuseio de materiais e a incidência dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) que são lesões que afetam os músculos, tendões e nervos nas articulações do corpo, especialmente nas mãos, punhos, cotovelos, ombros, costas e joelhos, lesões essas que se da em decorrência do esforço ou movimentos feitos de forma repetitiva (ARAUJO, 2010). O autor acrescenta que a fadiga causada pela constante repetição desses esforços, traumatiza gradativamente estas partes do corpo gerando dores que vão aumentando de intensidade e, como consequência, dificultando o desempenho do trabalhador.

2.2 Legislação

As legislações trabalhistas servem para equilibrar tudo que é relacionado ao homem e o trabalho. As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2013).

A norma regulamentadora nº 17 aborda os aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais, mobiliário dos postos de trabalho, equipamentos dos postos de trabalho, condições ambientais de trabalho e organização do trabalho.

Outras normas regulamentadoras utilizadas nesta pesquisa são: nº 09 – que visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, através do programa de prevenção dos riscos ambientais; a nº 06 que considera os equipamentos de segurança individuais – EPI; a nº 11 que considera o transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais; e a nº 12 que define as referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção e segurança do trabalho em máquinas e equipamentos.

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A legislação também contempla importantes programas definidos pela legislação como: a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) que é definida pela NR 05; os Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) que é definido pela NR 07; e os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

3. Metodologia

Para a metodologia buscou-se o embasamento teórico a partir da leitura seletiva de textos encontrados sobre a ergonomia, através de artigos, livros, legislação, dissertações, teses e outros. O objetivo deste estudo é descritivo, pois expõe as características de uma determinada população ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coleta de dados (PRODANOV e FREITAS, 2013), aliado a técnicas quantitativas e qualitativas.

Foi utilizado o registro de imagens fotográficas, observação in loco e a aplicação de questionários, com 10 funcionários da empresa do setor de produção. O primeiro questionário buscou coletar informações sobre sintomas e doenças ocupacionais que prejudicam a saúde dos mesmos. O segundo foi o questionário nórdico que buscou identificar os sintomas osteomusculares, que aborda itens relacionados a diferentes regiões anatômicas do corpo, buscando mensurar a presença de sintomas osteomusculares (PINHEIRO, TROCOLLI e CARVALHO, 2002). Este é um questionário validado de domínio público e é composto por 30 questões com alternativas sim ou não, onde busca trazer informações sobre a ocorrência de sintomas como dores, desconfortos e dormências em várias regiões do corpo.

Através de uma observação criteriosa, em todos os setores da empresa, escolheu-se o subsetor de produção de piso de borracha partilhado, por ter uma maior incidência de riscos ergonômicos. Este setor possui 9 funcionários, com diferentes funções, onde foi observado um grande contato dos funcionários com as máquinas, com excessivo esforço físico e sujeito a acidentes de trabalho, justificando assim a escolha da amostra em estudo e na copa há somente 1 funcionário, totalizando 10 funcionários.

Os dados obtidos por meio dos questionários foram tabulados e representados por gráficos percentuais, através do excel, que é um software de planilha eletrônica que permite criar tabelas e analisar dados, com o uso da função estatística descritiva que tem o objetivo de organizar, resumir, analisar e interpretar observações disponíveis (LAPPONI, 2005).

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As fotografias de campo foram analisadas à luz da teoria da Análise Ergonômica, o que permitiu elaborar conclusões acerca dos possíveis riscos aos quais os funcionários possam estar expostos, considerando a bibliografia consultada.

4. Resultados e Discussões

Os questionários foram aplicados a 10 funcionários da Indústria SA, do setor de produção de piso partilhado, sendo 4 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino. A carga horária de trabalho é de 44 horas/semanais, sendo apenas 1 hora para a refeição, que pode ser realizada no local ou fora da empresa.

Todos os entrevistados responderam as questões, sem nenhuma recusa, porém foi observado que alguns demonstravam receio de expor suas respostas acreditando que pudessem ser prejudicados dentro da empresa.

4.1 Utilização dos EPI’s

A Figura 1 mostra a utilização dos EPI’s dos funcionários entrevistados. As Figuras 2 (a) mostra a utilização parcial dos EPI’s; (b) mostra funcionário sem a utilização de EPI’s.

Figura 1: Utilização dos EPI’s dos funcionários entrevistados.

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(a) (b)

Figura 2: (a) Funcionário com a utilização parcial dos EPI’s; (b) Funcionário sem a utilização de EPI’s.

Fonte: Elaborada pelos autores

A Figura 1 mostra que apenas 40% utilizam todos os equipamentos de proteção individual necessários, 10% raramente utilizam e 50% utilizam parcialmente seus equipamentos.

A Figura 2 (a) mostra um funcionário que está utilizando botas, luvas, máscara, mas não está utilizando o protetor auricular que é muito importante para protegê-lo dos ruídos e os óculos de segurança. A Figura 2 (b) mostra a funcionária sem utilização de EPI’s.

Segundo a Norma regulamentadora nº 06, que considera o equipamento de proteção individual, cabe ao empregador exigir o uso, bem como orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e conservação. A norma também estabelece normas para o empregado, que deve utilizá-los sempre sendo apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação, comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A máscara utilizada na empresa como mostra a Figura 2 (a) são máscaras cirúrgicas que segundo a norma da ABNT 13698:2011, não é considerada um EPI, pois não possui certificado de aprovação. A NR 06 estabelece que a máscara adequada para este tipo de ambiente de trabalho devem ser máscaras que contem o respirador purificador de ar com

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filtro. Este tipo de situação foi identificado em todos os funcionários, apesar de 40% afirmarem que usam todos os equipamentos, foram registradas falhas, que mostram o uso parcialmente.

Ao observar a Figura 2 (b) nota-se a ausência das botas, protetor auricular, máscara e em especial as luvas, pois o trabalho é realizado em prensas que operam em altas temperaturas, podendo ocasionar sérias queimaduras, e a utilização de ferramentas pontiagudas podem causar cortes. Notou-se, também a ausência, da touca de cabelo, imprescindível, para evitar que os cabelos não prendam na máquina causando um acidente e, além disso, para evitar que os fios de cabelos caiam sobre o material podendo causar a não conformidade do produto.

3.2 Posturas e levantamento de cargas

As Figuras 3 mostram (a) o corte do piso partilhado; (b) as seis funções das mãos segundo Couto (2002).

Figura 3: (a) funcionário realizando o corte do piso partilhado; (b) As 6 funções das mãos.

Fonte: (a): Elaborada pelos autores; (b): Couto, 2002.

A partir da Figura 3 (a) é possível observar o processo de corte das rebarbas do piso partilhado, e observa-se que na mão direita da funcionária, encontra-se a ferramenta de corte que exige bastante esforço, além da ausência dos EPI’s. Nota-se que a operária está apoiada

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sobre a mão esquerda e com mais evidência de força no dedo polegar. Segundo Iida (2005) posição, em pé, é altamente fadigante porque exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição.

A Figura 3 (b) mostra as 6 funções da mãos: pinça palmar, compressão digital, pinça lateral, pinça pulpar, compressão palmar e preensão. Para Couto (2002) dessas funções apenas a preensão pode fazer força, os demais são movimentos voltados para a precisão, onde a exigência de força das outras funções pode ter como consequência o aparecimento de dor.

As Figuras 4 (a) e (b) apresentam as posturas dos funcionários executando suas funções quanto ao levantamento de cargas; (c) a postura correta para levantamento de cargas segundo Iida (2005).

Figura 4: (a) Postura dos funcionários ao levantar uma carga; (b) Postura de dois funcionários ao levantar os materiais; (c) postura correta para levantamento de cargas.

Fonte: (a, b): Elaborada pelos autores; (c): IIDA, 2005.

Durante as observações foram observadas constantemente posturas inadequadas quanto ao levantamento de cargas. A Figura 4 (a) mostra o funcionário levantando uma carga na faixa de 50 kg, a Figura 4 (b) mostra dois funcionários levantando materiais necessários para alimentar a máquina e a Figura 4 (c) mostra a postura correta de como esses materiais devem ser levantados segundo Iida (2005). Segundo Couto (2002) ao levantar um peso distante do corpo, o esforço é feito pelos músculos das costas, que estão muito próximos do ponto de apoio, e o peso, distante do corpo exerce uma sobrecarga maior que a permitida. Iida

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(2005) recomenda que o levantamento de cargas seja realizado sempre com a coluna na posição vertical, usando-se a musculatura das pernas que são mais resistentes, como é mostrado na Figura 4 (c).

As Figuras 5 mostram (a) o local onde se encontra a balança e os materiais que são utilizados para a fabricação dos pisos partilhados, (b) a postura de um funcionário na realização da pesagem do material; (c) a postura do funcionário ao colocar o material no bamburi; (d) o layout correto da balança e os materiais utilizados na pesagem segundo Iida (2005).

Figura 5: (a) local na Indústria SA onde são armazenados os materiais e feita a pesagem; (b) Postura do funcionário ao realizar a pesagem do material; (c) levantamento de cargas em locais altos; (d) maneira correta do arranjo físico onde é feita armazenagem e pesagem dos

materiais.

Fonte: Elaborada pelos autores (a, b, c); (d) IIDA, 2005.

(a) (b)

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A Figura 6 apresenta a organização dos equipamentos e materiais pelos funcionários. A Figura 10 apresenta as considerações sobre a higiene do local de trabalho pelos entrevistados.

Figura 6: Consideração sobre a organização dos materiais e equipamentos do local de trabalho pelos entrevistados.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 7: Consideração sobre a higiene do local de trabalho pelos entrevistados.

Fonte: Elaborada pelo autor. Fonte: Elaborada pelos autores.

A Figura 6, mostra que para a organização dos materiais e equipamentos apenas 20% consideram boa e 80% estão distribuídos entre ruim e regular. Dentre os entrevistados apenas

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(a)

20% consideram a higiene do local boa, enquanto 80% estão distribuídos entre ruim, péssimo e regular (Figura 7).

As Figuras 8 mostram (a) parte do setor de produção do piso partilhado; (b) Apoio feito de paletes ao lado das prensas; (c) Organização de materiais necessários para a produção; (d) Organização da mesa de corte do piso partilhado.

Figura 8: (a) local de produção do piso partilhado; (b) apoio feito de paletes; (c) Organização de materiais dentro do setor de produção; (d) mesa de corte do setor de produção do piso

partilhado.

Fonte: Elaborada pelos autores.

A Figura 8 (a) mostra parte do setor de produção do piso partilhado, onde é visível a falta de organização no ambiente e sujeira no ambiente; (b) mostra um apoio feito de paletes que está em más condições podendo causar acidente; (c) mostra os materiais empilhados e sem organização; (d) mostra a mesa utilizada para corte do material com um sapato e um tambor em cima. Esse resultado é corroborado com as Figuras 9 e 10.

(a)

(d) (c)

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As Figuras 9 apresentam (a) as medidas corretas de uma escada, bem como recomendações quanto a borda anti-derrapante segundo Couto (2002); (b) a escada de acesso ao bamburi da Indústria SA; (c) o funcionário subindo a escada de acesso ao Bamburi.

Figuras 9: (a) medidas corretas de uma escada; (b) escada de acesso ao Bamburi da Indústria SA; (c) funcionário subindo a escada de acesso ao Bamburi.

Fonte: (a) COUTO, (2002); (b, c): Elaborada pelos autores.

Segundo Couto (2002), a altura ideal do degrau de uma escada deve ser entre 16 a 18 cm, como mostra a Figura 9 (a) enquanto que o degrau da escada do bamburi da Indústria SA, Figura 9 (b), possui 35 cm, segundo medições realizadas no local, gerando grande esforço físico na musculatura das pernas, além de não possuir borda anti-derrapante o que pode causar um acidente, desde modo a escada para alcance do Bamburi, está fora das normas estabelecidas. A Figura 9 (c) mostra que o funcionário não está com o pé totalmente apoiado no degrau, ficando uma parte fora, podendo desequilibra-se e cair. Outro ponto observado foi à ausência da proteção do corrimão na escada, no lado esquerdo, aumentando os riscos de acidentes.

3.3 Questionário nórdico de sintomas osteomusculares

A Tabela 1 mostra os resultados dos questionários nórdicos de sintomas osteomusculares aplicados com os funcionários, onde foram considerados se houve dores e/ou desconfortos nos últimos 12 meses.

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De acordo com os resultados apresentados pela Tabela 1, sobre o questionário nórdico de sintomas osteomusculares nos últimos 12 meses, foi observado que os membros que mais apresentaram desconforto pelos funcionários foram os ombros, com afirmação de 70% dos funcionários, a região lombar com 50%, a região dorsal com 50%, tornozelos e/ou pés com 50% e os antebraços com 40%. Esses membros condizem com as posturas mencionadas anteriormente, pois de acordo com as funções registradas diante do processo de produção do piso partilhado mostraram que há maior utilização de força nos braços e ombros no levantamento de cargas e no processo de corte das peças, bem como as posturas constantes de baixar e levantar causam dores na região lombar e dorsal. As dores no pés\tornozelos podem estar associadas à ausência de pausas durante o trabalho, sendo que o trabalho é executado em pé durante todo o turno.

Tabela 1: Porcentagem da periodicidade dos sintomas considerando os últimos 12 meses segundo o questionário nórdico de sintomas osteomusculares.

Fonte: elaborada pelos autores.

A Tabela 2 mostra os resultados dos questionários nórdicos de sintomas osteomusculares aplicados com os funcionários, onde foram considerados se houve dores e/ou desconfortos nos últimos 7 dias.

Em caso afirmativo

Membro Não (%) Sim (%)

Membro esquerdo (%) Membro direito (%) Ambos (%) Ombro 30 70 0 0 100 Cotovelo 100 0 - - - Antebraços 60 40 0 25 75 Punhos/mãos/dedos 80 20 0 50 50 Pescoço 80 20 - - - Região Dorsal 50 50 - - - Região Lombar 50 50 - - -

Quadris e/ou coxas 90 10 - - -

Joelhos 90 10 - - -

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Tabela 2: Porcentagem da periodicidade dos sintomas considerando os últimos 7 dias segundo o questionário nórdico de sintomas osteomusculares.

Em caso afirmativo

Membro Não (%) Sim (%)

Membro esquerdo (%) Membro Direito (%) Ambos (%) Ombro 90 10 0 0 100 Cotovelo 100 0 Antebraços 80 20 0 50 50 Punhos/mãos/dedos 100 0 Pescoço 90 10 - - - Região Dorsal 80 20 - - - Região Lombar 70 30 - - -

Quadris e/ou coxas 100 0 - - -

Joelhos 90 10 - - -

Tornozelos e/ou pés 70 30 - - -

Fonte: elaborada pelos autores.

A Tabela 2 mostra que nos últimos 7 dias considerando os resultados do questionário nórdico de sintomas osteomusculares que os sintomas mais frequentes foram dores nos pés/tornozelos com 30% dos funcionários, 30% na região lombar, 20% na região dorsal e 20% nos antebraços. Pode-se observar que os desconfortos são nas mesmas regiões que exigem mais esforço dos funcionários na execução da função e que são os mesmos membros que sofreram desconfortos\dores nos últimos 12 meses como visto na Tabela 4.1. Como não há o rodízio de atividades na indústria e os funcionários afirmaram está muito tempo na mesma função, esses sintomas podem ser ocasionados pela repetitividade dos movimentos durante muito tempo, devido à permanência longa na mesma função, ressaltando também que a falta de instrução sobre as posturas corretas a serem executadas colaboraram com os índices. A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos relacionados a problemas como dor e\ou desconforto nos últimos 12 meses, onde foi necessário evitar as atividades, segundo o questionário nórdico de sintomas osteomusculares aplicados com os funcionários.

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Tabela 3: Porcentagem da periodicidade dos sintomas, onde foi necessário evitar as atividades considerando os últimos 12 meses segundo o questionário nórdico de sintomas osteomusculares.

Em caso afirmativo

Membro Não (%) Sim (%)

Membro esquerdo (%) Membro direito (%) Ambos (%) Ombro 90 10 100 0 0 Cotovelo 100 0 Antebraços 100 0 Punhos/mãos/dedos 80 20 50 50 0 Pescoço 90 10 - - - Região Dorsal 70 30 - - - Região Lombar 90 10 - - -

Quadris e/ou coxas 100 0 - - -

Joelhos 100 0 - - -

Tornozelos e/ou pés 90 10 - - -

Fonte: elaborada pelos autores.

A Tabela 3 mostra que houve ausência no trabalho de 10% por desconforto/dores nos ombros, 20% nos punhos/mãos/dedos, 10% no pescoço, 30% na região dorsal, 10% na região lombar e 10% nos tornozelos e/ou pés. Dos resultados apresentados apenas 1 funcionário sofreu um acidente lesionando o dedo, os demais não sofreram acidentes na indústria podendo ser associado os sintomas afirmados por eles, às atividades que estão executando.

A empresa não possui o registro nos Serviços especializados em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT), que segundo a Norma Regulamentadora nº 04, tem a finalidade de promover a saúde e promover a integridade do trabalhador no local de trabalho. O SESMT associa o número de empregados do estabelecimento com os riscos expostos dentro da atividade, buscando prevenir os funcionários dos acidentes ou danos a saúde dos mesmos. O SESMT deve possuir todos os dados de acidentes ocorridos, no qual para este estudo não foi possível analisar esses dados, a fim de relacionar aos resultados obtidos com os sintomas osteomusculares sentidos pelos funcionários.

Na indústria, em estudo, existe a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que segundo a Norma Regulamentadora nº 05 que tem como objetivo a prevenção de

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acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA é composta por representantes entre os empregados bem como um representante entre os empregadores. Foi observado que também há falhas nesse sistema dentro da empresa, os representantes da CIPA pouco sabem qual o objetivo e o que devem fazer na comissão, a única atividade executadas pelos membros é observar quando os EPI’s estão quase em falta e encaminharem para os seus superiores os pedidos para repor o estoque.

4. Conclusão

Nesta pesquisa foram identificados vários riscos aos quais estão as posturas inadequadas na execução das atividades, onde não há o rodizio de tarefas, pausa para o descanso, nem a ginastica laboral, havendo um índice considerado de fadiga e desconfortos na região dorsal, região lombar, pés/tornozelos, antebraços e ombros. O uso dos equipamentos de segurança individual é inadequada, com a maioria dos funcionários sem utilizar seus equipamentos, correndo riscos de acidentes e problemas de saúde devido ao uso indevido ou ausente, bem como alguns dos equipamentos utilizados estão inadequados para o tipo de função.

O ambiente de trabalho não se adequada quanto a disposição dos materiais e a estrutura do local, bem como para o levantamento de cargas e armazenagem dos materiais, pois não há um estudo do layout na empresa e não há práticas ergonômicas. A empresa não possui o registro no SESMT, PCSMO e os membros CIPA da empresa desconhecem as informações necessárias para uma comissão eficiente.

Deste modo a empresa precisa proporcionar aos funcionários melhores condições de trabalho, segurança e meios de prevenção dos sintomas osteomusculares, promovendo programas de atividades e métodos educacionais de conscientização do uso dos EPI’s

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28 Referências

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira 13698 – Equipamento de

Proteção Respiratória – Peça semifacial filtrante para partículas - Especificação. Rio de Janeiro: ABNT,

2011

COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho em 18 lições. Ilustrado por Ricardo Sá. Belo Horizonte: Ergo, 2002.

IEA – ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ERGONOMIA. Disponível em:

<http://www.iea.cc/01_what/What%20is%20Ergonomics.html>. Acesso em: 03 agosto 2013. IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher, 1990.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. 2ª ed. Revista e ampliada. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.

LANZA, A. K. C. Riscos ergonômicos nos ambientes de trabalho: estudo aplicado aos berçários de creches

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MARQUES, A.; TAVARES, E.; SOUZA, J.; MAGALHÃES, J. A.; LÉLLIS, J. A ergonomia como um fator

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PINHEIRO, F. A.; TRÓCCOLI, B. T.; CARVALHO, C. V. Validação do questionário nórdico de sistemas,

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PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

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