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Área teórico\prática: Clinicas y Politicas: procesos de subjetivación y invención

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Academic year: 2021

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FORMAÇÃO ANTIMANICOMIAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Autores:

Camila Alves Soares Ana Marta Lobosque Sílvia Melo

Karine Lage Fonseca Maria Elisa Freitas

Camila Castanheira Rodrigues.

Instituição:

Residência multiprofissional em saúde mental da escola de saúde publica e secretaria de saúde do município de betim

Eje:

Salud Publica y Coletiva

Área teórico\prática:

Clinicas y Politicas: procesos de subjetivación y invención

Objetivos:

Problematizar a formação dos profissionais de saúde, socializar a proposta pedagógica da Residência Multiprofissional em Saúde Mental do Estado de Minas Gerais e trocar experiências inovadoras advindas dessa prática.

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Conclusões:

Com a implantação do SUS e seus princípios foi exigido um outro perfil do trabalhador da saúde. A formação por meio da residência vem evidenciando aspectos positivos como: contato com vários cenários de prática-aprendizagem e com sujeitos diferentes, diversificação de estratégias utilizadas para o cuidado integral ao usuário e a organização do trabalho no território.

As décadas de 70 e 80 foram importantes décadas de efervescência política no Brasil, mobilizadas principalmente pelas lutas dos movimentos sociais. Dentro desse contexto, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram elaboradas diretrizes e eixos na área da saúde e que vieram a estar presentes nos textos da Constituição de 1988.

O Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), implantado através da Constituição de 1988, trouxe os princípios da Universidade, Equidade e Integralidade, transformando radicalmente o pensar e fazer saúde. Entretanto, essa implantação trouxe consigo a necessidade de mudanças nos processos de formação, de trabalho e de gestão de saúde. Na ausência de mudanças na formação, torna-se mais difícil transformar também as práticas de trabalho e de gestão.

Entre os mais importantes problemas enfrentados pelo SUS na área de recursos humanos encontra-se a formação de profissionais de Saúde. Tais profissionais raramente são qualificados de forma adequada para o trabalho em equipe, interdisciplinar, realizado em redes de atenção descentralizadas e regionalizadas, que assegurem a integralidade e a universalidade dos cuidados. Segundo Silva et al (2007):

A transformação da formação e da gestão no trabalho em saúde não é uma questão simplesmente técnica, pois envolve mudanças nas relações, nos processos, nos atos produtores de saúde e, principalmente, nas pessoas. São questões tecnopolíticas que aludem à articulação de ações para dentro e fora das instituições de saúde, na perspectiva do aumento da qualidade de gestão, do aperfeiçoamento da atenção integral, do domínio do conceito ampliado de saúde e do fortalecimento do controle social no sistema (p.6).

Tal problema é particularmente relevante na Saúde Mental, onde os avanços obtidos na implementação destas redes contrastam agudamente com uma formação que reduz a aspectos estritamente técnicos a vasta gama de questões envolvidas no campo dos transtornos psíquicos, e relega a segundo plano o estudo das políticas públicas necessárias para abordá-los devidamente, na perspectiva da atenção psicossocial e da promoção de cidadania.

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Os profissionais que hoje atuam nos novos serviços de Saúde Mental vêm compensando, com seu empenho e sua criatividade, estas lacunas na formação. Contudo, na medida em que os serviços se ampliam, oferecendo cobertura a uma parcela sempre crescente da população, tornam-se cada vez mais necessárias a clareza

conceitual e a reflexão crítica sobre seu trabalho, sob pena do empobrecimento e da automatização da prática que desenvolvem. Urge, por conseguinte, propor e realizar novas estratégias no campo da formação - dentre as quais se destaca a Residência Multiprofissional em Saúde Mental.

Os Ministérios da Saúde e da Educação instituíram, por meio da Portaria Interministerial nº 45, de 12 de janeiro de 2007, a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), órgão responsável pela coordenação dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde e de Residência em Área Profissional da Saúde. A Portaria estabelece que os programas se caracterizem como ensino de pós-graduação lato sensu sob a forma de curso de especialização, abrangendo as profissões que se relacionam com a saúde, tais como: Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional (SILVA, 2007).

O estado brasileiro de Minas Gerais, apesar de suas importantes conquistas no âmbito da Reforma Psiquiátrica, não dispunha até então de nenhuma Residência nesta modalidade. Para implantá-la, a parceria entre a Escola de Saúde Pública do Estado e a Secretaria Municipal de Saúde de Betim foi oportuna e promissora. A ESP-MG oferece um ensino de qualidade, voltado para a prática concreta dos serviços, como demonstram seu investimento e experiência na área da Saúde Pública e da Saúde Mental. A SMS/Betim vem mantendo e ampliando uma rede de Saúde Mental reconhecida nacionalmente, cuja integralidade propicia ao residente a passagem por diferentes níveis de atenção e uma visão global da articulação entre eles. Ainda, as duas instituições partilham as diretrizes das políticas estadual e nacional de Saúde Mental e atuam segundo o modelo conceitual que propicia sua execução. O objetivo geral do presente trabalho é, portanto, socializar as experiências da Residência Multiprofissional em Saúde Mental do estado de Minas Gerais, segundo as diretrizes das políticas nacional, estadual e municipal da área, no âmbito do Sistema Único de Saúde, tendo como cenários de aprendizagem os diversos níveis de atenção de uma rede de Saúde Mental constituída segundo estas diretrizes. Como objetivo específico, julgamos fundamental divulgar a abordagem pedagógica que considere os residentes como sujeitos do processo de

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ensino-aprendizagem-trabalho, ampliando os conceitos básicos para uma clínica ampliada em Saúde Menta, dentro da lógica antimanicomial.

As atividades são desenvolvidas na Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais - ESP-MG (12 horas semanais) e nos diferentes serviços da rede de atenção à Saúde Mental do município de Betim (48 horas semanais), perfazendo um total de 60 horas/semanais, com duração de dois anos. Na Escola de Saúde Pública, serão desenvolvidas atividades teóricas, sob a coordenação de tutores vinculados ao Grupo de Produção Temática, com ampla experiência de ensino e de atuação em redes de Saúde Mental. Durante essas atividades são realizadas supervisões clínico-institucionais, reuniões clínicas e seminários temáticos com os temas: psicopatologia; construção de redes em saúde mental; e aspectos históricos e antropológicos da experiência da Loucura. Estas atividades pretendem, partindo dos casos clínicos e das situações concretas dos serviços, através de metodologia participativa, oferecer subsídios teóricos e conceituais para a sua abordagem.

Nos serviços da rede de Saúde Mental de Betim, os residentes desenvolvem sua prática, acompanhados por preceptores de sua mesma área profissional. As atividades teóricas são abertas aos preceptores que atuam nos serviços, visando aprimorar sua qualificação e assegurar a interlocução entre os trabalhadores das instituições envolvidas.

As categorias que participam do programa da Residência Multiprofissional em Saúde Mental são: Psicologia (1), Serviço Social (1), Terapia Ocupacional (1) e Enfermagem (1). Os residentes, de acordo com seu projeto inicial, irão circular pelos diferentes serviços de saúde mental do município em questão, que são: Centro de Referência em Saúde Mental de adultos (CAPS II e III), Centro de Referência em Saúde Mental Infanto-Juvenil, Centro de Convivência, Unidades Básicas de Saúde com equipes de saúde mental e Serviços Residenciais Terapêuticos. Desse modo, será possível conhecer a lógica dos serviços em diferentes níveis de atenção ao usuário, estabelecimento de vínculos terapêuticos, responsabilização pelo cuidado à saúde, ampliação permanente da resolutividade da ação assistencial e estímulo continuado à autonomia das pessoas na proteção à sua saúde.

De acordo com outras experiências brasileiras de residências multiprofissionais, o rodízio entre vários cenários de prática-aprendizagem com sujeitos diferentes, proporcionando a discussão de núcleo profissional e de campo de saber, a diversificação de estratégias utilizadas para o cuidado integral ao usuário, e particularmente, a organização do trabalho no território, parecem os principais terrenos educativos que podem favorecer a capacitação de tais residentes em saúde mental na perspectiva transdisciplinar (ARAÚJO, 2010).

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Os tais operadores-residentes seriam aqueles que transitam durante a sua formação e experiência de trabalho em áreas diversas de conhecimento, desenvolvendo uma sensibilidade privilegiada para a articulação de saberes e manejo da complexidade dos fenômenos, não sendo previsto necessariamente a mudança dos campos de conhecimentos, e sim maiores possibilidades de compreensão dos objetos complexos, como é o caso da saúde mental (ARAÚJO, 2010, p.4).

Por ser um projeto ainda em execução, podemos esperar como resultado desse processo de formação: que o residente aprenda a identificar os transtornos mentais em suas diferentes manifestações e graus de gravidade, tornando-se apto a acolher e acompanhar os portadores destes transtornos; que constitua vínculos consistentes com os usuários, responsabilizando-se efetivamente por seu cuidado; que venha a conhecer a realidade sócio-epidemiológica e as necessidades do município, especialmente no âmbito da Saúde Mental; que atue de forma participativa na construção de uma rede de Saúde Mental apta a atender as necessidades locais, segundo os princípios do SUS e as diretrizes das políticas nacional e estadual da área; A integração entre residentes, preceptores, tutores, instituição formadora e rede de Saúde Mental deve favorecer o aprimoramento dos profissionais, serviços e instituições envolvidos.

Referências Bibliográficas:

LIMA, Mônica; SANTOS, Lívia; ARAÚJO, Diego. Formação de profissionais da saúde e o cuidado em saúde mental: terrenos educativos em uma residência multiprofissional. Resumo

expandido. IPS\UFBA, 2008. Disponível em: <

http://sec.adtevento.com.br/cnru2010/cdrom/resumos/RE0852-1.pdf> Acesso em: 16 de setembro de 2010.

LOBOSQUE, A. M; AQUINO, L. Projeto de Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais e da Secretaria Municipal de Saúde de Betim. Belo Horizonte, 2010. No prelo.

SILVA, F.C.F et al. A Formação enquanto estratégia de mudança na saúde mental coletiva. Boletim da Saúde. Porto Alegre. Volume 21. Número 1. Jan./Jun. 2007.

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Referências

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