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DECISÃO 2017-A PROCESSO Nº AUTORES: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E OUTRO RÉUS: COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTOS DE BRASÍLIA CAESB E OUTRO

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Processo N° 0000246-11.2003.4.01.3400 (Número antigo: 2003.34.00.000226-0) - 6ª VARA - BRASÍLIA Nº de registro e-CVD 00246.2017.00063400.1.00104/00032

DECISÃO 2017-A

PROCESSO Nº 2003.34.00.000226-0

AUTORES: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E OUTRO

RÉUS: COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTOS DE BRASÍLIA – CAESB E OUTRO DECISÃO

Trata-se de ação civil pública, com pedido liminar, ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL e pelo INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL – IDA, tendo como litisconsorte ativo o INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA, em desfavor da COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTOS DE BRASILIA - CAESB e de ANTONIO LOPES DA SILVA NETO, objetivando, em síntese:

a) condenar a CAESB em obrigação de fazer, consistente em “elaborar e implementar um plano de ‘inertização’ do ‘biossólido’, utilizando, preferencialmente, de técnicas de biorremediação”, submetendo o plano, antes de ser efetivado, à apreciação do IDA;

b) seja autorizada a inspeção, por parte do IDA, do local onde a CAESB armazena o produto referenciado;

c) condenar a CAESB em obrigação de fazer, consistente na apresentação da licença de operação das estações de tratamento de esgoto sul e norte e dos respectivos estudos de impacto ambiental e/ou relatórios de impacto ambiental, principalmente quanto à produção, armazenamento e transporte do chamado “biossólido”;

d) condenar os Réus “no ressarcimento de testes de contraprovas em laboratórios de credibilidade pública, a serem indicados pelo juízo ou pelo IDA”, sendo

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Processo N° 0000246-11.2003.4.01.3400 (Número antigo: 2003.34.00.000226-0) - 6ª VARA - BRASÍLIA Nº de registro e-CVD 00246.2017.00063400.1.00104/00032

que “os testes devem ser bioquímicos e geoquímicos, quinzenais, durante o período de três anos, relativos ao estado da água e solo do local contaminado”;

e) condenar os Réus a ressarcirem “os custos de levantamento e remedição dos possíveis danos causados à população e ao meio ambiente” relativos à nascente contaminada;

f) condenar os Réus em obrigação de fazer, “consistente em publicar, em jornal de grande circulação e por meios de comunicação compatíveis com a população do Distrito Federal e entorno, principalmente a rural, anúncios sobre a população de uso do material até as medidas de licenciamento do produto estarem legalizadas”;

g) condenar os Réus em obrigação de fazer, “consistente no patrocínio de jornal de divulgação regional, da publicação da sentença”.

Inicial instruída com os documentos de fls. 19/88. Custas não recolhidas, por força de isenção legal.

A análise do pedido liminar foi diferida para permitir o exercício do contraditório (fls. 92).

A CAESB contestou às fls. 96/99, em que arguiu, preliminarmente, sua ilegitimidade passiva, ao argumento de que não praticou a infração descrita na inicial. No mérito, requereu a improcedência dos pedidos, aduzindo, em suma, que faz a distribuição do adubo dentro das normas legais, sem causar dano ao meio ambiente, assim como que não tem vinculação com o dano narrado na inicial. Juntou os documentos de fls. 100/143.

Os Autores reiteraram o pedido de urgência – fls. 152/154.

O pedido liminar foi deferido às fls. 155/159 para determinar à CAESB que se abstivesse de doar, ceder, fornecer ou comercializar, sob qualquer forma, o produto

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Processo N° 0000246-11.2003.4.01.3400 (Número antigo: 2003.34.00.000226-0) - 6ª VARA - BRASÍLIA Nº de registro e-CVD 00246.2017.00063400.1.00104/00032

denominado “logo de esgotos” ou “biossólidos”.

A CAESB interpôs agravo de instrumento (nº 2003.01.00.009695-0), cujo pedido de efeito suspensivo foi deferido para sustar a decisão agravada até ulterior decisão da turma julgadora (fls. 318). No mérito, negou-se provimento ao recurso (fls. 390/400).

Antônio Lopes da Silva Filho contestou às fls. 190/192, em que suscitou, preliminarmente, a incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o feito. No mérito, pediu a improcedência dos pedidos, afirmando que “o lodo estava sendo transportado por um caminhão que no referido local quebrou e onde foi depositado o lodo”, que escoou em razão de fortes chuvas; a água não é potável e não houve morte de animais provenientes deste acidente, nem dano à flora; 24 (vinte e quatro) horas depois do ocorrido, a CAESB dirigiu-se ao local e fez a retirada de todo o material e, posteriormente à limpeza, a situação se normalizou e a área foi despoluída. Anexou os documentos de fls. 193/197.

Às fls. 205/214, o IBAMA pediu sua inclusão no feito na condição de litisconsorte ativo, tendo apensado os documentos de fls. 215/258.

Réplica às fls. 266/273.

Na fase de especificação de provas, o Réu Antônio Neto pediu a juntada de documentos, a produção de prova pericial e de prova testemunhal, bem como a intimação da CAESB para juntar aos autos o laudo técnico efetuado no local (fls. 278), e a CAESB as dispensou (fls. 279).

As provas requeridas foram indeferidas às fls. 281, ocasião em que se reconheceu a preclusão do direito de especificação de provas em relação ao MPF.

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Processo N° 0000246-11.2003.4.01.3400 (Número antigo: 2003.34.00.000226-0) - 6ª VARA - BRASÍLIA Nº de registro e-CVD 00246.2017.00063400.1.00104/00032

9), cujo pedido de efeito suspensivo foi deferido para sobrestar o andamento da demanda até pronunciamento definitivo da turma julgadora – fls. 305/306. No mérito, o agravo foi provido, determinando-se que fossem decididas as questões processuais pendentes e, logo depois, fosse dada vista ao MPF para fins de especificação de provas (fls. 458/459).

Alegações finais às fls. 287/289, 425/429, 434/438 e 443/444. A decisão de fls. 465 rejeitou as preliminares.

Intimado para especificar provas, o MPF pediu a intimação do IBAMA para que realizasse inspeção nos locais onde a CAESB armazena o biossólido debatido nos presentes autos, apresentando em juízo, em até 90 (noventa) dias, relatório abordando os temas expostos na inicial, em especial a quantidade de biossólido produzido atualmente pela citada sociedade de economia mista, bem como as condições de segurança no armazenamento, transporte e utilização final do produto; e a intimação da CAESB para informar se atendeu voluntariamente a algum dos pedidos da inicial (fls. 468).

A CAESB manifestou-se às fls. 481/494.

O IBAMA juntou os documentos de fls. 504/511.

O MPF pronunciou-se sobre o laudo de vistoria às fls. 532/535, tendo juntado os documentos de fls. 536/546.

A CAESB juntou a nota técnica de fls. 550/569.

Às fls. 572/578, o MPF pleiteou a intimação da CAESB para se manifestar sobre determinadas questões.

Às fls. 585/586, o IBAMA manifestou-se pela procedência da ação.

Após determinação deste Juízo, a CAESB juntou os documentos de fls. 590/810 e 813/896.

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Processo N° 0000246-11.2003.4.01.3400 (Número antigo: 2003.34.00.000226-0) - 6ª VARA - BRASÍLIA Nº de registro e-CVD 00246.2017.00063400.1.00104/00032

Às fls. 906/922, o MPF anexou documentos e requereu: a) a exclusão do IBAMA do feito e o declínio da competência para a Justiça do Distrito Federal, ao fundamento de que, com o advento da Lei Complementar nº 140/2011, posterior ao ajuizamento desta demanda, as áreas de proteção ambiental do Planalto Central foram excluídas da competência da União para a fiscalização e o licenciamento ambiental. Em complemento, aduziu que “em se tratando de APA, prevalece o critério de extensão do dano, justamente porque inviável que o simples fato de a unidade de conservação ter sido instituída por decreto presidencial atraia a competência federal para as causas envolvendo o licenciamento ambiental de empreendimentos e os danos ambientais supervenientes em seu interior”; b) a inclusão do Instituto Brasília Ambiental – IBRAM no feito; c) subsidiariamente, o provimento dos pedidos, considerando que, apesar dos avanços nas tratativas das questões discutidas nos autos, o devido gerenciamento dos resíduos sólidos ainda não foi solucionado.

O IBAMA e a CAESB anuíram ao pedido de exclusão da autarquia federal da lide (fls. 924 e 927).

Às fls. 937/984, a CAESB requereu a extinção do processo sem resolução do mérito, diante da perda superveniente do interesse processual, ao fundamento de que todas as obrigações requeridas pela parte autora foram cumpridas no decorrer da demanda, e por fim juntou documentos.

Às fls. 987, o MPF reiterou a alegação de incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o feito.

É o relatório. Decido.

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O art. 7º, XIV, “d”, da Lei Complementar nº 140/2011 1 prevê que são ações

administrativas da União, dentre outras, promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em áreas de proteção ambiental.

Nesse sentido, consta do laudo de vistoria nº 01/2014, de 03.02.2014, que “de acordo com a legislação ambiental vigente as questões ambientais no que tange as ações de fiscalização e licenciamento referente ao logo de esgoto produzido pela CAESB são de responsabilidade do IRAM/DF” (fls. 510).

Por isso, o fato de a área referida nos autos ser APA federal não atrai por si só a competência do IBAMA para atuar no feito, a impor sua exclusão da lide.

A esse despeito, a Justiça Federal continua competente para processar e julgar a lide, em razão de o Ministério Público Federal atuar no polo ativo da demanda, conforme entendimento jurisprudencial, de que colho o seguinte julgado:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. IMPLANTAÇÃO. FISCALIZAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS TRANSFERIDOS A ENTES MUNICIPAIS. INTERESSE FEDERAL. OCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.

I - Compete à Justiça Federal processar e julgar ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, no exercício regular de suas funções institucionais, cuja presença, no polo ativo da demanda, por si só, estabelece a competência da justiça federal para processar e julgar o feito. Precedentes deste egrégio Tribunal e do colendo superior Tribunal de Justiça.

II - Ademais, em se tratando de demanda onde se busca a concessão de

1 Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora.

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Processo N° 0000246-11.2003.4.01.3400 (Número antigo: 2003.34.00.000226-0) - 6ª VARA - BRASÍLIA Nº de registro e-CVD 00246.2017.00063400.1.00104/00032

tutela jurisdicional voltada para a defesa do direito de acesso à informação e à transparência na aplicação de recursos públicos federais, como no caso, afigura-se manifesta, também por este motivo, a legitimidade ativa ad causam do Ministério Público Federal e, por conseguinte, da Justiça Federal, para processar e julgar o feito de origem.

III - Agravo de instrumento provido. (TRF 1ª Região, 5ª Turma, AG

0061366-16.2016.4.01.0000/MG, Rel. Des. Federal SOUZA PRUDENTE, DJ 11.04.2017).

Pelo exposto, determino a exclusão do IBAMA da lide, tendo por base as competências definidas na Lei Complementar nº 140/2011, e rejeito a alegação de

incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o feito.

Publique-se. Intimem-se.

Ao Ministério Público Federal, para se manifestar sobre a petição e os documentos de fls. 937/984, em especial sobre o pedido de extinção do processo sem resolução do mérito, pela perda superveniente do interesse processual.

Prazo: 30 (trinta) dias.

Preclusa a presente decisão, exclua-se o IBAMA do polo ativo. Oportunamente, voltem os autos conclusos.

Brasília, 15 de agosto de 2017.

(assinatura digital) IVANI SILVA DA LUZ

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