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III MONITORAMENTO DO CHORUME DO ATERRO CENTRO DE SALVADOR

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Academic year: 2021

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III-095 - MONITORAMENTO DO CHORUME DO ATERRO CENTRO DE

SALVADOR

José Maurício Souza Fiúza(1)

Engenheiro Civil, Sanitarista e Ambiental. Mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade de Arkansas (1978). Professor adjunto da Universidade Federal da Bahia, trabalha como consultor de várias empresas na área ambiental além de trabalhar em meio período na CONDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, na área de resíduos sólidos.

Carmelita Bizerra de Aguiar

Arquiteta, formada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (1973). Pós Graduada em Engenharia de Sistemas Urbanos pela Escola Nacional de

Serviços Urbanos do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (1974). Atualmente, trabalhando na CONDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, na área de resíduos sólidos.

Carolina Torres Menezes

Estagiária da CONDER. Estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFBA.

Denise Maria de Jesus Santos

Estagiária da CONDER. Estudante de Geografia da UFBA.

Endereço(1): Rua DL - 1A, no 155 - Itaigara - Salvador - BA - CEP: 41815-140 - Brasil - Tel: +55 (71) 452-0680 - e-mail: jmsfiuza@ufba.br

RESUMO

A monitorização do chorume gerado no Aterro Metropolitano Centro, um aterro de larga capacidade (cerca de 2,500 t/diárias de lixo) permite, através da observação da flutuação dos seus parâmetros físico-químicos e bacteriológicos e da sua vazão, retratar as condições operacionais típicas de um aterro de uma cidade de grande em uma cidade d nordeste brasileiro com uma elevada pluviosidade e um lixo co, alta concentração de carga orgânica (maior que 50%) como é, aliás, típico de uma cidade do terceiro mundo. Aspectos já conhecidos relativos ao chorume (alta carga orgânica) foram observados nestes anos de monitorização, tendo, por outro lado, demonstrando a existência de mitos (a inexistência de altos valores de metais pesados, valores neutro de pH) e como as condições operacionais podem se refletir na qualidade e quantidade do chorume gerado.

PALAVRAS-CHAVE: Aterro Sanitário, Resíduos Sólidos.

INTRODUÇÃO

Em pauta nas mais diversas discussões, o problema do lixo vem adquirindo uma pluralidade no contexto global, nacional e estadual. O aterro sanitário surge como uma alternativa de saneamento básico para a disposição final de lixo urbano, flexível na medida em que é um empreendimento condizente com a realidade sócio-ambiental dos municípios.

Encarado como modelo de aterro sanitário na região nordeste do país o Aterro Metropolitano Centro teve suas etapas de construção, pré-operação, operação e monitoramento acompanhados através de estudos técnicos tais como: EIA/RIMA, estudos básicos, projetos executivos, etc., bem como a monitorização através das análises de parâmetros físico-químicos e bacteriológicos do chorume ao longo de aproximadamente três anos que é o que se pretende apresentar.

A monitorização do chorume gerado neste aterro, através dos seus parâmetros físico-químicos e bacteriológicos e da sua vazão, retrata as condições operacionais típicas de um aterro de uma cidade de grande porte nacional, atestando aspectos já conhecidos relativos ao chorume (alta carga orgânica) e, por outro lado, demonstrando a existência de mitos (a inexistência de altos valores de metais pesados) e como as condições operacionais podem se refletir na qualidade e quantidade do chorume gerado.

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MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho baseia-se fundamentalmente na avaliação de parâmetros de qualidade do chorume coletado ao longo de aproximadamente três anos do Aterro Centro, associando-os com dados de pluviosidade, quantidade de chorume coletado e a observação de níveis de qualidade operacional que variaram ao longo deste período, em função das naturais dificuldades que permeiam a operação de um aterro sanitário.

Procurou-se monitorizar os parâmetros usualmente preocupantes com o tipo de efluente em questão (metais pesados, pH, coliformes, D.Q.O., D.B.O., nutrientes, etc.) ora correlacionando estes parâmetros entre si e com outros fatores operacionais.

Os resultados dos parâmetros aqui discutidos foram obtidos de relatórios da LIMPURB (período de Outubro de 1997 a Março de 1998) e da CETREL S.A. (a partir de Julho de 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Desde sua pré-operação, foram coletados dados referentes ao chorume gerado e seu tratamento, aos índices pluviométricos, às concentrações de metais pesados, dentre outros, os quais puderam ser representados graficamente, a fim de proporcionar interpretações significativas na avaliação da eficiência da operação. A quantidade de chorume gerado tem se revelado crescente e diretamente relacionada com a precipitação. A figura 1 permite visualizar o volume de chorume produzido no período de observação.

Figura 1: Vazão de chorume produzido no Aterro Metropolitano Centro.

Foi observado, contudo, que a qualidade operacional influi diretamente na quantidade de chorume produzido, sendo, por exemplo, os meses de maior estiagem àqueles que geram uma menor quantidade de chorume. É, todavia indiscutível que o cuidado operacional como, por exemplo, o de segregar áreas “limpas” do aterro, recobrimento adequado, etc., podem, de modo contundente, diminuir a quantidade de chorume a ser gerado mesmo nas condições de chuvas mais intensas.

0 5 0 0 1 0 0 0 1 5 0 0 2 0 0 0 2 5 0 0 3 0 0 0

Out/97 Nov/97 Dez/97 Jan/98 Fev/98 Mar/98 Abr/98 Mai/98 Jun/98 Jul/98 Ago/98 Set/98 Out/98 Nov/98 Dez/98 Jan/99 Fev/99 Mar/99 m ê s

Chorume (m³/mês)

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Figura 2: DQO X Pluviosidade.

A partir da figura 2 torna discutível a existência de alguma correspondência entre chuva e D.Q.O., a sugerir que os seus valores estejam mais relacionados com a própria operação do aterro e dos seus cuidados inerentes do que com a pluviosidade. Falhas operacionais, como a cobertura mal feita ou inexistente do lixo compactado também interferem na qualidade do chorume gerado. Ademais fatores naturais na operação de aterro como a ligação de novas células aos drenos centrais de chorume podem fazer oscilar de modo significativo a DQO esperada.

Apesar das poucas análises de coliformes disponíveis, pode-se observar através da figura 3 que suas concentrações são demasiadamente baixas, o que corrobora com outros trabalhos técnicos, demonstrando que o meio microbiano formado no interior da célula é extremamente agressivo a organismos de característica parasitária.

“Por sua natureza metabólica e antigênica, os microrganismos patogênicos não encontrariam nesses biofilmes condições de hospitalidade eficientes para sua proliferação”.(CERQUEIRA, 2000).

Figura 3: Concentrações de Coliformes Totais e Fecais encontradas em amostras de chorume proveniente do Aterro Metropolitano Centro.

A concentração de metais pesados em todo o período monitorado mostrou-se baixa e o pH sempre na faixa de neutralidade a alcalino, como pode ser constatado nas figuras 2 e 3. Estas conclusões contrastam com as assertivas de que o chorume é rico em metais pesados (note a campanha de retirada de baterias do lixo) e de acentuada acidez. 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82 85 88

dezenas de dias (início de operação: 9/10/1997) m g/L 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 m m DQO (mg/L) PLUV. -3 5 0 0 7 9 1 2 0 6 0 0 0 2 2 0 1 7 0 3 2 2 4 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 3 0 0 0 4 0 0 0 5 0 0 0 6 0 0 0

Out/97 Nov/97 Dez/97 Jan/98 Fev/98 Mar/98 Abr/98 Mai/98 Jun/98 Jul/98 Ago/98 Set/98 Out/98 Nov/98 Dez/98 Jan/99 Fev/99 Mar/99 m ê s

Coliforme Total e Fecal

(NMP/100mL)

C T C F

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Figura 4: Concentração de metais pesados presentes no chorume gerado.

Figura 5: Variação do pH.

CONCLUSÕES

Com base no trabalho realizado, concluiu-se que:

A partir de um monitoramento eficaz é possível um controle operacional maior e conseqüente eficiência do aterro sanitário, objetivo principal da CONDER. Parâmetros como os aqui analisados fornecem informações significativas para a realização de trabalhos deste porte, na medida em novas constatações podem surgir, desmistificando, inclusive, conceitos pré-estabelecidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CENTRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (CEPED). Laudo de Análises Físico-Químico e Metais do Aterro Metropolitano Centro. Camaçari, Bahia, 1998/1999.

2. EMPRESA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (CETREL S. A.). Laudo de Análises Físico-Químico do Aterro Metropolitano Centro. Camaçari, Bahia, 1998/1999/2000.

0,04 3,22 0,01 0,005 0,2 0,05 0,66 0,4 0,018 0,02 0,2 0,2 0,01 0,28

Arsênio Cádmio Chumbo Cromo

total

Mercúrio Níquel Zinco

Aterro Centro (Out/98) Aterro Centro (Jan/99)

0

2

4

6

8

10

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 96

dezenas de dias (início de operação: 9/out/97)

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3. SCHALCH, V. Produção Característica do Chorume em Processo de Decomposição do Lixo Urbano, Março 1984.

4. CERQUEIRA, Daniel Adolpho. A rede de distribuição da água – Um SPA microbiológico?. Revista Engenharia Sanitária e Ambiental, vol 4:Nos 3-4, Out/Dez 1999.

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