PROGRAMA
DE
POS-GRADUAÇAO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇAO
QUAUDADE
DE
v|nA E
cAPAc|nAnE DE
TRABALHQ
Em
D||=EREN1'Es
-
FA|xAs ETÁR|As
nos
|=uNc|oNÁR|os
DA
cELEsc
POR
ERNESTO VAHL NETO
.F|.oR|ANÓPo|.|s,
JULHO
1999
ERNESTO
VAHL
NETO
QUALIDADE DE
VIDA
E
CAPACIDADE DE
TRABALHO
EM
DIFERENTES
FAIXAS
ETÂRIAS
DOS
FUNCIONÁRIOS
DA
CELESC
Dissertação apresentada
ao Programa de Pós-graduação
em
Engenharia
de
Produção da
Universidade
Federalde Santa
Catarina,como
requisito parcialà
obtenção
do
grau
de
mestre
JULHO
PRoGRA|v|A
DE
Pos-GRADuAçAo
EM ENGENHAR|A DE
PRoDuÇAo
ÁREA
DE
coNcENTRAÇÃo
-
ERGoNoM|A
FOLHA
DE
APRovAÇÃo
~
A
banca
examinadora, abaixo
relacionada,aprova
a dissertaçao:QuA|.|DADE
DE
v|DA
E
cAPAc|DADE DE
TRABA|.Ho
EM
D||=ERENTEs
FA|xAs
ETÁR|As
Dos
FuNc|oNÁR|os
DA
cELEsc
Elaborado
por:Ernesto Vahl Neto
4
Prof.
Ricardo
de
Mida
árcia,Phd
O
0 ella 0 0 I'...
Prof.
Markus
ViníciusNahs,
Phd
Xntad
»,/
...
Prof. Neri
dos
Santos, Dr. lng.Membro
Prof”. Dr°.
M
na de
Fátima
da
SilvaDuarte
Membro
AGRADECIMENTOS
A
meu
orientadorMarkus
Vinicius Nahas, pelaconfiança
e sabedoriacom
que
me
incentivouna
realização deste estudoe
pelas valiosas orientações.Ao
casalSandra
e Lucinaldo, pelo incentivo, apoioe
principalmente pelaamizade
construídaao
longo destesanos de
convivência.Ao
colega Felipe,que
me
auxiliouem
partedo
tratamento estatístico.A
minha mãe,
Eloá, pela dedicação, incentivoe
amparo
nas
horasdifíceis.
A
minha
esposa, Queila, pelacompreensão
e carinhoao
longo destesanos.
Ao
meu
pai,Emesto,
que
me
apoioue
incentivou paraque
luta-se pelosmeus
ideais.1
Ao
meu
irmão,que
me
fortaleceunas
horas dificeisdo
diaa
dia.A
todos que, pelaamizade
e
convívioao
longo destesanos
estiveram'fl
DED|cATÓR|A
A
minha
família: pais, irmãoe
em
especiala minha esposa
SUMÁRIO
REsuMo
... ..1xABSTRACT
... ..xLISTA
DE
FIGURAS
... ..×1LISTA
DE TABELAS
... ..xu _/CAPITU
LOS
1.OPRQBLEMA
... ..13 1.1.INTRODUÇÃO
... ..13 1.2.JUSTIFICATIVA
... ..19 1.3.OBJETIVOS
... ..21 1.3.1.GERAL
... ..21 1.3.2.ESPEc¡F1cos
... ..21RELEVÂNCIA
Do ESTuDo
... ..22 íP
1.5.QUESTÕES
|NvEST1c;ADAS
... ..22 1.6.LIMITAÇÓES
Do ESTuDo
... ..23 1.7.DEUMITAÇÓES
Do
ESTuDo
... ..241.a.
DEF1N|ÇÃo DE
TERMQS
... ..252.
REVISÃO
DE
LITERATURA
... ..272.1.
ENVELHECIMENTO
HUMANO
... ..272.2.
ENVELHECIMENTO
SOCIAL
... ..312.3.
ENVELHECIMENTO
PSICOLÓGICO
... ..362.4.
CAPACIDADE
FÍSICA
... ..42 2.5.QUALIDADE
DE
VIDA
... ..47 2.6.CAPACIDADE
DE
TRABALHO
... ..54 3.METODOLOGIA
... ..ô4 3.1.CARACTERISTICAS
DA
PESQUISA
... ..ô4 3.2.POPULAÇÃO
E
AMOSTRA
... ..ô53.3.
INSTRUMENTOS DE COLETA
... ..‹-se3.4.
PROCEDIMENTOS DE COLETA DE
DADOS
... ..e73.5.
TRATAMENTO DOS DADOS
... ..684.
APRESENTAÇÃO
E ANÁLISE
DOS RESULTADOS
... ._B9
4.1.
CARACTERIZAÇÃO
DOS
SUJEITOS
... ..59
4.2.
INDICES
DE QUALIDADE
DE
vIDA
DOS
FUNCIONÁRIOS
DA
CELESC
. 714.3.
INDICE
DE
CAPACIDADE
DE
TRABALHO
DOS
FUNCIONÁRIOS
DA
CELESC
... ..134.4.
CORREDAÇÃO
DA CAPACIDADE DE
TRABALHO
COM
A
QUALIDADE DE
vIDAa5
5.CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
... ..se
5.1.CONCLUSÕES
... ..as
5.2.RECOMENDAÇÕES
... .. 91 B.REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..94
7.ANExOS
... ..1o7RESUMO
ouA|.ibAnE
DE
v|bA
E
cAPAcioAnE DE
TRABAi.Ho
Em
n|i=ERENTEs
i=A|xAs E'rÁR|As
nos
i=uNcioNÁRios
DA
cE|.Esc
Ernesto
Vahl
NetoOrientador: Prof.
Markus
ViníciusNahas,
Phd
Este trabalho teve
como
foco principal analisar os efeitosdo
processode
envelhecer sobre a
capacidade
de
trabalhoe
a
qualidadede
vida juntoa
trabalhadoresdas
Centrais Elétricasde
Santa
Catarina(CELESC) que exercem
funções operacionais e administrativas
em
diferentes faixas etárias.Perfazem a
amostra 84
funcionários,sendo 50
administrativose
34
operacionais, divididosem
quatro grupos etários: 26-30, 36-40, 46-50
e
56-60 anos, selecionadosaleatoriamente. Aplicou-se
um
questionários semi-estruturado,composto
de
duas
partes:
na
primeira,com
o
objetivode
levantardados
específicos, relacionadosao
bem
estar físicoe
material, utilizou-sea
escalade
Qualidadede
Vida
de Flanagan
(1982),
que
visa obtermedidas
quantitativas sobre qualidadede
vida atravésde
quinze itens;
e
a
segunda, tevecomo
objetivo levantardados
específicos relacionadosao
Índicede
Capacidade
parao
Trabalho. Através destesinstrumentos,
que
se baseiam
em
uma
avaliação pessoalda
capacidade
de
trabalho e
da
qualidadede
vida, foi determinadoo
indicede capacidade
parao
trabalho e a qualidade
de
vidados
funcionáriosda
CELESC.
A
análise estatísticafoi realizada utilizando-se softwares Statistics e
SAS.
Constatou-seque
não
existediferença entre
as médias
do
índicede
qualidadede
vidae
tampouco
do
índicede
capacidade para
o
trabalho entreos
funcionários operacionaise
administrativosABSTRACT
Quality
os
Life,and Working
Capacity Index ofCELESC
Woikes
inDifferente
Age
Groups
Author:
Emesto
VahlNeto
Advisor:Makus
ViníciusNahas
The
presentwork
is mainly focusedon
the analysis of the effects of agingon
working capacityand
quality of life, havingas
subjectsCELESC
-CentraisElétricas
de
Santa
Catarina-workers
in operationaland
administrative functions, indifferent
age
groups. Eighty four workerswere
analysed,50
ofthem
inadministrative
and 34
in operational tasks, divided into four groups: 26-30, 36-40,46-50 and 56-60
years old,randomly
selected.A
questionnaire,composed
oftwo
parts,
was
applied. ln the first part, the objectivewas
to survey specific datarelated to Quality of Life (Flanagan, 1982). This scale intends to quantify
measures
on
quality of life through fifteen itens.The
second
parthad
thepurpose
to survey specific data related to the
Working
Capacity Index (\NCl).The
workers'WCI
and
quality of lifewere
determined through these instruments,based
on
a
personal evaluation.
A
Statistical analysiswas
done
by Statisticsand
SAS
softwares. lt
was
concluded that there isn'tany
differencebetween
theaverages
of quality of life
and
capacity towork
indexamong
operationaland
administrativeFIGURA
1 -Desprezo do Velho
e do
Idoso ... ._39
FIGURA
2 - Avaliaçãoda Capacidade
Cognitivaem
Jovens, Idosos ... ..42
FIGURA
3 -Variáveis Funcionaisem
Idosos Percentualem
Relação
aJovens
... .;.47
FIGURA
4
- Indicadoresde Qualidade de Vida
na Velhice ... ._53
FIGURA
5-
Índicede
Qualidade
de
Vidade
Flanagam
... ._ 71FIGURA
6 - Índicede
Capacidade
Parao
Trabalho ... _.79
FIGURA
7 - Correlação entreCapacidade
de
Trabalhocom
a Qualidadede
TABELA
1 -TABELA
2 -TABELA
3 -TABELA
4
-TABELA
5 -TABELA
6
-TABELA
7 -TABELA
8-Estado
Civildos
Funcionários porGrupo
de
Atividadee
Faixa Etária (%) ... ._
69
Escolaridade
dos
Funcionários, por Faixa Etária (%) ... _.70
Qualidade
de
Vidados
Funcionários Administrativose
Operacionais por Faixa Etária ... .. 71Bem
Estar Físico e Material: Conforto Material (Casa,Alimentação, Situação Financeira)
dos
FuncionáriosAdministrativos/Operacionais.' ... ._ 74
Desenvolvimento
Pessoale
RealizaçõesAprendizagem:
Frequentar Escola, Aperfeiçoamentoe Conhecimento
dos
Funcionários: AdministrativoslOperacionais ... _. 74Recreação: Leitura, Ouvir Música, Assistir
TV
OU
Cinema,
Assistir Esporte, e Outros Entretenimentos
dos
Funcionários Administrativos/Operacionais ... ._ 76
Capacidade Para
o Trabalhodos
Funcionários Administrativose
Operacionais Por Faixa Etária ... .. 79Capacidade
Para o Trabalho AtualComparada
Com
a Melhor
de Toda
aSua
\fidados
Funcionários AdministrativosTABELA
10 -Faltasao
TrabalhoPor
Doenças
no
ÚltimoAno
(12Meses)
,
CAPITULO
Io
PROBLEMA
1.1.
|NTRopuçÃo
Este trabalho
aborda
a relação existente entre qualidadede
vidae
capacidade
parao
trabalho, tendocomo
eixo principal ofenômeno
preocupante destefim
de
século:o
aumento
significativoe
acelerado da longevidadedo
povo
brasileiro,
que
em
25 anos
atingirá 14%
da população
global (I.B.G.E./1991),o
que,
na
França, ocorreuem
120
anos,segundo
KALACHE
(1997), diretordo
Programa
de
Envelhecimento
eSaúde
da
O.M.S.Para
BOTH
(1998), as conquistasdas áreas
biomédicas ensejam,desde
o
finaldo
século passado,uma
significativamudança
no perfildemográfico.
A
base da
pirâmide,que
antes apresentavauma
população eminentemente
jovem,vem
se
transformando,assemelhando-se sua base
ao
seu vértice; brevemente,teremos
um
quartoda
populaçãocom
maisde
sessenta anos.A
realidade desteperfil sugere diversas implicações que, se
não
bem
avaliadase
socialmenteconsideradas,
podem
estabelecer conflitos e, até, relaçõesde
violência.Para
o
mesmo
autor a longevidade implicana
possibilidadeda população
envelhecer.
Advém
distoum
potencial biopsicossocial novo,que pode
fazeremergir
um
prolongamento
e,mesmo,
um
aperfeiçoamentona
condiçãohumana.
A
constituição orgânica pode, mediante a longevidade, representar vigor físicoaos
setenta anos; respostas afetivasmarcadas
por densidade; inteligênciacom
níveis
de
abstraçãoe
penetração insuspeitados e relações sociaiscom
potenciaisainda
não
esgotados.DEBRET
(1996) alerta sobre agrande
mudança
que
estáocorrendo
na definiçãodas
etapasde
vidae
na nova
realidade,onde
o
convíviode
gerações de
18 a65
anos
será fatodo
cotidianodas empresas. Cabe,
assim, verificarse
a “aposentadoria virtual”, aquelaque começa
com
a crençade
que
adecadência
das pessoas
ocorreem
todasas
dimensões, e, portanto, por razõeseconômicas
empresariais, leva
ao
descartedos
trabalhadoresapós
os
45
anos, para dar lugaraos
mais jovens, realmente ocorreem
nossa
cultura.9
Para
MONK
(1997),se
este fato for constatado, urge proporprogramas
que
realmentepreconizem
asmudanças que
ocorrerão,ou
trabalharemosem um
caos
total.O
desenvolvimentoda
atividade produtiva origina-sede
uma
lógicana
qual os jogos
da
concorrênciaeconômica
ocupam
um
lugarde
destaque. Considera-seque
esta atividade,de
um modo
geral, traz para o serhumano,
e
para asociedade
como
um
todo, retornos favoráveis, proporcionandoo
efeitode
um
aumento do consumo
doméstico
e,além
disso,de
uma
melhoriado
confortoSegundo SMITH
(1985),o
homem
têm necessidade quase
que
constanteda
ajudade
seus
semelhantes,sendo
inútil esperaressa
ajudasimplesmente da
benevolênciaque
é
estimulada pelo interesse próprio.Sabe-se
que
abusca de
melhoresdesempenhos
produtivos gera dentroda
empresa
problemas
de ordem
social ehumanos,
emergindo, muitas vezes,climas favoráveis a conflitos entre os
mais
idosos,que
fazem
parteda
culturaorganizacional
e exercem
suas
funçõeshá
muitos anos,e
um
exércitode
reservade
trabalhadores jovens (quealmejam
ingressarno
mercado
de
trabalho),além
dos
jovense
adultosdesempregados.
Todos
estão dispostos a realizar serviços a qualquer preço. Tal fatotem
conseqüências
desastrosas para a vidadas
pessoas,podendo
afetar tanto asaúde
física quanto a psíquica.Homens
e mulheres
que
trabalham
sob
esta tensão,consequentemente, sofrem
angústias e, assim,mobilizam
suas ansiedades e
inseguranças. Estasconseqüências
acabam
diminuindoa
qualidadede
vida nas organizações,além
de promover
e
gerarantagonismo
entreos
jovense
os mais idosos,o
que
muitasvezes
pode
levar àbaixa produtividade.
TOFFLER
(1975) tratadas
mudanças
que
vêm
ocorrendona
sociedade,e
da adaptação
do
homem,
que, constantemente,busca
alternativas paraamenizar
problemas
de
seu
cotidiano. Assim,toma-se
etema
a procura pelo saber, pois osavanços
tecnológicose
a
difusãode
informaçõesna
mídia propiciama
divulgação mais rápidadas
informações.Consequentemente, encontram-se
obstáculos aserem
ultrapassados entreo
novo
eo
antigo, e ohomem
enfrenta dificuldadesde
adaptação
frente àgeração de conhecimentos
eàs
barreiras impostas pela velocidadecom
que
osmesmos
chegam.
Desta
forma, faz-se necessárioo
estudomais
profundodas
relaçõesentre o
homem
e as atividades por ele desenvolvidas,com
a finalidadede
detectar
as
barreirase
adaptar,da
melhormaneira
possível,o
trabalhoao
homem.
O
homem
é beneficiárioda produção e
do
consumo
desta. Todavia,toma-
se vítima
da
própria concorrência,onde
talvez valha a leido mais
forte.Neste
prisma,
aos
jovenscabe o
papelde mais
fortes, poissão assim
considerados pelasociedade: produtivos
e
capazes.Já
aos
mais velhos, delega-seo
papelde
mais
fracos
e
atémesmo
de
inativosou
incapazes.Segundo
NERI
(1996), todoum
processo ideológico difundiuuma
posturaque nas
últimasdécadas
interfenunas
empresas
e
objetivouo desengajamento
dos mais
idososem
seus
quadros,mostrando
que
determinados
programas
poderiam
facilitaro
processode
afastamentodo
trabalho parao
empregado
epara o
empregador,
tomando
estapassagem
mais
tranqüilae
positiva.Questiona-se
como
oprolongamento
de
tempo de
trabalho paraa
idadede 60
e65
anos, preconizado pela legislação previdenciáriaagora
aprovada, poderá atuar junto àspessoas
que deverão permanecer mais
tempo
no
campo
de
trabalho
e
jáestavam
acostumadas
com
a idéiade
afastamento,vendo
o processocomo
prêmioou
castigo, e,em
contraposição, juntoaos
jovensque
esperam a
saídados mais
velhosdo mercado de
trabalho, paraconseguirem
um
espaço
para atuar.A
empresa, porsua
vez, sente-se impelidaa
substituirseus
colaboradores porpessoas
mais jovens,que
acreditamestarem mais preparadas
para atuarna
empresa
moderna.
Observa-se, entretanto, exceções,
mostrando
ser possívele
necessáriointervir nestes falsos preconceitos- impostos pela sociedade,
motivando
osmais
idosos
a
lutarem contra discriminações, introjetadasao
longodo
tempo.Conforme
BOERLlJST, apud NERI
(1996),apesar de
desempenharem de
forma
competente as suas
atividades, os trabalhadoresmaduros
tinhammenores
oportunidades
de
treinamentoe
atualização dentrode suas empresas
e,consequentemente,
menos
oportunidades fora destas.Uma
das
principaiscausas
não
eraa
faltade
capacidade,mas
a desatualizaçãoem
relaçãoaos avanços
tecnológicos e culturais relacionadosaos
avanços
organizacionais,o que
reforçaos
estereótipos relativos à incompetênciacomportamental
do
trabalhadorque
envelhece
.Cabe
às
empresas
investirem
seus
funcionários,não
apenas
naquelesque
chegam
e
precisam se adaptar,mas também
nos
que
nelapermanecem ao
longo
dos
tempos.Cabe
aos
profissionais responsáveis:“A criação
de
um
ambiente
organizacional estimulante egerador
de
aprendizagem
permanente.Ao
criar oportunidadespara
que os
trabalhadoresque
envelhecem
continuem o seu
processo
de
crescimento profissional, enfrentamentode desafios
de
qualidade e produtividade, atualização tecnológica eflexibilização
de
cargose
carreiras paraque
o
trabalhadorpossa
reequilibrar
as suas perdas
decorrentesda
maturidadecom
osganhos
adquiridoscom
a aprendizagem, o profissionalde
treinamento estará contribuindo para
um
envelhecimentosaudável
no
ambiente
de
trabalho. " (NERl,1998:(s/pág.)).Com
a viradado
século,a ergonomia
teráum
papel preponderante paraadequar
amudança
substancial mercadológicano
processo produtivoda
sociedade
brasileira, haja visto ser, futuramente,a
população idosa,uma
das
faixas etárias
mais
destacadas.A
adaptação ergonômica dos
postosde
trabalho às característicasetárias,
em
especial para osmais
velhos, seráuma
das conseqüências na
área.Constata-se
que
a longevidadeé
um
fenômeno
atualque
estásendo
tratado
com
seriedade e preocupação. Indicadores paraum
envelhecimento
bem
sucedido, citados por
NERI
(1997, p. 85), são: “a saúde, a atividade, aprodutividade,
a
satisfação, a eficácia cognitiva, acompetência
social, acapacidade
de
manter
papéis familiarese
uma
redede
relações informais,capacidade
de
auto regulaçãoda
personalidade, nível motivacional individualpara
busca de
informaçõese
interatividade social”.A
autora considera aindaque
oenvelhecimento
bem
sucedido resultaráda
qualidadedas
interaçõese
adaptações
entre indivíduoe mudança,
vivendoem
uma
sociedadeem
transformação. Portanto,a
história individual,o
contextohistórico cultural
e
os
fatores genéticos - biológicossão
determinantes paraum
envelhecimento saudável, resultante
das
chances
que o
individuo teveem
educação,
urbanização, habitação,saúde e
trabalho,que
acompanharam
todoo
seu
cursode
vida.1.2.
JUSTIFICATIVA
Diante
da
existênciade
uma
transiçãodemográfica,
o Brasil teráde
enfrentar
problemas
reais,como:
noano
de
2020, será o sexto paísem
população idosa,
com
33
milhõesde
pessoas,quase
trêsvezes
maisdo
que
hoje(segundo
projeçõesdos
dados
do
I.B.G.E.,1991).O
problema maior será avelocidade
com
que
o
envelhecimento ocorrerá esuas
reais conseqüências.MONK
(1997), tratade temas
contemporâneos
perduráveis,que
confirmam
esta tendênciade
aumento
da população
idosa, destacando:1°)
As
implicações, sócio-econômicasdas
tendênciasdemográficas
coincidentes,
como
um
fenômeno
mundial, mais evidente nos paísesdo
terceiromundo; há
cada
vez
menos
criançase
jovense
cada vez mais
adultosque
sobrevivem atéuma
idadeavançada;
2°)
A
faltade
sincronia entre a maioresperança de
vidae a
tendênciade
aposentadorias precoces.
Não
se
referea
aposentadorias legais,que
a
legislaçãode
todosos
paísesvem
postergando.Porém,
esta postergaçãoé
ficticia, poisexiste
uma
aposentadoria prematura real, geralmente voluntária,causada
pelodesprezo
aos
homens
de
meia
idade,que
vêm
perdendo espaço no
mercado
econômico;
3°) Decorrente
da
anterior, éa
discriminação, muitasvezes
solapada,porém, sistemática, contra
o
trabalhadorde meia
idade,com
redução das
oportunidadesde
reemprego,caso
seja demitidoaos
45
ou
50 anos.4°)
Há
evasivados
setoreseconômicos e
empresariais para investirna
pela atual tecnologia.
Argumentam
os
empresáriosque
osmais
velhosnão
possuem
destrezae
nem
a formação
atualizadados
mais jovens.No
entanto,com
o
aumento
da esperança de
vida, tem-seque
enfrentara
realidadeda
necessidade de
atualização.Não
sepode
continuareconomicamente
vigente,dos
25
aos 70
anos,com
osconhecimentos
e
as habilidades adquiridasaos
25
anos.Deve-se
estarem
estadode
educação
permanente. Viverem
uma
sociedade
envelhecida significará terde
estarem
estado constantede
educação.5°)
A
faltade seguros
previsionais para enfrentar os custosna
áreade
maior custo futuro.
Todos
os
paíseseconomicamente
mais
avançados
enfrentamo
mesmo
imperativode
custose não encontram
aforma de
solucioná-lo,sejam
oscustos
da
assistênciade
terminaisou os
custosda
institucionalizaçãodo
velhodescapacitado. V
'
Mediante
a realidadedos
dias atuais,e levando
em
consideraçãoque
o
País enfrenta
problemas
em
contornar as distorçõesna
Previdência Social,resultantes
de
uma
políticaque
privilegiapoucos
e
sacrifica muitos,pode-se
esperar
um
futuropouco
promissor.À
medida que crescem
os gastoscom
aposentadoriase
pensões
,diminuem as
possibilidadesde
melhor atenderàs necessidades
básicasda
população,
como
saúde,educação
e assistência social.Por
isso, a reformada
previdência tornou-se indispensávele
urgente,com
a
finalidadede
assegurar o direitoque
osaposentados
e pensionistastêm de
receber
os seus
benefícios,mês
a mês.Levando
em
consideração estes problemas, propõe-seaumentar
acapacidade
de
trabalhoda
faixa etáriados 40 anos
de
idadeem
diante, elevandocom
istoa
produtividade e,consequentemente, melhorando
a qualidadede
vidae
a competitividade
no
mercado
em
relaçãoaos mais
jovens. jáque
a pirâmideetária está
se
invertendoe
as leisque regem
a previdência estãoem
transição.1.3.
OBJETIVOS
1.3.1.
GERAL
Este estudo
buscou
analisaros
efeitosdo
processodo
envelhecer sobre acapacidade
de
trabalhoe
a
qualidadede
vida juntoa
trabalhadoresdas
CentraisElétricas
de
Santa
Catarina(CELESC)
que
ocupam
funções operacionaise
administrativas.
1.3.2.
ESPECÍFICOS
1. Verificar
como
estes trabalhadorespercebem
a suacapacidade
parao
trabalho e
como
estapercepção
afeta a qualidadede
vida.2. Verificar se existe diferença
no
índicede
capacidade
parao
trabalho entreas
diversas faixas etárias.3. Constatar
se
existe diferençano
índicede
capacidade parao
trabalho entreos
funcionários, operacionais e administrativos.4. Averiguar se existe diferença
na
escalade
qualidade _de vida entreas
diversas5. Averiguar
se
existe diferença na escalade
qualidadede
vida entreos
funcionários, operacionais
e
administrativos.1.4.
RELEvÃNc|A
Do ESTUDO
Considerando
oaumento
da
longevidadehumana, toma-se premente
aatuação da empresa,
para soluçãode problemas
que
decorrem
dos
preconceitos sociais relacionados a velhice.Busca-se
permitirque
esta atuaçãose
dê
de
maneiraeficaz
atravésda
compreensão
da
relação entreos
fatorescomponentes
da
escalade
qualidadede
vida, assimcomo
da
relação existente entreos
itensque
predizemo
índicede capacidade
para o trabalho;da
verificaçãoda
conexão
existente entreas
faixas etárias
em
dois tiposde
atividades profissionais,a
operacionale
aadministrativa e, por fim,
da
identificaçãode
problemas
inseridosno processo
produtivo, oriundos
da
relaçãocapacidade
de
trabalho e qualidadede
vida.1.5.
QUESTÕES
INVESTIGADAS
Considerando
osdados
coletadosnas
Centrais Elétricasde Santa
Catarina
(CELESC),
procurou-se responderàs
seguintes questões:›
1. Qual
é a percepção dos
trabalhadoresda
CELESC
sobresuas
capacidadesde
trabalho?2.
Há
diferençasno
índicede
capacidade
para o trabalho entre as diferentesfaixas etárias?
A
3. Existe diferença
no
índicede capacidade
parao
trabalho entre osfuncionários operacionais e administrativos?
4.
Que
fatores interferemde
forma mais
efetiva nacapacidade
parao
trabalhodos
funcionários administrativose
operacionais ?5.
Há
diferençasno
índicede
qualidadede
vida entreas
faixas etárias ?6. Existe diferença
na
qualidadede
vida entre os funcionários operacionaise
administrativos ?7.
Que
fatores interferemde forma mais
efetiva na qualidadede
vidados
funcionários administrativose
operacionais '?8.
Há
relação entrecapacidade
de
trabalhoe
qualidadede
vidaem
diferentes faixas etárias,
nos
doissegmentos
ocupacionais propostos,administrativo
e
operacional ?1.6.
LIMITAÇÕES
DO
ESTUDO
A
capacidade parao
trabalhonão
pode
sermedida
objetivamente porum
instrumento único.
O
conceitoque
o
trabalhador fazde seu
desempenho
é
valioso. Entretanto, é
dado
importantequando
analisadoà
luzda
avaliaçãode
especialistas.
Neste
estudosomente
tivemosacesso
àpercepção do
trabalhador.Considerando a
atual conjuntura política,que
tem
como
meta enxugar
apopulação
brasileira, acredita-seque
os
sujeitosaos
quais foi aplicadoo
instrumento, tiveram certo receioem
preenchê-lo.O
número
de
trabalhadores administrativos e operacionais,na
faixa etáriade
56 a
60
anos,que
participaramdo
trabalho, foi reduzido. Contudo, elesperfazem
100%
da população
existentena
CELESC
nesta faixa etária.Considerando
que
aspessoas
seaposentavam
prematuramente
,por voltados 50
anos de
idade,o número de
participantes desta faixa etáriapode
ser consideradocomo
relevante.1.7.
DELIMITAÇÕES
Do
ESTUDO
O
presente estudo delimitou-sea
levantar o índicede capacidade
parao
trabalho
de
funcionáriosdo
sexo
masculinodo
setor operacionale
administrativoda
CELESC,
de
Florianópolise
Palhoça (S.C.),buscando
relacioná-loscom
os
aspectos relativos à qualidade
de
vida, enfatizando a faixa etáriados
sujeitos.Os
dados
foram coletadosnos
meses
de
janeiro e fevereirodo
presenteano,
na
CELESC.
Serviramde
sujeitos trabalhadoresque
atuam
em
diferentessetores administrativos
e
operacionais,que
foram contactadose
avaliados.Os
resultados deste estudosão
pertinentes a este trabalho nesta data.18.
DEFINIÇAO
DE
TERMOS
a)
Qualidade
de
vida:É
compreendida
como
uma
percepção
subjetivado
sujeito sobre
bem
estarem
sua
vida,abrangendo
15 itens,agrupados
em
cinco dimensões:
o
bem
estar fisicoe
material,as
relaçõescom
outraspessoas, as atividades sociais, comunitárias
e
cívicas, o desenvolvimentopessoal, as realizações
e
as recreações,(FLANAGAN
apud
NASSAR
e
GONÇALVES,
1999).Capacidade
para
o
trabalho: Ela correspondeao
conceitoque o
trabalhadortem
sobre asua capacidade
produtivae
como
percebe
asua produção
atualem
relaçãoao
ápice produtivode sua
carreira. Fatorescomo
as exigênciasdo
trabalho,
as doenças
que
dificultama
sua
atuação,as
previsões futurasno
trabalho e
os
recursos mentaisque
interferemna
profissãodeterminam
acapacidade
parao
trabalho (O.M.S.apud
FISCHER
et al, 1997).Funcionários
operacionais:São
executoresde
tarefasque
solicitamao
mesmo
tempo
energia físicaou
musculare
atividade mental para planejamentoe
controledas
váriasoperações a
executar, as quais consistemem
reações habituais,de
acordocom
indicações visuais, auditivase
outras.São
profissionaisque
atuam
diretamentena
rede elétrica(SANTOS,
1973).Funcionários
administrativos:São
profissionaisque
desenvolvem suas
atividadesem
ambientes
intemosda
empresa, exigindo para tal,mais
atuação! 1 Q-- va l Í ) f)
da
capacidade
mental.São
os
que
trabalham diretamentenas
atividadeburocráticas.
(Segundo
Departamento de Recursos
Humanos
da CELESC).
Capacidade
mental
parao
trabalho:Compreende
aação do
cérebrono
processamento
de
informaçõesem
níveis diferenciados,adaptados
às
atividades exercidas.
A
tarefa consistena
percepção, interpretaçãoe
elaboração mental,
onde
a criatividadeé
essencialGRANDJEAN
(1998).No
presente estudo esta capacidade é
mais acentuada nas
atividades administrativasda
CELESC.
Capacidade
fisicapara
o
trabalho:É
acapacidade
paraum
trabalhoonde
a
exigência
da
ação
físicaé
amais
requerida.Normalmente
o
sistema muscularatua;
seus movimentos são
comandados
pelo sistemanervoso
somático,que
assegura a comunicação do organismo
com
o
mundo
exterior atravésda
percepção, consciência
e
reaçãoGRANDEJEAN
(1998).O
presente estudocompreende
o
trabalhode
campo
na
avaliaçãoe
a restruturaçãoda
redeelétrica.
CAPITULO
IlREVISAO
DE LITERATURA
2.1.
ENVELHECIMENTO
HUMANO
Numa
retrospectiva históricado pensamento
humano
as
idéias sobre o envelhecimentosão
tão antigas quantoos
registros culturaisdo
homem.
Segundo
JENCKEL
(1996), a palavra envelhecimentotem
a conotação do
radical “velho”, algo gasto, problemático, perto
da
morte, fato esteque
condicionou vários mitos
e
preconceitos, oriundosdo
imagináriodas
pessoas.Para
SALGADO
(1996), a velhicepode
ser entendidacomo
uma
etapade
vida
na
qual,em
decorrênciada
alta idade cronológica,ocorrem modificações de
ordem
biopsicossocialque
afetam a relaçãodo
indivíduocom
o
meio.A
delimitaçãoda
velhice parteda
idéiade que
todosos
homens
não
são
iguais perante a velhice.
SALGADO
(1982) consideraque
todoo
discursoque
fazemos
sobreo
idoso e sobrea
própria velhice correo
riscode
ser imprecisoou
mistificador
porque nós ignoramos
as desigualdades,ou
seja,as
diferençasque
marcam
essas
pessoas.Podemos
trataros
idososcomo
uma
certa categoriamesmo
problemas
comuns.
Observa-se,porém,
que
os diferentesgrupos
sociaisenvelhecem
de
maneira diferente. Portanto,é
necessário delimitarde
certa formaessa população e
vero
que
elatem
em comum
eem
que se
diferencia.Quando
falamosem
velhicetemos
a
tendênciade
adotarum
pontode
vista unificado
e
considerar os idososcomo
um
blocohomogêneo que
se
opõe ao
dos
jovens e, sobretudo,dos
jovens produtivos.Mas
existem diferenças entreos
próprios idosos:
nas
faixas etárias,normalmente
setoma
a idadede
60 anos
como
marco de
envelhecer, por considerá-Ia idade limite para a vida produtiva einício para certas
formas
de
decadência nos
planos físicoe
mental.No
caso da
vida produtiva,nos
tempos
atuaisde
crise econômica,com
problemas
de
desemprego,
sequisermos
relacionar odesemprego
com
velhice,teremos
de
baixarem
muito a idade, para50
ou 40
anos.H
No
caso da
decadência,se considerarmos
os gruposcom
condiçõesde
vida precária, sujeitos, portanto,
a
uma
perda
maiorda
saúde, o limitede
idadetambém
teráde
ser reduzido.Desses
doisexemplos se observa
que
numa
faixa etária muitomais
ampla encontramos
diferentes condições sócio-culturaise
diferentes níveisde
degeneração.
Vem
daia
tendênciade
estabelecer 3°e
4° idade etc. .E
continuamos
com
o processo
arbitrário, estabelecendo limitesde
idade paraas
diferentes velhices.
Preconiza-se
que
a viradado
século serámarcada
porinúmeros avanços
tecnológicos
e
científicos e,sem
dúvida, pelo impactodos
resultadosda
explosãodemográfica, ocasionada
pelogrande
crescimento vegetativoem
decorrência destes avanços.O
fenômeno de
transiçãodemográfico
é
wracterizado pelapassagem de
uma
situaçãode
alta mortalidade, alta fecundidade,com
uma
população
predominantemente
jovem
parauma
situaçãode
baixa mortalidade, baixafecundidade
e
aumento
significativoda população
idosa.Desde
1960
constatou-seque
mais
da
metade
da população
mundialna
faixa etária
acima
de
65 anos
viveem
paísesem
desenvolvimento.Há
previsõesde
que,de 1980 ao
ano
2000, haverá cercade
%
da
população mundial neste grupo etário nestes paises. Este seráo grupo
de_maior crescimento(KALACHE
et all, 1999).
A
média
de
idadeda
forçade
trabalho estáaumentando,
em
paises desenvolvidoscomo também
nos
em
desenvolvimento. Estatísticasde
24
países(OECD,
1984)mostram
que
a forçade
trabalhono
grupo etáriode
45-64 anos
teve
um
aumento
significativo,e
apontam
paraum
aumento de
35,5%, no
ano
2000,
e
para 41,3%,em
2025.RAMOS
(1993) consideraque
o envelhecimento
individualé
resultantedo
coeficiente
de
mortalidadede
uma
população. Jáo
envelhecimento populacionalé
tidocomo
odecréscimo da
mortalidadedos
indivíduos destapopulação
eo
aumento
da
expectativade
vida média.KALACHI, apud
RAMOS
(1993)afirma
que, entre o finaldo
séculoXX
e
início
do
séculoXXI
(1980-
2020), apopulação
mundial totaldeverá
crescer80%, passando de
4,4 para 7,8 bilhões,enquanto
apopulação
idosa deverácrescer
160%, passando
de
375
para975
milhões,sendo
que
80%
deste totalde
idosos estaráem
paísesdo
terceiromundo.
O
Centrode Estudos
da
ldade,da
Escola Paulistade
Medicina (1993),apreciando
dados
sobreo
envelhecimentoda
população mundial,comenta
previsões para aAmérica
Latina.Segundo
asmesmas,
entreos anos 1980 e
2000,a América
Latina apresenta estimativade
acréscimode
120%
da
população
como
um
todo,ou
seja,de
363,7 para 803,6 milhõesde
pessoas,enquanto
que o aumento da
população
com
maisde
65 anos
seráda
ordem de
236%,
ou
seja,de
23,3 para 78,2 milhõesde
pessoas,duas vezes
maisque
o
percentual
de aumento
da população
total.Segundo
projeções estatísticasda Organização
Mundialde
Saúde
(1999),entre
1950
e 2025, apopulação
de
idososno
Brasil crescerá 16 vezes, contra 5vezes a
população» total. Este crescimentoé o mais
aceleradodo
mundo,
sendo
só
comparado ao
do México e da
Nigéria.Ainda
de
acordocom
as observações
de
MONTEIRO
e
ALVES
(1995), a regiãoSudeste
é
a maispopulosa do
país,possuindo
também
a
maior proporçãode
idososna população
(7,9%),em
conjunto
com
a região Sul (7,7%).O
fato ocorre por haver nestas regiões maiorexpectativa
de
vidaao
nascer,sendo
67,5anos no
Sudoeste,e
68,7anos no
Sul.Estes autores
consideram
que
atualmenteo
maiordesafio
é aproveitarda melhor
maneira
o
tempo de
vidaque
os
idosos aindatêm
para viveremde
formasaudável, independente
e
útil para a sociedade.9-
Deve-se
levarem
contaque
estas projeçõessão baseadas
em
estimativasconservadoras
de
fecundidadee
mortalidade,sendo
que, sehouver
uma
melhora acentuada
em
nossas
condições sociais naszonas
miseráveis,o
envelhecimentoda
população
ocorreránuma
proporção muito maior.SCHOEIRI
et al. (1994), relacionama
longevidadehumana
aos avanços
médicos
e tecnológicos colocadosem
prática,como
possibilidadesde
curare
prevenir doenças,
mesmo
que
em
algumas populações o
indicede
miséria seja pleno, ocorrendoassim
um
aumento
dapopulação
idosae
aparecendo
a fasede
transição
demográfica.
Segundo
GODOY
(1996), apreocupação é
que,em
paísescomo
o Brasil,o
aumento
populacional estáacontecendo
em
meio
às crises econômicas, oque
acarreta
também
uma
baixa qualidadede
vida.SILVESTRE
et al (1996) acreditamque
as
mudanças
presentesna
pirâmide etáriada
população
brasileira enfatizamconseqüências
epidemiológicas, sociaise
culturais.Consideram
também
que a sociedade
brasileira aindanão
está preparada paraassumir
estas conseqüências.2.2.
ENVELHECIMENTO
SOCIAL
Para
CALLEJA
(1997), envelheceré
inevitávele
desejável. Talfenômeno
tem
sido visto, atéo
momento,
como um
presenteque
precisa ser respeitadoe
apoiado. Contudo,as
mudanças
sócio-politicase
demográficas que
ocorreramnos
últimos50
anos
indicam muito claramenteque
a respeitabilidade paracom
o
envelhecernão
tem
condiçõesde
ser totalmente financiada por aquelesque
produzem
a riquezacomum
de
um
paísnuma
determinada
época.Já
DEBRET
(1996) refere-seao
duplo sentidoque
se
pode
atribuirao
aumento
da população
idosa,que
porum
ladopode
ser consideradouma
esperança
de
vidaao
nascer,e
por outro,abordado
pela autora,pode
ser traduzidocomo uma
ameaça
à sociedade,que não
preocupou-secom
asprevisões
e
recomendações da
década
de
70, e, pornão
ter preparadoo
sistemamédico-assistencial, previdenciário e trabalhista para esta conquista, poderá gerar
sérias
conseqüências
paraa
comunidade
como
um
todo.Esta dicotomia
também
é
constatadano
processode
gestãoda
velhice.A
mesma
autora corroboracom
idéiasde
SALGADO
(1996),que
comenta
apassagem
progressivada
gestãoda
esfera privadae
familiar para a socializada,decorrente
da
industrializaçãoe
da
criaçãoda
aposentadoria.'
Conforme
SALGADO
(1996), a partirdo
finaldo
século XIX, deixou-sede
entender a velhice
como
um
processo natural, paracompreendê-la
como
“um
período distinto
do
ciclode
vidaque
se caracteriza pelo declínio físico / psíquico,pela fraqueza e, sobretudo, pela absolescência para
o
trabalho”,o
que, porsua
vez, acentua ainda
mais os
estereótipos a respeitoda
velhice, e,consequentemente, acaba
pormanter
a idéiade
homem
idosocomo
incapaz einativo.
Para
DEBRET
(1996), a velhicese
transformounuma
questão pública.Emerge
daíuma
sériede
orientações e inversões,às vezes
contraditórias,da
mesma.
A
consideraçãoda
velhicecomo
problema
social trazinúmeras
conseqüências,
em
especiala preocupação
com
o
custo financeiro para o erário.A
percepção acentuada das
perdasda
idade,o abandono, o desemprego,
a ausência
de
papeis sociais decorrentesda
socializaçãoda
gestãoda
velhiceconstituem
em
elemento
de
legitimaçãode
um
conjuntode
direitos sociais(como
aposentadoria). »
Segundo
DEBRET,
1996 na
década de
40, porsua
vez,a
gerontologiaacabou
por ser reconhecidacomo
o
campo
de
intervençãoque se preocupava
com
o saber
específicoe
a formação
de
profissionais para atuarno
mesmo.
Em
decorrência buscou-se
homogeneizar
as representaçõesda
velhice, tornandoessa
fasede
vidauma
nova
categoria cultural. Nelaas
pessoas
idosassão
consideradas
um
conjuntoautônomo
e
coerenteque
impõe
outro recorte àgeografia
social, autorizando a colocaçãoem
práticade
modos
específicosde
gestão.
Ainda a
respeitoda
mesma
problemática,BUTLER
(1997) consideraque
o
envelhecimento global ocasionauma
sériede
desafios
e oportunidades,relacionando cinco
questionamentos
que
estãopreocupando a
sociedade:1.
O
que
sepode
fazer frenteao
crescentenúmero de
idosos?2.
A
sociedadee
aeconomia
estarão preparadas para esteenvelhecimento populacional?
3. Ele
promoverá
conflitos internacionais? .4.
Com
oaumento
da população
idosa, elanão se
converteráem
classegovernante,
numa
elitedo
poderda
gerontocracia?5.
Em
que medida as
diferentesformas
de
envelhecer individual estarãointerferindo
no pensamento
social,no
que se
refereao
envelhecimentopopulacional?
Quanto
aos
estereótiposque
redundaram
da
socializaçãoda
velhice,ainda
segundo
o autor,os
mesmos
ocasionaram
o
temor de
envelhecer, fato esteque
ocasionou prejuizos paraos mais
idosos. Por outro lado, os jovenspassaram
a ter
um
espantoso
medo
de
envelhecere
um
desejode
se
afastaremdos
velhosque representavam seus
futuros retratos. Este fato ocasionouum
desejoimenso
nos idosos
de permanecerem
jovense
também
anão
aceitaçãodo
presentee
do
futuro.
BUTLER
(1997),respondendo aos
questionamentos, acreditaque
todosos
povos
estãofazendo
frenteao aumento da
longevidade mundiale
afirma
que
temos
muito aaprender das
experiências sociaise
políticas feitasde forma
individual el
ou
social.O
mesmo
autor considera que, estritamente ligadaà
revoluçãoda
longevidade
que
ocorreuno
mundo,
emergirá a convicçãode
que
hojeé
possível,pela primeira vez
ao
homem
comum,
a
todosos
homens,
viverum
curso normalde
vida atéo
final, desfrutandode
uma
vida plenaem
todas assuas
etapas.Podemos
aprender
com
os
fracassose
êxitos, sendo, portanto,importante
a
trocade
experiências.Para
tantoforam
criados vários centrosde
estudos
do fenômeno
no
mundo,
buscando
respostas construtivasao
envelhecimento mundial, e ainda existem
inúmeras medidas
intemacionais disponíveis sobreo
envelhecimentohumano.
Apregoando
a necessidade
de
uma
nova
visão frenteaos
problemas
decorrentes _do
envelhecimento
populacional,BUTLER
(1997) atribuia
responsabilidade para
as
relações interativasna
família - fatoque
afasta,de
como
principal benfeitor. Eletambém
sugere a construçãode
uma
ampla
redede
sustentaçãodas
coberturas sociais,uma
vezque
nem
sempre
podemos
confiar
nos
governos.BUTLER
(1997), acreditaque
aagressão
ideológica, políticae
econômica
contemporânea
também
será objetode
preocupação, pois apregoa,nas
comunidades, o
individualismo,e
o
livremercado
em
muitas nações. Elepropõe
que
trabalhemos para alcançaros
mesmos
objetivosde
proteção social previstospara
o
Estado,porém
pormeios
diferentes. Este fatodeverá
atenderàs
insegurançasda
vida.O
individuo,a
família,as
instituiçõesda
comunidade, as
empresas
eo
governo, todosdevem
compartilharda
responsabilidadede
cuidardas
crianças,dos
idosos,dos
descapacitados ede
outras situaçõesdesvantajosas.
BUTLER
(1997), concluique
muitos países, especialmente os E.U.A,fazem
pressão para forçar a responsabilidade individualde
forma
drásticae
rápida, para
que
as pessoas preparem seu
futuro atravésde
planificaçõesfinanceiras e
de
saúde.As
empresas
e
govemos
esperam que
os
indivíduosse
achem
responsáveis porseus
hábitosde
saúde, tirandodas
instituiçõesos
benefícios,
fazendo as
pessoas se
sentirem totalmente responsáveis pelosproblemas
decorrentesda
faixa etária.Para
DEBRET
(1996),há
inversãoda
representação socialda
velhice,como
um
processode
perdas paranovos
significados,passando a
ser vistacomo
privilégio,
busca
de
prazer, satisfação e realização social. Estasnovas
representaçõesacompanham
a construçãoda
terceira idade, dando-lheuma
conotação
gratificante.Acreditamos
que
é importanteas
pessoas
saberem que
envelhecerão
como
vivem. Entretanto,não se pode
aceitara
desestatizaçãodos problemas
decorrentesdo
envelhecimento populacional.Todos
os
setoresda
vida públicae
privada
devem
unir esforços para garantiruma
velhice segura, tantodo
pontode
vista
da
saúde
como
econômico.2.3.
ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO
O
envelhecimentohumano
é
fenômeno
inexorável, geralmenteacompanhado
de
fragilizações orgânicas individuais,além
dos
efeitosda pressão
do
meio
ambiente.Quanto às
questões psicológicas,assim
como
em
qualquer idadeda
vida,os
efeitossão mais
oumenos
importantese
visíveisem
funçãodas
capacidades
de
substituiçãoe
de
compensação
de cada pessoa e das
exigênciasdo
meio.Para
BIRREN
e
LUSSINVING
HANS
apud
CORREA
(1996), a psicologiado
envelhecimento abordaas
diferençascomportamentais
H
e
alteraçõesque
ocorrem
em
diferentes faixas etárias.Há
características psicológicas básicas universaisque
são
citadas porVARGAS
(1994),e que
devem
serobservadas na
compreensão
psicológicade
idosos.
Para o
autor,a
preservaçãoda
identidade psicológicado
indivíduoé de
fundamental importância, pois
é
elaque
ajudao
homem
a adaptar-seàs
demandas
do
mundo
externoe
a enfrentarcom
seriedade a perda progressivada
capacidade
fisicae
todasas
outras limitações impostas pelo processode
Considera
também
que
o
envelhecimentonão
alteraas capacidades
paraenfrentar trabalhos
que requerem
paciência e precisão, havendo, porém,queda
de
rendimentoem
trabalhosque
exigem
força e rapidez.Para
SALGADO
(1982),é
relevante destacarna
psicologiado
envelhecimentoa capacidade
intelectual relacionadacom
o comportamento e
com
a possibilidadede
aprendizagem.Segundo
BERGER
(1995),“sempre
se acreditouque
a
velhicese
traduzia inevitavelmente poruma
notável diminuiçãodos
processos cognitivos.” Estepreconceito
tem
influenciado pesquisase
teorias por longo tempo.Recentemente
as
investigaçõesmudaram
esta conotação,podendo-se
afirmar, atualmente,que
para a maioriadas
pessoas
é
possível consen/ar asaúde
mental atéo
fim
de
suas
vidas,sendo
representativoo
número
de pessoas
que conservam
asaprendizagens
adquiridase desenvolvem
trajetóriasde
vidaadaptadas às novas
situações.
2.3.1.
CAPACIDADE MENTAL
Na
década de
20,o
desenvolvimentoda
inteligência era preconizado atéo inicio
da
idade adulta,com
previsãode
rápido declínio até a velhiceavançada,
evidenciando,
segundo
LEHR
(1988),um
modelo
deficitáriode
desenvolvimento mentalna
vida adulta, fatoque
interferiunas
práticas sociaise
empregatícias, criando discriminações paraos
mais velhos.A
cognição é
um
requisito essencial para qualquerdesempenho
Segundo
BERGER
et ali (1995), a diminuiçãode
certas funçõescognitivas
é
comum
durante o envelhecimento,sendo
uma
das
preocupações
desta faixa etária.As
perdasde
memória
representam
uma
ameaça
ao bem-
estar
e
à auto-estima,sendo
o
cérebroo
mais
importante órgãodo
serhumano.
As
baixasde desempenho
a
este nívelsão
sempre
vividasde
maneira dramática:Há
diminuiçãodas
aptidões cerebraise
melhoriadas funções de
integraçãocom
o envelhecimento.
O
desempenho
cognitivo, entretanto,mantém-se
intacto namaioria
das pessoas
idosas.As
mudanças
intelectuaisparecem
maisrelacionadas
com
asmodificações
de
certas funçõesdo que
com
alteraçõesda
inteligência
em
simesma.
Para
NERI
(1996),o
serhumano
possuiduas
formas
de
perceber oque
aconteceao
seu
redor, que,em
conseqüência,determinam sua forma
de
agir epensar.
São
os
fatoresde
estímulose
os fatores pessoais.Os
fatoresde
estímulos
são
identlficadoscomo
a
influênciada perda
culturalno
serhumano,
derivandoda
naturezado
objeto estimulador e›‹temo.Os
fatores pessoaissão
osque
derivamdas
características individuaisde
quem
percebe.Observa-se que o
marketingtem
um
alto graude
influência sobre asmudanças
culturaisque
ocorrem. Ressalta-se a influênciada
mídianas
mudanças
culturais
da
população, levando a acreditarque
o novo
é
melhor, e,sendo
assim,deve
ser adquirido.Em
conseqüência
o
velhoé
considerado piore deve
serjogado fora
e
abandonado
(conformefigura
1).Este fato
deve
ser consideradode
extrema
importância, pois qualquerpaís