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N..79. Publica-se toatoa «a DuMiagai.

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(1)

Os Senhores que nos íraizerem honrar com artigose desenhos terão a bondade de remette-los, cm carta fechada, á Redacção da Seaiu ¦Ilustrada, no. largo de S, Francisco de Paula n. 16.

SEGUNDO ANNO.

N..79.

Publica-se toatoa «a DuMiagai.

Subscrever se:

.. CStte. Praviael ü». Trimestre ... ,5|000 Trimestre . . 6#OO0 Semestre . . 91000 Semestre . . HfOOO Anno. . . . 161000 Anno. . . . 18#000

Avulso 500 rs.

No Instituto Artistico, largo déS. Francisco 1C

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„ _,. VA ¦ , PASSEIO PELA CIDADE N. 6.-0 DIQUE IMPERIAL. . .

_T Medite, nhonhó, quanto quizor, ficando convencido de que cá e lá más fadas ha. Se esta obra fosse brasileira, como nao se «Jjtaria contra a ieraoraticia dos iwjsos engenheiros 1 mas * ingleza, Concepção admirada de um filho de Johh Buli, que ape"r min laMe tmu> 1ue em portuguez quer dizer Lei, mostrou desconhecer as teí* das águas, que como os ladrões arrombam <Pg*' quer porta quando nao esttfiiem fechada, e também como eBtas perpetram o seu crime d meia noite, hora em que a pcuci-ros* mo o doce somno dainriüóéAciü.

(2)

6^6 SEMANA ILLUSTRADA.

Rio, 15 de JUmiio de 1S6S.

A SEMANA ILLUSTRADA.

CONTOS DO RIO DE JANEIRO. Nao caibo em mim de sorpreso ao lembrar-me que a ultima semana nao testemunhou alteração alguma mi-nisterial!

E' este, por minha fé, um caso demasiado estupendo e de estatelar a muitos, que, como eu, contavam tomar parte activa no emburilhado cotillon da política actual. E contávamos bem, pois, a proseguirem como ha-viam começado, teriam, breve, as pastas inutilisado to-dos os grandes e pequenos vultos da épocha, restando-lhes só, então, o appellarem para a gente miúda e coitada, quando não houvesse mais ninguém de carne e osso em Matto-Grosso, que quizesse ser Conselheiro da Coroa.

O ministério era uma espécie de sol: luzia para to-dos, mesmo para os saquaremas 'deixem passar o tro-cadilho); a todos aquecia e vivificava ; em todos fazia brotar a esperança de ser um dia boleeiro da traquitana do Estado.

Mas... veiu o Sr. Marquez de Olinda, com sua expe-riencia de não sei quantos invernos, encravar as rodas e fazer parar a traquitana, (pie corria, corria, voava, es-talando chispas nas lageas da estrada publica.

Ai de muitos! Mirrou-se-lhes para sempre no coração o germen da esperança!

* 4

0 Brasil soffria cruelmente! Depois de repetidas con-sultas, conheceu a medicina ordinária sua insuíficien-cia para combater tão terrível enfermidade.

Pulso debilitadissimo, epiderme secca e áspera, pés regelados, cabeça afogueada, respiração lenta c eus-tosa, delírio..., .taes eram os principaes característicos do mal que fazia desesperar os doutores Cataplasma e Aconito.

Veiu alfim o Sr. Marquez de Olinda, sectário da in-fallivel senectopathia, c, coma primeiravista-d'olhos, em menos de vinte e quatro horas, poz o doente rijo como uma sapucaia.

Paraallivio da humanidade soffredora, archivo nestas columnas a receita do milagroso Dr. Senectopatha :

Recipe:

Água distillada 7 oitavas.

Pós sem cor 7 a-rãos.

Essência defidalguia 7 gottas.

Tintura de cabellos brancos 7 onças. Raspas de varias condecorações ... 7 arrobas.

Faça uma pílula, e como esta mais seis. Dr. Seneclus. * #

A'quelles que se admiram, e não comprehendem como possa o ministério Olinda agradar aos dous lados extremados da câmara, ao vermelho e ao amarello,

res-ponderei: a aguardente aquece de inverno e refresca de verão ; com fogo díluc-se ferro e fabrica-se gelo.

* *

Inauguraram-se, na segunda-feira, os —concertos populares— dirigidos pelos Srs. Canongia e Carrero. A idéa, boa em si, foi conscienciosamente levada a effeito pelos seus exploradores.

O publico applaudiude boamente as musicas execu-tadas, distinguindo, entre outras,ospoís-poumsdoBal-lo in Maschera, do Rigolleto c das Vésperas Scici-lianas.

Senti que não fosse mais victoriado o artista que se fez ouvir no solo de piston.

A idéa, como disse, éboa; creio, porem, que para concertos populares, são demasiado elevados os preços de entrada.

Assisti no Domingo, a uma festa da Lapa e fiquei horrorisado ao ver o tradiccional leiloeiro, apreg-oando capões e pães de ló, acompanhado de um—palhaço!— de carapuça vermelha, o qual fazia rir a arraia miúda comchalaças e momos de tavolagem.

Julguei-me por momentos em plena costa de Guiné. *

Ha muitas semanas, anunciaram os Jornaes que se recebiam propostas para o calçamento do Cattete.

As propostas apparcceram e foi preferida uma. como sendo a que maiores -\antagens oíterecia.

Nada mais se fez posteriormente ; e o calçamento (pie continue no mesmo estado lamentável; e o publi-co que soffra publi-com resignação ; e a imprensa que recla-me debalde.

Quem será o culpado ?

t

O café—concerto, onde se bebe quazi tudo, menos —café—, tem agradado sobremaneira aos seus frequen-tadores, graças aos talentos das senhoras e dos senho-res Vandenésse e Valote.

fartas de bichas.

« Sancto Antônio sempre foi o casamenteiro das mo-ças. Cada qual, que deseja amarrar-se nos doces nós do matrimônio, vai despertar o repouso do bom frade, que dorme em cima da sua peanha, e dentro de uma redo-ma de vidro, e pede-lhe, com as lagriredo-mas nos olhos, ipie lhe empurre um marido sem ser feio, sem serpo-bre, sem ser vesgo, sem ser coxo e sem ser velho.

O sancto lembra-se, ás vezes, das capadoçagens de rapaz, e prega-lhes um logro ; faz que não entende, tapa os ouvidos, e deixa algumas solteiras. Coitado. Agora o verás. Começa o martyrio do velho, a quem tiram o Menino Jesus*; e lá vai elle, com uma corda ao pescoço, morar no fundo do poço em companhia das rãs e do kagado, que se diverte em pôr ovos e em comer polypos e limo.

(3)

I

SEMANA ILLUSTRADA

éi

Ordinariamente o sancto vê-se na necessidade de

ce-der, porque não lhe agrada muito o banho constante, e lá casa a sacrilega devota, que espera encontrar um throno de opalas, um sceptro de rubim, e manjares de ambrosia com feições de leite-creme.

Pobresinha! Principia então a vingança do Sancto. Na noute do casamento, as visitas retiram-se depois que o sol nasce, e obrigam-na a cantar modinhas e a dansar quantos íanceiros os francezes mal casados tem inventado para prolongarem os bailes, e estarem, quanto menos possam,gosando o bien-être du ménage. Serve-se a ceia, e o noivo influído faz saúdes á sua fe-licidade, ao sogro, á sogra, aos cunhados, ás cunhadas aos avós, aos tios, ás primas e até aos primos da sua consorte; amarra o gato ; e toma uma camoeca, que borrifa o collete de chamalote bordado, e a gravatinha trabalhada por outra namorada,que chupou no dedo,mas que assiste á festa,com cara de riso,c olhos de boneca de pellica. Serve-se o café em jejum, quando se retiram os convidados ; está tudo tresnoitado, menos o noivo, que ronca, e lá se estendem uns por cima das cadeiras, outros pelos sophás.... A noiva,dona da casajá,vaiá co-sinlia dar ordens para o almoço, e, como ainda não se tem despido, enfumaça a grinalda de flores de laran-geira. reduzida á quatro ou cinco magros botões, por causa da distribuição ao exercito de recrutas, e... ve logo que o Sancto tinha alguma rasão quando não (pie-ria consentir na tal asneira. O marido tica bom do bico, e almoçam todos, jantam, e ceiam; e, no dia seguinte, tornam a almoçar, a jantar, e a ceiar; e no outro dia o mesmo, e sempre o mesmo, d'.- hi a um mez, d'ahi a nm anno, dahi a quarenta annos. Ha, durante essse tempo divertido, alguns episódios preparados expressamente pelo Sancto. Exemplos: Dúzia e meia de filhos os quaes, depoisde muitos trabalhos, noites em claro, médicos, bo-tiras, roupas lavadas e engommadas, e cueiros de flane-Ia e cinturões de fita, reduzem-se á terça parte, e vão (lescançar na chácara do Caju, embaixo da sombra de pedaços de mármore. (Nota. Os enterros custam dinhei-ro e ainda não appareceu empreza alguma que os fizes-se de graça). Parteiras formadas e desformes, pagas ou caloteadas. (Nota. Quasi todas as doentes pagam os tyllmrys obstetricios.) Inflamações cutâneas, provenien-tes de temperamento sangüíneo do casal. (Nota.E' re-gra geral que nem o marido, nem a mulher, soffreram essas enfermidades no tempo de solteiros. Por essa rasão todos os médicos pregam a Propaganda Matrimonial.) Obrigação de, quando fizer um vestido, guardar um re,-talho para collete do marido, ou camizola do filho que anda na eschola, ou emfim para fazer um sacco para os livros do menino. (Nota. Contando com essas excres-cencias é que as mulheres pedem sempre dous cevados üe mais em cada corte, epie corta as algibeiras dos ma-ridos.) Fazer ataduras e estender sinapismos, quando 0 marido, os filhos, ou o negro que bota o cisco fóra estiverem doentes. (Nota. E' raro que, n'uma família, Por longo espaço de annos, não appareça alguma ne-cessidade de sinapismos. Os boticários mostram-se

agar-detidos a quem tem a honra de manda-los buscar, ainda que não seja senão para pôr em algum roast-beef. Mandar envinagrar os perus, nas vésperas de func-ções, e assistir á depennação, depois de mortos. (Nota. Quando não ha peru, o Sancto allivia-as desse castigo. Já não é pouco). Pregar, lá de véz em quando, um botão da calça do marido, que cahio aò vestir-se, para que elle não se demore mais tempo em casa. (Nota. Se o botão vem cahido da rua, a negra é que o prega, porque então não se dá a razão da pressa. Ordinária-mente ficam mais bem pregados, porque a mucama tem medo de algum bofetão). Chamar as quitandas, que pas-sam pela, rua, e mandar o moleque ao armarinho da esquina comprar auatro vinténs de retroz côr de canélla (Nota. Se não ha retroz dessa côr, o moleque volta e diz :—o homem disse que não tem retroz como este— compra-se então roxo ou verde, porque é para embai-nhar os lenços de seda do marido. Os maridos, ainda que não gostem, acabam, depois de velhos, cheirando a sua pitadinha de tabaco). Esfriar, no pires, soprando, o^chá dos meninos, e picar-lhes a carne no jantar. (Nota. No Brasil usam quasi todos de carne para alimentação, apezar das penas fulminantes da Igreja. Quem não a come é porque já não tem forças nos queixos, ou os dentes fizeram despedida á franceza, sem se despedi-rem,) etc, etc, e mil outras cousinhas pequeninas, qne só quem é casado, como eu nunca fui, comprehende e sabe dar valor.

Os solteiras nempensam no que vai por este mundo de Cbristo!

pois, como se vinga o Sancto do meu nome. A que*-não acreditar, prenda-lhe o pescoço e espere pelo resultado, que hade ser por força: cazamento, e depois. .. já basta o que disse, não sou palmatória do mundo, e quem quizer experimentar que se havenha com os caprichos do Sancto ving-ativo. Eu, quando quiz cazar, não pedi conselhos á ninguém, e foi por isso que não me cazei, ou porque a minha noiva não mer-gulhou o Sancto no poço

Antônio de Sancto Antônio. » Este fragmento de algum escripto qualquer foi por nós achado entre os papeis velhos de um celibatario, que morreu indubitavelmente, salta á primeira vista, sem ser casado. Publicamol-o, por cauza de umas maldictas cartas de bichas, que um menino da vi-zinhança veio atacar-nos por baixo da janella, desper-tando-nos do melhor somno do mundo, Lembramo-nos de que era dia de Sancto Antônio. Leiam o fragmento, e não fiquem zangados com *

Domingo da Semana,. Eis

moca,

Pasteis de nata.

.Ml.ITA CASCA E POUCO MIOLO.

I.

(4)

- A. como compras os teus charutos, Luiz — Esta farda está muito apertada, não tem ahi outra mais

A seis vinténs, meu pai. larga ?

Pois en fumo de vintém, meu senhor, e não tenho peior — V. Ex. jà experimentou'todas, mas vendo-lhe essa muito

bocea. barata. .

Se eu tivesse tantos filhos como V. Mce., meu pai, só —Eu não a quero comprar, e sim alugar, pois pelo pouco

fumava charu.t-.--s de dez 1 ;is. tempo que me servirei delia não vale a pena gastar muito

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— .Vuito senti a morte de seu marido, minha senhora,

con-solo-se corr i vontade de IVos. tres dins consecutivos pa•Sr. Padrmsecutivos p.v;v que. Deos mande _chu\n, re, aqui tem ioãnOO a fim de W^„f^ffipu — Obrigado, Sr. Iiraz: "..czar dó muitas promessas que fiz falta (Pagua ameaça a ruína da minha chácara. rezarei,

%ela saúde de meu marido, elle morreu; mas nem por isso me — Obrigado, meti penhor, pode ter a certeza <_ i llUVa

eln-desespero, porque sou a primeira a reconhecer que Deo* sbiii- como pede. mas também que Deos nao mamwi.

(5)

indo a enterrar uma senhora, aconteceu òáhlfèm ás pessoas que conduziam ò caixão, por ser ó caminho péssimo, e a de-f imta voltou a si, e de-foi levada para casa do marido: porém dias depois morreu de veras, e o marido receiando nova queda do «•aixão, recommendou que se escolhesse um caminho nom e seguro.—Se o caso acontecesse aqui, certamente que os senhores maridos não escolheriam o cemitério de S. Francisco Xavier, em cujo único caminho que lá conduz as pessoas que vão de carro lavam bolóos horríveis, e apresentam figuras mais grotescas do qué os bonecos feitos íe cartas de jogar que os meninos pucham tom uma linha ; sirvam de exemplo algumas dessas posições «icrobaticas que acima vão copiadas no natural.—Moralidade do facto : Viva a câmara municipal '.

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— Diabo leve essas raparigas de vinte annos! Quem me mandou casar ! Felizmente nao me posso

quei-• X!,i', porque Ik mo estima e adora ; porém faz-me destas... saho e leva a chave comsigo... E eu que preci-

,tva tanto dos meus óculos'...

(6)

630 SEMANA ILLUSTRADA.

I

lamentares : um que os augustos e digníssimos liguei-ros offereceram ao defuncto g'abinete Zacharias, e outro que os augTistos e digníssimos vermelhos offereceram ao gabinete Caxias.

Estes dous jantares,dados a defunctos,fazem lembrar o antigo costume de algumas familias que, depois, de banquetearem-se no dia da festa, dão ainda no dia se-g-iúnte um jantar, ao qual chamam entendo dos ossos. Segue-se disto que os ligueiros e os vermelhos fize-ram ultimamente nesses banquetes—dous enterros de ossos.

II.

O gabinete vivo do Sr. de Olinda nac teve talher nem no banquete que os ligueiros deram ao defuncto gabinete do Sr. Zacharias, nem no banquete que os vermelhos deram ao defuncto gabinete do Sr. de Caxias.

Conclusão:

Os gabinetes defunctos Zacharias e Caxias comeram carne, e o gabinete Olinda está roendo um osso.

III.

Porque razão os ligueiros e os vermelhos, em vez dc se reunirem em um só banquete para fazerem as honras g*astronoino-fiinebres aos seus defunctos, preferiram banquetear-se separadamente ?...

Porque tiveram medo de estrafegarem -se na sobre-meza, ao apresentar-se opã-o-de-ló.

IV.

O império do Brasil tem andado a fazer experiências ministeriaes. entregando-se aos cuidados de estadistas de todas as edades, e cada vez se acha inais atrapa-lhado.

Neste anno, quiz confiar-se ao zelo de mocetões de bom gosto; estes, porém, no fim de trez dias caíram pela escada ministerial abaixo.

Passou dos mocetões a um ministério composto em sua maioria de velhos de mais de sessenta annos, dig-nos representantes do século possado.

Sc este gabinete ainda não provar bem, é de crer que se arranje um de sete meninos ainda nos coeiros; e nem por isso será preciso augmentar as despezas pu-blicas com aluguel dc sete amas de leite para suas cx-cellencias de coeiros ; porque a vaquinha do estado, que tem dado de mamar a tantos excellentissimos tama-nhões ao mesmo tempo, também poderá amamentar os exceUentissimos nenès.

V.

A Hollanda é notavei por muitas cousas c também porque os seus admiráveis diques rompem-se muitas vezes, produzindo a invasão do mar consideráveis damnos.

E vejam que celebreira ! Ha apenas trez semanas que o Brasil está com Hollanda no governo, e já rompeu-se o dique da Ilha das Cobras,

VI.

Dous espectadores, um negociante da cidade, outro fezendeiro da roça, estavam, ha dous dias em uma das galerias da câmara dos deputados.

Fazendeiro: Quaes sSo ahi os vermelhos,compadre? O negociante mostra os principaes chefes dos ver-melhos, e entre elles um meio gordo e papudo, e outro meio magro ou muito magro e despapado.

Aquelles também! diz o fazendeiro. Vermelhos puros.

Mas olhe que ambos sao amarellos como duas gojabas maduras.

Apesar disso: amarellos no rosto, vermelhos uos sentimentos.

Então sao furla-côres'1... Também concordo nisso.

Z.

Memórias dc um tnnaiile.

(Continuação.)

Era um costume a que se babituára desde os tenros annos.

Scismaria elle também ?

Sem duvida, porque quasi sempre d'esse peito sa-i.im suspiros, c d'esses lábios, ungidos pela eloqüência, se desprendia um ou outro monosyllabo. uma ou outra exclamação.

Na sua eella, bruxoleava, até alta noite, a luz parda-centa e frouxa da candèa, que a alumiava. Quem ousasse passar, a taes deshoras, por aquelle convento. veria também esse vulto grandioso em frente da aberta da janella engradada, e reconheceria que osaneto frade escolhia essas horas de recolhimento para interrogar, por seu turno, a natureza.

Esse liomem, que tinha gosado o inundo ; que tinha applaudido a embriaguez dos sentimentos nos festins da vida ; que sabia o que era o amor e o que era o vi-cio ; que sentira as palpitações lascivas da luxaria, o estremecer dos beijos, e o delírio das sensações, teria saudades d'esse passado, que lhe deixara um sulco na memória, como o furacão deixa um vestígio de sua pas-sagem nas arvores, que derribou ?

Ninguém o affirmará, porque aquelles lábios só se abriam para fallar no presente c no futuro. Quasi que se poderia dizer, á vista do seu silencio, que aquelle vulto de homem sur ira de repente no meio dV-iquellas abobadas, e que o passado era para elle uma épocha sem existência.

E não seria tudo isso humildade, e arrependimento da loucura dos poucos annos ?

XIII. Mas basta de divagaeões.

Monte-Alvergnc era um saneto ; eu fiz-me um dia-

bo-Como ?

Di-lo-hei depois.

Mui longe iria eu se quizesse contar ao leitor tudo quanto vi, aprendi e li nesse pedaço de columna, que ornava o templo da intelligencia.

(7)

SEMANA ILLÜSTRADA.

631 conhecimentos e que poderia ter sido um sancto frade,

se Lucifer me não houvesse entorpecido a rasão. XIV.

Um dia, pedi licença ao meu mestre para sair. Ha minto tempo tinha uma idéa fixa, que me ator-nientava o cérebro—Ir saber noticiasde minha madras-ta.

Tive medo de communica-la á Frei Francisco, mas mostrei-lhe desejos de dar um passeio.

Qne olhar prescrutador tinha esse frade ! Compre-hendeu immediatamente as minhas intenções e fal-lou-me nessa senhora. Não queria que a procurasse; dizia-me que uma barreira de educação separava-me delia, equo temia ver-me envenenado na- atmosphera de orgia, em que suppunha viver ella embriagada.

Menti. Prometti não ir ve-la, porque até nem me lem-brava da sua existência. Menti; mas eu tinha irmãos e ardia em desejos de saber noticias delles. Não será deseuipavel esta mentira ?

Eram os únicos entes, em cujas veias corria um san-»'iie semelhante ao meu... Eram meus irmãos !

Saí.

Fui dhvito como uma setta á casa, que me havia sido indicada na noite, em que me deitei no adro do con-vento e que acordei nos braços de Monte-Alvergne, isto é: da charidade.

.lá lá não morava minha madrasta. Era natural; ha-viiiia passado tantos mezes ! Comtudo, mn vizinho dis-íc-inc ter-se ella mudado para o largo do Rocio.

Lá fui ter. Xão morava mais ahi, e sim no Cattete. Vuasi que chorei. Iam-se desvanecendo as esperanças que nutria de estreitar nos braços aquelles a quem pro-curava.

Corri ao Cattete n.... Bati palmas, appareceu-nie uma preia. Perguntei por minha madrasta ; não a co-nhoei.-i. Instei; um velho veio ao corredor, c, depois de responder a duas ou três perguntas minhas, sempre coinmáo modo, deu-me um grito por despedida.

As lagrimas saltaram-me dos olhos. Estava a espe-rança perdida ! Sentei-me n'um degráo c dei expansão 11 minha dCr.

guando me resignei, enxuguei os olhos, levantei-me c fai. Tinlm a morte no coração. Maldizia os homens, c arrependia-me de haver mentido ao meu protector. larecia-ine uni castigo !

Ao d..i\ar a soleira da porta, olhei ainda uma vez pna essa casa, onde, ao entrar, parecia me ter visto a nn: que nie servia de pharol, e que, ao sahir, tornara-íC-iiie de horríveis trevas.

estava desanimado. Dir-se-hia que tinha soffrido uma grande desg-raça, e, no emtanto, lastimava-me íJor não ter podido encontrar o covil, onde se escondiafesa fera, que tanto me dilacerou os sentimentos puros j na,'jpoza sabe ^inocência de creança! Caprichos do coração! A que a chamma queima, porque lhe sente calor, c, não obstante, precipita-se e morre! A mari-P°fci porém, é um insecto.

soltei um grito de prazer. Tinha visto, em uma das

sacadas, minha irmã, a unicafpie, sabia, morava com minha madrasta.

Chamei-a pelo nome. Mostrou espanto, e disse-me que não sabia com quem tinha o prazer de fallar. Não passe sem reparo que eu estava decentemente vestido, e que, para minha irmã, parecera um homem de dis-tmeção.

Pedi-lhe que me ouvisse, porque eu queria fallar-lhe de seu irmão, a quem não via desde muito tempo. Mandou-me subir. Entrei; veiu abrir-me a portada sala. Que luxo ! que elegância em todos osornatos! Nun-ca tinha visto cousa mais deslumbrante! Reconhecia perfeitamente minha irmã, e, contudo, duvidava de tudo quanto via.

Perguntei-lhe pela dona da casa.

—Sou eu, respondeu-me como a uma pessoa desço-nhecida.

Mandou-me sentar. Tive repugnância e conservei-me de pé !

—Mas a Senhora não tinha uma madastra ? —Tinha, é verdade.

—E que fim levou ? —Morreu no hospital.

Estremeci. Conheci o dedo de Deus castigando as más acções que se practicavamno mundo !...

Monte-Alvergne me ensinara á perdoar; mas não pude calar uma exclamação de prazer. Arrependo me d'ella hoje.

—E' o fim dos pervertidos ! disse.

Minha irmã não me comprehendeu. Quem era esse estranho queousava,em sua pre,sença,inaldizer da viuva de seu pai ?...

Dei-me a conhecer. Abraçou-me, e encobriu o rosto no meu peito, que abafava seus soluços.

Contei-lhe todas as peripécias da minha vida ; ouviu-me, cheia de admiração; e, quando lhe fallei em Monte-Alvergne, levantou-se machinalmente. Era um signal de respeito. Tanto pode um nome virtuoso!

Ao acabar, perguntei, por meu turno, pelas paginas do seu passado.

Depois de corar até á raiz dos cabellos, abaixou os ollios, beijou-me a testa, e começou a fallar. Não tinha pejo de contar-me a sua vida, porque eu era discípulo e protegido de um sancto, que poderia operar ainda um grande milagre.

Fora sempre barbaramente maltractada por minha madrasta, que se tornara Messalina, e que se atirara á toda a sorte de devassidões. Por fim, vendèra-a á um homem. O que fazer? Continuar a soffrer um cáptiveiro horrível? Tentar contra os dias, quando Deus o prohibe ? Atirar-se como uma louca pelas ruas, quando não as conhecia ?

Fechou os olhos e acompanhou o novo senhor. Esse homem era um velho millionaido.

Podia ainda cazar com ella. (Continua.) A. de C. Typ. do Diauio do Rio, rua do Rozario n. 84.

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