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III RESIDUOS SÓLIDOS GERADOS EM REFEITÓRIOS

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III-120 - RESIDUOS SÓLIDOS GERADOS EM REFEITÓRIOS

Kelma Maria Nobre Vitorino(1)

Química industrial pela UFC,1988. Mestrado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela UFPB,1991. Professora Coordenadora do Núcleo de Reciclagem da Escola Agrotécnica Federal de Guanambi - BA,1994 a abril/98. Professora e Coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim - BA.

Pedro Peixinho Sobrinho

Aluno do Ensino Médio e do Curso Técnico em Agropecuária e Colaborador do Projeto de Quantificação e Caracterização dos Resíduos Sólidos da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim - BA.

Célia Virgínia Alves de Souza

Aluna do Ensino Médio e do Curso Técnico em Agropecuária. Monitora do Núcleo de Reaproveitamento e Reciclagem e Colaboradora do Projeto de Quantificação e Caracterização dos Resíduos Sólidos da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim - BA.

Endereço(1): Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim

Caixa postal 55 - Senhor do Bonfim - BA - CEP: 48970-000 - Brasil - Telefax: (74) 541-3676 - e-mail:

e-agrot@ifrnet.com.br

RESUMO

O percentual de matéria orgânica do lixo no Brasil é elevado, grande parte desse resíduo é proveniente do desperdício de alimentos. Muitos brasileiros têm o péssimo hábito de jogar comida fora, tanto em suas residências, como em restaurantes e refeitórios.

Os restaurantes e refeitórios de instituições como universidades, escolas, empresas e outras geram como resíduos elevada quantidade de matéria orgânica e também papel, papelão, plástico, vidro, metal e ossos. O presente trabalho foi desenvolvido no refeitório da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim - BA, com o objetivo de quantificar e caracterizar os resíduos sólidos gerados no refeitório, contribuindo para promover o reaproveitamento, a reciclagem e a redução da quantidade de lixo a ser adequadamente disposta. A análise da quantificação e caracterização média dos resíduos sólidos do refeitório demonstrou a variação existente de acordo com refeições oferecidas. Considerando-se o tipo de carne como prato principal, foi possível verificar a quantidade crescente de lixo gerado segundo a seguinte ordem: feijoada, bovino, suíno, e frango.

A quantificação e caracterização do lixo gerado nos meses analisados foram praticamente constantes em virtude da determinação dos cardápios que estabelecem a oferta semanal das refeições, cuja base do prato principal é mantida (feijoada, bovino, suíno e frango).

Foi observada a necessidade do desenvolvimento de um trabalho de educação ambiental voltado para a eliminação do desperdício de alimentos. Vale ressaltar a preocupação demonstrada pela instituição em aproveitar os resíduos orgânicos gerados, ensinando aos educandos e demais membros da comunidade que a utilização dos mesmos como alimentação complementar de suínos e aves caipiras é viável e ambientalmente correta, evitando o descarte dos mesmos no lixão da cidade.

PALAVRA-CHAVE: Refeitório, lixo, matéria orgânica, reaproveitamento, Educação ambiental. INTRODUÇÃO

Os homens, no desenvolvimento de suas atividades, realizadas em diferentes ambientes, como comércio, indústrias, residências, hospitais, zona rural e outras, geram elevada quantidade de resíduos sólidos. Assim, o lixo apresenta uma composição bastante variada, dependendo da sua fonte produtora, sendo classificado em doméstico, público, de fontes especiais, industrial e comercial (PINTO, 1979).

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No Brasil, por falta de serviços adequados de limpeza urbana, os resíduos sólidos são comumente lançados em terrenos baldios e margens dos rios, a céu aberto. Na maioria das cidades são, ainda, lançados em lixões, sem qualquer tipo de controle sanitário ou ambiental (CABES, 1998).

O percentual de matéria orgânica do lixo no Brasil é elevado, situa-se em torno de 53% (GALVÃO Jr.,1994). Grande parte desse resíduo é proveniente do desperdício de alimentos. Muitos brasileiros têm o péssimo hábito de jogar comida fora, tanto em suas residências, como em restaurantes e refeitórios.

Os restaurantes e refeitórios de instituições como universidades, escolas, empresas e outras geram como resíduos elevada quantidade de matéria orgânica e também papel, papelão, plástico, vidro, metal e ossos. Essa quantidade de lixo pode ser reduzida combatendo-se o desperdício e promovendo-se o reaproveitamento e ou reciclagem de parte dos materiais.

O presente trabalho foi desenvolvido no refeitório da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim – BA, que na época preparava almoço para uma média de 100 pessoas, entre servidores e alunos.

OBJETIVOS OBJETIVO GERAL

Quantificar e caracterizar os resíduos sólidos gerados no refeitório da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim - BA, contribuindo para promover o reaproveitamento, a reciclagem e a redução da quantidade de lixo a ser adequadamente disposta.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ø Avaliar a composição dos resíduos em função do tipo de refeição oferecida.

Ø Propor alternativas de aproveitamento das sobras da refeição e partes de alimentos não utilizados no preparo das mesmas.

Ø Sensibilizar a comunidade escolar para a importância da redução, reutilização e reciclagem de resíduos.

METODOLOGIA

O estudo de quantificação e caracterização dos resíduos do refeitório foi realizado durante um período de seis (06) meses, de junho a novembro de 1999.

As amostras foram coletadas no período de aula, pois o refeitório não funciona no recesso escolar. As mesmas eram constituídas dos resíduos sólidos gerados durante um período de 24 horas.

Nos dias determinados para a análise, os funcionários do refeitório realizavam a coleta seletiva do material orgânico e dos ossos. Os demais resíduos eram acondicionados juntos em um tonel, e posteriormente segregados por classe no local da pesquisa, considerando-se os seguintes tipos: papel e papelão, plástico, metal, vidro, ossos e rejeito (materiais que não se enquadram nas classificações estabelecidas ou não apresentam valor comercial). Foram observados os seguintes dados: quantidade de resíduos gerados, número de usuários do refeitório e tipo de refeição oferecida.

Os resultados obtidos foram lançados em tabelas e gráficos. Em função do peso de cada material com relação ao peso total da amostra, foi obtida a composição gravimétrica dos resíduos.

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e alunos. As refeições são servidas num sistema parecido com o self-service, onde o aluno obedece a uma fila e recebe: bandeja, prato, talheres, guardanapo e palito; e ao longo do balcão de distribuição de alimentos são servidos por funcionários da escola. É importante ressaltar que o suco e a sobremesa são oferecidos em dias alternados e em alguns dias a sobremesa foi colocada em copo descartável. O refeitório possui um bebedouro onde o aluno pode se servir à vontade de água gelada utilizando copos de vidro, tem também banheiro para os funcionários.

As pesagens das amostras foram realizadas observando-se o tipo de refeição servida e o número de usuários de cada dia. Na análise dos resultados foi feito o cálculo proporcional para cem (100) pessoas, a fim de que os resultados pudessem ser comparados.

Foram elaborados dois (2) cardápios para cada semestre do ano, que eram alternados a cada semana, conforme mostrado na tabela-01.

Tabela - 01: Cardápio Semanal do Refeitório da EAFSB - ano 1999

1º SEMESTRE 2º SEMESTRE

DIAS SEMANA I SEMANA II SEMANA I

SEGUNDA-FEIRA

ESTROGONOFE DE FRANGO MACARRÃO

ARROZ

SALADA DE TOMATE E CEBOLA SUCO DE FRUTAS FRANGO FRITO ARROZ TEMPERADO FEIJÃO PURÊ DE BATATA FAROFA DE MANTEIGA SUCO DE FRUTAS FRANGO ASSADO FEIJÃO ARROZ SALADA RUSSA FAROFA DE MANTEIGA SUCO DE FRUTAS TERÇA-FEIRA LOMBO FATIADO ARROZ FEIJÃO

SALADA (cenoura e ervilha) FAROFA DE OVO SOBREMESA

SUÍNO COZIDO ARROZ FEIJÃO

SALADA (cenoura e beterraba) FAROFA DE OVO

SOBREMESA

BIFE À MILANESA ARROZ À GREGA

MACARRÃO AO ALHO E ÓLEO SALADA DE MAIONESE FEIJÃO SOBREMESA QUARTA-FEIRA SUÍNO ASSADO ARROZ FEIJÃO TROPEIRO SALADA VINAGRETE SUCO DE FRUTAS BIFE AO MOLHO ARROZ FEIJÃO FAROFA DE OVO SALADA DE LEGUMES SUCO DE FRUTAS BISTECA DE SUÍNO ARROZ COM ERVILHAS FEIJÃO TROPEIRO SALADA VINAGRETE SUCO DE FRUTAS QUINTA-FEIRA FRANGO À PASSARINHA ARROZ MACARRÃO SALADA DE MAIONESE SOBREMESA SUÍNO ASSADO ARROZ FEIJÃO TROPEIRO SALADA VINAGRETE SOBREMESA

FRANGO COM BATATAS ARROZ CORADO FEIJÃO FAROFA DE OVO SALADA DE CENOURA SOBREMESA SEXTA-FEIRA SUÍNO COZIDO ARROZ FEIJÃO FAROFA DE MANTEIGA SALADA DE LEGUMES SUCO DE FRUTAS

FRANGO COM LEGUMES ARROZ FEIJÃO SALADA SUCO DE FRUTAS SUÍNO FRITO ARROZ BRANCO FEIJÃO TROPEIRO FAROFA DE MANTEIGA SALADA DE BETERRABA SUCO DE FRUTAS

A Figura - 01 apresenta a quantidade total de resíduos sólidos gerados nas três (3) amostragens realizadas para cada tipo de refeição, considerando-se o tipo de carne como prato principal, demonstrando uma variação na quantidade de lixo gerada em decorrência do tipo de acompanhamento servido e das características próprias da clientela, como preferências, hábitos alimentares.

Com relação aos dados referentes à Figura - 1a (frango) há uma diferença de cardápio do primeiro semestre (amostra 1) para o segundo semestre (amostras 2 e 3).

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Figura - 01: Quantificação dos Resíduos Sólidos (Kg/100 pessoas) Frango 14,17 18,54 22,87 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00

JUN JUL OUT

Kg/100 pessoas

A Figura - 1b (bovino) mostra que quando servido o bife à milanesa foi gerada uma maior quantidade de lixo. A análise do cardápio e o questionamento feito aos servidores do refeitório demonstraram que esse resultado ocorreu devido ao tipo de salada servido. Com o bife à rolê era servida uma salada à base de alface, cebola e tomate, com o bife à milanesa era salada de maionese que produz uma maior quantidade de matéria orgânica, no caso, casca de beterraba, cenoura e batata.

Figura - 1a Bovino 14,54 5,90 8,13 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 J U L J U L OUT Kg/100 pessoas Figura - 1b

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Na Figura - 1c (feijoada) ocorre uma reduzida variação de quantidade de resíduos, pois o cardápio é igual nas três (3) amostragens, variando-se apenas os hábitos da clientela.

Na Figura - 1d (suíno) a quantidade de resíduos gerados na primeira amostragem é superior às demais, em decorrência principalmente do elevado teor da matéria orgânica, composto por gordura da carne, casca de beterraba, de cenoura e de ovos.

Fe ijoada 7 , 5 1 5 , 0 3 9 , 8 2 0 , 0 0 2 , 0 0 4 , 0 0 6 , 0 0 8 , 0 0 1 0 , 0 0 1 2 , 0 0 A G O O U T NOV K g / 1 0 0 p e s s o a s Figura - 1c Suíno 25,90 14,22 12,55 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 J U N SET NOV Kg/100 pessoas Figura - 1d

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As Figuras - 2a e 2b apresentam a quantificação e caracterização media do lixo gerado em cada tipo de refeição.

Figura - 2a: Quantificação e Composição Média dos Resíduos Sólidos (Kg/d)

6,3 9,5 17,6 18,5 3,8 8,3 1 3 , 9 1 3 , 3 1,3 0,0 0,7 3,7 0,3 0,6 1,6 0,4 0,5 0,2 0,6 0,6 0,2 0,1 0,8 0,2 0,10,0 0,30,0 0,00,0 0,30,0 0,000 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 16,000 18,000 20,000 F e i j o a d a Bovino S u í n o F r a n g o T o t a l M a . o . p . O ssos p a p / p a p Plástico M e t a l R e j e i t o Vidro

Figura - 2b: Caracterização dos Resíduos Sólidos (%)

6 1 8 7 7 9 7 2 2 1 0 4 2 0 5 7 9 2 8 2 3 3 3 1 5 1 1 3 0 2 0 0 0 0 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0 F e i j o a d a B o v i n o S u ín o F r a n g o M a . o . p . O s s o s p a p / p a p P l á s t i c o M e t a l R e j e i t o V i d r o

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Analisando-se a média dos resíduos sólidos gerados por cada tipo de refeição, considerando-se o tipo de carne como prato principal, é possível verificar uma quantidade crescente de lixo de acordo com a seguinte ordem: feijoada, bovino, suíno e frango, conforme demonstrado na Figura - 2a. Isso ocorre, principalmente em função do teor de matéria orgânica. Vale salientar que os resíduos médios totais das refeições de suínos e frango são praticamente iguais, diferenciando-se principalmente nas quantidades de papel, papelão e ossos. É importante destacar a reduzida quantidade de lixo gerado nos dias de feijoada.

A composição média dos resíduos apresentados nas figuras 2a e 2b demonstrou um elevado teor de matéria orgânica e uma menor quantidade de papel, papelão, plástico, metal, ossos e rejeitos.

Não foram encontrados vidros. Com relação aos ossos, foi observada uma quantidade insignificante nos dias em que era servida carne de suíno, aumentava nos dias de feijoada e principalmente quando era oferecido frango.

Em todas as refeições, os percentuais de material orgânico foram elevados, destacando-se também o teor de ossos gerados nos dias de feijoada e frango respectivamente, 21% e 20%.

Os resíduos orgânicos se apresentavam na forma de sobras da refeição, cascas de verduras e de ovos, gorduras e vísceras não utilizadas na alimentação humana.

O lixo na forma de papel e papelão era formado por guardanapos e embalagens, as quais também estavam presentes nos resíduos na forma de plásticos. No refeitório, não eram utilizados materiais armazenados em vidro.

De acordo com os cardápios elaborados, são oferecidas em cada semana: duas (02) refeições com frango, duas (02) com carne de suíno e uma (01) com carne bovina. A cada quinze (15) dias, às sextas feiras, o cardápio do dia era substituído por feijoada, arroz, vinagrete, farinha e suco.

Foram tabulados os tipos de refeições servidos nos meses de junho a novembro, conforme mostrado na Tabela - 02, com base nos dados obtidos foram feitas as figuras 3a e 3b.

Tabela - 02: Tipos de Refeições Servidas

Mês JUN JUL AGO SET OUT NOV

Frango 6 9 9 9 8 7

Bovino 4 4 5 3 3 4

Feijoada 1 3 2 2 2 2

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Figura - 3a: Quantificação e Composição Média dos Resíduos Sólidos (Kg/mês) 2 6 1 3 2 9 3 3 2 3 1 3 3 1 2 2 8 6 2 0 0 2 4 8 2 5 2 2 3 6 2 3 6 2 1 7 2 8 4 1 4 0 4 0 3 7 3 3 1 5 1 7 1 7 1 6 1 7 1 6 86 1 17 1 17 1 07 1 08 1 07 30 40 50 40 40 40 0 , 0 0 5 0 , 0 0 1 0 0 , 0 0 1 5 0 , 0 0 2 0 0 , 0 0 2 5 0 , 0 0 3 0 0 , 0 0 3 5 0 , 0 0 J U N J U L A G O S E T O U T N O V T o t a l M a . o . p . O s s o s p a p / p a p P l á s t i c o M e t a l R e j e i t o V i d r o

Figura - 3b: Caracterização dos Resíduos Sólidos (%)

7 7 7 5 7 6 7 5 7 6 7 6 1 1 1 3 1 2 1 3 1 2 1 1 6 5 5 5 5 5 32 32 32 32 32 3 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 , 0 0 1 0 , 0 0 2 0 , 0 0 3 0 , 0 0 4 0 , 0 0 5 0 , 0 0 6 0 , 0 0 7 0 , 0 0 8 0 , 0 0 9 0 , 0 0 J U N J U L A G O S E T O U T N O V M a . o . p . O s s o s p a p / p a p P l á s t i c o M e t a l R e j e i t o V i d r o

Foi verificada uma quantidade de lixo relativamente constante nos meses analisados, com exceção do mês de junho, que teve um período de recesso escolar, de cinco (05) dias úteis, conforme demonstrado na Figura -3a.

A caracterização do lixo mostrada na Figura - 3b comprova o elevado percentual de resíduos orgânicos gerados, variando de 75% a 77%, correspondendo a uma variação de 200 kg a 252 kg por mês. Demonstrando, assim, a necessidade do desenvolvimento de um trabalho de educação ambiental mais efetivo, na Escola.

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Trabalhos de educação ambiental que tiveram como base a apresentação dos dados da quantificação e caracterização do lixo gerado nas residências da EAFSB conseguiram sensibilizar as pessoas para o combate ao desperdício (VITORINO, 2000).

Figura - 4a: Quantificação Média dos Resíduos Sólidos (Kg/mês)

232 36 16 10 7 4 0 Ma.o.p. O ssos pap/pap Plástico Metal Rejeito Vidro

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Figura - 4b: Composição Média mensal dos Resíduos Sólidos (%) 77% 12% 5% 3% 2% 1% 0% Ma.o.p. Ossos pap/pap Plástico Metal Rejeito Vidro

Foi demonstrado na figura - 4a que a quantidade média mensal de matéria orgânica foi de 232kg, correspondente a um numero médio de usuários do refeitório de cem (100) pessoas no ano de 1999, primeiro ano letivo da escola. Esse valor continuará aumentando por mais dois (02) anos.

No mês de março de 2001 foi efetuada uma coleta de dados no refeitório visando verificar a quantidade de material orgânico que estava sendo gerado (resíduos do preparo dos alimentos e sobra das refeições servidas). Sendo observado que em média diariamente almoçavam 294 pessoas, o material orgânico gerado era de 691 kg/mês. Esses dados comprovam que quantidade de resíduos orgânicos gerados continua elevada. Demonstrando a necessidade de promoção de atividades de Educação Ambiental na Instituição, voltadas para o combate ao desperdício.

É necessário ressaltar que os resíduos orgânicos são aproveitados na instituição como complemento alimentar de animais das unidades educativas e de produção zootécnicas. No ano passado eram utilizados apenas na

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vegetais (BAIÔCO, 2000; MORAES & SILVA, 1998). Nesse caso, evitam-se apenas as gorduras e os restos de carne devido a alimentação alternativa ser dada em ambiente aberto, podendo assim atrair urubus.

Uma das grandes vantagens da complementação alimentar de animais com material orgânico é a redução de custos de criação dos mesmos (SOBESTIANSKY, 1998).

Outra vantagem é o aproveitamento desses resíduos, que deixam de ser enviados para os aterros sanitários, como ocorre em Porto Alegre – RS, onde o Departamento Municipal de Limpeza Urbana implantou um projeto de coleta de restos orgânicos de grandes restaurantes, que são aproveitados por uma associação de criadores de suínos (REICHERT, 2000).

Com relação aos ossos, segundo teor mais elevado, a quantidade é relativamente significante, como mostram as Figuras 03 e 04. No entanto, existe a possibilidade de reciclagem dos ossos, gerados no refeitório, juntamente com as cabeças das aves abatidas no abatedouro da Escola, em uma fabrica de farinha de ossos para ração localizada na cidade.

As Figuras 03 e 04 demonstram que os demais resíduos são gerados em pequena quantidade. Parte dos mesmos podem ser reutilizados ou reciclados no Núcleo de Reaproveitamento e Reciclagem da Instituição. Foi observada uma reduzida quantidade de rejeitos.

CONCLUSÕES

A análise da quantificação e caracterização média dos resíduos sólidos do refeitório demonstrou a variação existente de acordo com as refeições oferecidas. Considerando-se o tipo de carne como prato principal, foi possível verificar a quantidade crescente de lixo gerado de acordo com a seguinte ordem: feijoada, bovino, suíno, e frango.

A quantificação e caracterização do lixo gerado nos meses analisados foram praticamente constantes em virtude da determinação dos cardápios que estabelecem a oferta semanal das refeições, cuja base do prato principal é mantida.

Foi observada a necessidade do desenvolvimento de um trabalho de educação ambiental voltado para a eliminação do desperdício de alimentos.

Vale ressaltar a preocupação demonstrada pela instituição em aproveitar os resíduos orgânicos gerados, ensinando aos educandos e demais membros da comunidade que a utilização dos mesmos como alimentação complementar de suínos e aves caipiras é viável e ambientalmente correta, evitando o descarte dos mesmos no lixão da cidade.

Dentre os demais resíduos gerados, papel, papelão, plástico, metal, ossos e rejeitos, é importante destacar a quantidade de ossos gerados. Existindo a possibilidade de reciclagem dos mesmos em uma fábrica de farinha de ossos para ração localizada na cidade.

Os materiais, como plástico, metal, papel e papelão deverão ser parcialmente reaproveitados ou reciclados na própria instituição em um Núcleo, composto por servidores e alunos que se tornarão multiplicadores de práticas e atividades voltadas para a melhoria da qualidade do meio ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BAIÔCO, R. Sistema de criação de galinha caipira: EAFSB, Senhor do Bonfim - BA, 2000.

2. CABES. Catálogo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental:ABES, Rio de Janeiro - RJ, 1998. 3. GALVÃO JR, A. C. Aspectos operacionais relacionados com usinas de reciclagem e compostagem de

resíduos sólidos domiciliares no Brasil. São Carlos. dissertação (mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. 1994.

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4. MORAIS E SILVA, R. D. DE, Sistema Caipira de Criação de Galinhas, FEALG, Piracicaba, 1988. 5. PINTO, M. S. et al. A Coleta e Disposição do Lixo no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas,

1979.

6. REICHERT, G. A., CAMPANI, D. B. O modelo de gerenciamento integrado de resíduos sólidos implantado em Porto Alegre. In: IX Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Seguro - BA. 2000.

7. SOBESTIANSKY, I. et al. Suinocultura intensiva: Produção, manejo e saúde do Rebanho. EMBRAPA: Brasília, 1998.

8.

VITORINO, K. M. N. A educação ambiental na redução da quantidade de lixo domiciliar gerada - um estudo de caso. In: IX Simpósio LusoBrasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Seguro -BA.2000.

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