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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

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Academic year: 2021

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

Crimes simples: são aqueles de conteúdo puro, sem qualquer circunstância que aumente ou diminua sua gravidade. Exemplo: homicídio simples, furto e roubo simples, etc.

Crimes qualificados: são aqueles em que o tipo básico acrescenta circunstância que agrava a sua natureza, elevando os limites da pena. Não surge a formação de um novo tipo penal, mas apenas uma forma mais grave de ilícito. Exemplo: homicídio qualificado; furto e roubo qualificados, etc.

Crimes privilegiados: existe quando no tipo básico, a lei, acrescenta circunstância que o torna menos grave, diminuindo, em conseqüência, suas sanções. Exemplo: homicídio privilegiado, furto de pequeno valor, etc.

Crimes instantâneos: são aqueles que uma vez consumados, encerram-se, ou seja, a consumação não se prolonga. Isto não quer dizer que o resultado ou a ação seja rápido. Exemplo: o homicídio consuma no momento da morte da vítima; no delito de lesões corporais, consuma-se quando ocorre o ferimento.

Crimes permanentes: são aqueles que a consumação se prolonga no tempo, permanecendo na dependência da ação do sujeito ativo. Exemplo: no seqüestro, a consumação ocorre durante todo o tempo em que a vítima fica privada de sua liberdade.

Crime eventualmente permanente: é o delito instantâneo, como regra, mas que, em caráter excepcional, pode realizar-se de modo a lesionar o bem jurídico de maneira permanente. Exemplo: furto de energia elétrica, pois causa um prejuízo de forma prolongada à distribuidora de energia, ou seja, enquanto não descoberto o dano está ocorrendo.

Crimes comissivos: são os que exigem uma ação, uma atividade positiva do agente, um fazer, que se enquadre perfeitamente no tipo penal, ou seja, que esteja descrito como crime. Exemplo: na rixa será o participar, no furto será o subtrair, etc.

Crimes omissivos puros: é o não fazer que a lei determina, consistindo a omissão numa transgressão da norma jurídica. O núcleo do tipo substancia-se num verbo como deixar de, omitir, perfazendo-se independentemente das conseqüências do comportamento do agente, como por exemplo: na omissão de socorro. Nos crimes omissivos puros a conduta prevista no tipo penal é omissiva em si mesma, ou seja, a conduta já está descrita.

Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão ou comissivos omissivos: a omissão consiste na transgressão de um dever jurídico de impedir o resultado, ou seja, o agente tem o dever legal de agir. O resultado concreto vem produzido pela inação, que representa o meio executivo para ocasioná-lo. Exemplo: pratica homicídio aquele que deixar de alimentar pessoa inválida confiada aos seus cuidados; mãe que deixa de amamentar seu filho, etc. Assim, nos crimes omissivos impróprios a

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2 inação do agente não está prevista no tipo penal, mas concretiza-se faticamente, apurando-se através do confronto entre o comportamento omisso e o casuísmo legal. Exige-se um resultado. Na verdade, praticam o delito aqueles que têm o dever jurídico de agir - art. 13, parág. 2° do CP.

Crimes unissubjetivos ou monossubjetivos ou unilateral ou comuns: são aqueles delitos que podem ser praticados por qualquer pessoa, bem como, por um só agente ou por vários agentes (concursos de pessoas). Exemplo: furto, roubo, estelionato, etc.

Crimes de concurso necessário ou plurissubjetivos ativos ou coletivos: são aqueles que por sua conceituação típica, exigem obrigatoriamente a participação de dois ou mais agentes para a prática da conduta delituosa. Exemplo: associação criminosa; motim de presos; organização criminosa, etc Crimes plurissubjetivos passivos ou de dupla subjetividade passiva: são aqueles que demandam mais de um sujeito passivo. Exemplo: violação de correspondência, em que são vítimas o remetente e o destinatário.

Crimes complexos ou progressivos: são aqueles que contêm implicitamente outro, que deve necessariamente ser realizado para se alcançar o resultado. O anterior é simples passagem para o posterior e fica absorvido por este. Exemplo: no homicídio é necessário que exista, em decorrência da conduta, lesão corporal que ocasione a morte, entretanto a lesão corporal (crime-meio) fica absorvida pela morte da vítima, ou seja, não se pune a lesão corporal por si, mas sim a morte  homicídio.

Crime habitual: é aquele constituído de uma reiteração de atos, traduzindo geralmente um modo ou estilo de vida. A prática de um ato apenas não é crime, porém o conjunto destes atos configura crime. Exemplo: curandeirismo; manter casa de prostituição, exercício ilegal da medicina, etc.

Crime profissional: qualquer delito praticado por aquele que exerce uma profissão, utilizando-se dela para a atividade ilícita. Exemplo: aborto ilegal praticado por médicos ou parteiras, furto com emprego de chave falsa utilizada pelo próprio chaveiro, etc..

Não se deve confundir o crime profissional com criminoso profissional, que exerce a atividade delituosa como se fosse uma profissão.

Crime exaurido: quando após a consumação, o agente o leva às conseqüências mais lesivas. Exemplo: recebimento de valores no crime de extorsão mediante seqüestro ou não. A consumação do delito, na realidade, já ocorre quando há supressão da vítima, no seqüestro; ou na corrupção passiva, já que o fato de “solicitar” consuma o delito e na hipótese de receber alguma vantagem trata de mero exaurimento.

Crime de ação única ou material: o tipo penal contém apenas uma modalidade de conduta. Exemplo: no homicídio é matar; no furto é subtrair, etc. O crime material (que exige um resultado) não deve ser confundido com o concurso material de crimes (com duas ou mais condutas há dois ou mais resultados).

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3 Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: o tipo penal contém várias modalidades de conduta, qualquer delas caracterizando a prática de crime. Exemplo: instigar, induzir ou prestar auxílio ao suicida; fabricação, exportação, aquisição ou guarda de objeto obsceno, etc.

Crime unissubsistente: realiza-se com apenas um ato, ou seja, a conduta é una e indivisível, ou seja, tais crimes não permitem o fracionamento da conduta, e é inadmissível a tentativa (a situação não é pacífica). Exemplo: injúria, ameaça, uso de documento falso, etc..

Crimes plurissubsistente: são compostos de vários atos, que integram a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, admitindo-se a tentativa, e constituem a maioria dos delitos descritos. Exemplo: homicídio, furto, roubo, etc.

Crime formal ou de mera conduta: não há necessidade de realização daquilo que é pretendido pelo agente, e o resultado previsto no tipo ocorre ao mesmo tempo em que se desenrola a conduta. A consumação dá-se com a prática do fato, não se exigindo que a vítima fique realmente intimidada, ou seja, não se exige um resultado concreto. Exemplo: ameaça, corrupção, concussão, extorsão. O recebimento de algum valor é mero exaurimento, pois o delito já se consuma com a solicitação, a exigência, etc. É o que se denomina como crime que vai além da consumação, a qual é levada às últimas conseqüências. O crime formal não deve ser confundido com concurso de crime formal (com uma só conduta o agente pratica dois ou mais crimes).

Crimes de dano: só se consumam com a efetiva lesão ao bem jurídico visado. Exemplo: lesão à vida (homicídio); lesão ao patrimônio; lesão à honra, etc.

Crime de perigo: o delito consuma-se com o simples perigo criado para o bem jurídico protegido. O perigo pode ser individual (quando expõe ao risco o interesse de uma só pessoa ou a um número determinado de pessoas Exemplo: perigo de contágio venéreo; perigo para a vida ou para a saúde de outrem, etc.), ou coletivo (quando ficam expostos ao risco um número indeterminado de pessoas Exemplo: incêndio; inundação; explosão, etc.).

Crimes próprios ou especiais: são aqueles que exigem ser o agente portador de uma capacidade especial. Exemplo: funcionário público no crime de peculato, corrupção, concussão, etc.

Crimes de mão própria ou de atuação pessoal: são aqueles que não podem ser praticados por intermédio de outrem. Exemplo: falso testemunho; falsa perícia; quebra de sigilo, etc.

Crimes conexos ou acessórios: são aqueles que pressupõem a existência de uma infração anterior. Exemplo: receptação (só existe se anteriormente houve o delito de subtração furto/roubo).

Não se confundem com os crimes progressivos, visto que nestes o crime-meio fica absorvido, ao passo que nos crimes conexos não. Aquele que pratica o furto/roubo será punido por tal e aquele que adquire o produto será também punido receptação.

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4 Crimes vagos: são aqueles em que o sujeito passivo é uma coletividade, como família, grupos, etc. Exemplo: violação de sepulturas; vilipêndio a cadáver, etc.

Crime falho: é aquele que corresponde à tentativa perfeita, em que o agente pratica todos os atos necessários para o resultado, mas este acaba não ocorrendo.

Crime impossível: ocorre quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, torna-se impossível a consumação do crime. Exemplo: atirar em cadáver pensando tratar-se de pessoa viva (o crime impossível caracteriza-se em relação ao homicídio, podendo o agente ser punido por vilipêndio a cadáver); efetuar disparos com arma de brinquedo com o intuito de matar alguém; praticar aborto em mulher que não está grávida, etc.

Crimes dolosos: são os crimes em que o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Há intenção.

Crimes culposos: ocorrem quando o agente, por negligência, imprudência ou imperícia, causa um resultado lesivo. Não há intenção.

Crime preterdoloso ou preterintencional: é aquele qualificado pelo resultado, ou seja, há dolo no antecedente e culpa no conseqüente. O agente dolosamente busca um resultado menos grave, mas o desfecho é mais grave do que o desejado.

Crime transeunte e não transeunte: são os que deixam ou não vestígios, respectivamente.

Crime a prazo: aquele em que a qualificadora fica na dependência de determinado lapso temporal. Exemplo: lesão corporal dolosa da qual resulta incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias.

Crime de bagatela: aquele em que a lesão ao bem jurídico chega a ser insignificante

Crime putativo: é também denominado de imaginário. Ocorre quando o agente, por erro, supõe uma situação de fato, que se existisse tornaria a ação legítima. Exemplo: “A” vende um pó branco, acreditando tratar-se de cocaína e na verdade, era talco.

Crime consumado: quando nele se reúne todos os elementos de sua definição legal. Exemplo: desejando matar a vítima, o agente efetivamente mata.

Crime tentado: quando iniciada a execução, o delito não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Exemplo: atirando para matar e atingindo a vítima, esta não morre por ter sido socorrida por terceiros.

Crimes de atentado ou de empreendimento: são os delitos que prevêem no tipo penal, a forma tentada equiparada à modalidade consumada. Exemplo: art. 352, CP: evadir-se ou tentar evadir-se o

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5 Crime continuado: é aquele que constitui uma unidade de ação que se configura com a realização sucessiva de diversas ações semelhantes – art. 71 do Código Penal. O crime continuado não deve ser confundido com os crimes habituais, os quais são compostos de vários atos que culminam em uma conduta única.

Crimes a distância: são aqueles cuja conduta e resultado ocorrem em países diversos – art. 6º. do CP Crimes plurilocais: são aqueles cuja conduta e resultado se desenvolvem em comarcas diversas, sediadas no mesmo país.

Crime subsidiário: é o que somente se verifica se o fato não constitui crime mais grave. É o caso do dano (art. 163 CP) – é o chamado “soldado de reserva”.

Crime hediondo: é todo aquele que se enquadra no rol do artigo 1º. da Lei 8.072/90, na forma consumada ou tentada.

Crime remetido: é o que se verifica quando sua definição típica se reporta a outro crime, que passa a integrá-lo, como no uso de documento falso – fazer uso de qualquer dos papeis falsificados ou

alterados, a que se referem os arts. 297 a 302 – art. 304.

Crimes Militares: são os tipificados no Código Penal Militar (Decreto-lei 1.001/69). Subdividem-se em

próprios (ou puramente militares) são os definidos exclusivamente pelo COM, por exemplo, deserção,

art. 187 e impróprios, são aqueles que se encontram previstos tanto no COM como também no CP comum, como por exemplo, furto, roubo, estupro, homicídio, etc.

Referências

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