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Escola Waldorf Origens

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Academic year: 2021

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Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Curso de Arquitetura e Urbanismo

Apresentado ao curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina para o Trabalho de Conclusão do Curso I.

Acadêmica: Nicolly Gomes da Silva Cabral Orientadora: Maria Matilde Villegas Jaramillo

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Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Curso de Arquitetura e Urbanismo

________________________________________________ Prof. Arq. Maria Matilde Villegas Jaramillo

Orientadora

Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade do Sul de Santa Catarina, desenvolvido pela acadêmica Nicolly Gomes da Silva Cabral, apresentado em julho de 2020.

________________________________________________ Avaliador 1

________________________________________________ Avaliador 2

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me manter sempre no caminho, por me dar a sabedoria necessária e força nos momentos mais difíceis.

Agradeço à minha família por todo amor e apoio, por acreditar em meu sonho e fazer disso mais possível.

À minha querida orientadora por aceitar meu convite, por toda dedicação durante o semestre e todo o conhecimento passado.

À minha dupla inseparável Milena Cardoso e meus amados amigos Aline Borges, Luciane Modelski e Guilherme Gerhardt por todos os momentos juntos compartilhando vitórias, frustrações, medo e momentos de risada tornando tudo mais leve.

Ao meu namorado Thauan por me apoiar nos momentos difíceis, me fazer acreditar que era capaz e por entender todos os momentos de aflição em finais de semestre.

À todos os professores por todo o conhecimento passado em aulas, pela paciência e dedicação ao longo destes cinco anos.

Aos demais amigos e familiares que me apoiaram ao longo destes anos e que entenderam minha ausência em alguns momentos.

À todos que contribuíram de alguma maneira para este momento, meus sinceros agradecimentos!

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O trabalho de conclusão do curso I a ser apresentado a seguir, tem como intuito desenvolver o anteprojeto arquitetônico de uma Escola Municipal localizada na cidade de Tubarão, Santa Catarina, salientando a importância da arquitetura escolar no ambiente de ensino. Sentindo a necessidade de espaços escolares de qualidade, o tema proposto visa agregar à vida dos moradores e alunos o ensino sob a perspectiva Waldorf de pedagogia.

Serão tratados temas como o histórico da educação no país e no mundo, as diferentes teorias pedagógicas, e principalmente a Waldorf, a implantação de técnicas de sustentabilidade, criação de ambientes que estimulem a aprendizagem e a criatividade.

Além das bases teóricas, também foram apontadas a problemática e a justificativa, assim como as análises de referenciais, contendo projetos de uso e temas semelhantes para melhor compreender o espaço, funcionalidade, características de construção e elementos, buscando otimizar a elaboração do partido.

Outro ponto relevante foi o estudo da área do projeto, apresentando o terreno de inserção e seu entorno, analisando o sistema viário, infraestrutura, equipamentos, uso do solo etc., a fim de obter as características do espaço com suas deficiências e potencialidades

RESUMO

.

Por último, como síntese do trabalho, foi elaborado o partido, com a proposta arquitetônica contendo fluxograma, programa de necessidades, conceito e suas diretrizes, a implantação e esquemas arquitetônicos para o entendimento da proposta.

Devido ao acontecimento de uma epidemia mundial causado pelo novo coronavírus (COVID-19) os estudos de casos foram comprometidos assim como assessoramentos presenciais.

Palavras-chave: Arquitetura escolar, Pedagogia Waldorf, sustentabilidade, aprendizagem.

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The course conclusion work will be presented as follows, as the development of an architectural project for a Municipal School located in the city of Tubarão, Santa Catarina, highlighting the importance of school architecture in the teaching environment. Feeling the need for quality school spaces, the proposed theme aims to add to the lives of residents and students of education from the perspective of Waldorf pedagogy.

Themes such as the history of education in the country and in the world will be created, such as different pedagogical theories and mainly Waldorf, an implementation of sustainability techniques, creation of environments that stimulate learning and creativity.

In addition to the theoretical bases, problematic and justifying issues were also pointed out, such as reference analyzes, usage projects and themes related to a better understanding of the space, features, construction characteristics and elements, seeking to optimize the party organization.

Another relevant point was the study of the project area, presenting the insertion land and its surroundings, analyzing the road system, infrastructure, equipment, land use, etc., in order to obtain the characteristics of the space with its deficiencies and potential.

ABSTRACT

Finally, as a synthesis of the work, the party was elaborated, with the architectural proposal containing a flowchart, needs program, concept and its guidelines, the implementation and architectural schemes for understanding the proposal.

Refuse the occurrence of a worldwide epidemic caused by the new coronavirus (COVID-19) in studies of compromised cases, as well as previous evaluators.

Keywords: School architecture, Waldorf Pedagogy, sustainability,

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...9 1.1 TEMÁTICA...9 1.2 PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA...9 1.3 OBJETIVOS...11 1.3.1 Objetivo Geral...11 1.3.2 Objetivos Específicos...11 1.4 METODOLOGIA...12 2 REFERENCIAL TEÓRICO...13

2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NACIONAL...13

2.2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM TUBARÃO – SC...14

2.3 A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO AMBIENTE ESCOLAR...15

2.4 TEORIAS PEDAGÓGICAS...16

2.5 PEDAGOGIA WALDORF E SUAS CARACTERÍSTICAS...27

2.6 O AMBIENTE ESCOLAR E ARQUITETURA ANTROPOSÓFICA (ORGÂNICA)... 19

2.6.1 Cores...19

2.6.2 Contato com a natureza...19

2.6.3 Iluminação natural...19

2.6.4 Ritmo...19

2.6.5 Flexibilidade do uso de ambientes...20

2.6.6 Variação formal dos planos...20

2.6.7 Relação entre forma e função do edifício...20

2.6.8 Aconchego...21

2.7 SUSTENTABILIDADE...21

2.7.1 Estratégias de sustentabilidades na escola...21

2.7.1.1 Bioclimática...21

2.7.1.2 Captação e reaproveitamento de água da chuva...21

2.7.1.3 Horta, pomar e jardim...22

2.7.1.4 Coleta seletiva...22

2.7.1.5 Energia fotovoltaica...22

2.7.1.6 Cobertura verde e telha ecológica...23

2.7.1.7 Aquecimento solar...23

2.7.1.8 Tratamento do próprio esgoto sanitário...24

2.7.1.9 Permacultura...24

2.7.1.10 Compostagem...25

2.7.1.11 Criação de animais...25

(8)

SUMÁRIO

3 REFERENCIAL PROJETUAL...26

3.1 ESCOLA REDBRIDGE...26

3.1.1 Ficha técnica...26

3.1.2 Apresentação e diretrizes Projetuais...26

3.1.3 Implantação e entorno...26

3.1.4 Acessos e circulações...27

3.1.5 Usos e zoneamento funcional...28

3.1.6 Hierarquia espacial...30

3.1.7 Volumetria e materialidade...30

3.1.8 Condicionantes físicos/ Conforto ambiental / Sustentabilidade...31

3.1.9 Motivo da escolha...32

3.2 GREEN SCHOOL...33

3.2.1 Ficha técnica...33

3.2.2 Apresentação e diretrizes Projetuais...33

3.2.3 Implantação e entorno...33

3.2.4 Usos de zoneamento funcional...34

3.2.5 Volume e materialidade...37

3.2.6 Conforto ambiental / Condicionantes físicos...37

3.2.7 Sustentabilidade...38

3.2.8 Justificativa de escolha...39

3.3 ESCOLA SUSTENTÁVEL 264...39

3.3.1 Ficha técnica ...39

3.3.2 Apresentação e diretrizes Projetuais...39

3.3.3 Implantação e entorno...39

3.3.4 Acessos e circulações...40

3.3.5 Usos de zoneamento funcional...40

3.3.6 Hierarquia espacial...41

3.3.7 Volume e materialidade...41

3.3.8 Condicionantes físicos / Conforto ambiental / Sustentabilidade...42

3.3.9 Motivo da escolha...43

4 ANÁLISE DA ÁREA...44

4.1 PANORAMA GERAL DO MUNICÍPIO...44

4.1.1 Características gerais e geográficas...44

4.1.2 História...45

4.1.3 Economia...47

4.1.4 A educação na cidade...47

(9)

SUMÁRIO

4.2.1 Localização e justificativa de escolha...48

4.2.2 Condicionantes físicos, forma e acesso...50

4.2.3 Sistema viário e mobilidade urbana...50

4.2.4 Infraestrutura e equipamentos urbanos...51

4.2.5 Uso do solo e tipologias...52

4.2.6 Cheios e vazios...53 4.2.7 Gabaritos...53 4.2.8 Legislação...54 5 PARTIDO GERAL...55 5.1 INTRODUÇÃO...55 5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO...56 5.3 FLUXOGRAMA E ORGANOGRAMA...58 5.4 CONCEITO...60 5.5 PARTIDO...60 5.6 ZONEAMENTOS E ACESSOS...61 5.7 DIRETRIZES PROJETUAIS...62 5.8 PROPOSTA...63 5.8.1 Evolução da proposta...63

5.8.2 Implantação com cobertura...64

5.8.3 Plantas baixas...65

5.8.4 Croquis e cortes esquemáticos...66

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...68

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...69

(10)

Neste capítulo serão apresentados os objetivos, problemáticas e justificativas para escolha do tema a ser desenvolvido. O seguinte trabalho de conclusão do curso possui como objetivo enfatizar a importância de espaços escolares de qualidade, suprir a falta de equipamento em questão no local proposto, promovendo o melhor desenvolvimento da relação entre a escola, os alunos e família.

1 INTRODUÇÃO

(11)

Sentindo a necessidade de espaços escolares de qualidade, o tema proposto é um projeto escolar visando agregar à vida dos moradores e alunos o ensino sob a perspectiva Waldorf de pedagogia.

Segundo o filósofo e fundador desta corrente pedagógica Rudolf Steiner, o objetivo é desenvolver indivíduos livres,

com sensibilidade artística e ambiental, socialmente

competentes e moralmente responsáveis. Destinando-se a formar cidadãos a partir da compreensão das suas fases de desenvolvimento. (LANZ, 2016 apud WIKIPEDIA, 2019) Buscando o conceito de equilíbrio entre arquitetura escolar e bem estar, o projeto apresentará bases teóricas sobre a influência desses locais na qualidade de vida dos usuários tendo em vista sua saúde física e mental. Bem como o estudo da relação dos usuários com o meio ambiente, ao encontro dos princípios da pedagogia escolhida. O projeto terá também como objetivo encontrar um equilíbrio entre as normativas ambientais e a funcionalidade necessária para um projeto escolar ideal.

O espaço educacional cumpre uma função social e cultural na sociedade, refletindo os ideais e princípios nele inseridos. Com isso, a proposta apresenta um espaço escolar de qualidade, que atenderá alunos dos bairros Vila Moema e Recife, localizado na cidade de Tubarão, Santa Catarina. Essa escola deverá incentivar a sustentabilidade, visando o bem estar físico e mental dos alunos com espaços que promovam a

criati-vidade e a interação social. Assim, contribuindo para a formação de adultos com consciência ecológica, responsabilidade social e com qualidade de vida.

Ao decorrer de nossas vidas nos deparamos com nossas primeiras referências de sociedade, as instituições escolares. Nesses locais são desenvolvidas nossas principais habilidades motoras, cognitivas e sociais. Laços afetivos são criados com amigos, colegas e professores. Apesar da importância para a formação de cidadãos, estes locais não recebem seu devido valor. O local físico da escola deveria ser tão significativo quanto a qualidade do ensino, dos materiais ou profissionais, visto que o mesmo pode resultar em sentimentos e experiências que refletirão nos resultados escolares ou até mesmo em aspectos da personalidade do indivíduo.

Atualmente, a imagem que nos vem à mente quando pensamos em ambiente escolar são as salas de aula com carteiras enfileiradas, confusão de cores, pouca interação interior x exterior, métodos de ensino ultrapassados. Estes aspectos tendem refletir nos estudantes em forma de problemas de relacionamento, saúde, déficit de atenção, ou puro desinteresse.

...

1.1 TEMÁTICA

1.2 PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA

Indivíduos livres Socialmente competentes Moralmente responsáveis

(12)

No 1º semestre do ano de 2019, de acordo com Mota (Tubarão), foram registrados 570 alunos (Ensino Fundamental e Ensino Médio) de redes estaduais e municipais em Santa Catarina que sofreram abandono escolar.

Este afastamento acontece por diversos fatores entre eles um índice elevado de repetência, consequência de um sistema de ensino ineficaz. Outro motivo que leva jovens a se afastarem das escolas é a questão familiar, por necessidade de agregar valor a renda da família crianças e jovens deixam a escola para iniciar uma jornada de trabalho.

A Prefeitura exerce o papel de reintegração destes jovens em situação de abandono escolar procurando saber o motivo que levou os mesmos à essa decisão. Porém, muitas vezes por falta de recursos ou capacidade de mudar a visão dos jovens sobre a vida escolar, os mesmo continuam fora das escolas.

A linha de pedagogia Waldorf vem com o propósito de resignificar o ensino, dando maior destaque a relação entre escola e o lar, introduzindo o conceito de sustentabilidade e atividades de estímulo pedagógico às crianças e jovens.

Na cidade de Tubarão, percebe-se a falta destas instituições escolares com uma visão diferenciada do ensino e que dê importância entre a relação do individuo com o meio ambiente.

Trabalhando para reverter esse quadro, a arquitetura possui o papel de influenciar na maneira como os alunos veem o ensino e o ambiente escolar. Estreitando o vínculo entre escola e o lar, introduzindo a participação familiar e garantindo que o ensino seja mais valorizado.

Após um estudo aprofundado no município de Tubarão, o bairro Vila Moema/Recife se destacaram pela escassez de equipamentos escolares, possuindo boa infraestrutura com ruas pavimentadas, serviços básicos próximos e com amplas áreas para poder desenvolver um projeto com as características necessárias para este tipo de metodologia.

Falta da presença de equipamentos escolares na área destacada Falta de equipamentos escolares de qualidade Necessidade de conscientizar as novas gerações sobre a importância de cuidar da natureza

Escola Waldorf Origens

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um anteprojeto arquitetônico de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Infantil, na cidade de Tubarão, Santa Catarina, baseada nos ensinamentos da pedagogia Waldorf. Dando ênfase na importância da arquitetura escolar no aprendizado, visando incentivar a conscientização dos alunos na relação com o meio ambiente.

1.3.2 Objetivos específicos

• Pesquisar e desenvolver estudos a fim de compreender os temas

escolhidos para a proposta, sendo eles: histórico da educação no país e no mundo, teorias pedagógicas, teoria pedagógica escolhida: Waldorf e sustentabilidade.

• Realizar análises de referenciais projetuais semelhantes a fim de estudar a melhor funcionalidade para o espaço;

• Analisar o terreno proposto e seu entorno, com o objetivo de

conhecer seus potenciais e deficiências para realizar uma melhor implantação do projeto;

• Estabelecer o programa de necessidades, organograma, fluxograma,

definir usos e dimensionamento dos ambientes ponderando sempre a funcionalidade, sustentabilidade e conforto térmico dos mesmos;

• Desenvolver o partido arquitetônico para o tema proposto agregando a cidade um novo espaço escolar de qualidade.

(14)

Para o desenvolvimento deste trabalho serão feitas análises e estudos aprofundados relacionados com o tema por meio de referenciais teóricos e projetuais semelhantes ao tema proposto neste trabalho, levantamento físico do terreno e diagnóstico do bairro, diretrizes projetuais, partido arquitetônico e anteprojeto.

Na etapa de referenciais teóricos serão coletadas e analisadas informações referentes ao tema através de teses, artigos, livros, e outros trabalhos de conclusão de curso com o intuito de ajudar a melhor compreender o tema e desenvolver o projeto.

As análises de referenciais projetuais serão realizadas com projetos semelhantes ao tema proposto e contaram com as seguintes pesquisas: implantação, estudo de circulação, acessos, composição geral, estudo de fachadas, análise das normativas empregadas.

Após isso, temos a etapa de analise do terreno e entorno onde serão feitas pesquisas em campo à fim de coletar informações importantes para implantação do projeto no terreno proposto. Serão realizadas as análises de: morfologia urbana, uso do solo, condicionantes físicos, principais acessos ao terreno, equipamentos urbanos, entre outros.

Com a metodologia utilizada temos as informações necessárias para um bom lançamento do partido que será desenvolvido por meio de textos expositivos, croquis e cortes esquemáticos.

A última etapa consiste em desenvolver o anteprojeto para a conclusão do TCC II, apresentando todo o material necessário para a ideia ser compreendida.

(15)

Os referenciais teóricos são responsáveis pela base de informações que sustentará o seguinte trabalho. Neste capítulo serão abordados temas como sustentabilidade, a importância da arquitetura escolar para a aprendizagem, histórico da educação na cidade e no país, entre outros temas que fornecerão a base teórica necessária para o desenvolvimento do projeto.

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2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

De acordo com Urbano (2009), o primeiro sistema de ensino implantado no país no ano de 1530, foi um projeto de caráter religioso a fim de converter os selvagens, como eram chamados os nativos da terra, ao cristianismo. Neste formato a educação durou mais de duzentos anos, sendo aplicada pelos jesuítas. Este sistema foi interrompido pela sua expulsão de Portugal e suas colônias.

Esse mesmo autor afirma que o período seguinte, sofreu uma estagnação do sistema de ensino. Com a proclamação da independência surgiu uma tentativa na constituinte de 1823 que pretendia implantar o sistema de ensino com a criação de escolas primárias nas vilas, ginásios em cada comarca e universidades em locais indicados. Porém, o projeto não seguiu em frente por ordem do imperador, e no ano seguinte o mesmo outorgou a primeira Constituição do Império, constando no artigo 179: “a instrução primária é gratuita a todos os cidadãos”.

No governo de Dom Pedro II, mesmo durando um longo período de 49 anos, não apresentou projetos de grande relevância para o setor de ensino. Mesmo com a chegada a proclamação da república em 1889, o sistema educacional permaneceu sem novidades passando pelo período da Primeira República, que deixou o setor de ensino em segundo plano para tratar de assuntos políticos. (NISKIER, 1969, apud URBANO, 2009).

Somente, no período chamado Estado Novo os investimentos no setor educacional e de cultura cresceram contribuindo para um aumento da qualidade na educação com a criação de instituições a fim de incentivar a importância do conhecimento.

O trecho citado por Ribeiro (1993, p. 23) pode confirmar a importância dada a educação:

Durante o Estado Novo (1937-1946), aumentaram-se as verbas destinadas à Educação e houve uma tentativa de se traçar uma política educacional de âmbito nacional Criaram-se órgãos como o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (1937), o Instituto Nacional do Cinema Educativo (1937), o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (1938) e o Serviço Nacional de Radiofusão Educativa (1939)

Até então os primeiros investimentos do governo na área da educação apesar de tímidos contribuíram para o desenvolvimento do ensino no país, porém tudo isso é interrompido com a implantação da ditadura militar no brasil, na década de 1960, momento onde a liberdade de expressão é vetada (URBANO, 2009).

O setor educacional sofreu consequências que continuam até hoje com as imposições neste governo que validavam a privatização do ensino e

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diretrizes de caráter conversador. Com isso, o poder se eximia da responsabilidade de oferecer educação de qualidade para a população e controlava o que lhes era ensinado em sala de aula.

Além do todo o regime de totalitarismo, o sistema abortou projetos do setor da educação que haviam sido apresentados nos períodos anteriores. Mesmo após o fim do regime militar, os rastros deixados foram difíceis de apagar. Na educação, muitas propostas e projetos foram apresentados porém um grande grupo no governo ainda defendia a privatização do ensino. O Brasil teve um recomeço, e precisou de muito tempo para caminhar novamente a democracia (URBANO,2009).

Este autor comenta que, a luta pela redemocratização do ensino, vem por meio da comunidade, professores e historiadores, que contribuíram de maneira significativa para o avanço das políticas educacionais. Uma das conquistas nesse período foi a LDB/96. ( Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a lei possui 92 artigos relacionados exclusivamente a educação, garantindo direitos como: acesso gratuito ao ensino fundamental e médio, gestão de padrão de qualidade, coexistência de ensino público e privado, etc.

Com isso, podemos observar como a educação no país foi levada em segundo plano ou até mesmo estagnada por interesses políticos. Precisou de muita luta por meio de movimentos sociais da população para ser levada a sério.

Passando por mandatos, regimes fechados, projetos e momentos de estagnação, a educação segue lutando para ser ouvida pois muito ainda se tem para progredir, Tanto nas necessidades da população, como na qualidade de ensino, e dos espaços.

2.2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM TUBARÃO –SC

O município de Tubarão, teve seu surgimento diretamente ligado a história de Laguna, a cidade servia de passagem e posada para os tropeiros que viajavam pelo leito do rio com seus cavalos levando mercadorias da Serra Catarinense para o porto de Laguna. As primeiras ocupações ocorreram na região de Poço Grande em 1833. (VETTORETTI, 1992). A criação do município se dá em 1890 sendo desmembrado de Laguna. Neste período a ocupação aumenta o ritmo, com as primeiras manchas urbanas se formando no entorno da construção da igreja implantada no ponto mais alto da cidade (MEDEIROS, 2007; apud BENEDET, 2018).

No ano de 1895 funda-se a primeira escola de Tubarão, o Colégio São José, pioneiro da época. O mesmo se localiza a cerca de 100 metros do principal polo econômico da cidade na época: a Ferrovia Tereza Cristina. Posteriormente nas proximidades com a igreja, já reconhecida como o centro da cidade, temos a fundação da primeira escola estadual do município em 1919: O Grupo Escolar Hercílio Luz. (MEDEIROS, 2007)

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Em seguida a criação do Colégio Dehon (1940), Escola Técnica (1950), Escola Adventista (1974). A criação dessas instituições escolares logo no início da implantação da cidade contribuíram diretamente para o seu desenvolvimento, transformando a cidade em um polo de diferentes setores.

Hoje, podemos dizer que as atividades econômicas que movimentam a cidade se dão por três setores sendo o setor comercial, setor de prestação de serviços e o setor da educação, que serve de referência de ensino para toda a região da AMUREL ( SCHNEIDERS, 2012).

2.3 INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO AMBIENTE ESCOLAR

Em entrevista ao O estado de São Paulo, Kowaltowski (2018, p.1) afirma: “O espaço físico da escola funciona como um ‘terceiro professor’ influenciando a forma como as pessoas convivem e estimulando o ensino. ”

No texto citado pode-se apreciar como o espaço influencia o comportamento, agindo de forma indireta nas relações sociais e interferindo no nível de aprendizagem. A escola funciona então, como um agente onde consegue alterar de forma positiva ou negativa a maneira como as pessoas vivem e convivem entre si.

Este autor também assinala que, do ponto de vista social, podemos dizer que a arquitetura pode promover a interação entre os

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alunos ou diminuí-la com a segregação de espaços, ambientes mal iluminados, sem relação exterior x interior.

A relação social precisa acontecer e o ambiente é o principal fator de influência nesse quesito, seja em espaços de uso em comum como pátios, cantinas ou em salas de aulas.

Em entrevista ao Escolas Exponenciais, Ana Maria Botelho de Lima, pesquisadora em pedagogia (2020, p.1), afirma:

O espaço da escola é mais do que quatro paredes. É clima, espírito de trabalho, produção de aprendizagem, relações sociais de formação de pessoas. O espaço tem que gerar ideias, sentimentos, movimentos no sentido da busca do conhecimento. Tem que despertar interesse em aprender, além de ser alegre, aprazível e confortável.

Partindo desse entendimento, podemos dizer que o aluno que está sadio e confortável no espaço se torna mais ativo na escola, resultando em um nível de aprendizagem maior e mais facilitado, com qualidade de vida e maior interesse em interações sociais.

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2.4 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

As tendências pedagógicas são teorias que visam direcionar o trabalho educacional, orientando o professor, por meio de metodologias que tem por objetivo concretizar o processo de ensino e aprendizagem. (REZENDE; LENARDÃO, 2013)

Sendo divididas em progressistas e liberais, onde a teoria pedagógica liberal considera que a escola possui o papel de preparar os alunos para desempenhar papéis sociais, baseando nas vocação individual de cada indivíduo.

Este tipo de pedagogia não leva em consideração classes sociais, acreditando que não há desigualdade neste sentido. Ainda sobre a pedagogia liberal, ela é dividida em tradicional, renovada, renovada não-diretiva e tecnicista.

Na teoria pedagógica progressista presa pela compreensão da realidade histórico-social, onde assume também um caráter político na educação aplicando a explicação do papel do indivíduo como um ser responsável por sua própria realidade. Esta é dividida em libertadora, libertária e crítico social dos conteúdos. (OLIVEIRA, 2020)

Nesse sentido, a teoria pedagógica Waldorf se enquadra como sendo uma pedagogia liberal, prezando pelo desenvolvimento do indivíduo singular e aplicando a importância do papel social que cada um possui dentro da sociedade.

O motivo da escolha desta pedagogia foi pela sua preocupação no desenvolvimento do indivíduo em si, compreendendo os aspectos emocionais, espirituais, sociais, além de incentivar a construção de uma relação mais estreita de família com escola formando um vínculo importante para os alunos.

Cada dia mais o tema sustentabilidade se mostra de extrema importância para o futuro do planeta. Com isso, o método Waldorf aliado com a arquitetura sustentável promove a formação de indivíduos que façam a diferença num futuro próximo.

A aplicação de uma arquitetura sustentável que promove a importância da criatividade e do aprendizado contribui para a melhor qualidade de vida do aluno, seu desenvolvimento social e psicológico. Sendo nosso papel, como arquitetos, um agente necessário para a sociedade gerando futuros adultos confiantes de si e preocupados com o planeta.

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2.5 TEORIA WALDORF E SUAS CARACTERÍSTICAS

A Teoria Pedagógica Waldorf foi instituída por Rudolf Steiner, foi um filósofo, educador e artista. Também foi fundador da antroposofia, da agricultura biodinâmica e da medicina antroposófica.

De encontro com os ensinamentos de Rudolf Steiner, a teoria Waldorf tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança, respeitando cada fase da vida e contribuindo para que sejam adultos sensíveis, capazes e seguros. (CICHOCKI, 2016)

Segundo esse mesmo autor o desenvolvimento ocorre então com subdivisões chamadas setênios, 2 a 6 anos temos o primeiro setênio, 7 a 14 o segundo setênio e por último dos 14 aos 21 anos o terceiro setênio que concluem a evolução do indivíduo.

Este mesmo autor afirma que, A inserção da criança na educação infantil, acontece sem a interferência de letras ou números, isso para que as habilidades motoras, sentidos e emoções sejam desenvolvidas sem distrações. A prioridade nesta fase é brincar, afirmando o autor de que o brincar deve possibilitar na criança o ato de experimentar, conquistas por si, desenvolver os sentidos e a coordenação motora, para se tornar um adulto desenvolvido em sua amplitude.

As atividades (figura 02) incentivadas são de natureza livre, sempre pendendo para o lado físico, tátil e sensível. Os materiais de brinquedos disponíveis para as crianças são feitos de materiais naturais como bambu, algodão, lã incentivando a criatividade e a fantasia.

Essa linha pedagógica trabalha com duas características

principais onde primeiro são trabalhados os conhecimentos já existentes na criança e depois são inseridos conhecimentos novos. No início, por exemplo, são apresentadas as formas geométricas, presentes em exercícios e jogos no primeiro ano, no segundo ano aulas de tricô e crochê, nos anos posteriores são apresentados as formas mecânica e matematicamente (figura 03). Na jardinagem aprendizagem de plantio e botânica, no jogos fazendo a introdução de arte e artesanato. (WONG, 1987 apud ALVARES, 2010)

Fonte: Escola Micael, 2020.

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Com isso, educação cria um certo ritmo, permitindo que assuntos já vistos apareçam de tempos em tempos. Steiner acreditava na teoria que o ritmo faz parte do processo de evolução, entrando também no âmbito educacional. (STEINER, 2003 apud ALVARES, 2010)

[...] durante a vida escolar de seu educando num processo de sensibilização e interação do mesmo à natureza, enfatizando no cotidiano escolar práticas interdisciplinares que demonstram a interação, a interrelação do mundo, só sujeito como cidadão do mundo e não somente com relação aos processos ecológicos, mas como caminho possibilitador de reflexões críticas acerca do funcionamento das sociedades contemporâneas e de seus problemas ambientais atuais, entre outros. (HUTCHISON, P. 144, 2000 apud ZIEGLER; CAVALCANTE, s/d)

De acordo com Crocetta (2017), as práticas ambientais enfatizam o amadurecimento de hábitos saudáveis, criando uma consciência ecológica desde cedo. Nas refeições são servidos lanches mais naturais possíveis com o auxilio de horta própria, os alunos participam das atividades na cozinha e aulas de culinária. A escola se torna uma extensão do lar, estreitando os laços com a família, realizando atividades junto com os pais. Trabalha-se o lado artístico e físico com aulas de ritmo, violino, circo, teatro, artes marciais.

Fonte: Escola Micael, 2020.

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2.6 O AMBIENTE ESCOLAR E ARQUITETURA ANTROPOSÓFICA (ORGÂNICA)

O termo de arquitetura antroposófica foi idealizada por Rudolf Steiner, assim como a teoria pedagógica de Waldorf. Steiner acreditava que a arquitetura deveria seguir os processos de mudanças e desenvolvimento dos usuários, apresentando características diferentes em cada processo, comparando esse desenvolvimento com a metamorfose. (WONG, 1987 apud ALVARES, 2010)

Os autores afirmam que, nas características apresentadas por essa arquitetura se destacam elementos arquitetônicos e formas naturais, a integração entre função e espaço, ritmo de detalhes arquitetônicos, visuais, cores e relação com a natureza.

Como já apresentado, a teoria pedagógica de Waldorf visa a combinação do emocional, espiritual e corpo físico, o mesmo acontece na arquitetura antroposófica onde o ambiente busca ser uma extensão do corpo. A arquitetura faz a representação dos ciclos existentes no desenvolvimento dos alunos, traz conforto e bem estar além de estabelecer uma relação natural entre o ambiente e o usuário.

2.6.1 Cores

As cores possuem uma simbologia nos princípios da arquitetura orgânica. Segundo Adams (2005), as cores devem se relacionar com as funções exercidas no ambiente, como a intensificação de uma cor de parede em direção à sala de aula ou uma escada.

O autor afirma também que as cores devem acompanhar o desenvolvimento dos alunos, à medida em que amadurecem.

2.6.2 Contato com a natureza

A natureza possui um papel importante neste tipo de arquitetura, contribuindo para o conforto psicoemocional dos usuários (LANZ, 1998 apud OLIVEIRA, 2015). Com a presença de aberturas voltadas para a vegetação, uso de vasos com plantas permitindo a interação entre alunos e natureza. No pátio o uso de chão de areia ou terra, árvores em que as crianças possam subir e realizar atividades. (OLIVEIRA; IMAI, 2015)

2.6.3 Iluminação natural

De acordo com o autor (WONG, 1987 apud OLIVEIRA; IMAI, 2015) a iluminação natural é um importante elemento para a arquitetura antroposófica, podendo acontecer por meio de aberturas zenitais (claraboias, sheds, etc.) e janelas amplas. Essa técnica proporciona a diminuição de uso de luz artificial, bem como a integração de ambientes e colabora para um ambiente mais sadio.

2.6.4 Ritmo

Na arquitetura orgânica observa-se a presença de repetições de elementos arquitetônicos na fachada como aberturas, variações de dimensões e

(23)

formas ritmadas. O ritmo tem a ver com a importância da musicalidade segundo os pensamentos da pedagogia Waldorf, agindo no aspecto emocional e espiritual do indivíduo. (OLIVEIRA; IMAI, 2015)

2.6.5 Flexibilidade do uso de ambientes

A flexibilidade é um fator importante nessa arquitetura, visto que os ambientes flexíveis facilitam a mudança de disposições de carteiras, por exemplo, proporcionando liberdade de movimento. (OLIVEIRA, 2015) Poderemos perceber a flexibilidade de ambientes nos referenciais projetuais estudados nos tópicos (3.1; 3.2) onde as salas de aulas possuem espaços amplos inclusive possibilitanto a integração com as outras turmas (figura 04).

2.6.6 Variação formal dos planos

A variação de formas (figura 05) se deve ao pensamento antroposófico de que ao longo do progresso dos alunos, as mudanças físicas como em planos de piso, paredes ou aberturas, também devem acontecer. O pensamento visa representar a evolução de crescimento dos alunos, progredindo à medida em que avançam as séries escolares. (ADAMS, p. 11, 2005)

2.6.7 Relação entre forma e função do edifício

Cada divisão do edifício deve conter características próprias, como em um organismo vivo, respeitando as necessidades do ambiente e as atividades que nele acontecem, e a faixa etária dos alunos. (STEINER, 1922; MÖSCH, 2009 apud OLIVEIRA; IMAI, 2015) A motivação dessa técnica confere ao edifício originalidade, e estabelece uma setorização dos ambientes. Fonte: Redbridge School

Figura 04 – Uso de ambientes

Fonte: ADAMS, 2005.

(24)

2.6.8 Aconchego

Na educação infantil são trabalhados os “cantos” (figura 06) que são pequenos lugares aconchegantes para os alunos se sentirem protegidos e livres para brincarem como quiserem. Em uma sala de aula por exemplo, temos o espaço dos brinquedos, da casinha ou de descanso, servindo como locais protegidos das crianças. (LANZ, 1998 apud OLIVEIRA; IMAI, 2015)

2.7 SUSTENTABILIDADE

Neste tópico serão apresentadas ações sustentáveis visando a diminuição do impacto no meio ambiente e a economia de recursos energéticos na proposta da Instituição Escolar. Nesse sentido a sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem

comprometer o futuro das próximas gerações, relacionadas ao

desenvolvimento econômico, promoção social e paralelamente a isto preservando o meio ambiente. (Conferência das Nações Unidas para o

.

Ambiente e o Desenvolvimento, 1972; apud CASTRO; CARVALHO; ARAUJO, 2013).

2.7.1 Estratégias de sustentabilidades na escola 2.7.1.1 Bioclimática

A arquitetura bioclimática busca a utilização dos benefícios naturais em favor do conforto humano sem a necessidade do uso de equipamentos principalmente de refrigeração. A percepção das características climáticas locais e sua utilização em favor das soluções arquitetônicas diminuem os impactos normalmente causados. Em busca de um melhor desempenho da construção as técnicas adotadas serão o uso de ventilação cruzada, claraboias e aberturas zenitais, brises, laje verde, sistemas estruturais de baixa energia, desenho funcional do edifício, preservação de vegetações existentes entre outras técnicas que cumpram com o papel de prover uma construção limpa e termicamente confortável. (DO AMOR DIVINO; 2011).

2.7.1.2 Captação e reaproveitamento de água da chuva

Segundo Carlon, (2005 apud COLLA, 2008) o funcionamento de um sistema de coleta e aproveitamento de água pluvial (figura 07) consiste de maneira geral, na captação da água da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificação. A água é conduzida até o local de armazenamento através de calhas, condutores horizontais e verticais, passando por equipamentos de filtragem e descarte de impurezas. Após passar pelo filtro, a água é ...

Fonte: Escola Micael, 2020. Figura 06 – Cantos

(25)

armazenada geralmente em reservatório enterrado (cisterna), e bombeada a um segundo reservatório (elevado), do qual as tubulações específicas de água pluvial irão distribuí-la para o consumo não potável, tais como nos vasos sanitários, máquina de lavar roupas e torneira do jardim. A água da chuva é armazenada separadamente da água da rede de distribuição.

2.7.1.3 Horta, pomar e jardim

A implantação de hortas, pomares e jardins proporcionam a melhoria dos hábitos alimentares, beneficiando a saúde física e mental. A técnica ainda funciona como um instrumento pedagógico na qual forma noções de educação e responsabilidade ambiental, ocupando locais ocioso e promovendo a interação social. (INSTITUTO POLIS, 2017).

.

Para a elaboração da horta, dos pomares e jardins serão formados grupos colaborativos de alunos a fim de realizar a organização, manutenção e cultivos dos mesmos com as atividades de plantio, rega, compostagem e colheita.

2.7.1.4 Coleta seletiva

O processo de reciclagem surgiu para diminuir os impactos causados pelo excesso de lixo produzido pela população, com a coleta seletiva conseguimos reaproveitar materiais para confecção de novos produtos. Como vantagem dessa atividade, temos a diminuição de extração de recursos naturais e de resíduos que necessitam de processos de incineração ou aterro sanitário. (SOUZA, 2015).

A coleta servirá como um agente disciplinador da educação ambiental, ensinando a separação correta do lixo e sua importância para o equilíbrio entre a natureza e os recursos disponíveis aos seres humanos. A proposta da escola contará com um ateliê utilizando os materiais coletados para fabricação de brinquedos.

2.7.1.5 Energia fotovoltaica

O sistema fotovoltaico consiste na captação da radiação solar (figura 08), transformando esta em energia elétrica e devem ser implantados na direção de maior incidência solar (norte). Além de ser uma fonte de matéria prima inesgotável, não emite poluentes e garante economia ao proprietário. (SOUZA, 2016)

Fonte: SindusCon-SP, 2005 apud LAGEMANN, 2012 Figura 07 – Sistema de aproveitamento de água pluvial

(26)

2.7.1.6 Cobertura verde e telha ecológica

A implantação de uma cobertura verde (figura 09) é uma opção sustentável e mais viável comparado aos telhados e lajes tradicionais, dado que além de suprir boa demanda das águas pluviais, proporciona conforto térmico no edifício e oferece uma área de lazer extra. O telhado verde pode também promover um equilíbrio ambiental em ambientes demasiadamente urbanizados, bem como tornar o ar menos poluído com o plantio das vegetações. (NASCIMENTO, 2010 apud HENN & CAGLIARI, 2016).

As telhas ecológicas possuem um ótimo desempenho térmico podendo reduzir em 87% o calor externo em relação a edificação, possui maior resistência e durabilidade comparada as de

...

fibrocimento. Além de ser impermeável, seu acabamento evita a proliferação de limo, mofo e fungos. (SILVA, ZANCHET, BERNARDI, 2015)

2.7.1.7 Aquecimento solar

O sistema de aquecimento solar consiste na captação de irradiação solar e a sua transformação direta em calor podendo ser utilizada para climatização de ambientes, aquecimento de água de uso sanitário. (SOUZA, 2016)

A conversão de calor acontece com a captura dos raios solares pelas placas fotovoltaicas indo para o reservatório térmico onde acontece a sua conversão.

Fonte: GSD Engenharia

Figura 09 – Cobertura verde

Fonte: Portal energia, 2019.

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2.7.1.8 Tratamento do próprio esgoto sanitário

O processo de tratamento por meio da bacia de

evapotranspiração (figura 10) transforma a água não potável (negra) por meio de evaporação, através da decomposição da matéria orgânica e absorção de nutrientes e água pelas raízes das plantas. A água sai, portando, limpa sem a geração de efluentes podendo ser utilizada para descarga dos sanitários. A técnica não causa poluição do solo ou lençol freático. (VIEIRA, 2010)

2.7.1.9 Permacultura

A permacultura é, basicamente, a união de práticas agrícolas tradicionais com ideias atuais (figura 11). De acordo com Soares (1998) A técnica envolve o planejamento, a implantação e a manutenção

conscientes de ecossistemas produtivos que te- a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Ele resulta na integração harmoniosa entre as pessoas e a paisagem, provendo alimentação, energia e habitação, entre outras necessidades materiais e não - materiais, de forma sustentável.

A técnica possui estratégias para um bom design permacultural. Eles incluem a utilização da terra sem desperdício ou poluição, produção de alimentos saudáveis, restauração de paisagens degradadas, mínimo de consumo em energia, integração entre organismos vivos e captação e armazenamento de água. (SOARES, 1998)

Fonte: ECOEFICIENTES

Figura 10 – Bacia de evapotranspiração

Fonte: HOLMGREN, (2013, apud ZENKER, 2015). Figura 11 – Flor da permacultura

(28)

2.7.1.10 Compostagem

A técnica da compostagem é classificada como o processo biológico de decomposição e reciclagem da matérias orgânicas de origem animal ou vegetal formando um composto. O composto orgânico pode ser aplicado em hortas, jardins, e sendo utilizado para adubação de solo melhorando sua qualidade sem agredir o meio ambiente. Este processo evita o uso de fertilizantes no solo, controla sua erosão e ajuda na reutilização de resíduos orgânicos dando-lhes um destino útil. (GODOY, s/d)

A compostagem será utilizada no projeto da escola fazendo o armazenamento de resíduos orgânicos como cascas, restos de alimentos etc., e transformando em composto orgânico (adubo) para a sua utilização na horta, jardim e pomar.

2.7.1.11 Criação de animais

A criação de animais (Figura 12) é uma técnica ligada a pedagogia de Waldorf e também a permacultura, onde se prioriza a produção de alimentos por meios orgânicos. (CROCETTA, 2017) Os animais que serão criados pela escola são gado (produção de leite), galinha (produção de ovos), cachorros, patos e gatos para atividades com crianças sobre cuidado com os animais.

2.7.1.13 Uso de materiais regionais e orgânicos

A proposta da escola/ contará com materiais de origem regional como os blocos ecológicos fabricados em Tubarão. Os tijolos ecológicos são modulares, fabricados pelo processo de hidro cura sem necessidade de queima, e são 4x mais resistentes que tijolos convencionais. Este material possui bom isolamento termo acústico, e os custos nessa construção reduzem em até 40% comparados aos custos em alvenaria convencional. Tem como vantagem ser uma construção que produz menos resíduos sólidos, pois sua estrutura com furos para instalações elétricas e tubulações já são planejadas, evitando a quebra de paredes. (EKSA, 2017)

Outro material natural a ser utilizado é a madeira, sendo introduzida na estruturação de telhado, aberturas, brises e elementos de fachada. A madeira possui características sustentáveis sendo um material renovável, tem bom isolamento térmico, confere redução de resíduos e custos na obra, além de agregar a estética trazendo conforto visual à construção .

fonte: vet quality, 2016.

Figura 12 – Criação de animais

(29)

Neste capítulo serão apresentados os referenciais projetuais, que são projetos com características semelhantes ao deste com o intuito de enriquecer o resultado final deste trabalho. Serão destacadas informações a cerca de forma, implantação, materiais e métodos sustentáveis com análises elaboradas pela autora buscando chegar em resultados ponderáveis à serem utilizados no projeto.

(30)

3.1. ESCOLA REDBRIDGE

3.1.1 Ficha técnica

Localização: Lisboa, Portugal Área: 4564.0m²

Ano: 2018

Arquitetos: ARX Portugal

3.1.2 Apresentação e diretrizes Projetuais

De acordo com o site ARX Portugal Arquitetos (2020), Redbridge é uma nova escola internacional localizada no coração do

...

bairro de Campo de Ourique, em Lisboa. O projeto tinha como objetivo criar uma escola humana e inovadora que promovesse a criatividade dos alunos, com um programa de intercâmbio internacional e buscando desenvolver um local onde as crianças possam se sentir acolhidas e seguras.

As informações deste referencial, foram retiradas do site ARX Portugal, Jon Astbury para Dezeen, Divisare, Soprotaco e outros referenciados aqui.

3.1.3 Implantação e entorno

Segundo os arquitetos do escritório ARX Portugal, o terreno era curto e de forma peculiar – duas frentes opostas de um quarteirão, ligadas por uma faixa estreita em torno de uma casa existente no centro do lote (figura 15). De acordo com o regulamento urbanístico, o edifício norte, na ala mais larga do lote, deveria seguir o alinhamento do quarteirão e limitar-se a 4 pisos, seguindo a escala dos edifícios vizinhos.

Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020. Figura 13 - Planta de localização

Fonte: Fernando Guerra FG+SG, 2020.

Figura 14 - Redbridge School

Terraço pavilhão Sul Pátio externo

Cobertura pavilhão Norte Limite do terreno

Fonte: ARX Portugal, 2018, modificado pela autora, 2020. Figura 15 - Implantação e relação com o entorno, sem escala

(31)

O mesmo se associa diretamente com seu entorno com a construção na extrema do terreno e sem muros. Na zona Sul temos a construção mais isolada do contexto da cidade e imersa no jardim, onde o foco foi preservar as árvores existentes no local. As construções se interligam por um eixo mais estreito do terreno no seu jardim externo, onde as atividades do Pavilhão Sul são realizadas com os alunos das fases iniciais.

Nas fachadas do edifício Norte a relação com o entorno (figura 16) é reduzida a uma faixa central de vidro na entrada principal e as laterais com aberturas em fita ao longo da construção nos pisos superiores. O que proporciona um equilíbrio entre preservar a segurança do alunos e promover a interação com o ambiente externo. O pavilhão Sul já possui uma linguagem mais privativa, cercado por muros e contendo apenas o pavimento térreo e um terraço com deck, onde acontecem atividades de lazer ao ar livre.

3.1.4 Acessos e circulações

A construção possui uma entrada principal em cada pavilhão e duas entradas secundárias de serviços. No pavilhão Norte a entrada acontece diretamente pelo edifício, enquanto no pavilhão Sul a entrada acontece por um portão dando acesso ao pátio externo (figura 17), onde temos o jardim de recreação dos alunos.

Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020. Figura 16 - Entorno imediato

Acesso principal Circ. vertical escada Circ. vertical rampa Acesso serviços Circ. horizontal difusa Circ. vertical deck Acesso pátio Circ. horizontal linear

Legenda

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.

(32)

As circulações horizontais se dão, no Norte por um eixo central e a é circulação linear, já no edifício Sul temos a circulação difusa pois com as salas de aulas dispostas na borda da construção resultando em uma circulação mais livre e corredores curtos. Sobre as circulações verticais, elas acontecem por escadas, elevadores e rampas que levam aos andares superiores onde se encontram as salas de aulas, ginásio e no pavilhão Sul um terraço para recreação e no andar inferior do pavilhão Norte temos acesso ao estacionamento para funcionários. 3.1.5 Usos e zoneamento funcional

A escola apresenta uma linha de separação por usos, começando pelos blocos do pavilhão sul (térreo+terraço) ficam os alunos do jardim de infância com salas de aulas e um pequeno espaço para professores, o pavilhão norte, portanto se encontram todo o sistema administrativo e de serviços da escola separando-se por andares. No térreo encontramos os usos comuns como cantina, pátio externo, recreação, nos 2º e 3º andares ficam as salas de aulas, já no último andar uma sala polivalente com espaço amplo e aberto funcionando para eventos, ginásio, aulas de ginástica e ballet e recreio aberto (figura 18, 19, 20, 21). Serviços Pedagógico Administrativo Lazer / Recreação Circulação 1. Salas de aula 2. Banheiros 3. Depósito 4. Hall de entrada 5. Refeitório 6. Cozinha / Serviços 7. Ginásio / Lazer 8. Sala de Ballet 9. Sala de ginástica 10. Vestiário 11. Pátio externo

12. Sala professores / adm. 13. Vestíbulo

14. Escadas 15. Sala de grupos Zoneamento por usos

Circ. Verti.

Zoneamento Funcional

Fonte: ARX Portugal, 2020 modificado pela autora, 2020.

Figura 18 - Piso térreo com estudo de zoneamento funcional, sem escala. 1 1 1 1 1 5 6 12 4 1 12 13 13 13 13 14 14 3 6 11 11

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Fonte: ARX Portugal, 2020 modificado pela autora, 2020.

Figura 19 - 1º pavimento com estudo de zoneamento funcional, sem escala.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.

Figura 20 - 2º pavimento com estudo de zoneamento funcional, sem escala

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.

Figura 21– 3º pavimento com estudo de zoneamento funcional, sem escala 1 1 1 1 1 1 1 1 15 12 2 2 3 1 1 1 15 1 1 15 12 3 2 2 7 9 8

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3.1.6 Hierarquia espacial

Por se tratar de uma edificação escolar, a partir da entrada do terreno (jardim) os espaços são semi-público, apenas o passeio é público. Sendo áreas como cozinha, área de serviços, estacionamento (subsolo), piso técnico, escadas de serviço, sala de professores e administrativas de cunho privado (figura 22,23).

3.1.7 Volumetria e materialidade

Buscando um material de baixo impacto ambiental e que trouxesse um ar acolhedor ao interior da construção, a equipe ARX Portugal escolheu a madeira como acabamento estrutural. O material proporcionou também maior velocidade no acabamento da obra, o que teve mais um ponto positivo na hora da escolha. Painéis metálicos na cor marrom (Jon Astbury para dezeen, 2020) estão presente nas fachadas externas dos dois edifícios, o que traz unidade apesar de possuírem formas distintas.

Pavilhão Sul – Suas fachadas com formas côncavas (figura 24) , foram o resultado do posicionamento de árvores existentes e algumas introduzidas ao projeto. O formato orgânico se encaixa bem no contexto utilizado pela escola, que promove a sustentabilidade e a boa relação com a natureza.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020. Figura 22 - térreo e 1º pav. Planta de hierarquia espacial.

Figura 23 – 2º e 3º pav. Planta de hierarquia espacial.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020. Público

Semi-público Privado

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Pavilhão Norte – Diferente do pavilhão Sul, este possui um formato retangular com linhas retas apresentando uma fenda vertical na fachada de entrada, com aberturas em janelas em fita e molduras douradas nas esquadrias trazendo destaque a peça (figura 25). Nas laterais a presença da simetria com aberturas em fita novamente, integram o interior das salas de aula com o entorno imediato (figura 26).

3.1.8 Condicionantes físicos / Conforto ambiental / Sustentabilidade

As técnicas aplicadas implicam diretamente no conforto ambiental e na eficiência energética do projeto. As estratégias sustentáveis do projeto tiveram início desde a escolha do sistema estrutural em madeira, sendo menos agressivo a natureza, de melhor desempenho térmico.

Outras estratégias utilizadas foram:

• Utilização de claraboias e poço de luz proporcionando maior incidência de luz solar consequentemente diminuindo o uso de iluminação artificial (figura 27).

• Implantação de vegetações de médio e pequeno porte no jardim, além de manter as árvores existentes contribuindo para o conforto térmico do edifício.

• ... Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020.

Figura 24 – Pavilhão Sul.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020. Figura 25 – Pavilhão Norte, sem escala.

Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020. Figura 26 – Pavilhão Norte.

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• Uso de aberturas estilo janelas trapeiras nos andares superiores do

pavilhão Norte, apresentando aumento na circulação de ar

funcionando como respiradores.

Apesar das técnicas utilizadas encontra-se alguns pontos negativos em relação a sua arquitetura, como as grandes aberturas envidraçadas que não possuem brises ou fechamentos para controlar a incidência solar, sentido sul (figura 28) o que pode causar desconforto térmico. Além disso, o projeto não apresenta outras técnicas como o uso de placas solares ou fotovoltaicas, reuso de água da chuva que poderiam contribuir para economia de energia.

3.1.9 Motivo da escolha

O projeto em questão, chamou atenção pelo seu material estrutural e sua dimensão, além de conseguir trazer todo o programa necessário de uma escola com um terreno desafiador. A equipe conseguiu aproveitar suas características, assim como dimensionar e distribuir o espaço pedagógico e de serviços/administrativo da melhor maneira.

Outro ponto interessante no projeto é a sua fachada, com a mistura de formas geométricas retilíneas e o formato côncavo do pavilhão Sul trouxeram singularidade à construção indo de encontro ao principio apresentado neste trabalho.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020. Figura 28 - Condicionantes físicos, sem escala.

Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020.

(37)

3.2. THE GREEEN SCHOOL 3.2.1 Ficha técnica Localização: Indonésia Área do terreno: 45.000 m² Área construída: 7542 m² Ano: 2007

Arquitetos: IBUKU (PT Bambu)

3.2.2 Apresentação e diretrizes Projetuais

Segundo os idealistas John e Cynthia o objetivo do projeto era incentivar a comunidade a viver de forma sustentável e a utilizar materiais vernaculares trazendo a presença do bambu, material mais utilizado na região. A IBUKU (PT Bambu), empresa de arquitetura

...

especializada no material foi responsável pela estrutura do projeto utilizando-o de forma inovadora e experimental, desde a sua estrutura até o mobiliário. A escola atende desde a educação infantil ao ensino médio, com média de 100 alunos de diversas nacionalidades. De acordo Cristiane Nunes (2015), a linha

pedagógica da Green School tem como base os ensinamentos de Alan

Wagstaff, que sugere o aprendizado de forma integrada com quatro dimensões simultaneamente: emocional/social, espiritual, intelectual e sinestésica.

As informações deste referencial foram retiradas dos site Green School, IBUKU, Sustentarqui e Ciclo Vivo.

3.2.3 Implantação e entorno

A construção se encontra em meio a um campus sustentável, ao lado do rio Ayung, em Sibang Kaja, Bali, dentro de uma vasta floresta com vegetações nativas que crescem ao lado de jardins orgânicos sustentáveis. Fonte: Google maps, 2020.

Figura 29 – Localização

Fonte: Green School – Bali, 2015. Figura 30 – The Green School

Fonte: Google Maps, 2020.

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3.2.4 Usos de zoneamento funcional

Com uma grande área de terreno os edifícios ficam distribuídos (figura 32) em toda sua extensão dividindo o espaço com a mata nativa. O zoneamento do projeto acontece em diferentes construções dentro do campus, algumas delas inclusive replicadas pela popularidade que tiveram, os edifícios da Green School incluem salas de aula, laboratório de informática, academia, dormitórios, escritórios, cozinha, auditório e banheiros.

O edifício central (figura 33), também conhecido como o coração da escola onde acontecem atividades administrativas da Green School, laboratórios e também aulas do ensino médio. A cobertura possui forma de três nautilóides (molusco), com três torres interligadas.

As aulas do jardim de infância e fundamental acontecem no edifício Turtle Room (figura 34, 35) e no edifício exclusivo para a educação infantil. Ambas construções mantem o contato constante com a natureza sem paredes completamente fechadas utilizando o bambu em formas criativas e inspiradoras para os alunos.

Fonte: Youtube / Asia Featured apud Mayra Rosa, 2011. Figura 32 – Implantação, sem escala

Fonte: Youtube / Asia Featured apud Mayra Rosa, 2011. Figura 33 – Planta baixa edifício central, sem escala

(39)

.

O edifício Star Lodge (figura 36) tem o intuito de abrigar visitantes, alunos ou mesmo a equipe da Green School por um curto período. Com o objetivo de maximizar o número de dormitórios o formato da construção resultou em um formato de hexágono podendo acomodar 40 pessoas

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

Figura 34 – b) Edifício educação infantil e a)The Turtle.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

Figura 35 – implantação Edifício educação infantil, sem escala.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Figura 36 – Star Lodge, sem escala.

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A construção conhecida como Cozinha do Aldo (figura 39) serviu como uma introdução prévia ao prédio central do coração da Green School, apresentando os mesmo traços em uma escala menor. Hoje, o prédio abriga a equipe de design da IBUKU. Além dos prédios de caráter pedagógicos, a Green School possui também o Auditório Mepantigan (figura 38) e a Ponte do Milênio (figura 37), obras muito conhecida pela sua arquitetura grandiosa.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Figura 37 – Auditório Mepantigan.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

Figura 38 – Auditório Mepantigan, sem escala.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Figura 39 – Cozinha do Aldo.

(41)

3.2.5 Volume e materialidade

A volumetria das edificações da Green School compõem uma mesma tipologia reproduzindo formatos diversos da natureza como casco de tartaruga, moluscos e estrelas ou a cultura indígena lembrando suas ocas.

O principal material utilizado em suas construções é o bambu em sua estrutura, cobertura, mobiliário, lousas, etc. (figura 40). Complementando e fazendo o fechamento da cobertura e paredes foi usada também a palha.

3.2.6 Conforto ambiental / Condicionantes físicos

Todo o campus da Green School está inserido no meio da mata nativa e para trabalhar essa conexão com a natureza os edifícios da escola não possuem fechamento aumentando a relação exterior x interior. Isto é possível pelo clima local com média anual de 30ºC e umidade relativamente alta.

Além de estreitar a relação dos alunos com a mata vizinha, as aberturas proporcionam ventilação e iluminação natural constantes do interior dos edifícios condicionando um bom conforto ambiental (figura 41).

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Figura 40 – Materialidade.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Figura 41 – Conforto ambiental.

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3.2.7 Sustentabilidade

O campus possui diversas técnicas sustentáveis, sendo elas: estrutura e mobiliários em bambu (material vernacular); refeições feita sobre folha de bananeira; criação de animais; cultivo de produtos orgânicos em horta própria; banheiros secos; sacos de lixo em tecido; painéis fotovoltaicos; micro hidrelétrica; central de gestão de resíduos; estação de compostagem; sistema de filtragem de água; sistema aquaponics (integração da aquicultura, criação de peixes, e a hidroponia, cultivo da plantas sem solo, cultivando ambos em um sistema fechado); transporte coletivo sustentável com o uso de biocombustível (combustível originado a partir do óleo de cozinha); e uso do sabão biológico.

3.2.8 Justificativa de escolha

A Green School permitiu usar de referenciais suas técnicas de sustentabilidade, além de sua arquitetura única com o uso de material vernacular em diferentes formatos criados com muita criatividade e inovação. Com as informações retiradas deste projeto podemos observar o bom resultado que uma arquitetura sustentável proporciona e afirmar que o segmento tende a crescer e se tornar popular e de grande influencia para as próximas gerações e construções futuras.

Fonte: Green School, 2010.

Figura 42 – Atividades externas na Green School

Fonte: Green School, 2010. Figura 44 – Mobiliário

Figura 43 – Placas fotovoltaicas

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3.3. ESCOLA SUSTENTÁVEL 294

3.3.1 Ficha técnica

Localização: Jaureguiberry, Uruguai Área: 270 m²

Ano: 2016

Arquitetos: Michael Reynolds, de Earthship Biotecture e Federico Palermo, de Tagma

3.3.2 Apresentação e diretrizes Projetuais

Segundo a Equipo Editorial, os autores buscaram conjugar a educação tradicional com o respeito ao meio ambiente, o uso responsável dos recursos e o desenvolvimento de relações humanas

Sustentáveis. A Escola 294 é a primeira escola pública sustentável da América Latina e foi projetada sob o método construtivo desenvolvido pelo arquiteto norte americano Michael Reynolds.

As informações deste referencial foram retiradas dos sites Escuela Sustentable, Sustentarqui e Archdaily. Apesar de ser um projeto de menor porte e incompleto em relação aos seus usos, é muito importante pelo seu caráter sustentável e sua semelhança com o tema proposto neste trabalho.

3.3.3 Implantação e entorno

A construção fica localizada parte costeira de Jaureguiberry, no sul do Uruguai, área com vegetação densa e pouco urbanizada (figura 47,48). As beiras de uma rodovia, o acesso para o terreno se dá por uma rua não pavimentada, podendo ser acessada pela rodovia ou pela via lateral.

Fonte: Google maps, 2020.

Figura 48 – Implantação, sem escala. Projeção bloco Limite do terreno

Figura 47 – Relação com o entorno. Fonte: Google maps, 2020.

Figura 45 – Localização.

Fonte: Escuela Sustentable, 2016. Figura 46 – Escola sustentável 294

(44)

3.3.4 Acessos e circulações

Na figura 49, podemos observar três entradas principais da construção por onde acontece a circulação de alunos, e ao lado se dá a entrada de serviços e funcionários da escola. Por ser uma construção de pequeno porte a circulação resulta-se linear, por um corredor principal que dá acesso a todos os cômodos do edifício.

3.3.5 Usos de zoneamento funcional

Conforme observamos na figura a seguir (figura 50), o zoneamento do edifício é simples, tendo apenas o espaço pedagógico com salas de aula e banheiro para os alunos e professores, e a circulação principal. As atividades físicas, horta e lazer acontecem na área externa. Nota-se que, é uma escola de

porte pequeno e seu zoneamento incompleto pois faltam espaços

administrativos e de serviços.

Acesso principal

Acesso serviços Circ. horizontal difusa Acesso pátio Circ. horizontal linear

Legenda Serviços Pedagógico Administrativo Lazer / Recreação Circulação Circ. Verti. Zoneamento Funcional

Fonte: Earthship Biotecture, 2016.

Figura 49 – Acessos e circulações, sem escala.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016.

(45)

3.3.7 Volume e materialidade

O criador Michael Reynolds, desenvolveu um método construtivo em que procuram obter o máximo aproveitamento da energia do sol, da água, do vento e da terra. Com isso, as construções chamadas earthship (embarcações da terra) são feitas com materiais e resíduos reciclados. Segundo Cristiane Nunes (2016), a escola foi construída por aproximadamente 60% de materiais reaproveitados como: 2 mil pneus, 5 mil garrafas de vidros, 2 mil metros quadrados de papelão e 8 mil latinhas de alumínio, e 40% de materiais tradicionais (figura 52). Além dos materiais reciclados a sua estrutura é composta por madeira e vidro em sua fachada.

3.3.6 Hierarquia espacial

Como observamos na figura 51, todas as dependências da escola incluindo o pátio e também o prédio em si, se encaixam como semi-público visto que as salas são acessadas tanto por alunos quantos professores e funcionários.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016. .

Figura 51 – Acessos e circulações, sem escala.

Público Semi-público Privado

Fonte: Lorena Presno, Diego Roche, Lucas Damiani, 2016. Figura 52 – Materialidade.

(46)

Sua fachada apresenta formato retangular e simétrico, misturado a elementos em formatos mais orgânicos (figura 53,54). Os materiais presentes na fachada são madeira em sua estrutura, e vidro em suas aberturas, além de elementos como pilares e uma parede decorada que é feita com o uso de argamassa preenchida com latas de alumínio e garrafas de vidro. Esse sistema construtivo além de ser sustentável e trazer inúmeros benefícios para o meio ambiente, também agrega personalidade e singularidade a construção.

3.3.8 Condicionantes físicos / Conforto ambiental / Sustentabilidade

Como já citado neste trabalho o objetivo principal do projeto era desenvolver o projeto de uma escola 100% sustentável, para isso utilizou-se além de materiais reciclados, recursos autossuficientes no consumo de energia. A escola adota sistema e geração de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos, produção orgânica de alimentos, coleta e reutilização da água da chuva para usos sanitários, pias e irrigação da horta, contando com um sistema de tratamento da água negra com uma fossa séptica também criada com materiais reciclados (figura 55,56).

Fonte: Earthship Biotecture, 2016.

Figura 53 – Volume e materialidade , sem escala.

Figura 54 – Volume e materialidade.

Fonte: Lorena Presno, Diego Roche, Lucas Damiani, 2016.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016. Figura 56 – Corte lateral, sem escala.

Figura 55 – Conforto ambiental e sustentabilidade.

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A escola foi construída buscando uma inércia térmica para evitar o uso de ar condicionados, com isso o edifício é envolto com um espesso muro de contenção (figura 57) feito a base de coberturas preenchidas com areia e pedregulho compactado que contém o talude de areia e terra na parte posterior do edifício.

Além de ajudar na inércia térmica, a contenção permite cobrir o sistema de coleta da água da chuva contendo também tubos que geram a ventilação cruzada do edifício. No inverno, os tubos são fechados e o corredor norte trabalha como uma estufa e ajuda a climatizar as salas de aula.

3.3.9 Motivo da escolha

O projeto da Escola 294 foi escolhido pelo diferencial de ser uma escola 100% sustentável utilizando de recursos naturais para produzir o mínimo de impacto possível ao meio ambiente. Uma arquitetura sensível aos condicionantes físicos, termicamente confortável e sistema autossuficiente serão diretrizes a serem levadas para o partido geral deste trabalho.

Apesar de falta de um programa de necessidades e um sistema pedagógico completo, o projeto apresenta grande referência em sustentabilidade e usos de materiais recicláveis para construção de edifícios.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016, modificado pela autora, 2020. Figura 57 – Condicionantes físicos, sem escala.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016, modificado pela autora, 2020. Figura 58 – Corredor norte.

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A etapa de análise do terreno compreende um estudo da área a ser inserido o projeto, destacando suas potencialidades e problemas a fim de encontrar uma melhor forma de inserção do projeto na cidade e no terreno. Serão apresentadas análises de sistema viário, uso do solo, gabaritos, equipamentos urbanos e condicionantes físicos.

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4.1 PANORAMA GERAL DO MUNICÍPIO

4.1.1 Características gerais e geográficas

O local escolhido para a proposta fica no município e Tubarão, localizado na região Sul catarinense (figura 59), a 144 km da capital Florianópolis. Segundo a Prefeitura Municipal, este município, possui clima subtropical, com temperatura média máxima de 23,6°C e média mínima de 15,5°C.

Suas coordenadas geográficas são Latitude: 28° 28’ 00’’ e longitude: 49° 00’ 25’’. Faz limites territoriais com Gravatal, Capivari de baixo (Norte), Treze de maio, Jaguaruna (Sul), Laguna (Leste), Pedras grandes e São Ludgero (Oeste).

De acordo com os dados publicados pela Prefeitura Municipal em 2019 (dados obtidos através do IBGE), Tubarão possui uma população de 105.448 habitantes, com área territorial de 301,755 km² e densidade populacional 322 hab./km².

Atualmente, além da indústria, comércio e serviços, Tubarão é polo de saúde e de educação. Possuindo a unidade do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) que contribui para qualificar a mão de obra no município. Tubarão também é sede da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul).

Brasil Santa Catarina

Tubarão Figura 59 – Localização da área.

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora (2020). Farol Shopping

Arena Multiuso

Av. Marcolino Martins Cabral Linha férrea

Referências

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