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AVALIAÇÃO CLÍNICA DA EFETIVIDADE DE DOIS SISTEMAS DE CLAREAMENTO DENTAL DE CONSULTÓRIO APÓS 10 MESES – SÉRIE DE CASOS

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AVALIAÇÃO CLÍNICA DA EFETIVIDADE DE DOIS

SISTEMAS DE CLAREAMENTO DENTAL DE

CONSULTÓRIO APÓS 10 MESES – SÉRIE DE CASOS

CLINICAL EVALUATION OF THE EFFECTIVENESS OF TWO WHITENING DENTAL

OFFICE SYSTEMS AFTER 10 MONTHS - CASE SERIES

RYANNY RODRIGUES DE MORAIS LIMA1*, CAMILA HELENA MACHADO DA COSTA2, GYMENNA MARIA TENÓRIOGUÊNES3, WANESSA TOMAZPINTO4, ELIZANDRA SILVA DAPENHA5

1. Aluna do curso de graduação em Odontologia da Universidade Federal de Campina Grande; 2. Professora Doutora do curso de Odontolo-gia da Universidade Federal de Campina Grande;3. Professora Doutora do curso de Odontologia da Universidade Federal de Campina Gran-de;4. Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Campina Grande; 5. Professora Mestre do curso de Odontologia da Universi-dade Federal de Campina Grande.

* Rua Alexandre de Carvalho n° 38- Belo Horizonte, Patos, Paraíba, Brasil. CEP: 58704-240.ryannyrodrigues27@gmail.com Recebido em 12/10/2015. Aceito para publicação em 10/12/2015

RESUMO

A busca por procedimentos odontológicos que visem a me-lhoria da estética, tornou o clareamento dental o tratamento de destaque nos dias atuais. Este estudo teve como objetivo relatar 6 casos de clareamento realizado em consultório, utilizando-se dois agentes clareadores, empregados para cada grupo de 3 pacientes, ambos a base de peróxido de hidrogênio 35% (Pola Office®e Whiteness HP®), e com isso

estabelecer diferenças quanto ao poder de clareamento e estabilidade da cor após 10 meses. Todos os pacientes foram submetidos a três sessões, intercalando uma semana entre as mesmas. A cor foi registrada sempre no início e fim de cada sessão, 12 dias após o término do clareamento e com 10 meses depois, através do método visual pela escala de cores Vitapan Classical (Vita Zahnfabrick, BadSackingen, BW, Alemanha), em ordem de valores para termos de compa-ração. Os dois produtos proporcionaram significativa mu-dança da cor inicial para a final, em média 4,6 para o Pola Office®e 3,3 para Whiteness HP®, como também recidiva

da mesma após 10 meses, em média de 1,0 e 0,3 respecti-vamente. Concluiu-se que os dois sistemas foram efetivos quanto ao poder de clareamento e ambos apresentaram estabilidade da cor em 66,6% dos casos relatados.

PALAVRAS-CHAVE:Clareamento dental, estética, peró-xido de hidrogênio.

ABSTRACT

The search for dental procedures aimed at improving the aes-thetic, became the tooth whitening in the highlight treatment of the current days. This study had as objective reporting 6 cases of bleaching performed at a private office, using two bleaching agents, employees for each group of 3 patients, both the basis of hydrogen peroxide 35% (Pola Office®and Whiteness HP®), and

with that establish the differences with respect to the power of

bleaching and color stability after 10 months. All patients were submitted to three sessions, by barging a week between them. The color was recorded always at the beginning and end of each session; 12 days after the end of the mucociliary clearance and 10 months after, through the visual method by color scale Vit-apan Classical (Vita Zahnfabrick, BadSackingen, BW, Ger-many). In order of values for terms of comparison.Both prod-ucts gave significantly change the initial color to the final, on average 4.6 to 3.3 and to Pola Office®Whiteness HP®, and also

recurrence of the same after 10 months on average 1.0 to 0.3 respectively. It was concluded that the two systems were effec-tive in respect of the power of bleaching and both presented color stability in 66.6% of reported cases.

KEYWORDS: Tooth whitening, aesthetics, hydrogen per-oxide.

1. INTRODUÇÃO

A busca por um sorriso esteticamente perfeito e harmonioso vem se tornando cada vez mais frequente nos dias atuais. É constante a procura pelos serviços odontológicos para tal finalidade, no intuito de pro-porcionar maior bem-estar e aumento da autoestima, sem contar na melhoria das relações pessoais e no comportamento de cada indivíduo perante a sociedade de maneira geral (PASQUALI; BERTAZZO; ANZI-LIERO, 2014).

São várias as alterações que podem comprometer a estética dentária, e uma das mais presentes e visual-mente mais notáveis trata-se da alteração da cor dos dentes. Consideráveis fatores extrínsecos e intrínsecos produzem variadas alterações de cor, que podem ser observadas nos mais diversos indivíduos (ARAÚJO; LIMA; ARAÚJO, 2007). As manchas extrínsecas são provenientes da dieta após a erupção do dente e é

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re-sultado da precipitação de corantes e pigmentos sobre a placa bacteriana que reveste o esmalte, enquanto as intrínsecas podem resultar de fenômenos pré ou pós eruptivos, sejam por causas naturais, fisiológicas, pela ingestão excessiva de algum medicamento ou por traumas dentais que resultam em hemorragia interna (ASCENCIO, 2009).

A maioria dos fatores que causam mudança na co-loração dentária e comprometimento estético não pode ser evitada, surgindo como alternativa o clareamento dental, uma técnica eficaz e pouco invasiva. (BAR-CESSAT, 2007). O procedimento consiste basicamente na aplicação de peróxidos sobre as superfícies dentá-rias em que as macromoléculas responsáveis pela pigmentação são removidas a partir de uma reação oxidativa por meio de difusão (ROLLA, 2010).

Existem duas técnicas de clareamento; a técnica caseira e a de consultório. Para a técnica caseira, ne-cessita-se da moldagem das arcadas superior e inferior para obtenção dos modelos em gesso, e posteriormente confecção da moldeira de silicone. O gel clareador é aplicado e é mantido em contato com os dentes por um determinado tempo, geralmente utilizando-se o peró-xido de carbamida. Apresenta como vantagens ser pouco agressivo aos tecidos, menor custo, menor reci-diva de cor a longo prazo, poucas e rápidas consultas, porém necessita da colaboração do paciente e os re-sultados são mais demorados (MARSON et al., 2006).

Na técnica de consultório, os resultados são mais rápidos que a técnica caseira e mais satisfatórios quando realizado em mais de uma sessão clínica, todo o proces-so é controlado pelo profissional, utilizando-se geral-mente o peróxido de hidrogênio em concentrações mais altas, podendo estar associado ou não a utilização de unidades ativadoras (LUIZZI, 2013). Entretanto, em comparação à técnica caseira o gel clareador é mais agressivo aos tecidos bucais, seu custo é mais elevado, a recidiva da cor é mais rápida a longo prazo e o tempo de consulta clínica é maior, havendo uma regressão da cor por um período mínimo de dois anos (SILVA et al., 2012; AZEVEDO, 2009; MARSON et al.,2006).

Apesar das técnicas de clareamento atuais mostrarem resultados estéticos favoráveis, existe a possibilidade de efeitos biológicos sobre os tecidos dentários devido a toxicidade das substâncias utilizadas para essa finalidade (MURAKAMI, 2007). Segundo a literatura as principais alterações nos tecidos orais causadas pelo clareamento são a irritação gengival, geralmente observada no cla-reamento supervisionado (caseiro) ocasionada pela con-fecção inadequada da moldeira e a sensibilidade dentária após o clareamento (LEONARD, 2000).

Segundo Azevedo (2009) um importante passo na avaliação do tratamento clareador quanto a sua efetivi-dade é a análise da regressão de cor imediatamente após o clareamento ou a longo prazo. Essa regressão é mais

acentuada em pessoas que têm uma dieta rica em subs-tâncias com grande quantidade de corantes, fumantes e que possuem uma higiene oral deficiente. Basting et al. (2007) afirmaram que todo tratamento clareador tem tendência a recidivar, e com isso pode haver necessidade de visita adicional.

Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar atra-vés do relato de casos clínicos, a efetividade e a regres-são de cor de dois sistemas pela técnica de consultório, verificando se existe superioridade de um dos produtos estudados no que diz respeito a efetividade e manuten-ção da cor a longo prazo.

2. RELATO DE CASO

Para a execução dessa série de casos, foram selecio-nados 6 pacientes em boas condições de saúde geral e bucal, com idade entre 18 e 30 anos, possuindo os seis dentes anteriores superiores e pré-molares superiores todos livres de cárie, apresentando coloração do incisivo central superior correspondente a cor A2 da escala de cor Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik, BadSackingem, BW, Alemanha) ou mais escura e que declararam não estar grávida ou amamentando (em caso de participante do gênero feminino).

Os voluntários foram informados sobre os possíveis efeitos adversos do tratamento, a exemplo da sensibili-dade dentária e assinaram o termo de consentimento esclarecido antes do início do tratamento (TCLE). Todos os procedimentos foram realizados na clínica escola de Odontologia da Universidade Federal de Campina Grande.

Quadro 1. Protocolo clínico do Whiteness HP®

Dois agentes clareadores, ambos a base de peróxido de hidrogênio 35% (Pola Office®e Whiteness HP®)

fo-ram empregados para cada grupo de 3 pacientes. Todos os pacientes foram submetidos a três sessões,

interca-Protocolo Whiteness HP®

1. Profilaxia com taça de borracha e pasta de Pedra Pomes (Maquira Dental Products, Maringá, PR, Brasil- Lote 788312)

2 Avaliação da cor com a escala Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik, BadSackingem, BW, Alemanha)

3 Aplicação do dessensibilizante Dessensibilize KF 2% (FGM Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil - Lote: 030912), durante 10 minutos;

4 Proteção dos tecidos moles com a barreira gengival fotopolimerizável Top Dam, (FGM Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil -Lote: 140314) seguindo as recomendações do fabricante;

5 Manipulação do produto Whiteness HP®(FGM Produtos Odontológi-cos, Joinville, SC, Brasil - Lote: 041013), 6 gotas de peróxido de hidrogênio para 2 de espessante. Aplicação do gel clareador na face vestibular dos dentes, o produto foi mantido por 15 minutos, de acordo com as recomendações do fabricante;

6 Aspiração do gel com o auxílio de sugador cirúrgico, limpeza dos dentes com gaze.

7 Realização de mais duas aplicações e ao fim da última aplicação, o gel foi aspirado e os dentes foram lavados e posteriormente polidos com pasta diamantada Diamond AC I (FGM, Joinvile, SC/Brasil - Lote: 170812) e disco de feltro em baixa rotação.

8 Aplicação de flúor neutro (Maquira Dental Products, Maringá, PR, Brasil - Lote: 308414) por 4 minutos.

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lando uma semana entre as mesmas. Para cada sessão, foram seguidos os protocolos recomendados pelos fa-bricantes apresentados nos Quadros 1 e 2.

Quadro 2. Protocolo clínico do Pola Office®

Quadro 3. Registro da cor (Whiteness HP®)

Quadro 4. Registro da cor (Pola Ofice®)

Em todos os pacientes, a cor foi avaliada no início e fim de cada sessão clínica, 12 dias após o término do clareamento e com 10 meses depois. A avaliação foi rea-lizada por dois avaliadores, sempre no mesmo local e sob a mesma iluminação, pelo método visual, através da escala Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik,

BadSackin-gem, BW, Alemanha) organizada em ordem de valores, para termos de comparação, atribuindo-se valores numé-ricos que vão do 1 ao 16 (BONAFÉ, 2013). A cor mais clara corresponde a numeração 1 equivalente a cor B1 na escala, a cor mais escura corresponde a numeração 16 equivalente a cor C4 na escala (Figura 1). Caso ocorres-se divergências entre os avaliadores, os mesmos entra-vam em consentimento a fim de se obter um resultado mais preciso.

Figura 1. Disposição de cores na escala Vitapan Classical.

O registro das cores dos pacientes de acordo com o produto utilizado e a avaliação nos tempos estudados podem ser observados nos quando 3 e 4. Nos 3 pacientes que se fez uso do Whiteness HP®houve diminuição em

média de 3,3 da cor inicial para a final, e após os 10 me-ses essa cor teve regressão de 0,3. Nos 3 pacientes em que se fez uso do Pola Office® houve diminuição em

média de 4,6 da cor inicial para a final, e após o mesmo período de 10 meses a média foi de 1,0 para a regressão. Em ambos os grupos formados por 3 pacientes, apenas 1 não manteve a cor estável.

3. DISCUSSÃO

Um importante passo na avaliação do tratamento clareador quanto a sua efetividade é a análise da regres-são de cor imediatamente após o clareamento ou a longo prazo (AZEVEDO, 2009). No presente estudo foram avaliadas a efetividade e a estabilidade de cor após 10 meses da realização de 6 clareamentos em consultório, utilizando-se o peróxido de hidrogênio 35% em dois sistemas diferentes. Diversos estudos (JOINER,2006; FORNAINI, et al., 2011 BORBOLLATO, 2011) têm demonstrado que essa substância é capaz de penetrar no dente através de porosidades e trincas para então atuar diretamente sobre as moléculas do pigmento. Os casos clínicos relatados forneceram evidência de que o princípio ativo dos géis de clareamento utilizados é de fato responsável pela alteração de cor.

O peróxido de hidrogênio a 35% apresenta efeito clareador quando empregado sem a utilização de fontes de luz (NUNES, et al.,2009), fato confirmado pelo es-tudo dos casos relatados nos quais não houve o emprego da fotoativação dos géis utilizados. Rosário (2009) ava-liou a influência do sistema luminoso LED/Laser apli-cado com peróxido de hidrogênio a 35% e 25% sobre o clareamento dental imediato. Os agentes clareadores

Protocolo Pola Office®

1 Profilaxia com taça de borracha e pasta de pedra po-mes (Maquira Dental Products, Maringá, PR, Brasil- Lote 788312)

2 Avaliação da cor com a escala vita (Vitapan Classi-cal-Vita Zahnfabrik, BadSackingem, BW, Alemanha); 3 Não foi aplicado dessensibilizante, visto que, o fabri-cante não recomenda;

4 Proteção dos tecidos moles com a barreira gengival fotopolimerizável Top Dam (FGM Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil Lote: 140314) seguindo as recomenda-ções do fabricante;

5 Manipulação do produto Pola Office® (SDI Limeted, Bayswater, Vic, Austrália - Lote: 1319772), 6 gotas de pe-róxido de hidrogênio para 1 medida de espessante. Aplicação do gel clareador na face vestibular dos dentes, o produto foi mantido por 8 minutos, de acordo com as recomendações do fabricante;

6 Aspiração do gel com o auxílio de sugador cirúrgico, limpeza dos dentes com gaze.

7 Realização de mais duas aplicações e ao fim da última aplicação, o gel foi aspirado e os dentes foram lavados e posteriormente polidos com pasta diamantada Diamond AC I (FGM, Joinvile, SC/Brasil Lote: 1708120) e disco de feltro em baixa rotação.

8 Aplicação de flúor neutro (Maquira Dental Products, Maringá, PR, Brasil - Lote: 308414por 4 minutos.

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foram aplicados, em 10 voluntários, sendo peróxido de hidrogênio 35% no arco superior e 25% no arco inferior. Estes foram divididos em hemi-arcos. Nos hemi-arcos direitos, o conjunto LED/LASER foi aplicado 3 vezes durante 1 minuto cada uma, intercaladas com intervalos de 1 minuto sem irradiação luminosa. Após, 4 minutos de repouso, o gel foi substituído e o protocolo citado repetido por mais 2 vezes, totalizando 30 minutos, dos quais 9 irradiados. Nos hemi-arcos esquerdos o gel cla-reador não sofreu nenhuma irradiação luminosa, prote-gido por uma placa divisora de arcadas durante a irradi-ação dos hemiarcos direitos, permanecendo pelo mesmo tempo que nos hemi-arcos direitos. Observou-se após 7 dias, que não houve diferença perceptível do grau de clareamento entre os hemi-arcos direitos e esquerdos em ambas concentrações de gel clareador (25% e 35%).

Fonseca (2011), realizou um estudo baseado em um ensaio clínico de boca dividida, onde 20 voluntários fo-ram submetidos à uma sessão clínica de clareamento dental em consultório, com a finalidade de comparar as mudanças de cores obtidas com o uso do peroxido de hidrogênio a 35% com e sem auxílio de ativação por LED/Laser. As cores foram obtidas por meio de escala de cores e por espectrofotômetro na consulta inicial, após profilaxia dentária, com duas semanas, 1 mês e 6 meses após o clareamento. Concluiu-se que o clarea-mento de dentes por meio da técnica de consultório com peróxido de hidrogênio a 35% não mostrou resultados diferentes com o uso do laser como fonte auxiliar de ativação.

No presente estudo, um dos géis clareadores foi aplicado por um tempo inferior (24 minutos por sessão) quando comparado ao outro produto (45 minutos por sessão), o que não interferiu no resultado final, visto que propiciou o mesmo grau de clareamento conseguido pelo outro produto. Os dois apresentavam a mesma concen-tração contrapondo-se, parcialmente, a alguns estudos (MATIS et al.,2007; CONTENTE et al., 2008; SI-QUEIRA et al.,2011) que relatam, quanto menor o tem-po de permanência do gel clareador com a superfície dentária, menor será o efeito clareador alcançado e mais rápida sua recidiva a longo prazo. Quando avaliada a regressão de cor, foi observado que o gel utilizado por um menor tempo teve uma média de regressão maior (1,0 ponto) em relação ao outro produto (0,3 ponto). No entanto, sugere-se que tempos maiores sejam estudados em maior número de pacientes para verificar esse efeito.

Regressões de cor podem ser observadas em clarea-mentos realizados em consultório; embora sejam utili-zados géis com altas concentrações, estes tendem a ficar por um menor tempo em contato com a superfície dental, o que poderia contribuir para que ocorra a mudança de cor, mas não de forma que esta seja estável a longo pra-zo (SIQUEIRA et al., 2011). Rolla (2010), em seu estudo in vivo, avaliou a efetividade do clareamento através da

técnica em consultório utilizando diferentes tempos e protocolos de aplicação de um gel clareador à base de peroxido de hidrogênio a 38%. Para isso foram selecio-nados 60 pacientes divididos em três grupos, sendo cada uma das hemi-arcadas submetidas a um protocolo dife-rente de aplicação do gel. Foram feitas aplicações de 45 minutos com trocas de 15 minutos, como também apli-cações contínuas de 20, 30 e 45 minutos. A cor foi avaliada inicialmente e também após a 1ª e 2ª semanas, 1 mês e 6 meses do tratamento clareador. Em seis meses houve diminuição do clareamento dos dentes para todos os tempos de aplicação do peróxido de hidrogênio.

De acordo com Siqueira et al., (2011) a técnica do clareamento dental associado, pode garantir maior lon-gevidade da cor. Estes autores avaliaram a efetividade do clareamento em consultório, realizado em duas sessões, intercalado com o clareamento caseiro durante duas se-manas. A estabilidade da cor foi avaliada com 1 mês e 6 meses da finalização do caso. Após 6 meses, a cor per-maneceu estável, observando a tonalidade dos dentes ligeiramente mais escura que B1.

A avaliação do efeito clareador integra uma das di-vergências nas pesquisas sobre clareamento. De acordo com critérios da ADA (American Dental Association) em 2000, a eficácia do clareamento dental pode ser ava-liada por dois métodos: instrumentos de medida da cor (colorímetros ou espectofotômetros) e escalas de cor referenciais. Nos casos apresentados a análise de cor foi realizada pelo método visual através da escala Vitapan Classical, sendo este o mais predominante entre os ci-rurgiões-dentistas, por ser rápido, prático e eficaz (RI-BEIRO, 2011). Alguns autores (CARVALHO; ROBAZA; LAGE MARQUES, 2002) enfatizam que embora a aná-lise espectrofotométrica apresente-se como uma tecno-logia mais precisa no que diz respeito às variações das alterações de cor, a utilização da escala visual ainda é o melhor recurso clínico quando associado a habilidade e a percepção individual de cada profissional.

Segundo a literatura, a dieta também é um fator im-portante para a longevidade do clareamento. A ingestão constante de alimentos pigmentados como café, chá, sucos, vinho e bebidas ácidas podem propiciar o man-chamento ou descoloração da superfície do dente clare-ado, tornando-o mais poroso e rugoso superficialmente após o tratamento (TEO et al.,2010; TRUIZ,2012). Nes-se estudo os pacientes foram devidamente orientados sobre a não ingestão de alimentos pigmentados durante o procedimento clareador e após 10 meses os mesmos fo-ram questionados quanto a presença desses na dieta e sua frequência de ingestão. Os pacientes relataram não ingerir nenhum destes alimentos durante o período de clareamento, mas posteriormente ao mesmo todos fize-ram o uso de substâncias que altefize-ram a coloração dos dentes. No entanto, isto não foi um fator relevante neste estudo, visto que 4 dos 6 clareamentos apresentaram

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estabilidade da cor.

4. CONCLUSÃO

Os 6 clareamentos realizados com os dois sistemas foram efetivos e 4 destes permaneceram estáveis após o período de 10 meses, podendo-se afirmar não existir diferenças entre os dois sistemas estudados no que diz respeito ao poder de clareamento e a manutenção da cor a longo prazo.

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Figura 1. Disposição de cores na escala Vitapan Classical.

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