• Nenhum resultado encontrado

Implementação de uma rede de parques infantis acessíveis na cidade de Vila Real

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Implementação de uma rede de parques infantis acessíveis na cidade de Vila Real"

Copied!
101
0
0

Texto

(1)

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Implementação de uma rede de Parques Infantis acessíveis

na cidade de Vila Real

Dissertação de Mestrado em Engenharia de Reabilitação e

Acessibilidade Humanas

Candidato: Tânia Andreia Rebelo Cardoso Orientador: Eng. Ricardo Bento

Coorientador: Luís Ramos

(2)
(3)

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Implementação de uma rede de Parques Infantis acessíveis

na cidade de Vila Real

Dissertação de Mestrado em Engenharia de Reabilitação e

Acessibilidade Humanas

Candidato: Tânia Andreia Rebelo Cardoso Orientador: Eng. Ricardo Bento

Coorientador: Luís Ramos

Composição do Júri:

_____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________

(4)
(5)
(6)
(7)

Resumo

As crianças com deficiência enfrentam muitos desafios que afectam as suas futuras relações interpessoais e saúde emocional.

Os parques infantis são locais de interacção das crianças, mas muitas vezes exigem que as crianças com deficiência fiquem à margem.

Para avaliar os parques infantis existentes e determinar a melhor forma de abordá-los foi realizada pesquisa e revisão bibliográfica.

Foram avaliados os parques infantis existentes quanto à segurança, acessibilidade e usabilidade dos equipamentos.

Com a pesquisa conclui-se que os baloiços e as estruturas que facilitam a interacção social, são os mais utilizados pelas crianças. Além destes dados e segundo pesquisa bibliográfica é importante referir que existem estruturas, como por exemplo vigas de equilíbrio, que podem ser integradas nos parques infantis trazendo benefícios terapêuticos para as crianças com deficiência.

Através do movimento a criança aumentam o seu mundo de conhecimento e de experimentação desenvolvendo assim a sua independência.

A avaliação dos parques infantis mostrou grande deficiência em matéria de superfície de impacto, o tipo de acesso ao parque, nível de dificuldade de acesso aos equipamentos, actividades lúdicas, actividades intelectuais e actividades de estimulação sensorial.

Os resultados foram utilizados para conceber a apresentação de um projecto para uma rede de parques infantis universais na cidade de Vila Real, que pode ser utilizado por qualquer tipo de criança independentemente da sua dificuldade.

Palavras-chave: acessibilidade, usabilidade, mobilidade, deficiência, segurança, parque infantil.

(8)
(9)

“ Implementation of a network playground accessible

in Vila Real city.”

Abstract

Children with disabilities face many challenges that affect their future interpersonal relationships and emotional health.

Playgrounds are places of interaction for children but often require that children with disabilities remain aside.

To evaluate existing playgrounds and determine how best to approach them, research and literature review was performed.

Existing playgrounds were evaluated for safety, accessibility and usability of equipment.

Through research it is concluded that the swings and the structures that facilitate social interaction, are most often used by children. In addition to these data and according to literature is important to note that there are structures, such as balance beams, which can be integrated into playgrounds bringing therapeutic benefits for children with disabilities.

By the act of movement, the child increases their knowledge and experimentation world, developing their independence in the process.

The evaluation of playgrounds showed great weakness in the following features: the impact surface, the type of access to the park, the difficulty level of access to equipment, leisure activities, intellectual activities and sensory stimulation activities.

The results were used to design the presentation of a project for a network of universal playgrounds in the city of Vila Real, which can be used for any child regardless of its difficulty.

(10)
(11)

Agradecimentos

Aos meus orientadores, Eng. Ricardo Bento e Eng. Luís Ramos, agradeço toda a disponibilidade apresentada em todos os momentos, toda a partilha de conhecimentos que tornaram possível a realização deste projecto e me permitiram aprender mais neste âmbito.

Aos meus Pais pelo seu apoio permanente, por me ajudarem na realização desta Dissertação, a eles devo o meu ingresso neste Mestrado.

Ao Ricardo Mendes que me apoiou e me incentivou na realização deste trabalho, estando a meu lado em todos os momentos.

À minha família em geral que sempre está presente quando preciso.

E a todos os amigos que de algum modo me acompanharam ao longo deste percurso académico e que irão acompanhar-me o resto da vida.

(12)
(13)

Índice

Resumo ... vii Abstract ... ix Agradecimentos ... xi Abreviaturas ... 18 Capítulo I - Introdução ... 19 1.1. Enquadramento do trabalho ... 19 1.2. Problemática ... 24 1.3. Metodologia ... 25 1.4. Estrutura da dissertação ... 26

Capítulo II – Parque Infantil Acessível ... 27

2.1. Importância do brincar no desenvolvimento da criança ... 27

2.2. Importância do Parque Infantil ... 29

2.3. Tipologias dos Parques Infantis ... 31

2.4. Estado de Arte ... 35

2.5. Requisitos Técnicos dos Parques Infantis Acessíveis ... 44

Capitulo III – Estudo de Caso ... 52

3.1. Área de Estudo ... 52

3.1.1. Identificação da Área de Estudo ... 53

3.1.2. Georreferenciação dos Parques Infantis existentes em Vila Real ... 54

3.1.3. Georreferenciação da Procura ... 55

3.1.4. Selecção da rede de Parques Infantis ... 57

3.2. Diagnóstico ... 60

3.2.1. Levantamento da acessibilidade no acesso e interior dos Parques Infantis da cidade de Vila Real ………..60

3.2.2. Análise da Acessibilidade e usabilidade dos equipamentos dos Parques Infantis da cidade de Vila Real por crianças com deficiência ... 63

3.2.2.1. Acessibilidade dos Equipamentos ... 63

3.2.2.2. Usabilidade dos equipamentos ... 67

Capítulo IV – Análise dos resultados e Propostas de Correcção ... 70

4.1. Análise dos levantamentos de acessibilidade e usabilidade e respectivas propostas de melhoramento ... 70

(14)

5.1. Considerações finais ... 97

5.2. Trabalhos Futuros ... 98

Bibliografia... 99

Legislação aplicável ... 100

(15)

Índice de Ilustração:

Ilustração 1 - Parque infantil tradicional ... 32

Ilustração 2 - Parque infantil contemporâneo ... 33

Ilustração 3 - Parque infantil aventura ... 33

Ilustração 4 - Parque infantil baseado na natureza ... 34

Ilustração 5 - Playground for All Children ... 35

Ilustração 6 - Beech Acres Park ... 37

Ilustração 7 - Parque de Ibirapeura / Brinquedão... 38

Ilustração 8 - Aidan’s Place... 42

Ilustração 9 - Vila Real ... 52

Ilustração 10 - Freguesias Vila Real ... 53

Ilustração 11 - Georreferenciação Parques Infantis... 54

Ilustração 12 - Gráfico de barras população residente com dificuldade ... 55

Ilustração 13- Gráfico de barras deficiência por grupo etário ... 56

Ilustração 14 - Freguesias e subsecções ... 57

Ilustração 15 - Área de influência dos parques infantis 1km ... 58

Ilustração 16 - Área de resposta parques infantis em estudo 1km... 59

Ilustração 17- Componentes parques infantis... 63

Ilustração 18 - Rotas acessíveis ... 64

Ilustração 19 – Corrimãos ... 64

Ilustração 20 - Plataformas de transferência ... 65

Ilustração 21- Escorrega acessível ... 68

Ilustração 22 - Protecção contra quedas ... 68

Ilustração 23 - Baloiço ... 68

Ilustração 24 - Gangorras ... 69

Ilustração 25 - Baloiço para todos ... 92

Ilustração 26 - Baloiço para cadeira de rodas... 92

Ilustração 27 - Brinquedos de molas ... 93

Ilustração 28 - Escorrega para todos ... 93

Ilustração 29 - Painel táctil/ Suporte com sinos/ instrumento/equipamento de estimulação visual e auditiva ... 94

Ilustração 30 - Parque infantil acessível ... 95

(16)

Índice de Tabelas:

Tabela 1- superfície de impacto ... 46

Tabela 2- Requisitos Parques Infantis ... 48

Tabela 3 - Taxa de deficiência ... 56

Tabela 4 - Nível de acessibilidade ... 60

Tabela 5 - Avaliação dos Parques infantis ... 61

Tabela 6 - Avaliação acessibilidade de equipamentos ... 66

Tabela 7 - Usabilidade dos equipamentos ... 67

Tabela 8 – Estacionamento reservado a pessoas com mobilidade condicionada Parque infantil da estação ... 70

Tabela 9– Acesso Parque infantil da Estação ... 71

Tabela 10 - Vedação Parques infantil da Estação ... 71

Tabela 11 – informação Parque infantil da Estação ... 72

Tabela 12 - Circulação interna pedonal do Parque infantil da Estação ... 72

Tabela 13 – Mobiliário urbano do Parque infantil Estação ... 73

Tabela 14 - Superfície de impacte ... 73

Tabela 15 - Acesso ao escorrega do Parque Infantil da Estação ... 74

Tabela 16 - Usabilidade do escorrega do Parque Infantil da Estação ... 74

Tabela 17 - Usabilidade do baloiço do Parque Infantil da Estação ... 75

Tabela 18 - Usabilidade da gangorra do Parque Infantil da Estação ... 75

Tabela 19 - Usabilidade de elementos rotativos do Parque Infantil da Estação ... 76

Tabela 20 - Acesso ao Parque infantil do Parque Corgo ... 76

Tabela 21 - Vedação do parque infantil do Parque Corgo ... 77

Tabela 22 – Informação útil Parque Infantil do Parque Corgo ... 77

Tabela 23 - Circulação interna pedonal do Parque infantil do Parque Corgo ... 77

Tabela 24 – Localização do mobiliário urbano no Parque infantil do Parque Corgo ... 78

Tabela 25 – Superfície de impacte Parque infantil Parque Corgo ... 78

Tabela 26 - Acesso ao escorrega do Parque Infantil Parque Corgo ... 78

Tabela 27 - Usabilidade do escorrega do Parque Infantil do Parque Corgo... 79

Tabela 28 - Usabilidade do baloiço do Parque Infantil Parque Corgo ... 80

Tabela 29 - Usabilidade da Gangorra do Parque Infantil do Parque Corgo ... 80

Tabela 30 - Usabilidade da elementos rotativos do Parque infantil Parque Corgo ... 81

Tabela 31 – Acesso ao Parque infantil da escola Jean Piaget ... 81

Tabela 32 - Vedação do Parque infantil da escola Jean Piaget ... 82

Tabela 33 – Informação útil no Parque infantil da escola Jean Piaget ... 82

Tabela 34 - Circulação interna pedonal do Parque infantil Jean Piaget ... 82

Tabela 35 - Colocação do mobiliário urbano do Parque infantil da escola Jean Piaget ... 83

Tabela 36 - Superfície de impacte do Parque infantil da escola Jean Piaget ... 83

Tabela 37 - Acesso aos escorregas do parque infantil da escola Jean Piaget ... 83

Tabela 38 - Usabilidade do escorregas do parque infantil da escola Jean Piaget ... 84

Tabela 39 - Estacionamento para pessoas com deficiência Parque infantil “Mundo da criança” ... 85

(17)

Tabela 41 – Vedação do Parque infantil “Mundo da criança” ... 86

Tabela 42 - Informação útil no Parque infantil "Mundo da criança" ... 86

Tabela 43 - Circulação interna pedonal do parque infantil "Mundo da criança" ... 87

Tabela 44 - Mobiliário urbano parque infantil "Mundo da criança" ... 87

Tabela 45 – Superfície de impacte do Parque infantil "Mundo da criança" ... 87

Tabela 46 – Acesso aos escorrega Parque infantil "Mundo da criança" ... 88

Tabela 47 – Usabilidade do escorrega Parque infantil "Mundo da criança" ... 88

Tabela 48 - Usabilidade do baloiço Parque infantil "Mundo da criança" ... 89

Tabela 49 - Usabilidade da gangorra Parque infantil "Mundo da criança" ... 89

(18)

Abreviaturas

ADA - Ameticans with Disabilities Act IPA - International Play Association

ASTM - American Society for Testing and Materials

(19)

Capítulo I - Introdução

1.1.

Enquadramento do trabalho

No mundo actual a luta contra a exclusão social está cada vez mais presente e com isso a melhoria das condições de acessibilidade para todos vão-se tornando mais evidentes, chegando assim, à inclusão. A ideia de inclusão fundamenta-se numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade, na vida em sociedade. Com isto, inclusão social é oferecer a todos a oportunidade de acesso a bens e serviços.

Um dos problemas da inclusão encontra-se nas crianças com necessidade especiais, são sem dúvida o subconjunto da população mais afectado pela não-inclusão, uma vez que o mundo é muitas vezes o “mundo não-deficiente”.

Para que esse “mundo não-deficiente” se torne num ambiente acessível é necessário que as crianças com deficiência, em contacto com esse meio, se sintam com segurança, confiança, conforto ou simplesmente se sintam felizes. Sentimentos esses que são assegurados pela acessibilidade e pelo design universal. A acessibilidade deve estar presente nas edificações, no meio urbano, nos transportes, na comunicação/informação e nas suas mútuas interacções, conforme exigência constitucional.

Quando se pretende efectuar uma pesquisa no catálogo de qualquer boa biblioteca e introduz o termo “Acessibilidade” no campo de procura, advém uma resposta que se pode classificar de surpreendente. A consulta fornece referências inseridas em áreas de conhecimento tão distintas como biologia, sociologia, psicologia, engenharia mecânica, medicina, informática, química, ciências políticas, ciências de comunicação e física entre outras. Neste projecto apresento como definição concreta de “Acessibilidade” aquela que se encontra no site “Acessibilidade.net”

“A Acessibilidade consiste na facilidade de acesso e de uso de ambientes, produtos e serviços por qualquer pessoa e em diferentes contextos. Envolve o Design Inclusivo,

oferta de um leque variado de produtos e serviços que cubram as necessidades de diferentes populações (incluindo produtos e serviços de apoio), adaptação, meios alternativos de informação, comunicação, mobilidade e manipulação (Godinho, 2010).

(20)

Com isto pode-se afirmar que objectivo da acessibilidade é permitir o ganho de autonomia e de mobilidade a uma gama maior de pessoas, para que usufruam dos espaços com mais segurança, confiança e comodidade. Desta forma obtém-se ambientes que atendam às propostas do design universal.

Por outro lado, o Design Universal visa a concepção de objectos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados a ser utilizados pela generalidade das pessoas, sem recurso a projectos adaptados ou especializados e o seu objectivo é o de simplificar a vida de todos, qualquer que seja a idade, estatura ou capacidade, tornando os produtos, estruturas, a comunicação/informação e o meio edificado utilizáveis pelo maior número de pessoas possível, para que todas as pessoas e não só as que têm necessidades especiais, mesmo que temporárias, possam integrar-se totalmente numa sociedade inclusiva.

A realização de um projecto em Design Universal obedece a 7 princípios básicos:

 Utilização equitativa: pode ser utilizado por qualquer utilizador;

 Flexibilidade de utilização: engloba uma gama extensa de preferências e capacidades individuais;

 Utilização simples e intuitiva: fácil de compreender, independentemente da experiência do utilizador, dos seus conhecimentos, aptidões linguísticas ou nível de concentração;

 Informação perceptível: fornece eficazmente ao utilizador a informação necessária, qualquer que sejam as condições ambientais/físicas existentes ou as capacidades sensoriais do utilizador;

 Tolerância ao erro: minimizar riscos e consequências negativas decorrentes de acções acidentais ou involuntárias;

 Esforço físico mínimo: pode ser utilizado de forma eficaz e confortável com um mínimo de fadiga;

 Dimensão e espaço de abordagem e de utilização: espaço e dimensão

adequada para a abordagem, manuseamento e utilização,

independentemente da estatura, mobilidade ou postura do utilizador. Assim o design universal assume-se como instrumento privilegiado para a concretização da acessibilidade e, por extensão, de promoção da inclusão social.

Uma das actividades mais importante para a infância é jogar, mas esta actividade é aquela em que as crianças com necessidades especiais não são capazes de participar, pelo menos não nos Parques Infantis existentes.

(21)

Actualmente existe um grande investimento na construção de espaços de lazer infantis, uma vez que se tornou essencial nas cidades de hoje em dia.

Nesse grupo de espaços de lazer infantis encontram-se os Parques Infantis. Parque infantil é uma área de recreação geralmente ao ar livre, dedicada especialmente às crianças e pré-adolescentes, este é planeado para proporcionar entretenimento e estimular a actividade física. Têm o dever de permitir o acesso e o uso em segurança por parte de todas as crianças, independentemente das suas condições físicas ou psicológicas.

O acesso a estás áreas está muitas vezes condicionado por diversas barreiras ou obstáculos que limitam a mobilidade pedonal.

Estas barreiras à mobilidade pedonal podem ser divididas em duas categorias:

 As barreiras estruturais podem ser: naturais se estiverem relacionadas com a topografia do terreno (declives acentuados, desfiladeiros) ou com a presença de rios ou lagos; ou artificiais se consistirem em grandes estruturas viárias, grandes construções, grandes enclaves, zonas restritas, áreas vazias ou áreas verdes, ou limites físicos ou visuais, tais como muros, vedações, etc.;

 As barreiras não estruturais estão relacionadas com o nível de conforto ambiental, com o nível de conforto da própria estrutura urbana (estado do pavimento, existência ou não de determinados elementos ou obstáculos) e com o sentimento de segurança do espaço (visibilidade do espaço a percorrer, sinais de vandalismo, estado de conservação da envolvente).

Segundo o uso dos equipamentos em segurança é importante referir o conceito de Usabilidade. Este termo é usado para definir a facilidade com que as pessoas podem utilizar uma ferramenta ou objecto a fim de realizar uma tarefa específica e importante. A usabilidade pode também referir-se aos métodos de medição da usabilidade e ao estudo dos princípios por trás da eficiência percebida de um objecto.

Para Jordan (1998), os princípios para melhorar a usabilidade dos produtos são:

 Consistência: operações semelhantes devem ser realizadas de forma semelhante.

(22)

 Capacidade: devem ser respeitadas as capacidades individuais do usuário para cada função.

 Feedback: os produtos devem dar um feedback aos usuários quanto aos resultados de sua acção.

 Prevenção e correcção de erros: os produtos devem impedir procedimentos errados e, caso ocorram, devem permitir correcção fácil e rápida. • Controle: ampliar o controlo que o usuário tem sobre as acções desempenhadas por determinado produto.

 Evidência: o produto deve indicar claramente sua função e modo de operação.

 Funcionalidade e informação: o produto deve ser acessível e de uso fácil.

 Transferência de tecnologia: deve ser feito o uso apropriado de tecnologias desenvolvidas em outros contextos para realçar a usabilidade do produto.

 Clareza: funcionalidade e método de operação devem ser explícitos. Já Norman (1998) define quatro princípios de design para a inteligibilidade e usabilidade de produtos:

 Prover um bom modelo conceptual: sem um bom modelo, opera-se às cegas.

 Visibilidade: é importante manter informações visíveis ao maior número de indivíduos possível, incluindo deficientes visuais, sem que se precise recorrer a outras fontes para conhecer determinada informação.

 Mapeamento: os produtos devem utilizar modelos mentais conhecidos, sejam naturais ou culturais, facilitando a com- preensão e uso.

 Feedback: é o retorno ao usuário sobre alguma acção que tenha sido executada.

Para que estas crianças possam usufruir destes Parques Infantis é necessário ter em atenção todo o tipo de dificuldades presentes nos Parques actuais que impeçam a sua utilização.

Segundo dados dos Censos 2001 disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal, 6,1% da população residente tinha algum tipo de deficiência, sendo que segundo a análise por estrutura etária a população com menos de 16 anos com deficiência era de 2,2%.

(23)

Números significativos quando estamos perante um período de crise onde o risco de exclusão social é elevado, se pretendemos incluir estas pessoas na sociedade é necessário começarmos pelos patamares mais baixos, isto é, começar a permitir a inclusão de todos desde a sua infância.

Segundo Katz L. (1995):

“Quanto mais novo é o aprendiz, maior ênfase deverá ser colocada na aprendizagem de predisposições e em sentimentos desejáveis, de modo a que predisposições e sentimentos saudáveis estejam bem estabelecidos nos primeiros cinco ou seis anos de vida.”

Com isto, a estimulação desde criança em ambientes de aventura, como são os Parques Infantis, e a possibilidade de brincar em conjunto com outras crianças é benéfico para o seu desenvolvimento e inclusão social futura.

A conquista da autonomia e da independência é uma das características da cidadania e parte desse processo tem relação directa com o bem-estar do indivíduo no meio em que ele vive.

Assim chegamos ao problema que deve ser corrigido: a integração das crianças com e sem deficiência nas configurações do jogo do parque infantil e incluir todas as crianças na actividade de jogo.

Para isso, a utilização do Ameticans with Disabilities Act (ADA), torna-se importante uma vez que nos EUA a necessidade de correcção da integração das pessoas com deficientes está mais desenvolvida do que em Portugal. O ADA é uma lei abrangente de direitos civis que proíbe a discriminação com base na deficiência. As directrizes da área de jogo são um complemento para o ADA.

Com base no ADA e devido a sua necessidade é criado um guia baseado nos Parques infantis. O guia Accessible Play Areas apresenta cada passo do processo de planeamento de Parques infantis universais, disponibilizando requisitos mínimos de acessibilidade para áreas de lazer e fornece especificações para os equipamentos da área de jogo.

(24)

1.2.

Problemática

Algumas pesquisas recentes sobre Parques Infantis acessíveis parecem apontar que a acessibilidade e usabilidade direccionado para os Parques infantis não é a necessária para responder a todos utilizadores.

Contudo, alguns desses parques respondem ao Decreto-Lei n.º 119/2009 de 19 de Maio1 relativo aos Espaços de recreação e lazer, mas isso poderá não ser suficiente.

A partir desta nova perspectiva de Parques infantis acessíveis pretendeu-se levantar as lacunas que precisam ser corrigidas a fim de se ter um maior conhecimento dos esforços a desenvolver neste âmbito.

Segundo isto, a problemática desta dissertação é apoiada em:

É a legislação portuguesa suficientemente adequada as exigências que um parque infantil acessível coloca?

Quais os aspectos da lei que podem ser alterados para melhoras a acessibilidade e usabilidade dos Parques Infantis?

Quais são as dimensões e os critérios pertinentes que devem ser utilizados para avaliar a acessibilidade e usabilidade dos Parques Infantis acessíveis?

É possível desenhar soluções pertinentes que permitam melhorar os Parques Infantis actuais?

O objectivo desta dissertação é avaliar o grau de acessibilidade e usabilidade dos Parques Infantis na óptica das crianças com deficiência e definir soluções de adaptação para os tornar acessíveis.

Para isso é necessário analisar:

o Acessibilidade do exterior e interior dos Parques Infantis: o Usabilidade dos equipamentos dos Parques Infantis.

Com os pontos anteriores torna-se possível propor as melhorias necessárias de modo a planear e apresentar uma rede de parques infantis universalmente acessível, que sejam possíveis de utilizar por crianças com diferentes necessidades especiais.

1

O Decreto-Lei n.º 119/2009 de 19 de Maio que aprovou o Regulamento que estabelece condições de segurança a observar na localização, implantação, concepção e organização funcional dos espaços de jogo e recreio, respectivo equipamento e superfícies de impacto

(25)

1.3.

Metodologia

A primeira parte deste trabalho centra-se na revisão bibliográfica, na busca de normas, critérios e boas praticas para que os Parques Infantis sejam mais usáveis.

Com base na revisão bibliográfica elaborou-se uma grelha de avaliação de acessibilidade e usabilidade. Esta tabela inclui os critérios da legislação nacional, bem como um conjunto de critérios complementares, nomeadamente do Guia Accessible Play Areas. A tabela será utilizada na cidade de Vila Real.

Para seleccionar a área de estudo é escolhido um grupo de Parques Infantis de modo que servissem uma boa cobertura de habitantes da cidade.

Num primeiro momento será realizado o diagnóstico o qual vai permitir não só avaliar a acessibilidade ao Parque Infantil como também a acessibilidade aos equipamentos neste presentes, neste diagnóstico usamos como base o Decreto-Lei 163/2006 de 8 de Agosto, o qual procede à definição das condições de acessibilidade a satisfazer no projecto e na construção de espaços públicos, equipamentos colectivos e edifícios públicos. Seguidamente é realizado o levantamento in situ da acessibilidade do acesso ao Parque Infantil utilizando fita métrica e máquina fotográfica para o registo de todos os obstáculos no acesso e interior do Parque Infantil.

O Decreto-Lei n.º 119/2009 de 19 de Maio que aprovou o Regulamento que estabelece condições de segurança a observar na localização, implantação, concepção e organização funcional dos espaços de jogo e recreio, respectivo equipamento e superfícies de impacto, é a legislação na qual assentara a avaliação da usabilidade dos Parques Infantis, assim como também será usado o guia Accessible Play Areas para aprofundar a avaliação dos equipamentos presentes nos parques.

Por fim apresenta-se os resultados obtidos assim como a proposta de melhoria para a acessibilidade, usabilidade e novas tipologias de equipamentos a utilizar nos Parques Infantis.

(26)

1.4.

Estrutura da dissertação

O presente trabalho encontra-se estruturado em 5 capítulos.

No capítulo I constitui-se a introdução ao tema da dissertação, na qual se enquadra o tema em estudo, a problemática, os objectivos a atingir, a metodologia utilizada bem como a estruturação do trabalho.

No capítulo II será abordado o tema Parques Infantis acessíveis, no qual se encontra a fundamentação teórica que serve de base à sustentação do estudo. É apresentada uma breve referência à importância do brincar, a importância da existência de parques infantis, as tipologias de parques infantis que podemos encontrar, assim como a trabalhos realizados neste âmbito e os requisitos técnicos na implementação dos Parques.

Posteriormente no capítulo III é iniciado o estudo de caso, é apresentada uma introdução à área de estudo e o diagnóstico da acessibilidade e usabilidade dos Parques Infantis em estudo, assim como do equipamento que os constituem.

No capítulo IV avança-se para a análise dos dados obtidos e apresenta-se as propostas de correcção ou melhoramento dos obstáculos diagnosticados.

Por fim no capítulo V é reservado à conclusão, onde são apresentadas as limitações encontradas e determina-se trabalho que pode ser feito futuramente.

(27)

Capítulo II – Parque Infantil Acessível

2.1.

Importância do brincar no desenvolvimento da criança

“O jogo é realmente o caminho pelo qual as crianças compreendem o mundo em que vivem e que serão chamadas a mudar.” (Gorki)

O jogo e a brincadeira são aspectos importantes da infância. Segundo a declaração do IPA (International Play Association):

 Brincar/Jogar juntamente com as necessidades básicas de nutrição, saúde, moradia e educação, é vital para desenvolver o potencial de todas das crianças.

 Brincar/Jogar é comunicação e expressão, combinando pensamento e acção, que traz satisfação e sentimento de realização.

 Jogar é instintivo, voluntário e espontâneo.

 Jogar ajuda as crianças a se desenvolverem fisicamente, mentalmente, emocionalmente e socialmente.

 Brincar/Jogar é um meio de aprender a viver não meramente um passatempo.

Esta importância é internacionalmente reconhecida, nomeadamente pela UNICEF cujos estados integrantes reconhecem à criança o direito ao repouso e aos tempos livres, a participar em jogos e actividades recreativas adequadas à sua idade e de participar livremente na vida cultural e das artes, Art.31, “ A Convenção sobre os direitos da criança”, UNICEF, Comentário Geral 9: Os direitos das crianças com deficiência (2006).

O jogo tem sido reconhecido como a melhor forma de aprender várias habilidades, incluindo habilidades sociais. A obtenção da plena inclusão das crianças com deficiência na sociedade é realizada quando a criança tem oportunidade, lugar e tempo para jogar com os outros independentemente de terem ou não deficiência.

(28)

Infelizmente ao longo dos tempos o brincar tem sido desvalorizado. Com o passar do tempo e mais recentemente vai-se percebendo uma mudança na forma de perceber a importância de brincar no processo de desenvolvimento da criança.

Esta definição pode ser directamente relacionada com jogos em Parques Infantis2, uma vez que é por excelência o sítio para brincar.

Embora o jogo tenha sido parte integrante no desenvolvimento das crianças ao longo da história humana, não foi até ao século 19 que a sociedade ocidental desenvolveu o jogo (Lutz,2001).

Antes do início de 1800, as crianças foram consideradas como pequenos adultos e, como tal, um local para eles brincarem tornava-se desnecessário. Jogo ocorria apenas e esporadicamente só depois de todas as tarefas e trabalhos estarem concluídos.

Alguns Parques Infantis apareceram em alguns países na década de 1890. No início do século XX o movimento da reforma procurou libertar as crianças do trabalho e das dificuldades da industrialização que as impediam de brincar.

Com a aprovação das leis dos trabalhadores o crescimento da educação pública e com o aumento da prosperidade na classe inferior, o palco estava montado para o desenvolvimento do Jogo e Parque Infantil (Eriksen, 1985).

O movimento da reforma reuniu fundos públicos e privados para a criação de Parques Infantis em áreas urbanas (Hendricks e Lutz,2001). No entanto, os apoios não vieram das ideias reformistas sobre a infância mas sim a partir de estudos de aptidão física dos jovens urbanos, quando entravam no serviço militar. Foi determinado que os meninos das áreas urbanas eram negados a aprovação militar, porque eram mais fracos e, portanto, impróprios para o serviço, em comparação com meninos de áreas rurais. Deste modo e por causa de uma necessidade de Soldados na Primeira Guerra Mundial, o apoio cresceu para áreas de jogo, ajudando assim o desenvolvimento físico das crianças. (Hendricks e Lutz, 2001).

Os principais tipos de Parques Infantis são tradicionais e de aventura. Outras divisões de parque infantil incluem, parque infantil pré-escolar criativo, parque educacional e design. No entanto, o parque infantil tradicional e de aventura formam a base para as outras subdivisões.

Na década de 1950 os parques infantis eram criados com foco em habilidades motoras, barras paralelas, barras de macaco e gangorras. (Seligman e Cohen, 1993).

2 Parque infantil ou Espaço de jogo e recreio- área destinada á actividade lúdica das crianças, delimitada física ou funcionalmente, em que a actividade motora assume especial relevância (Decreto-Lei n.º 119/2009 de 19 de Maio)

(29)

Uma década depois esse foco mudou para jogos imaginativos, com equipamentos promovendo situações como a vida de casa, capitão de um navio pirata, entre outras situações.

Em 1993, os parques infantis são centrados na aprendizagem (Seligman, 1993).

Começam assim aparecer os parques infantis que contem equipamentos que ensina as crianças sobre geografia, música e ciências. Estes parques são divertidos em si, mas também educacionais, podendo até ser incorporados em lições.

Deborah Ryan, desenvolveu alguns novos e inovadores parques centrados na igualdade. Ela desenvolve materiais reciclados para promover actividades criativas, como simular os sons de uma tempestade e rastejar um túnel. Outros novos parques incorporam arte e pintura.

O parque infantil para todas as crianças localizado em Addison, Illinois, é um modelo de parque infantil. Criado no início de 1980 com o objectivo de ser acessível a crianças independentemente das suas dificuldades e necessidades e ainda mais importante ainda para permitir que todas as crianças joguem e brinquem juntas. No entanto, a parte mais interessante deste parque é o facto de integrar arte, jardinagem e encontros com animais, o que muitas vezes ajuda no estímulo de crianças portadores de deficiência.

2.2.

Importância do Parque Infantil

A escola e a casa influenciam o desenvolvimento de uma criança, mas o seu “jogo de vida” também tem um papel importante.

É importante ser capaz de avaliar o tipo de jogar de cada criança para que seja possível desenvolver uma experiência “perfeita” de jogo.

A oportunidade de explorar e experimentar coisas novas vai fomentando o desenvolvimento do intelecto de criança e preparar a criança para enfrentar os problemas do mundo real.

Essas oportunidades podem ser fornecidas através de presença de uma “ grande variedade de equipamentos com muito material solto e materiais naturais que podem ser estudados e moldado” (Wilkinson, 1980).

A estimulação sensorial desenvolve a criatividade, a imaginação e a oportunidade para uma criança para tomar decisões encoraja a estabilidade emocional

(30)

Ao tomar iniciativa na tomada de decisões e buscando novas experiências as crianças começam a sentir-se bem consigo mesmas e alcançam a satisfação emocional.

O ambiente de jogo promove também a interacção social, a autoconfiança, individualidade, e um senso responsabilidade.

Os parques infantis criativos e de aventura oferecem uma maior oportunidade as famílias de ter mais tempo de qualidade juntas. (GeadaWortham, 2001).

O principal valor do jogo para uma criança em desenvolvimento é que ele permite a interacção entre outras crianças, o que é uma experiência inestimável. Jogar dá às crianças a oportunidade para o desenvolvimento físico, social e mental. Por estas razões, o jogo é uma das actividades mais importantes na vida de uma criança. O parque infantil torna-se assim a forma mais fácil de as crianças serem capaz de se envolver em jogo. Um parque oferece um ambiente onde as crianças podem interagir em uma variedade de equipamentos e utilizar as suas habilidades mentais e sociais simultaneamente (Frost e Klein, 1979).

Os equipamentos de jogo têm duas propriedades importantes que desempenham um papel-chave no desenvolvimento de uma criança: a novidade do equipamento e a sua complexidade.

Novos equipamentos são aqueles que fazem uma criança querer explorá-los, e a novidade de um equipamento está directamente relacionada com a intensidade de jogar com que a criança se envolve.

Se o equipamento não é novidade, uma criança não vai explorá-lo em primeiro, ao contrário, vai ignora-lo, se for uma peça nova a criança vai explorar e brincar com ele.

A complexidade de um equipamento também é importante para a sua utilização, quanto maior for a complexidade maior é a quantidade e qualidade do tempo gasto.

Neste caso estamos perante dois resultados, a criança pode considerar um equipamento mais complexo como uma restrição à sua criatividade e optar por não gastar tanto tempo com ele, por outro lado a criança pode também ser forçada a gastar tempo desnecessário a tentar perceber como jogar com o objecto em vez de realmente jogar.

As crianças descartam muito mais facilmente os equipamentos mais complexos do que os menos complexos. Um objecto simples, por exemplo, uma grande caixa pode ser usado de várias maneiras e permite que as crianças usem a sua imaginação

(31)

e criatividade ao invés de brincar com um brinquedo complexo projectado para realizar uma única acção complexa.

Esses conceitos de novidade e complexidade podem traduzir-se em coisas diferentes, um estudo de 4 a 5 anos de idade com equipamentos de alta e de baixa complexidade mostraram que as crianças que utilizam os equipamentos de alta complexidade tiveram maior interacção com o parque mas uma menos interacção as outras crianças. Por outro lado se as crianças não têm um nível adequado de complexidade no ambiente de jogo, ficam a vaguear sem rumo e encontram assim situações indesejáveis.

Um estudo realizado em 1977 analisou os efeitos dos diferentes tipos de parques infantis. Os ambientes criativos promovem uma maior interacção entre as crianças do que os parques infantis tradicionais, que tendem para um jogo mais solitário com peças individuais (Geloet. Al. 1979).

Estes estudos demonstram a importância dos Parques Infantis, a Complexidade e Quantidade dos equipamentos de jogo dentro de um parque infantil tem um papel vital no desenvolvimento das crianças. “ As actividades que ocorrem durante o jogo livre no parque infantil formam uma parte importante do programa de desenvolvimento de qualquer criança” (Ensign, 1993).

2.3.

Tipologias dos Parques Infantis

Ao longo dos tempos as tipologias dos Parques infantis foram-se alterando. Actualmente existem quatro configurações diferentes de Parques Infantis. Os quatro tipos são caracterizados como: tradicional, contemporâneo, aventura e baseado na natureza.

Parque Infantil Tradicional:

Os Parques Infantis Tradicionais foram os primeiros espaços de jogos a serem criados a pensar nas crianças.

Esta feita resultou de muitas teorias, uma delas era a de Spencer, 1973, que define que o jogo é uma actividade que consome a energia excedente. Alguns dos primeiros parques infantis e até mesmo alguns dos que hoje existem, foram construídas sobre esta teoria, concebida apenas como um lugar para correr e " golpe

(32)

Estes parques são espaços abertos, pavimentados em asfalto, geralmente rodeado por uma cerca alta.

Os equipamentos presentes nesta configuração de espaço de jogo são essencialmente baloiços, escorregas, gangorras e ginásio selvagem, as estruturas são feitas em metal e afixadas ao chão com cimento. (Ilustração 1)

Segundo Walston (1974) e Frost (1979) esses parques infantis permitem apenas uma forma de jogar – o exercício, e cada peça do equipamento cria uma experiência de jogo unidimensional.

São também considerados locais inseguros e perigosos para as crianças brincarem.

Parque Infantil Contemporâneo:

Em meados do século XX, novos teóricos como Sigmund Freud, Jean Piaget e MJ Ellis discutiram que o jogo era importante para o desenvolvimento social e cognitivo da criança.

As críticas aos parques infantis tradicionais resultaram no projecto e na construção do que hoje são chamados de parques infantis contemporâneos, apresentando assim novas formas e texturas.

Nos parques infantis contemporâneos a cor e textura, como fibra de vidro e madeira tornaram-se características importantes. No entanto, este parques infantis apresentam equipamentos semelhantes aos dos parques infantis tradicionais mas criados com materiais e design diferentes.

Os novos recursos dos parques infantis contemporâneos passaram a incluir equipamentos multifuncionais. (Ilustração 2)

(33)

Ilustração 2 - Parque infantil contemporâneo

Parque Infantil Aventura:

O primeiro parque de aventura foi construído na Dinamarca, mais propriamente em Copenhaga, durante a Segunda Guerra Mundial. A ideia veio de C. Th. Sorenser, arquitecto paisagista, que teria observado que as crianças brincavam em todos os lugares, excepto nos parques infantis tradicionais que existiam. (Solomon, 2005)

O parque aventura é um lugar onde as crianças e o design constroem seus próprios espaços de jogo.

Alguns dos objectos presentes nesta configuração de parques são os baloiços de pneus ou montanhas de cordas. Normalmente existem também áreas de horta onde as crianças podem plantar flores ou legumes.

Muitas vezes é designado como Parque Infantil “ o lixo” pois é construído por madeira, sucata, metal e outro tipo de materiais. Aqui o lixo torna-se cabanas, fortes, baloiços e outros projectos construídos pelas crianças. (Ilustração 3)

(34)

Parque Infantil Baseado na Natureza:

É um parque infantil construído apenas com materiais da natureza, túneis feitos de troncos, poços com água, entre outros. (Ilustração 4)

São áreas de jogo naturais com muitos espaços verdes.

O projecto de construção deste tipo de parques infantis conta com vasta área de plantio e um sub-bosque de floresta, para dar a sensação de ambiente selvagem.

(35)

2.4.

Estado de Arte

O trabalho mais antigo relativo à criação de um parque infantil acessível realizou-se no ano de 1976, nesse ano Hisham N. Ashkouri e James Charniky, de Rockville Centre, New York, ganharam o contrato para projectar um equipamento de jogo original com o Parque Corporation of America. A construção do projecto começou no Outono de 1980 e em 1984 foi realizada a abertura do parque localizado em Flushing Meadaus – Corona Park, designado como “Playground for All Children”. ( ilustração 5)

Desde 1990 as directrizes americanas de acessibilidade têm sido respeitadas. Mas nos últimos anos têm havido um maior esforço por parte dos pais, designer e outras organizações na promoção de melhorias para parques infantis mais acessíveis.

Passando assim a 15 de Março de 2012 a lei federal americana exigir que as áreas de lazer públicas incluam superfícies e equipamentos que permitam a circulação de cadeira de rodas.

Com a necessidade que criação de parques acessíveis a ADA de 1990 entrou em vigor em 1992, a sociedade Americana de Testes e Materiais criou um documento no qual descreve como projectar um parque infantil seguro e acessível. Neste documento é apresentado as boas praticas no projecto de rampas, pontos de transferência, bem como a importância da segurança. A ADA exige que cada serviço ou actividade realizados por uma entidade pública têm de ser facilmente acessível por indivíduos com deficiência.

A AQLPH – Associação Québec para entretenimento de pessoas inválidas (Association québécoise de loisir pour personnes Handicapées), também desenvolveu

(36)

acessibilidade em parques e áreas de lazer”. Este guia foi fundamentado na Associação Canadense de Normas – CAN, CSA-B651/95 – Acessibilidade de edifícios e outras instalações: Regras de design. A AQLPH tem como missão promover os direitos das pessoas com deficiência “ ao aumentar a acessibilidade das instalações, nós permitimos que as pessoas com deficiência sejam mais autónoma, para viver com dignidade [...] a acessibilidade de parques está relacionada com a circulação e a utilização de equipamentos e edifícios para o público.” (AQLPH, 1997, p.5 e 23).

Prellwitz e Tamm (1999) publicaram o artigo “Attitudes of Key Persons to Accessibility Problems in Playgrounds for Children with Restricted Mobility: A Study in a Medium-sized Municipality in Northern Sweden”, o qual apresenta a existência de muitos obstáculos em parques infantis para crianças com problemas de mobilidade, referindo assim que o conhecimento mas pessoas que constroem os parques infantis é insuficiente. Segundo isto apresentam também qual o sentimento das crianças com deficiência em relação a serem deixadas de fora do ambiente de jogo.

Nabors, et al (2001) desenvolveram um trabalho em que referiam que os parques infantis podem ser usados para desenvolver habilidades sociais em crianças, a ideia de criação de parques infantis deve ser para crianças com ou sem necessidades especiais para assim poderem brincarem juntos. Para melhorar a inclusão das crianças com necessidades especiais é necessário a mediação do professor em interacção de cooperação com o resto das crianças. Neste artigo é referida a importância das actividades de aula nos parques infantis, pois isso prepara o palco para os professores promoverem a interacção cooperativa entre as crianças com ou sem necessidades e aumenta a oportunidade de generalização. As crianças que apresentam comportamentos agressivos podem ter dificuldades em se adaptar a interacção social, tornando-se assim necessário a intervenção para promover suas habilidade sociais. Os autores concluíram que apesar das barreiras à implementação, as intervenções em parques infantis precisam ser incorporadas aos planos de ensino, pois melhora as habilidades sociais e aceitação das crianças com necessidades especiais.

Kerr A. (2001) com um conjunto de alunos criaram um dispositivo movido a ar que pode levantar uma criança com deficiência mais de três metros acima do solo, dando-lhe acesso para as estruturas de jogo. Para isso, fizeram uma entrevista a escolas da região para perguntar como é que o grupo poderia ajudar a tornar mais acessível os parques infantis para crianças com mobilidade limitada. Ao qual, os educadores relataram que as crianças que necessitam de muletas, andarilhos e cadeiras de rodas tem dificuldade na utilização das estruturas de recreio elevadas fora

(37)

da sua escola. O autor mostra ao longo da descrição do trabalho que na maior parte dos equipamentos uma criança deve ser capaz de subir os degraus de uma escada. As rampas são muitas vezes impraticáveis por causa da limitação de espaço. Chegaram assim a conclusão que era necessário a criação de um mecanismo que ajuda-se as crianças com problemas de mobilidade a utilizarem os equipamentos dos parques infantis. Com todo o desenvolvimento dos estudos em torno dos parques infantis acessíveis estes começaram a estar mais presentes nas comunidades.

Anderson Township é um dos doze municípios de Hamilton County, Ohio, aqui foi criado um parque infantil mais propriamente em Beech Acres Park (ilustração 6) onde todas as crianças com ou sem deficiência podem brincar e aprender juntos em um ambiente de lazer saudável.

O parque infantil foi inaugurado em 2007 e é um parque inclusivo, inspira ao jogo e activa a imaginação, provando assim um grande sucesso com as crianças de todas as idades e habilidades.

Em Janeiro de 2007 foi apresentado o Guide on Play Areas : A summary of acessibility Guidelines for Play Areas , neste manual são apresentados produtos que se destinam apenas a servir como exemplos para crianças com mobilidade reduzida. As directrizes neste guia apresentado tem como base a lei abrangente de direitos civis que proíbe a discriminação com base na deficiência, Americans with Disabilities Act (ADA).

Talay (2010) escreveu um artigo o qual tinha como objectivo avaliar os parques infantis em termos de barreiras que causam uso restrito por crianças deficientes. A investigação foi realizada através de um questionário e levantamentos no distrito de Ancara. O inquérito foi respondido por 667 pais de crianças com deficiência residentes no distrito, relativamente as barreiras sociais usando parques infantis. Segundo os autores a analise no terreno foi feita por meio fotográfico e uma lista de verificações

(38)

combinados para determinação das barreiras. Apesar de na compilação das respostas e durante as pesquisas no local parecer que as barreiras sociais também restringem as crianças deficientes na utilização dos parques infantis estas não foram avaliadas no artigo. Segundo os resultados os parques infantis não são utilizáveis para crianças com deficiência. O planeamento inadequado dos parques infantis para as necessidades das crianças com deficiência e falta de consciencialização dos municípios constitui uma barreira muito importante. A barreira só pode ser removida pelo aumento da consciencialização e cooperação dos projectistas e dos municípios com os grupos com deficiência.

Com o decorrer da Comemoração da Semana da Criança em Outubro de 2010 no Brasil foi inaugurado no Parque de Ibirapeura um parque infantil inclusivo.

Baptizado pelos funcionários do parque como o “brinquedão” (ilustração 7), foi projectado para integrar crianças com ou sem deficiência.

Com rampas de inclinação suave, inscrições em braille, piso táctil e suportes aéreos ao alcance de uma criança sentada em cadeira de rodas, neste parque infantil existem brincadeiras que misturam equilíbrio, força e estímulos sensoriais para que todas as crianças se divirtam com o máximo de autonomia.

The American Occupational Therapy Association (2009) promove a criação de parques infantis acessíveis onde são descritas varias componentes a ter em atenção na implementação de um parque infantil como por exemplo, as rotas acessíveis de ligação de dois equipamentos de jogo devem estar ao nível do solo e ter pelo menos 60 cm de largura, os terrenos irregulares devem ser removidos e substituídos por revestimentos de borracha, carroceis acessíveis para pessoas em cadeiras de rodas,

(39)

sensores adaptados como placas em braille, sinos, entre outras componentes importante.

Persson e Jansson (2010) escreveram o artigo que tem como foco o planeamento de parques infantis, modelos, normas, costumes e ideias diferentes sobre as necessidades, foram também avaliados como padrão existente a influenciada se adaptar às necessidades e preferências dos utilizadores. Inicialmente os utilizadores foram estudados por meio de entrevistas, crianças em idade escolar, foram realizados inquéritos nos jardins-de-infância e aos pais e também aos trabalhadores do parque, e identificadas em SIG as localização das casas das crianças. Foram encontradas diferenças entre os grupos de usuários, apresentaram perspectivas diferentes do que é importante para eles nos parques infantis. Com isto o autor refere que as diferenças parecem afectar o uso e deve ser dada maior atenção no planeamento e gestão dos parques infantis devendo existir mais variação entre as unidades e qualidades particulares tornando-se mais atraentes para os usuários.

Em 2011 foram criados mais dois parques infantis na Suíça, a fundação “Denk an mich” (pense em mim) apoiou a reconversão desses parques na cidade de Weier e em Gallustrasse. Esta Fundação “ Denk an mich” tem como objectivo permitir actividades de tempos de férias e de lazer para pessoas com deficiência e projectos de integração a longo prazo. Um dos principais focos de obstáculos para pessoas com deficiência por toda a Suíça. Segundo a Fundação isso também facilita a pessoa com um carrinho de mão ou mesmo pessoas idosa, para que possam acompanhar seus filhos ou netos ao parque infantil com facilidade. Os dispositivos implementados nos parques oferecem oportunidades de jogo multifuncionais que pode ser usado por todas as crianças independentemente da sua dificuldade, tornando assim possível jogarem em conjunto com os seus irmãos e amigos.

Ripat (2011) do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade de Manitoba do Canada e Pam Becker do Centro de Reabilitação para Crianças do Canada publicaram um artigo “Playground Usability: What Do Playground Users Say?”. O objectivo do estudo foi obter uma compreensão das experiências de uso dos parques infantis para as crianças com deficiência e seus cuidadores. Usando um projecto descritivo qualitativo, foram realizadas entrevistas com as crianças com deficiência e seus cuidadores. O processo de análise das entrevistas resultou em três grandes temas, abordou as experiências sensoriais que as crianças procuram em parques infantis, a importância da criação de ambientes que promovam o jogo imaginativo e a necessidade de fornecer um nível adequado de desafio. No segundo

(40)

impedem o acesso e as características que promovem o uso. O terceiro tema, a inclusão com foco na igualdade de acesso e a importância de oferecer opções em design. É apresentado o modelo Pessoa- ambiente-Ocupação o qual foi enquadrado para usar os resultados e identificar práticas. Para o autor o jogo ao ar livre é uma ocupação fundamental para a criança e os terapeutas ocupacionais têm um papel na promoção de ambientes utilizáveis para todas as crianças.

O World Leisure Journal publicou recentemente dois artigos sobre a inclusão de todas as crianças nos parques infantis. Heather e Rodney (2012), publicaram um artigo sobre um estudo de caso de uma comunidade que não tinha politica social para acessibilidade de parque infantil e apresenta como objectivo descrever a acessibilidade de parques infantis avaliando as características de design acessível em duas comunidades dos Estados Unidos. Os resultado deste estudo podem ser usados para desenvolver politicas sociais que facilitam a permitir parques infantis inclusivos.

Borke ( 2013) publicou um artigo no qual é referido o princípio complexo de inclusão que sustenta o conceito de jogo compartilhado em parques infantis inclusivos, chamando assim atenção para situações actuais da acessibilidade dos parques infantis para pessoas com deficiência. Segundo o autor apesar de geralmente ser identificada como importante, a inclusão, especialmente para as crianças com deficiência dentro de ambientes de jogo parece muitas vezes mal compreendida. Deste modo Borke acha necessário abordar dois niveis sobre os parques infantis para pessoas com deficiência. O primeiro é dirigido e mandatado pela directrizes e legislação. O outro é centrado na criança, em que a participação do jogo em um parque infantil é suportado como uma actividade social desejável dentro de uma comunidade conectada. Além disso este artigo fornece um esboço da legislação e políticas na Austrália, que são relevantes para o planeamento de parques infantis inclusivos, juntamente com algumas abordagens que têm sido adoptadas em alguns outros países, como, Estados Unidos e Reino Unido, para assim fornecer acesso aos parques infantis para crianças com deficiência.

Para facilitar a percepção do design do jogo inclusivo em Maio de 2012 a Playword Systems apresentou um guia de design de jogo inclusivo este guia foi desenvolvido sobre um grupo de parques infantis e do desenvolvimento da criança como um recurso inspirador para orientar a criação de grandes ambientes de lazer ao ar livre para todos.

O “Inclusiveplay design guide” tem como objectivo projectar, desenvolver e fabricar produtos de qualidade que permite às crianças jogar juntas, esta empresa está presente no Reino Unido e editou um guia de design acessível de espaços de jogo no

(41)

qual é possível compreender como conceber um equipamento inclusivo, como projectar áreas de lazer para as crianças com deficiência e também apresenta alguns produtos de jogos inclusivos.

Seyed, et al (2012) escreveram um artigo “ Disabled Children in public Palygrounds : a Pilot Study”,o qual foi um estudo piloto transversal em crianças com necessidades deficiência em parques infantis públicos com duração de 6 meses e um total de 40 crianças com deficiência, pais, professores e médicos. O objectivo do estudo foi investigar o estado actual da infra-estrutura e design de parques infantis públicos adequados na Malásia. A descoberta revelou que há necessidade de melhorar e construir parques infantis públicos bem equipados para crianças com deficiência.

Com o aumento dos parques infantis acessíveis nos Estados Unidos chegou-se a conclusão que seria interessante a criação de uma base de dados na qual fosse possível identificar a localização de Parques infantis acessíveis nos EUA, criando-se assim a base de dados “Playgounds for Everyone”,este é também um guia editado pela comunidade americana para Parques infantis acessíveis nos EUA que actualmente conta com 1853 áreas de jogo.

Na Playgorunds for Everyone é apresentada a seguinte pergunta: “Porque Parque Infantil acessível?”, com esta pergunta explicam o porque de teres escolhido a construção de uma base de dados de parques infantis acessível.

A resposta é muito concisa e faz-nos perceber a importância dos mesmos nas cidades. Porque as crianças em cadeira de rodas não podem jogar em Parques infantis cobertos com lascas de madeira. E as crianças com deficiência musculares podem cair do baloiço que não possuam braços e costas na cadeira de baloiço. Ou uma criança com problemas de visão ou de audição poderem beneficiar de equipamentos especialmente concebido para o jogo ao lado de amigos, irmãos ou qualquer outra criança.

Com tudo isto, nos EUA as novas exigências federais definiram a acessibilidade dos parques infantis como um direito civil. Devido a estas regras, todos os parques infantis construídos ou alterados após 14 de Março de 2012, são obrigados a ter superfícies e equipamentos que ajuda crianças com problemas físicos a deslocarem-se de cadeira de rodas.

Na Califórnia podemos encontrar o Parque Infantil Dream De Matteo em Concord.

(42)

Também no McCarthy Park existe um parque acessível, o qual possui rampas de largura suficiente para a passagem de cadeiras de rodas que conduzem a escorregas, jogos e uma área de estar. Na constituição deste parque estão presentes elementos interactivos, como bateria e um painel sensorial com mármores rolantes e uma roda de cores projectadas para envolver os sentidos.

O Aidan’s Place é mais um dos parques infantis acessíveis em Los Angeles, Griffith Park dispõe de um parque infantil desenhado por Kompan, quadras de ténis, campos de basquetebol, campos de futebol e um abrigo para piquenique. Este foi o primeiro parque infantil para todos implementado em LA neste parque infantil as crianças podem dar largas a imaginação desde o seu cockpit de avião e comboio para as barras de macaco e foguete, este espaço de jogo, literalmente, tem algo para todos. (Ilustração 8)

Em Massachusets o Bliss Park tem muitos recursos para crianças com desafios físicos usando água e jogos de areia. A Boundless Palygrounds é responsável pela criação de parques infantis inclusive para crianças e adultos desde 1997 em Massachusets.

Aqui pode-se encontrar outros parques como o “Touch the Sky”. Este parque infantil é constituído por rampas largas e superfície de borracha de modo a acomodar cadeiras de rodas. Os balanços disponibilizam assentos bons para as crianças que precisam de apoio extra. Um escorrega feito de bolas de rolo é projectado para crianças, tais como aqueles com autismo, que gostam de sensações de toque.

Também em Portugal podemos encontrar várias boas práticas relativamente a parques infantis. Em 2008 a Junta de freguesia de Carnaxide eliminou as barreiras arquitectónicas existentes no acesso ao Parque Infantil Fernando Pessoa, permitindo assim uma total mobilidade pedonal.

O Parque Delfim Guimarães foi inaugurado em 27 de Julho de 1937. Em 2009 o Parque Infantil foi ampliado e requalificado com vista a melhorar as condições de utilização e de acessibilidade.

(43)

Candidata ao apoio do BPI Capacitar, a APPC foi distinguida com uma menção honrosa para a construção de um parque infantil acessível e adaptado. O prémio permite implementar um projecto inovador.

Este parque deverá estar pronto em Setembro de 2013 e conta com parceria de Técnicos da Área de Reabilitação e Arquitectos.

Com isto a APPC pretende demonstrar que este conceito “ brincar para e com todos, em espaços de todos” torna-se simples de aplicar quando se usam os recursos existentes. Mas até a data ainda não existe confirmação da construção do Parque infantil.

Como verificamos ao longo desta descrição de acontecimentos relativos aos parques infantis acessíveis, existem vários parques infantis acessíveis implementados pelo mundo inteiro. Além dos apresentados em seguida haverá mais parques que respondam a necessidade de cada criança.

Conclui-se assim que existe uma gradual preocupação da criação de parques infantis acessíveis, torna-se assim necessário incorporar os critérios descritos e reconverter os que temos.

(44)

2.5.

Requisitos Técnicos dos Parques Infantis Acessíveis

Os requisitos para parques infantis acessíveis e seguros para todos têm como base de avaliação para o acesso pedonal o Decreto-Lei 163/2006 de 8 de Agosto, para o espaço de recreio o Decreto-Lei n.º 119/2009 de 19 de Maio e para a usabilidade dos equipamentos o guia Accessible Play Areas (ADA).

Permitindo assim, identificar todos os requisitos a ter na implementação e avaliação de uma área de jogo acessível.

Exterior:

Espaço de estacionamento de viaturas para pessoas com

mobilidade condicionada

Com base no Guia de Acessibilidade e Mobilidade (Decreto-Lei 163/2006 de 8 de Agosto) deve existir pelo menos um lugar em espaços de estacionamento com uma lotação não superior a 10 lugares e este número aumenta conforme o lugar de estacionamentos presentes.

Os lugares de estacionamento reservados devem: o Ter uma largura útil não inferior a 2,5m;

o Possuir uma faixa de acesso lateral com largura não inferior a 1m; o Comprimento útil não inferior a 5m;

o Localizar-se ao longo do percurso acessível mais curto do equipamento que serve;

o Ser reservado por um sinal horizontal com símbolo internacional de acessibilidade.

Acesso ao Parque Infantil

Segundo o Artigo 6.º do Decreto-Lei Nº 119/2009 de 19 de Maio os espaços de jogo e recreio devem ser acessíveis a todos os utentes independentemente das suas capacidades motoras.

Para a avaliação da acessibilidade do acesso ao Parque Infantil foi utilizado como base o Decreto-Lei 163/2006 de 8 de Agosto no qual estão definidas aquelas que são as condições de acessibilidade a satisfazer na construção de espaços públicos.

(45)

O diagnostico da situação do acesso ao Parque Infantil avalia barreiras relacionadas com:

o Largura do passeio;

o Regularidade do pavimento;

o Existência de rebaixamentos das guias dos passeios.

Protecção dos espaços

Os Espaços de Jogo e Recreio devem impedir, através de uma vedação ou outro tipo de barreira física, o acesso directo das crianças as vias de circulação assim como às zonas de estacionamento de veículos. Esta designação encontra-se descrita no Artigo 7.º e 9.º do Decreto-Lei 19 de Maio de 2009.

Interior, Equipamentos específicos, Solo e segurança das Superfícies

Mobiliário urbano e instalações de apoio

Relativamente ao mobiliário urbano e instalações de apoio que devem estar presentes no espaço de jogo e recreio no Decreto-Lei em vigor é designado que neles devem existir: Iluminação pública, bancos, recipientes para recolha de resíduos sólidos, bebedouros e telefone público.

Os dois últimos equipamentos referidos anteriormente não tem necessariamente de se encontrar implementados no interior do Espaço de Recreio mas deve existir nas suas imediações.

Informações úteis

De acordo com o descrito no Artigo 13.º do Decreto-Lei 19 de Maio de 2009 deve existir informação fixada em vários pontos, a qual deve ser legível:

o Identificação e número de telefone da entidade responsável e da entidade fiscalizadora do espaço de jogos e recreio;

o Lotação máxima do espaço de jogo e recreio; o Localização do telefone mais próximo;

(46)

o Número nacional de socorro.

Circulação interior pedonal

Os corredores de circulação interior dos espaços de jogo e recreio devem estar livres de quaisquer obstáculo respeitando assim uma largura livre mínima de 1.60m.

Tipo de pavimento e superfícies de impacto

A superfície de impacto deve ser uma superfície macia em conformidade com a Norma EN 1177, a largura da base amortecedora de impacto deverá ter no mínimo 1.50m além do equipamento recreativo. Esta largura depende da altura de queda. (Tabela 1)

Tabela 1- superfície de impacto

Altura de

queda (m)

Largura da

base

amortecedora

(m)

0,6-1,5

1,50

1,6

1,57

1,8

1,70

1,9

1,77

2,0

1,83

2,1

1,90

2,2

1,97

2,3

2,03

2,4

2,10

2,5

2,17

2,6

2,23

2,7

2,30

2,8

2,37

2,9

2,43

3,0

2,50

(47)

Requisitos de Segurança dos equipamentos

Os equipamentos lúdicos devem-se encontrar separados por idades, cada equipamento deve conter:

o O seu nome, endereço, modelo e ano de fabrico;

o Idade mínima e máxima dos utilizadores a quem se destina; o Número e data da norma técnica aplicável;

o Número máximo de utentes do equipamento em simultâneo; o Altura mínima e máxima dos utilizadores

Manutenção:

A entidade responsável pelo espaço de jogo e recreio deve efectuar uma manutenção regular e periódica de toda a área ocupada pelo espaço, bem como de todo o equipamento e superfícies de impacte, de modo a que as condições de segurança e higiene sejam permanentemente observadas.

Imagem

Ilustração 10 - Freguesias Vila Real
Ilustração 12 - Gráfico de barras população residente com dificuldade
Ilustração 13- Gráfico de barras deficiência por grupo etário
Ilustração 15 - Área de influência dos parques infantis 1km
+7

Referências

Documentos relacionados

O processo de investigação iniciou-se com a consulta de obras fundamentais para a sua elaboração e redacção, nomeadamente, o catálogo sobre Os pratos de

Ao focar um grupo específico de encenadores oriundos da dança portuguesa, procuro não só aprofundar o olhar sobre a encenação operática e músico-teatral em Portugal, mas

O presente trabalho tem como objectivo fundamental dar a conhecer a Banda Musical da Casa de Cultura Popular de Outeiro Seco, descrever a sua origem e fundação e ao

Atualmente existem em todo o mundo 119 milhões de hectarS destinados a plantações florestais, dos quais 8,2 milhões na América do Sul. No Brasil, em 1997 havia cerca de 4,7 milhões

Na primeira, pesquisa teórica, apresentamos de modo sistematizado a teoria e normas sobre os meios não adversarias de solução de conflitos enfocados pela pesquisa, as características

Dois termos têm sido utilizados para descrever a vegetação arbórea de áreas urbanas, arborização urbana e florestas urbanas, o primeiro, segundo MILANO (1992), é o

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem

Com a mudança de gestão da SRE Ubá em 2015, o presidente do CME de 2012 e também Analista Educacional foi nomeado Diretor Educacional da SRE Ubá e o projeto começou a ganhar