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:,���-;:��
N2
1
-ANO XII
-FLORIANÓPOLIS,
3 DE SETEMBRO DE 1994
-CURSO
DE
JORNALISMO DA
UFSC
,
MISERAVEIS
r
EM PE
DE
GUERRA
Índios
e
pequenos
agricultores juram
que são donos da
mesma
terra
Na
Central
$.",
A IMPRENSA E O
TERRENO DOS AMIN
Pag.S
-_'_" $; -. �:'\--•ft,.f;c:;"_�i'-,�r:tl�r
A of A"'k .• 41'.ZERO -
SETEMBRO
942
Arte: Michelson
Borges,
ZéDassilva
Colaboração:
Prof. NilsonLage,
Prof. CarlosLocatelli,Prof.Waldir
Rampinelli,Prof. Ricardo
Barreto,Sindicato dos
Eletricitáriosde
Florianópolis Copy-WrHer: Prof. Carlos
Locatelli,Prof. Luiz Scotto
DI�amação:
AlessandrodaSilva,AlexandreWinck, AlineCabral,Ivana Back, Jaime Luccas,Josemar
Sehnem,JussaraCampelli,
Luciane Lemos,Pablo
Claudino,
Sérgio
Severino, UlyssesOutra NetoEdição:
Alessandro daSilva,AlexandreWinck,
AlineCabral,
Diógenes
Fischer,Giancarlo Proença,
Giovana Borini,IvanaBack,
JaimeLuccas,Josemar
Sehnem,Luciane Lemos,
MarceloSantos,Maurício
Oliveira,NelsonCorrêa,
PabloCaludino, Paulo de
Tarso, Suyanne Rovaris,
MaurícioOliveira, Ulysses Outra Neto Textos: Alessandra
Mathyas,AlineCabral, Barbara Pettres,Carlito CostaJr.,Elmar Meurer,
Flávia
Rodrigues,
IvanaBack,Jaime Luccas, JosemarSehnem,
Joyce
Sabatke,Kíria Matos,
LucianeLemos, Maurício
Oliveira,Paulo deTarso,
Sandra Nebelung,Sandra
Vieira, Sheyla Deretti, Suyanne Rovaris Foto: BarbaraPettres,
JaimeLuccas, Lúcio
Baggio,
Paulo deTarso,PauloHenrique, Roger
Gnecco
laboratório
Fotográfloo:
Paulo de Tarso
Editoração
Eletrônica:Giancarlo Proença,
Jaime tuccas,
Sérgio
Severino SecretariaGráficae acabamento: Pablo Claudino
Coordenação:
Jaime LuccasSupervls.ão:
Prof. CarlosLocatelli
Redação:
Curso de Jornalismo(CCE-UFSC), Trindade,Florianópolis/Se CEP 88040-900 Telefones: (0482) 31-9490e 31-9215 TelexeFax: (0482) 34-4069Impressão:
Diário CatarinenseDistribuição
GratuitaClrou)ação
Dlr�daZERO
Jornal laboratóriodo Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina .Entre
o
discurso
e a
realidade
Aseleiçõesestãoeí. Enquantona
telinhaoscandidatosfazemadança
do
faz-de-conta
arealidade é bem
diferente.OcmalAminnãoexplicaa
transaçãodacompradoterrenoedo
financiamento
bancárioeaimprensa
catarinm;etampoucoseimportaem
cornentaro�.AfichadeKlWúi
bing,oprirreirocolocadonaspesquí
sas
paraoSenado,
nãoédasmeIho
res:
dessavezéocalotenosadvogados
queprestam
defesa dativa
paraoEstado.
Depois
dasaídade
Kleinü-bing,devendomaisdeR$2mi1hões,
o
vice Konder Reis também
nãopagounadadesdeque
assumiu.
Nocaso
dos cineastas
chega
a ser vergonhosa
acara-de-pau
comqueKleinübingseofereceparainterce
der
junto
aoatual
Governo,
paraliberarrecursos
queeleprometeue
nãopagou.
Tambémnessecasoa
imprensanão
faloudo
assuntoeoscineastas
estãosendo acusados de
embolsaremodinheirodoconvênio
comoGovemo.
Nacentral,
oconflito entreíndi
ose
colonos
emSeara,
Oeste de
Santa
Catarina
Disputando
omesmo
pedaço
de
terra,
eles
sãooretrato
dafalênciadomodelo
agrá
rio catarinense
ebrasileiro,
evi
vern as
conseqüências
de
umpas
sado de desacertos. Os índios
queremvoltarparaolugaremque
seus
antepassados
viveramháde
zenasdeanos
enquantoos
colonos
lutam para ficar
no mesmochão
emquenascerameforamcriados.
Mira
torta:
a
questão
das
palmadas
Na
edição
de 5 dejulho
ocolunistaMiro,
colaborador dojornal
OEstado,
publicou
aseguinte
nota, referindoseàfotoda
página
4 do últimonúmero do ZERO: ,Mau
começo
U1 tima
edição
do
jornal
"Ze
rc", que
servede
laboratório
aosestudantes do
Curso
de
Jomalis
mo
da
UFSC.
traz
umexemplo
de
comonão
se
deve
fazer
jomalis
rno, e
de
total falta de ética de
'-1L!(m editou
e
deixou editar
tal
inverdade deliberada. Cartaz que
aparece
numaforo
com
dizeres
c.mrra uma
empresa de
comuni-oZERO esclareceaosleitores dojornal
OEstadoque afoto não éuma
montagem.
Foi tiradaduranteamanifestação
dosjornalistas
profissionais
que lutavam por melhores
salários,
realizada na ruaFelipe
Schmidt,
em 26 demaiopassado.
Onegativo
estáno .Cursode
Jornalismo,
àdisposição
dequalquer
pessoa quequeira
verificar
suaautenticidade. Possivelmente
oqueofendeuocolunistanãofoiocartazqueaparecena
foto,
mas ofato de queocidadãoquenelaestáemprimeiro plano
éodiretor-editorialdojornal
OEstado,
Mário Pereira.
O chefe do
Departamento
deComunicação
da UFSCemembrodadiretoriadoSindicato dosJornalistas,
Áureo
Moraes, entregou
aojornal
O Estadoumacarta - até
hoje
nãopublicada
-para estabelecer a
verdade dos fatos. A
seguir, alguns
trechosdacarta:,,
Senhor Diretor-Editorial
Ilustríssimo Jornalista Mário. Pereira
Muitonos
surpreendeu
notapublicada
nacoluna'Miro', em 5 de
julho
passado, referindo-se
a 'umexemplo
decomo não se devefazer
jornalismo
'(.
..)
cação
catarinense. durante
panfle
tagem
do Sindicato
dos
Jornalistas
no
calçadão
da
Felipe
Schmidt.
emFlorianõpolis,
foi
falsificado.
reosultou de
umafotomon
rage
m.Quer
dizer:
osfuturos colezas
es-...
tão
aprendendo
até
afalsificar
fo-.
tos
lÍ'a
escola. Mereciam
urnaspal
madas.
Dizer que ensinamos nesta Universidadecomo não
se
fazjornalismo
é,
nomínimo,
umagrande
contradição. Principalmente
para estejornal
queabriga
entre seusfuncionários
ex e atuais alunos destainstituição (.
..J Leviandade,
máfé,
injúria
não sãotermos
suficientes
para denominaraatitude doautorda
notanacoluna 'Miro'.
Finalmente,
senhoreditor,
estamosabrindonosso
arquivo
fotográfico
para que opróprio
O Estado submeta osnegativos
a umaperícia,
paradesmancharestafarsa
quefoi
criada.Esperamos,
evidentemente,
que os resultados destaanálise
sejam posteriormente
publicados
comdestaque para queoleitor deO Estado saiba ondeestáa
verdadeeondeseencontra quemsabe
fazer
jorna
lismo".Informamos tambémque a
equipe
de alunosresponsável pela
edição
do ZERO tem totalindepen
dência editorial. O
jornal
é feito há 11 anos porestudantesdo Curso de
Jornalismo,
muitos dosquais
já
trabalharam,
trabalham ou trabalharão nos grandes
órgãos
daimprensa
nacional.Abaixo,
à
esquerda,
apolêmica
foto comentada
naCo/una do
Miro.
Em
prlme/ro
p/ano
aparece
oDiretor Edltorla/ de O Estado.
À
direita,
opresidente
do
Sindicato
dos
Jorna/istas de Santa
Catarina,
Sérgio
Murllo,
comocartaz
usado
namanifestação.
JORNAL O
ESTADO
GA
SALÁRIO
DE
ZERO
naImprensa
Narevistalmprensa dejulhofoi
publicado
oseguinte
comentáriona coluna
"Perdão,
Leitores",
de MoacirJapiassu.
Janistraquis
descortês-Alunos docurso de Jornalismo da Universi dade Federal de Santa Catarina
(UFSC)
enviamo seujornal-labo
ratório,
paraapreciação
deste Perdão....
Ojornalzinho
ébom,
porém
Janistraquis
implicou
com o nome- Zero:
"Considerado,
Zeropode
até noslembraraqueles
númerosexperimentais
antesdeapublica
ção
enfrentar
asbancas;
mas hásempre
algum
gaiato
para dizer quesetratadanotaque ameninadarecebeuemJornalismo...". Por
fa
vor, nãodêem
importância;
issoé pura maldade desse auxiliarnemsempre cortês.
Esclarecimentos
Estouescrevendopara
elogiar
o
jornal
eregistrar
minhafelicida
deaosaber queosfuturosprofissi
onais da
imprensa
são tão bempreparados.
O visual dojornal
émuito
agradável
eacabaatraindoo leitor.
Acompanho
todososnú merosdesdequeojornal
passoua serimpresso
commaisdeuma cor.Também
gostaria
deumaexpli
cação
quanto
a umanotaque linacoluna do Miro. Eleacusa oZERO de ter
forjado
uma dasfotos
em uma matéria naedição
de 27 dejunho
de1994. Tenhocertezaqueele deveestar
enganado,
masgostariadeuma
explicação.
Maso
fato
quemelevouaescre verfoi
a matéria assinada por Alessandro daSilva, cujo
temafa
lava sobreocrescimentoda músi
ca
Gospel
emFlorianópolis
e noBrasil. Acheiamatériamuitoboa
eesclarecedora.Mas háum
equí
voco dorepórter
quando
elefaz
uma
comparação
entre a venda gem da bandagospel
Atos IIe ogrupo norte-americano Faith no
More.Aotentarmostrarqueogru
po
evangélico
vendeumaisdo queoFaithnoMore queestava estou
rando no
Brasil,
orepórter
usou umnúmero absurdo parademonstraras
cópias
vendidaspela
bandadeMikePatton. Asoitomil
cópias
queaparecemnamatéria não chegamnem
perto
do númeroreal,
quena
época já
haviaalcançado
a marcade 85 000 discosvendidosnoBrasil.
Carla
Patton,
Florianópolis
RESPOSTA
Realmente houve.um erro nos
números durante a
digitação
da matéria.As 80.000cópias
setransformaramem8.000.
A
explicação
sobre a nota do Miro nojornal
O Estado está namatéria
publicada
nestapágina.
Solicitação
Através do
presente,
estamosgentilmente
solicitandojunto
aVossasSenhoriasoenviodoJornal
Laboratóriodo Curso de Jornalis
moda UFSC paranossaentidade de Ensino. O CiE.
Prof
Olavo CeccoRigon
contacom2500alunose130
professores,
eeste seriade
grande
valiapara estudospeda
gógicos.
Certos de termos
prontamente
atendidaanossa
solicitação,
antecipadamente agradecemos.
Jaime Estevãobemardi- Diretor
ERRATA
Em sua última
edição
ZEROpublicou
nareportagem
daspági
nas 6e7 queJosé Rocha Coutinho
Netoé mestreem
Ergonomia.
Na verdadeJosé Rocha é médicoperi
todo INSSecoordenador do
proje
tosobre
Comunicação
deAcidenteTrem
da
alegria
na
UFSC
419
professores
querem
progredir
sem concurso
O
DepartamentodeFísicada
UFSC enviou um documentoaoscentrosdauni versidademanifestandoo seu
repúdio
àsolicitação
de 419 professoresque querem
progredirprofis
sionalmentedacategoriadeprofessor
adjuntoIV
paratitular,
sempassarpor umconcursopúblico.
Odepartamen
to
argumenta
queesseprocessodeseleção
internaprejudicariaaqualidade
deensino.
Ochefedo
Departamento
deFísica,
professor
Paulo CésarTettamangy,
dissequeoprocesso deseleção
interna é umaquestão
de"rebocação",
detransferência. Trata-seda
impossibilidade
deingresso
deoutraspessoas,semconhecimentos
diferenciados,
o queimpede
amelhoriada
qualidade
doensinoe oaumento
doquadrofuncional
dauni versidade."
Numconcurso
público,
entraomelhor,
quepode
ounãoserdedentroda
instituição
",
afirmaoprofessor
PauloCésar.
Segundo ele,
aprogressãointerna apenas reclassificaopnr
fessor paraaumentarosalárioepro
porcionar
-lheumtitulo,
nãoconsiderandoosinteressesacadêmicos da
universidade.
Alguns professores
titulares,
comooprofessor
NilsonLage
do
Departamento
deComunicação,
sãocontraa
progressão.
"Eumpro cessoótimoderesolverosproblemas
das pessoase
prejudicar
ainstituição
".Eleentrouna UFSCatravésdecon
cursopúblicoemabri1de
1992.Paraestudaroabaixo-assinadodos
419
professores,
oreitorDiomário deQueiróz
instituiuurnacomissãoqueavaliaa
possibilidade legal
deseleção
interna.Os
oitoprofessores quefazem
parte
dacomissãoenviaramasminutas
comaspropostaspara
todasas chefias de
departamento,
solicitandocriticase
sugestões.
Osub-chefedo
Departamento
deFísica,
professor
PauloRodrigues
Machado,
éumdosmembrosdacomissãoeafirma quea
proposta
nãoimplicaemperdasparaa
UFSC.Pelocontrário.Paraum
professor
progredirfuncionalmenteaté
chegar
aoúltimo
nível,
queéodetitular,
elepassaantes
pelos
níveisauxiliar,
assistentee
adjunto.
Isso leva 24 anos,atéaonívelde
adjunto
IV,
se oprofessor
não fizer mestradooudoutorado. Nessetempo,
oprofessor
temquemostrarasua
produção
cientifica,
depesquisa,
ensinoe
extensão,
além deapresentar
monografias.
Pelanova
proposta,
ocritérioparaseleção
doprofessor
titularserá maisrígido.
A bancaexaminadoradeve compor-sede cincomembros,
sendotrêsdeoutras
instituições.
Além disso, estão foraos
professoresque
exer cemfunções
administrativas."O que sequeréqueoprofessor
mostreoqueele fezao
longo
desuacarreira acadêmicaeissovai contribuiremuito para
aqualidade
do ensinonaUFSC",
fa lou Paulo Machado.A
Constituição
de 1967previa
que, cadavezqueumprofessor
qui-sesseelevaroseunível
funcional,
erapreciso
prestar
concursopúblico.
Apartir
de88,
com a novaconstituição,
ocandidato fazconcurso urnaúnicavez.
Depoiseleelevaonívelatravés
deprogressão
atéchegar
aAdjunto
IV.Paraa
categoria
detitular,
é necessário
prestar
concursopúblico
novamente. Essaregra estánoDecreto 94.664de 23de
julhode
1987,
capítu
lo
VI,art.16:
"aprogressãonascarrei
rasde
magistério poderá
ocorrer exclusivamenteportitulaçãoedesempe
nho
acadêmico,
nostermosdasnor masregulamentares
a seremexpedi
das
pelo
Ministério de EstadodaEducação:
(
...)
TI-deurnaparaoutraclas
se, excetoparaProfessor Titular".A
decisão tambémestánaLei8112 de 11de dezembrode1990e noEstatuto
Gerale
Regimento
InternodaUFSC,
aprovadopelo
ConselhoUniversitárioem7de maiode 1991.
A
primeira
universidadequecomeçoua
seleção
internafoiaFederal de Santa Maria.Depois
deuma consultaà Procuradoria
Geral,
aUFSM instituinorrnas paraqueadecisãofosse
seguida.
Foramfeitasalgumas
avaliações
ealguns professores
consegui
rampontos
suficientesparaseremele
vados àtitular.Foi demonstradoao
Tribunal de Contas daUnião queo
processofeitoeralegal.
OTribunal deContas,
usandodesuaautoridade defiscalizadorda
União,
aceitouaprogressão
funcionaldeadjunto
IV para titularnaUFSM.Opresidente
dacomissãoeprofes
sor doDepartamentc
deDireito,
Nicolau
Pitsica,
fezumaanálisefun damentadanaconstituição
e nasleissobreoassunto.Ele entendeu quea
progressãoé legal
equenãoexistenenhumimpedimentojuridicoparaque
a
propostanão
sejainstituída. Jáopro
fessorFranciscoAntonio Pereira Fi
lho,
doDepartamento
deExpressão
Gráfica, CCE,
écontraaproposta
Segundoeleénecessáriosepararbemas
duas coisas: o nível salarial e atitulação.
Paraeleoprofessor
titularéalguém
querepresenta
ainstituição,
"éurna
espécie
deparadigma
doconhecimentonaUniversidadeepor
issonão
pode
serdado automaticamentea
qualquer
pessoa"
.Francisco,
queé
professor
assistente acha queaqueles
que dedicaramtodaavidaà Universidadeeporqualquer
motivonão
puderam
continuarosestudos"podem
edevemtermelhoressalários".
"Oque
nãopodemosé
misturarasquestões
salariaiscom atitulação
dedoutor".
Alguns departamentos
da UFSC estãosemanifestandoemrelação
àminutaenviada
pela
comissão. O deMatemática,
porexemplo, já
deu al gumassugestões
paracomplementação
do documento.''Masos
professores
ainda estão divididoseoDepartamentoaindanãotem
urnadecisãoformada
",
disseachefe doDepartamento,
professora
MárciaRampinelli. Depois
de avaliadasascriticase
sugestões,
odocumentoseráapreciado
pelo
CEPE,
Conselho deEnsino,
Pesquisa
eExtensão. Se foraprovado,
passará
a ser a normada UFSC."Issopode
demorarumbomtempo",
afirmou oprofessor
Paulo Machado.Alessandra
Mafhyas
UFSC
adota
monumento
rejeitado
Duas
mente da terra duranteformassurgiram
repentina
asfériasemfrenteaoBardoBásico-um
dos pontos mais movimentados da
UFSC."Pareceumcasal românticode
dinossauros",disse Marcelo Corrêada
Silva,
estudante de Economia."Fiquei
sabendoqueéa
ligação
entreospaíses.
Temaver com oChile,
né?",
completa
MarcosGuido CenceidoCurso de En
genharia
Elétrica.No fundoosdoisestudantestêmum
poucoderazão. "Asduas
figuras
podem serdois homens, dois
animais,
doisoceanos,dois
povos",
dizochilenoLautaro
Labbé,
escultor ecoordena dorda obra. Aconstrução
daestátua "UmAbraço
Andino-americano "foiumdoseventos doFestivalde Artee
Culturasem
Fronteiras,
realizadoemFlorianópolis
de 8a17 dejulho. Orga
nizadopor gruposdasociedade
civil,
reuniurepresentantesdoChile,
Brasil,
Uruguai
eArgentina.
Ofestivalfoi pouco
divulgado
por q:teaconteceuduranteasférias,
semoapoio
deinstituições governamentais
e comescassezderecursos."Nãotínhamosnemum
tostãopara
adivulgação
enão havia dinheiro nemsequer para
fazer o
programa",
disseÁurea
Oliveira Silva,
professora
e coorganizadora
do Festival de Arte eCulturasemFronteiras.
Áurea
afirmaainda que procurou,entreoutrasinsti
tuições,
aUFSC paraapoiá-los
inicialmente,mas
quaseninguém
acreditavanoevento.
JáoReitorDiomário
Queiroz
dissequeaUF�::: foiexcluídanoiníciodo
festival.
"Quando
entramos oproces so estavadesgastado,
mas salvamosalgumas
coisasboas, entreelas essaescultura", Inicialmente a escultura
foi
projetada
paraumapraçapública
da cidade, masacabou vindo para a
universidade. "Euestavaemcasano
sábado ànoite,
quando
recebiumtele fonemado IPUF(Instituto
dePlaneja
mento Urbanoda
cidade).
Disseramquenão tinham nenhum localreserva
do paraa
construção
daescultura,
então autorizei sua
construção
aqui
".comentouoReitor.
Parafazeraescultura Lautaro
Labbé,
emais35 estudantes da Universidadede
Concepcion-Chile
utilizaram umatécnica
já
usadaem seupaís.
Elaconsisteem cavar asformasnaterra,preen
chercomconcretoeferro
edepois
erguê-lacom
guindaste."
É
ummétodofácil,
rápido
eeconômico",disse
Labbé.Amesmatécnicafoi usadaemCon
cepción,
numa escultura em homenagemaestudantesmortosnaUniversida
de, vítimas da
repressão
durante aditadurade
Pinochet(73/89).
Jáaescultura
daqui
suscitaváriasinterpretações,
umadelas éaidéia deum
país-continen
te, através da
integração
dos povos andino-americano.Eessaunidade éoprincipal objetivo
deLautaroLabbé.Osestudantesarrecadaram dinhei
roporquatromesesparaviraoBrasil
na
expectativa
deumgrande
·festivalcultural.
"Esperávamos
algo
muitomaior", comenta
decepcionada
PilarNavarro, estudante de artes
plásticas
da UniversidadedeConcepción,
"Aqui
foitudomuito
caótico, ninguém
sabiaseiaounãosaira
escultura,
acrescentaCristianSoto,estudante chilenodear
quitetura,
Osdoisparticiparam
daconstrução
coletiva do"Abraço
Andinoamericano"eapesar doscontratempos
sentiram-sesatisfeitospor
ajudarem
apromoverointercâmbioculturalentre
os
países.
Evemmaisestátuaporai,AUFSC
está
promovendo
umconcursopara aA
controvertida
obra
construção deummonumento,
porUS$5 mil,querepresente os 500anosde
descobrimentodaAmérica. "O espa
ço do
Campus
está abertoaqualquer
manífestação
artístico-cultural",
disseoReitor.
Paraoartista
plástico
SauloPereiraumaescultura nãotemqueserbonita.
"Sóquerealmenteaobra 'Um
Abraço
Andino-americano'
poderia
seresteticamentemelhor
resolvida,
masela ésignificativa". É
arte, entendeu?Sandra Vieira . Barbara Pettres
SETEMBRO 94
-ZERO
3Unidade
cultural
na
diversidade
"Nósnãosomos nem
latino-americanos, nem
hispano-americanos,nem
lusitanos,nem
indígenas.
Somosandino-americanos·,
�
explica LautaroLabbé.�
Aexpressão "andlno�
americano"vem do�
elementogeológico
que�
estrutura todoocontinente.e
americano,desdeoAlasca� atéoCabo Horn: a
Cordilheira dosAndes,a
espinhadorsal daAmérica. "Este é umelemento que nosune atodos,sem
parcializaredividir raças.
Não devemos
seguir
com aalienação
cultural derepetirquesomoslatino
americanos. Devemos recuperarnossas raízes
próprias,
com acriaçãodeumprojetocomum. Um
país-continente,
umafederação
andino-americana,com cultura
própria,
semfronteiras. Esse éosonho de Bolívar".Para Lautaro
umgestode autonomia
política
serianosautodenominar,não admitir
rótulos impostos pelos dominadores. "Como
andino-americanos,não buscamos auniformidade dagente,buscamos a
diversidade da gente.
Nilson
Lage
ZERO
-SETEMBRO
94Unicamp
rasga
o
diploma
e
quer
formar
jornalistas
em um ano
Jomalismo
recupera
Memória
oProjeto
Memória do Jornalismo,doDepartamento
deComunicação
daUFSC,
traz aFlorianópolis,
nopróximo
dia14,
ojornalista
Luiz Amaral. Apartir
das9h30min,
nasala 214 do Centro de
Comunicação
eExpressão,
Amaralfalará sobre ensino de
jornalismo
nosEUA, ojornalismo
americanoeodesenvolvimento
tecnológico,
além deseu trabalho no Brasil e
Estados Unidos.
A
trajetória
de LuizAmaral incluiotrabalho
em O
Jornal,
dos DiáriosAssociados,
noRS,
na-RádioSuíça
Internacional,
emBerna e na Voz daAmérica, emWashington,
ondeestá até
hoje.
Luiz Amaral
aproveita
apalestra
paralançar
olivro Esses
repórteres,
último trabalhodo
jornalista
quejá
haviaescritoJornalismo
-Matéria de 18
Página
eTécnica de Jornale
Periódico.
Os
pós-jornalistas
Uma
grande
Universidade,
nomes
de
prestígio
e um
projeto
equivocado
A
Campinas
Universidade Estadualpropõe-se
afor
demar, a
partir
do ano quevem,
jornalistas
emcursosde
pós-graduação
comduração
deumano.O
projeto
vemsendoimple
mentado
pelo Professor
JoséMar quesdeMeioepelojornaiistaAIberto
Dines.
Marques
deMelo,
provavelmen
teobrasileiromaisconhecidointer
nacionalmenteemestudos decomu
nicação:
tem dezenas de livros publicadose
participa,
hámuitosanos,damaioria doseventoslatino-ame
ricanosda área. Dines
dirigiu
várias
redações
eficou
maisconhecidopor sua
atuação
como editor doJornal do Brasilna
época
brava doregime
militarquando,
porexemplo,
saudouoAto Institucional n" 5com umasombria
previsão
do tempo que escapou àvigilância
da censura;autordeumaobra de vida
longa
-O
papel
dojornal
-, tem ultimamentetrabalhadoem
Portugal,
como editorde
jornais
eensaísta.As
motivações
dos doissãotransparentes.
Marques
de Meloafastou
se da Escola de
Comunicação
eArtes da
USp,
de quefoi
diretor recentemente, eCampinas
é,
porassim
dizer,
a escolhaprevisível.
Quanto
aDines,
aconfigurar-se
seuretomo ao
país,
qualquer
universidade brasileira
ganharia
muitoaotê-lono
quadro
docente,
tantopelo
que ele
fez
quantopelo
quesabe;
éopasso natural de quem
chegou
onde ele está em termos de vivência ereflexão.
Nada disso deve
impedir, porém,
que se discuta emprofundidade
oprojeto
dosdois,
encampado pela
Unicamp.
De início, há trêsobje
ções
afazer quando
sepensa emaproveitar
profissionais
de outrasáreascomo
jornalistas,
sobaalega
ção
de que as coberturassãohoje
especializadas
por assunto-tese, por
exemplo,
da retóricainstitucional da Folha de São Paulo.
A
primeira
é que oenfoque
damatéria
jornalística,
por seleto queseja
opúblico,
é semprenãoespeci
alizado. As
questões
queinteressamaos
especialistas,
as minúcias emtomodas
quais
travamdebatesapoo
,xonadossão, em
geral,
irrelevantespara os consumidores de
informa
ção
jornalística.
Umaredação
deespecialistas
tenderáasedeternes ses pontos, a utilizar mais expressõestécnicasdo queo
indispensável,
aprocurarumaprecisão
deconceitosquenão
faz
o menorsentido para os não iniciados queligam
a tv, orádio ou compram o impresso na
banca.
A
segunda
objeção
é denaturezaética.
Médicos,
advogados,
militares,
diplomatas
têm acessoainfor
mações reservadas,
taiscomohistóricos
clínicos,
processos defamília,
dadosestratégicos;
sãotambémobrigados,
porseuscódigos
profissio
nais, a
restringir
ascriticaspúblicas
a
colegas
ouinstituições
dessas áreas,
formulando-as,
antes, emforos
corporativos.
Aopção
pelo
jornalis
mo
representaria,
assim,nãoapenaso abandonodo
oficio
anterior, mastambéma
adoção
denovosvaloreseatitudes.
A terceira
restrição
refere-se
aocusto. A
formação
deespecialistas
competentes, cada vezmais demo rada e cara. Por
exemplo:
sabe-sequea
preparação
deumfisico
teórico, capaz de lidarcom aciênciade
pontanessecampo,consome,atual
mente, 25anos.E razoável deslocar umhomem
desses
paranovaprofis-"
O
jornalismo
atrai
pela
sensação
de
poder
e
aventura"
são,depois
doinvestimentodeumavida?
Quem
ganharia
comisso?A
experiência
internacionalempós
graduar
jornalistas
nãoé extensa,emalguns
países,
nem animadora NosEstados
Unidos,
existe o tradicionalcurso da Universidade de
Colúmbia,
mais
procurado
porexecutivosdaindústria de
informação
do queporaspi
rantes ...
profissão.
NaEuropa, pelo
contrário,
emparticular
naItáliae naAlemanha,
cursossimilaresprolifera
rameassumiram
foição
teóricainteressante, como
reflexão sociológica
oufilosófica
crítica sobre ossistemas deinformação pública
(pode-se
atécompararseu
conteúdo,
emalguns
casos,com odenossosmestradosedoutora
dos),
mascontribuem pouco,napráti
ca,parao
aperfeiçoamento
do.jomalis
mo.A
inca-pacidade
deformular
discursospróprios
convincen tes emepi
sódios como a guerra doGolfo
Pér-sicoe os
conflitos
daBósnia,ede levá losaogrande público,
éhoje
umgraveproblema.Documeruos
recentesdaCo munidadeEuropéia
têm relacionadoissocom a
formação
dosjornalistas
eoutros
profissionais
decomunicação
social- temaquepreocupa bastante
algumas
dasprincipais
empresas dosetorno Continente.
A
formação
pós-graduada
temperfil
acadêmico,
noqual
nãoseenquadra
otreinamentobásico de
profissionais;
não existem
precedentes
decursosdepós-graduação
profissionalizantes,
seja
nosistemadeensino, sejana
legislação
brasileira que tratade
oficios regula
mentados, Nas áreastécnicas,
após
graduação
latosensu,comoéo casodapropostade
Campinas,
destina-seefe
tivamentea
aperfeiçoar
ouespecializar
oprofissional
emsub-campo
desuaformação graduada,
ouadestrá-loemalguma
técnica instrumental. Nasciên-cias
humanas,
quenãosedefinem
tãoprecisamente,
podem ampliar
o universoda
formação
básica,
masnãosepretende
queasubstituaAlguém
argumentaria
que tudoisso nãotemmaiorimportância,
porqueaindústria
jornalística
-salvo, talvez,
poucos cargosemrarasempresasdo
eixoRio-São Paulo- não
pode
preten dernível deespecialização
compatível
com essa
sofisticação
todanempagasalários quea
justifiquem.
No entanto, ojornalismo
éatraente
menospelo
que aprofissão
éemaispela
auraque aenvolve,
pela
sugestão
depoder
e deaventura decorrente da
proximidade
entre
repórteres
epolíticos,
empresári
os, astrosdoesporteedos
espetáculos.
Supõe-se
queosjornalistas
sebenefici
amdealguma
forma
com essesconta-tos; a mito
logia
gene ralizaacren ça queestãosempre via
jando,
têm vida pouco rotineira epreciosas
oportunida
des de aparecer novídeoenas
páginas
dos veículos.
Nãohá dúvida de que�oisso,e
maisa
possibilidade
de reconhecimento
legal
dessasegunda
habilitação
profissional
obtidaemprazocurto(coisa
queo
Marques
eDines têm porcerta, nãosesabeexatamenteapoiados
emquê),
dariam a cursos comoesse deCampinas
notávelfascinio
para recém-formados
eexcedentes degrande
númerode carreiras.
E aímora o
perigo.
Somos umpaís
emqueamaiorpartedasinstituições
de ensinosuperior
pertencem acomerciantessem
escrúpulos:
sãodezenas
(centenas?)
deuniversidades sem a menor
qualificação
emilhares decursosministradoscom
alto grau de
insuficiência.
Após
graduação
latosensuéexatamenteaárea menos
fiscalizada
do ensinosuperior,
que,nogeral,
já
poucosefiscaliza.
Nadaimpede,
nesse quadro,
queainiciativadaUnicamp
se
reproduza
comofarsapelo
país afo
ra, atraindo
professores
que nãoconseguemsequerumempregomi
serávelnoensino
público,
bacharéisem Direito
rejeitados
no concursoda
Ordem,
pobres
diabosjá
enganados
pelo
contododiploma aplica
do poressas
máquinas
defazer
dinheiro.
As
exigências
laboratoriaisetécni casdoatualourriculo mínimo de Jornalismo
foram
umaconquista
dacategoria
profissional
edaindústria;
têmservidotantopara
permitir
aexistência dealguns
cursos bons quanto paralimitarumpoucoa
expansão
desorde nada doensinode máqualidade
em nossa área Formamaplataforma
emquese
apóia
apolítica
deformação
profissional
porviauniversitária:
Sãotantososriscos,tãoimprová
veisospossíveis
beneficios,
quemepermito
pensar: Por que,afinal,
oMarques
de Mello e o Dines nãotransformam
seuLabjor
deCampi
nas em centro depesquisa
epós
graduação
capaz de atender à de manda do segmento de ponta da indústria porpessoal
maisqualifica
dona
seleção,
operação
ecriação
denovas
tecnologias,
nogerenciamen
to de recursos e de
mercado,
emestratégias
políticas
dainformação
ecoisasassim? Por quenãoousam
avançaralém
do queseconsegueem nossomeioacadêmicotãomedíocrequantopresunçoso, em
lugar
dereproduzir
napós-graduação discipli
nas técnicas básicas? Não seria maisadequado
e maisnobre parapessoascomcurrículostão
respeitá
veis? Ou
fará
sentido colocarumagrande
universidade aserviço
de umamanobra quepode
contribuirparaa
desregulamentação
neolibe ral denossooficio,
numesforço
que nemsequerresponde
aopensamento
prioritário
oupredominante
doempresariado,
nestemomento?Nilson
Lage
é ProfessortitulardoCurso
deJornalismoda UFS�,
" ....
Negociatas
em
família
...
Blá-blá-blá
Imprensa
catarinense
faz
questão
de
não
investigar
denúncias
no caso
do
terreno
do
casal
Amin
No
início de
agosto
ojorna
lista
Jeffrey
Hoff denun ciou através do colunista JaniodeFreitas,
daFolhadeS.
Paulo,
asupervalorização
deum terreno
comprado pelo
candidato à Presidência da
República
pelo
PPR,
Esperidião
Amin,
em1979,
erepassado
uma semanadepois
a suafuturaesposa- eatualqandidata
ao govemo do estado-Angela
Heinzen por um valor 12vezesmaior.O
fato,
corriqueiro
emnegócios imobiliários,
nada teria de anormal se os doisnãofossemfiguras
Rúblicas,
e se no dia da compraAngela
nãotivessecontraídoum
empréstimo junto
à Caixa Econômica Estadual para financiaro
negócio
e aconstrução
deuma casaprópria.
O caso foi levantado
pelo
exrepórter
doNew YorkTimes,
radicadohátrês anos emeioemFlori
anópolis,
com base nos documentos do 22. Oficio do
Registro
de ImóveisdeFlorianópolis.
Asprin
cipais
irregularidades apontadas
por eleforam:1)
asupervalorização
doterreno de Amin no
Parque
SãoJorge,
com a finalidade de conseguir
umfinanciamento maiornumbancooficialparapagaruma dívi
da
pessoal;
2)
Amin teria usadosuainfluência
política
comodeputado
federalparaobteresse
empréstimo;
3)
oimóvel,
quepelo
contratodeve riaserconstruído,
nãoexiste; 4)
Oterrenode
Angela
teria sidovendido aAntonio Carlos
Battaglia,
emjunho
de86,
por 10% doseuvalor,
confirmandoateseda
supervalori
zação,
Anotíciafoi manchete de capa
na Folha de S. Paulo e saiu nas
páginas
de OGloboedoJornaldoBrasil,
mas não obteve o mesmotratamento na
imprensa
local. Ojornal
O Estadopublicou
durante dois diasadenúncia,
ouviuasfontes envolvidas e deu
9portunidade
para
queEsperidião
eAngela
Aminjustificassem
onegócio.
Depois
re cuou.De acordocomJeff,
após
terrecebido a visita do
advogado
deEsperidião
Aminede Roberto Costa,dono da
agência
depropaganda
Propague,
ojornal
encerrou a cobertura do fato com um editorial
que criticava aonda de denúncias
no
país.
Os demais
jornais
selimitarama
apresentar
asexplicações
do casalAmin,
sem se preocupar emcontextualizar o fato e checar as
informações.
O Diário Catarinense
publicou
nosdias 3e4 deagosto,
respectivamente,
asseguintes
manchetes
naparte
inferiordapágina:
"Angela
reage àdenúncia" e"Ân
gela responde
aacusações".
Eoscolunistas
preferiram
insinuarque Jeffera um
"especulador
político",
"um mochileiro novaiorquino",
um"refugo
dojornalis
moamericano" e umdeles até su
geriu
queojornalista
"semancas-se".
Segundo
Jeff os documentosdescobertos foramresultadodeuma
investigação
iniciadanoperiodo
dacampanha
àprefeitura
de Florianópolis,
em 1993."É
um hábito co mum parajornalistas
americanosem
véspera
deeleições.
Infelizmente,nãoéemSanta Catarina".
Jeffrey
Hoff concedeu uma entrevista exclusivaao ZERO.
ZERO- Comoepor que você co
meçou a
investigação?
JEFF-
É
um processosimples
eóbvio
para'
qualquer
repórter.
Euestavaatrás de outras
informações
Jeffrey
diz
que
imprensa
de
se
não
investiga
no cartório e acabei encontrando
isso. Isso faz
parte
deumainvestigação
muitomaior,
de várioscandidatos,
não sódo Amin.ZERO-
Porque
vocêrecorreupri
meiroàFolha de S. Pauloenãoà
imprensa
local?JEFF- Desde que
cheguei aqui
mandei matérias para os
jornais
locaise elesnão
publicaram.
Mandeiosdocumentos 'parao
jornalista
Janio de
Freitas,
da Folha de S.Paulo,
porqueeusabia queosjor
naislocais
jamais
iampublicar.
O documento tem 15 anos enenhumrepórter
ou nunca encontrou ou nunca usou. Por isso mandei para umrepórter
que achava bem maisconfiável,
que temrespaldo
e respeito
emtodoopaís.
Janio de Freitasé membro do conselho editorial da Folha.
ZERO- A··
imprensa
tratou suasinformações
comoresultado deumainvestigação
jornalística
ou comoespeculação política?
JEFF- Jânio de
Freitas,
como repórter
deconfiança,
tratouissocomo umainvestigação
jornalística.
Jáosjornais
catarinenses consideraramque o met- trabalho era só para
prejudicar
Esperidião
eÂngela
Amin. Tanto é que no dia 4 de
agosto,
ojprnal
A Notícia colocounacapa
"Angela
Aminvai processar
Jeffrey
Hoff". Nodiaseguinte,
MoacirPereira
publicou
na colunadele "Amin: alvo do PT e PFL". Achei muito
engraçado
que umcolunista
político importante
e inteligente
no estado, nãopudesse
aceitarqueessadenúnciavinhado processodo
jornalismo,
enãotinhanada a ver com
qualquer
partido
político. Depois
agente
viu quetanto o PT
quanto
o PFLtentaramIE
utilizar as denúncias. Mas o pro N cessojornalístico
éindependente,
�
completamente
independente
dos �partidos.
�
�
ZERO- Como foiarepercussão
na�
imprensa
catarinense?JEFF- O Diário Catarinense colo
cou amatériana parteinferior das
páginas
9 e15,
sem crédito dorepórter,
semfoto,
semdestaque.
Emesmo assim a
primeira
reporta
gem do
jornal
sobreoassuntotinhao título:
"Angela
reage a acusações'
'.Aqui
em Santa Catarina ojornal
O Estado foi o único quepublicou
osdocumentos. Mas dois diasdepois
os editores dojornal
recuaram em um editorial com otítulo "O furacão
denuncista",
criticando as últimas denúncias pu
blicadas
pela imprensa
dopaís.
Masreportagem
investigativa
nãoé questãode
denúncia,
équestão
demostrarparao
público,
paraoscidadãos,
paraos
eleitores,
otrabalho,
a vida dospoliticos.
O povotemtodoodireitode saber tudo sobre
qualquer
político.
Uma pessoa que eragovernador,
que quer ser
presidente,
que quer sergovernador.
Eles têm poucossegredos
navida. Na vidapessoal
sim,
mas nosnegócios
e notrabalho
deles,
napolítica,
sãopúblicos.
Isso não édenúnciade
jornal,
éumjornal publicando
informação
sobre um candidato. E o candidato
teve a
oportunidade
deresponder.
Um
político
tem que ser aberto aqualquer
critica.ZERO- Em
algum
momento oscolunistas que citaram o caso
pro-Reproduzimos aqui alguns
comentários dos colunistascatarinensesem
relação
àpolêmica
sobreo casodoterreno.Tiro
pela
CulatraEssa
vergonhosa
exploração política
da venda de umterreno
pelo
casalEsperidião
Amin,
denúncia de ummochileiro
novaiorquino já
devidamente esclarecida aquem de
direito,
ouseja,
aojornalista
Jânio.de Freitas,
tem�do
paraajudar
ainda mais a candidatura dadeputada
Angela
Amin,
cada vez mais isolada naliderança.
Maisumavez severáumtiro sair
pela
culatra. Nossospolíticos precisam
amadurecer,
mesmoaqueles
quejá
estãosemchancesem3 de outubro. Nãobasta só
ganhar.
Oimportante
nesseprocesso édignidade
naparticipação.
(Cacau Menezes,
noDiário Catarinense10/08/94)
Consulta
Antes de
lançar
esse beloprojeto
de uma avenida àbeira-mar,
ligando-a
Joaquina
ao Morro dasPedras,
noSulda
Ilha,
recomenda-seaoprefeito
Sérgio
Grando quefaça
uma consultaparticular
aojornalista
Jeffrey
Hoff,
conhecidíssmo
pela
imprensa
do seupaís,
o mesmo queliderou umbem sucedido movimento na Barra da
Lagoa
contraa
construção
deumamarinaeque acaba deganhar
seus IS minutos de fama nacional ao "denunciar" ocasalEsperidião
Amin desuperfaturar
um terreno na Ilha.Seomeninoo aprovar, tudo bern. Se ele vetar, é bom a
prefeitura
engavetar
de vezoprojeto.
(Cacau Menezes,
noDC,
11108/94)
Ajuda
Quanto
mais adversáriostentaramexplorar
o caso doempréstimo
bancário do casalEsperidião
Amin para acomp�a
deterrenos, maisacandidataângela
cresceránaspesquisas.
Simplesmente
por uma única razão.Querem
criar escândalo onde ele nãoexiste.(Cacau Menezes,
noDC,
21108/94)
o furacão denuncista
"
... sequer vale
perder
maistempo
comisso,
principal
mente
quando
a 'denúncia'parte
de um diletante 'freelancer'
estrangeiro,
equando
asintenções
são tãoevidentes".
(Editorial
dojornal
OEstado,
04/08/94)
Pent...
Pelas encrencas que promoveu e promove na Ilha
nestes três anos e meio de conturbada convivência tudo
�dica
que
ojornalista
�ericano
Jeffrey
Hoff,
queimpe
dIUmannas,efaz denúncias
políticas
comoúnicoobjetivo
de
perturbar,
deveser nomínimoum"refugo"
dojornalis
mo amencano.
Aquele
dotipo
quenãoserviu para nada láeveio botar bancaaqui.
Te manca, meu filho...(Miro,
jornal
OEstado,
04/08/94)
curaramvocêpara verificarosdo cumentos?
JEFF- Não. Eles tambémsão
cúm
plices
doproblema.
Escreveramcinco,
setevezessobremim,
váriasvezes sobre o assunto e nunca me
ligaram.
Nenhum dosjornais
che gou a analisar os documentos.SETEMBRO 94
-ZERO
ZERO- Então você acha que os
jornalistas
catarinenses não tiveram
espírito investigativo
diante de um caso relevanteperto
daseleições?
JEFF- Para mim foi uma investi
gação
comum e euacho que paraosrepórteres
do Rio deJaneiro,
de São Paulo ede PortoAlegre
também seria. Infelizmente em Santa
Catarinanão. O
problema
dos repórteres
investigativos
é que elesnão direcionam as
perguntas
àsentidades certas: à Procuradoria
do
Estado,
àReceitaFederal e aosbancos. Nãose deve
perguntar
só paraos assessores.Luclane Lemos
Sheila
DerettlFaltou
com
a
verdade
Noprogramaeleitoral do dia 26 desgosto,Ângela
Amindisse que Janio de Freitas teriatelefonado
para pedir desculpas pelostranstornos causadospelamatériada
Fo/hade S.Pau/o. Dois diasdepois,Janio
desmentiuna suacoluna que tivesseconversado
com acandidata doPPRao
governo de SantaCatarina.
5