• Nenhum resultado encontrado

Zero, 1994, ano 12, n.1, set.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Zero, 1994, ano 12, n.1, set."

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

. � t_ M-_ -,01$ '"'� IV.. 1> .. '" -, �... �

��

:,���-;:��

N2

1

-

ANO XII

-FLORIANÓPOLIS,

3 DE SETEMBRO DE 1994

-

CURSO

DE

JORNALISMO DA

UFSC

,

MISERAVEIS

r

EM PE

DE

GUERRA

Índios

e

pequenos

agricultores juram

que são donos da

mesma

terra

Na

Central

$.",

A IMPRENSA E O

TERRENO DOS AMIN

Pag.S

-_'_" $; -.

�:'\--•

ft,.f;c:;"_�i'-,�r:tl�r

A of A"'k .• 41'.

(2)

ZERO -

SETEMBRO

94

2

Arte: Michelson

Borges,

Dassilva

Colaboração:

Prof. Nilson

Lage,

Prof. Carlos

Locatelli,Prof.Waldir

Rampinelli,Prof. Ricardo

Barreto,Sindicato dos

Eletricitáriosde

Florianópolis Copy-WrHer: Prof. Carlos

Locatelli,Prof. Luiz Scotto

DI�amação:

Alessandro

daSilva,AlexandreWinck, AlineCabral,Ivana Back, Jaime Luccas,Josemar

Sehnem,JussaraCampelli,

Luciane Lemos,Pablo

Claudino,

Sérgio

Severino, UlyssesOutra Neto

Edição:

Alessandro da

Silva,AlexandreWinck,

AlineCabral,

Diógenes

Fischer,Giancarlo Proença,

Giovana Borini,IvanaBack,

JaimeLuccas,Josemar

Sehnem,Luciane Lemos,

MarceloSantos,Maurício

Oliveira,NelsonCorrêa,

PabloCaludino, Paulo de

Tarso, Suyanne Rovaris,

MaurícioOliveira, Ulysses Outra Neto Textos: Alessandra

Mathyas,AlineCabral, Barbara Pettres,Carlito CostaJr.,Elmar Meurer,

Flávia

Rodrigues,

Ivana

Back,Jaime Luccas, JosemarSehnem,

Joyce

Sabatke,Kíria Matos,

LucianeLemos, Maurício

Oliveira,Paulo deTarso,

Sandra Nebelung,Sandra

Vieira, Sheyla Deretti, Suyanne Rovaris Foto: BarbaraPettres,

JaimeLuccas, Lúcio

Baggio,

Paulo deTarso,

PauloHenrique, Roger

Gnecco

laboratório

Fotográfloo:

Paulo de Tarso

Editoração

Eletrônica:

Giancarlo Proença,

Jaime tuccas,

Sérgio

Severino SecretariaGráficae acabamento: Pablo Claudino

Coordenação:

Jaime Luccas

Supervls.ão:

Prof. Carlos

Locatelli

Redação:

Curso de Jornalismo(CCE-UFSC), Trindade,Florianópolis/Se­ CEP 88040-900 Telefones: (0482) 31-9490e 31-9215 TelexeFax: (0482) 34-4069

Impressão:

Diário Catarinense

Distribuição

Gratuita

Clrou)ação

Dlr�da

ZERO

Jornal laboratóriodo Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina .

Entre

o

discurso

e a

realidade

Aseleiçõesestãoeí. Enquantona

telinhaoscandidatosfazemadança

do

faz-de-conta

arealidade é bem

diferente.OcmalAminnãoexplicaa

transaçãodacompradoterrenoedo

financiamento

bancárioeaimprensa

catarinm;etampoucoseimportaem

cornentaro�.AfichadeKlWúi­

bing,oprirreirocolocadonaspesquí­

sas

paraoSenado,

não

édasmeIho­

res:

dessavezéocalotenosadvogados

que

prestam

defesa dativa

parao

Estado.

Depois

dasaídade

Kleinü-bing,devendomaisdeR$2mi1hões,

o

vice Konder Reis também

não

pagounadadesdeque

assumiu.

No

caso

dos cineastas

chega

a ser ver­

gonhosa

a

cara-de-pau

comque

Kleinübingseofereceparainterce­

der

junto

ao

atual

Governo,

para

liberarrecursos

que

eleprometeue

nãopagou.

Tambémnessecasoa

imprensanão

faloudo

assuntoeos

cineastas

estão

sendo acusados de

embolsaremodinheirodoconvênio

comoGovemo.

Nacentral,

o

conflito entreíndi­

ose

colonos

em

Seara,

Oeste de

Santa

Catarina

Disputando

o

mesmo

pedaço

de

terra,

eles

sãoo

retrato

dafalênciadomodelo

agrá­

rio catarinense

e

brasileiro,

e

vi­

vern as

conseqüências

de

um

pas­

sado de desacertos. Os índios

queremvoltarparaolugaremque

seus

antepassados

viveramháde­

zenasdeanos

enquantoos

colonos

lutam para ficar

no mesmo

chão

emquenascerameforamcriados.

Mira

torta:

a

questão

das

palmadas

Na

edição

de 5 de

julho

ocolunista

Miro,

colaborador do

jornal

O

Estado,

publicou

a

seguinte

nota, referindo­

seàfotoda

página

4 do últimonúmero do ZERO: ,

Mau

começo

U1 tima

edição

do

jornal

"Ze­

rc", que

serve

de

laboratório

aos

estudantes do

Curso

de

Jomalis­

mo

da

UFSC.

traz

um

exemplo

de

como

não

se

deve

fazer

jomalis­

rno, e

de

total falta de ética de

'-1L!(m editou

e

deixou editar

tal

inverdade deliberada. Cartaz que

aparece

numa

foro

com

dizeres

c.mrra uma

empresa de

comuni-oZERO esclareceaosleitores do

jornal

OEstado

que afoto não éuma

montagem.

Foi tiradadurantea

manifestação

dos

jornalistas

profissionais

que luta­

vam por melhores

salários,

realizada na rua

Felipe

Schmidt,

em 26 demaio

passado.

O

negativo

estáno .

Cursode

Jornalismo,

à

disposição

de

qualquer

pessoa que

queira

verificar

sua

autenticidade. Possivelmente

oqueofendeuocolunistanãofoiocartazqueaparece

na

foto,

mas ofato de queocidadãoquenelaestáem

primeiro plano

éodiretor-editorialdo

jornal

O

Estado,

Mário Pereira.

O chefe do

Departamento

de

Comunicação

da UFSCemembrodadiretoriadoSindicato dosJorna­

listas,

Áureo

Moraes, entregou

ao

jornal

O Estadouma

carta - até

hoje

não

publicada

-para estabelecer a

verdade dos fatos. A

seguir, alguns

trechosdacarta:

,,

Senhor Diretor-Editorial

Ilustríssimo Jornalista Mário. Pereira

Muitonos

surpreendeu

nota

publicada

nacoluna

'Miro', em 5 de

julho

passado, referindo-se

a 'um

exemplo

decomo não se deve

fazer

jornalismo

'(.

.

.)

cação

catarinense. durante

panfle­

tagem

do Sindicato

dos

Jornalistas

no

calçadão

da

Felipe

Schmidt.

em

Florianõpolis,

foi

falsificado.

reo

sultou de

uma

fotomon

rage

m.

Quer

dizer:

os

futuros colezas

es-...

tão

aprendendo

até

a

falsificar

fo-.

tos

lÍ'a

escola. Mereciam

urnas

pal­

madas.

Dizer que ensinamos nesta Universidadecomo não

se

fazjornalismo

é,

no

mínimo,

uma

grande

contra­

dição. Principalmente

para este

jornal

que

abriga

entre seus

funcionários

ex e atuais alunos desta

instituição (.

..

J Leviandade,

fé,

injúria

não são

termos

suficientes

para denominaraatitude doautor

da

notana

coluna 'Miro'.

Finalmente,

senhor

editor,

estamosabrindonosso

arquivo

fotográfico

para que o

próprio

O Estado submeta os

negativos

a uma

perícia,

paradesmancharesta

farsa

que

foi

criada.

Esperamos,

evidentemente,

que os resultados desta

análise

sejam posteriormente

publicados

comdesta­

que para queoleitor deO Estado saiba ondeestáa

verdadeeondeseencontra quemsabe

fazer

jorna­

lismo".

Informamos tambémque a

equipe

de alunosres­

ponsável pela

edição

do ZERO tem total

indepen­

dência editorial. O

jornal

é feito há 11 anos por

estudantesdo Curso de

Jornalismo,

muitos dos

quais

trabalharam,

trabalham ou trabalharão nos gran­

des

órgãos

da

imprensa

nacional.

Abaixo,

à

esquerda,

a

polêmica

foto comentada

na

Co/una do

Miro.

Em

prlme/ro

p/ano

aparece

o

Diretor Edltorla/ de O Estado.

À

direita,

o

presidente

do

Sindicato

dos

Jorna/istas de Santa

Catarina,

Sérgio

Murllo,

com

ocartaz

usado

na

manifestação.

JORNAL O

ESTADO

GA

SALÁRIO

DE

ZERO

na

Imprensa

Narevistalmprensa dejulhofoi

publicado

o

seguinte

comentário

na coluna

"Perdão,

Leitores",

de Moacir

Japiassu.

Janistraquis

descortês-Alunos do

curso de Jornalismo da Universi­ dade Federal de Santa Catarina

(UFSC)

enviamo seu

jornal-labo­

ratório,

para

apreciação

deste Per­

dão....

Ojornalzinho

é

bom,

porém

Janistraquis

implicou

com o nome

- Zero:

"Considerado,

Zero

pode

até noslembrar

aqueles

números

experimentais

antesdea

publica­

ção

enfrentar

as

bancas;

mas há

sempre

algum

gaiato

para dizer quesetratadanotaque ameninada

recebeuemJornalismo...". Por

fa­

vor, nãodêem

importância;

issoé pura maldade desse auxiliarnem

sempre cortês.

Esclarecimentos

Estouescrevendopara

elogiar

o

jornal

e

registrar

minha

felicida­

deaosaber queos

futurosprofissi­

onais da

imprensa

são tão bem

preparados.

O visual do

jornal

é

muito

agradável

eacabaatraindo

o leitor.

Acompanho

todososnú­ merosdesdequeo

jornal

passoua ser

impresso

commaisdeuma cor.

Também

gostaria

deuma

expli­

cação

quanto

a umanotaque lina

coluna do Miro. Eleacusa oZERO de ter

forjado

uma das

fotos

em uma matéria na

edição

de 27 de

junho

de1994. Tenhocertezaque

ele deveestar

enganado,

masgos­

tariadeuma

explicação.

Maso

fato

quemelevouaescre­ ver

foi

a matéria assinada por Alessandro da

Silva, cujo

tema

fa­

lava sobreocrescimentoda músi­

ca

Gospel

em

Florianópolis

e no

Brasil. Acheiamatériamuitoboa

eesclarecedora.Mas háum

equí­

voco do

repórter

quando

ele

faz

uma

comparação

entre a venda­ gem da banda

gospel

Atos IIe o

grupo norte-americano Faith no

More.Aotentarmostrarqueogru­

po

evangélico

vendeumaisdo que

oFaithnoMore queestava estou­

rando no

Brasil,

o

repórter

usou umnúmero absurdo parademons­

traras

cópias

vendidas

pela

banda

deMikePatton. Asoitomil

cópias

queaparecemnamatéria não che­

gamnem

perto

do número

real,

que

na

época já

havia

alcançado

a marcade 85 000 discosvendidosno

Brasil.

Carla

Patton,

Florianópolis

RESPOSTA

Realmente houve.um erro nos

números durante a

digitação

da matéria.As 80.000

cópias

setrans­

formaramem8.000.

A

explicação

sobre a nota do Miro no

jornal

O Estado está na

matéria

publicada

nesta

página.

Solicitação

Através do

presente,

estamos

gentilmente

solicitando

junto

a

VossasSenhoriasoenviodoJornal

Laboratóriodo Curso de Jornalis­

moda UFSC paranossaentidade de Ensino. O CiE.

Prof

Olavo Cecco

Rigon

contacom2500alu­

nose130

professores,

eeste seria

de

grande

valiapara estudos

peda­

gógicos.

Certos de termos

prontamente

atendidaanossa

solicitação,

ante­

cipadamente agradecemos.

Jaime Estevãobemardi- Diretor

ERRATA

Em sua última

edição

ZERO

publicou

na

reportagem

das

pági­

nas 6e7 queJosé Rocha Coutinho

Netoé mestreem

Ergonomia.

Na verdadeJosé Rocha é médico

peri­

todo INSSecoordenador do

proje­

tosobre

Comunicação

deAcidente

(3)

Trem

da

alegria

na

UFSC

419

professores

querem

progredir

sem concurso

O

DepartamentodeFísicada

UFSC enviou um docu­

mentoaoscentrosdauni­ versidademanifestandoo seu

repúdio

à

solicitação

de 419 pro­

fessoresque querem

progredirprofis­

sionalmente

dacategoriadeprofessor

adjuntoIV

para

titular,

sempassarpor um

concursopúblico.

O

departamen­

to

argumenta

queesseprocessodese­

leção

interna

prejudicariaaqualidade

deensino.

Ochefedo

Departamento

deFísi­

ca,

professor

Paulo César

Tettamangy,

dissequeoprocesso de

seleção

interna é uma

questão

de

"rebocação",

detransferência. Tra­

ta-seda

impossibilidade

de

ingresso

deoutraspessoas,semconhecimen­

tos

diferenciados,

o que

impede

a

melhoriada

qualidade

doensinoe o

aumento

doquadrofuncional

dauni­ versidade.

"

Numconcurso

público,

entrao

melhor,

que

pode

ounãoserdedentro

da

instituição

",

afirmao

professor

PauloCésar.

Segundo ele,

aprogres­

sãointerna apenas reclassificaopnr

fessor paraaumentarosalárioepro­

porcionar

-lheum

titulo,

nãoconside­

randoosinteressesacadêmicos da

universidade.

Alguns professores

ti­

tulares,

comoo

professor

Nilson

Lage

do

Departamento

de

Comunicação,

sãocontraa

progressão.

"Eumpro­ cessoótimoderesolveros

problemas

das pessoase

prejudicar

a

instituição

".Eleentrouna UFSCatravésdecon­

cursopúblicoemabri1de

1992.

Paraestudaroabaixo-assinadodos

419

professores,

oreitorDiomário de

Queiróz

instituiuurnacomissãoque

avaliaa

possibilidade legal

de

seleção

interna.Os

oitoprofessores quefazem

parte

dacomissãoenviaramasminu­

tas

comaspropostaspara

todasas che­

fias de

departamento,

solicitandocri­

ticase

sugestões.

Osub-chefedo

Departamento

de

Física,

professor

Paulo

Rodrigues

Machado,

éumdosmembrosdaco­

missãoeafirma quea

proposta

não

implicaemperdasparaa

UFSC.Pelo

contrário.Paraum

professor

progre­

dirfuncionalmenteaté

chegar

aoúlti­

mo

nível,

queéode

titular,

elepassa

antes

pelos

níveis

auxiliar,

assistente

e

adjunto.

Isso leva 24 anos,atéaoní­

velde

adjunto

IV,

se o

professor

não fizer mestradooudoutorado. Nesse

tempo,

o

professor

temquemostrara

sua

produção

cientifica,

de

pesquisa,

ensinoe

extensão,

além de

apresentar

monografias.

Pelanova

proposta,

ocritériopara

seleção

do

professor

titularserá mais

rígido.

A bancaexaminadoradeve compor-sede cinco

membros,

sendo

trêsdeoutras

instituições.

Além dis­

so, estão foraos

professoresque

exer­ cem

funções

administrativas."O que sequeréqueo

professor

mostreoque

ele fezao

longo

desuacarreira acadê­

micaeissovai contribuiremuito para

aqualidade

do ensinonaUFSC

",

fa­ lou Paulo Machado.

A

Constituição

de 1967

previa

que, cadavezqueum

professor

qui-sesseelevaroseunível

funcional,

era

preciso

prestar

concurso

público.

A

partir

de

88,

com a nova

constituição,

ocandidato fazconcurso urnaúnica

vez.

Depoiseleelevaonívelatravés

de

progressão

até

chegar

a

Adjunto

IV.

Paraa

categoria

de

titular,

é necessá­

rio

prestar

concurso

público

nova­

mente. Essaregra estánoDecreto 94.664de 23de

julhode

1987,

capítu­

lo

VI,art.16:

"aprogressãonascarrei­

rasde

magistério poderá

ocorrer ex­

clusivamenteportitulaçãoedesempe­

nho

acadêmico,

nostermosdasnor­ mas

regulamentares

a serem

expedi­

das

pelo

Ministério de EstadodaEdu­

cação:

(

...

)

TI

-deurnaparaoutraclas­

se, excetoparaProfessor Titular".A

decisão tambémestánaLei8112 de 11de dezembrode1990e noEstatuto

Gerale

Regimento

Internoda

UFSC,

aprovadopelo

ConselhoUniversitário

em7de maiode 1991.

A

primeira

universidadequeco­

meçoua

seleção

internafoiaFederal de Santa Maria.

Depois

deuma con­

sultaà Procuradoria

Geral,

aUFSM instituinorrnas paraqueadecisãofos­

se

seguida.

Foramfeitas

algumas

ava­

liações

e

alguns professores

consegui­

rampontos

suficientesparaseremele­

vados àtitular.Foi demonstradoao

Tribunal de Contas daUnião queo

processofeitoeralegal.

OTribunal de

Contas,

usandodesuaautoridade de

fiscalizadorda

União,

aceitouapro­

gressão

funcionalde

adjunto

IV para titularnaUFSM.

Opresidente

dacomissãoe

profes­

sor do

Departamentc

de

Direito,

Nicolau

Pitsica,

fezumaanálisefun­ damentadana

constituição

e nasleis

sobreoassunto.Ele entendeu quea

progressãoé legal

equenãoexistene­

nhumimpedimentojuridicoparaque

a

propostanão

sejainstituída. Jáopro­

fessorFranciscoAntonio Pereira Fi­

lho,

do

Departamento

de

Expressão

Gráfica, CCE,

écontraaproposta

Se­

gundoeleénecessáriosepararbemas

duas coisas: o nível salarial e a

titulação.

Paraeleo

professor

titularé

alguém

que

representa

a

instituição,

"éurna

espécie

de

paradigma

doco­

nhecimentonaUniversidadeepor

issonão

pode

serdado automatica­

mentea

qualquer

pessoa"

.

Francisco,

queé

professor

assistente acha que

aqueles

que dedicaramtodaavidaà Universidadeepor

qualquer

motivo

não

puderam

continuarosestudos

"podem

edevemtermelhoressalári­

os".

"Oque

não

podemosé

misturaras

questões

salariaiscom a

titulação

de

doutor".

Alguns departamentos

da UFSC estãosemanifestandoem

relação

à

minutaenviada

pela

comissão. O de

Matemática,

por

exemplo, já

deu al­ gumas

sugestões

para

complementação

do documento.

''Masos

professores

ainda estão divi­

didoseoDepartamentoaindanãotem

urnadecisãoformada

",

disseachefe do

Departamento,

professora

Márcia

Rampinelli. Depois

de avaliadasas

criticase

sugestões,

odocumentoserá

apreciado

pelo

CEPE,

Conselho de

Ensino,

Pesquisa

eExtensão. Se for

aprovado,

passará

a ser a normada UFSC."Isso

pode

demorarumbom

tempo",

afirmou o

professor

Paulo Machado.

Alessandra

Mafhyas

UFSC

adota

monumento

rejeitado

Duas

mente da terra duranteformas

surgiram

repentina­

asférias

emfrenteaoBardoBásico-um

dos pontos mais movimentados da

UFSC."Pareceumcasal românticode

dinossauros",disse Marcelo Corrêada

Silva,

estudante de Economia.

"Fiquei

sabendoqueéa

ligação

entreos

países.

Temaver com oChile,

né?",

completa

MarcosGuido CenceidoCurso de En­

genharia

Elétrica.

No fundoosdoisestudantestêmum

poucoderazão. "Asduas

figuras

po­

dem serdois homens, dois

animais,

doisoceanos,dois

povos",

dizochile­

noLautaro

Labbé,

escultor ecoordena­ dorda obra. A

construção

daestátua "Um

Abraço

Andino-americano "foi

umdoseventos doFestivalde Artee

Culturasem

Fronteiras,

realizadoem

Florianópolis

de 8a17 de

julho. Orga­

nizadopor gruposdasociedade

civil,

reuniurepresentantesdoChile,

Brasil,

Uruguai

e

Argentina.

Ofestivalfoi pouco

divulgado

por­ q:teaconteceuduranteas

férias,

semo

apoio

de

instituições governamentais

e comescassezderecursos."Nãotínha­

mosnemum

tostãopara

a

divulgação

e

não havia dinheiro nemsequer para

fazer o

programa",

disse

Áurea

Oli­

veira Silva,

professora

e co­

organizadora

do Festival de Arte e

CulturasemFronteiras.

Áurea

afirma

ainda que procurou,entreoutrasinsti­

tuições,

aUFSC para

apoiá-los

inicial­

mente,mas

quaseninguém

acreditava

noevento.

JáoReitorDiomário

Queiroz

disse

queaUF�::: foiexcluídanoiníciodo

festival.

"Quando

entramos oproces­ so estava

desgastado,

mas salvamos

algumas

coisasboas, entreelas essa

escultura", Inicialmente a escultura

foi

projetada

paraumapraça

pública

da cidade, masacabou vindo para a

universidade. "Euestavaemcasano

sábado ànoite,

quando

recebiumtele­ fonemado IPUF

(Instituto

de

Planeja­

mento Urbanoda

cidade).

Disseram

quenão tinham nenhum localreserva­

do paraa

construção

da

escultura,

en­

tão autorizei sua

construção

aqui

".

comentouoReitor.

Parafazeraescultura Lautaro

Labbé,

emais35 estudantes da Universidade

de

Concepcion-Chile

utilizaram uma

técnica

usadaem seu

país.

Elaconsis­

teem cavar asformasnaterra,preen­

chercomconcretoeferro

edepois

erguê-lacom

guindaste."

É

ummétodo

fácil,

rápido

e

econômico",disse

Labbé.

Amesmatécnicafoi usadaemCon­

cepción,

numa escultura em homena­

gemaestudantesmortosnaUniversida­

de, vítimas da

repressão

durante a

ditadurade

Pinochet(73/89).

Jáaescul­

tura

daqui

suscitavárias

interpretações,

umadelas éaidéia deum

país-continen­

te, através da

integração

dos povos andino-americano.Eessaunidade éo

principal objetivo

deLautaroLabbé.

Osestudantesarrecadaram dinhei­

roporquatromesesparaviraoBrasil

na

expectativa

deum

grande

·festival

cultural.

"Esperávamos

algo

muito

maior", comenta

decepcionada

Pilar

Navarro, estudante de artes

plásticas

da Universidadede

Concepción,

"Aqui

foitudomuito

caótico, ninguém

sabia

seiaounãosaira

escultura,

acrescenta

CristianSoto,estudante chilenodear­

quitetura,

Osdois

participaram

dacons­

trução

coletiva do

"Abraço

Andino­

americano"eapesar doscontratempos

sentiram-sesatisfeitospor

ajudarem

a

promoverointercâmbioculturalentre

os

países.

Evemmaisestátuaporai,AUFSC

está

promovendo

umconcursopara a

A

controvertida

obra

construção deummonumento,

porUS$

5 mil,querepresente os 500anosde

descobrimentodaAmérica. "O espa­

ço do

Campus

está abertoa

qualquer

manífestação

artístico-cultural",

disse

oReitor.

Paraoartista

plástico

SauloPereira

umaescultura nãotemqueserbonita.

"Sóquerealmenteaobra 'Um

Abraço

Andino-americano'

poderia

seresteti­

camentemelhor

resolvida,

masela é

significativa". É

arte, entendeu?

Sandra Vieira . Barbara Pettres

SETEMBRO 94

-ZERO

3

Unidade

cultural

na

diversidade

"Nósnãosomos nem

latino-americanos, nem

hispano-americanos,nem

lusitanos,nem

indígenas.

Somosandino-americanos·,

explica LautaroLabbé.

Aexpressão "andlno­

americano"vem do

elemento

geológico

que

estrutura todoocontinente

.e

americano,desdeoAlasca

� atéoCabo Horn: a

Cordilheira dosAndes,a

espinhadorsal daAmérica. "Este é umelemento que nosune atodos,sem

parcializaredividir raças.

Não devemos

seguir

com a

alienação

cultural de

repetirquesomoslatino­

americanos. Devemos recuperarnossas raízes

próprias,

com acriaçãode

umprojetocomum. Um

país-continente,

uma

federação

andino-americana,

com cultura

própria,

sem

fronteiras. Esse éosonho de Bolívar".Para Lautaro

umgestode autonomia

política

serianos

autodenominar,não admitir

rótulos impostos pelos dominadores. "Como

andino-americanos,não buscamos auniformidade dagente,buscamos a

diversidade da gente.

(4)

Nilson

Lage

ZERO

-SETEMBRO

94

Unicamp

rasga

o

diploma

e

quer

formar

jornalistas

em um ano

Jomalismo

recupera

Memória

o

Projeto

Memória do Jornalismo,do

Departamento

de

Comunicação

da

UFSC,

traz a

Florianópolis,

no

próximo

dia

14,

o

jornalista

Luiz Amaral. A

partir

das

9h30min,

na

sala 214 do Centro de

Comunicação

e

Expressão,

Amaral

falará sobre ensino de

jornalismo

nosEUA, o

jornalismo

americanoe

odesenvolvimento

tecnológico,

além de

seu trabalho no Brasil e

Estados Unidos.

A

trajetória

de Luiz

Amaral incluiotrabalho

em O

Jornal,

dos Diários

Associados,

no

RS,

na-Rádio

Suíça

Internacional,

emBerna e na Voz daAmérica, em

Washington,

onde

está até

hoje.

Luiz Amaral

aproveita

a

palestra

para

lançar

o

livro Esses

repórteres,

último trabalhodo

jornalista

que

havia

escritoJornalismo

-Matéria de 18

Página

e

Técnica de Jornale

Periódico.

Os

pós-jornalistas

Uma

grande

Universidade,

nomes

de

prestígio

e um

projeto

equivocado

A

Campinas

Universidade Estadual

propõe-se

afor­

de

mar, a

partir

do ano que

vem,

jornalistas

emcursos

de

pós-graduação

com

duração

de

umano.O

projeto

vemsendo

imple­

mentado

pelo Professor

JoséMar­ quesdeMeioe

pelojornaiistaAIberto

Dines.

Marques

de

Melo,

provavelmen­

teobrasileiromaisconhecidointer­

nacionalmenteemestudos decomu­

nicação:

tem dezenas de livros pu­

blicadose

participa,

hámuitosanos,

damaioria doseventoslatino-ame­

ricanosda área. Dines

dirigiu

vári­

as

redações

e

ficou

maisconhecido

por sua

atuação

como editor do

Jornal do Brasilna

época

brava do

regime

militar

quando,

por

exemplo,

saudouoAto Institucional n" 5com umasombria

previsão

do tempo que escapou à

vigilância

da censura;

autordeumaobra de vida

longa

-O

papel

do

jornal

-, tem ultimamente

trabalhadoem

Portugal,

como edi­

torde

jornais

eensaísta.

As

motivações

dos doissãotrans­

parentes.

Marques

de Melo

afastou­

se da Escola de

Comunicação

e

Artes da

USp,

de que

foi

diretor recentemente, e

Campinas

é,

por

assim

dizer,

a escolha

previsível.

Quanto

a

Dines,

a

configurar-se

seu

retomo ao

país,

qualquer

universi­

dade brasileira

ganharia

muitoao

tê-lono

quadro

docente,

tanto

pelo

que ele

fez

quanto

pelo

que

sabe;

éo

passo natural de quem

chegou

onde ele está em termos de vivência e

reflexão.

Nada disso deve

impedir, porém,

que se discuta em

profundidade

o

projeto

dos

dois,

encampado pela

Unicamp.

De início, há três

obje­

ções

a

fazer quando

sepensa em

aproveitar

profissionais

de outras

áreascomo

jornalistas,

soba

alega­

ção

de que as coberturassão

hoje

especializadas

por assunto

-tese, por

exemplo,

da retóricainstitucio­

nal da Folha de São Paulo.

A

primeira

é que o

enfoque

da

matéria

jornalística,

por seleto que

seja

o

público,

é semprenão

especi­

alizado. As

questões

queinteressam

aos

especialistas,

as minúcias em

tomodas

quais

travamdebates

apoo

,

xonadossão, em

geral,

irrelevantes

para os consumidores de

informa­

ção

jornalística.

Uma

redação

de

especialistas

tenderáasedeternes­ ses pontos, a utilizar mais expres­

sõestécnicasdo queo

indispensável,

aprocuraruma

precisão

deconcei­

tosquenão

faz

o menorsentido para os não iniciados que

ligam

a tv, o

rádio ou compram o impresso na

banca.

A

segunda

objeção

é denatureza

ética.

Médicos,

advogados,

milita­

res,

diplomatas

têm acessoa

infor­

mações reservadas,

taiscomohistó­

ricos

clínicos,

processos de

família,

dadosestratégicos;

sãotambémobri­

gados,

porseus

códigos

profissio­

nais, a

restringir

ascriticas

públicas

a

colegas

ou

instituições

dessas áre­

as,

formulando-as,

antes, em

foros

corporativos.

A

opção

pelo

jornalis­

mo

representaria,

assim,nãoapenas

o abandonodo

oficio

anterior, mas

tambéma

adoção

denovosvalorese

atitudes.

A terceira

restrição

refere-se

ao

custo. A

formação

de

especialistas

competentes, cada vezmais demo­ rada e cara. Por

exemplo:

sabe-se

quea

preparação

deum

fisico

teóri­

co, capaz de lidarcom aciênciade

pontanessecampo,consome,atual­

mente, 25anos.E razoável deslocar umhomem

desses

paranova

profis-"

O

jornalismo

atrai

pela

sensação

de

poder

e

aventura"

são,

depois

doinvestimentodeuma

vida?

Quem

ganharia

comisso?

A

experiência

internacionalem

pós­

graduar

jornalistas

nãoé extensa,em

alguns

países,

nem animadora Nos

Estados

Unidos,

existe o tradicional

curso da Universidade de

Colúmbia,

mais

procurado

porexecutivosdain­

dústria de

informação

do quepor

aspi­

rantes ...

profissão.

Na

Europa, pelo

contrário,

em

particular

naItáliae na

Alemanha,

cursossimilares

prolifera­

rameassumiram

foição

teóricainteres­

sante, como

reflexão sociológica

ou

filosófica

crítica sobre ossistemas de

informação pública

(pode-se

atécom­

pararseu

conteúdo,

em

alguns

casos,

com odenossosmestradosedoutora­

dos),

mascontribuem pouco,na

práti­

ca,parao

aperfeiçoamento

do

.jomalis­

mo.A

inca-pacidade

deformular

discursos

próprios

convincen­ tes em

epi­

sódios como a guerra do

Golfo

Pér-sicoe os

conflitos

daBósnia,ede levá­ losao

grande público,

é

hoje

umgrave

problema.Documeruos

recentesdaCo­ munidade

Européia

têm relacionado

issocom a

formação

dos

jornalistas

e

outros

profissionais

de

comunicação

social- tema

quepreocupa bastante

algumas

das

principais

empresas do

setorno Continente.

A

formação

pós-graduada

temper­

fil

acadêmico,

no

qual

nãose

enquadra

otreinamentobásico de

profissionais;

não existem

precedentes

decursosde

pós-graduação

profissionalizantes,

seja

nosistemadeensino, sejana

legislação

brasileira que tratade

oficios regula­

mentados, Nas áreas

técnicas,

a

pós­

graduação

latosensu,comoéo casoda

propostade

Campinas,

destina-se

efe­

tivamentea

aperfeiçoar

ou

especializar

o

profissional

em

sub-campo

desua

formação graduada,

ouadestrá-loem

alguma

técnica instrumental. Nas

ciên-cias

humanas,

quenãose

definem

tão

precisamente,

podem ampliar

o uni­

versoda

formação

básica,

masnãose

pretende

queasubstitua

Alguém

argumentaria

que tudoisso nãotemmaior

importância,

porquea

indústria

jornalística

-salvo, talvez,

poucos cargosemrarasempresasdo

eixoRio-São Paulo- não

pode

preten­ dernível de

especialização

compatível

com essa

sofisticação

todanempaga

salários quea

justifiquem.

No entanto, o

jornalismo

é

atraente

menos

pelo

que a

profissão

éemais

pela

auraque a

envolve,

pela

sugestão

de

poder

e de

aventura decorrente da

proximidade

entre

repórteres

e

políticos,

empresári­

os, astrosdoesporteedos

espetáculos.

Supõe-se

queos

jornalistas

se

benefici­

amde

alguma

forma

com esses

conta-tos; a mito­

logia

gene­ ralizaacren­ ça queestão

sempre via­

jando,

têm vida pouco rotineira e

preciosas

oportunida­

des de apa­

recer novídeoenas

páginas

dos veícu­

los.

Nãohá dúvida de que�oisso,e

maisa

possibilidade

de reconhecimen­

to

legal

dessa

segunda

habilitação

pro­

fissional

obtidaemprazocurto

(coisa

queo

Marques

eDines têm porcerta, nãosesabeexatamente

apoiados

em

quê),

dariam a cursos comoesse de

Campinas

notável

fascinio

para re­

cém-formados

eexcedentes de

grande

númerode carreiras.

E aímora o

perigo.

Somos um

país

emqueamaiorpartedasinsti­

tuições

de ensino

superior

perten­

cem acomerciantessem

escrúpulos:

sãodezenas

(centenas?)

deuniversi­

dades sem a menor

qualificação

e

milhares decursosministradoscom

alto grau de

insuficiência.

A

pós­

graduação

latosensuéexatamentea

área menos

fiscalizada

do ensino

superior,

que,no

geral,

poucose

fiscaliza.

Nada

impede,

nesse qua­

dro,

queainiciativada

Unicamp

se

reproduza

comofarsapelo

país afo­

ra, atraindo

professores

que não

conseguemsequerumempregomi­

serávelnoensino

público,

bacharéis

em Direito

rejeitados

no concurso

da

Ordem,

pobres

diabos

enga­

nados

pelo

contodo

diploma aplica­

do poressas

máquinas

de

fazer

di­

nheiro.

As

exigências

laboratoriaisetécni­ casdoatualourriculo mínimo de Jor­

nalismo

foram

uma

conquista

dacate­

goria

profissional

eda

indústria;

têm

servidotantopara

permitir

aexistência de

alguns

cursos bons quanto para

limitarumpoucoa

expansão

desorde­ nada doensinode má

qualidade

em nossa área Formama

plataforma

em

quese

apóia

a

política

de

formação

profissional

porvia

universitária:

Sãotantososriscos,tão

imprová­

veisos

possíveis

beneficios,

queme

permito

pensar: Por que,

afinal,

o

Marques

de Mello e o Dines não

transformam

seu

Labjor

de

Campi­

nas em centro de

pesquisa

e

pós­

graduação

capaz de atender à de­ manda do segmento de ponta da indústria por

pessoal

mais

qualifica­

dona

seleção,

operação

e

criação

de

novas

tecnologias,

no

gerenciamen­

to de recursos e de

mercado,

em

estratégias

políticas

da

informação

ecoisasassim? Por quenãoousam

avançaralém

do queseconsegueem nossomeioacadêmicotãomedíocre

quantopresunçoso, em

lugar

dere­

produzir

na

pós-graduação discipli­

nas técnicas básicas? Não seria mais

adequado

e maisnobre para

pessoascomcurrículostão

respeitá­

veis? Ou

fará

sentido colocaruma

grande

universidade a

serviço

de umamanobra que

pode

contribuir

paraa

desregulamentação

neolibe­ ral denosso

oficio,

num

esforço

que nemsequer

responde

aopensamen­

to

prioritário

ou

predominante

do

empresariado,

nestemomento?

Nilson

Lage

é Professor

titulardoCurso

deJornalismoda UFS�,

(5)

" ....

Negociatas

em

família

...

Blá-blá-blá

Imprensa

catarinense

faz

questão

de

não

investigar

denúncias

no caso

do

terreno

do

casal

Amin

No

início de

agosto

o

jorna­

lista

Jeffrey

Hoff denun­ ciou através do colunista Janiode

Freitas,

daFolha

deS.

Paulo,

a

supervalorização

de

um terreno

comprado pelo

candi­

dato à Presidência da

República

pelo

PPR,

Esperidião

Amin,

em

1979,

e

repassado

uma semana

depois

a suafuturaesposa- eatual

qandidata

ao govemo do estado

-Angela

Heinzen por um valor 12

vezesmaior.O

fato,

corriqueiro

em

negócios imobiliários,

nada teria de anormal se os doisnãofossem

figuras

Rúblicas,

e se no dia da compra

Angela

nãotivessecontra­

ídoum

empréstimo junto

à Caixa Econômica Estadual para financi­

aro

negócio

e a

construção

deuma casa

própria.

O caso foi levantado

pelo

ex­

repórter

doNew York

Times,

radi­

cadohátrês anos emeioemFlori­

anópolis,

com base nos documen­

tos do 22. Oficio do

Registro

de Imóveisde

Florianópolis.

As

prin­

cipais

irregularidades apontadas

por eleforam:

1)

a

supervalorização

do

terreno de Amin no

Parque

São

Jorge,

com a finalidade de conse­

guir

umfinanciamento maiornum

bancooficialparapagaruma dívi­

da

pessoal;

2)

Amin teria usadosua

influência

política

como

deputado

federalparaobteresse

empréstimo;

3)

o

imóvel,

que

pelo

contratodeve­ riaser

construído,

não

existe; 4)

O

terrenode

Angela

teria sidovendi­

do aAntonio Carlos

Battaglia,

em

junho

de

86,

por 10% doseu

valor,

confirmandoateseda

supervalori­

zação,

Anotíciafoi manchete de capa

na Folha de S. Paulo e saiu nas

páginas

de OGloboedoJornaldo

Brasil,

mas não obteve o mesmo

tratamento na

imprensa

local. O

jornal

O Estado

publicou

durante dois diasa

denúncia,

ouviuasfon­

tes envolvidas e deu

9portunidade

para

que

Esperidião

e

Angela

Amin

justificassem

o

negócio.

Depois

re­ cuou.De acordocom

Jeff,

após

ter

recebido a visita do

advogado

de

Esperidião

Aminede Roberto Cos­

ta,dono da

agência

de

propaganda

Propague,

o

jornal

encerrou a co­

bertura do fato com um editorial

que criticava aonda de denúncias

no

país.

Os demais

jornais

selimitaram

a

apresentar

as

explicações

do casal

Amin,

sem se preocupar em

contextualizar o fato e checar as

informações.

O Diário Catarinen­

se

publicou

nosdias 3e4 de

agosto,

respectivamente,

as

seguintes

man­

chetes

na

parte

inferiorda

página:

"Angela

reage àdenúncia" e

"Ân­

gela responde

a

acusações".

Eoscolunistas

preferiram

insi­

nuarque Jeffera um

"especulador

político",

"um mochileiro nova­

iorquino",

um

"refugo

do

jornalis­

moamericano" e umdeles até su­

geriu

queo

jornalista

"se

mancas-se".

Segundo

Jeff os documentos

descobertos foramresultadodeuma

investigação

iniciadano

periodo

da

campanha

à

prefeitura

de Florianó­

polis,

em 1993.

um hábito co­ mum para

jornalistas

americanos

em

véspera

de

eleições.

Infelizmen­

te,nãoéemSanta Catarina".

Jeffrey

Hoff concedeu uma entrevista ex­

clusivaao ZERO.

ZERO- Comoepor que você co­

meçou a

investigação?

JEFF-

É

um processo

simples

e

óbvio

para'

qualquer

repórter.

Eu

estavaatrás de outras

informações

Jeffrey

diz

que

imprensa

de

se

não

investiga

no cartório e acabei encontrando

isso. Isso faz

parte

deumainvesti­

gação

muito

maior,

de várioscan­

didatos,

não sódo Amin.

ZERO-

Porque

vocêrecorreu

pri­

meiroàFolha de S. Pauloenãoà

imprensa

local?

JEFF- Desde que

cheguei aqui

mandei matérias para os

jornais

locaise elesnão

publicaram.

Man­

deiosdocumentos 'parao

jornalista

Janio de

Freitas,

da Folha de S.

Paulo,

porqueeusabia queos

jor­

naislocais

jamais

iam

publicar.

O documento tem 15 anos enenhum

repórter

ou nunca encontrou ou nunca usou. Por isso mandei para um

repórter

que achava bem mais

confiável,

que tem

respaldo

e res­

peito

emtodoo

país.

Janio de Freitas

é membro do conselho editorial da Folha.

ZERO- A··

imprensa

tratou suas

informações

comoresultado deuma

investigação

jornalística

ou como

especulação política?

JEFF- Jânio de

Freitas,

como re­

pórter

de

confiança,

tratouissocomo uma

investigação

jornalística.

Jáos

jornais

catarinenses consideraram

que o met- trabalho era só para

prejudicar

Esperidião

e

Ângela

Amin. Tanto é que no dia 4 de

agosto,

o

jprnal

A Notícia colocou

nacapa

"Angela

Aminvai proces­

sar

Jeffrey

Hoff". Nodia

seguinte,

MoacirPereira

publicou

na coluna

dele "Amin: alvo do PT e PFL". Achei muito

engraçado

que um

colunista

político importante

e in­

teligente

no estado, não

pudesse

aceitarqueessadenúnciavinhado processodo

jornalismo,

enãotinha

nada a ver com

qualquer

partido

político. Depois

a

gente

viu que

tanto o PT

quanto

o PFLtentaram

IE

utilizar as denúncias. Mas o pro­ N cesso

jornalístico

é

independente,

completamente

independente

dos �

partidos.

ZERO- Como foia

repercussão

na

imprensa

catarinense?

JEFF- O Diário Catarinense colo­

cou amatériana parteinferior das

páginas

9 e

15,

sem crédito do

repórter,

sem

foto,

sem

destaque.

E

mesmo assim a

primeira

reporta­

gem do

jornal

sobreoassuntotinha

o título:

"Angela

reage a acusa­

ções'

'.

Aqui

em Santa Catarina o

jornal

O Estado foi o único que

publicou

osdocumentos. Mas dois dias

depois

os editores do

jornal

recuaram em um editorial com o

título "O furacão

denuncista",

cri­

ticando as últimas denúncias pu­

blicadas

pela imprensa

do

país.

Mas

reportagem

investigativa

nãoé ques­

tãode

denúncia,

é

questão

demostrar

parao

público,

paraos

cidadãos,

para

os

eleitores,

o

trabalho,

a vida dos

politicos.

O povotemtodoodireito

de saber tudo sobre

qualquer

político.

Uma pessoa que era

governador,

que quer ser

presidente,

que quer ser

governador.

Eles têm poucos

segredos

navida. Na vida

pessoal

sim,

mas nos

negócios

e notraba­

lho

deles,

na

política,

são

públicos.

Isso não édenúnciade

jornal,

éum

jornal publicando

informação

so­

bre um candidato. E o candidato

teve a

oportunidade

de

responder.

Um

político

tem que ser aberto a

qualquer

critica.

ZERO- Em

algum

momento os

colunistas que citaram o caso

pro-Reproduzimos aqui alguns

comentários dos colunistas

catarinensesem

relação

à

polêmica

sobreo casodoterreno.

Tiro

pela

Culatra

Essa

vergonhosa

exploração política

da venda de um

terreno

pelo

casal

Esperidião

Amin,

denúncia de um

mochileiro

novaiorquino já

devidamente esclarecida a

quem de

direito,

ou

seja,

ao

jornalista

Jânio

.de Freitas,

tem

�do

para

ajudar

ainda mais a candidatura da

deputada

Angela

Amin,

cada vez mais isolada na

liderança.

Maisumavez severáumtiro sair

pela

culatra. Nossos

políticos precisam

amadurecer,

mesmo

aqueles

que

estãosemchancesem3 de outubro. Nãobasta só

ganhar.

O

importante

nesseprocesso é

dignidade

na

participação.

(Cacau Menezes,

noDiário Catarinense

10/08/94)

Consulta

Antes de

lançar

esse belo

projeto

de uma avenida à

beira-mar,

ligando-a

Joaquina

ao Morro das

Pedras,

no

Sulda

Ilha,

recomenda-seao

prefeito

Sérgio

Grando que

faça

uma consulta

particular

ao

jornalista

Jeffrey

Hoff,

conhecidíssmo

pela

imprensa

do seu

país,

o mesmo que

liderou umbem sucedido movimento na Barra da

Lagoa

contraa

construção

deumamarinaeque acaba de

ganhar

seus IS minutos de fama nacional ao "denunciar" ocasal

Esperidião

Amin de

superfaturar

um terreno na Ilha.

Seomeninoo aprovar, tudo bern. Se ele vetar, é bom a

prefeitura

engavetar

de vezo

projeto.

(Cacau Menezes,

no

DC,

11108/94)

Ajuda

Quanto

mais adversáriostentaram

explorar

o caso do

empréstimo

bancário do casal

Esperidião

Amin para a

comp�a

deterrenos, maisacandidata

ângela

cresceránas

pesquisas.

Simplesmente

por uma única razão.

Querem

criar escândalo onde ele nãoexiste.

(Cacau Menezes,

no

DC,

21108/94)

o furacão denuncista

"

... sequer vale

perder

mais

tempo

com

isso,

principal­

mente

quando

a 'denúncia'

parte

de um diletante 'free­

lancer'

estrangeiro,

e

quando

as

intenções

são tãoeviden­

tes".

(Editorial

do

jornal

O

Estado,

04/08/94)

Pent...

Pelas encrencas que promoveu e promove na Ilha

nestes três anos e meio de conturbada convivência tudo

�dica

que

o

jornalista

�ericano

Jeffrey

Hoff,

que

impe­

dIUmannas,efaz denúncias

políticas

comoúnico

objetivo

de

perturbar,

deveser nomínimoum

"refugo"

do

jornalis­

mo amencano.

Aquele

do

tipo

quenãoserviu para nada láeveio botar banca

aqui.

Te manca, meu filho...

(Miro,

jornal

O

Estado,

04/08/94)

curaramvocêpara verificarosdo­ cumentos?

JEFF- Não. Eles tambémsão

cúm­

plices

do

problema.

Escreveram

cinco,

setevezessobre

mim,

várias

vezes sobre o assunto e nunca me

ligaram.

Nenhum dos

jornais

che­ gou a analisar os documentos.

SETEMBRO 94

-ZERO

ZERO- Então você acha que os

jornalistas

catarinenses não tive­

ram

espírito investigativo

diante de um caso relevante

perto

das

eleições?

JEFF- Para mim foi uma investi­

gação

comum e euacho que paraos

repórteres

do Rio de

Janeiro,

de São Paulo ede Porto

Alegre

tam­

bém seria. Infelizmente em Santa

Catarinanão. O

problema

dos re­

pórteres

investigativos

é que eles

não direcionam as

perguntas

às

entidades certas: à Procuradoria

do

Estado,

àReceitaFederal e aos

bancos. Nãose deve

perguntar

só paraos assessores.

Luclane Lemos

Sheila

Derettl

Faltou

com

a

verdade

Noprogramaeleitoral do dia 26 desgosto,

Ângela

Amindisse que Janio de Freitas teriatelefonado

para pedir desculpas pelostranstornos causadospelamatériada

Fo/hade S.Pau/o. Dois diasdepois,Janio

desmentiuna suacoluna que tivesseconversado

com acandidata doPPRao

governo de SantaCatarina.

5

Referências

Documentos relacionados

O objetivo deste estudo foi avaliar a viabilidade do laser de diodo, como alternativa ao jateamento com óxido de alumínio e ao ácido fluorídrico em comparação

Apresentando anorexia há 4 dias, com intensa icterícia, apatia, polidipsia, polaciúria e incontinência urinária, além de episódios de êmese, taquipneia e dispneia..  Dia

Aliado a isto, cabe ressaltar que a administração oral de leucina produz ligeiro e transitório aumento na concentração de insulina sérica, fato este que age

The objective of this study is to determine the similarity of six natural Coelogyne spp species based on qualitative morphological characters for selecting the prospective parents

Baseado na análise dos dados foi possível evidenciar que os estudantes pesquisados: consideram fundamental a utilização pedagógica das tecnologias; alertam sobre a

Os tratamentos com ausência de N e de Mg apresentaram maiores teores de K nas folhas da parte superior quan- do comparados com o tratamento completo o mesmo efeito foi

Inspeção Predial realizada em edificações com média complexidade técnica, de manutenção e de operação de seus elementos e sistemas construtivos, de padrões construtivos