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Dissertação Pedro Pratas com júri

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Academic year: 2021

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CADETES,

JUNIORES E SENIORES EM AÇÕES DE

PUXAR VS. EMPURRAR NO JUDO, COM RECURSO À

TENSIOMIOGRAFIA

Orientador: Professor Doutor Luís Fernandes Monteiro

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Faculdade de Educação Física e Desporto

Lisboa

2020

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CADETES,

JUNIORES E SENIORES EM AÇÕES DE

PUXAR VS. EMPURRAR NO JUDO, COM RECURSO À

TENSIOMIOGRAFIA

Dissertação defendida em provas públicas para obtenção do Grau de Mestre em Treino Desportivo em Alto Rendimento Desportivo, conferido pela

Universidade Lusofona de

Humanidades e Tecnologias, no dia 20 de Julho de 2020 com o despacho de nomeação de Júri nº 195/2020 com a seguinte composição:

Presidente:Professor Doutor Jorge dos

Santos Proença Martins

Arguente:Professor Doutor Luís Miguel

Rosado da Cunha Massuça

Orientador: Professor Doutor Luís

Fernandes Monteiro

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Faculdade de Educação Física e Desporto

Lisboa

2020

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Agradecimentos

Em primeiro lugar agradecer à direcção da Faculdade de Educação Física e o seu director Professor Doutor Jorge Proença.

Em segundo agradeço ao meu Orientador Professor Doutor Luís Monteiro, pela orientação, persisitência e paciência.

Agradeço ao Clube de Judo Lusófona pela disponibilidade, pelo apoio e aos seus atletas por terem participado no estudo.

Por fim agradeço à minha família que sempre me apoiou, e com enorme paciência e que me tenham dado a possibilidade e tempo para a realização deste trabalho.

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Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar judocas masculinos de três grupos, Cadetes, Juniores e Seniores ao nível: (1) das propriedades contráteis dos músculos (2) das percentagens de simetria dos músculos bilaterais: bíceps braquial, tríceps braquial, peitoral e grande dorsal, (3) analisar o equilíbrio agonista / antagonista dos braços, e (4) determinar a associação entre as propriedades contráteis dos músculos e dos valores de desempenho no exercício de supino e da remada.

Método: Vinte e sete atletas de judo voluntários participaram neste estudo, divididos em três grupos: sete atletas Cadetes, cinco atletas Juniores e quinze atletas Seniores, com uma média de idades 16.7 ± 0.5 anos, 19.0 ± 0.7 anos, 23.7 ± 2.6 anos, respectivamente. Foram avaliados através de tensiomiografia (TMG), o deslocamento máximo (Dm), tempo de reação (Td), o tempo de contração (Tc), o tempo de sustentação (Ts) e o tempo de relaxamento (Tr), que foram obtidos no lado esquerdo e lado direito de cada músculo estudado: (1) grande dorsal; (2) bíceps braquial; (3) tríceps braquial; e (4) peitoral, em todos os sujeitos. Além do TMG foram realizados avaliações das diferentes formas de manifestações de força, no exercício de Supino e Remada, através do dinamómetro Isocontrol 6.0. Os resultados foram expressos em termos de média e desvios-padrão (média ± DP) para todos as variáveis dependentes. O conjunto de dados foi analisado usando uma ANOVA para determinar as diferenças na propriedades contrácteis dos músculos e no nível de desempenho. As comparações múltiplas entre cada grupo foi usada (LSD Post Hoc) quando necessário, para isolar quaisquer diferenças entre grupos, além do algoritmo do TMG-BMC tensiomyography® para determinar as percentagens de simetria laterais.

Resultados: Foram encontradas diferenças entre os Cadetes, Juniores e Seniores a favor dos atletas Seniores, nos níveis de Força, de Potência e de Força Explosiva na ordem dos 15-35%. Apesar de existirem pequenas diferenças nas propriedades contrácteis dos músculos, não foram encontradas diferenças no padrão geral dos Cadetes, Juniores e Seniores, assim como, na Simetria e no Rácio Agonista/Antagoista.

Conclusões: Neste grupo de judocas, as propriedades contrácteis dos músculos das ações de puxar (grande dorsal e bíceps braquial) e das ações de empurrar (peitoral e tríceps braquial): (1) deslocamento máximo (Dm); (2) tempo de reação (Tr); (3) tempo de contração (Tc); e (4) tempo de sustentação (Ts) parecem ter um efeito significativo na explicação da variância do desempenho da força, da potência e da força explosiva nas acções do exercício da remada e do supino. Ainda, uma maior Assimetria parece ter um efeito significativo no desempenho neuromuscular.

Palavras chave: Judo, Tensiomiografia, Força, Potência, Força Explosiva, Défice Bilateral, Puxar vs. Empurrar.

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Abstract

Objective: The objective of this study was to evaluate and compare male judokas from three groups, Cadets, Juniors and Seniors at the level: (1) of the contractile properties of the muscles (2) of the percentages of symmetry of the bilateral muscles: biceps brachii, triceps brachii, pectoralis and dorsal, (3) to analyze the agonist/antagonist balance of the arms, and (4) to determine the association between the contractile properties of the muscles and the performance values in the bench press and stroke exercise.

Method: Twenty-seven volunteer judo athletes participated in this study, divided into three groups: seven Cadet athletes, five Junior athletes and fifteen Senior athletes, with an average age of 16.7 ± 0.5 years, 19.0 ± 0.7 years, 23.7 ± 2.6 years, respectively. The maximum displacement (Dm), reaction time (Td), contraction time (Tc), sustain time (Ts) and relaxation time (Tr) were evaluated through tensiomyography (TMG), which were obtained on the left and right side of each muscle studied: (1) latissimus dorsi; (2) biceps brachii; (3) triceps brachii; and (4) pectoral, in all subjects. In addition to the TMG, evaluations of the different forms of strength manifestations were performed, in the bench press and rowing exercise, using the Isocontrol 6.0 dynamometer. The results were expressed in terms of mean and standard deviations (mean ± SD) for all dependent variables. The data set was analyzed using an ANOVA to determine the differences in the contractile properties of the muscles and in the level of performance. Multiple comparisons between each group were used (LSD Post Hoc) when necessary, to isolate any differences between groups, in addition to the TMG-BMC tensiomyography® algorithm to determine the lateral symmetry percentages.

Results: Differences were found between Cadets, Juniors and Seniors in favor of Senior athletes, in the Strength, Power and Explosive Strength levels in the order of 15-35%. Although there are small differences in the contractile properties of the muscles, no differences were found in the general pattern of the Cadets, Juniors and Seniors, as well as, in Symmetry and in the Agonist / Antagonist Ratio.

Conclusions: In this group of judokas, the contractile properties of the muscles of the pulling actions (latissimus dorsi and biceps brachii) and the pushing actions (chest and triceps brachii): (1) maximum displacement (Dm); (2) reaction time (Tr); (3) contraction time (Tc); and (4) lift time (Ts) seem to have a significant effect in explaining the variance in strength performance, power and explosive strength in the actions of the rowing and bench press exercise. In addition, greater asymmetry appears to have a significant effect on neuromuscular performance.

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Índice Geral

Introdução_________________________________________________________________ 2 1.Enquadramento Teórico ____________________________________________________ 3 1.1Caracterização da Modalidade ___________________________________________ 3 1.2 Diferenças dos escalões etários, em termos de treino, e de capacidades 15-17 anos, 17-20 anos e +20. ________________________________________________________ 6 1.3Caracterização Neuromuscular __________________________________________ 10 1.4.Tensiomiografia _____________________________________________________ 12 2 Objectivos ______________________________________________________________ 16 2.1 Objectivo Geral ______________________________________________________ 16 2.2 Objectivos Específicos ________________________________________________ 16 3 .Metodologia ____________________________________________________________ 17 3.1 Caracterização da Amostra ____________________________________________ 17 3.2 Desenho do Estudo __________________________________________________ 18 3.3 Instrumentos ________________________________________________________ 18 3.4. Procedimentos ______________________________________________________ 18 3.4.1.Técnica de Tensiomiografia ___________________________________________ 18 3.4.1.1. Colocação dos Elétrodos ___________________________________________ 19 3.4.1.2. Colocação do Sensor _____________________________________________ 19 3.4.1.3. Posição do sensor ________________________________________________ 20 3.4.1.4. Pressão do Sensor _______________________________________________ 20 3.4.1.5. Características do Estímulo Elétrico __________________________________ 20 3.4.1.6. Variáveis Estudadas ______________________________________________ 21 3.4.2 Isocontrol 6.0 ______________________________________________________ 22 3.4.2.1. Supino, protocolo de obtenção de dados para os valores FDM _____________ 23 3.4.2.2. Supino protocolo de obtenção de dados para os valores da Potência ________ 24 3.4.2.3. Remada, protocolo de obtenção de dados para os valores FDM ____________ 25 3.4.2.4. Remada, protocolo de obtenção de dados para os valores da Potência ______ 25

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3.5 Análise Estatística ___________________________________________________ 26 4. Resultados _____________________________________________________________ 27 5. Discussão _____________________________________________________________ 45 6. Conclusões ____________________________________________________________ 51 6.1 Objectivos Específicos ________________________________________________ 51 Referências Bibliográficas ___________________________________________________ 53

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Índice de Figuras

Figura 1. Colocação do estímulo eléctrico (sensor) no Tricpete através do TMG ________ 20 Figura 2. Colocação do estímulo (sensor) eléctrico no Grande Peitoral através do TMG __ 20 Figura 3. Definição dos Parâmetros e do TMG (adaptado do Programa TMG, 2020) _____ 22 Figura 4. Funcionamento do TMG (adaptado, Monteiro, L,.2015) ____________________ 22 Figura 5. I socontrol 6.0 ____________________________________________________ 23 Figura 6. Execução do Supino adaptado ( Monteiro, L.,2013) _______________________ 25 Figura 7. Remada Adaptada (Monteiro, L,.2013) _________________________________ 26

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Escalões etários e características da competição (adaptado de Federação Portuguesa de Judo, 2014). ___________________________________________________ 7 Tabela 2.Categorias de peso por escalão etário (adaptado de Federação Portuguesa de Judo, 2014). _______________________________________________________________ 7 Tabela 3.Caracterização demográfica da amostra do grupos de judocas masculinos, Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3). ___________________________________________ 17 Tabela 4.Caracterização demográfica da amostra do grupos de judocas Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3) masculinos. ______________________________________ 27 Tabela 5.Comparação das propriedades contráteis do músculo Bíceps Braquial direito e esquerdo (TMG) dos grupos de judocas masculinos de Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3). ____________________________________________________________ 28 Tabela 6.Comparação das propriedades contráteis do músculo Tríceps Braquial direito e esquerdo (TMG) da amostra do grupos de Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3) masculinos de judo. ________________________________________________________ 29 Tabela 7.Comparação das propriedades contráteis do músculo Peitoral maior direito e esquerdo (TMG) da amostra do grupos de Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3) masculinos de judo. ________________________________________________________ 30 Tabela 8.Comparação das propriedades contráteis do músculo Grande Dorsal direito e esquerdo (TMG) da amostra do grupos de Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3) masculinos de Judo ________________________________________________________ 31 Tabela 9.Caracterização das diferentes formas de manifestação de força no exercício de Supino da amostra do grupos de judocas masculinos de Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3) masculinos. ___________________________________________________ 33 Tabela 10.Caracterização das diferentes formas de manifestação de força no exercício da Remada da amostra do grupos de judocas masculinos de Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3). ____________________________________________________________ 34 Tabela 11. Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício da Supino e as propriedades contráteis do músculo Bíceps Braquial (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo. _______________________________ 36 Tabela 12.Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício da Remada e as propriedades contráteis do músculo Bíceps Braquial (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo. _______________________________ 37 Tabela 13.Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício da Supino e as propriedades contráteis do músculo Tríceps Braquial (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo________________________________ 38

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Tabela 14.Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício da Remada e as propriedades contráteis do músculo Tríceps Braquial (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo________________________________ 39 Tabela 15.Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício de Supino e as propriedades contráteis do músculo Peitoral Maior (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo ____________________________________ 40 Tabela 16. Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício de Remada e as propriedades contráteis do músculo Peitoral Maior (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo. ____________________________________ 41 Tabela 17.Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício de Supino e as propriedades contráteis dos músculos Grande Dorsal (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo________________________________ 43 Tabela 18.Correlação entre as diferentes formas de manifestação de força no exercício de Remada e as propriedades contráteis dos músculos Grande Dorsal (direito e esquerdo) de todos os atletas das Seleções Masculinas de Judo________________________________ 44 Tabela 19. Diferenças, em percentagem (%), da diferentes formas de Força entre cada escalão etário no exercício de Supino __________________________________________ 46 Tabela 20. Diferenças, em percentagem (%), da diferentes formas de Força entre cada escalão etário no exercício da Remada _________________________________________ 46

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O Judo é um desporto de combate de grande dinâmica e exigência de esforço, que requer excelência física e tática para atingir o sucesso, a vitória. Caracteriza-se por ações de um esforço intermitente e de alta intensidade e de curta duração. O metabolismoa energético mais utilizados pelos atletas durante um combate é a via glicolítica, dentro de um metabolismo oxidativo bem estruturado para recuperar intra e entre os combates, além dos fosfatos para ações curtas e explosivas.

O Judo é um desporto bastante complexo, pode haver ações de pé, através das técnicas de projeção, ou no solo, através de técnicas de imobilização, estrangulamentos ou luxação do cotovelo. O combate realiza-se numa área de 8m x 8m metros com 4 m de separação entre cada tapete, e tem uma duração máxima de 4 minutos úteis para o escalão de seniores masculino, sendo 4 minutos para seniores femininos, juniores e cadetes.

Num dia o atleta de Judo pode realizar entre 6 a 8 combates e como dito anteriormente, combates esses que são caracterizados pela sua intermitência e momentos explosivos, que requerem a solicitação dos vários processos metabólicos, em particular da via anaeróbia. Elevados níveis de força, velocidade, flexibilidade e coordenação determinam os níveis de eficiência do combate (Monteiro, 1992).

Muitos especialistas caracterizam o judo como um desporto explosivo que requer reservas enormes a nível anaeróbio, ainda que seja desenvolvido dentro de um sistema aeróbico bem estruturado (Thomas et al., 1989; Callister et al., 1990, 1991, cit. Monteiro, 2013). O sistema aeróbio bem desenvolvido e treinado, possibilitará que os atletas tenham uma recuperação inter e intra combates, mais eficaz.

Vários desportos requerem que os atletas utilizem diversos músculos para a realização de algumas acções especificas, de forma a empurrar, afastando o adversário, e de forma a puxar, aproximando o adversário ou projetando-o para o chão. Desportos como o wrestling, mix marcial arts, rugby e judo necessitam destas capacidades de puxar e empurrar para conseguirem combater eficazmente as resistências externas a que são colocados, como por exemplo, os adversários (Baker & Newton, 2004).

“Se um músculo ou acção é significativamente mais forte do que o músculo ou acção contrária pensa-se que a performance pode ser condicionada bem como a ocorrência de lesões no musculo mais fraco” (Baker & Newton, 2004). Assim, a acção do agonista é mais rápida quanto mais eficaz for a resposta do antagonista e grandes diferenças nestas duas acções podem limitar o sucesso dos atletas e ainda podem ocorrer situações de lesão, (Baker & Newton, 2004). No Judo as acções de puxar e

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empurrar são as mais determinantes e estão associadas a técnicas de projecção e também a situações de ataque e defesa.

Num combate de Judo existe uma grande complexidade nas ações musculares onde estão presentes todas as diferentes formas de manifestação de força, em que 50% do tempo de combate corresponde à disputa de pegas (braços nas ações de empurrar e puxar). Além disso, num combate existem, em média, 10 a 15 ações de ataques efetivos de cada um dos competidores, o que significa, 10 a 15 ações fortes de puxar e 10 a 15 ações fortes de empurrar para resistir aos ataques do adversário. Daí a necessidade e a importância do estudo do trem superior do judoca e as ações fundamentais do puxar e empurrar.

Sendo estes dois movimentos tão importantes no Judo, o estudo dass propriedades contrácteis dos músculos associados a estas acções, (grande dorsal, bíceps braquial, tríceps braquial e peitoral) é fundamental, pois desta forma, poderemos dar informações para melhorar a condição e o rendimento dos atletas.

A razão entre agonista/antagonista e a simetria bilateral fornece informações significativas sobre o equilíbrio muscular, desempenhando um papel importante na deteção das alterações músculo-esqueléticas, na definição de medidas preventivas e na implementação de programas de treino específicos.

Através da utilização de instrumentos como o Isocontrol e a Tensiomiografia (TMG) conseguimos alcançar valores altamente confiáveis que nos conduzem ao conhecimento das capacidades contráteis do músculo e diferentes tipos de manifestação de força como por exemplo, Força Máxima, Força Explosiva ou Taxa de Produção de Força, Potência, onde através destes instrumentos conseguimos ainda avaliar o equilíbrio entre fletores e extensores e a simetria bilateral dos atletas que queremos estudar.

Na linha deste trabalho, a nosso pesquisa pretende efetuar um estudo comparativo entre cadetes, juniores e seniores em ações de puxar vs. empurrar no judo, com recurso à tensiomiografia.

Para uma melhor compreensão da sequência da abordagem temática do nosso trabalho, faremos uma breve síntese dos assuntos tratados. Iniciaremos com um enquadramento teórico, onde é apresentada a caraterização da modalidade, e a caraterização neuromuscular, ao nível da diferentes formas de manifestação e das propriedades contrácteis dos músculos estudados.

De seguida, faremos referência à metodologia, e no ponto seguir apresentaremos e discutiremos os resultados, seguindo-se a discussão e posteriormente as conclusões do estudo.

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1. Enquadramento Teórico

1.1Caracterização da Modalidade

Segundo Farré (1997), os desportos de combate, onde se inclui o judo, possuem habilidades abertas, são de oposição e sem colaboração. Estes desportos possuem uma grande variedade de gestos técnicos complexos, que exigem uma elevada coordenação na sua execução. A aplicação destes gestos técnicos é realizada em função do momento, do espaço, do tempo e do adversário.

No que respeita à forma de interação, os desportos de combate, sendo de oposição, encontram-se na categoria de contra comunicação perante um adversário (Parlebas, 1990). A oposição direta de um adversário implica a realização de uma comunicação motora onde existe uma enorme incerteza, criada precisamente pelo outro. No que respeita à distância de guarda, o judo é caracterizado como sendo de "guarda agarrada". Aqui o autor fala de desportos de afrontamento individual segundo a distância de guarda e na dimensão de contra comunicação motora.

Para Estrada (1989), o judo é estruturado sobre o equilíbrio dinâmico, em virtude de o judoca ser sujeito a forças externas (movimentações, técnicas) que atuam de forma contínua sobre si e que importa neutralizar através de movimentos compensatórios. Então, na luta de judo em pé, o objetivo é desequilibrar o adversário, no sentido de o projetar.

Referindo-se à complexidade do judo, Silva (1988) diz que a medida do nível de dificuldade do movimento é dada pela dimensão neurológica da carga. O judo encerra um esforço acíclico e com uma grande variedade de técnicas que, para serem eficazes, devem ser executadas à máxima velocidade. O facto de o atleta ter de ser eficaz na execução das técnicas mesmo em situação de elevada fadiga, está sujeito a uma permanente oposição do adversário, onde as situações de ataque e defesa se sucedem a todo o momento o que eleva o grau de complexidade da modalidade. Em jeito de síntese M. Silva (1988, p. 43) refere que, “O esforço do judoca caracteriza-se por uma grande ativação do sistema nervoso central. O atleta tem de estar num permanente estado de concentração máxima. O combate só termina quando o árbitro o indicar. Um atleta apesar de possuir uma grande vantagem pode perder o combate à primeira desconcentração.”

Para M. Silva (1988), a análise energética do judo encerra enormes dificuldades, tais como: (1) é um esforço acíclico de duração variável; (2) vários combates no mesmo dia; (3) existem duas caracterizações: da luta em pé e da luta no solo; (4) existem diferentes tipos de judo; (5) diferentes tipos de judocas - mais ofensivos ou defensivos,

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que lutam mais dobrados ou mais direitos; (6) repertórios técnicos diferentes; e (7) diferentes tiposde judo nas várias categorias de peso.

De acordo com Franchini, Takito, Cássio e Bertuzzi (2005), as características morfológicas e fisiológicas, assim como as ações técnicas, correlacionam-se entre si. Cada uma destas variáveis colabora com as demais, potenciando-as. A título de exemplo, a baixa massa gorda está associada a uma elevada capacidade anaeróbia, incrementando o número de ataques ao longo do combate.

A importância e características da tática diferem de desporto para desporto. Desta forma, Matveiev (1990) refere que a tática é bastante mais rica nos jogos desportivos e nas lutas, influindo mais nos resultados do que na ginástica desportiva ou corridas de curta distância. Para R. Garcia e Luque (2011), os desportos de combate, sendo desportos de oposição direta, caracterizam-se por:

 Possuir habilidades abertas, encerrando uma grande incerteza, devido ao facto de serem de corpo a corpo;

 Ter elevada intensidade de esforço, trazendo elevadas exigências físicas, fisiológicas, técnico-táticas e psicológicas face ao confronto;

 Constituir dificuldade na prescrição-controlo do treino e da competição, sobretudo em alto nível.

No combate de judo, os judocas realizam uma imensa variedade de ações e movimentações, tentando impor as suas capacidades. Estas são determinadas e otimizadas através do treino, do estudo de situações específicas e ainda como resultado da análise permanente no decorrer da competição, na hierarquia dos níveis de cumprimento, discernimento, controlo motor, provisão de energia e conversão, bem como da utilização da energia mecânica e respetiva transmissão (Muller-Deck, 1987). A principal característica do judo é a intermitência, dado que existem interrupções constantes durante o mesmo e uma enorme alternância de ações, de diferentes características e intensidades. Para encontrar a forma mais eficaz de aprimorar a mestria do desporto terá de ser feita uma identificação ou caracterização do combate de judo. Surgem sempre problemas quando se pretende medir a quantidade e qualidade do esforço do combate. Ao contrário de outras modalidades desportivas, sobretudo as denominadas cíclicas, o judo com o seu carácter intermitente e sua complexidade de movimentos e técnicas encerra uma dificuldade acrescida quando queremos avaliar o seu esforço. Existe ainda uma grande dificuldade em saber qual a solicitação energética parcial, referente às distintas fases do combate de judo. É importante conhecer estes

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aspetos, em virtude de influenciarem o comportamento tático-técnico do judoca ao longo do combate.

Segundo Sertic, Sterkowics e Vuleta (2009) a flexibilidade (ombros, ancas e coluna vertebral) colabora na execução de movimentos de grande amplitude, promovendo a qualidade do desempenho técnico em ataques, defesas e contra-ataques. Esta capacidade física mantém uma boa relação com a coordenação. Num estudo levado a cabo pelos autores, a flexibilidade e a habilidade de realizar tarefas motoras com velocidade e explosão foram os fatores considerados mais importantes. Embora o judoca necessite de muita força, esta deverá ser especificamente treinada e aplicada em situações de execução técnica. Resumindo, a técnica de judo é muito complexa e requer alta velocidade, agilidade e rapidez na execução.

Ao comparar, a nível de algumas capacidades físicas, dois grupos distintos de judocas (elite e sub-elite), Monteiro (2013) verificou que as diferenças observadas nas variáveis de força explosiva máxima e força máxima, potência e a carga da potência, sugerem que as mesmas se apresentam como um bom argumento no momento de definir judocas de elite. O autor adianta ainda que ambas as capacidades em causa requerem um treino seletivo e extensivo ao longo do tempo.

O judo caracteriza-se por uma grande variedade e quantidade de elementos técnicos e táticos, solicitando todo o corpo, onde os movimentos assumem uma grande variabilidade na intensidade e intermitência. Por isto, durante o combate de judo, as situações dinâmicas estão constantemente a mudar de acordo com as alterações dos diferentes movimentos, intervenções e posições dos judocas (Crnogorac, 2010). Este facto obriga a que os judocas tenham necessidade de responder às ações do adversário em curtos períodos de tempo e de forma instantânea (Carratalã, & Carratalã, 2005).

Durante a atividade física todos os metabolismos são solicitados (aeróbio e anaeróbio) desde o início do esforço, variando a sua importância relativa em função do esforço e de acordo com a duração e intensidade do mesmo (Barrault, Brondani, & Rousseau, 1991). Vários fatores do combate de judo são imprevisíveis e não reprodutíveis: a intensidade, a duração, o tipo de esforço, entre outros. Os autores citados referem que a diferença na força muscular de adversário para adversário, o seu nível, as características de cada combate, a sua duração, a maior ou menor duração de luta em pé e luta no solo, a relação entre as pausas e o tempo útil de combate, o tipo de movimentações e técnicas aplicadas, a frequência das mesmas, entre outros, são exemplo da dificuldade em mensurar o combate de judo. Durante um combate, os judocas deslocam-se, atacam e defendem, aprendendo a tirar partido das situações dinâmicas instáveis. A vitória é conseguida por aquele cujo domínio corporal é fruto de

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mecanismos somato-sensitivos importantes no judo: (1) dos vários elementos sensitivos: recetores superficiais, propriocetores, telerrecetores; (2) das estruturas centrais de condução, integração e de programação; (3) dos efetores musculares, ou seja, do aparelho muscular.

O Judo é uma modalidade cuja prática é de imensa complexidade, em que o rigor e precisão são relativos, pois a sua “medição”, quantificável ou qualificável é muito difícil. Nesta modalidade são aplicadas diversas ações individuiais, em que os adversários, lutadores, vão-se respondendo mutuamente, num jogo de de ataques e defesas constante, adequando a resposta ao que o adversário faz/reage, isto é, o combate depende do adversário e do esforço desenvolvido, relacionado com a estratégia utilizada, (Monteiro, 1992).

Sabendo que esta modalidade é altamente complexa e ao contrário de outras modalidades ciclícas, como o atletismo, canoagem, entre outras, isso faz com que os atletas tenham de ter ao seu dispor, uma panóplia variada de técnicas, de ataque, defesa para que tenham sucesso, dificultando assim a análise. Segundo Majean et al. (1996), a estrutura complexa do combate de Judo, requer o domínio de várias técnicas, realizados em diversos contextos, de acordo com a situação de combate.

1.2 Diferenças dos escalões etários, em termos de treino, e de

capacidades 15-17 anos, 17-20 anos e +20.

Relativamente ao contexto de oposição, inerente à competição de judo, a modalidade é caracterizada da seguinte forma (Deval, 1997):

- Presença de uma oposição direta de outro indivíduo;

- Elevado nível de incerteza, dado que existe uma oposição inteligente (do adversário);

- Grande dificuldade a nível de perceção e decisão;

- De grande complexidade, dado que o judoca deverá ser capaz de analisar o contexto da oposição ou da luta, adotar a posição mais adequada e efetuar a pega da forma mais conveniente.

No quadro a seguir apresentaremos a designação dos vários escalões etários do judo, bem como as características gerais da competição para cada escalão.

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Tabela 1. Escalões etários e características da competição (adaptado de Federação Portuguesa de Judo, 2014).

* As idades referem-se ao ano em que o desportista/judoca as conclui.

No quadro a seguir serão apresentadas as categorias de peso relativas a cada escalão etário.

Tabela 2.Categorias de peso por escalão etário (adaptado de Federação Portuguesa de Judo, 2014).

* As categorias a negrito aplicam-se em provas internacionais de acordo com o regulamento da Federação Internacional de Judo.

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De acordo com Adam, Smaruj e Tyszkowski (2011), após a alteração das regras de competição, em que passou a ser proibido agarrar nas pernas nas situações de luta em pé, verificou-se um incremento da eficácia em combate da equipa japonesa. Então, após esta interdição, deu-se uma melhoria da performance das projeções de pernas (ko-uchi-gari, osoto-gari, o-uchi-gari e uchi-mata), aumentando também a eficácia das várias formas de projeção de uki-waza (técnica de sacrifício). É neste sentido que o autor refere que agora se pode observar uma corrente clássica no desenrolar dos combates. É também referido que o sistema de treino e de preparação dos atletas de alto nível deverá adaptar-se às novas regras de judo. Num outro estudo similar, Adam, Tyszkowski e Smaruj (2011) referem que os judocas japoneses são, sem dúvida, os líderes do judo mundial, apesar de terem tido performances menos boas entre 2007 e 2009. Todavia, em 2010, após alteração das referidas regras de competição, apresentaram uma evidente superioridade sobre os seus oponentes.

Aqui, os judocas japoneses apresentaram melhores desempenhos nas técnicas de pernas, técnicas de braços/mãos e de ancas, bem como nas de imobilização e estrangulamento. Estes judocas japoneses apresentaram também uma maior frequência de ataque e de defesa relativamente aos seus oponentes.

Referindo-se à retenção da informação, de carácter didático, fornecida pelo treinador antes do combate, Mesquita, Rosado, Januário e Barroja (2008) sublinham que a mesma deve ser precisa e específica, no sentido de vir a ser mais eficaz.

Num estudo realizado por Deval, Garcia e Monteiro (2007), com 128 judocas cadetes (15 e 16 anos de idade) de todas as categorias masculinas participantes no Campeonato de Espanha, os autores analisaram 121 combates de 4 minutos. Os observadores foram árbitros oficiais da Federação Espanhola de Judo, tendo-lhes sido explicados os procedimentos a levar a cabo na observação. Concluíram que, independentemente das categorias de peso, ou seja, tomando em consideração o conjunto das mesmas, os judocas utilizam mais as técnicas de te-waza com elevada percentagem de seoi-nage e kata-guruma. Seguem-se as técnicas de sutemi-waza e as de ashi-waza. É obtido um elevado número de vantagens técnicas mediante sanções arbitrais por passividade e falso ataque. Ao longo dos combates e em função do tempo, é durante o primeiro e segundo minuto que se produz maior número de vantagens técnicas, com predomínio das técnicas de te-waza e sutemi-waza, acentuando-se as vantagens por sansão arbitral no segundo minuto. Durante o terceiro minuto as vantagens técnicas obtêm-se por sanção e técnicas de te-waza. No quarto minuto, as vantagens obtidas por sanção superam as obtidas por ações técnicas. Há um claro domínio do trabalho de judo em pé relativamente ao de solo em todas as categorias de peso masculinas.

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Os princípios técnico-táticos básicos que os competidores utilizam durante o combate de judo apresentam-se como bons indicadores para analisar o rendimento desportivo (Miarka, Julio, Vecchio, Calmet, & Franchini, 2010). No sentido de serem menos previsíveis durante o combate, os judocas de elevado nível diversificam sistematicamente os seus movimentos e projeções. Todavia, por forma a obterem sucesso na aplicação das técnicas aplicadas, os judocas hábeis têm de se adaptar rapidamente ao contexto do combate. Assim, os judocas deverão ter capacidade de se adaptar e de responder aos inúmeros estímulos. A variabilidade tem um papel fundamental nos combates de judo, dado que cada judoca tenta realizar acções que provoquem reações, por parte do adversário, que lhe sejam favoráveis, com o propósito de lhe criar o desejado desequilíbrio/instabilidade.

Os judocas de elevado nível deverão ter importantes estratégias em competição, tais como: realizar diferentes técnicas com a mesma pega ou realizar a mesma técnica com pegas diferentes. As combinações e contra-ataques são também fortes argumentos dos judocas de alto nível, tal como a mestria na execução de técnicas de pernas e de sacrifício e trabalho no solo.

De acordo com um estudo R. Garcia e Luque (2007) em que os autores pretenderam analisar a estrutura temporal do combate de judo, foram estudadas 14 finais do Campeonato de Espanha de sub-23 em ambos os sexos. Foram retiradas as seguintes conclusões:

A duração do combate de nível nacional oscila entre os 4min30s e 4min50s em ambos os sexos;

A categoria feminina realiza mais judo no solo do que a masculina, mesmo não havendo diferenças significativas;

O número total de sequências de trabalho por combate situa-se entre 9 a 10 em ambas as categorias;

No que respeita ao tempo médio de trabalho de judo em pé, a feminina apresenta 14s±2s e a masculina 23s±6s, apresentando diferenças significativas;

Também no tempo médio de pausa, este oscila entre 7 s±2 s (rapazes) e 12 s±4 s raparigas, demonstrando haver diferenças significativas.

Num estudo mais recente, realizado por Monteiro et al. (2019), em que se compara os tempos de combates antes das novas regras criadas no ano 2016/2017. Os tempos, neste estudo foram caracterizados da seguinte forma, o Tempo Total de Combate (TTC), que aumentou em 3.6%, o TTC aumentou também nos quartos de finais, 46.7%, 9.7% nos combates para medalha de Bronze e 19.2% nas Finais.

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O Tempo Útil de Combate foi em média de 206 segundos, particularmente, nas finais antes destas alteracões de 2016/2017 o tempo era de 244 segundos, tendo sido agora reduzido para, em média, 215 segundos.

Em média, 25% do TTC é passado em Tempo de Pausa, 36% passado com em Tempo com Pega de Judo realizada, 25% em Tempo sem Pega de Judo e ainda no que se refere ao TTC, 15% do tempo é passado em Luta de Ne Waza, luta de Judo no Chão.

Com estas alteracões houve também um incremento nos combates que vão a Golden Score, 25%, mais propriamente nas finais, houve um aumento de 50%.

Para terminar o número médio de acções por combate manteve-se , 32 acções mas nas finais houve, em média, um aumento de 15%. Estas alterações segundo o autor justificam-se pela criação destas regras que vieram dar aos combates uma estrutura diferente de até então.

1.3Caracterização Neuromuscular

O Judo tem como filosofia integrar corpo e mente. Sua técnica utiliza os músculos e a velocidade de raciocínio para dominar o oponente. Palavras ditas por Mestre Kano para definir a luta: "arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual". A vitória, ainda segundo o seu mestre fundador, representa um fortalecimento espiritual. Nos dojos, procura-se passar algo mais além da luta, do contato físico. Para tornar-se um bom lutador, antes de tudo, é preciso ser um grande ser humano.

O Judo é caracterizado como um desporto de natureza explosiva e intermitente, mas também de elevados níveis de força máxima, isométrica e de resistência evidenciado nos desempenhos funcionais das ações de projeções, imobilizações, chaves, deslocamentos e fundamentalmente pegas (Kumikatas) (Monteiro et al., 2001).

O ser humano manifesta sua força por meio de tensão de duas maneiras: estática e dinâmica (Hollmann & Hettinger, 2005).

No judo o atleta usa a força e o peso do oponente, (Franchini, Takito & Kiss, 2000) procurando manter o equilíbrio, em situações ditas estáticas ou em movimento situações dinâmicas (Dias et al., 2011).

De acordo com Fernandes e Marins (2011) para um bom desempenho do atleta é preciso abordar as forças de formas variadas (isométrica e dinâmica), exigir dos músculos potência e resistência, levando em consideração os fatores internos (secção transversa da fibra muscular, coordenação, velocidade, gênero, tipo e número de fibras) e externos (método de treino, motivação, nutrição).

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A velocidade depende da composição da fibra muscular e da proporção de fibras rápidas que favorecem a explosividade, e as fibras lentas, que favorecem a força resistência, particularmente útil na manutenção da posição corporal na posição de pé (Hollmann & Hettinger, 2005).

Durante a luta o judoca necessita manter o controle, ter domínio do adversário e para que isso ocorra é importante realizar uma boa pega ou preensão manual, onde o nível de força gerado pode influenciar o resultado final (Dias et al., 2011; Fernandes & Marins, 2011; Paz, Maia, Santiago & Lima, 2013).

Segundo Fernandes e Marins (2011) após analisar diversos estudos realizados entre 1980 e 2010, a preensão manual, difere com relação a modalidade, sexo, nível de atleta, idade, peso corporal e tipo de treino, e que a sua avaliação poderá identificar possíveis talentos desportivos.

Franchini, Takito e Kiss (2000) referem que os judocas tentam potenciar o desenvolvimento da massa magra e minimizar a quantidade de massa gorda para levar vantagem em relação a força, já que o judo separa os atletas por categorias de peso.

A prática de Judo desenvolve características como o equilíbrio, agilidade, força, coordenação dos membros superiores e membros inferiores. O Judo necessita de um grande trabalho muscular, pois a sua prática envolve pegas, movimentos de puxar e empurrar o adversário agarrando o judogi, projeções e quedas, além de técnicas que forçam as articulações conhecidas por chaves (International Judo Federation, 2007).

O judo pode ser atribuído a fatores neuromusculares, tendo em vista as constantes mudanças dinâmicas em virtude da movimentação dos atletas, na qual o judoca requer uma combinação de força e resistência durante a pega para controlar a distância entre ele e o oponente (Franchini et al., 2011). Além disso, nas ações de ataque, são necessários elevados níveis de potência muscular de membros inferiores (Franchini et al., 2011), principalmente, na aplicação de algumas técnicas de projeção específicas.

É importante ressaltar que o judo apresenta algumas limitações quanto à solicitação neuromuscular que ocorre durante um combate. Na luta o judoca tende a utilizar mais os membros superiores em comparação aos inferiores (Franchini et al., 2011), por depender da "pega" no judogui para aplicar qualquer técnica de projeção, além das imobilizações no solo.

O Judo é um desporto caracterizado por breves episódios de exercício intermitente de alta intensidade, que exige um elevado desempenho neuromuscular (Góngora-Bonitch et al., 2012). Monteiro et al. (2013) observaram que estes exercícios podem causar episódios de grande fadiga em atletas de judo do sexo masculino.

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No judo, como em muitos outros desportos de combate, a produção de força de uma forma explosiva é um fator determinante no sucesso. Monteiro (2013), conclui no seu estudo que o 1RM, a Força Explosiva, a Potência Média, a Potência Média, a Potência média Relativa, a força máxima aquando do pico de potência, a Taxa de Produção de Força e a Taxa de Produção de Força relativa, são indicadores significativamentes diferentes entre os atletas de Elite e Sub-Elite. Conclui ainda que os atletas de Elite são capazes de alcançar valores de Força Explosiva Máxima acima dos 90.000 N/s.

Podemos por isso dizer que a potência é fundamental para a prestação desportiva. Assim, planos de treino da força orientados para a potência muscular são indispensáveis nestes desportos. Segundo Wilson et al. (1993), os métodos de treino usados para o desenvolvimento da Taxa de Produção de Força devem influenciar positivamente as prestações desportivas em desportos de predominância explosiva.

Segundo Moritani (2003) foram encontradas correlações significativas entre a força-velocidade, potência muscular e composição muscular nos músculos extensores do joelho. Um estudo de Faulkner et al. (1986, in Moritani, 2003) demonstrou que a potência produzida pelas fibras fásicas foi quatro vezes superior à das fibras tónicas, devido a uma maior velocidade de encurtamento para uma determinada carga.

A investigação científica orientou-se assim para o estudo dos efeitos específicos que o treino da potência produz na relação força-velocidade e na potência muscular produzida. Os estudos de Kaneko (1974, in Moritani 2003) conseguiram demonstrar melhorias significativas na curva força-velocidade e na correspondente potência muscular, resultado do treino de potência, que consistiu num treino com a duração de 20 semanas com a utilização de diferentes cargas – 0%, 30%, 60% e 100% de uma CVM.

Monteiro (2013), à luz dos resultados obtidos no seu estudo classificou os atletas elite e sub-elite e sugere-nos que o atleta elite, considerando todas as formas de manifestação de força, o atleta elite tem uma Taxa Produção de Força no Supino superior a 90874 N/s e o pico de Potência na Remada em 162.5ms e o atleta Sub-Elite uma Taxa de Produção de Força menor que os 90874N/s, o 1Rm menor que 115kg no Supino e um pico de Força na remada superior a 1081.42N.

1.4.Tensiomiografia

O nosso estudo, além de analisar o desempenho das diferentes formas de manifestação de força no Supino e na Remada, analisa também as ações neuromusculares mais importantes no movimento de puxar vs. empurrar, através do comportamento tensiomigráfico (propriedades contracteis) do Grande Dorsal e o Bicípite

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Braquial, no movimentos de empurrar, e do Peitoral e do Tríceps Braquial nas ações de emppurar. Para analisarmos também a lateralidade, o estudo dos grupos musculares foi feita em ambos os lados,

Utlizamos dois instrumentos para tal, a Tensiomiografia, que avalia as capacidades contrácteis do músculo, para melhor entendermos o rendimento desportivo e adequar o treino, para combater possíveis lesões, fadiga e a lateralidade. Para terminar, a utilização do Isocontrol 6.0, através deste, consegue-se avaliar diversas manifestações de força, utlizando os exercícios mais importantes, o Supino para empurrar e a Remada para puxar.

A tensiomiografia (TMG) é um método desenvolvido na década de 90 para executar valorização músculo não-invasiva. Esta tecnologia, originalmente projetada para aplicações médicas, é introduzido no campo do desporto em que se mostra a promessa de ser uma técnica confiável e relativamente fácil. A sua utilização no desporto é relativamente recente, a nosso conhecimento.

A tensimiografia (TMG) foi um método de avaliação desenvolvido na Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Ljubljana (Eslovénia) para fins médicos, mas, nos últimos anos, é utilizado na área desportiva, cada vez mais frequente e eficaz. Medido em condições isométricas, a deformação radial do ventre muscular é ativado e a resposta é controlada através da intensidade de estímulo elétrico (Valencic, 2012). Com base na literatura disponível, começa a existir alguma informação científica sobre o uso da TMG. Infelizmente, em Judo os estudos são ainda inexistentes.

Em comparação com outros métodos, como eletromiografia, terapia de pressão muscular, etc., o TMG é apresentado como uma ferramenta de alta precisão (≤ 4 micrómetros) (Simunic, 2003) para avaliar estruturas musculares.

As possibilidades fornecidas por esta ferramenta incluem:

1) A avaliação muscular pela TMG continua um protocolo rápido, não requer qualquer realização esforço físico do sujeito avaliado. Ou seja, ele desenvolve sem causar fadiga ou alterar rotinas programadas atleta em formação.

2) é uma ferramenta não-agressivo ou invasiva, segura na qual o avaliada única que é submetido a estimulação elétrica ou moderada baixa intensidade (1-110 mA).

3) Permite avaliar, individualmente, todos os músculos superficiais. Ela responde, assim, às exigências específicas do desporto ou para as necessidades específicas do atleta.

4) Dá informações sobre a resposta muscular aguda e crónica para diferentes cargas de treino (força, resistência, velocidade, flexibilidade, etc.), independentemente de suas características internas, estado de treinamento ou nível de aplicação (descansado,

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5) É útil para controlar os aspetos relacionados com as características morfológicas e funcional das estruturas musculares analisados.

Entre os fatores mais importantes que podemos analisar esta metodologia incluem:

1) as características histoquímicas do tipo de fibra dominante no músculo 2) O estado de fadiga neural ou estrutural

3) Ativação muscular 4) O tom muscular

5) Propriedades contráteis músculo 6) O saldo muscular.

O combate ou luta de judo carateriza-se por uma relação de oposição entre dois indivíduos que lutam corpo a corpo para aplicar técnicas específicas de forma a garantir pontuação, projetando/derrubando o adversário de costas no solo ou finalizando com uma técnica de controlo (imobilização, luxação ou estrangulamento). Durante a luta, o judoca atacante pode rapidamente passar para a defesa, e vice-versa, pois o judo é um “jogo” de constante equilíbrio e desequilíbrio, ação e reação. É uma modalidade acíclica (aberta) que permite uma variabilidade de gestos técnicos complexos de elevada coordenação na sua execução, traduzindo-se assim como um desporto dinâmico e de “esforço intermitente que requer competências técnicas complexas e que prima pela excelência tática na obtenção do êxito desportivo” (Henry, 2011). Durante o combate são realizadas múltiplas ações máximas e explosivas de curta duração (20-30 segundos), com interrupções a cada 5-10 segundos. A duração média de uma luta de judo é de 7.18 (0.2) minutos (Degoutte et al., 2003), sendo a relação entre trabalho e descanso de 2:1 e 3:1 (Pulkkinen, 2001). Os judocas utilizam pegas no judogi (fato de judo) para aplicação das técnicas, sendo as ações de puxar e empurrar o adversário uma constante. Existem diversos estudos realizados que referem a importância da força e da potência dos braços no rendimento desta modalidade (Garcia Garcia 2012; Monteiro et al., 2009 e 2011; Franchini et al., 1999).

A tensiomiografia (TMG) é utilizada também como um instrumento para disponibilizar informações sobre a musculatura que nos auxilia a prevenir desequilíbrios, ou sobrecarga na musculatura, os quais poderiam ser produzidos por ações técnicas repetidas.

Pfirrmann et al. (2008), mencionam que estes casos são possíveis razões para muitas lesões que reduzem o rendimento dos atletas ou mesmo levam à deficiência.

A TMG é um método de diagnóstico não invasivo o qual não necessita de nenhum esforço da parte do indivíduo ao qual ele é aplicado. Ela é utilizada como uma ferramenta

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para avaliação da rigidez, as características mecânicas e a capacidade de contração das estruturas musculares de superfície analisadas(Vallenci, 2007). Ela mede as alterações geométricas (deslocamentos radiais) que ocorrem no ventre muscular durante a contração.

Os resultados obtidos através do TMG, expressos como deslocamento de sensor versus tempo de atividade são utilizados para determinar a rigidez e o equilíbrio entre estruturas musculares, cadeias musculares (flexão/extensão) ou extremidades (direita/esquerda).

Outra utilidade que existe na utilização da Tensiomiografia é o reconhecimento do estado de pré lesão, lesão e também o reconhecimento das estruturas importantes na recuperacão de lesão como podemos comprovar no estudo realizado por Chai, Bae, (2019), aquando do seu estudo do pós operatório por ruptura de tendão de aquiles. Através da utilizacão do TMG, repararam que o músculo Gémeo do lado lesionado tinha um DM, Displacement muito reduzido ou nulo, o que é sinal de uma atrofia, devido ao descanso imposto pós cirurgia Após 14 semanas de recuperação voltaram a utilizar o TMG e o DM do lado lesionado referente ao Gémeo Medial passou de 0.00 para 6.19 e o Gémeo Lateral. Notaram também que em relação à recuperação será muito mais efectivo se o foco for o Gémeo Medial em detrimento do Lateral.

Ainda, Augustín et al. (2019), foi estudado a diferença da Velocidade de Contração do Quadricipete e Isquio Tibial de Jovens activos e ainda uma comparação entre os géneros.

Neste, foram participantes 36 mulheres e 34 homens, onde os dados altura e peso foram normalizados. Para isso, usaram o TMG para comparar a Velocidade de Contracão dos músculos de ambos os géneros. Observaram-se diferanças significativas no músculo quadricipede (diferença média de 5 6.20 mm · s21; p< 0.001) , por outro lado, não foram notadas diferanças significativas no isquio tibial. Ambas diferenças significativas na Velocidade de Contracão entre o músculo agonista e antagonista de cada indíviduo, tendo As participantes do sexo feminino mostraram diferenças superiores a 15% em relação aos participantes do sexo masculino entre as proporções do bíceps femoral e quadrícepes e nas proporções do isquiotibiais.

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2. Objectivos

2.1 Objectivo Geral

Comparar os víveis de Força, de Potência e das Propriedades Contrácteis dos Músculos em Ações de Puxar e Empurrar entre Cadetes, Juniores e Seniores Masculinos.

2.2 Objectivos Específicos

1. Caracterizar o Perfil de Força, de Potência e das Propriedades Contrácteis dos músculos entre Cadetes, Juniores e Seniores Masculinos.

2. Comparar os níveis de Força, de Potência e das Propriedades Contrácteis dos músculos entre Cadetes, Juniores e Seniores Masculinos.

3. Analisar as percentagens de simetria dos músculos laterais: bíceps braquial, tríceps braquial, peitoral e grande dorsal em Judocas masculinos Cadetes, Juniores e Seniores

4. Analisar o equilíbrio agonista / antagonista dos braços.

5. Verificar a associação entre as propriedades contráteis dos músculos bíceps braquial, tríceps braquial, peitoral e o desempenho neuromuscular no exercício de Supino e da Remada.

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3 .Metodologia

3.1 Caracterização da Amostra

A nossa amostrafoi composta por 27 atletas, todos do sexo masculino, apesar das diferentes faixas etárias todos têm uma carga de treinos considerável.

Assim, passamos por dividir a amostra em três grupos como podemos ver na tabela, o G1 (n=7), com uma média de idades (16.7 ± 0.5), escalão Cadetes, o G2 (n=5), com uma média de idades (19.0 ± 0.7), escalão Junior e por fim o G3 (n=15) com uma média de idades ( 23.7 ± 2.6), escalão Seniores.

Tabela 3.Caracterização demográfica da amostra do grupos de judocas masculinos, Cadetes (G1), Juniores (G2) e Seniores (G3). Grupo G1 (n=7) G2 (n=5) G3(n=15) M ± DP M ± DP M ± DP Idade (anos) 16.7 ± 0.5 19.0 ± 0.7 23.7 ± 2.6 Altura (m) 1.74 ± 0.09 1.73 ± 0.03 1.77 ± 0.07 Peso (kg) 68.9 ± 6.8 74.0 ± 7.6 80.9 ± 15.1 IMC (kg/A2m) 22.7 ± 1.6 24.8 ± 3.2 25.8 ± 3.1

Para a caracterização desta amostra foi requerido que todos os atletas tivessem pelo menos 5 treinos semanais de Judo e ou treino físico de Ginásio, claro que sempre respeitando as suas etapas maturacionais de desenvolvimento. Todos os atletas apesar da idade já apresentavam técnica suficiente para a realização da Remada e Supino, para que se conseguisse chegar aos dados pretendidos de forma eficaz.

3.2 Desenho do Estudo

A nossa pesquisa é um estudo transversal, observacional e comparativo a três grupos distitos de atletas, Cadetes, Juniores e Seniores.

Para a recolha dos dados, foi realizado o seguinte desenho, respeitando os Protocolos exigidos para cada Teste:

Dia 1 – Recolha dos dados antropométricos e morfológicos e realização da Tesniomiografia – avaliação das propriedades Contractéis dos músculos Biceps Braquial,

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Dia 2 – Descanso;

Dia 3 – Os alunos realizava um aquecimento prévio de 10 minutos, cardio e muscular após esse aquecimento realizavam os Testes de Força, Supino e Remada com cargas progressiva.

3.3 Instrumentos

Balança marca Seca 760- para registo da peso do voluntário Estadiómetro marca Seca - para registo da altura do voluntário

Tensiomiografia (TMG™) TMG-BMC tensiomyography® foi utilizado, um transdutor digital (GK 30, Panoptik d.o.o., Liubliana, Eslovénia), colocado perpendicularmente na parte central do ventre muscula, para determinar aas propriedades contracties, as percentagens de simetria lateral e ainda, o deslocamento do ventre muscular.

Isocontrol 6.0 – Sistema Isocontrol 6.0 plus (Quasar Control. Madrid) para avaliar as diferentes formas de manifestação de força no exercício de Supino e Remada.

Banco de Supino e Remada Pesos (discos)

Barra Olímpica

3.4. Procedimentos

3.4.1.Técnica de Tensiomiografia

A Tensiomiografia (TMG) é uma técnica inovadora, sensível e fiável que nos permite detetar e analisar, em separado, as propriedades contrácteis dos músculos superficiais. Trata-se de um método diagnóstico que funciona através da observação das mudanças geométricas que ocorrem no ventre muscular ao contrair o músculo.

Com o recurso há tensiomiografia vão ser analisados os 4 músculos principais que estão presentes nas ações de puxar e empurrar, estes músculos foram decididos pelo nosso orientador de projeto, e pois são os que tem um papel mais preponderante nesta ações. Nas ações de Empurrar iremos analisar o Grande Peitoral e o Tríceps, nas ações de Puxar iremos analisar o Grande Dorsal e o Bíceps.

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3.4.1.1. Colocação dos Elétrodos

Para transmitir o impulso elétrico e provocar uma contração muscular, vão ser utilizados elétrodos de superfície. Esses elétrodos estão localizados nas extremidades proximais e distais do músculo, fazendo que o estímulo não afeta os tendões dos músculos da inserção (Valencic & Knez, 2000; Valencic, 2002; Simunic, 2003). O mais utilizado, os elétrodos são feitos de prata ou cloreto de prata pregelificada com um diâmetro de cerca de 1 cm, os elétrodos descartáveis comerciais são de movimentação rápida e fácil, para garantir uma conduta adequada e boas condições de impedância. Atualmente, não há consenso quanto alguns autores (Simunic, 2003; Rodríguez-Matoso et al., 2010b) propõem separado 3-5 cm, o que parece complicado nos músculos em que o comprimento da fibra é pequena (exemplo deltoide).

3.4.1.2. Colocação do Sensor

O sensor deve ser colocado na posição mais preponderante do ventre muscular e no ponto médio entre os dois eléctrodos pelo qual recebe o músculo a estimulação eléctrica. Somente em condições especiais e avaliação das necessidades, ponto colocação dos eletrodos pode ser alterado, uma vez que isso pode afetar a magnitude da deformação radial do ventre muscular (Simunic et al, 2005a;. Rodríguez-Matoso et al., 2010b). Na obra de Simunic et al. (2005a) afirma que um erro na seleção do ponto de medição envolve variações abaixo de 5%. Estas diferenças no valor de Dm, foram detectados por Rodríguez-Matoso et al. (2010a), quando a posição do sensor variou 2 cm.

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Figura 1. Colocação do estímulo eléctrico (sensor) no Tricpete através do TMG

3.4.1.2 Posição do sensor

O sensor deve ser colocado perpendicular ao ventre muscular, de frente para a sua zona mais preponderante (Simunic & Valencic, 2001; Krizaj et al., 2008). Desta forma asseguramos detectar as pequenas mudanças na espessura do músculo, ao executar uma contração involuntário e ajustada à intensidade do estímulo eléctrico que provoca. É necessário assegurar que o sensor é colocado na zona de deformação máxima e também na direção perpendicular à deformação radial músculo vontade após estimulação posição. As alterações na localização do sensor afecta o valor final de Dm (Rodriguez-Matoso et al., 2010a).

Figura 2. Colocação do estímulo (sensor) eléctrico no Grande Peitoral através do TMG

3.4.1.3. Pressão do Sensor

Uma correcta e adequada avaliação da magnitude da deformação transversal de um músculo depende da pressão inicial de 113 mm2 sensor (Knez, 2000) e cerca de 0,2 N / mm (variação entre 0,1 e 0,5 N / mm), e é recomendada a calibração referências visuais adequados e utilizando no sensor de pressão para definir antes do estímulo (Rodríguez-Matoso et al., 2010b).

3.4.1.5. Características do Estímulo Elétrico

A resposta de contração para uma corrente eléctrica bipolar de cerca de um milésimo de segundo de duração (1.01-1.15 ms) (Dahmane et al., 2001), e intensidade constante ou crescente (10 a 110 mA), de acordo com o protocolo utilizado. A

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importância da duração do estímulo é crucial para padronizar a deformação muscular. Este aspecto foi verificada por (Knez & Valencic, V., 2000) para avaliar os bíceps braquial v 95 estímulos de duração diferente (0,1-100 ms). Os autores observaram que o tempo aumenta a estimulação e a deformação aumentou significativamente (≈2.5 mm a ≈11.5 mm). Neste sentido, (Knez e Valencic, V., 2000) viu que com o aumento da intensidade de estimulação elétrica, a tendência de cada músculo testado (bíceps braquial e brachioradialis) era produzir um maior deslocamento do ventre muscular, reduzindo progressivamente o tempo que leva para atingir a deformação máxima.

3.4.1.6. Variáveis Estudadas

De acordo com a Figura xx as variáveis de estudo e análise do TMG são as seguintes:

1) Td: (Delay Time)

• Mede o tempo que o músculo necessita para alcançar 10% de deslocamento máximo

• Depende do tipo de fibra dominante, do estado de fadiga e do nível de potenciação e activação (Dahmane et al., 2005).

2) Tc: (Time Contraction)

• Mede o tempo que o músculo necessita para alcançar 90% de deslocamento máximo;

• Avalia a resposta funcional

• Baixos valores de Tc significam volumes musculares menores ou mais stifness (Rusu et al., 2010)

• Depende do nível de treino e do índice de fatiga. O músculo é afectado pelos danos musculares durante uma lesão.

3) Tr: (Relaxation time)

• Proporciona informação sobre o índice de fadiga

• Altos valores neste parâmetro, em comparação com os valores normais para o atleta, poderiam indicar valores potenciais de fadiga muscular (Rodríguez-Matoso et al., 2010).

4) Ts: (Sustain Time)

• Estabilização da resposta muscular. 5) Dm (Displacement)

Todos os parâmetros relacionados com o tempo de contração, dependerão da magnitude do deslocamento radial das fibras do ventre muscular, isto é, deslocamento do

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Figura 3. Definição dos Parâmetros e do TMG (adaptado do Programa TMG, 2020)

Figura 4. Funcionamento do TMG (adaptado, Monteiro, 2015)

3.4.2 Isocontrol 6.0

Todas as manifestações de força de braços, e o tempo para a aquisição do pico de força, do pico de potência e do pico de taxa de produção de força, foram avaliados com Isocontrol 6.0.plus sistema (Quasar Control. Madrid). Medindo o primeiro, o sistema utiliza uma célula de carga capaz de medir tensiométrica a 5000 N, com um erro máximo de 1 N de erro de linearidade é de 0.002% e 0.015% de repetibilidade. A deformação máxima é de 0.2 mm e a tração máxima que pode suportar é de 1800 kg. Este dispositivo está conectado a uma caixa externa que por sua vez se conecta a uma porta USB do computador e da série 2.0. O dispositivo eletrônico tem um intervalo de taxa de

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amostragem de 1000 Hz (1000 amostras por segundo). O sistema oferece uma alta resolução de canal (24 bits), à taxa acima citado (Monteiro, 2013).

Figura 5. Isocontrol 6.0

Os exercícios realizados foram o Supino e a Remada, um de empurrar e outro de puxar respectivamente, o que vai de encontro a investigação em curso, envolvendo os principais músculos em estudo, Grande Peitoral e Tricípe e Grande Dorsal e Bicípe.

Com o Isocontrol conseguimos obter as diferentes manifestações de força pretendidas para este projecto que são Força Dinâmica Máxima (FDM), a Força Explosiva Máxima (FEM) e a Potência (P), quer máxima quer relativa (a dividir pelo peso corporal de cada atleta). Pra isso foram vão ser realizados o Teste de 1RM no Supino e na Remada com cargas progressivas, para descobrir qual a carga máxima de cada um dos atleta em cada um dos exercícios.

3.4.2.1. Supino, protocolo de obtenção de dados para os valores FDM

O teste foi realizado no Ginásio da Universidade Lusófona e em conformidade com a recomendação da American Society of Exercise Psysiologists (ASEP) procedimentos (Brown & Weir, 2001) e desenvolvido através da aplicação de cargas progressivas sendo realizadas três repetições em cada carga, se atingir a carga máxima, carga que só seria alcançado completa por uma 1 rep a uma taxa de cerca de 0,15 ms-1. Para esta avaliação, também foi utilizado o medidor ISOCONTROL 6.0. Durante a execução do concêntrica imprensa movimentos banco, há uma alta potência após o contato com o peito, seguido imediatamente por uma área com características de baixa potência, dando-nos um erro nos valores de potência. Há que ter cuidado ao coletar e validar os dados para este erro de execução não distorcer os dados. A aplicação ajuda-nos a fazer

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contaminar o resultado. Este erro é conhecido em Inglês ponto de discórdia (cit., Monteiro. 2013).

3.4.2.2. Supino protocolo de obtenção de dados para os valores da

Potência

Os exercícios escolhidos para a realização do teste era uma extensão de braços na barra horizontal ou supino como um exercício muito utilizado na literatura internacional, pois ele pode oferecer valores altamente significativos em relação ao potencial máximo de neuromuscular braços para os atletas avaliados, bem como ser uma ação fundamental e muito repetitivo durante a luta Judo judocas permitindo manter seu oponente na distância certa para ambas as ações de ataque e defesa (Monteiro. 2013).

Neste sentido, Lucic (1989) realizou 17 cobaias 91 praticantes de Judo universidade concluindo que o supino é um dos testes que tem maior validade para predizer o nível competitivo dos judocas.

Para a realização deste teste os atletas irão ter de realizar um pequeno aquecimento de cerca de 5 min de atividade ligeira por exemplo fazer ergómetro de remo no qual ira solicitar os grupos musculares pretendidos para a realização deste teste. Após o aquecimento geral, o sujeito foi submetido a um aquecimento específico de 8 repetições, aproximadamente 50% do seu 1RM seguida por outra série de três repetições com 70% de perto 1RM (Brown et al., 2001., cit., Monteiro, L., 2013).

Os judocas por categoria de peso e com características semelhantes ao desempenho do teste, simultaneamente, foram selecionados. A primeira carga, o atleta deve superar uma vareta de plástico de 200 gramas, a fim de obter a máxima velocidade de execução. As cargas devem ser superadas apenas concêntrica sem o auxílio de contramovimento, para a qual estava montado no dispositivo de Isocontrol que dava o tempo de cada repetição, numa tentativa de evitar esse tipo de ação. Cargas aumentadas para 5, 10 ou 20 kg, dependendo do 1RM de cada atleta e a velocidade de deslocamento do peso anterior. Se os judocas carga movida a uma velocidade mais elevada de 0.3 m.s-1, 2 repetições realizado. Quando a execução velocidade abaixo de 0.3 m.s-m.s-1, foi solicitado a realizar uma única repetição, uma vez que a velocidade normal de execução da 1RM experientes atletas geralmente entre 0.14-0,18 m.s-1, desta forma evitamos fadiga desnecessária que poderia alterar o resultado do teste. O descanso entre as séries foi de 3-5 minutos. Com mais descanso quando nos aproximamos do valor de 1RM (Monteiro, 2013).

Referências

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