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A INTERNAÇÃO DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI: UMA REFLEXÃO TEÓRICA SOBRE O SISTEMA SOCIOEDUCATIVO BRASILEIRO

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A INTERNAÇÃO DE ADOLESCENTES EM

CONFLITO COM A LEI: UMA REFLEXÃO

TEÓRICA SOBRE O SISTEMA

SOCIOEDUCATIVO BRASILEIRO.

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão teórica sobre a medida socioeducativa de internação, que se constitui como um recorte do sistema socioeducativo, propondo uma sistematização dos estudos que têm sido produzidos sobre este tema. Inicia-se por uma exposição sobre adolescência e ato infracional e a seguir abordamos o caso dos adolescentes em conflito com a lei do ponto de vista legal. A partir disso, apresentamos uma sistematização dos estudos sobre a internação, subdividindo-os em duas categorias: 1) a realidade da internação no sistema socioeducativo brasileiro; 2) as propostas teóricas para a internação no sistema socioeducativo brasileiro. Ao final do trabalho, articulamos as ideias apresentadas e apontamos, como conclusão, que há uma expressiva distância entre o real e o ideal quanto à internação no sistema socioeducativo, indicando que ainda há muito a ser feito para que esta medida seja operada de acordo com os estudos e as normativas vigentes.

Palavras-chave: Adolescente em conflito com a lei. Medida socioeducativa. Delinquência juvenil.

Jana Gonçalves Zappe1 Iara da Silva Ferrão Cristiane Rosa dos Santos Katia Simone da Silva Silveira Lizinara Pereira da Costa Thatiane Veiga Siqueira

1 Mestre em Psicologia pela

Universidade Federal e Santa Maria(2011). Psicóloga da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul, Professora da Faculdade Integrada de Santa Maria.

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INSTITUTIONALIZATION OF ADOLESCENTS IN

CONFLICT WITH THE LAW: A THEORETICAL

REFLECTION ABOUT THE BRAZILIAN

SOCIO-EDUCATIONAL SYSTEM

ABSTRACT

This paper presents a theoretical reflection about the institutionalization for social-educational term, characterized as an aspect of the brazilian social-educational system, proposing a systematization of the studies that have been produced on this topic. Begins with an exhibition on adolescence and infractional acts, then we addressed the case of adolescents in conflict with the law from a legal standpoint. We present a systematic studies about institutionalization, divided them into two categories: 1) the reality of institutionalization in the Brazilian social-educational system, 2) the theoretical proposals for institutionalization in the Brazilian social-educational system. At the end of the paper, we articulate the ideas presented and noted, in conclusion, that there is a significant distance between the real and ideal in the social-educational system, indicating that there is much to be done so that this measure is operated according with the studies and the current regulations.

Keywords: Adolescent in conflict with the law. Socioeducational terms. Juvenile delinquency.

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Introdução

Nosso trabalho apresenta uma reflexão teórica a respeito da medida socioeducativa de internação, que se constitui como um recorte do sistema socioeducativo, propondo uma sistematização dos estudos que têm sido produzidos sobre este tema. O termo sistema

socioeducativo refere-se ao conjunto de todas as medidas privativas de

liberdade que são a internação e semiliberdade até as não privativas de liberdade (liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade) e ainda a internação provisória (BRASIL, 2006a).

No Brasil, em média, para cada 10.000 adolescentes entre 12 e 17 anos, 8,8 encontram-se privados ou restritos de liberdade, segundo dados da última edição do Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei (BRASIL, 2011). Este levantamento indicou ainda que, em novembro de 2010, havia 17.703 adolescentes em restrição e privação de liberdade, sendo 12.041 em internação, 3.934 em internação provisória e 1.728 em medida de semiliberdade.

No contexto do atendimento socioeducativo, o Sistema Nacional Socioeducativo (SINASE), apresenta-se como uma política pública destinada à inclusão do adolescente em conflito com a lei, propondo um conjunto de princípios, regras e critérios de cunho jurídico, político, pedagógico, financeiro e administrativo que envolve todas as fases do processo socioeducativo (desde a apuração do ato infracional até o cumprimento da medida socioeducativa). Prioriza a intersetorialidade, em que vários serviços devem se integrar e formar uma rede, agilizando a proteção e o exercício dos direitos de quem é encaminhado para o sistema. Os dados obtidos através do sistema devem ser transformados em informações que auxiliem em melhorias e desenvolvimento de futuros planos, políticas e ações, reduzindo a fragilidade e a exclusão social que muitos convivem, assim buscando minimizar as consequências para o indivíduo que está em desenvolvimento (BRASIL, 2006a).

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O trabalho socioeducativo é transversal, intersetorial, complexo e especializado, se efetiva através das ações de três esferas de governo, facilitando a inserção sócio-cultural dos adolescentes (BRASIL, 2011). Nosso trabalho busca investigar sobre a realidade do trabalho socioeducativo, assim como sobre as propostas teóricas e legais para a qualificação deste trabalho.

O texto foi construído da seguinte maneira: inicia-se por uma exposição sobre adolescência e ato infracional e a seguir abordamos o caso dos adolescentes em conflito com a lei do ponto de vista legal. A partir disso, apresentamos uma sistematização dos estudos sobre a internação, que faz parte do sistema socioeducativo, subdividindo-os em duas categorias: 1) a realidade da internação no sistema socioeducativo brasileiro; 2) as propostas teóricas para a qualificação da internação no sistema socioeducativo brasileiro. Ao final do trabalho, articulamos as ideias apresentadas e apontamos, como conclusão, que há uma expressiva distância entre a realidade e as propostas teóricas quanto à internação no sistema socioeducativo, indicando que ainda há muito a ser feito para que esta medida seja operada de acordo com os estudos e as normativas vigentes.

A adolescência e a prática de atos infracionais

A adolescência configura-se como um processo psicológico e social que está inserido no processo mais amplo do desenvolvimento do sujeito, caracterizando-se pela busca de autonomia e reconhecimento social. Oliveira (2001) salienta que esta operação de busca de reconhecimento social torna-se dramática na atualidade tendo em vista que há uma grande escassez de chances sociais e oportunidades de reconhecimento num contexto de amplas desigualdades sociais. Assim, a violência e a identificação com a criminalidade podem se constituir como um caminho para a obtenção de reconhecimento social, ainda que às avessas. Soares

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(2005) analisa esta questão a partir da ideia da invisibilidade social que caracteriza a vivência dos adolescentes de classes populares. Neste contexto, a identificação com a violência e a criminalidade pode ser compreendida como um recurso para tornar-se visível, numa tentativa desesperada de garantir uma existência social.

De acordo com Gonçalves e Garcia (2007), a opção pelo ato infracional surge como script de um drama atravessado por conflitos pessoais e sociais, os quais dificultam o processo de construção da identidade do jovem. Inclui-se neste drama a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, a busca de inclusão social que é frustrada, a precariedade de educação, profissionalização e trabalho que caracterizam as vivências da grande maioria dos jovens brasileiros que se tornam autores de atos infracionais.

O processo socioeducativo deve considerar que os conflitos pessoais e sociais vivenciados pelo adolescente configuram uma situação de crise em que pode-se supor a possibilidade de desenvolvimento. Assim, trata-se de um momento favorável ao estímulo à crítica do ato infracional em todos os seus aspectos: sociais, históricos, jurídicos, políticos, culturais, abrindo-se a perspectiva de uma nova consciência no adolescente e despertando a possibilidade de ressignificação de sua história e reconstrução de sua existência. O exercício desta liberdade coloca-se como um pressuposto da cidadania (OLIVEIRA, 2003).

Desta forma, a medida socioeducativa deve ser planejada no sentido de oferecer novas oportunidades de desenvolvimento pessoal e social, visando à superação das dificuldades que levaram o jovem à prática do ato infracional (COSTA, 2006; VOLPI, 1997). Nosso trabalho pretende contribuir com esta questão ao discutir em que medida isto tem sido possível na prática da execução da medida de internação.

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O adolescente em conflito com a lei do ponto de vista

legal e o sistema socioeducativo

Atualmente, a legislação pertinente aos casos de adolescentes que cometem atos infracionais é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirado pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988, internalizando uma série de normativas internacionais, em especial a Doutrina da Proteção Integral (BRASIL, 1990). Segundo Costa (2005), a função principal dessa doutrina é assegurar que sejam mantidas condições adequadas ao pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, independente de sua situação jurídica.

Zappe e Ramos (2010) indicam que a legislação que antecedeu o ECA foi o Código de Menores de 1979, o qual estava fundamentado na Doutrina da Situação Irregular e foi amplamente criticado por diversos setores da sociedade. Esta legislação se caracterizava por concentrar o poder no Juiz de Menores, com forte tendência à criminalização da pobreza e à internação do público infanto-juvenil. Além disso, esta doutrina produzia grande estigmatização, ao dirigir-se apenas aos menores considerados em situação irregular, ou seja, aos abandonados, carentes e infratores e não à totalidade do público infanto-juvenil. Assim, o ECA representou significativos e fundamentais avanços ao considerar as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos, pessoas em condição peculiar de desenvolvimento e prioridade absoluta, dirigindo-se a todas as crianças e adolescentes e assim superando a estigmatização presente na legislação anterior.

Segundo Gonçalves e Garcia (2007), o ECA foi o marco da condição de saída de um olhar repressor e moralizante até então

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destinado às crianças e adolescentes em situação socioeconômica desfavorável, para o surgimento de um reconhecimento da condição de sujeito de direito de forma igualitária a todas as crianças e adolescentes, independente de fatores socioeconômicos, de gênero ou etnia. Assim, constitui-se como um divisor da história brasileira relativa às políticas de atenção a crianças e adolescentes em dois momentos absolutamente distintos.

A partir do ECA, os adolescentes em conflito com a lei passam a contar com as garantias processuais básicas do Direito Penal dos adultos e são responsabilizados pelos atos infracionais cometidos a partir da aplicação de medidas socioeducativas, que são as seguintes: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e internação em estabelecimento educacional. Na aplicação das medidas socioeducativas, devem ser consideradas as características da infração e as circunstâncias sociofamiliares, visando possibilitar que o adolescente supere sua condição de exclusão por meio da reinserção na sociedade (BRASIL, 1990).

Os programas socioeducativos direcionados aos jovens privados de liberdade devem respeitar as peculiaridades de cada pessoa em desenvolvimento, assim como devem assegurar proteção à vida desses jovens e dos trabalhadores, evitando a discriminação por meio de rótulos que expõem estes indivíduos a situações que impedem a superação das dificuldades para viabilizar a inclusão social. Assim, consideram-se as medidas socioeducativas como ações pedagógicas que visam a reeducação e a prevenção de novos delitos (BRASIL, 1990).

De acordo com as mudanças doutrinárias introduzidas pelo ECA, as medidas socioeducativas devem assumir a seguinte caracterização, tal como proposto por Volpi (1997): 1) Devem ser aplicadas e operadas de acordo com as características da infração, circunstância sociofamiliar e disponibilidade de serviços; 2)

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comportam aspectos de natureza coercitiva e aspectos de natureza educativa; 3) Os regimes socioeducativos devem constituir-se em condições que garantam o acesso do adolescente às oportunidades de superação de sua medida de exclusão, bem como de acesso à formação de valores positivos de participação social; 4) a operacionalização deve prever, obrigatoriamente, o envolvimento familiar e comunitário, mesmo no caso de privação de liberdade; 5) a estrutura de funcionamento dos programas deve contemplar a participação de grupos da comunidade que contribuirão com atividades e participação no planejamento e controle das ações desenvolvidas na unidade de trabalho, oportunizando a relação entre o interno e a comunidade; 6) os programas socioeducativos deverão utilizar-se do princípio da incompletude institucional; 7) os programas socioeducativos de privação de liberdade deverão prever os aspectos de segurança, na perspectiva de proteção à vida dos adolescentes e dos trabalhadores; 8) os programas socioeducativos deverão, obrigatoriamente, prever a formação permanente dos trabalhadores, tanto funcionários quanto voluntários; 9) as denominações das unidades de aplicação das medidas, dos adolescentes envolvidos e das demais formas de identificação das atividades a eles relacionadas devem respeitar o princípio da não-discriminação e não-estigmação, evitando-se os rótulos que marcam os adolescentes e os expõe a situação vexatória, impedindo-os de superar suas dificuldades na inclusão social.

Com relação à medida de internação, as instituições que atendiam à Doutrina da Situação Irregular tiveram que passar por um reordenamento com vistas a se adequar ao novo ordenamento legal introduzido pelo ECA. Por exemplo, no Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM), criada em 1969, passou por um reordenamento institucional e, no ano de 1999 houve a separação dos atendimentos na área de proteção especial (abrigos) e na área de socioeducação. Neste contexto foi criada a Fundação de Atendimento SocioEducativo (FASE/RS) como o órgão

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estadual responsável pela execução das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade.

Porém, pode-se pensar que este reordenamento não é tudo no sentido de materializar as novas diretrizes legais preconizadas pelo ECA, e que ainda há muito a ser feito. Gonçalves e Garcia (2007) apontam que a efetivação das políticas sociais previstas no ECA ainda encontra-se em andamento, já com avanços bastante significativos na vida de crianças e adolescentes no Brasil. As ações mais focadas seriam relativas à proteção social (educação fundamental, programas de suplementação de renda familiar associados à frequência escolar e ao combate ao trabalho infantil, atenção primária a gestantes e recém-nascidos, etc.). No entanto, as autoras apontam que ainda existem barreiras para a efetivação da noção ampliada de cidadania e dimensões menos tangíveis sobre as quais talvez o ECA ainda não tenha se consolidado como prática, principalmente nas relações sociais com os adolescentes autores de atos infracionais. Para estes, pensam as autoras, um dos principais desafios seria a superação das práticas criminalizantes, amparadas por uma cultura política que estigmatiza o adolescente autor de ato infracional e exige que simplesmente este seja excluído e banido do convívio social numa espécie de higienização social.

É preciso lembrar que a questão do adolescente autor de atos infracionais teve sempre uma visão penitenciarista, com o predomínio da tendência de punir, o que surgiu e se mantém desde longa data, embora esteja claro que a mera prisão não seja suficiente para a recuperação (SOARES, 2000). Os frequentes apelos da opinião pública pelo rebaixamento da idade penal decorrem desta visão que enfatiza a punição em detrimento da ressocialização.

Embora o predomínio desta tendência de associar a privação de liberdade à prisão e reduzi-la a seu caráter punitivo, as medidas socioeducativas são mais complexas que uma medida meramente repressiva. A prisão e o atual sistema carcerário são extremamente

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rigorosos e, na maior parte dos casos, o resultado é o fracasso. No caso das medidas socioeducativas, estas estão fundamentadas na concepção de que se trata de um sujeito em peculiar condição de desenvolvimento e, portanto, passível de se beneficiar com um processo de ressocialização. Neste sentido, entende-se que a medida socioeducativa comporte aspectos de natureza coercitiva, mas deve comportar principalmente aspectos de natureza protetiva e educativa (SOARES, 2000). A ênfase na proteção, na educação e na garantia de direitos foi introduzida no sistema socioeducativo a partir das mudanças paradigmáticas propostas pelo ECA (BRASIL, 1990).

A partir desta mudança paradigmática do ponto de vista legal, bem como do consequente reordenamento do ponto de vista institucional, torna-se relevante investigar como o sistema socioeducativo está estruturado atualmente, quais têm sido suas dificuldades e quais os resultados que tem produzido. A sistematização de estudos que têm investigado esta questão configura-se como um diagnóstico da situação atual, o que pode indicar as áreas mais carentes de estudos e propostas de intervenção, daí a contribuição que nosso trabalho pretende oferecer.

A realidade da internação no sistema socioeducativo

brasileiro

A realidade da internação no sistema socioeducativo tem sido alvo de críticas frequentes, as quais se direcionam a diferentes aspectos da execução das medidas privativas de liberdade. Segundo Costa (2006), atualmente contamos com um sistema que, além de privar os adolescentes de sua liberdade, acaba privando-os de outros direitos como ao respeito, à dignidade, à privacidade, à identidade e à integridade física, psicológica e moral. Oliveira (2003) aponta que ainda é um grande desafio introduzir neste sistema o reconhecimento de que, ainda que tenha violado direitos de outrem, o adolescente

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permanece sendo sujeito de direitos, não podendo ser privado de nenhum outro direito a não ser aquele objeto de decisão judicial. Uma consequência imediata dessa realidade é a ocorrência constante de revoltas, rebeliões, motins, levantes e principalmente os grandes índices de reincidência dos adolescentes institucionalizados. Estes fatos apontam para o fracasso do sistema que na prática ainda não consegue efetivar a garantia de direitos prevista nos textos legais.

Com relação a isso, Costa (2005) salienta que a prevalência de experiências negativas, aliada à lacuna de experiências exitosas nesse contexto, tende a reforçar concepções que vinculam ao comportamento infracional um alto padrão de repetição e estabilidade, sugerindo que os sujeitos enredados nas tramas da prática infracional tenderão a continuar protagonizando infrações e crimes. Desta forma, pode-se compreender que o próprio sistema acaba promovendo a repetição e a reincidência.

Oliveira e Assis (1999), em um estudo exploratório composto por uma abordagem mista, realizado em três instituições responsáveis pela custódia judicial de adolescentes em conflito com a lei, demonstraram os efeitos danosos da vida imposta a estes jovens pelas próprias instituições de custódia. Entre estes efeitos danosos, cita-se o distanciamento do adolescente de sua família, provocado ou intensificado pela institucionalização, e a precariedade dos recursos humanos institucionais, que reduz a qualidade do atendimento e reproduz uma relação marcada pelo distanciamento. As instituições de custódia não encaravam o atendimento aos jovens como uma prioridade, funcionando superlotadas, inapropriadas para a socialização, desumanas e descumprindo o ECA, acrescentando ainda mais danos à trajetória destes jovens.

Uma parceria entre o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) resultou na realização de uma inspeção nacional às unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei, com visitas

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simultâneas em 22 estados brasileiros (BRASIL, 2006b). O relatório desta visita apontou que várias unidades encontravam-se superlotadas, apresentando instalações físicas precárias, ausência ou irregularidades de atendimento jurídico e de saúde, oferta irregular de escolarização e profissionalização, além das graves denúncias de espancamentos e maus-tratos físicos e psicológicos. Houve, inclusive, a sugestão de imediata desativação de uma unidade, localizada em São Paulo, dada a gravidade das situações verificadas durante a visita (BRASIL, 2006b).

A superlotação e a precariedade da estrutura física das unidades de internação também são apontadas no estudo de Oliveira (2001, p. 170), que entende que isso contribui para a fragilização do trabalho socioeducativo, acarretando uma série de dificuldades: enfraquecimento do vínculo, formação de grupos rivais e acirramento das rixas, progressão do comprometimento institucional através da mistura de perfis entre adolescentes em uma mesma unidade, comprometimento do zelo pela integridade física e psicológica dos adolescentes, comprometimento do atendimento técnico, degradação das condições de trabalho (...), estimulação do desrespeito aos funcionários e ao seu papel na medida socioeducativa, deslocamento do trabalho com ênfase na educação (reinserção social) para o trabalho com ênfase na segurança”, configurando-se uma situação de “depósito de adolescentes infratores.

A presença de maus-tratos nestas instituições também é apontada na pesquisa de Oliveira (2001). A autora descreve que, na FEBEM/RS, os adolescentes costumavam receber pancadas e os canos ou tacos utilizados para as agressões portavam inscrições, tais como “diploma pra ladrão, direitos humanos, sossega leão, vem cá neném, ECA”, assim como nomes de alguns militantes pelos direitos humanos. Esta situação parece bastante significativa sobre o quanto a realidade está distante do que é preconizado pela atual legislação em termos de proteção integral e direitos humanos.

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Além da existência de maus-tratos físicos, a pesquisa realizada por Oliveira (2001) revelou a existência de posturas e comportamentos preconceituosos de funcionários com relação aos adolescentes institucionalizados, o que se caracteriza como uma violência psicológica. A autora cita como exemplo desta situação o fato de que os funcionários afirmam comumente que trabalham com o “lixo social”. Neste sentido, a instituição se configura como um local de sofrimento e amargura, em que o intuito é que o castigo sirva como pagamento por um passado repleto de erros e, assim, se reproduz a percepção histórica do sistema prisional.

Do ponto de vista da estruturação das instituições de internação, Oliveira (2001) afirma que, assim como as condições propiciadas aos adolescentes são muito precárias em relação ao que determina o ECA, as condições de trabalho proporcionadas aos funcionários também são bastante desfavoráveis. Estes não possuem um plano de carreira ou formação adequada, a jornada de trabalho é extremamente desgastante, inexistem espaços apropriados para refeições e outras atividades. Num sentido mais amplo, considera-se o estresse de quem coloca a vida em risco, e ainda o estigma relacionado ao desempenho destes funcionários, que frequentemente são desrespeitados ao receber qualificações como incompetentes e violentos, por exemplo. Em virtude disso, torna-se um entrave para os funcionários trabalhar a partir da valorização da resiliência dos internos, justamente porque a própria instituição se descobre, na cena social, desamparada. Neste sentido, a experiência institucional de internos e funcionários caracteriza-se por um intenso abandono (OLIVEIRA, 2001), o que reproduz o descaso da sociedade com estes casos, que tende a querer eliminá-los do convívio (GONÇALVES e GARCIA, 2007; OLIVEIRA e ASSIS, 1999).

O Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei apresenta um relato atualizado de que estes problemas persistem em uma realidade marcada por

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situações flagrantes de desrespeito aos pressupostos legais do ECA, por violação dos direitos humanos, ameaças à integridade física dos adolescentes, violência psicológica, maus tratos e tortura, passando por situações de insalubridade, negligência em questões relacionadas à saúde e o comprometimento dos direitos processuais com internação provisória que excedem em muito os 45 dias, ausência de Defensorias Públicas e de Núcleos Especializados da Infância e Juventude, cumprimento de medidas em celas de delegacia, falta de acesso à justiça dos adolescentes privados de liberdade e carência pedagógica nas ações desenvolvidas dentro das unidades socioeducativas (BRASIL, 2011).

Oliveira (2003) apresenta uma discussão sobre as dificuldades do sistema socioeducativo a partir do estudo de um caso bastante revelador dos danos que a institucionalização pode causar à vida do jovem. A partir do discurso da autoridade judicial que recebeu o adolescente que cometeu um ato infracional, o jovem entendeu que iria para um lugar onde não iria cumprir pena, mas se reeducar, se tratar. Discurso que logo foi questionado a partir da prática cotidiana das instituições que recebem adolescentes privados de liberdade. Ao chegar à Instituição, o jovem tomou contato com agentes que o aterrorizaram dizendo que seu lugar deveria ser uma vala, devendo apanhar e sorrir para não apanhar muito mais. Ao cumprir a medida socioeducativa, o jovem garante: tudo o que aprendeu com isso foi a não sonhar, revelando uma grave situação de desesperança e os efeitos danosos causados em sua vida. Este relato demonstra que há um sério descompasso entre o discurso jurídico, sintonizado com o ECA, e a prática institucional, que reproduz uma política carcerária, punitiva e violadora de direitos, em total descompasso com o ECA.

Soares (2000) é enfático ao afirmar que todos sabemos que o sistema de internação é falido desde o seu nascimento. A cadeia pode ser considerada como uma sociedade dentro de outra sociedade, com regras e leis próprias. Utilizando este conceito, veremos que há mais

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que correlação entre prisão e internação, entre pena e medida socioeducativa, de forma que a privação de liberdade por si só causa transtorno indeletável ao comportamento de qualquer ser.

Costa (2005) apresenta um contraponto a estas experiências negativas, lembrando que é preciso considerar que o encontro que se dá no contexto socioeducativo, como outros que ocorrem ao longo da existência humana, carrega um potencial para produzir efeitos, significados e sentidos – positivos ou negativos – para os que dele participam. Se aprendemos que é possível destituir o adolescente da condição de sonhador, entendemos ser possível, também, construir o seu retorno à condição de sonhador, de construtor de seu projeto de vida, de participante de um projeto coletivo, contribuindo, assim, para que mudanças significativas efetivamente ocorram em sua trajetória. Partindo destas ideias, a autora aponta a existência de algumas experiências bem-sucedidas no Brasil, como a de uma unidade de internação em Roraima onde todos os funcionários se reconhecem como responsáveis pelo processo educativo, envolvendo-se diretamente na proposta pedagógica. Outra experiência que a autora apresenta é de um projeto de extensão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que possibilita diferentes alternativas de inserção social aos adolescentes autores de ato infracional.

Veronese (2000) apresenta um relato sobre o projeto Ressocialização através da Arte, que foi uma iniciativa de introduzir a arte no âmbito socioeducativo com o objetivo de ressocializar, proporcionando o resgate dos adolescentes autores de atos infracionais e promovendo reinserção social. A arte foi utilizada como um recurso para tentar minimizar os efeitos perniciosos da privação de liberdade no comportamento dos internos. O autor avalia que as aulas de artes representam momentos únicos, nas quais os adolescentes podem expressar sentimentos e emoções, além de denunciar a situação em que vivem, utilizando a expressão artística como uma forma de comunicação. Nas atividades iniciais do projeto, os adolescentes

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pintavam sempre os símbolos da violência, como armas e outros símbolos da criminalidade. Com a evolução das aulas, mudou significativamente a temática da pintura, pois os adolescentes começaram a pintar a família, casas, borboletas, horta, mulher na janela, etc. Veronese (2000, p. 212) interpreta que esta oscilação na temática das pinturas revela o conflito vivenciado pelos jovens: apesar dos atos infracionais cometidos, da violência de seus atos e da identificação com o mundo do crime, no fundo se trata de meninos frágeis, carentes de afeto e de família: “(...) era só e ainda uma criança, louca por colo. O resto era uma armadura comportamental só para se defender da barra pesada que é a vida deles”.

Esta experiência demonstra que as diferentes formas de expressão artística (pintura, música, etc.) proporcionam a oportunidade de exteriorizar emoções e sentimentos, bem como uma possibilidade de profissionalização. Além de minimizar os efeitos perniciosos da privação de liberdade, é possível desenvolver a criatividade e outras potencialidades, motivar a interação com o grupo, e promover a integração social e a humanização da medida socioeducativa. Trata-se de um recurso que deve ser utilizado nos programas de atendimento socioeducativo (COSTA, 2006).

Diante disso, percebe-se que, apesar de mais escassos, é possível encontrar na literatura alguns relatos de iniciativas exitosas. Porém, é muito mais fácil encontrar relatos sobre experiências mal-sucedidas, o que indica que estas talvez sejam, de fato, mais numerosas.

As propostas teóricas e legais para qualificação do

sistema socioeducativo

Oliveira e Assis (1999) apontam que a prática de atos infracionais deve ser considerada como um problema a ser enfrentado

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pelo conjunto da sociedade, através de um conjunto de ações, em diferentes níveis, considerando-se a necessidade de se enfatizar trabalhos com envolvimento comunitário. Neste sentido, defendem que a privação de liberdade deve ser restrita a casos extremos, e deve ser rigorosa principalmente quanto à qualidade da assistência prestada. Para isso, sugerem que o atendimento seja oferecido a pequenos grupos de adolescentes, e que siga uma ótica essencialmente técnica, priorizando-se a oferta de ensino regular e profissionalização.

Costa (2006) salienta que o ponto principal quanto à aplicação da medida socioeducativa é sabermos que tudo que se utiliza para trabalhar com adolescentes serve para trabalhar com adolescentes autores de ato infracional. Não podemos esquecer que estamos diante de um adolescente que cometeu ato infracional e não de um infrator que por algumas circunstâncias é um adolescente.

Gonçalves e Garcia (2007) pensam que é necessário fortalecer o binômio teoria/prática para que o ECA se aproxime mais do cotidiano das pessoas e possa sedimentar a cidadania infanto-juvenil na sua fragilidade maior, a proteção dos adolescentes autores de atos infracionais. Costa (2006) amplia esta questão ao afirmar que a aplicação jurídica das medidas socioeducativas deve respeitar de forma plena o que está disposto não apenas no ECA mas também na Constituição e nas normativas internacionais. Quanto ao caráter socioeducativo, para este autor a aplicação deve estar baseada em preceitos de humanidade, severidade e justiça.

Para Oliveira (2003), uma contribuição importante para melhoria da situação atual do sistema socioeducativo é revelar com clareza o que está nas entrelinhas da conduta do corpo de funcionários de cargos de direção com relação à aplicação de medidas punitivas aos adolescentes. É preciso esclarecer que esta – punição – não é uma função a ser exercida por estes agentes institucionais, que são, na verdade, responsáveis pela tutela do adolescente, zelando por sua

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integridade física e moral, e a execução da medida socioeducativa, de acordo com a lei.

Costa (2006) salienta que, para as medidas socioeducativas serem aplicadas de modo eficaz, requerem sistemas de atendimento estruturados, constituídos por redes locais de entidades de atendimento. Quanto aos órgãos especificamente encarregados da execução das medidas, é fundamental que estes possuam um regimento interno claro e bem estruturado.

Abordando questões internas do adolescente institucionalizado, Soares (2000) salienta a necessidade elevar a autoestima do jovem para que ele possa reconstruir seu projeto de vida. Para este autor, o processo de recuperação passa por três fases: reflexão, elevação da autoestima e o projeto de vida. Se não fizermos o adolescente refletir e melhorar a autoestima, não adiantará propor que ele faça um projeto de vida.

Considerações finais

A análise dos trabalhos consultados revelou que há uma expressiva distância entre a realidade e as propostas teóricas para a internação de jovens autores de atos infracionais no sistema socioeducativo, indicando que ainda há muito a ser feito para que esta medida seja operada de acordo com os estudos e as normativas vigentes.

Entende-se que a Doutrina da Proteção Integral não foi assimilada de modo uniforme pelo conjunto da população brasileira. O frequente clamor público pelo rebaixamento da idade de imputabilidade penal revela que, para a opinião pública, a punição ainda é o principal aspecto considerado no atendimento aos jovens em conflito com a lei. Em geral, pode-se considerar que a mídia também compartilha deste entendimento. A partir do trabalho de Oliveira

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(2003), percebe-se que o discurso jurídico constrói-se em sintonia com o ECA, enquanto que a prática institucional ainda reproduz uma política carcerária, punitiva e violadora de direitos, em total descompasso com o ECA.

Essa situação revela que, de fato, a efetivação das políticas sociais previstas no ECA ainda encontra-se em andamento, principalmente nas relações sociais com os adolescentes autores de atos infracionais, conforme apontado por Gonçalves e Garcia (2007). Tomando-se como um dos principais desafios para esta efetivação a superação das práticas punitivas e criminalizantes, entende-se que é crucial investir na assimilação da Doutrina da Proteção Integral pelo conjunto da população, especialmente os trabalhadores do sistema socioeducativo.

Alguns trabalhos demonstraram que os adolescentes em conflito com a lei estão longe de ser considerados como prioridade como sujeitos de direitos em condição peculiar de desenvolvimento, pois eles costumam ser vistos como “lixo social” (OLIVEIRA, 2001), cujo lugar a ocupar deveria ser uma “vala” (OLIVEIRA, 2003) pelos próprios trabalhadores do sistema socioeducativo. Neste sentido, enfatiza-se a necessidade de investir em mudanças destas concepções, o que pode ocorrer através da assimilação dos conteúdos do ECA.

Um exemplo paradigmático da existência de diferenças quanto à assimilação dos princípios do ECA foi revelada no trabalho de Oliveira (2001), que descreve que os materiais para agressões aos adolescentes institucionalizados portavam inscrições como “direitos humanos”, “ECA”, ou nomes de militantes pelos direitos humanos. A partir deste relato, percebe-se que o ECA não é desconhecido neste contexto, mas que não é aceito e não foi internalizado como um princípio norteador do trabalho.

Com relação a isso, entende-se que é necessário intervir no sentido de promover mudanças físicas nas instituições e nas

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concepções sobre os jovens que cometem atos infracionais e sobre as formas de atendimento a estes casos, em dimensões amplas, incluindo desde a opinião pública até – e principalmente – os trabalhadores do sistema socioeducativo. Entendendo-se que mudar concepções é tarefa complexa, indica-se que ainda há muito trabalho a ser realizado para que finalmente a Doutrina da Proteção Integral seja internalizada e possa então produzir os resultados esperados.

O Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei salienta a necessidade de avançar no caminho de consolidação do SINASE como uma política pública que ganha relevância cada vez maior no projeto societário de igualdade, justiça e oportunidades. Segundo este levantamento, tal política encontra-se em estágio recente de desenvolvimento, apresentando disparidade entre estados e municípios no que se refere ao status institucional reservado a esta área, ao financiamento das ações e a qualidade no atendimento. Desta forma, acredita-se que o investimento no sentido da efetivação do SINASE seja a principal ferramenta para a qualificação do sistema socioeducativo e a consequente oferta de um atendimento humanizado, protetivo e garantista de direitos para o adolescente em conflito com a lei, capaz de oferecer oportunidades legítimas de inclusão e reinserção social.

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REFERÊNCIAS

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____. Direitos Humanos: um retrato das unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei. Brasília-DF: Conselho Federal de Psicologia, 2006b.

____. Secretaria de Direitos Humanos. Levantamento nacional do atendimento socioeducativo ao adolescente em conflito com a lei. Brasília: Secretaria dos Direitos Humanos,, 2011.

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