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Comentários sobre o livro de Roberto Martins, Crescendo em silêncio – A incrível economia escravista de Minas Gerais no século XIX, ICAM – ABHPE, Belo Horizonte, 2018

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COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO DE ROBERTO MARTINS, CRESCENDO EM SILÊNCIO – A INCRÍVEL ECONOMIA ESCRAVISTA DE MINAS GERAIS NO

SÉCULO XIX, ICAM – ABHPE, BELO HORIZONTE, 20181

Eustáquio Reis

Desde logo, gostaria de me declarar um crítico suspeito, quase cúmplice e, portanto, legalmente contestável pela acusação e pela defesa. Minha amizade com Roberto Martins data dos anos sessenta no Colégio Estadual de Minas Gerais, em Belo Horizonte, instituição encantadora por sua arquitetura geométrica e por seu liberalismo anárquico, onde a presença do aluno na sala de aula era facultativa, liberdade largamente desfrutada e abusada por nós dois. Na vadiagem nasceu a amizade que foi nutrida por conversas intermináveis sobre tudo e qualquer coisa mas, especialmente, sobre namoradas, política e história. As conversas continuaram vida afora, varando as madrugadas dos anos da graduação na FACE/UFMG, da pós-graduação nos EUA e da vida profissional na FJP e no IPEA, sem falar dos boêmios seminários de Diamantina. A história da escravidão foi talvez a namorada preferida das conversas ao longo da vida.

Apesar de minha suspeição, afirmo, sem pudor e sem medo que Crescendo em Silêncio é, em vários aspectos, uma opus mirabilis – surpreendente e admirável. Primeiro, pela novidade e importância das descobertas empíricas realizadas com os parcos recursos disponíveis em Vanderbilt, EUA, nos idos de 1980. Segundo, pela interpretação analítica ambiciosa, contundente e iconoclasta sustentada de forma corajosa e consistente na tese e ao longo de toda a vida acadêmica de Roberto Martins. Terceiro, por suas repercussões acadêmicas, pelos debates, controvérsias e reflexões suscitadas. Quarto, pelos desdobramentos que ela ensejou em termos de pesquisas empíricas sobre a história demográfica e econômica da escravidão e de Minas Gerais. A publicação nasceu, portanto, como referência clássica, leitura obrigatória para todo pesquisador ou estudioso da história demográfica eeconômica da escravidão, de Minas e do Brasil.

O livro, contudo, não é obra de fácil leitura, ressentindo-se da falta de um editor que sugerisse melhor organização de capítulos, das argumentações, da apresentação de resultados e, sobretudo, que amainasse os excessos (positivos e

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Trabalho apresentado no VIII Simpósio Nacional de História da População, realizado no Nepo/Unicamp, em Campinas, SP, entre os dias 16 a 17 de outubro de 2019.

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negativos) de linguagem, de todo desnecessários. O livro contém duas partes que não se integram organicamente nem constituem dois livros distintos. A primeira parte, com 400 páginas, é a tradução verbatim da tese de doutorado Growing in Silence: the Slave Economy of Nineteenth-Century Minas Gerais, Brazil, apresentado por Roberto Martins ao Departamento de Economia da Universidade Vanderbilt, nos EUA, em 1980, que certamente merecia ter sido editada e publicada ainda no frescor dos anos oitenta. Como aprendemos a duras penas, não publicar é pecado mortal e a punição, ainda nesta vida, vem na forma de pretensões ampliadas, ciúmes e apegos intelectuais.

A segunda parte, Quarenta anos depois, com 225 páginas é, na verdade, um caderno de notas de Roberto Martins com suas memórias e reflexões sobre as repercussões acadêmicas da tese, ou seja, os comentários, críticas, debates, e controvérsias suscitados por ela, bem como os seus desdobramentos em termos de interpretações históricas e de pesquisas empíricas sobre a escravidão e Minas Gerais ao longo dos últimos quarenta anos. Apesar de facilitarem imensamente meu trabalho de comentarista, essas notas carecem de estrutura analítica própria, retornando sempre aos temas e às questões levantadas pela tese de 1980, sem chegar a superá-las definitivamente. Nesse sentido, é notável que parte do impressionante acervo de pesquisas empíricas reportadas nessas notas permaneceu, em certa medida, subutilizado pelo autor. Por fim, as notas pecam pelo que não é dito, ou seja, pela negligência de contribuições e referências relevantes da literatura recente sobre escravidão em Minas Gerais. Portanto, além das questões históricas e demográficas, o livro abre questões típicas da história do pensamento econômico sobre a gênese, evolução e o diálogo ou falta de intercâmbio de idéias e conhecimentos. Postergando essas questões intrincadas e delicadas, vejamos, primeiro, a estrutura, metodologia e os resultados da tese de 1980 que constitui o cerne do livro.

SUMÁRIO DOS CAPÍTULOS DA TESE 1980 1. Escravidão em Minas Gerais

Introduz a tese central que, não obstante sua dimensão e dinamismo, a escravidão em Minas no Século XIX era dissociada da monocultura da plantation exportadora, refutando, portanto, os fatos estilizados clássicos sobre história da escravidão no Brasil (Simonsen/Furtado/Prado Jr.) e no mundo.

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2. A escravidão no setor minerador

Com o esgotamento do ouro ainda no Século XVIII, a mineração é incapaz de explicar a sobrevivência da escravidão e, menos ainda, seu dinamismo no Século XIX. Criticamente, nota-se que, por razões diversas, o emprego nas atividades mineradora foi sempre sub-reportado.

3. A escravidão no setor cafeeiro

Estimativas baseadas em Laerne (1885), mostram que a cafeicultura em Minas foi insignificante até 1850 e, além disso, possuía requisitos de mão de obra reduzidos em relação à população escrava da província, implicando, portanto, que os escravos encontravam-se empregados em atividades agrícolas voltadas para o mercado interno da província.

4. População escrava, tráfico e manumissão em Minas no século XIX Utilizando o método dos sobreviventes intercensitários mostra-se que Minas foi a maior importadora líquida de escravos nos períodos 1808-19 e 1819-80 e que os municípios não-cafeicultores também fizeram importações substantivas (1855-80). Essas evidências são corroboradas pelas comparações das taxas e os custos unitários da manumissão de escravos (1875-80) das várias províncias e dos municípios cafeicultores e não cafeicultores de Minas.

5. Uma economia vicinal

Evidências profusas mostram que a escravidão agrária em Minas predomina em latifúndios com pequenos plantéis de escravos, cuja produção diversificada é orientada para os mercados locais antes que para exportações Escravos são também empregados na pecuária, mineração e nas indústrias têxteis e metalúrgica negando a incompatibilidade com atividades não exportadoras e industriais, em particular.

6. Conclusões: terra, camponeses e escravos

A expansão da escravidão em Minas no Século XIX é explicada pela escassez de mão de obra ou abundância de terras que eleva o salário e cria a opção da posse da terra aos trabalhadores. Nesse contexto de recursos abertos, a escravidão é condição necessária para reprodução de uma classe arrendatária, como já argumentava Wakefield em 1834.

Os primeiro cinco capítulos dedicam-se à contestações empíricas do paradigma histórico que associa escravidão, monocultura e exportação procurando mostrar que, no caso de Minas Gerais, no Século XIX, não se tratam de fatos mas

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de ficções estilizadas. É notável, nesse aspecto, a capacidade do autor de explorar evidências empíricas e propor interpretações analíticas. Contudo, apesar de sua ênfase e radicalismo, é difícil e talvez desnecessário contestar o papel crucial que as exportações desempenharam no processo de desenvolvimento econômico devido à exogeneidade de sua dinâmica e às economias de escala, especialização e ganhos de produtividade por elas propiciados. Nesse sentido, cabe lembrar que, historicamente, os altos custos de transporte em Minas Gerais impuseram limitações severas à dimensão dos seus mercados domésticos, implicando reduzida especialização, baixos níveis de produtividade e estagnação tecnológica. Além disso, é razoável supor que os ciclos de exportação, sobretudo de metais preciosos, tenham experimentado fases agudas de auge e declínio com períodos de recuperação prolongados nos quais a expansão econômica se deu de forma vegetativa sem aumento de renda per capita e melhoria de bem estar da sociedade. Esses ciclos ocorreram em localidades diversas em momentos diferentes, mas, colapsando tempo e espaço, a metáfora da decadência do sistema econômico agregado utilizada pela historiografia econômica tradicional talvez não seja de todo desprovida de sentido.

A discussão teórica e histórica sobre escassez de trabalho e escravidão apresentada no capítulo final parecem prescindir das contestações empíricas dos capítulos anteriores e, por sua vez, carecem de evidências empíricas. Segundo a narrativa do próprio autor, essa disjunção entre teoria e empiria deveu-se ao caráter serendipity das descobertas demográficas sobre Minas no Século XIX que ocorreram quando a tese alternativa esboçada no capítulo final já estava avançada. A seu favor, contudo, a valorização e exploração dessas descobertas serendipity são, em grande parte, devidas à postura crítica do autor em relação à historiografia econômica tradicional. Essa postura teve parte de sua inspiração intelectual e metodológica na nova história econômica que dominou o mundo acadêmico americano durante a gestação de sua tese de doutorado. As referências obrigatórias são Times in the Cross (FOGEL; ENGERMAN, 1973) e o artigo de Domar (1970) sobre as causas da escravidão.

Na tentativa de corrigir a disjunção entre teoria e empiria, as notas da segunda parte introduzem a teoria da plantation escravista exportadora que explica a escravidão pelos requisitos tecnológicos das culturas de exportação antes que pela escassez de trabalho ou abundância de terras. As interrelações entre

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tecnologia, disponibilidade de fatores e instituições são temas recorrentes na economia e história que, certamente, mereceriam discussões mais aprofundadas no livro. Alguns ensaios nesse sentido são feitos ao analisar os problemas causados pelo fim do tráfico transatlântico de escravos e das soluções propostas para controlar a posse da terra e a oferta de trabalho em Minas Gerais. Mas a discussão dos fatores subjacentes à expansão do sistema escravista – hereditariedade, primogenitura, fertilidade dos solos, migração como mecanismo de evasão das barreiras sociais e raciais, custos de transportes, etc. – são apenas brevemente evocados.

Não obstante os problemas apontados, a importância da tese é inegável e a prova cabal disso é o impacto que teve o primeiro artigo publicado com base em seus resultados (MARTINS; MARTINS, 1983) e a estatura dos comentaristas convidados para debatê-lo (DEAN, 1984; ENGERMAN; GENOVESE, 1984; SLENES, 1984). Mais notável ainda foram os debates, as controvérsias e o revisionismo da historiografia da escravidão em Minas e no Brasil suscitados pela tese (SLENES, 1988; PAIVA; KLEIN, 1992; PAIVA; LIBBY, 1995; BERGAD, 1998).

Duas grandes questões, uma econômica e outra demográfica, dominaram esses debates e controvérsias A questão econômica, levantada por Slenes argui, convincentemente, que a economia mineira não poderia ser autárquica como pretendia Martins pois o financiamento da aquisição dos escravos importados requer necessariamente um superávit nas transações comerciais com as demais províncias.

Apesar das farpas e ironias, a posição dos dois autores converge para a posição comum onde se reconhece que, ao menos no período que antecede a expansão da cafeicultura, a importância e o dinamismo da escravidão em Minas Gerais não esteve associado a grandes unidades de produção, especializadas e diretamente vinculadas aos mercados internacionais, como pressuposto pelo modelo da plantation exportadora.

A questão demográfica minuciosamente analisada por Bergad teve como inspiração explícita a tese e os trabalhos posteriores de Martins, embora êsses nem sempre sejam devidamente referenciados. Baseado em volume impressionante de investigações empíricas sobre a população escrava de Minas Gerais no período de 1720 a 1888, Bergad sustenta a tese que o regime demográfico da população escrava no Século XIX, em Minas Gerais, apresentava taxas de crescimento natural

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positivas,prescindindo, portanto, da necessidade das importações para sua reprodução e expansão. Essa hipótese é controversa e certamente colocaria Minas em posição ímpar no sistema escravista brasileiro. Merece, portanto, maiores questionamentos, sobretudo no que se refere à representatividade das amostras de inventários post-mortem. Seja por mero desinteresse ou dificuldade de acesso às bases de dados, esses questionamentos ainda não foram perseguidos por outros pesquisadores.

É lamentável constatar que as críticas de Bergad, publicadas em livro de 1998, tenham sido ignoradas pelo livro de Martins, publicado 20 anos depois. Não só aquelas que se referem ao regime demográfico, mas também as que se referem à propriedade da terra em Minas Gerais que, segundo as evidências de Bergad, apresentam os mesmos níveis de concentração nas regiões antigas e de fronteira da província, supostamente contestando a hipótese dos recursos abertos. Cabe observar, contudo, que a evidência crucial, nesse sentido, seria a importância e qualidade relativas das terras livres e não à concentração das terras apropriadas.

É curioso observar que as duas questões acima distinguidas são, em certo sentido, antitéticas. Slenes nega a possibilidade da autarquia econômica enquanto Bergad afirma a possibilidade da autarquia demográfica e, portanto, econômica. Nesse sentido, a existência de relação negativa entre dinamismo econômico e crescimento demográfico natural é uma questão que se coloca nos vários níveis geográfico-administrativos e nos vários momentos da história de Minas Gerais.

Por fim, cabe chamar a atenção para os desdobramentos da tese nas diversas pesquisas empíricas realizadas por Martins e colaboradores, desde o início dos anos oitenta. Destacam-se, nesse sentido, algumas das bases de dados geradas por essas pesquisas: (a) as listas nominativas de população de Minas Gerais em 1831/32, cobrindo 263 dos 416 distritos da província, e de 1838/40, cobrindo 145 municípios, nessa época (MARTINS, 2003); (b) as exportações da Província de Minas Gerais no período 1819-1892 (MARTINS; MARTINS, 1984); (c) os passaportes e despachos de escravos do Rio de Janeiro entre 1808 e 1830, cobrindo 170 mil escravos em 27 mil viagens (FRAGOSO; FERREIRA, 2001); base de dados que me parecem ainda pouco explorada dada a contribuição que podem trazer às controvérsias sobre o volume do tráfico interprovincial de escravos e sobre o regime demográfico do sistema escravista de Minas Gerais no Século XIX.

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REFERÊNCIAS

BERGAD, L. W. Slavery and the demographic and economic history of Minas

Gerais, Brazil, 1720-1888. (Vol. 85). Cambridge University Press. 2006

DEAN, W. Comments on "Slavery in a Nonexport Economy" II. Hispanic American

Historical Review, Durham, v. 63, n. 3, p. 582-584, 1983.

DOMAR, E. D. The causes of slavery and serfdom. Economic History Review, London, v. 30, n.1, p. 18-32, 1970.

ENGERMAN, S. L.; GENOVESE, E. D. Comments on "Slavery in a Nonexport Economy" III. Hispanic American Historical Review, Durham, v. 63, n. 3, p. 585-590, 1983.

FOGEL, R. W.; ENGERMAN, S. L. Time on the cross: the economics of American Negro slavery. New York, NY: WW Norton & Company, v. 1, 1995.

FRAGOSO, J. L.; FERREIRA, R. G. Tráfico de escravos, mercadores e fianças: dois bancos de dados (despachos de escravos, passaportes e licenças). Brasília, DF: IPEA, 2001. (Relatório Final).

MARTINS FILHO, A. M.; MARTINS, R. B. Slavery in a nonexport economy. Hispanic

American Historical Review, Durham, v. 63, n. 3, p. 537-568, 1983.

MARTINS, M. C. S. Fontes para o estudo da Província de Minas Gerais. In: BOTELHO, T. R. et al. (org.). História quantitativa e serial no Brasil: um balanço. Goiânia, GO: Universidade Federal de Goiás, 2001, p. 185-204.

MARTINS, R. B. Crescendo em silêncio: a incrível economia escravista de Minas Gerais no século XIX. [S. L.]: ICAM-ABPHE, 2018.

MARTINS, R. B.; MARTINS, M. C. S. As exportações de Minas Gerais no século

XIX.Revista Brasileira Estudos Políticos, Belo Horizonte, MG, v. 58, 1984.

MARTINS, R. B.; MARTINS FILHO, A. M. "Slavery in a Nonexport Economy": a reply. Hispanic American Historical Review, Durham, v. 64, n. 1, p. 135-146, 1984. PAIVA, C. A.; LIBBY, D. C. Caminhos alternativos. Estudos Econômicos, São Paulo, SP, v. 25, n. 2, p. 203-233, 1995.

PAIVA, C. A.; KLEIN, H. S. Escravos e livres nas Minas Gerais do século XIX.

Estudos Econômicos, São Paulo, SP, v. 22, n. 1, p. 129-151, 1992.

PAIVA, C. A.; MARTINS, M. C. S. Minas Gerais em 1831: notas sobre a estrutura ocupacional de alguns municípios. In: SEMINÁRIO SOBRE ECONOMIA MINEIRA, 3., 1986, Diamantina. Anais... Belo Horizonte, MG: CEDEPLAR/UFMG, 1986.

SLENES, R. W. Os múltiplos de porcos e diamantes. Estudos Econômicos, São Paulo, SP, v. 18, n. 3, p. 449-495, 1988.

SLENES, R. W. Comments on "Slavery in a Nonexport Economy" I. Hispanic

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