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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

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Academic year: 2021

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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES

INSTITUTO UNIVERSITÁRIO MILITAR DEPARTAMENTO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

CURSO DE PROMOÇÃO A OFICIAL SUPERIOR DA FORÇA AÉREA 2016/2017

TII

Dora Madalena da Rocha Moura CAP, TABST

ESTRUTURA DE UM GABINETE DE SEGURANÇA MILITAR

O TEXTO CORRESPONDE A TRABALHO FEITO DURANTE A FREQUÊNCIA DO CURSO NO IUM SENDO DA RESPONSABILIDADE DO SEU AUTOR, NÃO CONSTITUINDO ASSIM DOUTRINA OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS OU DA GUARDA NACIONAL REPUBLICANA.

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INSTITUTO UNIVERSITÁRIO MILITAR

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

ESTRUTURA DE UM GABINETE DE SEGURANÇA

MILITAR

CAP, TABST Dora Madalena da Rocha Moura

Trabalho de Investigação Individual do

CPOSFA 2016/2017

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INSTITUTO UNIVERSITÁRIO MILITAR

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

ESTRUTURA DE UM GABINETE DE SEGURANÇA

MILITAR

CAP, TABST Dora Madalena da Rocha Moura

Trabalho de Investigação Individual do CPOSFA 2016/2017

Orientador: MAJ, ENGAED

Luís Miguel Rodrigues Romão

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

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Declaração de compromisso antiplágio

Eu, Dora Madalena da Rocha Moura, declaro por minha honra que o documento intitulado Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar corresponde ao resultado da investigação por mim desenvolvida enquanto auditora do Curso de Promoção a Oficial Superior da Força Aérea 2016/2017 no Instituto Universitário Militar e que é um trabalho original, em que todos os contributos estão corretamente identificados em citações e nas respetivas referências bibliográficas.

Tenho consciência que a utilização de elementos alheios não identificados constitui grave falta ética, moral, legal e disciplinar.

Pedrouços, 26 de junho de 2017

Dora Madalena da Rocha Moura CAP/TABST

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

iii

Agradecimentos

A realização deste trabalho só foi possivel com o contributo de várias pessoas, às quais não posso, nem quero, deixar de agradecer:

Aos militares, chefes dos setores e Gabinetes de Segurança Militar da FA, TCOR/TMMA Nuno Pereira, MAJ/PA Paulo Vieira, MAJ/PA Sérgio Agostinho, CAP/PA Carla Melo, CAP/PA Rodolfo Santos, SCH/PA Raúl Azevedo, SAJ/OPCOM Eugênio Sousa e SAJ/OPCOM Sousa Faria, que me auxiliaram na elaboração do presente trabalho de investigação, facultando-me contributos essenciais sem os quais este projeto não teria rumo.

Ao COR/PA Cristóvão Veliça do GCSMFA, TCOR/TINF Rocha Pinto da IGDN, MAJ/TMAEQ André Simões do CTSFA, MAJ/PA António Estêvão da Esquadra de Polícia Aérea do CA, ao CAP/ENGAED Luís Fernandes da Secção de Planos e Operações da Repartição de Informações Militares, CAP/PA António Martinsda Esquadra de Polícia Aérea da BA6 e ao CAP/OPCART Paulo Carvalho do NCA do CFMTFA, pelos conhecimentos e saberes transmitidos e que em muito contribuíram para a elaboração do presente trabalho.

Quero ainda agradecer aos militares da Marinha e do Exército, capitão-de-fragata Morais Chumbo, major Bruno Mendes, major João Cunha e capitão João Tomás, que colaboraram na elaboração deste trabalho dando contributos fundamentais acerca da segurança militar na Marinha, Exército e EMGFA.

A todo o CPOS 2016/17 que fizeram comigo este percurso, obrigada pelo vosso apoio e carinho.

E por último, mas sempre em primeiro lugar, à minha família. À minha outra-metade, Daniel, pelo apoio incondicional e absoulto, e aos meus filhos, João e Tiago, peço perdão pela minha ausência no vosso crescimento nestes últimos meses. Sem o vosso apoio este percurso teria sido bem mais difícil…

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Índice

Introdução ... 1

1. Revisão da literatura e metodologia seguida ... 4

1.1.Revisão da Literatura ... 4

1.2.Modelo de Análise e Metodologia ... 6

1.2.1. Base conceptual ... 6

1.2.2. Metodologia de Investigação ... 8

2. Segurança Militar ... 10

2.1.A atual Estrutura do GSM do CA ... 10

2.2.A Segurança Militar na Marinha ... 12

2.3.A Segurança Militar no Exército ... 13

2.4.A Segurança Militar no EMGFA ... 15

3. Análise das Entrevistas Efetuadas ... 17

3.1.Uniformização quanto à estrutura orgânica e dependência hierárquica ... 17

3.2.Eficiência da Segurança Militar ... 18

3.3.Reorganização Interna para um melhor desempenho do gabinete ... 19

3.3.1. Proposta de uma nova estrutura do GSM do CA ... 20

Conclusões ... 23

Bibliografia ... 28

Índice de Apêndices

Apêndice A —Mapa conceptual ... Apd A-1 Apêndice B —Guião das Entrevistas Estruturadas aos chefes do GSM ... Apd B-1 Apêndice C —Entrevistas Estruturadas aos chefes do GSM ... Apd C-1 Apêndice D —Guião das Entrevistas Estruturadas aos outros Ramos e EMGFA ... Apd D-1 Apêndice E —Entrevistas Estruturadas aos outros Ramos e EMGFA ... Apd E-1 Apêndice F —Guião da Entrevista Estruturada ao chefe do CTSFA ... Apd F-1 Apêndice G —Entrevista Estruturada ao chefe do CTSFA ... Apd G-1 Apêndice H —Descrição de Cargos, Funções e Qualificações do GSM ... Apd H-1

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Índice de Figuras

Figura 1 – Organograma dos Órgãos de Apoio Direto do CA ... 10 Figura 2 – Organograma do GSM do CA ... 11 Figura 3 – Proposta de Organograma do GSM do CA ... 22

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Resumo

O Gabinete de Segurança Militar (GSM) é o órgão responsável pela segurança nas Unidades Base (UB), contudo é obrigação de todos, militares e civis, zelarem pela mesma.

Nesta investigação, foi definido o objeto de estudo como sendo a estrutura orgânica de um GSM, onde se analisou se a atual estrutura orgânica de um GSM se adapta à Força Aérea (FA). Para o efeito utilizou-se um raciocínio hipotético-dedutivo sustentado em leituras preliminares, pesquisa documental e legislativa. Foram também elaboradas entrevistas exploratórias a militares com conhecimentos acerca da segurança militar.

A estratégia de investigação adotada foi a quantitativa, utilizando-se um estudo de caso baseado no GSM do CA.

Para dar seguimento ao presente trabalho de investigação, foram efetuadas entrevistas aos chefes dos setores e Gabinetes de Segurança Militar da FA, a fim de se perceber se a atual estrutura se adapta à FA.

Os resultados das entrevistas demonstraram que, efectivamente, a atual estrutura orgânica necessita de ser reorganizada, muito devido à falta de recursos humanos e consequentemente originar a acumulação de funções dos militares que desempenham os respetivos cargos.

Conclui-se o presente trabalho, onde se propõe uma nova estrutura orgânica de um GSM.

Palavras-chave

Defesa NRBQ, Eficiência, Funcionamento, GSM, Recursos, Reorganização Interna, Segurança Militar e Uniformização.

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Abstract

The Military Security Cabinet (MSC) it is responsible for the security in Air Bases and Air Force Units, however it is everyone’s obligation, military and civilians, to care for it also.

In this investigation, the object of study was defined as the organic structure of a MSC. And it was analyzed whether the current organic structure of a MSG adapts to the Air Force (AF). For this purpose, a hypothetical-deductive reasoning based on preliminary readings of documents and legislative research was used. Exploratory interviews to military personnel with knowledge of military security were also conducted.

The research strategy adopted was the quantitative one, using a Case Study based on the MSC of the Air Command.

To proceed with this research work, interviews were conducted to the chiefs of Sectors and Cabinets of Military Security of the Air Force, in order to know if the current structure adapts to the AF.

The interviews results showed that the current organic structure needs to be reorganized, due to the lack of human resources, which means that there is an accumulation of several functions of the military personnel who hold the respective positions.

The present work proposes a new organic structure for a MSC.

Keywords

NRBQ Defense, Efficiency, Operation, Military Security Cabinet, Ressources, Internal Reorganization, Military Security and Standarization.

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Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos

AFA Academia da Força Aérea AM3 Aeródromo de Manobra Nº. 3 BA6 Base Aérea N.º 6

CA Comando Aéreo

CAP Capitão

CAP/SUB Capitão ou Subalterno CC Centro de Comunicações

CCER3 Custódio Cripto da Estação de Radar N.º 3

CDefNBQR Companhia de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica CEMA Chefe do Estado-Maior da Armada

CEMFA Chefe de Estado-Maior da Força Aérea

CEMGFA Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas CFMTFA Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea CFT Comando das Forças Terrestres

cGSM Chefe do Gabinete de Segurança Militar CISMIL Centro de Informações e Segurança Militares CM Conselho de Ministros

COPATD Curso Operador de Prevenção do Alcoolismo e Toxicodependências CPOS Curso de Promoção a Oficial Superior

CSMIE Centro de Segurança Militar e Informações do Exército CTSFA Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea

DCOIS Divisão de Cooperação, Operações, Informações e Segurança Militar DNRBQ Defesa Nuclear, Radiológica, Biológica e Química

EMA Estado-Maior da Armada EME Estado-Maior do Exército

EMGFA Estado-Maior-General das Forças Armadas EPA Esquadra de Polícia Aérea

ER3 Estação de Radar Nº. 3 ER4 Estação de Radar Nº.4

FA Força Aérea

GCSMFA Gabinete Coordenador para a Segurança Militar da Força Aérea GNS Gabinete Nacional de Segurança

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

ix GSM Gabinete de Segurança Militar

H Hipótese

ICCS Individual Common Core Skills

IESM Instituto de Estudos Superiores Militares IGDN Inspeção-Geral da Defesa Nacional IUM Instituto Universitário Militar

MAJ Major

MDN Ministério da Defesa Nacional NAC Núcleo de Apoio ao Comando NATO North Atlantic Treaty Organization

NRBQ Nuclear, Radiológica, Biológica e Química OAD Órgão de Apoio Direto

OPC Órgão de Planeamento e Controlo OSU Oficial de Segurança da Unidade

OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte

PA Polícia Aérea

PC Posto de Controlo PD Pergunta Derivada PP Pergunta de Partida

PPCACDFA Programa para a Prevenção dos Comportamentos Aditivos e Combate às Dependências nas Forças Armadas

QESP Qualquer Especialidade RFA Regulamento da Força Aérea

RISM Repartição de Informações e Segurança Militar SIDI Segurança Interna e Defesa Imediata

SM Segurança Militar

SMDI Segurança Militar e Defesa Imediata

SOIS Secção de Operações, Informações e Segurança SPS Subunidade de Pessoal e Segurança

STT Secção Técnica de Toxicodependências S/GSM Setor/Gabinete de Segurança Militar TCOR Tenente-Coronel

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x UAL Unidade de Apoio de Lisboa

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

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Introdução

“A segurança começa por ser um estado de espírito comum à maioria dos seres e natural consequência do seu instinto de sobrevivência.” (EME, 1982, p. 7)

Atualmente, num ambiente global de grandes mudanças e muitas incertezas, onde a falta de recursos humanos, que advém do fim da prestação do serviço militar obrigatório, faz com que o número de militares, que terminam a sua permanência nas fileiras, não seja substituído na totalidade.

A Reforma “Defesa 2020”, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2013 de 11 de abril, define um novo modelo para a Defesa Nacional, onde são estabelecidas umas Forças Armadas mais modernas, operacionais e sustentáveis. Define também, o redimensionamento dos Efetivos Militares.

Como referido pela Comissão Histórico-Cultural da Força Aérea Portuguesa (2002), a Força Aérea (FA) “necessita de ter nas suas fileiras técnicos de grande qualidade, numa extensa variedade de áreas profissionais essenciais à sua versatilidade de emprego”. De acordo com a mesma fonte, a FA “devolve anualmente à sociedade civil várias centenas destes homens e mulheres, que formou”. (…) e constituem um grupo de profissionais altamente qualificados e experientes nas suas áreas específicas”.

Diante deste panorama, a instituição militar, FA, deve ser capaz de se reestruturar, por forma a fazer face à redução de efetivos que se tem vindo a verificar nos últimos anos.

Deste modo, com a falta de recursos humanos, aliado ao facto de que na maioria dos cargos que compõem o Gabinete de Segurança Militar (GSM), os militares colocados estão em acumulação de funções, o trabalho de investigação individual visa propor uma reorganização da atual estrutura do GSM, com vista a tornar o gabinete mais eficiente.

Assim, enquanto objeto de estudo, considera-se ser pertinente e propõe-se investigar a atual estrutura orgânica de um GSM, uma vez que esta se apresenta com muitas funções atribuídas, a fim de se verificar, a possibilidade da mesma ser reorganizada. Propõe-se que seja criada uma estrutura proactiva e eficiente, que seja capaz de adaptar-se às transformações que decorrem da redução dos recursos humanos, com o intuito de responder eficientemente a qualquer tipo de perigo ou ameaça que possa surgir na FA.

Desta forma, o presente Trabalho de Investigação Individual (TII) tem como delimitação o tempo e o espaço. A delimitação espacial será feita considerando o GSM do

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2 Comando Aéreo (CA), uma vez que este comando tem o seu regulamento (RFA 303-5 “Organização e Normas de Funcionamento do Comando Aéreo”, de julho de 2011), aprovado. Temporalmente encontra-se limitado ao contexto atual.

O objetivo geral deste TII consiste em estudar e analisar a atual estrutura orgânica do GSM de forma a identificar se o modelo em vigor na FA é o mais adequado. Enquanto que os objetivos específicos baseiam-se em:

 Analisar se os setores e gabinetes de segurança militar (S/GSM) nas Unidades da FA e CA estão uniformizados;

 Analisar se a atual estrutura orgânica do GSM é eficiente;  Apresentar uma reorganização da estrutura orgânica do GSM.

Assim sendo, este TII inicia-se com a seguinte pergunta de partida (PP):

PP: De que forma a atual estrutura orgânica de Gabinete de Segurança Militar se adapta à Força Aérea?

Nesta sequência, surgem as seguintes perguntas derivadas (PD) e respetivas hipóteses (H):

PD1: A tipologia e a dependência dos Gabinetes de Segurança Militar encontram-se uniformizadas na FA?

H1: Há uniformização quanto à tipologia e dependência dos Gabinetes de Segurança Militar nas Unidades.

PD2: A atual estrutura orgânica do GSM é eficiente?

H2: A atual estrutura orgânica e o funcionamento do GSM garantem a eficiência da segurança militar.

PD3: De que modo se pode melhorar a estrutura orgânica e o funcionamento do GSM?

H3: Uma reorganização da estrutura orgânica do GSM, bem como o seu funcionamento, possibilitariam um melhor desempenho deste gabinete. O percurso metodológico do presente trabalho irá apresentar uma estrutura, conforme estabelecido no pt. 5 da NEP/ACA-010, de setembro de 2015 (IESM, 2015b), que abrange três fases: Exploratória, Analítica e Conclusiva. Para o desenvolvimento do TII foi seguido um raciocínio hipotético-dedutivo, baseado em leituras preliminares, pesquisa documental e legislativa, bem como em entrevistas exploratórias a alguns militares, com conhecimentos acerca da segurança militar (SM), o que em muito contribuiu para a consolidação do mapa conceptual (Apêndice A).

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

3 A estratégia de investigação adotada foi a quantitativa e o desenho de pesquisa baseou-se num estudo de caso. Partindo da estrutura de um GSM que já existe, recolheu-se o maior número de informação possível, através de entrevistas estruturadas aos chefes dos S/GSM, com a finalidade de se verificar se esta estrutura orgânica se adapta, permitindo testar as hipóteses e responder à PP. Foram também efetuadas entrevistas a responsáveis pela segurança da Marinha, do Exército e do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).

Assim, a organização do presente TII articula-se em três capítulos: o primeiro, onde serão apresentados a revisão da literatura, o modelo de análise adotado e a metodologia seguida. No segundo capítulo será descrito o atual modelo de GSM do CA, será apresentada a segurança na Marinha, no Exército e no EMGFA. No terceiro capítulo será realizada uma análise aos processos de recolha, tratamento e interpretação de dados, recolhidos através das entrevistas, que permitirá testar as H e responder à PP que define a investigação.

A conclusão surgirá no fim deste trabalho, incorporando o resumo dos pontos principais, bem como os contributos para o conhecimento decorrentes da execução deste TII e ainda as recomendações consideradas benéficas para uma futura estrutura orgânica do GSM.

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1. Revisão da literatura e metodologia seguida

1.1. Revisão da Literatura

A Força Aérea Portuguesa é um ramo independente das Forças Armadas desde 1 de julho de 1952 e foi criada com o Decreto-Lei n.º 2055/1952 de 27 de maio. Até a essa data, existiam em Portugal duas Aviações, a Aeronáutica Militar e a Aviação Naval que foram fundidas dando origem à FA.

Com o fim da II Guerra Mundial, os meios militares e as suas doutrinas de emprego, entre os países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), caminharam para a uniformização, o que terá sido fundamental e determinante para a criação de uma FA independente em Portugal (Fraga, 2001, p. 23).

A FA é um ramo da Forças Armadas e, de acordo com o Decreto-Lei n.º 187/2014, do Conselho de Ministros (CM), esta “organiza-se numa estrutura vertical e hierarquizada” (CM, 2014), sendo o Comandante, dentro de cada Unidade Base (UB), “a entidade de topo através do qual se estabelece a cadeia de comando entre os Comandos Funcionais e a Unidade” (FA, 1999, p. 4-1).

Apesar da FA se organizar numa estrutura vertical, é fundamental para o normal funcionamento das UB, a existência da “coordenação horizontal aos diferentes níveis das várias áreas funcionais” (FA, 1999, 4-1). Tanto quanto possível, a coordenação deve ser direta e desburocratizada, de forma a auxiliar o apoio à decisão. No entanto, quando o militar, por delegação de competências é responsável pelo tratamento de um qualquer assunto, tem autoridade para efetuar a coordenação necessária através das fronteiras hierárquicas, dando conhecimento ao seu superior das diligências efetuadas (FA, 1999, p. 4-1) e não podendo prejudicar a linha hierárquica estabelecida, característica dominante da instituição militar.

Na estrutura da FA e de acordo com o CM, 2014 “os respetivos órgãos relacionam-se através dos seguintes níveis de autoridade”:

 Hierárquica: “autoridade hierárquica é a linha de comando que estabelece a dependência de um órgão ou serviço na estrutura da Força Aérea em relação aos órgãos militares de comando” (CM, 2014).

 Funcional: é o “tipo de autoridade conferida a um órgão para superintender processos, no âmbito das respetivas áreas ou atividades específicas, sem que tal inclua competência disciplinar” (CM, 2014).

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5  Técnica: “é o tipo de autoridade que permite a um titular fixar e difundir normas de natureza especializada, sem que tal inclua competência disciplinar” (CM, 2014).

 De coordenação: é o nível de “autoridade conferida aos órgãos subordinados, a qualquer nível, para consultar ou coordenar diretamente uma ação com um comando ou entidades, dentro ou fora da respetiva linha de comando, sem que tal inclua competência disciplinar” (CM, 2014).

No que concerne à estrutura, segundo Reis e Silva (2012, p. 89-96) os tipos de estruturas organizacionais que existem são: estrutura hierárquica simples, estrutura funcional, estrutura divisional ou descentralizada, estrutura matricial, estrutura por unidades estratégicas de negócio e estrutura em rede.

A estrutura hierárquica simples, como o próprio nome indica, baseia-se em critérios de hierarquia, numa cadeia de comando, onde é definida a hierarquia entre as pessoas e o que elas chefiam. Este tipo de estrutura organizacional destaca-se por agilizar a tomada de decisões e beneficiar a coordenação das atividades da empresa, organização (Reis e Silva, 2012, p. 90). Porém, apresenta como desvantagens o facto de não estimular a comunicação entre pessoas de diferentes níveis.

A estrutura funcional baseia-se na distribuição do trabalho, onde cada secção é chefiada por um especialista funcional na respetiva área. Tem como vantagens a clara definição das responsabilidades e o “eficiente aproveitamento das capacidades técnicas e de gestão do pessoal qualificado” (Teixeira, 2011, p. 214). As suas principais desvantagens têm a ver com dificuldades de adaptação às mudanças, bem como o excesso de tarefas rotineiras nos gestores de topo, em prejuízo das determinações estratégicas.

A estrutura divisional ou descentralizada assenta na partilha de tarefas com base na multiplicidade de serviços ou procedimentos da empresa. As suas vantagens consistem em aumentar a celeridade de resposta às alterações do ambiente, bem como em permitir uma maior verificação do desempenho de cada divisão (Teixeira, 2011, p. 216). Como desvantagens, este tipo de estrutura pode apresentar um acréscimo dos custos da organização, devido ao aumento da quantidade de recurso humano, assim como a má coordenação entre as divisões.

A estrutura matricial é caracterizada pela implementação simultânea da estrutura funcional e da estrutura divisional, conciliando as vantagens destas duas estruturas. A estrutura em matriz amplia a capacidade de organização para recolha e distribuição “das

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6 informações e tomada de decisões, estabelecendo formalmente canais de comunicação laterais que complementam os canais hierárquicos, verticais” (Teixeira, 2011, p. 219). Este tipo de estrutura tem como desvantagens provocar uma maior eventualidade de conflitos, para além de proporcionar uma maior morosidade na tomada de decisões, tendo em conta o trabalho de equipa.

A estrutura por unidades estratégicas de negócio pode ser encarada como sendo derivada da estrutura divisional. Cada tarefa ou função é realizada por uma secção que é coordenada por um gestor ou um chefe. A vantagem consiste em existir um melhor controlo da diversidade das atividades, devido à coordenação entre as secções e em oferecer condições para um melhor planeamento estratégico. Como desvantagens, esta estrutura é mais rígida, o que pode conduzir a uma menor adaptabilidade às variações do meio; e ainda levar a uma maior dificuldade de coordenação entre as secções (Reis e Silva, 2012, p. 93).

A estrutura em rede caracteriza-se pela forma de estrela, em que no centro se situa a empresa principal e em redor desta existe um conjunto de várias empresas externas e internas (Reis e Silva, 2012, p. 94). Apresenta como vantagens uma grande adaptabilidade organizacional devido à flexibilidade existente entre as relações das empresas por um lado, e por outro, o seu processo de decisão, de autoridade e de responsabilidade é descentralizado. No entanto, as desvantagens residem no facto de que, sempre que uma empresa seja afetada pela concorrência, a empresa principal ressente-se.

O facto de existirem vários tipos de estruturas organizacionais indica que não há um único tipo que satisfaça todas as organizações, porque apesar de todas elas apresentarem vantagens também apresentam desvantagens ímpares que as tornam desajustadas em determinados contextos.

1.2. Modelo de Análise e Metodologia 1.2.1. Base conceptual

Depois de efetuada a revisão da literatura, a melhor forma de começar o presente projeto de investigação é analisar se a atual estrutura de GSM se adapta à FA, por forma a aferir se a mesma é eficiente.

Foi desenvolvido o modelo de análise no domínio conceptual e metodológico. Relativamente ao domínio conceptual, a partir das hipóteses formuladas, os conceitos foram fragmentados em dimensões e indicadores, terminando no mapa conceptual que se

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

7 apresenta no Apêndice A. O mapa conceptual serviu de base à investigação do presente trabalho onde se encontram estruturados os conceitos, as dimensões e os indicadores, utilizados nas entrevistas estruturadas.

Assim, no desenvolvimento deste TII irão ser abordados alguns conceitos que se passam a enumerar:

 Acumulação de Funções: Militar/civil que está colocado em dois serviços/secções em simultâneo, exercendo cargos.

 Credenciação: “Qualquer indivíduo chamado, no exercício das suas funções, a manusear matérias classificadas de grau CONFIDENCIAL e superior, deverá ser objeto de uma habilitação de segurança (credenciação). Esta habilitação de segurança terá por objetivo determinar se o interessado: é de lealdade e honestidade indubitáveis; tem reputação, hábitos, contactos sociais, discrição e bom senso tais que se possa, com a maior segurança, confiar-lhe informações classificadas” (EMGFA, 1986, p. IV - 2).

 Defesa Nuclear, Radiológica, Biológica e Química (DNRBQ): “Planos e atividades com a intenção de mitigar ou neutralizar efeitos adversos em operações e pessoal resultantes do: uso ou ameaça de uso de armas ou dispositivos nucleares, radiológicos, biológicos ou químicos; a emergência de perigos secundários do counterforce targeting; a libertação ou risco de libertação de MIT/TIM para o meio ambiente” (NATO, 2012).

 Eficiência: “Poder de realizar (algo) convenientemente, despendendo de um mínimo de esforço, tempo e outros recursos” (Porto Editora, 2016).

 Estrutura Organizacional: Unidades, Estabelecimentos ou Órgãos são organizados “de forma a otimizar a utilização dos recursos disponibilizados. As estruturas são estabelecidas de uma forma simples, clara e direta, de modo a permitir uma transição rápida e ordenada de uma situação de paz para uma situação de guerra, com o mínimo de alterações possíveis” (FA, 1999, p. 2-6);  Segurança Militar: “Conjunto de medidas ativas e passivas no âmbito da

Segurança Interna e Defesa Imediata” (FA, 1997, p. 3);

 Uniformização: “Unidades com responsabilidades idênticas devem ter estruturas organizacionais similares” (FA, 1999, p. 2-7).

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

8 1.2.2. Metodologia de Investigação

O presente TII segue uma das metodologias apresentadas no documento “Orientações metodológicas para a elaboração de trabalhos de investigação” (IESM, 2016), o raciocínio Hipotético-Dedutivo. Foi adotada a estratégia de investigação quantitativa e o desenho de pesquisa de estudo de caso.

Assim, desenvolveu-se o modelo de investigação em três fases: exploratória, analítica e conclusiva. Foram definidos o objeto de estudo do presente TII, como sendo a atual estrutura orgânica de um GSM da FA, bem como o objetivo geral que consiste em estudar e analisar a atual estrutura orgânica do GSM e ainda objetivos específicos que têm por finalidade analisar se os S/GSM estão uniformizados na FA e se a atual estrutura orgânica do GSM é eficiente. Por fim, será apresentada uma reorganização da estrutura orgânica do GSM do CA, dando origem à PP: De que forma a atual estrutura orgânica de Gabinete de Segurança Militar se adapta à Força Aérea?

Nesta sequência surgem as PD e respetivas H:

PD1: A tipologia e a dependência dos Gabinetes de Segurança Militar encontram-se uniformizadas na FA?

H1: Há uniformização quanto à tipologia e dependência dos Gabinetes de Segurança Militar nas Unidades.

PD2: A atual estrutura orgânica do GSM é eficiente?

H2: A atual estrutura orgânica e o funcionamento do GSM garantem a eficiência da segurança militar.

PD3: De que modo se pode melhorar a estrutura orgânica e o funcionamento do GSM?

H3: Uma reorganização da estrutura orgânica do GSM, bem como o seu funcionamento, possibilitariam um melhor desempenho deste gabinete. Na fase exploratória efectuou-se uma pesquisa baseada na recolha de dados e foi relevada informação através de leituras preliminares, de pesquisa documental e na consulta de legislação, de manuais e de regulamentos da FA e em publicações do Estado-Maior do Exército e publicações da OTAN. A pesquisa da informação centrou-se principalmente no RFA 303-5 “Organização e Normas de Funcionamento do Comando Aéreo”, de julho de 2011, na Diretiva 004/97 “Segurança Interna e Defesa Imediata” e na SEGMIL1 ”Instruções para a Segurança Militar - Salvaguarda e Defesa de Matérias Classificadas” de outubro de 1986.

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

9 Procurou-se ainda, recolher informação pormenorizada acerca da atual estrutura do GSM, através de entrevistas exploratórias não estruturadas a alguns militares da especialidade Polícia Aérea (PA) com conhecimentos acerca da SM. Foram igualmente elaboradas entrevistas exploratórias a militares que, desempenhando outras funções que não no GSM, deram o seu contributo para este trabalho de investigação.

Como resultado da verificação do “estado da arte” e das entrevistas exploratórias efetuadas, foi delimitado o tema, assim como, definidos o objeto de estudo, o objetivo geral e os objetivos específicos. Foi assim definido, quanto à sua delimitação, o presente TII, no espaço e no tempo. A delimitação espacial é feita com base no GSM do CA, tendo em conta que é um comando da FA que tem o seu regulamento, RFA 303-5, aprovado. Temporalmente o estudo encontra-se limitado ao contexto atual.

A fase analítica iniciou-se com a recolha de dados originários de entrevistas realizadas. O desenho de pesquisa baseou-se num estudo de caso, mais precisamente no GSM do CA. A estratégia de investigação adotada foi a análise quantitativa, realizada através de entrevistas estruturadas aos chefes dos S/GSM da FA, com guião definido de antemão, conforme Apêndice B, encontrando-se as respostas às referidas entrevistas transcritas no Apêndice C. Também foram efetuadas entrevistas a responsáveis pela SM da Marinha, Exército e EMGFA (Apêndice D), onde as respostas a estas entrevistas se encontram no Apêndice E. Foi ainda efetuada uma entrevista ao chefe do Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea (CTSFA), conforme transcrito no Apêndice F, estando as respostas no Apêndice G.

A análise de dados foi produzida com base na leitura das entrevistas.

Na fase conclusiva, foram avaliados os resultados, apresentadas as conclusões e proposta uma nova estrutura orgânica de um GSM.

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2. Segurança Militar

O termo SM surge como um conjunto de medidas e disposições que tem como objetivo a proteção contra qualquer interferência e como finalidades impedir a surpresa, garantir a liberdade de ação e preservar o segredo, “abrange não só as medidas tomadas mas quem é incumbido de as tomar” (EME, 1982, p. 7).

Na FA cabe aos S/GSM garantir o cumprimento de todas as normas em vigor, tendo em vista a SM e defesa das UB, assim como, implementar os procedimentos de SM procedidos da área técnica responsável do CA (FA, 1999, p. 4-17), uma vez que, uma das missões do CA é o “planeamento, a direção e o controlo da segurança militar das unidades e órgãos da Força Aérea” CM, 2014).

Para este TII, foi recolhida informação acerca das estruturas de SM que existem. Assim, ao longo deste capítulo, será abordada a atual estrutura do GSM do CA, para além de estruturas dos outros ramos e do EMGFA.

2.1. A atual Estrutura do GSM do CA

Para a elaboração deste trabalho, teve-se em consideração o RFA 303-5, uma vez que a delimitação do mesmo se restringe ao GSM do CA, sendo este o estudo de caso.

No CA, o GSM é um Órgão de Apoio Direto (OAD) e está na dependência direta do Comandante (Figura 2). Os OAD têm como missão, e de acordo com as especificidades de cada órgão, a de apoiarem o Comandante do CA na sua ação de comando (FA, 2011, p. 4-1).

Figura 1 – Organograma dos Órgãos de Apoio Direto do CA Fonte: (Adaptado de RFA 303-5)

Os militares colocados na atual estrutura do GSM do CA (Figura 3), desempenham funções em acumulação, sucedendo o mesmo nas outras UB. Fazem parte da atual estrutura os seguintes cargos: “O Chefe do GSM; O Adjunto para a Segurança Interna e Defesa Imediata; O Adjunto para a Segurança Documental e das Comunicações; O

Órgãos de Apoio Direto Gabinete do Comando Gab. de Segurança Militar Gab. de Prevenção de Acidentes Gab. Ação

Social Secção de Justiça Secretaria

Adm. Dados da Área Operacional Oficial para a Qualidade do Ambiente Núcleo de Apoio ao Comando

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11 Adjunto para a Defesa NRBQ1; O Adjunto para as Informações, Credenciação e Secretariado; O Oficial para a Prevenção do Alcoolismo e Toxicodependência; O Adjunto Administrativo do GSM; O Posto de Controlo” (FA, 2011, p. 4-4).

Figura 2 – Organograma do GSM do CA Fonte: (Adaptado de RFA 303-5)

No CA, o chefe do GSM (cGSM) depende hierarquicamente do Comandante e é responsável pelo cumprimento da missão do seu gabinete. Tal como descrito no RFA 303-5, o militar que ocupar esta função deverá ser um major, de preferência da especialidade PA (FA, 2011, p. 4-4).

Tal como em todas as UB da FA, o responsável pela SM dentro do CA é o GSM, que tem como missão elaborar normas e procedimentos para a proteção da força dentro do comando (FA, 2011, p. 4-3).

Compete ao GSM “obter e manter informações atualizadas acerca da ameaça local, regional e nacional, e dos fatores que podem afetar” (FA, 2011, p. 4-3) a segurança interna e a defesa imediata (SIDI), informando sempre o Comandante da ocorrência de alterações. É também na atual estrutura do GSM que se procede à elaboração dos processos de credenciações de segurança do pessoal, cujas funções, careçam de necessidade de acesso a áreas ou documentos classificados (FA, 2011, p. 4-4).

Uma das suas várias funções é a de elaborar normas complementares à implementação do Plano de SIDI do CA (FA, 2011, p. 4-D-8), assim como planos de segurança, defesa e contingência e, “reunir legislação em vigor no âmbito da” SM (FA, 2011, p. 4-D-10).

1 NRBQ – Nuclear, Radiológica, Biológica e Química. Chefe GSM

Adj. Defesa NRBQ

Adj. Informações, Credenciação e

Secretariado

Oficial para Prevenção do Alcoolismo e Toxicodependência Adj. Administrativo do GSM Posto de Controlo (Chefe)

Adj. Chefe Posto de Controlo Adj. Seg. Interna e

Defesa Imediata

Adj. Seg. Documental e das Comunicações

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

12 É no GSM, através do Posto de Controlo (PC) que se faz a verificação dos cofres, controlo de segredos, combinações e chaves (FA, 2011, p. 4-D-22).

Quanto à Defesa Nuclear, Radiológica, Biológica e Química (DNRBQ), também ela está integrada no GSM, onde o militar que desempenha essas funções mantém um contato direto com o CTSFA sempre que tal se justifique (FA, 2011, p. 4-D-14). Perante um incidente NRBQ, o militar com essas valências faz uma primeira avaliação e entra em contato com a Equipa NRBQ da FA, sediada no CTSFA (Simões, 2017).

Na FA faz-se a prevenção do consumo de droga e álcool, de acordo com o Programa para a Prevenção dos Comportamentos Aditivos e Combate às Dependências nas Forças Armadas (PPCACDFA) emanado no Despacho n.º 11921/2015, de 23 de outubro, da Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional. No CA, bem como nas UB, existe o Núcleo de Apoio ao Comando (NAC), que tem como missão a de apoiar o Comandante na ação de prevenção e combate ao consumo de drogas e alcoolismo (FA, 2011, p. 4-19). O NAC é presidido pelo Comandante e reúne-se com a frequência considerada necessária, fazendo parte da sua constituição, entre outros, o cGSM e o Oficial para a Prevenção do Alcoolismo e Toxicodependências (FA, 2011, p. 4-20). Os controlos são mensais e os militares são nomeados aleatoriamente (Vieira, 2016).

2.2. A Segurança Militar na Marinha

A fim de se obter informação sobre a SM na Marinha, contou-se com a colaboração do Comandante Morais Chumbo, Capitão-de-fragata, colocado na Divisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada (EMA), através de entrevista transcrita no Apêndice E.

Na Marinha, a SM é “dirigida superiormente pelo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), dispondo para o efeito do Estado-maior da Armada”, (Chumbo, 2017). Contudo, algumas funções são delegadas no Comandante Naval, Comandantes de Zona Marítima e Comandantes de Forças que dispõem de Estado-Maior. Estes Comandantes são responsáveis pela coordenação das medidas de segurança nos órgãos e serviços subordinados, por intermédio das divisões ou secções dos seus Estados-Maiores (Chumbo, 2017).

Dentro de cada Unidade o respetivo Comandante/Diretor/Chefe é quem tem a responsabilidade em matéria de SM, no entanto pode nomear um Oficial de Segurança da Unidade (OSU), para o auxiliar nessas funções.

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13 Segundo Chumbo (2017) é o OSU quem elabora e atualiza os planos de segurança, defesa e contingência das unidades, assim como também é o OSU quem faz a verificação dos cofres (controlo de segredos e combinações) e chaves da Unidade.

Não existe um órgão na Marinha, que efetue avaliação de ameaça. Sempre que necessário é solicitado ao Centro de Informações e Segurança Militares (CISMIL), sediado no EMGFA, através do EMA, Divisão de Planeamento.

Quanto à verificação da documentação classificada, esta é feita pelo Serviço de Comunicações e pelo OSU. Nas Unidades, o PC depende diretamente do Comandante da Unidade que conta com o OSU para o auxiliar.

O processo de credenciações é desencadeado pelo OSU da Unidade e quando concluído é enviado para o Sub-Registo, sediado no EMA (Chumbo, 2017).

Em relação à DNRBQ, esta depende das orientações diretas do Comandante Naval. A formação é adquirida na Escola de Tecnologias Navais e o treino é realizado, nas Unidades Navais, pela Equipa de Avaliação do Centro de Treino e Avaliação Naval.

Na Marinha faz-se prevenção do consumo dos tóxicos psicoativos, álcool e droga. Esta é uma área sob a responsabilidade do Almirante Superintendente dos Serviços do Pessoal. A prevenção é feita “pela informação, educação e pressão dissuasora (…) por parte dos comandos das unidades e organismos” (Chumbo, 2017).

Dependendo da dimensão da Unidade, os controlos são diários ou semanais. É através de um programa, que existe no Laboratório de Análises Fármaco-Toxicológicas da Marinha, que aleatoriamente são selecionados os militares que irão efetuar os controlos.

2.3. A Segurança Militar no Exército

Para esta investigação, contou-se com a colaboração do Major de Infantaria, Bruno Mendes, Coordenador de Área da Repartição de Informações e Segurança Militar (RISM), e do Major João Cunha, chefe da Secção Técnica de Toxicodependências (STT) do Comando de Pessoal do Exército, através de entrevista transcrita no Apêndice E.

De acordo com Mendes (2017), existem duas entidades que concorrem para a SM no Exército e que em muitas áreas se completam. As entidades são a RISM da Divisão de Cooperação, Operações, Informações e Segurança Militar (DCOIS) e o Centro de Segurança Militar e Informações do Exército (CSMIE) do Comando das Forças Terrestres (CFT).

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

14 À RISM compete “estudar, planear, coordenar e supervisionar as atividades no âmbito da segurança militar" (Mendes, 2017), bem como, cooperar com o CISMIL/EMGFA e com os outros ramos das Forças Armadas. Estas tarefas são executadas em colaboração com o CSMIE do CFT. O CFT é a Autoridade Técnica para a Segurança no Exército.

É o OSU quem elabora e atualiza os planos de segurança, de defesa e de contingência das unidades, assim como, quem faz a verificação dos cofres, controlo de segredos e suas combinações e as chaves nas Unidades (Mendes, 2017).

Tal como na Marinha, sempre que é necessário fazer avaliação de ameaças, esta é solicitada ao CISMIL/EMGFA pelo RISM/DCOIS. Contudo, em algumas situações contam com a colaboração do CSMIE (Mendes, 2017).

A verificação da documentação classificada, segundo Mendes (2017) é feita pelo chefe de secção responsável pelo seu tratamento, pelo OSU, pelo Sub-Registo do Exército e ainda, pelo Gabinete Nacional de Segurança (GNS).

Nas Unidades do Exército o PC encontra-se ou na dependência da Secretaria-Geral/Comando, ou na Secção de Operações Informações e Segurança (SOIS), ou ainda no Centro de Gestão Documental. No Estado-Maior do Exército (EME) “está localizado no Centro de Gestão Documental da Unidade de Apoio do EME” (Mendes, 2017).

No Exército, cabe ao militar a responsabilidade de elaborar o seu processo de credenciação de segurança, com a ajuda e verificação de um elemento da SOIS da Unidade. Posteriormente é enviado para o Sub-Registo do Exército, através do SOIS da Unidade que, depois de verificado, o envia para o GNS onde a proposta de credenciação é validada.

De acordo com Cunha (2017), nas unidades do Exército existe o NAC, onde está colocado um militar com as funções de Operador de Prevenção de Alcoolismo e Toxicodependência, devidamente qualificado. A prevenção do alcoolismo e droga é feita de acordo o PPCACDFA, assim como normas internas do Exército que definem todos os procedimentos neste assunto.

Os controlos são feitos duas vezes por ano de uma forma aleatória, no entanto, em caso de suspeita, flagrante ou busca, são feitos controlos extraordinários. Existem ainda, os controlos obrigatórios que são efetuados aos militares admitidos ao QP/RC/RV, militares nomeados para missões, militares envolvidos em acidentes e militares credenciados com grau superior a CONFIDENCIAL (Cunha, 2017).

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15 2.4. A Segurança Militar no EMGFA

No EMGFA, e de acordo com a entrevista efetuada ao Capitão de Infantaria, João Tomás (Apêndice E), Comandante da Subunidade de Pessoal e Segurança do EMGFA, a SM encontra-se divida em três componentes macro: ao nível do CISMIL, das Infraestruturas e no que diz respeito ao Edifício principal do MDN/EMGFA e ao Edifício de Apoio (Tomás, 2017).

A segurança ao nível do “CISMIL tem por missão assegurar a produção de informações necessárias ao cumprimento das missões das Forças Armadas e à garantia da segurança militar.” (MDN, 2015, cit. Por Tomás, 2017). Ao nível das Infraestruturas e pessoas que nelas servem, a segurança depende das Unidades de Apoio (Tomás 2017). No que respeita à segurança do Edifício principal do MDN/EMGFA e do Edifício de Apoio, a segurança é executada através da Subunidade de Pessoal e Segurança (SPS).

Todos os Órgãos do MDN e EMGFA têm um responsável pela segurança a quem a SPS envia informações que possam implicar quebra de segurança (Tomás, 2017), e são estes os responsáveis pela segurança dos materiais e matérias dos seus Órgãos.

Segundo Tomás (2017), no caso de receberem a visita de uma alta entidade no EMGFA, a análise da ameaça de risco é efetuada pelo CISMIL. Sempre que tal acontece, são realizadas reuniões de coordenação onde o grau da ameaça é identificado e estabelecidos empenhamentos das forças de segurança, Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana, simultaneamente com a Secção de Segurança da SPS. Nestas situações, os protocolos de segurança no interior do edifício do EMGFA, são revistos (Tomás, 2017).

Os planos de segurança, defesa e contingência do EMGFA são elaborados e atualizados pela Unidade de Apoio ao EMGFA, através da SPS. No que respeita aos cofres, controlo de segredos bem como suas combinações, e chaves, é da responsabilidade do OSU fazer a verificação e controlo dos mesmos. O PC encontra-se integrado na Secretaria do Gabinete do CEMGFA e a documentação classificada é controlada pela Secretaria Central do Comando de Apoio Geral.

No EMGFA, Tomás (2017) menciona que, dependendo do job description do militar ou civil, é através do OSU, que são elaborados os processos de credenciação, sendo entregues posteriormente ao Sub-Registo do EMGFA.

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

16 Quanto à dependência do DNRBQ, constatou-se que o EMGFA não dispõe de meios próprios, contando este, com o apoio dos Ramos, uma vez que é aí que os meios estão disponíveis.

Outro assunto abordado foi a prevenção e controlo das toxicodependências, quer da droga quer do álcool. Tomás (2017) refere que no EMGFA ainda não se faz o controlo nem a prevenção do alcoolismo e droga, contudo, este organismo tem um plano em aprovação e espera-se que a curto prazo possam vir a ser implementadas as medidas de acordo com o programa PPCACDFA.

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

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3. Análise das Entrevistas Efetuadas

Ao longo deste capítulo irá proceder-se à análise das entrevistas efetuadas aos chefes S/GSM (Apêndice C) e ao chefe do CTSFA (Apêndice G), com a finalidade de se poder responder à PP formulada: De que forma a atual estrutura orgânica de Gabinete de Segurança Militar se adapta à Força Aérea? Da PP advêm as PD que têm H associadas, estas são respostas temporárias que requerem confirmação. Esta irá decorrer neste capítulo.

3.1. Uniformização quanto à estrutura orgânica e dependência hierárquica Relativamente ao conceito Uniformização foi definida como dimensão a Organização Interna, sendo esta decomposta em indicadores necessários para que seja possível efetuar a verificação da H1: Há uniformização quanto à tipologia e dependência dos Gabinetes de Segurança Militar nas Unidades. Esta verificação irá permitir responder à PD1: A tipologia e a dependência dos Gabinetes de Segurança Militar encontram-se uniformizados na FA?

No CA, como em todas as UB da FA estão contemplados na sua estrutura orgânica, os S/GSM. Todos eles se regem pelos seus manuais em vigor. No entanto, enquanto no CA o GSM é um OAD, noutras UB os S/GSM ou são OAD ou Órgão de Planeamento e Controlo (OPC). Contudo, todas elas dependem hierarquicamente do Comandante.

Assim sendo, pode-se concluir que em relação ao indicador estrutura orgânica, as UB diferem um pouco entre si, enquanto umas estão inseridas no OAD, outras estão no OPC, no entanto, todas elas dependem diretamente do Comandante da UB e têm como objetivo principal a SM.

Quanto ao indicador dependência hierárquica, todos os entrevistados referem que o cGSM deve ser o conselheiro do Comandante, uma vez que “é responsabilidade do GSM planear, coordenar e executar todas as tarefas no âmbito da segurança militar da Unidade. Neste âmbito o cGSM é o militar mais habilitado para assessorar o Comandante nesta matéria.” (Santos, 2017).

Concluída a análise que possibilitou validar os indicadores associados à dimensão Organização Interna, constante no Apêndice A, considera-se que a informação obtida é suficiente, uma vez que se estudou todos os S/GSM, reunindo-se condições para validar a H1 e responder à PD1.

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

18 3.2. Eficiência da Segurança Militar

A fim de se testar a H2: A atual estrutura orgânica e o funcionamento do GSM garantem a eficiência da segurança militar, foram definidos dois conceitos, a Segurança Militar e a Eficiência. Relativamente ao conceito SM foi definida como dimensão a Especialização e para o conceito Eficiência foi definida como dimensão os Recursos. Estas dimensões estão divididas em indicadores essenciais para que seja feita a verificação que irá permitir responder à PD2: A atual estrutura orgânica do GSM é eficiente?

Para Faria e Pereira (2017), a atual estrutura não é eficiente, tendo em conta que a acumulação de funções faz com que os militares estejam sobrecarregados noutras áreas. Também Santos (2017) considera que “o facto de todas as funções serem desempenhadas em acumulação de funções (…), não permite que seja desenvolvido um trabalho eficiente,”. Contudo, para Vieira (2017) o “facto de alguns cargos serem em acumulação, limita o desempenho da função, principalmente aquelas que exigem (…) mais tempo do militar,”. Assim sendo, pode-se concluir que de acordo com os resultados obtidos, em alguns cargos da estrutura orgânica do GSM deverá haver exclusividade e não acumulação de funções. Para Vieira e Santos (2017), o cGSM deveria ocupar o cargo a full time a fim de poder dedicar-se só a assuntos referentes à SM.

Quando se fala numa área tão sensível quanto a SM, é importante questionar acerca das qualificações que se consideram necessárias. Segundo Pereira (2017) “devido às várias áreas que o GSM abrange, os militares que os integram devem ter a melhor formação específica possível”, a fim de desempenharem com eficácia as funções atribuídas. Existem cursos específicos da SM considerados essenciais com a finalidade de qualificarem os militares para o desempenho de funções no GSM. Estes cursos são o Curso de Segurança Militar e o Curso de Segurança de Matérias Classificadas (Fernandes, 2017), no entanto, devido à acumulação de funções e à falta de efetivos, por vezes torna-se difícil aos militares colocados possuírem essas mesmas qualificações essenciais.

O GSM do CA bem como os S/GSM das UB contemplam uma secção de DNRBQ que deverá ser ativada quando necessário, contudo, segundo Vieira (2017) “As Unidades não têm meios para reagir a uma contingência.” A realidade é que, hoje em dia, devido ao contexto atual de ameaça e segundo Simões (2017) “não faz qualquer sentido a existência de uma Secção” de DNRBQ, nem nas UB, nem no CA.

Além do mais, é uma “área extremamente técnica e especializada e requer pessoal especialista dedicado a tempo inteiro” (Simões, 2017), são necessários cerca de dois a três

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19 anos para que o pessoal atinga o Know-how. Outro fator importante refere-se aos equipamentos, que são extremamente dispendiosos mesmo quando não utilizados, uma vez que requerem condições especiais de armazenagem, como por exemplo o controlo de temperatura e a ausência de humidade. Também os Equipamentos de Proteção Individual devem ser “embalados em vácuo” e as “Fontes radioativas para calibração guardadas em cofre” (Simões, 2017). Devido a todas estas especificidades associado ao facto da FA estar com limitações de pessoal e material, não faz sentido, quer ao CA quer às restantes UB, deterem capacidade de DNRBQ, devendo esta estar centrada no CTSFA e ser ativada quando se justifique. Todavia, é importante que em toda a FA exista um ou dois militares com formação NRBQ para que possam fazer uma primeira avaliação perante um incidente e que sirvam de elo de ligação com a Equipa NRBQ da Força Aérea (Simões, 2017).

Concluída a análise que possibilitou avaliar os indicadores associados às dimensões Especialização e Recursos, constantes no Apêndice A, considera-se que a informação obtida é suficiente para que a H2 não seja validada, ou seja é rejeitada, e assim responder à PD2, de que a atual estrutura do GSM não garante a eficiência da SM.

3.3. Reorganização Interna para um melhor desempenho do gabinete

Relativamente ao conceito Funcionamento foi definida como dimensão a Reorganização Interna, sendo esta decomposta em indicadores essenciais para que seja possível efetuar a verificação da H3: Uma reorganização da estrutura orgânica do GSM, bem como o seu funcionamento possibilitariam um melhor desempenho deste gabinete. Esta constatação irá permitir responder à PD3: De que modo se pode melhorar a estrutura orgânica e o funcionamento do GSM?

A atual estrutura do GSM do CA apresenta-se constituída por vários cargos sendo que a maioria das funções exercidas é em acumulação. Na análise aos indicadores constatou-se que alguns cargos poderão ser extintos e outros podem agrupar-se.

No CA, o cargo Segurança Documental e das Comunicações encontra-se no GSM e é desempenhado por um Oficial das Comunicações que está colocado no Centro de Comunicações (CC), o que faz com que o cargo que ocupa no GSM passe a ser o menos relevante (Vieira, 2017). Outro cargo é o PC que apesar de ser em exclusividade de funções, para Vieira (2017) “é um serviço que recebe e envia documentos classificados” e por vezes acontece que o mesmo documento seja enviado duas vezes, ou seja é enviado para o PC e para o CC.

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

20 Segundo Azevedo (2017), na sua unidade, o cargo Segurança Documental e das Comunicações bem como o PC estão na dependência do CC, já para Faria (2017) estes dois cargos deveriam estar no Custódio Cripto da sua unidade e “no fim haveria uma colaboração entre o” Custódio Cripto da Estação de Radar n.º 3 e o Chefe do Setor de SM. Também Pereira (2017) defende que o CC seria o lugar que mais se adequaria a estes dois cargos.

Quanto ao processo de credenciações que no CA é elaborado pelo GSM, Vieira (2017) considera que é um processo que pode ser realizado por uma “outra entidade que lide com processos individuais”. Também Pereira (2017) diz que pode ser feito por outra entidade, desde que se garante a confidencialidade. E para Azevedo (2017) só faz sentido o processo de credenciação ser no GSM, se a Segurança Documental também estiver no GSM.

No que diz respeito ao indicador DNRBQ, Vieira (2017) refere que as “unidades não têm meios para reagir a uma contingência”, devido ao contexto atual de ameaça e segundo Simões (2017) “não faz qualquer sentido a existência de uma Secção” de DNRBQ, nem nas UB, nem no CA.

Concluída a análise que possibilitou validar os indicadores associados à dimensão Reorganização Interna, constante no Apêndice A, considera-se que a informação obtida é suficiente, sendo possível validar a H3 e responder à PD3, onde se verificou que a estrutura atual do GSM necessita de ser reorganizada.

3.3.1. Proposta de uma nova estrutura do GSM do CA

Com a falta de recursos humanos, aliado ao facto de que na maioria dos cargos que compõem o GSM, os militares que lá estão colocados estão em acumulação de funções, o trabalho de investigação visa propor uma reorganização da atual estrutura orgânica do GSM com o intuito de tornar o gabinete mais eficiente.

Após a verificação, ao longo deste capítulo, das H de cada PD, onde se rejeitou a H2 e se validou as H1 e H3, estão reunidas as condições para dar resposta à PP: De que forma a atual estrutura orgânica de Gabinete de Segurança Militar se adapta à Força Aérea?

Sendo o GSM do CA a origem do estudo de caso da presente investigação e para que a atual estrutura orgânica do mesmo se adapte à FA é necessário uma reorganização interna. Desta forma, propõe-se o seguinte:

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

21  O cargo do Adjunto para a SIDI que era exercido por um Oficial da Esquadra da Polícia Aérea é extinto. Cria-se, então, o cargo Adjunto para a Segurança Militar, que fica na dependência do GSM;

 O cargo da Segurança Documental e das Comunicações passa para o CC, uma vez que este cargo é exercido por um Oficial de Comunicações que está colocado no CC, exercendo aí as suas principais funções em acumulação com o GSM. Ao colocar este cargo no CC, o militar concentra as funções a desempenhar, evitando assim a dispersão do trabalho a efetuar;

 O cargo do Adjunto para a DNRBQ é desempenhado por um ou dois militares de qualquer especialidade (QESP), com qualificações NRBQ, que possam fazer uma primeira avaliação perante um incidente NRBQ e que sirvam de elo de ligação com o CTSFA. Estes militares desempenham as suas funções nos seus serviços e serão chamados a intervir sempre que tal o justifique;

 O PC, uma vez que as suas competências se baseiam no manuseamento, arquivo e circulação da informação classificada (FA, 2011, p. 4-7), passa para o CC que também lida com matérias classificadas;

 O cargo do Oficial para a Prevenção do Alcoolismo e Toxicodependências passa a ser desempenhado pelo cSGM, tendo em conta que trata “uma matéria muito sensível que não deve estar no conhecimento de outros a não ser o cGSM e o seu Adjunto” (Vieira, 2017);

 A proposta de reorganização para o cargo de Adjunto para as Informações e Credenciação passa por dividir-se em: Informações que passam para o Adjunto para a Segurança Militar, que fica responsável pelo seu tratamento e as Credenciações acompanham o PC, uma vez que de acordo com a Norma Técnica – E06 da Autoridade Nacional de Segurança (ANS), os PC são os responsáveis por “encaminhar os processos de credenciação, renovação (…) do pessoal civil e militar da organização a que pertence” (ANS, 2007).

Assim, o GSM passa a ser constituído pelo cGSM, pelo Adjunto para a Segurança Militar e pelo Adjunto Administrativo do GSM, cujas funções e qualificações, inerentes aos cargos estão definidas no Apêndice H.

O cGSM é um major da especialidade PA, deverá ser possuidor do Curso de Segurança Militar, do Curso de Segurança de Matérias Classificadas e também do Curso Operador de Prevenção do Alcoolismo e Toxicodependências (COPATD), uma vez que

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

22 estas funções estarão sob a alçada do cGSM. Estes cursos têm como finalidade preparar os militares no âmbito da Segurança Física, Segurança Pessoal, Segurança das Informações (INFOSEC), Segurança dos Computadores (COMPUSEC) e Segurança das Comunicações (COMUSEC) (Fernandes, 2017).

O Adjunto para a Segurança Militar é um Oficial, capitão ou subalterno (CAP/SUB), da especialidade de PA, deverá ter como qualificações essenciais o Curso de Segurança Militar e o Curso de Segurança de Matérias Classificadas.

O Adjunto Administrativo do GSM é uma praça, cabo-adjunto, 1ºcabo ou 2ºcabo (CADJ/1CAB/2CAB), da especialidade de PA e deverá ter como qualificações essenciais o Curso de Segurança de Matérias Classificadas, assim como o Curso de Secretariado e Arquivo.

Assim sendo, esta é a proposta para uma estrutura orgânica mais exequível e aligeirada de um GSM, com o objectivo de tornar o gabinete mais eficiente e capaz de enfrentar os desafios decorrentes de novas ameaças.

Figura 3 – Proposta de Organograma do GSM do CA Chefe GSM Adjunto Administrativo do GSM Adjunto para a Segurança Militar

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

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Conclusões

“Embora a segurança seja uma responsabilidade primária dos Comandantes, qualquer militar considerado individualmente, seja qual for o seu posto ou cargo, tem sempre responsabilidades neste campo” (EME, 1982, p. 7).

O GSM é o órgão responsável pela segurança, tanto no CA como nas UB, contudo é obrigação de todos, militares e civis, zelarem pela mesma. A atual estrutura do GSM é constituída por militares que desempenham as mais variadas funções. As UB, e o CA não são exceção porque quase todos os militares colocados no gabinete, fazem-no em acumulação de funções.

Nesta conformidade, o tema do presente estudo centrou-se na Estrutura de Um Gabinete de Segurança Militar onde foi colocada a seguinte PP:

De que forma a atual estrutura orgânica de Gabinete de Segurança Militar se adapta à Força Aérea?

Para dar resposta à questão fulcral do estudo, procedeu-se no primeiro capítulo à revisão da literatura, onde foram caracterizados os tipos de estruturas organizacionais segundo Reis e Silva (2012, p. 89-96). Para estes autores os tipos de estruturas podem ser: estrutura hierárquica simples, estrutura funcional, estrutura divisional ou descentralizada, estrutura matricial, estrutura por unidades estratégicas de negócio, e estrutura em rede.

A evidência de muitos tipos de estruturas organizacionais, por si só, mostra que não há um único modelo capaz de satisfazer todas as organizações, uma vez que todas elas apesar de ostentarem vantagens, apresentam também, desvantagens o que as tornam desajustadas em determinados contextos. A FA apresenta-se com uma estrutura hierarquizada, em que os órgãos se relacionam através de quatro níveis de autoridade: hierárquica, funcional, técnica e de coordenação.

Para dar continuidade à investigação, procedeu-se a leituras preliminares, a pesquisa documental e a consulta de manuais e regulamentos da FA, bem como à análise de legislação, de publicações da OTAN e do Estado-Maior do Exército. Foram também elaboradas entrevistas exploratórias não estruturadas, a alguns militares com conhecimentos acerca da SM. Posteriormente, procedeu-se ao desenvolvimento do modelo de análise em três fases: exploratória, analítica e conclusiva.

Definiu-se o objeto de estudo da presente investigação, como sendo a estrutura de um GSM, delimitando-se no espaço e no tempo. Quanto à delimitação espacial foi feita

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

24 com base no GSM do CA, enquanto a delimitação temporal limitou-se ao contexto atual.

O objetivo geral foi estudar e analisar a atual estrutura, tendo como objetivos específicos definidos; a análise à uniformização dos gabinetes na FA; a análise quanto à eficiência; bem como, foi proposta uma reorganização à estrutura do GSM, o que deu origem à PP: De que forma a atual estrutura orgânica de Gabinete de Segurança Militar se adapta à Força Aérea? No seguimento da PP resultaram três PD e respetivas H.

Para o efeito, foi adotada uma estratégia de investigação quantitativa considerando que se adotou uma abordagem hipotético-dedutiva. Durante a fase da exploração efetuaram-se as entrevistas exploratórias aos militares com conhecimentos na SM, bem como a revisão da literatura.

No segundo capítulo foi apresentada a atual estrutura do GSM do CA, assim como a sua dependência e cargos associados. Foi também abordada a SM na Marinha, no Exército e no EMGFA. A informação obtida resultou de entrevistas a militares colocados a desempenharem funções na área da SM.

Na Marinha, a SM é orientada pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, no entanto, algumas funções são delegadas nos Comandantes: Naval; Zona Marítima; e de Forças que dispõem de Estado-Maior. Estes Comandantes são responsáveis pela coordenação das medidas de segurança nos órgãos e serviços subordinados, por intermédio das divisões ou secções dos seus Estados-Maiores.

No Exército subsistem duas entidades que convergem para a SM e que em muitas áreas se completam. As entidades são a RISM da Divisão de Cooperação, Operações, Informações e Segurança Militar, e o Centro de Segurança Militar e Informações do Exército do Comando das Forças Terrestres.

No EMGFA, a SM encontra-se divida em três níveis. A segurança ao nível do CISMIL, das Infraestruturas e, na que diz respeito ao Edifício principal do MDN/EMGFA e do Edifício de Apoio, todos os Órgãos do MDN e EMGFA têm um responsável pela segurança, a quem a SPS envia informações que possam implicar quebra de segurança.

Tendo em conta, que o objetivo da presente investigação foi o estudo e a análise da atual estrutura do GSM, a fim de identificar se o modelo em vigor era o adequado, procedeu-se no terceiro capítulo à análise das entrevistas efetuadas aos chefes dos Gabinetes e Setores de SM da FA, onde se testou as H geradas, dando resposta às PD e consequentemente à PP.

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Estrutura de um Gabinete de Segurança Militar

25 Estrutura Orgânica e a Dependência Hierárquica, validou-se a H1: Há uniformização quanto à tipologia e dependência dos Gabinetes de Segurança Militar nas Unidades, e respondeu-se à PD1: A tipologia e a dependência dos Gabinetes de Segurança Militar encontram-se uniformizados na FA? Com a análise aos indicadores constatou-se que efetivamente existem algumas diferenças na estrutura orgânica entre o CA e as várias UB analisadas, ou seja, em algumas UB, o GSM está integrado no OAD enquanto que noutras integra o OPC, contudo todas elas dependem diretamente do Comandante e têm como objetivo principal a SM.

No que diz respeito ao indicador Dependência Hierárquica, constatou-se que todos os chefes dos S/GSM, entrevistados, são unânimes ao afirmarem que o cGSM deve ser o conselheiro do Comandante, tendo em conta que uma das suas responsabilidades é a de planear, coordenar e executar todas as tarefas que dizem respeito à SM da UB.

Depois de validados os indicadores associados ao conceito Uniformização respondeu-se à PD1.

No que concerne aos conceitos SM e Eficiência e tendo como indicadores associados a Acumulação de Funções, as Qualificações, bem como a Disponibilidade de Recursos, rejeitou-se a H2: A atual estrutura organizacional e o funcionamento do GSM garantem a eficiência da segurança militar, o que fez com que não fosse possível responder à PD2: A atual estrutura orgânica do GSM é eficiente? Tendo em conta, a falta de recursos humanos, aliado ao facto de que na maioria dos cargos que compõem o GSM, os militares que ali estão colocados fazem-no em acumulação de funções, o que dificulta o desenvolvimento de um trabalho eficiente.

Sendo a SM uma área deveras sensível, é essencial que os militares colocados nos S/GSM sejam detentores de determinadas qualificações consideradas essenciais, para o desempenho da missão. Contudo, devido à falta de efetivos, o que em muito contribui para a acumulação de funções, torna-se complexo manter ou qualificar os militares.

Quanto ao indicador Recursos Materiais, atendendo ao facto de que os S/GSM contemplam o cargo DNRBQ, constatou-se que não faz qualquer sentido a existência de uma Secção de DNRBQ, quer no CA, quer nas outras UB, tendo em conta alguns factores, tais como, o contexto atual de ameaça e a especialização do pessoal. São necessários entre dois a três anos para se formar pessoal e para que se atinga o Know-how, para além do equipamento necessário ser muito dispendioso e requerer condições especiais de armazenamento, mesmo quando não utilizado.

Imagem

Figura 2 – Organograma do GSM do CA  Fonte: (Adaptado de RFA 303-5)
Figura 3 – Proposta de Organograma do GSM do CA Chefe GSMAdjunto Administrativo do GSMAdjunto para a Segurança Militar

Referências

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