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Contributos para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante no contexto do estágio profissionalizante em Educação Física.

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Academic year: 2021

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(1)Contributos para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante no contexto do Estágio Profissional em Educação Física Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de Mestre em Desporto para Crianças e Jovens (Decreto-lei nº 216/92, de 13 de Outubro). Dissertação integrada no projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) subordinado à temática: o papel do estágio profissional na (re)construção da identidade profissional no contexto da educação física (PTDC / DES / 115922 / 2009).. Orientadora: Profª Doutora Ana Luísa Teixeira Nunes Pereira Co-orientadora: Profª Doutora Paula Maria Fazendeiro Batista. Gonçalo Carlos Pérez Pereira da Silva Silveira Porto, Outubro de 2011.

(2) Ficha de Catalogação Silveira, G. (2011). Contributos para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante no contexto do Estágio Profissional em Educação Física. Porto: G. Silveira. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. PALAVRAS-CHAVE:. PROFESSOR. COOPERANTE;. ESTÁGIO. PROFISSIONAL; ESTILOS DE SUPERVISÃO; ORIENTADOR; SUPERVISÃO DE ESTÁGIO.. II.

(3) Agradecimentos A realização desta dissertação só foi possível devido à ajuda, orientação e colaboração de algumas pessoas, que de forma direta e indireta, contribuíram de forma expressiva para a sua concretização. Deste modo, gostaria de expressar o meu sincero agradecimento a algumas pessoas em particular:. Às minhas orientadoras, Profª Doutora Paula Batista e Profª Doutora Ana Luísa Pereira, pela competência, orientação, apoio, encorajamento e disponibilidade constante, ao longo de todo o trabalho. O profissionalismo, a atitude e a empatia são contagiantes, de tal forma que não se afigura complicado trabalhar assim.. A todos os Professores Cooperantes que colaboraram nestes estudos. À professora Teresa Leandro e ao professor Paulo Mota, um abraço especial.. Aos meus pais e irmã, pela paciência infindável.. À minha namorada, Teresa. Não há palavras que descrevam o apoio e carinho…. A todos, muito obrigado!. III.

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(5) Índice geral Agradecimentos .............................................................................................. III Índice Geral ....................................................................................................... V Resumo Geral .................................................................................................. IX Abstract ............................................................................................................ XI Introdução Geral............................................................................................... 1 Estudo 1 - O perfil do Professor Cooperante no contexto da Supervisão de Estágio Profissional: um estudo de revisão sistemática ..................................... 7 Resumo ........................................................................................... 9 Abstract.......................................................................................... 11 1. Introdução ................................................................................ 13 2. Metodologia .............................................................................. 14 3. Conclusões............................................................................... 27 Estudo 2 – Contributo para a compreensão da identidade profissional do Professor Cooperante: estudo exploratório sobre razões e sentidos .............. 29 Resumo ......................................................................................... 31 Abstract.......................................................................................... 33 4. Introdução .................................................................................. 35 4.1. A Identidade Profissional do Professor Cooperante .. 38 4.2. Aspectos determinantes da função de Professor Cooperante....................................................................................................... 40 5. Questões de pesquisa ............................................................... 45. V.

(6) 6. Metodologia ............................................................................... 47 6.1. Grupo de participantes............................................... 47 6.2. Seleção e caraterização dos participantes ................ 47 6.3. Instrumentos de recolha ............................................ 48 6.4. Procedimentos de aplicação ...................................... 50 6.5. Procedimentos de análise.......................................... 50 7. Apresentação de resultados ...................................................... 55 8. Discussão de resultados ............................................................ 63 9. Conclusões ................................................................................ 66 Estudo 3 – Estilos de Supervisão na orientação do Estágio Profissional: estudo com Professores Cooperantes de Educação Física ........................................ 69 Resumo ......................................................................................... 71 Abstract.......................................................................................... 73 10. Introdução ................................................................................ 75 11. Questões de pesquisa ............................................................. 79 12. Metodologia ............................................................................. 81 12.1. Grupo de participantes............................................. 81 12.2. Seleção e caraterização dos participantes .............. 81 12.3. Instrumentos de recolha .......................................... 81 12.4. Procedimentos de aplicação .................................... 82 12.5. Procedimentos de análise........................................ 83. VI.

(7) 13. Apresentação de resultados .................................................... 85 14. Discussão de resultados .......................................................... 90 15. Conclusões .............................................................................. 92 Considerações Finais .................................................................................... 95 Referências Bibliográficas ............................................................................ 99 Anexos ............................................................................................................ XII. VII.

(8) Índice de Quadros Quadro 1 - Sinopse dos estudos realizados, relativos à figura do Professor Cooperante ...................................................................................................... 15 Quadro 2 - Questões da Entrevista ................................................................ 49 Quadro 3 - Questões da Entrevista ................................................................ 82. VIII.

(9) Resumo Geral A presente dissertação foca a figura do Professor Cooperante no sentido de percecionar a forma como este concebe o processo de supervisão e perceciona a sua prática supervisiva, bem como as características que estão inerentes ao exercício da função. Para tal, a dissertação consubstancia-se em três estudos. O estudo 1 consiste numa revisão sistemática da literatura relativa aos papéis e características do Professor Cooperante. A pesquisa foi efetuada em bases de dados electrónicas (EBSCO e Digital Dissertations & Theses), retrospetivamente até ao ano de 2000. O estudo 2 teve como propósito analisar as razões e sentidos que levam um Professor Cooperante a adotar a função. Visou, ainda, detetar quais os benefícios dos Professores Cooperantes e aferir as suas maiores dificuldades e facilidades no processo, tendo sido inquiridos quinze Professores Cooperantes. O estudo 3 teve como propósito comparar a forma como os Professores Cooperantes percecionam a sua atuação, no contexto do Estágio Profissional, e a forma como a dirigem. Neste estudo, foram avaliados 2 Professores Cooperantes. Os Professores Cooperantes dos estudos 2 e 3 integravam a lista de orientadores da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, e foram inquiridos através de uma entrevista semi-estruturada. O corpus do estudo 3 abrangeu, ainda, a gravação de seminários da prática de ensino supervisionada. Na análise dos dados recorreu-se à análise de conteúdo com o auxílio do programa QSR NVivo9. Os resultados evidenciaram a reflexão como um processo construtivo. Esta matéria tem sido um dos alvos preferenciais dos investigadores. Verificou-se que o estilo de supervisão apoiante foi o mais adotado embora se tenha observado a confluência entre dois estilos, o interpretativo e o apoiante. Os Professores. Cooperantes. percecionam,. assim,. o. estágio. como. uma. “ferramenta” que possibilita a aquisição de competências ao nível do ensino e como forma de ultrapassar dificuldades de índole inter-relacional. PALAVRAS-CHAVE:. PROFESSOR. COOPERANTE;. ESTÁGIO. PROFISSIONAL; ESTILOS DE SUPERVISÃO; ORIENTADOR; SUPERVISÃO DE ESTÁGIO.. IX.

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(11) Abstract This dissertation focuses on the figure of the Cooperating Teacher in order to understand how he conceives the supervisory process and perceive his supervised practice, and the characteristics that are inherent to the function. To this end, the dissertation is embodied in three studies. The first study consists of a systematic review of the literature concerning the roles and characteristics of the cooperating teacher. The research was carried out in electronic databases (EBSCO, and Digital Dissertations & Theses) retrospectively by the year 2000. The second study aimed to analyze the reasons and meanings that lead a teacher to adopt the supervision function. In addition, it also aimed to detect which benefits the teachers gain, as cooperating teacher, as well as unveil their greatest difficulties and facilities during the all process, having been interviewed fifteen cooperating teachers. The third study aimed to compare the fundamental way teachers perceives their cooperative action in the context of the teaching practice, and how to drive it. In this study, two cooperating teachers were inspected. The cooperating teachers in the second and third studies included the list of supervisors of the Faculty of Sports at the Porto University, and were interviewed through a semi-structured interview. The corpus of the third study also included teaching practice workshops. For the data analysis was used the content analysis, aided by the use of the QSR NVivo9. The results show the reflection as a constructive process. This matter has been one of the favorite targets of researchers. The results indicate that the cooperating teachers showed, preferably, a supportive supervision style, even though there has been a confluence between the interpretive and the supportive styles. The cooperating teachers perceive the stage as a "tool" that enables the acquisition of skills in teaching, and as a way to overcome difficulties of relational nature. KEYWORDS:. COOPERATING. TEACHER;. TEACHING. PRACTICE;. SUPERVISION STYLE; SUPERVISOR; PRACTICUM SUPERVISION.. XI.

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(13) INTRODUÇÃO GERAL.

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(15) Contributos para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante no contexto do Estágio Profissional em Educação Física. Introdução Geral É hoje inquestionável que a supervisão da prática pedagógica tem assumido uma posição de relevo ao nível da literatura educacional. Este destaque deve-se, sobretudo, à preponderância que esta assume no processo de formação de futuros professores. Na realidade, numa época em que o ensino é dominado pela mudança (Giddens, 1996), natural consequência da modernidade e globalização, a função docente acarreta responsabilidades e riscos inexoráveis, sendo que a melhoria da qualificação dos profissionais se apresenta como resposta fundamental aos permanentes desafios causados pela inovação. Desta forma, o êxito do sistema educativo depende diretamente da qualidade da formação, tanto a inicial como a contínua (Albuquerque et al., 2005). Neste contexto, a investigação educacional tem desenvolvido inúmeros esforços na produção de conhecimento acerca do professor e da escola reflexiva, no sentido de atingir elementos que permitam de algum modo configurar um profissional docente capaz, adaptado às novas e renovadas exigências (Alarcão, 1996, 2009; Alarcão e Tavares, 2003; Albuquerque et al., 2005; García, 1999). Esta abordagem reflexiva traduz-se pela aquisição de um conhecimento profissional contextualizado e sistematizado, num esforço constante que integre a ação e a reflexão, ou seja, este processo reflexivo deve conduzir a uma reflexão da ação, de forma a possibilitar o desenvolvimento de novos conhecimentos e competências. Face a este panorama, parece incontornável a necessidade de se pensar a formação de professores baseada num modelo reflexivo. Para tal, assume especial relevância a atuação de um elemento – o Professor Cooperante. De fato, é este profissional que no decurso do estágio assume a maior responsabilidade no despoletar de um conjunto de processos reflexivos na, e sobre a prática de ensino, bem como acerca de outros elementos relativos à profissão de professor. Na verdade, cabe ao Professor Cooperante. 3.

(16) Contributos para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante no contexto do Estágio Profissional em Educação Física criar e assegurar as condições necessárias para a aquisição de modos de pensar e de atuar, que tornem os futuros docentes profissionais reflexivos e atuantes capazes de responder aos desafios da conjetura atual. O Professor Cooperante apresenta-se, assim, como responsável pelas experiências de prática pedagógica dos futuros professores e, de acordo com os modelos e estilos supervisivos que adota durante a prática orientada, pode condicionar ou favorecer o desenvolvimento de capacidades dos aspirantes à docência. Esta função assume-se, por conseguinte, complexa e exigente. Na medida em que esta reconcetualização da supervisão e formação de professores ainda é relativamente recente, importa perceber este profissional, não só ao nível das suas características, competências ou funções mas, também, ao nível das suas conceções, valores e crenças. Isto, numa fase em que a docência assume, cada vez mais, contornos alarmantes em Portugal, dadas as constantes reformas no sistema educativo. Assim, importa investigar estas questões que envolvem o Professor Cooperante. Perante o exposto, a presente dissertação foca a figura do Professor Cooperante, no sentido de perceber a forma como estes concebem o processo de supervisão e percecionam a sua prática supervisiva, bem como as características que estão inerentes ao exercício da função. No sentido de tentar responder a este propósito, esta dissertação está estruturada em três partes, sendo que a primeira parte se refere a uma revisão sistemática da literatura e as restantes dizem respeito a dois estudos de natureza empírica. Assim, o primeiro estudo teve como objetivo principal aferir a tipologia dos estudos centrados na figura doPprofessor Cooperante, assim como os papéis que lhe estão inerentes. Com o segundo estudo pretendeu-se analisar as razões e sentidos que levam um professor a querer ser orientador de estágio pedagógico. Teve, também, como propósito averiguar quais os benefícios dos professores, enquanto orientadores de estágio profissional e detetar as maiores dificuldades e facilidades vividas durante o processo. Importa salientar que os episódios. 4.

(17) Contributos para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante no contexto do Estágio Profissional em Educação Física mais marcantes, que decorreram do estágio profissional também foram tema explorado. O objetivo principal do terceiro estudo passou por detetar qual a perceção que os Professores Cooperantes têm sobre o seu estilo de supervisão, bem como perceber se os estilos se confirmam no modo como estes conduz os seminários da prática de ensino supervisionada com os Estudantes Estagiários. No final desta dissertação pretendeu-se discorrer, de uma forma generalizada, acerca das conclusões obtidas nos vários estudos, de forma a dar resposta ao seu propósito central.. 5.

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(19) ESTUDO 1 O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA.

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(21) Resumo O presente estudo consiste numa revisão sistemática da literatura relativa aos papéis e características do Professor Cooperante. A pesquisa foi efectuada em bases de dados electrónicas (EBSCO e Digital Dissertations & Theses), retrospectivamente até ao ano de 2000. As palavraschave utilizadas nas pesquisas foram: “Cooperating Teacher”, “Supervision”, “Physical Education”, “Preservice Teacher”, “Teacher Trainers” e “University Supervisor”. Foram incorporados 24 estudos, sendo que 22 são artigos peer review e 2 são dissertações académicas. Na análise da informação utilizou-se a análise de conteúdo, sendo que as categorias foram estabelecidas a priori: foco do estudo, ano de publicação, local de publicação, instrumentos, objetivos e principais conclusões. Os resultados evidenciaram que o estabelecimento de relações interpessoais, a colaboração, a comunicação e o aconselhamento constante foram algumas das características evidenciadas nos estudos, sendo que os papéis fundamentais atribuídos aos Professores Cooperantes foram o de mentor, confidente e moderador. As questões relacionadas com a formação específica necessária para exercer a função de Professor Cooperante foram também objeto de abordagem.. PALAVRAS-CHAVE:. PROFESSOR. COOPERANTE,. ORIENTADOR, ESTÁGIO PROFISSIONAL.. 9. SUPERVISÃO,.

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(23) Abstract This study was a systematic review of the literature concerning the roles and characteristics of the cooperating teacher. The research was conducted in electronic databases (EBSCO, and Digital Dissertations & Theses) retrospectively by the year 2000. In the present study, 24 studies were incorporated of which, 22 are peer review and 2 articles are academic dissertations. In the analysis information was used the content analysis and the categories were established primarily: study focus, year of publication, place of publication, tools, objectives and main conclusions. The results showed that the establishment of interpersonal relationships, collaboration, communication and ongoing counseling were some of the features highlighted in the studies, and the key roles assigned to the Cooperating Teachers were to be a mentor, a confidant and a moderator. Issues related to specific training needed to perform the function of cooperating teacher were also a subject-matter to approach.. KEYWORDS: COOPERATING TEACHER; SUPERVISION; SUPERVISOR; PRACTICUM.. 11.

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(25) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. 1. Introdução A importância, cada vez maior, do Professor Cooperante (PC) na monitorização do estágio pedagógico e no acompanhamento do estudante estagiário (EE) tem vindo a exponenciar o número de investigações acerca da primeira experiência em contexto real de ensino e dos seus intervenientes. Importa, por isso, afirmar sem o perigo de cair na redundância, que o estágio se assume como um momento chave no processo de formação de novos profissionais. Uma peça fundamental neste processo de formação é o PC, ao qual compete acercar-se das questões que moldam o processo supervisivo, estejam estas relacionadas com o planeamento didático, com a gestão do tempo ou com as relações interpessoais. Neste sentido, e parafraseando Alarcão (1996, p.93), o PC deve surgir como um treinador de um atleta, um “amigo”, que possibilite as melhores condições de sucesso, como alguém que ajude e monitorize, de forma a desenvolver aptidões e capacidades no EE. Mais recentemente, Albuquerque et al. (2005) consideraram o PC “um dos principais intervenientes no processo formativo, assumindo o acompanhamento da prática pedagógica, orientando-a e reflectindo-a, com a finalidade de proporcionar ao futuro professor uma prática docente de qualidade, num contexto real que permita desenvolver as competências e atitudes necessárias a um desempenho consciente, eficaz, responsável e competente” (p.15). No entanto, há que ter em conta que a orientação pedagógica é apenas uma das atividades do professor na sua atividade profissional, e com a diminuição do tempo disponível para a prática orientada e uma crescente exigência de profissionais cada vez mais eficientes e capazes, urge a necessidade de definir de forma mais precisa os seus papéis e características, aspeto ainda pouco consensual na literatura. Por conseguinte, é relevante examinar o modo como estas questões, relativas ao PC, estão a ser estudadas. Assim, a presente pesquisa é um estudo de revisão sistemática que tem como objectivo perscrutar a tipologia dos estudos centrados na figura do PC e nos papéis que lhe estão inerentes.. 13.

(26) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. 2. Metodologia Dado tratar-se de uma revisão sistemática da literatura, ou seja, um estudo descritivo, bibliográfico e documental, a operacionalização do estudo realizou-se de forma qualitativa. Os estudos foram recolhidos através de bases de dados electrónicas (EBSCO e Digital Dissertations & Theses). As palavraschave utilizadas nas pesquisas foram: “Cooperating Teacher”, “Supervision”, “Physical Education”, “Preservice Teacher”, “Teacher Trainers” e “University Supervisor”. Inicialmente, todos os estudos que apresentavam nos resumos uma das palavras-chave foram seleccionados para uma breve leitura. Contudo, das 130 produções científicas listadas, somente 24 atendiam aos critérios de inclusão: estudos empíricos sobre o perfil do PC, no que respeita aos seus papéis ou características, realizados internacionalmente e em Portugal, quer fossem dissertações académicas, quer fossem artigos peer review. Os critérios de exclusão foram os seguintes: artigos de revisão, artigos de opinião de especialistas e artigos de conferências. Os estudos científicos selecionados para esta revisão compreendem o período de 2000 a 2011. As 24 produções científicas (Quadro 1) selecionadas compreendem na sua totalidade estudos internacionais, designadamente 22 artigos de revistas peer review e 2 dissertações académicas. Na análise da informação utilizaram-se procedimentos de análise de conteúdo, sendo que as categorias estabelecidas a priori foram as seguintes: foco do estudo, ano de publicação, local de publicação, instrumentos, objetivos e principais conclusões.. 14.

(27) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. Quadro 1 - Sinopse dos estudos realizados, relativos à figura do PC Autor. Ano. Título. Publicação. Instrumento. Objectivos. Principais conclusões. Coeman, Margaret M. & Mitchell, Murray. 2000. “Assessing Observation Focus and Conference Targets of Cooperating Teachers”. Journal of Teaching in Physical Education, Nº 20, pp. 40-54. 1 – Entrevistas;. 1 – Desenvolver uma estratégia para avaliar duas facetas de responsabilidade de supervisão dos PC’s: a) o que os PC's preferem observar durante uma aula; b) o que os PC’s optam por chamar à atenção dos EE’s, após observar uma aula;. 1 – Foi confirmada a eficácia da estratégia utilizada como um meio viável para a identificação das capacidades de supervisão do PC, facilitando a identificação de semelhanças e diferenças discerníveis entre dois grupos de PC's com diferentes formações;. Artigo Peer Review. 2 – Registos escritos após observação de aulas gravadas.. 2 – Determinar as diferenças entre dois grupos de PC’s, com formações profissionais distintas (com formação específica e sem formação específica) e a utilidade da “estratégia discriminatória”. McCullick, Bryan A.. 2001. “Practitioners’ Perspectives on Values, Knowledge, and skills Needed by PETE Participants”. Journal of Teaching in Physical Education, Nº 21, pp. 35-56. 1 - Entrevista estruturada e semiestruturada.. 1 – Identificar as perspetivas acerca do ensino de valores, conhecimentos e habilidades, requeridas para o ensino da educação física.. 1 - Os professores acreditam que a eficácia de um orientador depende da sua credibilidade, do seu amor pelo exercício físico e da preocupação que demonstram na formação e desenvolvimento dos seus EE’s; 2 - Compromisso com a profissão, eficácia como professor, e características pessoais tais como a honestidade e adaptabilidade foram as características específicas que emergiram.. 2002. Development and evaluation of a screening instrument for cooperating teachers. The teacher educator, Vol. 38, Nº. 1. 1 – Questionário.. 1 - Avaliar o tipo de atitudes e comportamentos salientados pela supervisão sistemática, o impacto dos diversos factores na supervisão e as preferências quanto aos estilos de supervisão.. 1 – Os PC´s com formação específica para a atividade supervisiva, ou com competências académicas avançadas ao nível da pedagogia da educação física, estão mais familiarizados com os instrumentos e procedimentos usados na. Artigo Peer Review. Kahan, David Artigo Peer Review. 2 – Os PC’s com formação específica, realizam correções e recomendações de forma mais objetiva, consistente e fundamentada que os restantes.. 15.

(28) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. supervisão sistemática (modelo clínico) ; 2 – Os PC’s com funções ao nível do treino, por vezes, percebem a supervisão sistemática como impraticável, um dispêndio considerável de tempo e uma “ameaça” ao seu papel de líder e treinador. Landt, Susan Mary. 2002. Artigo Peer Review. Cooperating teachers and professional development. Educational Resources Information Center. U.S. 41p.. 1 – Entrevistas. 1 – Analisar o papel do PC e de que forma este afeta os professores veteranos, de que forma o desenvolvimento profissional é imperativo e as oportunidades de formação e desenvolvimento profissional mais tradicionais; 2 – Analisar a forma como os PC’s concebem a construção de crenças e do conhecimento, assim como a sua natureza cognitiva.. Weasmer, Jerie & Woods, Amelia Mays. 2003. Professional development through reflection”. Artigo Peer Review. Dawn, Patricia &. “Mentoring:. 2004. Perspectives of Teacher. The Teacher Educator, Vol. 39, Nº 1. Faculty of the Department of. 1 – Entrevista;. 1 - Examinar o foco de reflexão dos PC’s sobre a prática;. 2 – Inquérito Demográfico.. 2 – Identificar as mudanças nas perspetivas dos orientadores resultantes da monitorização do ensino.. 1– Questionário.. 1 - Determinar as perspetivas dos professores. 16. 1 – Todos os inquiridos acreditam que se tornaram melhores professores, por trabalharem diretamente com EE’s; 2 – Os PC’s sentem que se tornaram mais reflexivos acerca do ensino, por trabalharem com EE’s; 3 – A interação entre EE e PC contribuiu para a aquisição partilhada de conhecimentos; 4 – Ser PC promoveu uma maior interação e colaboração entre as instituições de ensino, escola e faculdade, e o professor. 1 – Os PC’s referiram que a orientação pedagógica de um EE estimulou a uma maior reflexão acerca da sua prática; 2 – Muitos PC’s confirmaram a aprendizagem de novos conteúdos e técnicas, através da interacção com os seus formandos. Inclusive, identificaram a aprendizagem recíproca como aspecto motivador para a orientação. 1 – A maior parte dos EE’s considerou que os seus PC’s demonstraram grande.

(29) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. Taylor, Miller Dissertação de Mestrado. Sinclair, Catherine; Dowson, Martin & ThistletonMartin, Judith. 2006. Education Graduates About Their Cooperating Teachers During Preservice Placements. Educational Leadership and Policy Analysis,. Motivations and profiles of cooperating teachers:. Teaching and Teacher Education pp. 263–279. Safety net or free fall: the impact of cooperating teacher. Teacher Development. Model Versus Mentor: Defining the Necessary Qualities of the. Teacher Education Quarterly. recém formados sobre os PC’s que acompanharam o seu estágio pedagógico.. colaboração, reflexão, proximidade, preocupação em adquirir novos conhecimentos e uma grande responsabilidade social.. 1 – Questionário.. 1 – Determinar os fatores que podem atrair, ou abandonar, os PC’s da função.. 1 – Os motivos que levam os PC’s a adotar a função de orientador giram em torno de um sólido conjunto de compromissos profissionais para com eles próprios (realização profissionais e pessoais), para os estudantes e para profissão. Destacam-se a experiência que os PC´s acumulam em trabalhar diretamente com os EE’s, a possibilidade de vê-los crescer, o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais e a possibilidade de remuneração. As más experiências com EE’s revelaram-se a principal razão para o abandono da função.. 1 – Entrevista.. 1 – Determinar os fatores que levam ao sucesso no Modelo de Desenvolvimento Profissional na Escola (Professional Development School - (PDS).. 1 – O acompanhamento prestado pelos PC’s foi o fator mais relevante na promoção do sucesso;. 1 – Pesquisar as qualidades necessárias para ser um bom PC.. 1 – As estratégias colaborativas apresentam melhores resultados que as estratégias ditatoriais;. East Tennessee State University. Who volunteers and why?. Artigo Peer Review. Duffield, Stacey. 2006. Artigo Peer Review. Glenn, Wendy J. Artigo Peer. 2006. Vol. 10, Nº 2, pp.167–178. 1 – Observação direta; 2 – Entrevista;. 17. 2 – Os PC’s que tiveram uma maior proximidade com os EE’s e desenvolveram um relacionamento baseado na confiança e na partilha, proporcionaram aos EE’s as melhores e mais bem sucedidas experiências..

(30) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. Review. Effective Cooperating Teacher. 3 – Outros materiais.. 2 – Os PC’s que estabelecem relações de maior proximidade propiciam um melhor desenvolvimento aos EE’s; 3 – Os PC’s mais eficientes mantêm um melhor doseamento quanto à independência que devem atribuir ao EE’s; estes não são nem muito relutantes em dar-lhes essa liberdade, nem muito permissivos ao dar-lhe demasiada responsabilidade e liberdade quando estes ainda não estão preparados; 4 – A emissão de feedback construtivos revelam-se mais apelativas ao desenvolvimento dos EE’s.. Anderson, Derek. 2007. Artigo Peer Review. Rajuan, Maureen; Beijaard, Douwe & Verloop, Nico Artigo Peer Review. The role of cooperating teachers' power. Education, Vol. 128 Nº2 pp. 307-323. 1 – Questionário.. in student teaching. 2007. The role of the cooperating teacher: bridging the gap between the expectations of cooperating teachers and student teachers. Mentoring & Tutoring Vol. 15, No. 3, pp. 223– 242. 1 – Discussões em grupos focus.. 1 – Explorar a influência dos diversos papéis desempenhados no contexto do estágio curricular;. 1 – A emissão de feedback construtivos aumenta os níveis de confiança dos EE’s;. 2 – Determinar se as mudanças ocorridas nas intenções, ações e crenças dos EE’s, assim como a fonte que desencadeia estas mudanças.. 2 – Uma personalidade mais contemplativa, e menos autoritária, é mais benéfica para o desenvolvimento do EE;3 – No sentido de potenciar o desenvolvimento dos EE’s, os PC’s deverão obter formação especializada para o exercício da função.. 1 – Determinar as similaridades e diferenças nas expetativas dos PC’s e EE’s, na fase inicial do estágio pedagógico, no contexto de um programa israelita para EE’s.. 1 – Os PC’s elegeram as competências ao nível do “saber” e do “saber-fazer” como técnicas fundamentais; 2 – Os EE’s elegeram as competências ao nível do “saber-fazer” como as mais importantes; 3 – A dupla responsabilidade dos PC’s,. 18.

(31) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. para com os EE’s e os alunos das turmas, resulta num conflito acerca da forma deve ser as relação com os formandos - liberdade e apoio incondicional ou orientação direcionada e reduzida proximidade (mentor). Busby, Joe R. & Mupinga, Davison M.. 2007. Artigo Peer Review. Requirements, Benefits, and Concerns of Technology. Journal of Technology Studies, Vol. 33, Nº2 pp. 79-86. 1 – Descrever os requisitos mínimos para ser PC;. 1 – Entrevista;. 2 – Pesquisa em base de dados.. Education Cooperating Teachers: An Exploratory. 2 – Identificar os benefícios por ser PC; 3 – Identificar os desafios dos PC’s.. Study among Nine Midwest Universities O'Brian, Mary; Stoner, Julia; AppeL Kelli & House, Jennifer J.. 2007. The First Field Experience: Perspectives of Preservice and Cooperating Teachers. Teacher Education and Special Education, Vol. 30, Nº 4, pp. 264-275. 1 – Entrevista;. 1 - Investigar as perspetivas de PC’s e dos EE’s, e o seu relacionamento durante o estágio pedagógico.. Artigo Peer Review. 2007. Cooperating Teaching as a Professional Development Activity. Journal of Personnel Evaluation in Education, pp. 211–226. 1 – Questionário.. 1 - A relação entre os pares, baseada na comunicação e na confiança, revelou-se primordial para o desenvolvimento dos EE’s;. 2 – Observação. 2 - Ambos indicaram a necessidade de haver papéis específicos, para que cada um se desenvolva, maximizando o crescimento.. Artigo Peer Review Spencer, Trina L.. 1 - Algumas responsabilidades citadas pelos PC’s incluíram preparar futuros professores para o mundo do trabalho, destacando: a importância da liderança e do confronto imediato; o permitir uma maior independência à medida que o semestre vai avançando; o fornecer feedback constantes; o supervisionar o EE no desenvolvimento do currículo, ajudando-o a desenvolver habilidades de gestão da sala de aula, habilidades na área específica; e assumir o papel de modelo para os EE’s.. 19. 1 – Saber se os PC’s percecionam a orientação de estágio pedagógico como uma actividade de desenvolvimento profissional.. 1 - Os inquiridos concordaram, de forma moderada, que ser PC proporciona a aquisição de novos conhecimentos ao nível do conteúdo, uma compreensão mais pormenorizada de uma disciplina académica, assim como a possibilidade de aprender diferentes abordagens ao nível do ensino..

(32) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. Graves, Shanna L.. 2007. Dissertação de Mestrado. Sağ, Ramazan. 2008. Artigo Peer Review. Portelance, Liliane & Gervais, Colette Artigo Peer Review. 2009. Influences on preservice teachers’ beliefs about family involvement and cultural diversity: an exploration of mentoring relationships. Pennsylvania State University. The expectations of student teachers about cooperating teachers, supervisors and practice schools.. Egitim ArastirmalariEurasian Journal of Educational Research, pp. 117-132. 1 – Discussões em grupo;. Analysis of the dynamics of the sharing knowledge between cooperating. US-China Education Review, ISSN 1548-6613, USA, Vol. 6, Nº 6 (Serial No.55). 1 – Questionário;. The Graduate School. 1 – Entrevista; 2 – Observação directa.. College of Education. 2 – Entrevista.. 2 – Entrevista; 3 – Gravações de seminários entre o PC e o EE.. teacher and teacher-in-. 20. 1 – Descrever a relação entre quatro EE’s e sete PC’s, durante os momentos de prática pedagógica, assim como as crenças, atitudes e os valores dos PC’s e dos EE’s acerca do processo de orientação de estágio e papéis que lhes estão atribuídos.. 1 – A formação específica é necessária para exercer a função de PC. Devia, inclusive, ser um requisito para a atividade;. 1 - Descrever as expetativas dos EE’s sobre os seus PC’s, supervisores, e as escolas em que realizam a pratica de ensino, que constituem os principais componentes do estágio curricular.. 1 - As expetativas dos EE’s acerca dos seus PC’s centram-se no companheirismo e orientação, espírito comunicativo. Esperam, ainda e que seja um modelo e um líder;. 1 – Perceber como funciona a partilha de conhecimentos e o “know-how” na parceria, PC e EE.. 1 - O PC assume um papel de conselheiro, de transmissor de informação e de professor;. 2 – Os PC’s precisam de conhecer, pormenorizadamente, quais os seus papéis, no sentido de melhor desempenharem a função e, consequentemente, assistir no desenvolvimento do EE’s.. 2 – As suas expetativas relativamente aos seus supervisores reportam-se à comunicação constante entre eles, e um acompanhamento do processo de estágio, em todos os momentos. Esperam ainda estabelecer um bom relacionamento e terem o apoio incondicional durante o supervisionamento da prática pedagógica.. 2 - O EE assume o papel de transmissor de informações, bem como a de prático reflexivo, entre outros..

(33) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. training: The partners’ respective roles Killian, Joyce E. & Wilkins, Elizabeth A.. 2009. Artigo Peer Review. Goodnough, Karen; Osmond, Pamela; Dibbon, David; Glassman, Marc & Stevens, Ken. 2009. Characteristics of Highly Effective Cooperating Teachers: A Study of their backgrounds and preparation.. Action in Teacher Education, Vol. 30 Nº 4 pp. 6783. 1 – Entrevista.. Exploring a triad model of student teaching: Preservice teacher and cooperating teacher perception. Teaching and Teacher Education pp. 285–296. 1 – Entrevista semiestruturada;. Artigo Peer Review. 1 – Documentar os benefícios e desafios dos PC’s e dos EE’s que participam num modelo de ensino em tríade (student teaching triad model), assim como descrever os modelos de supervisão que emergem durante a prática.. 2 – Diários de bordo;. 4 – Reuniões de planeamento.. 2010. “Perceptions of the Student Teaching Triad: An Inquiry into Relationships and. Asian Journal of Physical Education & Recreation, Vol.16, Nº 1. 1 – Os PC’s com A formação específica para serem orientador revelam valores mais elevados de eficiência; 2 – Quatro dos cinco PC’s mais eficientes do estudo, possuem um mestrado em liderança educacional, e todos frequentaram um curso de observação sistemática e emissão de feedback, assim como habilidades discursivas.. 3 – Visitas à escola;. Artigo Peer Review. Murphy, Kelle L.. 1 – Classificar treze PC’s ao nível da eficiência supervisiva.. 1 – Os PC’s e os EE’s relataram vários pontos fortes para este modelo de ensino em tríade: aprendizagem mútua, orientação especializada, feedback abrangente sobre o ensino e sobre as técnicas na sala de aula, assim como um inter-relacionamento adequado ao desenvolvimento da capacidade de todos os intervenientes; 2 – As limitações e preocupações identificadas por ambos os grupos incluíram a dependência, confusão com as questões de gestão da sala de aula, a perda da individualidade e a competição entre os EE’s.. 1 – Entrevista telefónica.. 1 - Analisar as perceções acerca das relações estabelecidas entre os membros da tríade do estágio pedagógico; 2 - Examinar as perceções de. 21. 1 - Nenhuma formação foi recebida por parte dos PC e supervisores da faculdade, sendo que estes se basearam apenas na sua experiência, para exercerem a atividade;.

(34) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. Supervision”. Lu, Hsiu-Lien. 2010. Artigo Peer Review. Building a Rationale for Cooperating Teacher Training: A Phenomenological Study. PC’s e supervisores da faculdade acerca da supervisão de estagiários .. National Teacher Education Journal Vol. 3, Nº 2 20p.. 1 – Questionário; 2 – Entrevista semiestruturada.. 2- O estabelecimento de relações pessoais, próximas entre o PC e o EE, afecta positivamente o desenvolvimento dos EE’s.. 1 – Saber como estão preparados os PC’s para o exercício da sua função;. 1 – A maioria dos PC’s desempenha a função com base na sua experiência como professor;. 2 – Conhecer os problemas e as preocupações do trabalho dos PC’s.. 2 – A única formação que tiveram baseou-se numa acção de formação no início do semestre; 3 – Os PC’s devem adquirir competências ao nível da monitorização; 4 - Os PC’s devem ter uma plataforma de comunicação e um espaço para resolução de problemas.. Belton, Sarahjane; Woods, Catherine; Dunning, Carol & Meegan, Sarah. 2010. The Evaluation of a Cooperating Physical Education Teachers Programme (COPET). European Physical Education Review, Vol16 Nº2 pp.141-154. 1 – Entrevistas de grupo.. 1 – Investigar o impacto de um programa de educação de PC’s (Cooperating Physical Education Teachers - COPET) de educação física, na perspetiva da orientação de estágio.. 1 – Os PC’s viram no programa COPET uma ferramenta muito útil na definição do seu papel na prática docente.. 2011. Cooperating teachers’ awareness about their role during the teaching. Journal of New World Sciences Academy, Vol. 6, Nº 1. 1 – Questionário.. 1 – Investigar a perceção dos PC’s sobre os seus papéis na prática pedagógica realizada no quarto ano do curso de educação na Turquia;. 1 – Os PC’s têm uma conceção muito limitada acerca das suas funções no estágio pedagógico;. Artigo Peer Review Gürsoy, Esim & Damar, Ebru A. Artigo Peer Review. 22. 2 – Existe uma grande discrepância entre o que os PC’s idealizam como sendo a.

(35) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. practice course: the Turkish context. Koç, Ebru Melek Artigo Peer Review. 2011. Development of mentor teacher role inventory. 2 – Investigar a ideia dos PC sobre o seu envolvimento no processo de estágio e a sua cooperação com o EE. European Journal of Teacher Education. 1 – Questionário.. Vol. 34, Nº 2, pp. 193–208. 23. 1 – Desenvolver e investigar a validade e confiabilidade do Inventário das Funções do PC (IFPC).. sua contribuição para o processo e a sua real contribuição, assim como existe uma grande disparidade entre o que eles acham ser a cooperação ideal para com os EE’s e a que eles prestam. 1 –A análise do IFPC (Inventário das Funções do Professor Cooperante) revelou que as funções mais importantes do PC, por ordem decrescente de importância, são: a) orientação na componente prática de ensino (gestão da turma, estabelecer laços com os alunos, estratégias e técnicas de ensino; etc.); b) orientação no estabelecimento de relações com a comunidade educativa; c) fornecimento de apoio moral; d) providenciar feedback construtivos acerca das aulas dos EE’s; e e) fornecer suporte bibliográfico essencial; f) avaliação constante; g) procurar manterse actualizado, relativamente à função que executa; h) fornecer uma análise completa das observações registadas; e i) providenciar os feedback por escrito..

(36) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. Na apresentação da pesquisa, resultante dos artigos e dissertações, optou-se por se iniciar pela indicação dos anos de publicação dos estudos e os períodos de maior e menor desenvolvimento da temática, desde o início do século. De seguida, apresentaram-se os locais onde foram realizados os estudos, assim como os instrumentos mais utilizados pelos mesmos. Por fim, analisou-se os principais objectivos e conclusões que os estudos apontavam. A maior parte dos estudos (18) foram realizados nos últimos 5 anos, o que revela uma crescente relevância das questões relacionadas com a supervisão pedagógica, principalmente na segunda parte da última década. Relativamente aos dois últimos anos, 2010 e 2011, verificaram-se 8 estudos acerca da temática, reforçando a ideia referida. Como se pode verificar no Quadro 1, todos os estudos pesquisados são oriundos de diversos países, não se identificando nenhum realizado em Portugal. No que concerne aos instrumentos de recolha de dados, verificou-se que o mais utilizado foi a entrevista, com mais de metade dos estudos (16) a recorrer a esse recurso, sendo que o questionário também foi muito utilizado (9).. Em. menor. quantidade. foram. utilizados. outros. instrumentos,. nomeadamente a gravação de reuniões, a observação directa, os diários de bordo e as discussões em grupos focus. No que diz respeito ao foco de estudo, verificou-se que enquanto alguns estudos se reportaram, direta ou indiretamente, às funções e papéis do PC, outros enunciaram inúmeras considerações acerca das características, capacidades, estilos e modelos do processo supervisivo. Para facilitar a compreensão. dos. estudos. apresentados,. consideraram-se. apenas. os. resultados e conclusões que se referem ao tema desta revisão sistemática da literatura. Importa ainda referir que, ao longo dos estudos foram identificadas várias perspetivas de PC’s, de EE’s e também de supervisores. Como se pode constatar pela leitura do quadro, os papéis e as características do PC têm sido objeto de estudo ao longo do tempo. No entanto, é notória uma preocupação crescente com a formação específica do. 24.

(37) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. PC. Até 2006, denota-se o interesse de apenas duas publicações sobre o assunto, mas a partir dessa data identificaram-se mais 6 estudos, o que indicia que as questões relacionadas com a aquisição de competências específicas para o exercício da função, tem vindo a ganhar relevância. Coeman e Mitchell (2000), autores do primeiro estudo apresentado, elaboraram uma estratégia para avaliar as capacidades do PC, enquanto orientador do processo supervisivo. Esta estratégia facilitou a identificação de semelhanças e diferenças entre vários PC’s, possibilitando, por exemplo, discriminar dois grupos de PC’s com diferentes formações. Neste estudo, verificou-se que os PC’s com formação específica realizaram correções e recomendações de forma mais objetiva e fundamentada que os restantes, que não possuíam qualquer tipo de formação para a atividade. Outros autores, como Kahan (2002), Anderson (2007), Graves (2007), Killian e Wilkins (2009), Murphy (2010) e Lu (2010) partilham este ideal de “formação especializada na orientação pedagógica”, acrescentando ainda que seria benéfico para os PC’s uma formação ao nível da sua familiarização com os conteúdos, instrumentos e procedimentos mais utilizados na supervisão. De facto, como referem Killian e Wilkins (2009), a associação mais profunda para níveis altos de eficiência como PC, tem a ver com uma formação específica para ser orientador. Essa ideia fica bem patente nos resultados do estudo que ambos realizaram, em que os PC’s com uma formação especializada em liderança educacional apresentaram melhores índices de eficiência. Também Lu (2010) partilha desta ideia, afirmando mesmo que os PC’s deverão desenvolver um conhecimento acerca da monitorização, acrescentando ainda a necessidade da existência de uma plataforma para poder comunicar e um espaço para resolução de problemas. Graves (2007) vai mais longe, ao referir que a formação específica deveria ser um requisito da atividade, de forma a melhor potenciar as capacidades dos EE’s e dos PC’s. No estudo de Glenn (2006) pesquisou-se as qualidades fundamentais que devem modelar os PC’s, e o autor constatou que o fornecimento de um feedback construtivo, a partilha de conhecimentos e ideias, a permissividade e. 25.

(38) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. a capacidade de criar um ambiente de trabalho positivo, são os aspetos fundamentais evidenciados. Afirma, ainda, que os PC’s não devem ficar relutantes em dar liberdade de iniciativa aos EE’s mas que o excesso de permissividade não é de todo aconselhável, uma vez que os futuros professores ainda não estão preparados para assumir essa responsabilidade. O estudo de Busby e Mupinga (2007) apresentou os mesmo resultados que o autor anterior, acrescentando apenas que o PC deve assumir o papel de modelo para o EE. Já O’Brian, Stoner, Appel e House (2007) salientam que os papéis de ambos os intervenientes – PC’s e EE’s - devem estar pormenorizadamente especificados, para que cada um se desenvolva, maximizando o seu crescimento. Sag (2008) destacou ainda o papel fundamental de moderador que um PC deve desempenhar, pela sua importância para a estabilidade emocional do EE, permitindo-lhe desenvolver naturalmente as suas capacidades. Na mesma linha de pensamento, Duffield (2006), Portelance e Gervais (2009) afirmam que os PC’s mais hospitaleiros, que permitirem um relacionamento na base da confiança e partilha, proporcionam aos EE’s as melhores e mais bem sucedidas experiências, reforçando a ideia de um profissional moderador e apaziguador. Mais recentemente, Koç (2011) realizou um estudo para desenvolver e investigar a validade e confiabilidade de um Inventário das Funções do PC (IFPC). Este autor chegou a resultados similares aos evidenciados na literatura, aumentando o grau de confiança e fiabilidade do questionário. A orientação na componente prática de ensino, a orientação no estabelecimento de relações com a comunidade educativa, o fornecimento de apoio moral e a emissão construtiva de feedback são algumas das funções evidenciadas por este estudo. Outros autores abordam as questões envoltas ao perfil do PC, sob o ponto de vista da sua das suas motivações, conceções e perspetivas. Weasmer e Woods (2003) reflectem acerca da importância do estágio pedagógico e na consciencialização de benefícios de parte a parte, do EE e do PC. Os professores investigados neste estudo, após iniciarem a função de. 26.

(39) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. orientação, revelaram um ponto de vista muito mais reflexivo, na abordagem à prática pedagógica. Os inquiridos do estudo de Spencer (2007) revelaram que o EP pode tornar-se numa janela de oportunidade, na medida em que este proporciona a aquisição de novos conhecimentos ao nível do conteúdo, uma compreensão mais pormenorizada de uma disciplina académica, assim como a possibilidade de aprender diferentes abordagens ao nível do ensino. Isto remete para um ideal de formação contínua, característica fundamental no perfil de competências de um PC eficiente e eficaz. Os PC’s parecem, ainda, ter uma conceção muito generalista relativamente às suas funções e papéis. Esta ideia consubstancia-se nos estudos de Gursoy e Damar (2011), que constatam que os PC’s têm uma conceção muito limitada sobre as suas funções no EP. Segundo os autores, existe uma grande discordância entre o modo como os PC’s idealizam a sua contribuição para o processo, com a que eles contribuem na realidade, assim como existe uma disparidade entre o que eles pensam ser a cooperação ideal para com os EE’s e a que efetivamente parecem prestar.. 3. Conclusões Os dados indicam que a supervisão pedagógica tem vindo a ser alvo de inúmeros estudos, particularmente nos últimos cinco anos, dado que grande parte dos estudos retratados é datada a partir do ano de 2006. Dos instrumentos utilizados destaca-se a entrevista, pese embora o questionário, também. tenha. sido. um. instrumento. bastante. utilizado. nas. últimas. investigações. As evidências encontradas indiciam que a generalidade dos estudos se reportou aos papéis e características do PC. Note-se, no entanto, que apesar de haver consistência ao nível dos resultados, com muitos autores a referir o estabelecimento de relações de partilha, de colaboração, de interação e acompanhamento constante, e atribuírem ao PC o papel de mentor, moderador e confidente, outras problemáticas parecem levantar-se.. 27.

(40) ESTUDO 1 – O PERFIL DO PROFESSOR COOPERANTE NO CONTEXTO DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA. A formação especializada revelou-se uma questão de relevo para a ação dos PC’s, ao longo desta década, na medida em que estes profissionais, mais capacitados, apresentaram melhores resultados ao nível da orientação. Um dos autores, Graves (2007), considerou que esta especialização deveria fazer parte do reportório de competências profissionais dos PC’s, de forma a elevar a qualidade da formação dos EE’s. Revela-se pertinente, portanto, aprofundar esta questão, uma vez que todo o processo supervisivo está sustentado num ideal de formação contínua. É, sem dúvida alguma, importante haver continuidade no estudo desta área, uma vez que algumas questões também se têm levantado em torno das funções do PC. Na realidade, saliente-se o estudo de Gursoy e Damar (2011), no qual se constatou que os PC’s revelaram dificuldade em definir concretamente as suas funções no contexto de estágio, assim como apresentaram alguma incerteza sobre os benefícios do seu trabalho enquanto PC. Koç (2011) vem, em parte, responder a este apelo ao desenvolver um inventário que carateriza, de forma discriminada, as funções do PC. Em síntese, é visível que apesar de todo o investimento da pesquisa na área da supervisão, a caracterização do perfil do PC ainda carece de uma delimitação superior da sua configuração. Por conseguinte, é importante que se continue, cada vez mais, a desenvolver estudos que procurem especificar de forma concreta os seus papéis, funções e características, de modo a que esta atividade, que é de extrema importância no processo formativo do futuro profissional da docência, se reconfigure e reestruture.. 28.

(41) ESTUDO 2 CONTRIBUTO PARA A COMPREENSÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR COOPERANTE: ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE RAZÕES E SENTIDOS.

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(43) Resumo O Professor Cooperante tem vindo a assumir um papel cada vez mais preponderante na formação inicial de futuros profissionais para a docência. Acresce que, aliado ao desenvolvimento profissional e pessoal dos novos docentes, a atividade supervisiva acarreta um conjunto de condicionantes e mais-valias para o Professor Cooperante. Partindo deste entendimento, este estudo teve como principal propósito analisar as razões e sentidos que levam um professor a querer ser orientador de estágio. Complementarmente visou ainda detetar quais os benefícios dos professores, enquanto orientadores de estágio pedagógico, assim como descortinar as suas maiores dificuldades e facilidades, durante o processo. Os episódios mais marcantes no estágio pedagógico também foram alvo de estudo. Foram inquiridos quinze Professores Cooperantes, sete do sexo feminino e oito do sexo masculino, que integravam a lista de orientadores da Faculdade de Desporto. da. Universidade. do. Porto,. por. recurso. a. uma. entrevista. semiestruturada constituída por onze questões abertas e cuja validação de conteúdo foi efetuada por professores doutorados em Ciências do Desporto. A entrevista incorpora como principais blocos temáticos o processo de orientação de estágio, as razões para ser orientador de estágio e os contributos do estágio. Na análise dos dados recorreu-se à análise de conteúdo com o auxílio do programa QSR NVivo9. Os resultados indicam que a procura por uma maior especialização no ensino é a principal razão e motivo para o início e manutenção na atividade supervisiva. A maior dificuldade sentida pelos Professores Cooperantes remete para as questões relativas à comunicação e relação com os estudantes estagiários. Paralelamente, também emergem como sendo o maior benefício do processo de orientação do estágio.. PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO. PROFESSOR. PROFISSIONAL;. COOPERANTE;. DESENVOLVIMENTO. 31. SUPERVISÃO; PROFISSIONAL..

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(45) Abstract The cooperating teacher has assumed an increasingly prominent role in training future professionals for teaching. Moreover, coupled with professional and personal development of preservice teachers, the supervision activity involves a set of constraints and benefits for the cooperating teacher. From this understanding, this study had as main purpose to analyze the reasons and meanings that lead a teacher aspire to be a supervisor of teaching practice. In addition, it also aimed to detect which benefits the teachers gain, as cooperating teachers, as well as unveil their greatest difficulties and facilities during the process. The most remarkable episodes in teaching practice were also questioned. Fifteen cooperating teachers were inquired, being seven females and eight males, included in this list of cooperating teachers at the Faculty of Sports, of the Porto University, using a semi-structured interview consisting of eleven open-ended questions whose content validation was performed by PhD in Sports Science. The interview incorporates as the main thematic, the teaching practice process, the reasons for being cooperating teacher and the contributions of the teaching practice. Towards the data analysis, the content analysis was employed with the aid of the QSR NVivo9.. The results indicate that the demand for greater. specialization in teaching has to be the main cause and reason, for the initiation and maintenance of the supervising activity. The greatest difficulty detected for cooperating teachers refers to issues related to communication and relationship with the preservice teachers. In parallel, the handlings of those issues also emerge as the main benefit of the teaching practice process.. KEYWORDS:. COOPERATING. TEACHER;. PRACTICE, PROFESSIONAL DEVELOPMENT.. 33. SUPERVISION,. TEACHING.

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(47) Estudo 2 - Contributo para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante: um estudo exploratório sobre Razões e Sentidos. 4. Introdução O processo de supervisão pedagógica é entendido como um elemento preponderante na formação e desenvolvimento profissional de professores (Alarcão, 2000). Este incide, fundamentalmente, sobre a formação profissional e pessoal dos futuros profissionais, mas também no nível da qualidade de ensino-aprendizagem. Desta forma, é de extrema importância o estudo e aprofundamento desta matéria, não só no que respeita à vertente didática e pedagógica, mas também relativamente aos intervenientes do processo. Por conseguinte, e não descurando a importância do estudante estagiário (EE) nesta fase formativa, parece inequívoco que o Professor Cooperante (PC) se assume como uma peça fundamental e dinamizadora de todo o processo formativo que ocorre na prática real de ensino, sob a égide da função de supervisão que assume. A par do orientador local (atualmente designado de Professor Cooperante), que se encontra no contexto escolar, o supervisor da instituição de ensino superior (presentemente denominado de orientador da faculdade) também assume a responsabilidade pela formação de futuros professores. No entanto, é o PC, como responsável pela orientação e preparação dos professores principiantes no contexto escolar, que assume os papéis e funções mais relevantes ao nível da prática de ensino supervisionada. Importa, por isso, aferir e refletir acerca das questões que envolvem o exercício do cargo de PC, sejam elas de cariz pessoal, profissional ou formativo. O estudo da supervisão pedagógica, segundo Cochran-Smith e Fries (2005), despoletou em quantidade e qualidade em meados do séc. XX, em parte devido ao desenvolvimento de tecnologias que permitiram observações mais exatas da atuação do professor em contexto real de ensino. As gravações vídeo e/ou áudio permitiram rever, de forma mais precisa e pormenorizada, todas as questões referentes à prática pedagógica, razão que levou os vários intervenientes do processo a uma reflexão mais aprofundada e consistente acerca do ensino e da prática supervisionada.. 35.

(48) Estudo 2 - Contributo para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante: um estudo exploratório sobre Razões e Sentidos. Smith e Ingersoll (2004, cit, por Johnson e Kardos, 2005, p.458), constataram que os estudos realizados nesta área se encontravam, claramente, em crescendo e que começavam a visar, essencialmente, as questões didáticas e a forma como a supervisão se desenrolava no contexto prático. Estas questões referiam-se a todos os procedimentos pedagógicodidáticos que o professor tinha de cumprir até à prática pedagógica, nomeadamente, tipos de planeamento, formas de abordar uma modalidade, conceitos mais atuais sobre determinados aspetos, ou até questões referentes ao relacionamento entre o professor e o aluno. A par destas constatações, começou também a perceber-se que uma relação de extrema importância para o processo de supervisão não tinha sido, ainda, alvo de grande investimento de pesquisa: a relação entre os elementos da tríade, o PC, o EE e o supervisor da instituição de ensino superior. Alarcão (2000), uma investigadora reconhecida na área da Supervisão, refere mesmo que “a supervisão em Portugal tem sido pensada, sobretudo, por referência ao professor (em formação inicial) e à sua interação pedagógica em sala de aula”, e ainda que “a atual conjuntura implica que se lhe atribua também a dimensão coletiva e se pense a supervisão e a melhoria da qualidade que lhe está inerente por referência não só à sala de aula, mas a toda a escola, não só aos professores isoladamente, mas aos professores na dinâmica das suas interações entre si com os outros” (p.18). Assim, atualmente a investigação tem-se direcionado para que assuntos relacionados com as motivações do PC, e o relacionamento deste com o EE e o supervisor, se desmistifiquem. Clift e Brady (2005) referem mesmo que “a investigação recente sobre a supervisão não está mais relacionada com questões sobre quem domina as reuniões entre os EE’s, Supervisores e PC’s, ou como o feedback deve ser emitido, mas reportam-se a algumas ideias identificadas por McIntyre et al. (1996), como a falta de comunicação entre Supervisores e PC’s, e o limite de influência do Supervisor” (p. 252). Também M.R. Gonçalves (1998, cit. por J. A. Gonçalves, 2009) chama a atenção para algumas das situações acima referidas, ao dar relevo ao contexto em que o processo se desenvolve, isto é, a situacionalidade do processo. Como o próprio. 36.

(49) Estudo 2 - Contributo para a compreensão da Identidade Profissional do Professor Cooperante: um estudo exploratório sobre Razões e Sentidos. autor afirma “sem menosprezo pelas suas dimensões científicas e pedagógicodidáticas, a supervisão deve configurar-se como um processo humanista e desenvolvimentista, de natureza essencialmente relacional, cuja essência se traduz no estabelecimento de relações facilitadoras de desenvolvimento dos futuros. educadores/professores,. baseadas. em. atitudes. de. ajuda,. disponibilidade, autenticidade, encorajamento e empatia dos supervisores, as quais se constituem, afinal, como factores de promoção de crescimento e de aprendizagem dos formandos” (p.29). Nota-se, portanto, uma maior preocupação com as questões que envolvem o relacionamento do PC com os restantes intervenientes da tríade, o EE e o supervisor. Contudo, a relação que o PC e o EE estabelecem entre si parece fundamental, uma vez que são os dois elementos com mais preponderância na planificação e ação e, também, pelo facto de partilharam e conviverem, no dia a dia, no contexto escolar. Neste sentido, parece claro que se estabeleça uma sólida relação entre ambos, de forma a atingirem os seus objetivos comuns e pessoais. Na realidade, tal como destacam Smith e Ingersoll (2004, cit, por Johnson e Kardos, 2005), “os programas de orientação têm mais probabilidade de sucesso se os EE’s estiverem em sintonia com os seus PC’s” (p.459). Este aumento significativo de estudos em torno da supervisão pedagógica e dos seus principais elementos, coloca algumas questões de grande relevância no que concerne à função do PC, designadamente no que se reporta às motivações, aos desafios, aos momentos chave e inclusive à sua identidade profissional, que se apresentam como aspectos particularmente relevantes na procura de um maior entendimento acerca da função destes profissionais. Desta forma, é importante começar por clarificar os elementos adjacentes à identidade profissional do PC, para depois se proceder às questões que podem contribuir para alterar as suas conceções e a própria identidade.. 37.

Referências

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