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DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E PESQUISA MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO E DESENVOLVIMENTO

DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

EVELYSE DE NOBREGA

CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SEGMENTO GRÁFICO: ESTUDO DE

CASO

São Paulo

Março/2019

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EVELYSE DE NOBREGA

CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SEGMENTO GRÁFICO: ESTUDO DE

CASO

Dissertação apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, no Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional, sob a orientação do Prof. Dr. Roberto Kanaane

São Paulo

Março/2019

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FICHA ELABORADA PELA BIBLIOTECA NELSON ALVES VIANA FATEC-SP / CPS – CRB8-8281

Nobrega, Evelyse de

N754c Contribuições do serviço nacional de aprendizagem industrial para a formação profissional do segmento gráfico: estudo de caso / Evelyse de Nobrega. – São Paulo: CPS, 2019.

112 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Roberto Kanaane

Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e

Desenvolvimento da Educação Profissional) - Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, 2019.

1. Educação profissional. 2. Cursos técnicos gráficos. 3. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI. 4. Indústria gráfica. I.

Kanaane, Roberto. II. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. III. Título.

(4)

EVELYSE DE NOBREGA

CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SEGMENTO GRÁFICO: ESTUDO DE

CASO

Prof. Dr. Roberto Kanaane

Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

Profa. Dra. Amália Neide Covic Universidade Federal de São Paulo

Profa. Dra. Celi Langhi

Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

São Paulo, 19 de março de 2019

(5)

Dedico este trabalho à minha família,

especialmente à minha filha, alegria da minha

vida.

(6)

AGRADECIMENTOS

Inicio meus agradecimentos por DEUS, por me guiar, iluminar e me dar tranquilidade para seguir em frente com os meus objetivos e não desanimar.

Agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Roberto Kanaane, por toda dedicação, paciência e sentido prático com que sempre me orientou neste trabalho. Muito obrigada pelo apoio, por ter-me corrigido quando necessário e por sempre me motivar.

Desejo igualmente agradecer a todos os meus professores e colegas do Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional, cujo apoio e amizade estiveram presentes em todos os momentos.

Agradeço aos colaboradores do Centro de Tecnologia Gráfica do SENAI, em especial ao Diretor Elcio de Sousa, por estarem sempre dispostos a ajudar de maneira totalmente isenta de qualquer interesse.

Quero agradecer ao meu irmão-amigo Roberson e aos meus amigos-irmãos Anderson, Andrea, Maria José, Merino, Natacha e Vicente, porque sem vocês esta tarefa teria sido demasiadamente difícil de ser cumprida.

Por último, quero agradecer à minha família e amigos pelo apoio incondicional que me

deram, especialmente, ao meu marido e a minha filha que aceitaram minhas ausências em

muitos momentos.

(7)

RESUMO

NOBREGA, E. Contribuições do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial para a formação profissional do segmento gráfico: estudo de caso. f.110. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional). Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2019.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de São Paulo, por meio do seu Centro Tecnológico Gráfico desenvolve a educação profissional e tecnológica para a indústria gráfica, visando atender às demandas de mão de obra para o setor que está cada dia mais competitivo e com a necessidade de utilização de diversas tecnologias aos processos produtivos. Os cursos técnicos são concebidos por um comitê técnico com a representação de empresas, comunidade, sindicatos, professores e especialistas e desenvolvidos pela escola nas áreas de impressão offset, impressão rotográfica, impressão flexográfica e pré-impressão. O presente trabalho teve por objetivo identificar estratégias e táticas adotadas pelo SENAI, voltadas à capacitação e gestão de cursos técnicos do segmento gráfico, caracterizando as ações adotadas pela gestão dos cursos, analisando a visão dos alunos quanto à aplicabilidade dos cursos no mercado de trabalho e verificação da visão dos empresários quanto à formação dos egressos desses cursos. Foi usada uma metodologia descritiva, exploratória e estudo de caso.

Os resultados obtidos permitiram identificar que o Centro Tecnológico Gráfico do SENAI-SP tem contribuído para a formação profissional técnica gráfica, habilitando pessoas para ingresso no trabalho e ampliando suas competências para o desenvolvimento de suas atividades profissionais.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Profissional. Cursos Técnicos Gráficos. Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial SENAI. Indústria Gráfica.

(8)

ABSTRACT

NOBREGA, E. Contribuições do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial para a formação profissional do segmento gráfico: estudo de caso. f.110. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional). Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2019.

The National Service for Industrial Apprenticeship – Regional Department of Sao Paulo through its Printing Technological Center develops professional and technological education for the printing Industry, aiming to meet the demands of labor force for the sector which is increasingly competitive and with the needs of applying different technologies to the productive processes. The technical courses are designed by a technical sectorial committee comprised by companies’ representatives, community, labor unions, teachers and experts. These courses are performed by the school in the areas of offset printing, rotary printing press, flexographic printing and prepress. The goal of this study is to identify strategies and tactics adopted by SENAI regarding to training and management of the technical courses in the Print Media Technology, highlighting the actions adopted by the Institution in terms of management of the courses, analyzing the student’s point of view regarding to the applicability of the courses in the labor market and the perception of the entrepreneurs regarding to the competences acquired by the graduates of these courses. A descriptive, exploratory and case study methodologies were applied in this study. The results obtained allowed us to identify that the Printing Technological Center of SENAI-SP has contributed to the vocational training in printing technology, enabling people to join in the labor market as well as expanding their skills for performing their professional activities.

Keywords: Professional Education. Printing Technical Courses . National Service for Industrial

Apprenticeship SENAI. Printing Industry

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Idade ... 50

Figura 2 - Escolaridade ... 50

Figura 3 - Situação profissional antes de entrar no Curso Técnico ... 51

Figura 4 - Atual situação profissional... 52

Figura 5 - Conteúdos desenvolvidos atendem as necessidades das empresas da área gráfica . 53 Figura 6 - Os professores e instrutores reúnem conhecimentos para o desenvolvimento do Curso ... 53

Figura 7 - A infraestrutura disponibilizada pela Escola SENAI Theobaldo De Nigris possibilita o desenvolvimento da aprendizagem (salas de aulas e oficina) ... 54

Figura 8 - Os projetos desenvolvidos em sala de aula e oficina permitem a ampliação do conhecimento com enfoque prático ... 55

Figura 9 - As empresas da área gráfica identificam que os alunos da Escola SENAI Theobaldo De Nigris são melhores preparados, quando comparados com outras Escolas ... 55

Figura 10 - Cursar o Técnico ampliou seus conhecimentos na área gráfica ... 56

Figura 11 - Cursar o Técnico ampliou os conhecimentos além da área gráfica ... 57

Figura 12 - Conhecer todos os processos gráficos ampliaram suas possibilidades de trabalho ... 58

Figura 13 - Para melhorar o seu desempenho profissional, o que você pretende fazer após a conclusão do curso ... 59

Figura 14 - O curso técnico tem preparado o aluno para trabalhar de forma autônoma e responsável ... 60

Figura 15 - O aluno é preparado para o desenvolvimento das atividades profissionais com flexibilidade e multifuncionalidade ... 61

Figura 16 - A Escola SENAI atendeu às suas expectativas, quanto à profissionalização ... 61

Figura 17 - Nível de satisfação com a Escola SENAI “Theobaldo De Nigris” (0: Muito insatisfeito; 5: Muito satisfeito) ... 62

Figura 18 - O curso técnico da Escola SENAI Theobaldo De Nigris possibilitará maior empregabilidade (capacidade de empregar-se)... 63

Figura 19 - O curso técnico está proporcionando oportunidades de trabalho na área ... 64

Figura 20 - O curso técnico está proporcionando conhecimentos necessários para empreender ... 64

Figura 21 - Outras considerações dos pesquisados ... 65

Figura 22 - Trabalhou em empresas da área gráfica antes de trabalhar na escola ... 67

Figura 23 - Anos de experiência profissional no setor gráfico ... 68

Figura 24 - Anos de experiência profissional como docente/coordenador/gestor no setor gráfico ... 68

Figura 25 - Plano de ensino elaborado pelo docente, sob orientação da coordenação pedagógica ou técnica ... 69

Figura 26 - Os planos de ensino constantemente revistos e atualizados ... 70

Figura 27 - As reuniões pedagógicas e reuniões de acompanhamento do processo de ensino e de aprendizagem trazem subsídios para a melhora do seu desempenho como docente ... 70

Figura 28 - A avaliação da aprendizagem, permite desenvolver ações de orientação ao educando, visando à melhoria de seu desempenho ... 71

Figura 29 - Participação da elaboração da Proposta Pedagógica ... 72

(10)

Figura 30 - Planos de curso técnico adequados às necessidades das empresas ... 72

Figura 31 - Preparado para propor situações-problema aos alunos ... 73

Figura 32 - Aulas preparadas e conduzidas visam a formação integral do aluno de modo a propiciar a formação de um profissional responsável, crítico, ético e com iniciativa ... 74

Figura 33 - Alunos do curso técnico saem preparados para atender as demandas das indústrias ... 74

Figura 34 - Estrutura física e tecnológica disponibilizada para o desenvolvimento da aprendizagem é adequada ... 75

Figura 35 - Ao final do curso técnico, o aluno apresenta maior autonomia para o desenvolvimento das atividades profissionais ... 76

Figura 36 - Intercâmbio de informações entre a escola/docente e a indústria, para identificação e adequação das demandas de mão-de-obra das indústrias ... 77

Figura 37 - Alunos empregados relatam se a indústria empregadora está satisfeita com a formação oferecida pelo SENAI... 78

Figura 38 - Conteúdos desenvolvidos pelos alunos em sala de aula têm sido absorvidos com facilidade e segurança ... 78

Figura 39 - Alunos demonstram zelo pelos equipamentos e organização dos ambientes ... 79

Figura 40 - Alunos demonstram iniciativas de desenvolver projetos integrados às outras áreas do setor gráfico ... 80

Figura 41 - Alunos demonstram comprometimento no cumprimento dos prazos das tarefas . 81 Figura 42 - Os alunos sentem-se inspirados pelo meu trabalho como professor ... 81

Figura 43 - Alguns alunos demonstram perfil para seguir como docentes ... 82

Figura 44 - Apoio da gestão escolar para o desenvolvimento das atividades ... 83

Figura 45 - Gestão aceita contribuições adicionais dos docentes quanto ao processo de formação profissional ... 83

Figura 46 - Acompanhamento da ação docente auxilia o aperfeiçoamento do trabalho docente ... 84

Figura 47 - Oficina de pré-impressão ... 109

Figura 48 - Oficina de impressão flexográfica ... 109

Figura 49 - Oficina de impressão offset ... 109

Figura 50 - Oficina de gravação de cilíndro rotográfico ... 109

(11)

LISTA DE SIGLAS

ABIGRAF ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA GRÁFICA

APM ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES

CNI CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS

CST CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA

CT CURSO TÉCNICO

DITEC DIRETORIA TÉCNICA

DN DEPARTAMENTO NACIONAL

DR DEPARTAMENTO REGIONAL

EPT EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

FIESP FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

LDB LEI DE DIRETRIZES E BASES

MEC MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PIB PRODUTO INTERNO BRUTO

PROVEI PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

SAEB SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SAEP SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

SAPES SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE EGRESSOS DO SENAI-SP

SARESP SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE RENDIMENTO ESCOLAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

SENAI SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

SP SÃO PAULO

UNESCO ORGANIZAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA DAS

NAÇÕES UNIDAS

(12)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 12

1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15

1.1. Ensino Técnico ... 15

1.2. O SENAI ... 19

1.2.1. Origem ... 19

1.2.2 População alvo dos cursos do SENAI ... 21

1.2.3 Propósitos e as metas implantadas pelo SENAI-SP ... 23

1.2.4 Estratégias didáticas pedagógicas voltadas ao ensino técnico no SENAI ... 25

1.2.5. Área Gráfica e o SENAI ... 28

1.2.5.1. Centro Tecnológico Gráfico do SENAI ... 29

1.3.Formação do Formador ... 32

1.4. Gestão de Cursos Técnicos ... 34

2. METODOLOGIA ... 37

2.1 A opção pelo estudo de caso ... 37

2.2 Coleta e análise dos dados ... 38

3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 44

3.1. Análise documental ... 44

3.1.1. Propostas pedagógicas adotadas pelas unidades gráficas ... 44

3.1.2. Planos de curso ... 46

3.2. Percepção dos alunos quanto aos cursos técnicos ... 49

3.3 Percepção dos docentes, coordenadores e equipe de gestão ... 67

3.4 Percepção dos representantes de empresas ... 85

(13)

4. CONCLUSÃO ... 89

REFERÊNCIAS ... 91

APÊNDICES ... 95

ANEXOS ... 109

(14)

INTRODUÇÃO

Este trabalho justificou-se pela ausência de estudos relacionados à formação profissional no setor gráfico e pelo interesse pessoal e profissional da pesquisadora que atuou aproximadamente por 20 anos no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, sendo a maior parte desse período como agente de treinamento, cuja responsabilidade estava na identificação de demandas de cursos de formação profissional no segmento gráfico.

O SENAI, como uma das maiores instituições de educação profissional para a indústria no Brasil, tem como missão: “Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira” (SENAI, 2017).

A missão apresentada se afigura relevante para o país, haja vista os indicadores de produtividade atuais divulgados pelo Banco Mundial em março de 2018. De acordo com o relatório da referida instituição, a produtividade do trabalhador no Brasil aumentou 17% nos últimos 20 anos, mas em países de alta renda, esse salto foi de 34%. É necessário destacar ainda que o relatório concluiu que esse aumento de produtividade sobreveio da inserção de grande contingente de jovens no mercado de trabalho, contudo a população brasileira está envelhecendo e por essa razão, no futuro, para manter a produtividade será necessário que cada trabalhador produza mais (MUNDIAL, 2018).

Apesar de o atual cenário econômico e financeiro que o país tem enfrentado, conforme publicação da CNI (Confederação Nacional da Indústria) de janeiro de 2018, os empresários industriais estão otimistas e pretendem ampliar o número de seus empregados, pois acreditam em aumento das demandas e de exportações (CNI, 2018b).

Constata-se que a indústria corresponde a 21% do PIB do país, sendo 51% das exportações, 30% da arrecadação de tributos federais, 68% dos gastos em pesquisa e desenvolvimento do setor privado e 26% da arrecadação previdenciária (CNI, 2018a).

Nesse sentido, as escolas de formação profissional precisam estar atentas às demandas

das indústrias nos diversos setores, visando capacitar a mão de obra para trabalhar nas empresas

que se inserem em um mercado extremamente competitivo que a cada dia mais utiliza a

tecnologia aplicada aos seus processos e produtos e que precisa produzir de forma cada vez

mais eficaz para o aumento da produtividade.

(15)

Tem-se verificado que a atração de pessoas às indústrias e a formação profissional do setor guarda relação com os valores médios de salários pagos. Observa-se que no Brasil, em geral, o salário médio para trabalhadores com curso superior é de R$ 5.476,00; no setor industrial esse valor é de R$ 7.374,00; já para os trabalhadores com ensino médio completo, tem-se a média de R$ 1.989,00, e na indústria o valor é de R$ 2.291,00 (CNI, 2018a).

A indústria gráfica no país corresponde a 0,5% do PIB e no Estado de São Paulo a 0,6%

do PIB do Estado (CNI, 2017). São 186.263 empregos e 19.142 empresas em todo o país, distribuídas nos segmentos de embalagens, publicações, impressos promocionais, impressos de segurança, impressos fiscais, etiquetas, pré-impressão, cartões, cadernos e envelopes. A região sudeste é responsável por 110.518 empregos em suas 9.001 empresas (ABIGRAF, 2018).

O SENAI-SP para atender às demandas de formação profissional no segmento gráfico dispõe de quatro escolas no Estado, sendo um centro tecnológico gráfico situado no bairro da Mooca em São Paulo, uma unidade no Cambuci também em São Paulo, uma em Barueri-SP e outra em Bauru-SP.

Esse grupo de escolas forma o núcleo gráfico do SENAI-SP em que se concentram os cursos e serviços para a formação profissional da cadeia produtiva de mídia impressa, atendendo não apenas o Estado de São Paulo, mas todo o território nacional e alguns países da América do Sul. São ofertados por essas unidades, Cursos de Aprendizagem Industrial, Cursos Técnicos, Cursos Superiores, Cursos de Pós-Graduação, Cursos de Formação Inicial e Continuada e Serviços de Assessoria Técnica e Tecnológica, Pesquisa Aplicada e Informação Tecnológica.

Em razão do exposto, questiona-se quais as contribuições do SENAI-SP para a formação profissional da indústria gráfica?

Visando investigar tal indagação, a pesquisa teve como objetivo principal identificar as estratégias e táticas adotadas pelo SENAI, voltadas à capacitação e à gestão de cursos do segmento gráfico, e como objetivos específicos:

I. caracterizar as ações adotadas pela gestão dos cursos gráficos;

II. analisar a visão de alunos dos cursos técnicos de Pré-impressão, Impressão Offset e Impressão Rotográfica e Flexográfica, quanto à aplicabilidade no mercado de trabalho;

e

(16)

III. verificar a visão dos empresários gráficos quanto à formação dos egressos dos cursos da área gráfica.

Como local da pesquisa foi definido o centro tecnológico gráfico, composto pelas Escolas SENAI “Theobaldo De Nigris”, “Felício Lanzara” e pela “Faculdade SENAI de Tecnologia Gráfica”, considerado em nível mundial o único a adotar todas as etapas da cadeia de produção gráfica, desde a fabricação da celulose até o acabamento e a restauração de documentos em papel. Nesse sentido, a referida pesquisa apresenta-se como relevante para a compreensão da formação profissional do ramo gráfico (SENAI-SP, 2017).

O estudo contempla a introdução, destacando o problema de pesquisa e os objetivos propostos. O capítulo 1 refere-se à fundamentação teórica, aborda aspectos relacionados ao ensino técnico, sua aplicabilidade no SENAI, a formação do formador e a gestão dos cursos técnicos. O capítulo 2 apresenta a metodologia de trabalho, a partir do método, técnicas, amostra e os sujeitos da pesquisa. O Capítulo 3 reúne os dados obtidos e a sua análise sob a ótica da fundamentação teórica. Por último, há as considerações finais, as quais destacam as conclusões do trabalho, tendo em vista os objetivos propostos e as respectivas respostas obtidas a partir dos dados relacionados à pesquisa de campo e a análise dos mesmos.

(17)

1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para apreender e interpretar os dados coletados nesta pesquisa, foram abordados temas relacionados ao estudo, ou seja, o Ensino Técnico, o SENAI, a Formação do Formador e a Gestão dos Cursos, visando subsidiar a análise teórica.

1.1. Ensino Técnico

O início do ensino profissionalizante no Brasil pode ser considerado como instaurado de forma organizada, em 1909, com o presidente em exercício Nilo Peçanha. Com o propósito de disponibilizar ensino profissional aos desafortunados da época, o então presidente assinou o Decreto nº 7.566, que criou 19 escolas de Aprendizes Artífices. Tais escolas eram oferecidas gratuitamente e tinham naquele momento como principal objetivo a inclusão de jovens, pois o país passava por um processo industrial lento e ainda era baseado na atividade rural (BRASIL, 2018).

Afirma Cunha (2000) que essas escolas criadas em 1909 distinguiam-se das demais existentes no país porque tinham currículos, metodologia didática e prédio próprio, com destinação a egressos, diferentemente do que estava sendo feito até aquele momento.

Segundo Peterossi e Menino (2017), por muitos anos não houve maior atenção ao ensino profissionalizante e a rigor não existia um Ensino Técnico organizado, mas apenas legislações fragmentadas em diversos Estados. A necessidade de superar o atraso do Brasil em comparação a outros países da Europa impulsionou o país a organizar o Ensino Técnico, em 1931, pelo Decreto-Lei nº 19.560. o decreto criou a Inspetoria do Ensino Profissional Técnico incumbida de orientar, dirigir e fiscalizar as atividades desenvolvidas pelo Ensino Profissional e Técnico (PETEROSSI; MENINO, 2017).

Getúlio Vargas, em 1937, com a promulgação da Constituição, transformou as Escolas

de Aprendizes Artífices em Liceus Industriais, e estes precisaram trabalhar de forma mais

sincronizada com a indústria em expansão, visando não só sustentar o crescimento, mas também

suprir a mão de obra escassa, naquele momento. Com isso o Ensino Técnico foi considerado

como um elemento estratégico para o desenvolvimento da economia e também um fator para

proporcionar melhores condições de vida para a classe trabalhadora (BRASIL, 2018).

(18)

Em 1942, a Lei Orgânica do Ensino Industrial passou a regulamentar a integração das escolas do ensino industrial no Sistema Nacional de Ensino Médio, seguido pelo ensino comercial em 1943 e pelo ensino agrícola em 1946. Contudo, como aponta Peterossi e Menino (2017), tal ensino sempre foi destinado exclusivamente à formação profissional solicitada pelo setor produtivo e tendo uma característica de terminalidade, confirmando seu aspecto de dualidade entre ensino técnico e ensino secundário.

Na Constituição de 1946, não foi dedicada atenção ao Ensino Técnico, e os Estados passaram a legislar de forma supletiva e complementar sobre o assunto. Em 1961, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional consolidando as alterações que vinham sendo feitas no Ensino Técnico, especialmente, a eliminação da diversificação de exames para aprovação entre um curso e outro, facilitando a mudança e transferência entre os cursos (PETEROSSI; MENINO, 2017).

Criada, em agosto de 1971, a Lei que Reformou o Ensino (BRASIL, 1971a), foi caracterizada basicamente pela compulsoriedade da profissionalização de modo que todos os alunos obtivessem, no 2º grau, uma habilitação como técnico ou auxiliar técnico. Segundo Cunha (2013), tal legislação tinha como objetivo conter a demanda de interessados a ingressar no ensino superior e com isso já levá-los para o mercado de trabalho ao término do curso de 2º grau. Todavia, essa lei não obteve sucesso por diversas razões, como a falta de recursos das escolas públicas e a resistência dos donos de escolas privadas de ensino propedêutico. De tal forma que, após 11 anos, em outubro de 1982 (BRASIL, 1982), outra lei, nº 7.044 , fez nova reorientação, não revogando tudo, mas deixando essa possibilidade aos que quisessem.

Em 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) trazendo como um dos principais aspectos o reconhecimento da Educação Profissional, como uma espécie autônoma de ensino. A regulamentação da LDB veio posteriormente com os Decretos nº 2.208/1997 (BRASIL, 1997a) e nº 5.154/2004 (BRASIL, 2004) reintroduzindo o Ensino Técnico Integrado ao Ensino Médio, permitindo itinerários formativos e também perfil profissional de conclusão (PETEROSSI; MENINO, 2017).

Com essa legislação, com o Parecer CEB/CNE nº 16/99 (MEC, 1999a) e com a

Resolução CEB/CNE nº 04/99 (MEC, 1999b), passou formalmente a existir um novo

paradigma da educação profissional, com o conceito de competência, como elemento norteador

de currículos para a promoção de aprendizagens profissionais significativas, e não mais focados

em conteúdos. Passa a existir o foco no que aprender no mundo atual e no futuro, nas

competências a serem construídas pelo sujeito que aprende (MEC, 2000).

(19)

Atualmente, com essa base legal, o projeto pedagógico das unidades escolares e os planos de cursos do ensino profissional técnico passaram a exigir do planejamento educacional ou escolar:

- o diagnóstico ou a caracterização do contexto de referência: a leitura crítica do mundo, o reconhecimento da realidade próxima e a percepção / explicitação das demandas sociais do trabalho às quais a escola pretende atender;

- a definição da oferta educacional e a explicitação de propósitos: o estabelecimento de metas quantitativas e qualitativas;

- os elementos da arquitetura pedagógica, ou seja, a explicitação de pressupostos e de diretrizes pedagógicas gerais, a definição das bases para o desenho da organização curricular, o estabelecimento de princípios de organização do processo de ensino- aprendizagem-metodologias e recursos, a definição de princípios e critérios da avaliação da aprendizagem;

- a definição de linhas de orientação para a gestão de recursos financeiros, materiais e humanos;

- os elementos do processo de avaliação de resultados e de ajustes do projeto. (MEC, 2000, p.19)

Para Perrenoud (1999, p.7), competência é a “capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”. Segundo Fleury e Fleury, “competência é uma palavra do senso comum, utilizada para designar uma pessoa qualificada para realizar alguma coisa” (FLEURY, A; e FLEURY, MTL, 2001, p.1). Já no entendimento de Zanona (2015), não existe muito consenso sobre o conceito de competência e embora muito se fale em educação por competência, ainda falta compreensão de seu significado. Não existem muitos exemplos concretos para o seu desenvolvimento e sem a preparação do corpo docente pode-se acabar dando apenas manutenção em mais processos burocráticos.

Sobre competência essencial, afirma Fleury e Fleury (2001) que não precisa necessariamente ser baseada em tecnologia stricto sensu. A competência essencial pode estar relacionada ao conhecimento de qualquer estágio do ciclo de negócios. Não obstante, para que se possa considerar uma competência essencial, esse conhecimento deve estar ligado a um sistemático processo de aprendizagem, que abrange inovação e capacitação de recursos humanos.

As mudanças educacionais decorreram da necessidade de articular e subordinar a produção educacional às exigências estabelecidas pelo mercado de trabalho e da necessidade de estabelecer mecanismos de controle e avaliação da qualidade dos serviços educacionais.

Com o capitalismo flexível existe uma mudança do conceito-chave da sociologia do trabalho –

a qualificação profissional – para a noção de competências profissionais. A qualificação

relacionava-se aos componentes organizados e explícitos como educação escolar, formação

(20)

técnica e experiência profissional. Na área da educação, associava-se à escolarização formal e aos seus e, no mundo do trabalho, à grade de salários, aos cargos e à hierarquia das profissões (DELUIZ, 2001).

Peterossi (2014) afirma que apesar de a Educação Profissional ser encarada por alguns como dedicada apenas aos aspectos de rotina do mercado de trabalho, na verdade, ela está envolvida com todos os desafios impostos por todas as mudanças econômicas e sociais que ocorrem, podendo citar, por exemplo, impacto de novas tecnologias de comunicação e informação, condições ambientais, novos comportamentos, alterações na gestão e na organização dos processos de produção.

As escolas precisam analisar e reformular seus currículos visando aproximar a educação que se pratica com o mercado de trabalho, afirma Roberta Zanona (2015).

Segundo Lastres e Albagli (1999), sob a perspectiva econômica, é possível observar que existem novas práticas de produção, comercialização e consumo de bens e serviços, cooperação e competição entre os agentes, assim como de circulação e de valorização do capital, a partir da maior intensidade no uso de informação e conhecimento nesses processos. Essas práticas sustentam-se, por sua vez, em novos saberes e competências, em novos dispositivos e instrumentais tecnológicos, tanto como em novas maneiras de inovar e de organizar o processo produtivo, expressando-se assim uma nova economia ou um novo padrão técnico-econômico e ensejando também a necessidade de novas abordagens na própria teoria econômica e do valor.

Diante desse cenário do mundo do trabalho, afirma Assis:

Terão mais chances os que conseguirem acompanhar o ritmo das mudanças e também quem for “educado” e não meramente preparado para “apertar parafusos”. O cacife dos que tiverem capacidade para criar e transferir conhecimentos de um campo para outro também será maior. Também o dos que souberem se comunicar, trabalhar em grupo, aprender várias atividades.

Sobreviverão aqueles que estiverem preparados para a era da polivalência, da multifuncionalidade, das famílias de ocupações (ASSIS, 2001, p.133)

Para Manfredi (2016), a Educação Profissional, especialmente quando complementar ao ensino médio, conduz ao permanente desenvolvimento das aptidões para a vida produtiva, bem como ao trabalhador em geral, jovem e adulto.

Afirma Jacques Delors (2012), que a educação precisa ter uma missão

fundamentalmente humanista onde ocorra o desenvolvimento endógeno, o respeito à

diversidade de cultura e tradição bem como o respeito ao meio ambiente humano e natural.

(21)

Segundo Peterossi (2014), o mercado de trabalho está cada dia mais diferenciado e exposto a mudanças, por consequência, há mais diversificação de expectativas dos profissionais demandados ao mesmo tempo em que a sociedade como um todo está mais complexa e mais integrada pela evolução da tecnologia, razão pela qual não satisfazem apenas os conhecimentos adquiridos na educação básica. É preciso desenvolver habilidades que viabilizem novos conhecimentos e que se ajustem às circunstâncias não habituais. Afirma a autora que é necessário mais do que conhecimento propriamente dito, é preciso ter flexibilidade, habilidade de comunicação e saber trabalhar em equipe, portanto, além de competência técnica é necessário desenvolver competências interpessoais.

Atualmente, a formação profissional tem, em seu desenvolvimento, o desafio da busca pela interdisciplinaridade. De acordo com Richter e Fernandez (2010), esse conceito busca superar a abordagem tradicional de disciplinas fragmentadas. A educação não se limita ao ensino do conhecimento como algo acabado, mas em construção, e os saberes e habilidades servem para resolver problemas reais e, para tanto, é necessário incentivar a vontade de desenvolvimento contínuo.

As considerações acerca do ensino técnico possibilitaram a apreensão da trajetória existente possibilitando dessa forma entender o processo de ensino/aprendizagem.

1.2. O SENAI

Neste capítulo, apresenta-se o SENAI, tendo em vista que é a organização objeto desse estudo. Cada subitem abordará de forma inter-relacionada como a formação profissional está disposta.

1.2.1. Origem

Abordou-se, neste item, a origem do SENAI como uma agência formadora de mão de obra qualificada no país, bem como a criação do Departamento Regional do SENAI em São Paulo e suas unidades escolares, objeto da pesquisa.

Em 1930, o Brasil passava por uma significativa modernização de sua sociedade em

razão da industrialização; conforme a crise econômica cafeeira se aprofundava, a indústria

crescia (SENAI-SP, 2012a)

(22)

Para Mourão (1992), no período supracitado, a economia avançava de um modelo basicamente agrário para semiurbano e industrial, o que exigia uma escola capaz para preparar os recursos humanos destinados aos diversos setores em crescimento. Tal contexto agravava a crise no sistema educacional em razão das novas demandas. O Brasil precisava satisfazer à necessidade de consumo da população. Em razão da dificuldade de importações decorrentes da guerra, havia a substituição de produtos importados por congêneres nacionais, fazendo expandir ainda mais a indústria e a exigência de mão de obra qualificada.

Nesse sentido, Aranha (1996) sustenta que, nesse período, a educação suscita mais atenção, tanto pelos movimentos dos educadores como pelas iniciativas governamentais. Este último evidenciado principalmente pela criação em 1930 do Ministério da Educação e Saúde, órgão essencial para o planejamento da reforma educacional em âmbito nacional no período.

Euvaldo Lodi, presidente da Confederação Nacional da Indústria, Roberto Simonsen, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e Valentim Bouças foram convocados por Getúlio Vargas, em 1941, para que juntos apresentassem estudos sobre a criação de organismo dedicado ao ensino profissional dos aprendizes. Como resultado, os três industriais apresentaram a Vargas, como solução prática, a entrega da questão à indústria, com a responsabilidade da execução do plano, bem como pelo seu financiamento (FONSECA, 1986).

Diante do exposto, observa-se que havia a necessidade de alterações no sistema de ensino. Tais alterações foram propostas pelo ministro Gustavo Capanema, durante a ditadura e em pleno Estado Novo. Precisamente, em 22 de janeiro de 1942, Getúlio Vargas, por meio do Decreto-Lei nº 4.048, criou o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários que posteriormente teve seu nome alterado para Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, cuja competência atribuída foi de organizar e administrar escolas de aprendizagem para industriários, em todo território nacional (BRASIL, 1942a).

Ainda no bojo das reformas educacionais, oito dias após a criação do SENAI, em 30 de janeiro de 1942, foi editado o Decreto-Lei nº 4.073 (BRASIL, 1942b) que passou a organizar o ensino industrial, estabelendo o sistema de educação profissional mantido pelos empresários.

Posteriormente, em 28 de dezembro de 1943, foi criada a Lei Orgânica do Ensino Comercial

(BRASIL, 1946a) e, em 20 de agosto de 1946, foi editada Lei Orgânica do Ensino Agrícola

(BRASIL, 1946b).

(23)

Ávida por se profissionalizar, a população de baixa renda, constata que esse novo tipo de curso, possibilita boas condições de estudo, especialmente porque são pagos para aprender a profissão (ARANHA, 1996).

Em sentido diverso ao que foi descrito, afirma Cunha (2000) que os empresários, à época da criação do SENAI, teriam sido resistentes à implantação da aprendizagem sistemática com a combinação de escola e trabalho, sendo relutantes, inclusive no que diz respeito ao pagamento dos aprendizes. Os líderes das indústrias não identificavam que tal ação atenderia a seus próprios interesses, talvez por buscarem, prioritariamente, os lucros ou por não perceberem que essa formação profissional seria importante em médio e longo prazo. Para o autor, após a percepção da funcionalidade do SENAI, o empresariado passou a se colocar como criador da ideia.

Também em 1942, o SENAI Departamento Nacional, criou o SENAI São Paulo, primeiro Departamento Regional a ser implantado pelo órgão (SENAI-SP, 2012b).

O segmento da indústria gráfica passou a ser atendido pela primeira escola de Artes Gráficas do SENAI, instalada em 1945, no bairro do Belém, região leste, da cidade de São Paulo, cujo objetivo foi a formação de aprendizes, para o setor que à época empregava cerca de 12.000 trabalhadores. A unidade escolar foi transferida para o bairro do Cambuci em 1962, e passou a ser chamada de Escola SENAI Felício Lanzara, como homenagem ao líder industrial do setor gráfico. A segunda escola do setor gráfico foi criada em cooperação técnica com a Associação de Construtores Industriais de Máquinas Gráficas e Afins (ACIMGA), da Itália, em 1971, e dessa forma, o SENAI-SP inaugurou o Colégio Industrial de Artes Gráficas, cujo atual nome é Escola SENAI "Theobaldo De Nigris”, passando a desenvolver o curso Técnico em Artes Gráficas, no bairro da Mooca. Após sete anos, as duas escolas tiveram suas operações integradas nas mesmas instalações (SENAI, 2017).

1.2.2 População alvo dos cursos do SENAI

No Brasil, no tempo do império, existiu mais estímulo ao ensino superior e total desinteresse pela educação popular, bem como pela formação técnica. Existia uma mentalidade escravocrata, de modo que os trabalhos manuais eram considerados inferiores e humilhantes.

No período, as ações para esse seguimento da educação, portanto, eram, incipientes. O Liceu

de Artes e Ofícios no Rio de Janeiro foi fundado em 1856 e, mais tarde, em 1873, fundou-se o

Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (ARANHA, 1996).

(24)

Cunha (2000) afirma que havia preconceito social contra o ensino de ofícios, pois eram associados a escravos, mestiços e brancos pobres que faziam trabalhos manuais.

Em 1932, foi publicado o Manifesto dos Pioneiros, liderado por Fernando de Azevedo e mais 26 educadores, cujo documento critica o sistema dual, no qual existe uma escola para ricos e outra para a classe pobre (ARANHA, 1996).

Esses educadores buscavam defender a ideia de uma educação sem privilégios econômicos e sociais, na qual todos tivessem acesso gratuito ao ensino e que este fosse uma obrigação do Estado.

No século XX, diferentemente do que vinha ocorrendo com as escolas de aprendizes artífices com foco no assistencialismo aos pobres, quando da criação da Lei Orgânica do Ensino Industrial e criação do SENAI para o ingresso dos alunos nas escolas industriais, os candidatos precisaram passar por “exame vestibular”, teste de aptidão física e também mental, de forma que para seu ingresso o critério de pobreza já não era suficiente (CUNHA, 2000).

Pode-se observar que a questão sobre quem frequenta os cursos de formação técnica está em processo de mudança no Brasil juntamente com todas as questões sociais que o país vem passando.

O sistema de ingresso no SENAI nos cursos de aprendizagem, técnicos e superiores ainda é baseado em processo seletivo por meio de provas. Contudo, os cursos de formação inicial e continuada são oferecidos sem necessidade de processo seletivo.

No website das faculdades SENAI, pode-se verificar que o organismo informa, de modo mercadológico, o objetivo de atender às demandas e preparar profissionais destinados ao emprego (SENAI-SP, 2017)

A ampla opção de cursos e os altos investimentos para atender as demandas da indústria, fazem do SENAI-SP um provedor de soluções educacionais, preparando profissionais para atuar em todo o mercado de trabalho.

Qualificação tão reconhecida que, ao final do curso, você tem mais de 90%

de chances de sair empregado (SENAI-SP, 2017) .

Constata-se que a instituição tem foco na preparação de profissionais adequados ao mercado de trabalho industrial, ampliando dessa forma a empregabilidade de seus alunos.

O SENAI dispõe em seu Código de Ética que seus clientes são “Jovens e adultos que

buscam qualificação para o trabalho. Empresas, prioritariamente contribuintes, que demandam

conhecimento relacionado à produção de bens e serviços” (SENAI-SP, 2013).

(25)

1.2.3 Propósitos e as metas implantadas pelo SENAI-SP

A proposta educacional do SENAI-SP está declarada em documento interno da instituição DITEC-001 v. 02, de 28/09/2011 (SENAI-SP, 2011e), no qual constam todos os princípios, fundamentos e os referenciais para o desenvolvimento da educação profissional e tecnológica. O desenvolvimento das ações do SENAI-SP é subsidiado com os pilares operacionalizáveis apresentados à UNESCO no relatório elaborado por Jacques Delors, intitulado, Educação: um tesouro a descobrir (DELORS, 2012). Essas ações contemplam ainda o entendimento de que a educação profissional e tecnológica está em um ponto de convergência entre a educação, o trabalho, a ciência e a tecnologia.

De acordo com o documento, as ações pedagógicas do SENAI-SP observam os princípios constitucionais e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Profissional. (SENAI-SP, 2011e).

Seguem descritos os princípios da educação profissional e tecnológica do SENAI-SP, atualmente:

a) igualdade de condições para o acesso e permanência nas escolas da rede;

b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte, o saber, a ciência e a tecnologia;

c) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

d) respeito e tolerância às etnias e diferenças culturais;

e) coexistência no desenvolvimento de cursos e de programas nas escolas, nas empresas e em instituições conveniadas, diretamente relacionadas com o setor industrial;

f) atendimento às demandas de formação inicial ou qualificação profissional, incluindo a aprendizagem industrial, de cursos técnicos de nível médio e de cursos superiores de graduação e de pós-graduação, possibilitando, ainda, alternativas diversificadas de educação continuada;

g) gratuidade nos cursos de aprendizagem e em cursos e programas cujas necessidades da clientela e das empresas contribuintes a justifiquem.

h) valorização dos recursos humanos, com ênfase nos profissionais da educação;

i) gestão democrática da educação profissional e tecnológica, considerando a legislação e as normas que regem o SENAI;

j) valorização, avaliação e reconhecimento de saberes profissionais adquiridos em experiências de trabalho e de estudos formais e não formais;

k) garantia de padrão de qualidade;

l) promoção do desenvolvimento sustentável;

m) vinculação entre a educação profissional e tecnológica, o trabalho e as práticas sociais (SENAI-SP, 2011e, p.7).

(26)

Observa-se que os princípios descritos são amplos e buscam o desenvolvimento humano e profissional do aluno, além da integração com a sociedade e com as indústrias.

Cada vez, mais a ideia de preparação para um posto de trabalho deve ser substituída pela ideia do desenvolvimento de competências centradas nas pessoas, de modo que o aluno tenha mobilidade profissional, que possa desenvolver o empreendedorismo para diversos contextos em sua atuação profissional, para o permanente desenvolvimento para a vida produtiva, bem como para o exercício da cidadania (SENAI-SP, 2011e).

Quanto à ação docente, a proposta pedagógica do SENAI-SP destaca dois pontos. O primeiro deles define que a ação docente não pode ser feita de forma isolada ou individual, e o segundo ponto refere-se ao direito e à responsabilidade do docente de participação das decisões escolares por meio da atuação na elaboração da proposta pedagógica da unidade escolar, dos conselhos de classes, do planejamento de atividades que abordem temas transversais, na promoção de atividades esportivas, culturais, comitês de estudos, atividades de lazer entre outras atividades (SENAI-SP, 2011e).

A partir do exposto, a proposta pedagógica define que os docentes devem estar preparados para (SENAI-SP, 2011e):

a) participar do desenvolvimento de ações de formação profissional, desde a análise das necessidades até a avaliação dos resultados;

b) estimular a pesquisa, a criatividade, seja pela sua percepção seja pela busca do inédito e o desenvolvimento de comportamentos éticos;

c) suscitar o desejo de aprender, explicitando a relação entre o saber, o trabalho e o autodesenvolvimento, favorecendo a definição de projetos pessoais dos alunos;

d) demonstrar visão global e coordenada das fases dos processos de ensino e de aprendizagem, considerando os aspectos técnicos, organizativos e humanos envolvidos;

e) inserir-se nos trabalhos programados pela escola, participando da promoção de atividades correlatas ao ato de ensinar, fazendo evoluir o envolvimento dos alunos;

f) utilizar novas tecnologias, explorando as potencialidades didáticas dos cursos e dos programas;

g) desenvolver o senso de responsabilidade, de solidariedade e o sentimento de justiça;

h) valorizar o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental, incluindo a conservação de patrimônios;

i) administrar a própria formação continuada. (SENAI-SP, 2011e, p.11).

Constatou-se que, os docentes ocupam papel relevante para atender aos princípios

educacionais propostos pelo SENAI-SP; a atuação não se restringe apenas à sala de aula, oficina

ou laboratório, mas também demanda desses profissionais constante atualização, disposição à

revisão do papel profissional, proatividade, cooperação e criatividade. Ressalta-se que os

(27)

docentes no SENAI são classificados como instrutores, quando trabalham em oficinas, e não como professores, pois não é exigido pela Instituição, o registro profissional no Ministério da Educação, para atuação na modalidade de ensino técnico.

A proposta pedagógica do SENAI-SP define ainda as prioridades para o currículo e tem como linhas gerais de ação: multiplicidade e rapidez no atendimento às necessidades do mercado, da sociedade e das pessoas; busca em atingir a identidade própria e articulação com o ensino regular; atendimento às demandas de formação inicial e formação continuada;

visibilidade e consistência dos cursos e programas em todos os níveis de formação;

uniformização na estruturação de cursos regulares; e, diversificação na estruturação de cursos e programas para atendimentos sob medida. Estabelece também sistema de avaliação e reconhecimento de competências adquiridas na escola ou no trabalho, com a finalidade de propiciar condições para a continuidade de estudos e certificação profissional de pessoas (SENAI-SP, 2011e).

Para a estruturação curricular, o SENAI-SP (2011e) tem como diretrizes: definição de cursos e programas alicerçados em itinerários formativos; cursos e programas estruturados com base em competências; identidade dos perfis profissionais de conclusão com as competências requeridas; flexibilidade, interdisciplinaridade e contextualização curricular; avaliação interna;

e, avaliação externa com vistas à revisão curricular. Os itinerários formativos permitem que os estudantes, ao longo do curso, adquiram certificações intermediárias, à medida em que finalizam as unidades curriculares e com isso obtenham maiores oportunidades de empregos, mesmo antes de receber o diploma final.

1.2.4 Estratégias didáticas pedagógicas voltadas ao ensino técnico no SENAI

As escolas do SENAI, para atendimento das novas demandas de qualificação, analisam e reformulam seus currículos visando alinhar a educação que se pratica com o mercado de trabalho.

Alinhado com o entendimento de Peterossi (2014) sobre a necessidade do desenvolvimento de competências interpessoais, flexibilidade, habilidade de comunicação e saber trabalhar em equipe além de competência técnica, o SENAI-DN (2013) dispõe que:

[...] para gerar vantagens competitivas, as empresas passaram a construir redes de colaboração entre a manufatura e outras funções do processo, dando mais ênfase às suas competências-chave (core competences).

Um componente importante da arquitetura interna das empresas passou a ser a competência do fator humano, ou seja, o quanto os indivíduos são capazes de

(28)

contribuir para o alcance de determinados objetivos, sendo protagonistas e impulsores das mudanças (SENAI.DN, 2013, p.14).

Diante desse cenário, o SENAI atualizou sua metodologia para identificação de perfil profissional, desenho curricular e prática docente.

Objetiva o SENAI propiciar de forma progressiva o domínio dos Fundamentos Técnicos e Científicos e das Capacidades Técnicas relacionadas à área profissional em que o aluno pretende atuar ou que já atua, bem como o desenvolvimento de Capacidades Sociais, Organizativas e Metodológicas, como por exemplo, comunicação, autonomia, responsabilidade e criatividade, proporcionando diversas possibilidades que o facilitem transitar por atividades profissionais congêneres (SENAI.DN, 2013).

Para a definição dos perfis profissionais, o SENAI estabeleceu como principal estratégia a constituição de Comitês Técnicos Setoriais para identificação e atualização das competências profissionais desejadas dos trabalhadores, sendo responsáveis principalmente pelo estabelecimento do perfil correspondente às ocupações demandadas pelos segmentos industriais atendidos pelo SENAI, sem olvidar que esses profissionais devem ter iniciativa, responsabilidade, capacidade de decisão e de trabalhar em grupo (SENAI.DN, 2013).

O Comitê Técnico Setorial é composto por profissionais internos e externos ao SENAI, que possam contribuir com suas experiências profissionais, formação e visão de futuro, sendo um especialista do SENAI da área tecnológica cuja formação esteja relacionada e ou compatível com o Perfil Profissional a ser descrito; um profissional do SENAI da Unidade Escolar para assumir a coordenação operacional, em apoio ao coordenador metodológico do Comitê; um especialista do SENAI em educação para assumir a coordenação metodológica do Comitê; três profissionais de empresas, no mínimo, especialistas da área tecnológica em estudo, um profissional do sindicato especialista do segmento tecnológico em estudo, indicado pelo sindicato patronal, um profissional do sindicato especialista do segmento tecnológico em estudo, indicado pelo sindicato dos trabalhadores, um profissional indicado por associação e ou órgão de classe de referência técnica do segmento, quando houver, um profissional docente ou pesquisador do meio acadêmico que represente o setor tecnológico em estudo e 1 profissional indicado por órgão do poder público da área da Ciência e Tecnologia, Trabalho entre outros (SENAI.DN, 2013).

Visando atingir o ensino por competência o SENAI desenvolveu toda a metodologia

com esse foco e desde a definição do perfil profissional expõe e focaliza para o Comitê Técnico

Setorial a definição de competência profissional que entende ser ajustada ao seu propósito.

(29)

Competência Profissional é a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho de funções e atividades típicas de uma Ocupação, segundo padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho (SENAI.DN, 2013, p.39).

Com o perfil profissional já definido pelo Comitê Técnico Setorial, baseado nas ocupações das quais as indústrias atendidas pelo SENAI demandam profissionais, o próximo passo é o desenho curricular.

O SENAI-DN (2013) aponta que o desenho curricular permite que exista a transposição das informações que estão no mundo do trabalho para o mundo da educação, por meio de uma tradução pedagógica das competências descritas no Perfil Profissional.

O desenho Curricular é o resultado do processo de definição e organização dos elementos que compõem o currículo e que devem propiciar o desenvolvimento das capacidades referentes às competências de um Perfil Profissional (SENAI.DN, 2013, p.63).

Como último ponto e mais extenso abordado pela metodologia do SENAI, está a prática docente. Nessa fase, todo trabalho anterior acaba por ser concretizado, especialmente, porque o ensino por competência como já mencionado é uma atividade relativamente nova e ainda em construção. Os docentes necessitam de apoio de toda equipe pedagógica e escolar para que possam desenvolver seu papel de forma mais satisfatória possível.

A metodologia desenvolvida pelo SENAI-DN ratifica a importância do docente nesse processo e declara que ele “é a chave fundamental para essa mudança na formação profissional, pois é por meio dele que se materializam os ideais e se transformam propósitos educacionais em ações efetivas” (SENAI.DN, 2013, p.108).

O docente deve ser capaz de mediar o processo de aprendizagem, posicionando-se como um líder, atribuindo significado à teoria e às práticas que desenvolve e fazendo com essas sejam integradas entre si. Pressupõe-se intencionalidade e abertura ao outro, portanto a ação docente deve ser impregnada de valores de sentido estético, de sensibilidade, de busca pela qualidade, estimulado em fazer bem feito, reconhecendo o mérito, respeitando a diversidade e o compromisso com a equidade. Os docentes devem fazer tudo isso de forma articulada com a coordenação pedagógica para um desenvolvimento integrado e interdisciplinar, além de apoiado por toda a equipe escolar (SENAI.DN, 2013).

Com essas premissas, o SENAI-DN definiu dez princípios norteadores para a prática docente: mediação da aprendizagem; desenvolvimento de capacidades; interdisciplinaridade;

contextualização; ênfase no aprender a aprender; proximidade entre o mundo do trabalho e as

práticas sociais; integração entre teoria e prática; incentivo ao pensamento criativo e à inovação;

(30)

aprendizagem significativa; e avaliação da aprendizagem com a função diagnóstica, formativa e somativa (SENAI.DN, 2013).

1.2.5. Área Gráfica e o SENAI

Depois da implantação do SENAI, em 1942, no Estado de São Paulo, a instituição passou a oferecer cursos para formação rápida e aperfeiçoamento por todo o Estado, que foi dividido em seis zonas, levando-se em consideração a concentração e natureza industrial. Dessa maneira, a primeira escola dedicada à área gráfica foi criada no sudeste da Capital, no bairro do Belém, em 1945. A escola atendia a indústria gráfica, que na época já tinha em torno de 12.000 trabalhadores, com a formação de aprendizes (SENAI-SP, 2011a).

A articulação do SENAI-SP com representantes da indústria gráfica no ano de 1945 pode ser constatada no website da ABIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), no item História, ano de 1945, em que consta “em outubro, é instalada a Escola de Artes Gráficas Senai Felício Lanzara, com a colaboração dos Sindicatos das Indústrias Gráficas e das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo” (ABIGRAF, 2017).

No ano de 1951, a escola foi transferida para o bairro do Cambuci, onde havia o maior número de indústrias gráficas. Os produtos gráficos na época tinham baixa qualidade, pois os equipamentos, em sua maioria, tinham aproximadamente 30 anos de uso, em decorrência das restrições de importação existentes no país. Esse cenário passou por alterações no período do presidente Juscelino Kubitscheck que autorizou o setor a comprar equipamentos no exterior.

Como resultado, observou-se que a indústria gráfica, em uma década, atingiu uma expansão de 143%, ampliando a atuação de mercado e aumentando o número de filiais das empresas (SENAI-SP, 2011a).

Nesse cenário de crescimento, em 1964, o SENAI realizou pesquisa para identificação

das demandas referentes à mão de obra no setor e identificou que a qualificação na indústria

gráfica, que em 1946 era de 44,5%, no ano de 1964 reduziu para 36,9%, sinalizando que a

formação de mão de obra para as indústrias do setor gráfico não havia acompanhado o ritmo da

ampliação das empresas. Os pesquisadores projetaram com essas informações que, em 1974, o

setor gráfico empregaria por volta de 45.000 trabalhadores e que apenas uma pequena parte

poderia ser qualificada se fosse mantida a condição de ensino. Diante desse contexto, o SENAI

em conjunto com empresários gráficos se mobilizaram para a ampliação do atendimento com a

(31)

criação de uma escola técnica. Em 1971, foi inaugurada no bairro da Mooca, a atual Escola SENAI Theobaldo De Nigris (SENAI-SP, 2011a).

Em 1978, a Escola Felício Lanzara passou a integrar as instalações da Escola SENAI Theobaldo De Nigris (SENAI-SP, 2017b) .

Para ampliar a alteração nas indústrias gráficas já atendidas com cursos de aprendizagem, cursos técnicos e cursos de curta duração, o SENAI-SP criou, em 1998, e nas mesmas instalações, o Curso Superior de Tecnologia Gráfica cuja inspiração decorre da forte demanda de profissionais de nível superior para cargos de gestão de produção gráfica, que até então supridos por profissionais com cursos superiores em outras áreas ou até mesmo por técnicos gráficos (SENAI-SP, 2011a).

1.2.5.1. Centro Tecnológico Gráfico do SENAI

O centro tecnológico gráfico fica situado no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo.

Composto pelas Escolas SENAI “Theobaldo De Nigris”, “Felício Lanzara” e pela “Faculdade SENAI de Tecnologia Gráfica”, visa atender à missão do SENAI-SP, desenvolvendo uma proposta pedagógica, na qual declara seus objetivos educacionais, princípios básicos de atuação, produtos e serviços, gestão educacional, avaliação da escola e integração das atividades educacionais.

A referida proposta é elaborada e constantemente revista por alunos, ex-alunos, pais, docentes, coordenadores, membros da comunidade, empresários e demais empregados. O objetivo da proposta é debater e refletir sobre a formação de profissionais que consigam pensar, que tenham entendimento do que leem, que saibam escrever bem, que lidem com quantidades, que tenham capacidade de resolver problemas, que desenvolvam soluções, que sejam capazes de tomar decisões e que consigam buscar informações essenciais para o desenvolvimento de sua atividade profissional {Formatting Citation}.

Os objetivos educacionais previstos na proposta seguem descritos (SENAI, 2016):

- Oferecer cursos profissionalizantes e prestação de serviços especializados em Celulose, Papel, Tecnologia Gráfica e Comunicação.

- Promover atividades educacionais, com ênfase em situações-problemas, visando à formação integral do aluno de modo a propiciar a formação de um profissional responsável, crítico, ético e com iniciativa.

- Promover a pesquisa aplicada.

(32)

- Promover a integração, o aprimoramento técnico e a atualização constante de alunos e docentes com a contribuição da indústria em projetos de inovação aplicados como recursos didáticos.

- Gerar e disseminar conhecimentos na área técnica e tecnológica.

- Desenvolver aptidões para a vida produtiva e social.

- Possibilitar o aproveitamento contínuo e articulado dos estudos (SENAI, 2016, p.7).

A atuação do centro tecnológico se dá em quatro vertentes de prestação de serviços:

Educação Profissional, Assessoria Técnica e Tecnológica, Pesquisa Aplicada e Informação Tecnológica. No presente estudo, o foco está centrado na vertente de Educação Profissional, com o curso de aprendizagem, cursos técnicos e curso superior.

Conforme proposta pedagógica (SENAI, 2016) segue a descrição dos cursos desenvolvidos no Centro Tecnológico Gráfico:

- Curso de Aprendizagem Industrial – Auxiliar de produção gráfica – para jovens de 14 a 22 anos, encaminhados por empresas, que já tenham concluído ensino fundamental, com duração de 4 semestres, com 1.200 horas, gratuito, que objetiva preparar operadores para os processos gráficos.

- Cursos técnicos em pré-impressão gráfica, impressão offset e impressão rotográfica/flexográfica – para alunos do nível médio de aprendizado, com duração de 4 semestres, contendo 1.500 horas, é gratuito, objetivando preparar profissionais para trabalhar nos processos de produção, nas funções entre os níveis de gerência e de produção, de modo a administrar e controlar os processos produtivos gráficos assim como da qualidade de insumos e produtos, e ainda prestar assessoria técnica entre outros trabalhos análogos.

- Curso Superior de Tecnologia em Produção Gráfica – graduação em nível superior, com 2.400 horas, com fase escolar de três anos, ressarcido, que objetiva capacitar profissionais para as funções gerenciais e de supervisão de processos produtivos gráficos;

desenvolver análises e pesquisas de processo e produtos da área gráfica, ações de consultoria, perícia e assessorias, bem como planejar e administrar instalações industriais do ramo gráfico.

Para o objeto desse estudo, foram selecionados os cursos técnicos em pré-impressão gráfica, impressão offset e impressão rotográfica/flexográfica.

Na proposta pedagógica (SENAI, 2016), consta ainda que o aluno deve ter autonomia

diante de seu processo de aprendizado das atividades relacionadas à área gráfica. O papel do

docente é de agente facilitador no processo de aprendizagem de acordo com os princípios éticos

e de cidadania. Para estimular os alunos nesses valores, o centro tecnológico, desenvolve ações

(33)

na AAPM (Associação de Alunos Pais e Mestres) e no NPAADC (Núcleo de Prevenção de Acidentes e Apoio à Defesa Civil), como a prática do Trote Solidário, uma ação de integração de novos alunos para campanhas de doação de recursos materiais para instituições carentes.

Desenvolvem ainda: projeto de Compensação de Carbono; prestação de serviços gráficos para instituições filantrópicas por meio do programa Gráficos da Alegria; manutenção de um analista de qualidade vida para apoio aos estudantes; incentivo à participação em eventos culturais; e, incentivo à leitura, dentre outras atividades.

Com a finalidade de avaliação do centro tecnológico, são realizados com regularidade, cinco procedimentos: Auditoria Educacional, Gestão da Qualidade e Ambiental, PROVEI (Programa de Avaliação da Educação Profissional), SAEP (Sistema de Avaliação da Educação Profissional) e SAPES (Sistema de Acompanhamento de Egressos do SENAI). Segue descrição das avaliações, conforme disposto na proposta pedagógica (SENAI, 2016):

Auditoria Educacional: realizada por auditores do próprio SENAI e também por profissionais externos especialmente contratados para isso.

Gestão da Qualidade e Ambiental: a escola passa por auditorias regulares, realizadas por auditores internos à rede SENAI. Os indicadores são definidos pelo SENAI-SP e utilizados para monitoramento das variáveis que refletem a qualidade de ensino. Nesse processo, a unidade já vem passando por auditorias regulares.

PROVEI: os alunos dos últimos semestres dos cursos de aprendizagem, técnico e superior são submetidos a provas de avaliação de competências preparadas por profissionais de conceituadas instituições especializadas e aplicadas sob supervisão desses mesmos especialistas. Essas provas consideram os perfis profissionais explicitados nos planos de curso. Além dos resultados dessa avaliação, a equipe da Universidade entrevista alunos, docentes, coordenadores e o diretor. Os resultados das provas e das entrevistas são tratados estatisticamente. O relatório final mostra um diagnóstico consistente da capacidade da escola em formar seus alunos, aponta deficiências a serem corrigidas, e inclui sugestões para encaminhamento de ações de melhoria.

SAEP: é composto de vários processos de avaliação, sendo um desses a Avaliação de Desempenho dos Estudantes, que tem por objetivo avaliar, em âmbito nacional, os cursos de educação profissional técnica de nível médio, utilizando como indicador a proficiência dos estudantes. O seu foco está na avaliação das competências previstas nos perfis profissionais nacionais dos cursos, ou seja, investigar o grau de desenvolvimento das capacidades básicas, técnicas e de gestão, conforme preconiza a Metodologia SENAI de Educação Profissional que define o perfil como a descrição do que idealmente é necessário ao trabalhador saber realizar na área profissional.

SAPES: Os alunos dos últimos semestres dos cursos de aprendizagem, técnico e superior e os alunos concluintes são submetidos a uma pesquisa visando conhecer sua situação educacional e profissional. O relatório final aponta para a instituição um diagnóstico sobre como o aluno está com relação ao mercado de trabalho e a sua formação profissional, aponta deficiências a serem corrigidas, e inclui sugestões de encaminhamento de ações de melhoria.” (SENAI, 2016, p.18 e 19).

Com essas avaliações, a escola busca monitorar seu processo de gestão e sua qualidade

de ensino.

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