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PALAVRAS-CHAVE: Ecodesign, Produção Mais Limpa, Sustentabilidade, Cultura. INTRODUÇÃO

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Academic year: 2021

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ECODESIGN E UMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA, UM OLHAR CULTURAL,

VOLTADO PARA A SUSTENTABILIDADE: ESTUDO DE CASO DAS

EMPRESAS DO DISTRITO INDUSTRIAL DE ERECHIM-RS

Maria Salete Ribeiro de Souza (*), Alcindo Neckel, Juliano José Piccoli

* Tecnóloga em Marketing. Acadêmica do Curso de Formação Pedagógica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS – Campus Sertão. E-mail: mariasaletetopererechim@gmail.com

RESUMO

A pesquisa foi desenvolvida nas empresas localizadas no Distrito Industrial de Erechim (RS/Brasil), utilizando as metodologias do EcoDesigne voltadas para a Produção Mais Limpa. Metodologicamente, aplicou-se 24 instrumentos de pesquisa aplicados, como proposta fundamental as estratégias econômica, social, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de analisar o aumento da eficiência no uso das matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados nas empresas do Distrito Industrial. Foram encontradas empresas que tratam do meio ambiente como algo cultural, ou como uma necessidade e obrigação, para não sofrerem com as penalidades que podem sofre caso não se planejem de acordo com a legislação vigente.

PALAVRAS-CHAVE: Ecodesign, Produção Mais Limpa, Sustentabilidade, Cultura. INTRODUÇÃO

O conceito de cultura, que é utilizado até os dias atuais, foi definido pela primeira vez por Edward Tylor (1832-1917), do vocábulo inglês Culture, que "tomado em seu amplo sentido etnográfico. Neste complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade, ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade". Com esta definição Tylorconseguiu abranger em uma só palavra todas as possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o caráter de aprendizado da cultura em oposição à ideia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos. Outra abordagem, referente ao tema, foi desenvolvida por Claude Lévi-Strauss, que considera cultura como sistemas estruturais e simbólicos uma criação acumulativa da mente humana. Neste sentido, o trabalho desenvolvido por Strauss tem sido o de descobrir na estruturação dos domínios culturais mito, arte, parentesco e linguagem, os princípios da mente que geram essas elaborações culturais (LARAIA, 2001, P. 14)

Houve épocas em que as pessoas não se preocupavam com as questões socioambientais. Porém, com o crescimento da população e consequentemente, o aumento da demanda por produtos, surgiram às diversificações das atividades produtivas, com produções em alta escala. Isso gerou um acumulo de resíduos despejados na água, no ar e no solo, resultando em muita poluição. Contudo, só depois de alguns acidentes ambientais graves, os órgãos ambientais responsáveis pela qualidade do meio ambiente, passaram a exigir das empresas o Licenciamento Ambiental, bem como, o controle e tratamento de suas emissões atmosféricas, resíduos sólidos e efluentes líquidos.

Neste novo cenário, muitas empresas se resolveram visando melhorar seu desempenho. Adotando as certificações de qualidade ambiental como, por exemplo, a ISO 14001, que se destaca a empresa com as conformidades com a legislação ambiental e comprometida com a melhoria contínua. Porém, mesmo certificadas, muitas empresas, começaram a perceber que o custo ambiental, ou seja, o custo para tratar seus resíduos, aumentava, na mesma, a proporção do crescimento da produção. Neste sentido, surgem as metodologias do Ecodesign e uma Produção Mais Limpa, com uma proposta que visa melhorar os resultados para toda a sociedade, com uma perspectiva para a sustentabilidade. Pois, as mesmas contemplam os princípios de uma estratégia preventiva da poluição, focada nos processos e produtos utilizados. Assim, a utilização de matérias-primas e recursos naturais, de modo a não gerar ou minimizar a geração de resíduos, diminuindo os riscos ambientais para os seres vivos, melhorando a qualidade de vida, o relacionamento da empresa com todos os interessados, bem como, obtendo benefícios competitivos e econômicos para a organização. Com base nessas informações, a presente pesquisa visou responder a seguinte questão: “As empresas localizadas no Distrito Industrial de Erechim utilizam as metodologias do EcoDesigne uma Produção Mais Limpa?”

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Diante da escassez de recursos naturais, e do aumento da poluição gerada pelas indústrias e o nível de exigência dos consumidores por produtos que proporcionem uma qualidade de vida. Esta pesquisa torna-se, relevante, pois busca identificar o uso das metodologias do Ecodesign e de uma Produção Mais Limpa, nos processos produtivos das empresas localizadas no Distrito Industrial de Erechim, buscou também elencar os conflitos estabelecidos entre os colaboradores e a cultura organizacional das empresas. Neste contexto, é relevante salientar que as metodologias abordadas têm como proposta fundamental as estratégias econômica, social, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso das matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados. E com isso, atender as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.

Sendo que este artigo tem por objetivo geral, identificar se as empresas localizadas no Distrito Industrial de Erechim estão utilizando as metodologias do Ecodesign e uma Produção Mais Limpa nos seus processos produtivos.

METODOLOGIA

A seguir apresenta-se a metodologia utilizada no estudo, a fim de alcançar os objetivos propostos, dividindo-se em quatro etapas. A primeira trata da identificação do tema e problema da pesquisa. A segunda explica o modelo conceitual do estudo, deixando claro que teorias e autores foram utilizados como base para o planejamento e organização da pesquisa. A terceira etapa apresenta a técnica de coleta dos dados, para o levantamento dos dados. A quarta etapa expõe os resultados, as analises e discussões.

A pesquisa em questão tem como método um censo quantitativo e qualitativo na população-alvo. Os dados da pesquisa foram obtidos através de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas que objetiva responder o problema da pesquisa, o questionário será aplicado na forma de entrevista.

Neste sentido, a população alvo da pesquisa serão todas as empresas localizadas no Distrito Industrial de Erechim (RS), onde foram aplicados 24 instrumentos de pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As boas ações na cultura corporativa e a melhor abordagem tornam-se incorporá-las à missão, à visão e aos valores da empresa. Desta forma, os lideres das organizações encaram essas declarações como o DNA da corporação. Esses valores podem ser considerados padrões de comportamento institucional da corporação (KOTLER, 2010). Quanto resultados analisados no município de Erechim (RS), as empresas tem definido e disponível para todos os funcionários e clientes sua missão, visão e valores, onde a grade maioria dos entrevistados que somaram-se a 63% responderam que sim, e 21% responderam que não e 21% se abstiveram da resposta (FIGURA 1).

Figura 1: A disponibilização da empresa quanto a definição e disponibilização de todos os funcionários e clientes a sua

missão, visão e valores.

Nos últimos tempos muito tem se falado sobre a sustentabilidade empresarial. Porém, poucas são as ações efetivas para atingirmos a tão almejada sustentabilidade. Neste sentido, a Unesco é incisiva “para alcançar a

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meta da sustentabilidade é fundamental modificar radicalmente as atitudes e o comportamento dos seres humanos” (PNUMA, 2004, p. 6). Neste contexto, o estudo mostrou que as empresas de Erechim não têm a Certificação ISO 14000.

Apesar destes resultados não satisfatórios para os índices de sustentabilidade ambiental nas empresas de Erechim. A pesquisa contatou a existência do consumo de água por parte das empresas, onde 75% responderam que sim (consomem água durante o processo de fabricação, mas que também procuram reduzir o consumo de água nos processos de fabricação), apenas 4% responderam que não e 21% não quiseram responde a pergunta (FIGURA 2).

Figura 2: A utilização da água nos processos de fabricação da empresa.

Entretanto, apenas 38% tratam a água, ou seja, seu efluente, depois dos processos de fabricação, 42% não fazem o tratamento e 21 % não quiseram responder (FIGURA 3). Isto pode demonstrar uma grande contaminação da água no município de Erechim (RS).

Figura 3: Tratamento que a empresa realiza nos seus afluentes líquidos.

Em se tratando da redução do consumo de energia elétrica, 63% das empresas entrevistada relataram que sim, 4% disseram que não economizam energia elétrica, e 21% não responderam. Na busca reduzir o consumo de energia elétrica, 46% das empresas entrevistadas utilizam iluminação natural, 13% adotam novas tecnologias para reduzir o consumo e outros métodos de redução, 21% não responderam.

De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) o Brasil recolhe e recicla cerca de 13% dos resíduos urbanos, um mercado que gira em torno de R$12 bilhões ao ano. Com um potencial de crescimento superior a 50%. Ainda sobre os resíduos sólidos, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica

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Aplicada (IPEA), mostra que o país perde cerca de R$ 8 bilhões por ano ao enterrar o lixo que poderia ser reaproveitado (PNUMA, 2004, p. 6).

Quanto, a separação dos resíduos sólidos das empresas entrevistadas em Erechim, 79% das empresas separam os resíduos sólidos e os reutilizam e evitam utilizar materiais tóxicos e perigosos. 21% empresas entrevistadas não responderam. Este resultado mos que a separação dos resultados torna-se algo cultural, pois a empresas vem adotando como política interna esta separação dos resíduos sólidos.

As empresas entrevistadas também evitam o lançamento de sustâncias nocivas à camada de ozônio, este valor corresponde 79% dos entrevistados. Mas a pesquisa relatou também que 29% das empresas entrevistadas estão preocupadas com o baixo impacto dos seus produtos para o meio ambiente, 21% com fácil manutenção e reparação de seus produtos produzidos e 50% com design para a durabilidade do produto. Neste sentido, 30% das empresas entrevistadas se preocupam com a Produção Mais Limpa, 35% não consideram e não responderam (FIGURA 4).

Figura 4: Metodologias utilizadas durante os processos produtivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O termo cultura organizacional tem sido alvo de muitas críticas por parte dos pesquisadores. Segundo Barbosa (2003, p. 13), duas áreas do conhecimento que sempre se mantiveram distantes a antropologia e a administração e as duas utilizam o conceito de maneira distinta. A autora salienta ainda, que essa multidisciplinariedade, entre questões teóricas, metodológicas e históricas torna-se algo relativamente novo para os administradores, o requerem mais estudos.

A cultura organizacional obteve ao longo dos tempos várias definições. Porém, quando analisada do ponto de vista antropológico, a grande maioria dos estudiosos “a entendem como um conjunto de valores e símbolos compartilhados”. Já, no ponto de vista administrativo, a cultura organizacional á vista como vantagem competitiva, um fator de eficiência para os negócios (BARBOSA, 2003, p. 13).

Os temas relacionados á missão, visão e os valores das organizações podem ser conceituados no intuito de facilitar a compreensão da cultura organizacional de uma empresa, e desta forma, estabelecer as relações com a cultura dos colaboradores. Para Oliveira, (2010, p.67), a visão de uma empresa pode ser conceituada como: clara e permanente demonstração, para a comunidade da empresa. Assim, a essência da empresa em termos de seus propósitos, de escopo do negócio e da liderança competitiva, para prover a estrutura que regula as relações entre a empresa e os principais interessados e para os objetivos gerais de desempenho da mesma. Nesse sentido, a missão é uma forma de se traduzir determinados sistemas de valores e crenças em termos de negócios e áreas básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias administrativas das empresas entrevistadas no município de Erechim (RS).

Já, o Ecodesign e Produção Mais Limpa, comente como ocorreu á implementação desse processo, sendo que houve resistência por parte dos colaboradores, pois, as empresas que adotaram a produção Mais Limpa enfrentaram a resistência dos colaboradores, mas com o tempo todos aderiram a ideia. Evidenciou-se que funcionários com idade superior a 40 anos apresentam uma maior resistência, neste processo, principalmente no momento da separação dos resíduos sólidos.

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Quanto as mudanças na estrutura organizacional das empresas em Erechim, por conta das exigências do mercado com relação as questões socioambientais. Nisto, a grande maioria das empresas não respondeu a questão. Porem, as que responderam informaram que houve mudanças na estrutura organizacional, e uma necessidade de adequação as leis socioambientais, principalmente na hora do descarte dos resíduos sólidos. Aproximadamente 50% das empresas responderam que a maioria dos resíduos sólidos é destinada para os fornecedores dos produtos, o qual reutiliza o material no sistema produtivo. Outra parte dos resíduos é destinada para empresas que reciclam o material. Já, os resíduos não recicláveis são enviados para um aterro industrial em Erechim (RS).

Percebeu-se também que as empresas entrevistas tratam do meio ambiente como uma questão cultural e de obrigação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BORBOSA, Livia. Igualdade e Meritocracia: A ética do desempenho nas sociedades modernas. 4ª ed. Rio de Janeiro, FGV, 2003.

2. PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. A produção mais limpa e o consumo

sustentável na América Latina e Caribe, 2004. São Paulo: PNUMA; CETESB, 2004. 134 p.

3. KOTLER, Philip: Marketing 3.0. As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro, Elsevier, 2010.

4. LARAIA, Roque de Barros: Cultura: Um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro. 14. ed. Jorge"ZaharEd., 2001.

5. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. 28 ed., São Paulo, Atlas, 2010.

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