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Bandeira. o triunfo d o azul

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Academic year: 2021

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Fortaleza - Ceará,Quarta-feira, 26 de maio de 2021

www.opovo.com.br/vidaearte vidaearte@opovo.com.br | 3255 61 37

Os azuis de Antonio Bandei-ra (1922-1967), cuja presença apenas se insinuava em telas que convertiam fagulhas em traços a pincel, dominaram o espaço plástico do pintor em seus últimos anos de vida. Em suas obras, os efeitos obtidos pelo emprego da cor dissocia-vam-no do frio e do distante, valores a ele atribuídos a partir do século XVIII. Insubmissos, os trabalhos da série azul de Ban-deira despontaram enérgicos, dinâmicos, magnéticos, como uma festa para os sentidos.

Neste artigo, o espetácu-lo oferecido peespetácu-lo triunfo da cor azul constitui o cenário esco-lhido para celebrar os 99 anos que o artista completaria hoje. Às vésperas do centenário de Bandeira, os trípticos da déca-da de 1960 instigam e cativam o público atual, assim como o de outrora. Nascidas de nebulosas razões, as tomadas de decisão que reconfiguram caminhos delineados na prática pictórica do artista inserem seus azuis em um ponto no qual se cruzam o emprego da cor e a estrutura da tela em tríptico, ambos por-tadores de história própria.

Apequenaram-se a luz, o vo-lume, o ponto ou a linha, frente à exuberância da cor escolhida para protagonizar a expressão plástica de Bandeira na época. O azul, antes respingo, man-cha, traço ou pincelada de tinta que escorria, tornou-se “o as-sunto” inquestionável na série destinada então a compor uma importante exposição agenda-da em Nova York.

Embora a trajetória do artista colocada em perspectiva revele muito das transformações for-mais que configuram uma obra, é preciso considerar de perto a vida social da cor como elemen-to plástico. De faelemen-to, a experiência coletiva com o azul na Europa, e particularmente na França, constitui um percurso histórico

B a n d e i r a

o

t r i u n f o

d o

a z u l

| análiSe |

referência nas artes abstratas,

antonio Bandeira completaria 99 anos hoje. Neste

artigo, a socióloga Kadma marques reflete sobre a

“inteligência pictórica” do cearense

particular. É o contexto em que se cruzam os caminhos percor-ridos pelo artista, pela cor azul e pelo formato em tríptico que revela mais apropriadamente a potência desse encontro.

Bandeira desembarcou na Paris da década de 1940, am-bientando-se à vida cultural da cidade que se impunha como centro da produção artística mundial. Muito se poderia dizer sobre o momento em que o pin-tor encontrou na cumplicidade com Bryen (1907-1977) e Wols

(1913-1951) o ambiente favorá-vel para fazer emergir sua abs-tração lírica original. Nas duas décadas que se seguiram, Ban-deira construiu laboriosamente sua trajetória entre Fortaleza, Rio de Janeiro e Paris, tanto no que se refere a sua inserção no mercado internacional de arte, quanto na afirmação de seu próprio estilo artístico.

Na Paris da época, o azul en-contrava-se difundido na vida social e no vestuário, assumi-do declaradamente como a cor

Óleo sobre tela “tríptico” de título “l’après-midi bleu”, criado por antonio bandeira em 1966

aNtoNio BaNdeira

preferida dos parisienses. A fim de não simplificar a experiência dos sentidos propiciada pela ca-pital francesa na primeira me-tade do século XX, é preferível evidenciar a existência de azuis, diversos e em disputa, do índigo ao azul da Prússia, descobertos e valorizados paulatinamente.

Cor periférica na Antiguidade Clássica e na Idade Média, o azul iniciou lenta ascensão social, simbólica e estética a partir do século XII, quando timidamen-te concorria com o vermelho

que se difundiu em diversas es-feras da vida social. Na França pós-guerra o azul ganhou ares de cor nacional, remetendo não só à simbologia dos símbolos pátrios, mas também a um his-tórico militar caracterizado por uniformes azuis.

No universo criado por Anto-nio Bandeira, o tríptico L’aprè-s-midi bleu (Tarde Azul) (1966), como em outras telas do mesmo período, faz o olhar passear indo do todo a cada detalhe e destes, novamente ao todo, estando o trabalho sobre a cor na origem dessa dinâmica. É do azul que tudo emerge – sobrepõem-se a ele toques de espátula, volu-mes de tinta depositados por pincéis que também golpeiam a composição com traços brancos como detalhe final.

A opção pelo formato em tríptico na arte marca ainda uma memória icônica que liga o universo religioso ao mundo das formas plásticas modernas – das esculturas articuladas que se abriam para revelar elos en-tre diferentes figuras sacras, às telas sequencialmente dispos-tas para ensinar os princípios da fé no interior de templos. Porém, os trípticos de Bandeira despiram-se de qualquer linea-ridade narrativa. As telas que se encontram reunidas pela mes-ma moldura, são partes de umes-ma mesma composição, na qual o sol poente ocupa o centro, des-pedindo-se de um mundo azul que se estende para além da tela. Assim, é possível com-preender melhor como a inte-ligência pictórica de Bandeira forjou-se também e talvez, so-bretudo, na lida com materiais e ideias, cuja resistência levou à criação potente de uma série de insubmissos trípticos azuis.

Continua na página 6

aristocrático. Segundo o histo-riador Michel Pastoureau, en-quanto argumentos científicos expurgavam o preto e o branco do círculo cromático no contexto do Iluminismo, outras cores re-cuaram em importância, abrin-do espaço para o destaque que o azul receberia não só por ser uma dentre as três cores primá-rias, mas também por associar-se a valores morais positivos. No século XIX, os ideais românticos, de liberdade e a dimensão oní-rica vinculavam-se então à cor

O POVO MAIS

mais.opovo.Com.Br Confira galeria de imagens e artigo da pesquisadora almerinda lopes Kadma marques vidaearte@opovo.com.br

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2021

􀣥

HENRIQUE ARAÚJO*

henriquearaujo@opovo.com.br *ESCREVE ÀS QUARTAS C O N F I R A E STA E O U T R A S C O LU N A S E M W W W. O P O V O . C O M . B R / C O LU N A S

UM DIA, ERA

NATAL, LHE

PERGUNTEI SEM

VOLTEIOS􀪱 O

QUE A MÃE DIZIA

ALI? LEVANTOU􀒀

SE, RECOLHEU

PRATOS E COPOS...

Caderno do esquecimento

Anoto tudo que esqueço, cada pequeno acontecimento, o mínimo revés ou contratem-po. Tenho fixação pelo gesto suspenso, o ato que falha, a falta, o elemento que se extravia.

Por isso o registro paciente do que não há, a anotação deliberada daquilo que tardou. Uma escrita que retrocede, não avança, quando muito gira sobre o próprio eixo, como planta que nunca se desenraíza e vento represado.

Lembro de ainda menino fazer a caligrafia. Desenhava a letra, caprichava a cada curva da vogal ou consoante, a mãe ao lado mantendo a seu alcance também um caderno no qual ia delineando sua escrita, que eu tentava imitar, sem conseguir.

Capa preta, impressão de que encerrava ali uma vida que se recusava a compartilhar co-migo. Segredos, sim, mas por que deixá-los à vista? Eu não sabia. Tampouco a mãe dizia, ao final guardava na cômoda ou o carregava consigo quando ia ao centro da cidade, de onde passava horas para voltar.

Lembro de escrever: o que escreve a mãe?

Era uma brecha que tentava ocupar, o espa-ço vazio que não incomodava, pelo contrário, despertava em mim essa curiosidade de, es-crevendo, descobrir o que a mãe diria de si.

Na escola tinha orgulho de contar que ti-nha uma mãe cuja vida não se revelava por completo, uma mãe que tinha um caderno proibido, uma mãe cheia de lacunas, que não era como as outras mães, sempre cristalinas e expostas, mães de transparência evidente e incontestável.

Depois parei de escrever, de rascunhar essas ninharias. Perdi todos os volumes preenchidos durante esse tempo. A mãe também se desfez, atirou fora as folhas, os colecionadores embolorados, talvez tenha rasgado tudo. Entre nós sempre chega esse momento em que rasuramos todo o passado, como se o revogássemos.

Um dia, era Natal, lhe perguntei sem vol-teios: o que a mãe dizia ali? Levantou-se, recolheu pratos e copos, anunciou que tinha sono e foi deitar-se.

Antes, respondeu que era bobagem, não lembrava, mas que eu não devia me preocupar com isso porque na época eu era um menino e ela, uma mulher, e que mulheres têm suas questões que não interessam a mais ninguém, sobretudo a uma criança como eu era.

Talvez fossem desenhos, acrescentou, tal-vez apenas riscos que eu punha no papel de ponta a ponta, talvez fosse a maneira que en-contrava de fazer o tempo correr.

Ou talvez fossem palavras mesmo, de ver-dade, eu arrisquei, ao que a mãe respondeu com um sorriso, o mesmo que não diz que sim ou que não.

Antes de ontem, sonhei que recuperava o caderno, a capa já muito desgastada e as fo-lhas amarelas. Eu o depositava em cima da mesa. Em seguida, exibia-o a minha filha, que abria as páginas com seus dedos finos. Dentro dele, linhas e linhas de palavras in-ventadas, um alfabeto próprio que nem eu nem ela entendíamos.

Mesmo no sonho preservava o seu segredo.

O curta-metragem “Foguete” ficou disponível na programação do CineClubinho DIVULG A ÇÃO

Ator Wil Smith estrela o filme Hancock

DIVULG

A

ÇÃO

“A Batalha do Passinho” apresenta a dança criada em favelas do Rio de Janeiro e aborda a importância dessa manifestação cultural. DIVULG A ÇÃO

O

MELHOR

DA A G E N DA C U LT U R A L

Q U E R D I V U L GA R S E U E V E N T O ? R E P O R T E R @ O P O V O . C O M . B R

VIAGEM AO ESPAÇO

LIVROS ABERTOS

PLANETÁRIO DEBATE

O Planetário Rubens de Azevedo,

equipamento do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMac), apresenta nesta quarta-feira, 26, uma aula com temática relacionada às galáxias. Intitulado “Viagem Sideral no Planetário - Galáxias”, o episódio reunirá desde a concepção dos “Universos Ilhas” de Immanuel Kant às mais modernas informações sobre as galáxias.

Quando: hoje, dia 26, às 19h30min Onde: Planetário Rubens de

Azevedo no YouTube

O projeto “Livros Abertos” abordará a expressão poética além da palavra escrita em sua segunda edição. A live desta quarta-feira, 26, trará Jéssica Teixeira, atriz, diretora e dramaturgista, Ariel Volkova, artista multilinguagem, drag e atuante em diversas linguagens culturais, e Alysson Lemos, artista, encenador e pesquisador cearense. A mediação será feita pelo bacharel em serviço social Marcos Rodrigues.

Quando: hoje, dia 26, às 18 horas Onde: Bece no YouTube

INFORMAÇÕES SOBRE ATRAÇÕES, DATAS E HORÁRIOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS ORGANIZADORES DOS EVENTOS

CINESESC

NA SEMANA

MUNDIAL DO

BRINCAR

ESPECIAL

WILL SMITH

INFÂNCIA AÇÃO

A Semana Mundial do Brincar ocorre até o dia 30 de maio e o CineSesc estreia na plataforma Sesc Digital três curtas-metragens brasileiros que dialogam sobre a temática da infância. As obras fazem parte da programação do CineClubinho e podem ser visualizadas gratuitamente. Estão disponíveis também a animação brasileira “Tito e os Pássaros” e a francesa “Contos da Noite”.

Onde: sescsp.org.br/

cineclubinho

O canal de televisão por assinatura Space transmitirá hoje, 26, uma programação com três filmes protagonizados pelo ator e produtor Will Smith. A sessão inicia a partir das 20h50min, com o longa-metragem “Hancock” (2008). Na sequência, serão exibidos os filmes “Esquadrão Suicida” (2016), às 22h30min, e “Depois da Terra” (2013), às 0h45min. Considerado um dos ícones de Hollywood, Will Smith já atuou em “MIB - Homens de Preto” (1997), “Eu Sou a Lenda” (2007) e “Os Bad Boys” (1995).

Quando: hoje, 26, a partir

das 20h50min

Onde: no canal Space

A BATALHA DO

PASSINHO

DANÇA

A partir desta quarta-feira, 26, o CineSesc deixará disponível por 24 horas o documentário “A Batalha do Passinho”, de Emílio Domingos. Será possível conferir o longa na plataforma do Sesc SP. A obra apresenta a dança criada em favelas do Rio de Janeiro e aborda a importância dessa manifestação cultural.

Quando: disponível por 24 horas Onde: em sescsp.org.br/

cinemaemcasa

Jéssica Teixeira é atriz, produtora, diretora e dramaturgista

DIVULG

A

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2021

􀢭

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

CLÓVIS

HOLANDA

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

HOLANDA

CELEBRAR

Aniversariante do último sábado foi o arquiteto dos grandes empreendimentos no Ceará, Daniel Arruda. Passou a data no Carmel Cumbuco com Veruska e amigos de longas datas, Bob Santo e Rivana, Cássio Pontes e Karina.

JAGUNÇO I

Secretário especial da Cultura, Mário Frias despacha no Ministério do Turismo com arma visível na cintura. Alegou defesa pessoal para conseguir o porte da pistola Taurus de calibre 9mm. Servidores e funcionários do órgão relataram desconforto e tensão no ambiente laboral em reportagens do Uol e da Folha sobre o assunto.

JAGUNÇO II

Pode parecer novidade na aparentemente “polida” Esplanada dos Ministérios e, mais ainda, em se tratando de um gestor da antes colorida pasta da Cultura, mas a história do Ceará, por exemplo, está cheia de casos em que desavenças - políticas ou não - foram resolvidas a bala, algumas até bem recentes, como a do ex-prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, morto a tiros enquanto fazia seu cooper.

PROPÓSITO

Pelas vias do sofrimento e da morte, a Índia está em evidência no noticiário internacional. Mais ainda agora, com a disseminação da “variante indiana” do coronavírus. O choque entre realidades sempre foi uma marca daquele país. Os palácios, marajás, trajes ricamente bordados destoam da pobreza das ruas. Um bom recorte deste cenário pode ser conferido no filme “O Tigre Branco” (Netflix), que traz no elenco a atriz, cantora, produtora e Miss Mundo 2000 Priyanka Chopra.

Na foto, ela no Billboard Music Awards, último dia 23 em Los Angeles.

AS DUAS

FACES DA ÍNDIA

Políticas culturais em pauta

RACHEL Gadelha media debate

sobre políticas públicas culturais e gestão de espaços cênicos

GUILHERME SILVA/DIVULGAÇÃO

| DEBATE |

Transmitido pelo canal no YouTube do TJA, webnário aborda gestão de espaços cênicos

O Theatro José de Alencar (TJA) realiza na sexta-feira, 28, a partir das 19 horas, o webnário “Conecta SET Brasil”, com trans-missão pelo canal do YouTube do equipamento cultural. Com me-diação de Rachel Gadelha, presi-dente do Instituto Dragão do Mar (IDM), a roda de conversa será sobre o tema “Políticas Públicas Culturais e Gestão de Espaços Cênicos”, e terá a participação de Cláudia Leitão (CE), Fabiano Piú-ba (CE) e Márcio Meirelles (BA).

Com o objetivo de dar visibili-dade às ações desenvolvidas pe-los teatros e espaços cênicos que fazem parte do Sistema Estadual de Teatros (SET-CE), o programa “Conecta SET” é uma realização da Fundação Amigos do Theatro José de Alencar (FATJA).

Nesta edição, o programa terá

uma abordagem mais ampla. “Nós optamos por trazer para as discussões, as reflexões com gestores de equipamentos de outros estados, por isso o nome Conecta SET Brasil. Os convida-dos vão debater sobre a relação da gestão de equipamentos cul-turais com as políticas públicas do setor envolvendo União, esta-dos e municípios”, observa Pedro Domingues, diretor do TJA.

Domingues destaca, ainda, a importância de tratar sobre po-líticas culturais durante a pan-demia de Covid-19. De acordo com o diretor, “o atual momento revela um acúmulo de anos de deslocamento do setor cultu-ral como vetor de desenvolvi-mento. A adesão das atividades culturais nos meios digitais deu visibilidade para o setor, mas a

categoria não é vista como es-sencial e recebe pouco suporte e investimento”, completa.

Entres os convidados, uma multiplicidade de experiências. Claudia Leitão é mestra em So-ciologia Jurídica pela USP e dou-tora em Sociologia pela Sorbon-ne, Université René Descartes (Paris V). Foi a primeira gestora da Secretaria da Economia Cria-tiva do MinC, além de titular da Secult Ceará (2003-2006).

Secretário da Cultura do Es-tado do Ceará, Fabiano dos San-tos Piúba é doutor em Educação pela UFC, mestre em História pela PUC e historiador gradua-do pela UFC. Foi Diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura.

Já Márcio Meirelles é criador do grupo Avelãz y Avestruz (1976)

Conecta SET Brasil

Quando: 28 de maio, às 19h Onde: YouTube do TJA

e do Bando de Teatro Olodum (1990). Em 1994, lidera a reforma e revitalização do Teatro Vila Ve-lha. Foi Secretário de Cultura do Estado da Bahia (2007/2011). Em 2011, reassume a direção do Vila Velha e cria a universidade LI-VRE, em 2013.

A mediadora Rachel Gadelha é mestre em Políticas Públicas e Sociedade pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Hoje atua na presidência do Instituto Dragão do Mar e esteve à frente da gestão do Cineteatro São Luiz (2015-2021). (Martônio

Carva-lho/Especial para O POVO)

Muito prestigiado nesta terça-feira, virtualmente, o lançamento do livro “Alto Desempenho com Propósito”, de Yunare Marinho Targino. Gerente de processos industriais do Grupo M. Dias Branco, ele traz na obra um manual para líderes que buscam unir questões como performance e desempenho com propósito e felicidades nas corporações e em suas equipes. Apresentação do livro é assinada pelo CEO Ivens Dias Branco Júnior. À venda na Amazon e pelo site do autor.

ENCONTRO

Praticante de futebol e entusiasta dos grandes clubes, Clovis Rolim, filho de Monique e Clovis Rolim Neto, teve um encontro emocionante no Aeroporto de Congonhas. Família cearense desembarcou no mesmo momento em que Neymar chegava a São Paulo. Daí que o garoto pôde cumprimentar e registrar seu encontro com o astro da bola, que foi solícito e gentil com o pequeno fã.

ENQUANTO HOUVER SOL...

CasaCor Ceará retoma este

ano seu formato tradicional, mas com as adaptações que o momento exige. Experiências no Rio de Janeiro e em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, demonstraram ser possível fazer a mostra presencial.

Mansão da família Nogueira,

que seria a sede ainda em 2020 do evento, não está mais disponível, pois voltou a ser utilizada pela matriarca Marly Nogueira, filhos e netos, já tendo dois casamentos previstos para o belo jardim.

Diretora Neuma Figueiredo

assinou ontem o contrato do novo endereço, que será divulgado em momento oportuno. Promessa é de muito verde e ambientes ao aberto, como impõe a vida hoje.

Sarah Philomeno Gomes e

Walkmar Santos passaram o aniversário dela, neste domingo, hospedados no zen-chic Zorah Hotel, no Trairí, retornando para almoço com as filhas.

Caranguejo e cervejinha,

na barraca Terra do Sol, reuniu Felipe Albuquerque e Mariana Dafonte, Bruno Queiroz e Juliana.

Por do sol romântico, no

Coco Bambu Frutos do Mar, para Talynie Mihaliuc e Flávio Menezes.

Silvinha de Castro curtindo

a praia dos Beach Park com os filhos.

Laura Paiva comemorou

nova idade em clima havaiano, em meio à natureza, com Maurício Filizola e família.

Jantando no Pinocchio Cucina

(SP), Omar Macêdo e Fernanda, Geni Levy e Wilton Correa.

Hard Rock Café Fortaleza

retomou agenda de música ao vivo e happy hour todos os dias.

Abrem novo ciclo de vida

hoje: Cláudia Praça, Paula Athaide, Talita Aguiar, Ticiana Machado. Saúde!

UNIÃO

Selaram sua união no civil, Afrânio Plutarco e Pauliani Campos. Cerimônia, seguida de brinde, foi restrita à família. Casal está no Fasano Angra dos Reis (RJ) para lua de mel.

BATIZADO

Recebeu o sacramento do Batismo o bebê Lucas, filho de Érico Romcy e Tassia.

Celebração foi seguida de brunch íntimo no endereço do casal.

Boa quarta-feira, até amanhã!

RICH FUR Y / GET TY IMAGES NOR TH AMERICA / GET TY IMAGES VIA AFP

no Ceará, Daniel Arruda. Passou a data no Carmel Cumbuco com Veruska e amigos de longas datas, Bob Santo e Rivana, Cássio Pontes e Karina.

cearense desembarcou no mesmo momento em que Neymar chegava a São Paulo. Daí que o garoto pôde cumprimentar e registrar seu encontro com o astro da bola, que foi solícito e

a praia dos Beach Park com

(SP), Omar Macêdo e Fernanda,

vivo e happy hour todos os dias.

UNIÃO

Selaram sua união no civil, Afrânio Plutarco e Pauliani Campos. Cerimônia, seguida de brinde, foi restrita à família. Casal está no Fasano Angra dos Reis (RJ) para lua de mel.

BATIZADO

Recebeu o sacramento do Batismo o bebê Lucas, filho de Érico Romcy e Tassia.

Celebração foi seguida de brunch íntimo no endereço do casal.

Boa quarta-feira, até amanhã!

R IC H F U R Y / G E TT Y IM A G E S N O R TH A M E R IC A / G E TT Y IM A G E S V IA A FP

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2021

􀏄

O que é e como jogar

1. O jogo é constituído de 81 quadrados numa grade de 9 x 9 quadrados, subdivivida em nove grades menores de 3 x 3 quadrados. 2. Cada fileira (vertical e horizontal) deverá conter números de 1 a 9. 3. Cada grade menor, de 3 x 3 quadrados, deverá conter números de 1 a 9.

4. Nas fileiras horizontais e verticais da grade maior, cada número deverá aparecer uma só vez.

SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

23 DE SETEMBRO A 22 DE OUTUBRO 23 DE OUTUBRO A 21 DE NOVEMBRO 22 DE NOVEMBRO A 21 DE DEZEMBRO 21 DE JUNHO A 22 DE JULHO 23 DE JULHO A 22 DE AGOSTO 23 DE AGOSTO A 22 DE SETEMBRO

22 DE DEZEMBRO A 20 DE JANEIRO 21 DE JANEIRO A 19 DE FEVEREIRO 20 DE FEVEREIRO A 20 DE MARÇO 21 DE MARÇO A 20 DE ABRIL 21 DE ABRIL A 20 DE MAIO 21 DE MAIO A 20 DE JUNHO

Brincar

Os mundos de Liz.

DANIEL BRANDÃO

www.estudiodanielbrandao.com

Contos de Moscarau.

KARLSON GRACIE E BRENO TAVEIRA

@karlsongracie

Mulher Listrada.

DOMITILA ANDRADE

@mulherlistrada

HORÓSCOPO PERSONARE

www.personare.com.br | a.martins@personare.com.br

PEIXES

AQUÁRIO

CAPRICÓRNIO

SAGITÁRIO

ESCORPIÃO

LIBRA

VIRGEM

LEÃO

CÂNCER

GÊMEOS

TOURO

ÁRIES

É fundamental aliviar a mente de especulações e escolher uma vivência moderada com relação ao trabalho e aos estudos. A Lua Cheia se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus no circuito comunicativo, afetando a fruição das ideias e atribuindo uma carga de dramaticidade ao discurso.

A Lua Cheia se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus, fazendo com que o emocional instável afete o bom senso. Sua relação com o universo material pode ficar fragilizada nesse momento, de modo que é necessário avaliar a pertinência de certos gastos para evitar prejuízos.

Tente manter discrição, evitando atritos. A presença da Lua Cheia em seu signo pode levar a um afl orar de incoerências no pensamento e na postura. É possível que se passe difi culdade no trato interpessoal, pois o referido astro se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus no setor de relacionamentos.

A Lua Cheia, que transita na área relacionada ao cotidiano, e Sol, Mercúrio e Vênus no setor das crises pessoais, pode comprometer a percepção dos problemas, fazendo com que eles pareçam maiores do que realmente são. Procure cuidar das questões básicas que afetam na saúde.

Busque prestar atenção às recomendações sanitárias em tempos de pandemia, evitando sair da zona de segurança. A instabilidade emotiva associada à Lua Cheia pode lhe fazer ser imprudente no usufruto dos prazeres, já que o referido astro se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus.

Encontrar um ponto de equilíbrio pode ser complicado, mas com

organização é possível ter bons resultados. As necessidades familiares tendem a se contrapor às profi ssionais com a Lua Cheia oposta a Sol, Vênus e Mercúrio, o que exige bom senso para que as prioridades não sejam deixadas de lado.

Busque não dar espaço ao drama para não fragilizar a saúde. O trânsito da Lua Cheia na área de crise pode lhe predispor a dramatizar desafi os que em outro momento você lidaria com tranquilidade, afetando a qualidade do dia a dia, já que o mencionado astro se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus.

Procure evitar projetar nos outros o que precisa resolver dentro de si. A Lua Cheia transita no setor das amizades, mostrando que você pode sobrecarregar quem você ama com carências afetivas e ainda a cometer imprudências, visto que o referido astro se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus.

Tente diminuir o ritmo, sem negligenciar suas prioridades. Ocupar a mente pode lhe ajudar. A Lua Cheia sugere um momento de contradições que afeta no dia a dia, em prejuízo tanto das demandas profissionais quanto das familiares, já que se opõe a Sol, Mercúrio e Vênus.

A Lua Cheia estabelece ângulos tensos com Sol, Mercúrio e Vênus no setor comunicativo, apontando uma tendência ao radicalismo. A presença da Lua na área espiritual tende a elevar a carga emotiva e prejudicar os processos mentais, fazendo com que se posicione devotamente em favor do que acredita.

Procure agir com cautela, evitando decisões

impensadas. Tente se cercar de estabilidade, dando valor ao descanso. Oscilações emocionais associadas à Lua Cheia tendem a afetar a gestão dos aspectos práticos e materiais, já que o referido astro se opõe Sol, Mercúrio e Vênus no circuito patrimonial.

Busque trabalhar a autoconfi ança diante dos desafi os, ainda que seja recomendável desacelerar e se dedicar ao bem-estar pessoal nesta fase. A Lua Cheia oposta a seu signo, bem como a Sol, Mercúrio e Vênus que ali transitam, pode destacar grande fragilidade e uma tendência a se desvalorizar.

O SANTO

São Filipe Néri

O ANJO

Habuhiah

Filipe Néri nasceu na cidade de Florença, Itália, em 1515. Era órfão e viveu com seu tio, que o convidou para se dedicar aos negócios da família. Os planos de Felipe eram diferentes, sentindo o chamado de Deus a uma vida de caridade. Logo Filipe foi estudar Filosofia e Teologia em Roma, e se deixou conduzir pelo Espírito Santo, ficando conhecido mesmo antes de ser padre por visitar as partes

mais pobres da cidade de Roma, chegando a formar uma associação que ajudava pobres e doentes. Filipe Neri trabalhou na obra do Oratório do Divino Amor, que era dedicada aos jovens. Ficando conhecido por ir aos lares dos ricos pedir pelos mais necessitados. Aos 80 anos São Filipe Néri partiu em paz para o céu, era um homem de muita penitência e oração, que renunciou a si mesmo para viver uma vida em Jesus. Este Anjo ajuda a conservar a paz, a eliminar a força dos maldosos e a curar os problemas de saúde. Exerce influencia na agricultora, criação e fecundidade. Quem nasce sob esta influência é elegante, nobre e altruísta em seus relacionamentos, devido ao seu domínio espírito/instinto. Seu bom astral é contagiante, encanta a todos onde quer que esteja.

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2021

􀎑

LEDAMARIA@OPOVO.COM.BR | *ESCREVE ÀS SEGUNDAS E QUARTAS

LÊDA

MARIA

LEDAMARIA@OPOVO.COM.BR | *ESCREVE ÀS SEGUNDAS E QUARTAS

ONTEM a colunista participou de mais uma live

superatraente. Convidada, aceitou integrar a programação traçada pelo Projeto “A Importância da Liderança Feminina em Tempos de Caos”, da Alfe. Via Instagram, ficou ao lado de Lia Freire e Luisa Silveira discutindo o tema “A Gastronomia como elemento cultural”. Jeovana Barreto foi a mediadora. Presidente Graça Bringel (foto) concluiu com êxito mais essa programação importante de sua gestão.

AUXILIADORA Carvalho, (foto) Cily para os amigos,

gravou um depoimento lindo, marcando a chegada de seus 72 aninhos. Diz: “minha maior realização são meus filhos Henrique Daniel, Milena, Leonardo e Carlos Henrique. Minha construção de amor é um projeto de 52 anos com Sabino Henrique e meus anjos abençoando minha vida são meus amigos”.

MAIS,

MAIS

MOLDURAS

U

ma pergunta preocupa. Como ficarão as micros, pequenas e médias empresas com esse

fechamento provisório e precário de suas atividades, tendo que assumir os compromissos de financiamentos realizados?

É

lcio Batista, vice-prefeito de Fortaleza, padecendo de dores ocasionadas em jogada de tênis. Ele pratica também kitesurf. Será que algum esporte ensina como ajustar o jogo político e sua leveza na condução da vida sem “mutilações”?

Graça Bringel, presidente da Alfe

Auxiliadora Carvalho

P

arlamento Europeu já estuda a criação de um “Passaporte Verde”, para em breve amenizar as exigências para o fluxo de brasileiros e outros integrantes de nacionalidades diversas aos países, principalmente Portugal. A boa notícia, se executada, salvará principalmente o turismo, segmento forte da economia, mas em crise, por conta da Covid-19 e das medidas restritivas.

H

oje a regulamentação de Portugal proíbe completamente a presença de brasileiros. A regulamentação determina que países com riscos de variantes de coronavírus estão banidos e não adianta tentativas ou títulos. Acompanhando o Brasil destaca-se a África do Sul e a Índia. Também cinco países da União Europeia enfrentam a proibição pelo governo português de acesso.

E

mbora o tráfego aéreo com o Brasil tenha sido retomado nas últimas semanas, Portugal só autoriza entrar viajantes que se encaixem nas demandas

de urgência: estudo, trabalho, reagrupamento familiar ou razões de ordem humanitária, com a devida comprovação e quarentena exigida por 14 dias depois do desembarque. Verão europeu, assim, é um sonho impossível.

PASSAPORTE VERDE PODE

BENEFICIAR OS BRASILEIROS

ALÉM de anunciar no último

dia 12 que a primeira dama Onélia Santana estava grávida de três meses, a colunista informou depois, em previsão pessoal, que ela e o governador iam ganhar um menininho. Domingo a família, inclusive o casal, conheceu o exame de identidade e não deu outra: mais um herdeiro, para formar um trio com Luiza e Pedro. I’m sorry!

EMPRESÁRIO Erivaldo Arrais

executa um sonho de muitos cearenses. Constrói em Cascais uma casa belíssima, desfrutando da bela paisagem do lugar.

MULHERES do Brasil se

reuniram ontem para acompanhar no Canal do YouTube um bate-papo com Luiza Helena Trajano sobre “Protagonismo que Transforma”. O new look da presidente do grupo e do Conselho do Magazine Luiza amplia sua simpatia.

VÂNIA prossegue a

comemoração de sua troca de idade, viajando por uns dias em Porto Seguro, na Bahia, presente do amado Aristófanes. O casal leva um querido amigo como cicerone.

HOTEL Vale das Nuvens,

localizado em Guaramiranga, acaba de integrar o grupo dos Melhores do Mundo, em seu gênero de integração com a natureza. Seleção é do Travellers’ Choice, Tripadvisor. O criador e proprietário Joaquim Antonio Caracas, ao lado da amada Antonieta e da filha Fabíola, comemoram.

FOI DO poeta e professor

José Luís Lira os mais lindos versos criados para Gilmar de Carvalho. Completando a despedida, eles acompanham uma fotografia histórica: Gilmar no Museu Firmeza, em Mondubim, na companhia de Estrigas e Nice.

O ESTRESSE da pandemia

pode ser amenizado com atividades físicas, de bem estar, lazer, mais os contatos familiares e com os amigos, vitaminados com muita benquerença e a leveza dos pássaros. Quem destaca isso é o super fisioterapeuta José Meudo, Somnis.

ARQUIVO PESSOAL

“João e Maria” abraçam a paz

DRYCCA Freitas lança livro

“João e Maria, Uma Releitura de Paz”

DIVULGAÇÃO

| LITERATURA |

Drycca Freitas faz releitura de clássico infantil

Uma história conhecida por crianças de diferentes gerações ressurge em nova roupagem no livro “João e Maria, Uma Relei-tura de Paz”, da atriz e produ-tora cultural Drycca Freitas. A obra será lançado hoje, às 19 horas, no Canal Palco de Paz no YouTube. A obra tem a consulto-ria da psicopedagoga Pri Austin e ilustrações do designer gráfico e webdesigner Alexandre Jales.

Contemplado com o VIII Edi-tal das Artes da Secultfor, na categoria Literatura, o primei-ro livprimei-ro da artista visa análise e reformulação da clássica histó-ria que foi chistó-riada há 700 anos e repassada oralmente na Idade Média e, posteriormente, di-fundida pelo mundo até os dias atuais, através das obras deste segmento. “Proponho o estí-mulo ao desenvolvimento das

habilidades emocionais, que au-xiliam nossas crianças na cria-ção de relações mais saudáveis e harmoniosas, seja na escola, como também, na sociedade em geral”, explica a autora.

Além do livro, foi criado o site Palco de Paz, onde estão abri-gadas todas as informações e ações culturais realizadas de forma on-line e gratuitas do Projeto “Conto e Reconto”. “O Palco de Paz é um prisma que reflete várias cores e tons da arte, literatura, teatro, arte-sanato e música para trazer à cena, o personagem principal, a Arte da Paz”, reflete.

Drycca detalha: “Meu filho Kauan, quando tinha aproxima-damente 3 ou 4 anos, escutou na escola, a clássica história de ‘João e Maria’ e o livro veio pra casa para que lêssemos para

ele e realizasse a atividade de casa, como era de costume, nas sextas-feiras, no rodízio de li-vros infantis da escola. Posso dizer que aquela experiência foi a pior para ele nesses 8 aninhos de vida”, revela a nova escritora da literatura infantil, que é mãe, também, de mais duas crianças: Yan (10) e Kaíque (5).

“Nunca vi tanto pavor a um objeto. Ele nem conseguia en-trar no quarto em que estava guardado o livro até que conse-guíssemos devolver para a es-cola. Quando me percebi lendo aqueles horrores para meu filho, fiquei indignada! Me pergun-tei: Que sentido faz isso? Para quê passar essa história adian-te? Para que fazer medo a uma criança? Como eu poderia dizer para meus três filhos que está tudo bem, uma criança matar e

João e Maria,

Uma Releitura de Paz

Quando: hoje, às 19 horas Onde: Canal Palco de Paz

no YouTube

roubar alguém? Foi o que inda-gou a autora que tomou gosto por recontar esse conto para contribuir com atitudes pauta-das no bem”, reflete.

Entusiasta da literatura in-fantil, a autora menciona: “Nes-sa releitura estou dando aos personagens a possiblidade de enxergarem por outros ângulos e mudarem de atitudes. Através deles, eu proponho a mudança em mim mesma e, quem sabe, nesse movimento eu possa me tornar uma referência melhor para os nossos filhos”.

IMAGEM DE FRANK NÜRNBERGER POR PIXAB

A

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Os encantos de Portugal voltarão a nos receber

ARQUIVO PESSOAL

VALMAN Miranda partiu para a Casa do Pai, vítima

de Covid. Devoto de Nossa Senhora de Guadalupe, cultivando fervorosamente a prática religiosa, ingressa agora na relação dos anjos do céu. Deixa a saudade gravada no coração da família e dos amigos. Principalmente no trato com a família - Cristina sua companheira amadíssima, de mais de 50 anos de casados, com os filhos Adriana, Cristiana, Marcelo, Juliana e Luciana e com os 11 netos, fez brotar a maior herança de dedicação e amor.

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FORTALEZA - CE, QuARTA-FEiRA, 26 DE mAiO DE 2021

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Continuação da Capa

&

“Mais um retorno a Fortaleza. Volto a terrinha com a mesma alegria e cada vez sinto mais que esta cidade do Nordeste brasi-leiro não tem nada de provin-ciana. Clara cidade, fura-vento, rompe-nuvem, sem nada de tradição nem de folclore, nem de falso. Jovem cidade sempre pronta a receber o que se lhe dá com amor”. Antonio Bandeira (1922 - 1967) declarou seu amor a Fortaleza em um artigo publica-do no O POVO no dia 1º de julho de 1963. Na época, o artista cea-rense, que completaria 99 anos nesta quarta-feira, 26, já estava há quase duas décadas em um movimento incessante entre sua cidade natal, Rio de Janeiro e Paris. Apesar de sua trajetória quase peregrina, ele comentava sobre o amor que detinha pela capital em que nasceu. “Fico me indagando às vezes que misté-rio tem por que me inspira este amor tão forte, tão constante, tão fiel. A mim mesmo respondo que é brisa, é luz, é gente”.

Mas não tardou muito para que o sentimento afetivo que guardava se tornasse insufi-ciente para mantê-lo aqui. Exa-tamente três semanas depois, o jornal lançou uma nota que afir-mava que o pintor já estava - de novo - de partida. “Antonio Ban-deira está arrumando as malas para voltar à Copacabana. As ruas da província, apesar de te-rem a dimensão dos seus dias de adolescente, estão lhe enchen-do de tédio (se é que é tão fácil descobrir-se isto num artista). O vazio das conversas, a palidez dos pseudoburgueses e detalhes outros, convidam-lhe ao retor-no para ganhar as páginas das revistas cariocas. Que artista mesmo é para a fama”, detalhava o conteúdo divulgado em 22 de julho do mesmo ano.

Assim era Antonio Bandei-ra - também conhecido como “monsieur Bandeira”, que, no sotaque francês, aproxima-se de uma sonoridade semelhante a “Banderrá”. O fortalezense de ascendência negra e indígena viveu, principalmente, entre três lugares e, em cada um dos locais, deixou seu impacto. O artista era uma figura carismática, um boê-mio. Costumava passar as noites nos bares parisienses. E, mesmo com as mudanças de moradia que fazia com certa constância, tinha vários amigos que o panhavam - ou tentavam acom-panhá-lo - nos eventos sociais em que estava presente. Apesar disso, nunca se casou e também não teve filhos.

Quando saiu pela primeira vez das terras alencarinas, em 1945, já enveredava pelas obras figu-rativas e havia se tornado um dos fundadores da Centro Cul-tural de Belas Artes (CCBA), que daria origem à Sociedade Cea-rense de Artes Plásticas (Scap). Chegou na capital carioca e teve maior contato com artistas abs-tratos. Em 1946, recebeu uma bolsa de estudos na França, onde rompeu com suas pinturas que representavam elementos mais realísticos e adentrou no movi-mento abstracionista. Ingressou na Escola Nacional Superior de Belas Artes e na Académ1ie de La Grande Chaumière, mas deixou as duas instituições em busca de um trabalho não acadêmico.

O país estrangeiro ainda es-tava devastado pela Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), mas era um cenário propício para o retorno da arte abstra-ta, que tinha sido rejeitada por

um extenso período pelo nazis-ta Adolf Hitler (1889 - 1945). O artista, porém, se diferenciava em alguns aspectos. “Algumas de suas obras são totalmente abstratas, mas na grande maio-ria, você vê certos elementos. Ele sempre dá título às obras, enquanto a maioria dos artis-tas abstratos nomeiam como ‘Composição 1’, ‘Composição 2’... Também tinha árvores, barcos, assim como a cidade”, explica Almerinda da Silva Lopes, pes-quisadora de artes visuais.

Ele não apenas descrevia suas produções, como também refle-tia suas próprias experiências de vida entre as formas. Os lugares por onde passou, por exemplo, fazem parte de seu imaginário artístico. “Ele coloca a cidade queimada de sol, iluminada, como Fortaleza, e correlaciona com algumas coisas de Paris. Do seu subconsciente, ele passa para a tela”, comenta o grava-dor, pintor e fotógrafo Francisco Bandeira, que é também sobri-nho de Antonio Bandeira.

Deixou em vida um legado extenso, como “Auto-Retrato” (1944), “Mulher na Rede” (1945), “Mulher Lendo” (1947), “Peque-na Cidade em Formação” (1953), “A Grande Cidade Atormenta-da” (1953) e “A Árvore” (1955). O cearense teve um trabalho tão amplo que atuou em dois mo-vimentos distintos. Foi um dos consolidadores do mercado ar-tístico do Ceará, além de atuar na arte figurativa ao representar o Estado para além dos estereó-tipos. Ainda tornou-se um dos principais precursores do abs-tracionismo no Brasil e levou as obras brasileiras para o exterior. “Mas a carreira internacional dele foi muito rápida e também foi interrompida cedo (porque morreu em Paris, aos 45 anos). Ele começava a ganhar fama e ia embora. Vinha para o Brasil e logo queria voltar. A sorte dele é que ele era uma figura carismá-tica”, indica Almerinda Lopes.

Mesmo com a relevância, o pintor ainda enfrenta uma situação recorrente no âm-bito artístico: a perda de sua memória. Quando Almerinda decidiu produzir sua tese “In-formalismo e Utopia: o mun-do transfiguramun-do por Antonio Bandeira”, apresentada em 1997, havia quase nenhum es-tudo sobre o artista. Ela foi até Paris para buscar mais infor-mações e, apesar disso, encon-trou poucas pessoas e institui-ções que pudessem ajudá-la. Alguns até sabiam quem era o cearense, mas as recorda-ções estavam distantes. Agora, já existe o “Instituto Antonio Bandeira”, criado pela família. Francisco Bandeira também iniciou um processo de pesqui-sa para reunir informações e trabalhos do artista. Segundo o sobrinho: “Antonio Bandeira não precisava de palavras para fazer poesia”.

| MeMória |

Criativo, carismático e boêmio, Antonio Bandeira peregrinou entre Fortaleza,

Rio de Janeiro e Paris. Em sua obra, o artista espelhou diferentes experiências e paisagens

E n t r E

B a n d e i r a

E

B a n d e r r á

Clara Menezes clara.menezes@opovo.com.br

antonio Bandeira foi um pintor abstrata cearense

DivuLgAçãO, Em 10/11/1985

“Bandeira

começava a

ganhar fama e ia

embora. Vinha

para o Brasil e

logo queria voltar”

almerinda da Silva lopeS,

Referências

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