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Estudo retrospectivo sobre o primeiro atendimento à vitimas de queimadura em um hospital público

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Estudo retrospectivo sobre o primeiro

atendimento à vitimas de queimadura em um

hospital público

Nayara Aguilar Rezende

Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem.

Isaac Rosa Marques

Docente do Curso de Graduação em Enfermagem. Orientador.

RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO

Este estudo teve como objetivo identificar o perfil dos pacientes vítimas de queimaduras atendidos em um hospital geral da rede pública da Região Sul da cidade de São Paulo. Estudo do tipo inter-relacional desenvolvimental retrospectivo através de formulário específico aplicado a 158 fichas de atendimentos. A análise foi realizada por meio de estatística descritiva. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (53,79%); da faixa etária de 31 a 40 e 41 a 50 anos, dentre as vítimas, 46,20% se declarou parda; a maioria das lesões foi de 2º grau (52,00%) sendo causadas por escaldadura de líquidos aquecidos (41,14%). O principal tratamento das lesões foi o curativo com sulfadiazina de prata (39,87%). A maioria dos pacientes atendidos receberam alta pós atendimento (78,48%). Concluiu-se que o perfil epidemiológico deste estudo destacou as principais características desses pacientes com o intuito de fornecer subsídios para posteriores intervenções de prevenção.

Descritores: Queimaduras; Perfil de saúde; Estatística.

Rezende NA, Marques IR. Estudo retrospectivo sobre o primeiro atendimento à vítimas de queimadura em um hospital público. Rev Enferm UNISA. 2012; 13(2): 98-103.

PESQUISA

INTRODUÇÃO

O paciente queimado é aquele que foi vítima direta ou indiretamente de injúria térmica, química, elétrica ou radioativa podendo esta injúria ser decorrente de alguns fatores desencadeantes como chamas, líquidos ou superfícies superaquecidas, frio, atrito ou fricção, causando lesões de maior ou menor complexidade, com a capacidade total ou parcial de destruição do tecido de revestimento corporal(1). Para a classificação correta das queimaduras é necessário conhecer o grau de profundidade, fator que determina se a lesão é de 1º grau, o que ocorre quando a lesão atinge apenas a epiderme. Esse tipo de queimadura apresenta-se como uma lesão de aspecto hiperemiado, mantendo-se úmida, edemaciada e dolorosa; já a de 2º grau, clinicamente apresenta-se com a formação de bolhas e dor intensa. A queimadura de 3º grau alcança o tecido subcutâneo, podendo atingir também estruturas ósseas e músculos, em geral, o tecido se apresenta rígido, com ausência de elasticidade local; as áreas carbonizadas, se houverem, ainda podem ser classificadas como de 4º grau(2-4).

Quanto mais profundas as lesões, mais graves serão os prognósticos, existem alguns fatores que influenciam nesse

aspecto como, por exemplo, além do grau das queimaduras, ressalta-se a profundidade que classificará a lesão como superficial ou profunda; o agente causal, que interfere indiretamente no prognóstico como, por exemplo, as quei-maduras causadas por injúria elétrica, química ou radioativa costumam ser na realidade mais extensas e de maior gravidade do que apresentadas em primeira inspeção(3). Desta maneira, vários fatores são determinantes em relação aos tratamentos iniciais e subseqüentes às queimaduras, no tratamento ambulatorial, o tratamento das queimaduras visa sempre à proteção das lesões com o intuito de minimizar potenciais riscos para intercorrências como infecções através de limpezas e curativos que se julgue adequados; oferecimento de conforto e minimização da dor a fim de proporcionar maiores condições de reabilitação ao paciente, amenizando assim, possíveis seqüelas posteriores(5).

Existem alguns tratamentos clínicos gerais que são utilizados com maior frequência, principalmente em queimaduras na fase aguda, são esses: analgesia, para que o paciente possa suportar todos os outros possíveis procedimentos realizados como desbridamentos locais, banhos e curativos, é necessário realizar o controle da sensação de dor do indivíduo; curativos, que deverão ser realizados somente após a estabilização

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hemodinâmica e possui além da finalidade de limpeza e proteção da lesão, ainda a inclusão de antibiótico para profilaxia de queimaduras com riscos de infecção; profilaxia antitetânica, que deve ser realizada em todos os pacientes que sofreram queimaduras e que apresentem o esquema vacinal incompleto ou mesmo não o possua.

As queimaduras são consideradas um problema de saúde pública importante, pois as pessoas acometidas por esse tipo de lesões não representam somente um alto índice de morbi-mortalidade, mas essas vítimas sobreviventes ainda acarretam muitas vezes seqüelas estéticas e funcionais, que podem levar a prejuízos psicossociais e econômicos(1).

Embora no Brasil não existam estudos exatos que visem caracterizar o perfil dos pacientes vítimas de queimaduras que procuram os serviços de saúde, dados epidemiológicos revelam que ocorram no Brasil cerca de 1 milhão de acidentes por queimaduras, porém apenas 200 mil vítimas recorrem à assistência médica, sendo estas 15% grandes queimados, e aproximadamente dois terços desses pacientes são repre-sentados por crianças e adolescentes, quando comparadas a essa população, os idosos acometidos apresentam as mais altas taxas de mortalidade, condicionando no total de vítimas cerca de 5 mil à 10 mil mortes ao ano, apesar do alto número de óbitos, tem-se observado um aumento de sobrevida em vítimas de queimadura, nos anos 90 por exemplo, 50% a 80% dos grandes queimados evoluíam para óbito em decorrência de sepse, choque e falências múltiplas, hoje, 90% desses mesmo paciente apresentam uma evolução favorável(2-5).

Considerando o contexto apresentado, o objetivo do estudo foi identificar o perfil dos pacientes vítimas de queimadura atendidos em um hospital da rede pública da região Sul da cidade de São Paulo no período de Janeiro a Março de 2011, a fim de colher dados sobre as características desses pacientes, causas da lesão, evolução do quadro e atendimento prestado.

MÉTODO

Tratou-se de uma pesquisa com desenho não-experimental do tipo inter-relacional desenvolvimental retrospectiva. O estudo foi realizado em um hospital geral de grande porte da rede pública da região sul da cidade de São Paulo. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, obtendo a aprovação mediante o parecer nº CAAE 0008.0.158.000-11.

O critério de inclusão para composição amostral foi feito por meio de pesquisa das fichas de atendimento localizadas no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) da instituição. Foram abordadas 198 fichas de atendimento de pacientes que foram admitidos por terem sofrido queimaduras no período de 1º de Janeiro a 31 de Março de 2011, o que corresponde a 0,54% do total de 36.625 admissões gerais na emergência da unidade no

mesmo período.

O instrumento para coleta de dados foi um formulário com variáveis demográficas como idade, sexo, raça e cor. As demais variáveis foram relativas ao conceito principal a ser extraído pela pesquisa como: tipo de queimadura em relação ao grau, à extensão, região do corpo, aspectos relacionados aos fatores causadores. Estes dados foram extraídos das folhas de atendimento abertas no momento da admissão do paciente para apreensão estatística e epidemiológica das informações. Outros dados serão relativos às condições clínicas na admissão no Pronto Socorro bem como as medidas iniciais implementadas.

A análise de dados foi realizada por meio da análise estatística descritiva (6). Os dados foram tabulados em uma planilha do MS Excel ® compondo assim um banco de dados. Os dados foram filtrados e analisados segundo cada variável. As comparações entre variáveis foram avaliadas usando o recurso filtragem de dados e tabela dinâmica. Os dados foram comparados a partir de frequência e percentagem.

RESULTADOS

Das 198 fichas pesquisadas, 40 (20,20%) não continham quesitos pré determinados na pesquisa como região, tratamento, extensão e encaminhamento, por se tratarem de variáveis que dependiam da avaliação médica que não foi realizada em alguns pacientes que apenas foram admitidos, mas não aguardaram avaliação. Dessa forma, a amostra foi composta por 158 fichas.

Dados Demográficos

A pesquisa poderia apresentar variáveis de acordo com os dados extraídos das fichas por se tratar de um estudo com dados já coletados, os resultados dependiam da maneira como as mesmas eram preenchidas no momento da

Tabela 1. Dados demográficos dos pacientes cujos dados foram avaliados nas fichas de atendimen to (n=158). São Paulo, 2012.

Variáveis analisadas n % Faixa etária (em anos)

0 a 10 27 17,09 11 a 20 32 20,25 21 a 30 35 22,15 31 a 40 35 22,15 41 a 50 12 7,59 51 a 60 11 6,96 61 a 70 4 2,53 Mais de 70 2 1,27 Sexo Masculino 73 46,20 Feminino 85 53,79 Cor Branca 71 44,93 Negra 13 8,22 Parda 73 46,20 Não informado 1 0,63

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admissão e avaliação. As variáveis do perfil demográfico registradas eram idade, sexo e cor para a possibilidade de comparação posterior com estudos de outras pesquisas realizadas em outras localidades. Estes dados estão apresentados na Tabela 1.

As faixas etárias de maior incidência foram de 31 a 40 anos e de 41 a 50 anos respectivamente (22,15%) e a de menor frequência foi constituída por pessoas na faixa etária de 70 anos ou mais (1,27%) o que evidencia o perfil das vítimas de queimadura no que diz respeito às idades mais acometidas pelos incidentes. Quanto ao sexo, a frequência dos sexos feminino e masculino apresentou-se homogênica,

porém, houve uma pequena preponderância do sexo feminino correspondendo a 53,79% das fichas pesquisadas. A maior parte das pessoas que receberam o atendimento se declarou pardas (46,20%) ou brancas (44,93%).

Quanto à clínica ou especialidade responsável pela admissão, houve uma maior taxa de admissão de queimaduras na especialidade de Cirurgia Geral (87,97%), seguido pela Clínica de Oftalmologia (8,86%), enquanto a menor parte da população estudada foi admitida na Clínica de Pediatria (1,90%), Clínica de Ginecologia e Obstetrícia (0,63%) e uma das fichas se encontrou sem registro deste dado (0,5%).

Características das Queimaduras

No que tange a respeito das características das queimaduras, foram elencadas algumas categorias como, local ou região do corpo atingida por queimaduras, agente causador, grau de acometimento das queimaduras, tratamento de escolha nas queimaduras que definem o impacto sobre a importância e a gravidade das lesões no indivíduo.

Quanto ao local da queimadura, verificou-se maior frequência na região das mãos (25,95%), seguido por queimaduras também em membros superiores (15,19%). Outras regiões corpóreas atingidas pelas queimaduras com menor frequência estão apresentadas na Tabela 2. Vale ressaltar que 13,29% das fichas não tinham este dado devidamente preenchido.

A região das mãos foi a mais acometida por queimaduras (25,95%). Ao correlacionar este resultado com a variável idade, verificou-se que a faixa etária de maior incidência foi a dos 21 a 30 anos, com 21,95%, seguido pela faixa etária de 31 a 40 anos com 19,51% de queimaduras em mãos. Outra região que teve alto índice de queimadura foram os membros superiores com 15,19%. Ao correlacionar este resultado com a variável idade, verificou-se que as faixas etárias de maior frequência foram as de 11 a 20 anos e 31 a 40 anos respectivamente com 29.17%.

Quanto ao agente causador da queimadura, o líquido superaquecido foi o agente de maior frequência nos cometimentos (41,14%), seguido por agentes químicos (6,06%). Vale também ressaltar que em 38,89% das fichas este dado não foi encontrado. Este número supera o número dos pacientes que não esperaram pelo atendimento na instituição, ou seja, pacientes que foram admitidos, porém, não aguardaram avaliação (21,72%).

Quanto ao grau, dentre as fichas analisadas no período de estudo, em 23,00% delas não constavam dados a respeito sobre o grau das queimaduras, o que é um importante dado no tange a respeito da escolha dos tratamentos utilizados adequadamente. De todas as fichas analisadas, 52,00% Tabela 2. Locais ou região do corpo onde ocorreram as

que imaduras. São Paulo, 2012.

Região do corpo n %

Abdome 5 3,16

Abdome e mãos 2 1,27

Abdome, membros superiores, perna e face 1 0,63

Face ou cabeça 12 7,59

Face e tórax 2 1,27

Face e membros superiores 3 1,90

Face, tórax, região cervical e MMSS 2 1,27

Tórax 7 4,43

Olho 6 3,80

Membros superiores 24 15,19

Membros superiores e perna 3 1,90

Mão 41 25,95

Membros superiores, tórax e perna 1 0,63

Membros inferiores 18 11,39

Membro inferior e face 1 0,63

Pés 9 5,70

Não registrado 21 13,29

Total 158 100,00

Tabela 3. Agentes causadores das queimaduras. São Paulo, 2012.

Fator causador n % Chama 3 1,90 Eletricidade 2 1,27 Líquido aquecido 65 41,14 Superfície aquecida 15 9,49 Exposição a gás 3 1,90 Radiação luminosa 7 4,43 Agente químico 11 6,96 Total 158 100,0

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constava a indicação de queimadura de 2º grau. Do total, ainda 13% das fichas foram correspondentes a queimaduras de 1º grau, havendo apenas uma queimadura de 3º grau (1,00%). Outras informações a respeito do grau das lesões por queimaduras estão apresentados na Figura 1.

Muito embora a instituição não seja referência para o atendimento de queimaduras, os pacientes admitidos mesmo que tenham tido queimaduras classificadas como de 1º e 2º grau, receberam cuidados primários após a devida avaliação. Desta maneira, o principal tratamento utilizado nos casos foi o curativo com sulfadiazina de prata (39,87%) e o desbridamento da lesão acrescido de analgesia (12,03%). No que diz respeito aos resultados obtidos através do atendimento prestado às vítimas de queimadura admitidas na unidade hospitalar, observou-se que a maioria (78,48%) dos pacientes obteve alta hospitalar logo após o primeiro atendimento. É importante ressaltar que ao que diz respeito ao restante dos pacientes, alguns permaneceram internados na instituição para observação e cuidados posteriores (3,16%) e outros foram transferidos para outro serviço hospitalar provavelmente necessitando também do serviço de internação (1,27%) (Tabela 4).

Ao correlacionar estes dados referentes aos resultados

do atendimento prestado com a variável correspondente ao grau da queimadura verificou-se que o maior número de altas hospitalares foi correspondente as queimaduras de 2º grau, onde 86,74% desta categoria recebeu alta após avaliação. Observou-se ainda que não houve informações a respeito do atendimento de enfermagem, nem detalhes sobre a sistematização, desta maneira, não foi possível coletar dados como diagnósticos, prescrições e intervenções de enfermagem para avaliar como é realizado o atendimento do enfermeiro em queimados e qual o impacto deste atendimento na recuperação dos indivíduos vítimas de queimaduras.

DISCUSSÃO

Um estudo de porte retrospectivo permite que possamos conhecer apenas a prevalência de casos de uma população em um determinado período, podendo ou não seguir os índices das literaturas abordadas em outras regiões geográficas. Embora a instituição estudada não seja referência ou possua especialidade para unidade de queimados, tem uma considerada taxa de admissão por essa causa(8).

No que se diz respeito à faixa etária, a que apresentou maior frequência nos acometimentos por queimaduras foi a de 31 a 40 anos, observou-se que é um dado peculiar da região quando comparado a outros estudos que ilustram tanto queimaduras de maior incidência em pessoas mais jovens, com faixa etária em torno de 20 anos (7,8) quanto à presença de pacientes na faixa etária média de 31 anos (9), Deixando assim em evidência que esta variável não costuma seguir uma regra no que diz respeito à prevalência.

Bem como a predominância do sexo feminino nos acidentes, que foi ilustrada nesta amostra por 85 pacientes, o correspondente a 53,79% do total de vítimas. Em outras literaturas é comum verificar maior prevalência do sexo masculino, onde se tornam as principais vítimas representando valores acima de 60% das pessoas acometidas por queimaduras(7-10).

O principal fator etiológico em evidência foram as lesões causadas por líquido superaquecido responsável por 41,14% dos acometimentos por queimadura, é importante salientar que a maioria das fichas utilizadas (32,91%) no estudo não continham nas especificações do acidente qual o fator causador das lesões. Essas informações se mantêm em comparação a estudos anteriores, que demonstram também ser a escaldadura por líquidos superaquecidos uma das principais causas dos acidentes(7,11).

No que se diz respeito à classificação por grau de

Figura 1. Grau das queimaduras encontradas. São Paulo, 2012.

Tabela 4. Resultados do atendimento providenciado aos pacientes vítimas de queimaduras. São Paulo, 2012.

Resul tados do Atendimen to n %

Alta 124 78,48 Encaminhado ambulatorial 16 10,13 Evasão hospitalar 1 0,63 Internação 5 3,16 Transferência 2 1,27 Não registrado 10 6,33 Total 158 100,00

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queimadura foi encontrado um número considerável de queimaduras de 2º grau, passando dos 50% de acometimentos. Em outras pesquisas esses dados também se mantiveram, verificando-se também a alta incidência de queimaduras de 2º grau nas referidas em outros serviços(5,11). É incomparável a predominância de queimaduras nas mãos, destaca-se também as lesões ocorridas nos membros superiores como locais de principal ocorrência de queimaduras em todas as faixas etárias, em destaque, porém a faixa etária de 21 a 40 anos que foi a mais atingida nas mãos e as faixas etárias de 11 a 20 e 31 a 40 anos que foram as mais atingidas em membros superiores. Em comparação aos achados de outros autores observou-se que as queimaduras em mãos permanecem como principal localização no acometimento das lesões, porém é uma característica de uma faixa etária em especial, aparecendo principalmente nas vítimas de queimadura na faixa etária de 25 a 49 anos, permanecendo em uma idade média de 31 anos(9).

O tratamento mais utilizado nas queimaduras apresentadas no estudo foi o uso do curativo com sulfadiazina de prata (39,87%). Analisando a correlação de dados entre os principais tratamentos citados e o grau das queimaduras observou-se que em queimaduras que foram classificadas como de 1º e 2º grau o principal tratamento realizado foi à utilização de curativo de sulfadiazina de prata e analgesia (22,22%). Nos resultados das queimaduras classificadas como de 1º grau a principal intervenção foi o uso de Analgesia (20,00%) e a utilização de antitetânico, curativo simples, antibioticoterapia e Analgesia (20,00%). Nas lesões de 2º grau a maioria das queimaduras foi tratada utilizando-se o curativo de sulfadiazina de prata (33,72%). Na única queimadura classificada como de 3º grau no presente estudo foi utilizado antibiótico, já nos casos que não obtiveram classificação quanto ao grau de queimadura nos registros, prevaleceu-se também o uso de curativo com sulfadiazina de prata.

O tratamento das queimaduras requer uma análise criteriosa que determinará quais os procedimentos mais adequados para a recuperação do indivíduo, além de em alguns casos em que é necessária a intervenção de toda a equipe multidisciplinar como cirurgiões, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos. O tratamento local mais utilizado costuma ser o curativo de sulfadiazina de prata, sendo o preconizado para intervenções locais nesses tipos de lesões após a devida limpeza local. A utilização, portanto, de uma cobertura correta e um antibiótico tópico, ação que ocorreu na unidade pesquisada conforme pré determinado(9,12).

No que tange aos resultados do atendimento prestado, a maior parcela desta população recebeu alta após os devidos cuidados e orientações, o que está aqui representado por 78,48% de todos os pacientes admitidos por queimadura.

Os pacientes acometidos por queimaduras de 2º grau costumam ter uma passagem hospitalar comparavelmente rápida e sem maiores intercorrências(13). Na maioria das pesquisas consultadas não havia dados exatos de altas dos pacientes, abordando principalmente os dados

epidemioló-gicos, por esse motivo não há possibilidade de comparação dos dados deste quesito da pesquisa com outros estudos realizados a respeito de queimaduras.

CONCLUSÃO

As queimaduras constituem um importante problema de saúde pública, e ainda é responsável pela admissão de um número considerável de pessoas nos hospitais gerais que circunscrevem uma região e é um desafio a ser vencido frente à possíveis maneiras de prevenção, a melhor maneira de evitar esses agravos.

O perfil epidemiológico e estatístico desta presente pesquisa demonstrou que o paciente admitido na instituição estudada trata-se de um indivíduo do sexo feminino, na cor parda, pertencente à faixa etária de 31 a 40 anos, que se queima por escaldadura com líquidos aquecidos atingindo dessa maneira, principalmente as mãos e membros superiores. Trata-se em maioria de queimaduras classificadas como de 2º grau, que são tratadas principalmente através de limpeza, curativo local e aplicação tópica de antibiótico. A maior parte desses pacientes recebeu alta após o primeiro atendimento pós-queimadura.

O presente estudo teve a finalidade de apresentar o perfil do paciente queimado da região estudada, e demonstra a necessidade de conhecer quem compõem essa população para fornecer subsídios de intervenções para prevenção.

Nesta pesquisa não foram encontradas informações a respeito do atendimento de enfermagem, bem como diagnósticos, prescrições e intervenções de enfermagem.

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