MOTIVOS DA DESISTÊNCIA DE PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA DE CURITIBA – PR
David Pereira1,Márcia Regina Walter2
1- Acadêmico do curso de Educação Física, Bacharelado, da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);
2- Educação Física, Prof. Ms. Da Universidade Tuiuti do Paraná. Contato: d.pereira2@outlook.com
RESUMO
Nos dias de hoje fatores como a procura pela estética, o incômodo por excesso de peso, falta de condicionamento físico e/ou preocupação com a saúde, resultam no aumento pela procura de alguma forma de atividade física, no entanto, não garantem a permanência das pessoas na prática. O objetivo do estudo foi investigar os motivos que contribuem para a desistência dos praticantes de atividades físicas em uma academia.Participaram 73 pessoas, de ambos os gêneros, da faixa etária entre 18 a 55 anos que abandonaram a prática de suas atividades físicas em uma academia de Curitiba / PR. Foi desenvolvido eaplicado um questionário, em forma de entrevista, e avaliado posteriormente. Concluiu-se que a falta de tempo foi considerada o principal motivo de desistência dos entrevistados, fator que pode estarrelacionado à dificuldade de organização e administração do tempo, por conta da rotina excessiva de trabalho, estudos e compromissos particulares. Também foram citados como motivos os fatores financeiros, a falta de motivação pessoale os professores. Sugere-se que mais estudos devam ser realizados sobre os motivos de desistência da prática de atividade física em academias, servindo de incentivo para melhorias do atendimento nos estabelecimentos.
Palavras-chave: desistência, academia, atividade física.
ABSTRACT
Nowadays factors such as the search for aesthetics, the annoyance due to excess weight, lack of physical conditioning and / or concern for health, result in the increase in the demand for some form of physical activity, however, they do not guarantee the permanence of the people in practice. The objective of the study was to investigate the reasons that contribute to the withdrawal of physical activity practitioners from a gym. Participants were 73 people, both genders, aged between 18 to 55 years who abandoned the practice of their physical activities at a gym in Curitiba / PR. A questionnaire was developed and applied, in the form of an interview, and evaluated later. It was concluded that the lack of time was considered the main reason for the interviewees' withdrawal, a factor that may be related to the difficulty of organization and time management, due to the excessive work routine, studies and private appointments. Also cited as motives are financial factors, lack of personal motivation and teachers. It is suggested that more studies should be carried out on the reasons for dropping the practice of physical activity in academies, serving as an incentive for improvements of care in establishments.
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje fatores como a procura pela estética, o incômodo por excesso de peso, falta de condicionamento físico e/ou preocupação com a saúde, resultam no aumento pela procura de alguma forma de atividade física, no entanto, não garantem a permanência das pessoas na prática.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014)“atividade física é classificada como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram gasto energético acima dos níveis de repouso, caracterizado pela atividade do cotidiano e pelos exercícios físicos.” É um meio de melhorar e preservar a saúde e a qualidade de vida de um indivíduo, tendo como fundamento adesão à prática indivíduos de qualquer idade.
Segundo o IBGE(PNAD 2015), a população Brasileira é equivalente a 161,8 milhões de pessoas, e mesmo com os inúmeros dados sobre os benefícios que os exercícios físicos proporcionam à saúde, cerca de 61,3 milhões (37,9%) dessa população praticam alguma atividade física ou esporte, entre jovens e adultos com 15 anos ou mais anos de idade. Sabe-se que mesmo tendo uma parcela grande de inatividade física, as pessoas têm procurado as academias frequentemente como fator atividades físicas, seja por recomendação médica ou automotivação.
De acordo com SABA (2001), mesmo tendo conhecimento de que as atividades físicas proporcionam benefícios para a saúde, cerca de metade das pessoas que iniciam desistirão após seis meses da prática.
No Brasil, os estudos sobre aderência têm verificado um índice de evasão de aproximadamente 70% entre os praticantes de exercícios físicos em academias (ALBUQUERQUE e ALVES, 2007).
A manutençãodas atividades físicas no dia a dia, para SABA(2001), está relacionada com a independência funcional e a qualidade da saúde do indivíduo.
Entretanto, com o crescimento das cidades, o aumento das jornadas de trabalho, o conforto e a praticidade das novas tecnologias, a população tem se tornado cada vez menos ativa. Atualmente, com os altos índices de sedentarismo a pratica de atividades físicas surge associada ao conceito de bem-estar, satisfação e motivação, refletindo diretamente na qualidade de vida dos indivíduos.
TAHARAet al.(2003)destaca que em decorrência da falta de tempo e da existência de poucos lugares e horários disponíveis para a prática de atividades físicas, as academias de ginástica tornam-se uma opção para a população urbana, que adere às atividades em razão do conforto, comodidade e horários flexíveis, podendo desfrutar de uma gama de exercícios físicos oferecidos para atender as expectativas dos praticantes em relação à de melhora da aptidão física, da saúde e do bem-estar.
Como se sabe, segundo GUEDESet al.(2012) a atividade física em toda sua amplitude apresenta efeitos benéficos em relação à saúde, além de retardar o envelhecimento e prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas, as quais sãoderivadas do sedentarismo, sendo um dos maiores problemas ogasto com a saúde pública nas sociedades modernas nos últimos anos. Tudo isso tem sido causado principalmente pela inatividade física e consequentemente influenciada pelas inovações tecnológicas e más hábitos alimentares.
Dessa forma, conforme OLIVEIRA(2011), a atividade física e vista como de suma importância para prevenção/manutenção e restabelecimento dos equilíbrios biológico, psicológico e social, ameaçado constantemente pelas mudanças bruscas da sociedade moderna. Com o aumento da obesidade devido ao estilo de vida menos ativo das pessoas na atualidade, estudos mostram evidência sobre o papel dos exercícios na promoção da saúde psicológica, social e do bem-estar individual.
Vale então dizer que, os benefícios promovidos pela atividade física, não estão apenas em relação ao peso, mas também, em relaçãoà manutenção saúde em geral, mais
notadamente a psicológica: ansiedade, estresse, depressão, humor e emoção, autoestima e disfunção psicológica.
Quando a pessoa inicia um programa de exercícios, em qualquer modalidade, a maior dificuldade está relacionada à adesão para com a atividade de médio ou longo prazo. Além disso, é conhecido que os efeitos benéficos dos exercícios físicos para a saúde estão condicionados à continuidade dessa prática, caracterizando a adoção de um estilo de vida ativo (ARONI et al., 2012).
Conhecer os fatores motivacionais dos frequentadores de academias pode auxiliar os profissionais de Educação Física e os proprietários desses estabelecimentos no desenvolvimento de estratégias de ação, com o objetivo de melhorar a permanência no ambiente.
Entretanto, outros fatores estão associados a essa prática, como a relação aluno professor, o resultado alcançado a partir da prática de exercícios, a relação com o grupo, entre outros que, muitas vezes, determinarão a permanência do indivíduo no programa de exercício (TAHARAet al., 2003).
A motivação faz com que o indivíduo execute seus objetivos e ela pode ser dividida em intrínseca (quando a procura pelas atividades parte do próprio indivíduo movida pela satisfação e pelo prazer) ou extrínseca (ligada a fatores ambientais, como quando a pessoa recebe uma recompensa ou quando é incentivada pelo professor ou por um amigo). Na maioria das vezes, os fatores motivacionais intrínsecos e extrínsecos estão inter-relacionados, pois a motivação em geral é fruto da interação entre a pessoa e o ambiente (BALBINOTTI e CAPOZZOLI, 2008).
Quando uma pessoa decide fazer atividade física, ela estámotivada primeiramentede forma intrínseca, pela decisão de ir à academia e fazer a atividade física e, depois de forma extrínseca, por ver outras pessoas praticando as atividades físicas e
melhorando sua condição física. Ou seja, quando se faz a matrícula numa academia, já houve motivação, pelo simples fato de sair de casa e ter o interesse.
A prática da academia deve estar aliada ao prazer de fazer a atividade física, sedimentando a motivação que ele já trouxe de casa, para ARAUJOet al. (2007), se matricular em uma academia e iniciar uma atividade física não é a parte mais difícil, a busca por um objetivo e o estímulo por uma novidade são gratificantes inicialmente, porém é necessário que o cliente esteja motivado a permanecer, e essa permanência depende de diversos fatores, como: o preço, até a afinidade com os professores, passando pelos os espaços físicos, a higiene, quantidade de aparelhos, etc.
Diante disso, este estudo apresenta a seguinte problemática. Quais os motivos que influenciam as pessoas a desistirem da prática de atividade física em uma academia de Curitiba?
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa, que, em síntese, significa: “o estudo para compreensão de objetos “em profundidade”, sendo-lhe atribuída a análise qualitativa das informações”. Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações com outros fatos. Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, dentre as quais se destacam a entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação. (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 52).
Foi utilizado como instrumento para a coleta de dados um questionário estruturado com 10 perguntas sendo elas de natureza: abertas, semiabertas e fechadas. A amostra foi composta por 73 indivíduos de faixa etária entre 18 e 55 anos, de ambos os gêneros, sendo 53 femininos e 20 masculinos. Todos os entrevistados já eram praticantes de atividade física em uma academia de Curitiba.
Para a aplicação dos questionários foi realizado pela academia participante um levantamento de dados dos clientes inativos, onde foram coletados e-mails e telefones de contato de aproximadamente 200 pessoas. O pesquisador entrou em contato com estes clientes e apenas 73 aceitaram participar da pesquisa.Os dados foram processados através de gráficos para visualizar os resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir doestudo realizado com os clientes inativos de uma academia de atividade física de Curitiba, foi possível analisar os motivos de adesão da atividade física, conforme resultadosabaixo:
A partir da pesquisa realizada com os 73 clientes inativos de uma academia de Curitiba, foi possível analisar os motivos de adesão da prática da atividade física, e foram encontrados resultados como: condicionamento físico, musculação, saúde e emagrecimento. Para JUNIOR& PLANCHE (2016) é de suma importância extrair o maior número de dados possíveis do cliente, relacionado às preferências e objetivos para que a adesão seja efetiva.
De acordo com a Tabela 1 percebe-se que o motivo mais citado foi emagrecimento (35%), seguido de saúde (25%) e, somente duas pessoas não responderam qual o objetivo (3%). Um estudo semelhante aponta emagrecimento como um dos fatores mais relatados para a adesão da prática de atividade física em academia (SILVA, et al., 2008).
Tabela 1 - Motivo de adesão pela prática de atividade física %
Emagrecimento 35
Saúde 25
Musculação 22
Condicionamento Físico 15
Não Respondeu 3
Tabela1 – Motivos de adesão pela prática de atividade física
Diante disso, percebe-se a preocupação das pessoas com a aparência e a busca por um padrão de beleza estabelecido pela sociedade. SABA (2001) em seu estudo já
apontava a estética corporal como um dos objetivos principais da procura por academias, ficando assim evidenciado uma grande busca das pessoas por um corpo bonito.
Sabe-se também que o excesso de peso ocasiona problemas de saúde, com isso, a busca pela prática de atividade física tem se tornado maior, a preocupação com a saúde e a busca por condicionamento físico presentes nos resultados são fatores de conscientização das pessoas a aderirem alguma modalidade em academia. Conforme SANTOS (2004) a atividade física propicia diversos benefícios para a saúde, existem estudos que comprovam que está associada com a redução dos riscos de morbidade e mortalidade, assim como no controle de fatores de risco como: hipertensão arterial, alto nível de lipídios sanguíneos, resistência elevada à insulina, obesidade, baixa resistência ao estresse, depressão emocional leve e moderada, bem como a dor somática.
O Gráfico 1 demostra o número de modalidades praticadas pelos entrevistados, onde puderam assinalar mais de uma resposta. Verificou-se que dos 73 indivíduos, 44% praticavam musculação, 24% ginástica, 17% aeróbico, 8% lutas e 7% praticavam outras modalidades. Segundo MONTEIRO (2000) citado por BEPPU et al. (2011) a musculação vem sendo muito procurada por proporcionar um aprimoramento do condicionamento físico, da massa muscular, redução da massa gorda e melhora na qualidade de vida.
44%
24% 17%
8% 7%
GRÁFICO 1 – MODALIDADES PRATICADAS
Musculação - 44%
Ginástica - 24%
Aeróbico - 17%
Lutas - 8%
O Gráfico 2 mostra o tempo de inatividade dos indivíduos em relação a atividade física na academia, com base nos dados obtidos 56% dos participantes não praticam atividade física em academia há 1 ano ou mais. Mesmo sabendo, que praticar atividade física tem inúmeros fatores benéficos para a saúde, esses dados reforçam a afirmação de SABA (2001) de que após 6 meses frequentando academia, as pessoas irão desistir de praticar atividade física.
A Tabela 2 explicita quais os motivos que provocaram a desistência nos participantes, lembrando que os entrevistados marcaram os motivos em até 3 alternativas (sendo 1 para mais relevantes, 2 para intermediário e 3 para menos relevante). Segundo os resultados coletados, o fator de maior relevância que levou a desistência é a falta de tempo (47%), relevância intermediária foi mais citada à situação financeira (20%) e o fator de menor relevância é a falta de motivação pessoal (19%).
A falta de tempo foi identificada como o motivo mais relevante para a desistência. De acordo com WEINBERG & GOULD (2001) falta de tempo é a razão mais frequente para inatividade, onde mais de 60% dos praticantes citaram esse fator como principal obstáculo à prática de atividade física. Nesse sentido, é fundamental que o aluno da academia conheça os benefícios do exercício físico e obtenha satisfação através da
56%
14% 14%
8% 8%
GRÁFICO 2 - TEMPO DE INATIVIDADE FÍSICA
1 ano ou mais - 56%
6 a 9 meses - 14%
3 a 6 meses - 14%
9 a 12 meses - 8%
prática, servindo como incentivo para organizar sua rotina, mesmo quando exacerbada, para não usar esse fator como motivo de desistência.
Fatores de Desistência da Prática de Atividade Física
Mais relevante Relevância intermediária Menor relevância Falta de tempo 47% Financeiro 20% Falta de Motivação Pessoal 19% Financeiro 16% Não ter companhia 15% Falta de Tempo 18% Falta de Motivação Pessoal 8% Falta de tempo 15% Não ter companhia 12% Os Professores 7% Falta de Motivação Pessoal 12% Os Professores 12%
Saúde 7% Os Professores 12% Financeiro 12%
Não ter companhia 7% Distância/Localização 9% Distância/Localização 9%
Distância/Localização 5% Insatisfação Corporal 7% Estrutura 9% Estrutura 5% Insatisfação Corporal 5%
Outro: Falta de interesse 3%
Outro: Gravidez; Falta área
recreativa infantil. 3% Outro (gestante) 2%
Saúde 2% Saúde 2%
TABELA 2-FATORES DE DESISTÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA
O fator financeiro foi identificado como relevância intermediária, conforme LIZet al. (2010), o custo de mensalidade não é uma obstante para que pessoas de classes menos favorecidas pratiquem atividade física, pois existem locais apropriados para a prática sem custo algum. Esse fator deve ser levado em consideração pela academia, para que sejam estudadas alternativas que visam a retenção dos clientes, como pacotes promocionais e descontos por indicação.
No fator de desistência com a menor relevância, a falta de motivação pessoal foi a mais citada, e segundo LORESet al.(2004) citado por BALBINOTTI& CAPOZZOLI (2008), uma avaliação da motivação com a prática de atividade física, teve resultados indicando que os sujeitos do sexo masculino são mais motivados pela competitividade e a superação de limites do que as mulheres, que são motivadas por aspectos relacionados à estética do que homens. Diante disso, WEINBERG& GOULD (2001) afirmam que o fator falta de motivação estão ligados à falta de energia e falta de tempo, onde o cansaço físico soma-se com atividades rotineiras.
De acordo com os resultados obtidos em relação à rotatividade entre academias na Tabela 3, 49% afirmam que trocaram 2 a 3 vezes, 22% informaram que trocou 1 vez, 19% não trocaram nenhuma vez e 10% trocaram 4 vezes.
Trocas de academia %
2 a 3 vezes 49%
1 vez 22%
Nenhuma 19%
4 vezes 10%
TABELA 3 – QUANTIDADE DE TROCAS DE ACADEMIAS
OLIVEIRA (2013), concluiu em seu estudo que a rotatividade de alunos nas academias está vinculada aos fatores: espaço físico, atividades oferecidas, aparelhagem da academia, recepção dos alunos, distância entre a academia e a residência do aluno e profissionais que estão envolvidos nas aulas. Na Tabela 4 estão presentes os motivos que levaram os participantes a trocar de academia:
TABELA 4 - Motivo da troca de academia
Não respondeu 43%
Localização, localidade, distância. 32%
Professores 7%
Estrutura 4%
Financeiro, preço alto, desconto. 4%
Falta de companhia 3%
Atendimento 3%
Por exercício que queria e não tinha (Pilates) 1%
Tempo, horário cheio 1%
Nascimento dos filhos 1%
Para experimentar nova modalidade 1%
TABELA 4 – MOTIVOS DE TROCA DE ACADEMIA
No presente estudo evidenciou-se que a localização (32%) foi um motivo predominante para a troca constante de academia, seguido de professores (7%) e estrutura (4%), sendo que um número considerável de participantes não respondeu o motivo. Em relação à localização, segundo o estudo de LIZet al. (2010), a distância dos locais de
prática é um fator importante para a aderência, entende-se que, a distância em relação a casa ou trabalho, é um fator motivacional importante tanto para aderência quanto desistência. Considera-se que para os clientes é fundamental inserir as atividades dentro de uma rotina cotidiana.
O fator de troca relacionado a professores mostra a procura por profissionais mais qualificados, percebe-se então a importância do investimento em uma equipe mais preparada que articule a experiência teórico-prática potencializando os resultados pré-estabelecidos pelo cliente, o que ocasionará a retenção do mesmo (JUNIOR e PLANCHE, 2016).
O Gráfico 3 relata os resultados dos participantes quando questionados sobre os fatores de melhoria em academias para melhor atender os clientes e estimular a prática sistemática no futuro, o fator mais citado foi profissionais (30%).
Conforme OLIVEIRA (2013), um dos motivos que impedem as pessoas de retornarem a uma academia, é a ineficiência do profissional de educação física, por isso énecessário um aumento na qualidade do trabalho desempenhado para atender os clientes da academia. Destaca-se a importância desse profissional dominar também as teorias
30% 23% 21% 14% 11% 1%
GRÁFICO 3 - FATORES DE MELHORIA EM ACADEMIA
Profissionais - 30%
Estrutura - 23%
Valor da mensalidade - 21%
Atendimento - 14%
Outro (horário diversificado, modalidades diferentes, atendimento personalizado...) - 11% Não respondeu - 1%
acerca da motivação, já que isso possibilita a elaboração de estratégias para retenção do aluno.
Outro fator para melhoria citado e que apareceu na tabela dos motivos de troca de academia, está relacionado a estrutura do local. MARCELLINO (2003), comenta que é necessário que o espaço físico seja agradável e os equipamentos que proporcionem altos níveis de performance e segurança, bem como, um ambiente que propicie conforto durante os treinamentos físicos.
CONCLUSÃO
O presente estudo buscou identificar os motivos da desistência dos clientes inscritos numa academia de Curitiba, no ano de 2018. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que oprincipal motivo de desistência éa falta de tempo, seguido pelo financeiro e a falta de motivação pessoal.
A falta de tempo foi considerada o principal motivo de desistência dos entrevistados, fator que pode estar relacionado àdificuldade de organização e administração do tempo, por conta da rotina excessiva de trabalho, estudos e compromissos particulares. No entanto, a escolha de uma atividade prazerosa e a conscientização de fatores benéficos, ocasionam a motivação pessoal, em que o indivíduo encontrará tempo dentro de sua rotina para praticar atividade física.
É fundamental ressaltar que muitas vezes o praticante busca alcançar metas em curto prazo, fator que pode ocasionar a desistência quando o cliente não entende o processo de periodização de treinamento, por isso, é essencial que o profissional conheça os seus alunos, conscientizando-os de forma pedagógica sobre a finalidade dos treinos, sendo também um grande diferencial para estimular e incentivar a prática de exercícios físicos.
A estrutura do local também é uma determinante de grande importância para os clientes, onde investir em aparelhos atualizados e segurosaumentam a performance do
treino, assim como, em realizar constantes melhorias para deixar um ambiente agradável, são fatores cruciaispara a motivação pessoal do cliente, com o intuito de dar continuidade e manter a frequência à atividade física, o que irá ocasionar melhor faturamento da empresa, diminuindo a evasão e aumentando a credibilidade frente a clientela.
Diante dos dados obtidos, é importante que aacademia elabore um planejamento e implemente ações para entender o índice de retenção e perda de clientes, envolvendo a equipe na responsabilidade em manter os clientes motivados e a continuar nos treinamentos físicos, podendo implementar avaliações físicas periódicas para observar se os objetivos iniciais do cliente estão sendo alcançados, bem como, criar meios de alcançar os praticantes inativos para que o tempo de inatividade física diminua, por isso, é importante que na matrícula seja realizada a obtenção das informações pessoais do cliente para facilitar a comunicação posteriormente.
Sugere-se que mais estudos devem ser realizados sobre os motivos de desistência da prática de atividade física em academias, servindo de incentivo para melhorias e aprimoramento do atendimento nos estabelecimentos.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, C. L. F.; ALVES R. S. A evasão dos alunos das academias: Um estudo de caso no centro integrado de estética e atividade física - CIEAF, na cidade de Caicó - RN. Dominium Revista Científica da 274. v. 1, n. 5, p. 1-33, jan./abr. 2007.
ARAUJO, A. S. et al. Fatores motivacionais que levam as pessoas a procurarem por academias para a prática de exercício físico. Revista Digital, v. 12, n. 115, p. 1-5, 2007.
ARONI, A. N.; ZANETTI, M. C.; MACHADO, A. A. Motivos e dificuldades para a prática de atividade física em academias de ginástica. Coleção Pesquisa em Educação Física, Campinas, SP, v.11, n.4, 2012.
BALBINOTTI, M. A. A.; CAPOZZOLI, C. J. Motivação à prática regular de atividade física: um estudo exploratório com praticantes em academias de ginástica. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 22, n. 1, p. 63-80, 2008.
BEPPU, S. R. G.; BARROS, A. C. S.; JUNIOR, J. M. Motivos que levam as pessoas a escolher e permanecer na prática da musculação. VII encontro internacional de produção científica. Anais Eletrônicos. Rio de Janeiro. Cesumar. 2011.
GUEDES, D. P; NETO, J. T. M; GERMANO, J. M; LOPES, V; SILVA, A. J. R. M. Aptidão física relacionada à saúde de escolares: programa fitnessgram. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol. 18, N° 2 – Mar/Abr, 2012.
JUNIOR, A. C. T.; PLANCHE, T. C. Motivos de desistência da prática de exercícios físicos em academia: estudo de caso com mulheres de Pirassununga-SP. Saúde em Revista, v. 16, n. 43, p. 63-70. 2016.
LIZ, C. M. de et al. Aderência à prática de exercícios físicos em academias de ginástica. Motriz rev. educ. fís.(Impr.), v. 16, n. 1, p. 181-188, 2010.
MARCELLINO, N. C. Academias de ginástica como opção de lazer. R. Bras. Ci. e Mov. Brasília v. 11 n. 2 p. 49-54. 2003.
OLIVEIRA, D. de P. Fatores que influenciam na rotatividade de alunos de academia. 27f. Trabalho de conclusão de curso – UNIFOR, Formiga, 2013.
OLIVEIRA, F. A. Os benefícios da atividade física no envelhecimento - uma revisão literária. Educação Física em Revista. V.5 n.1 jan/fev/mar/abr – 2011.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Atividade Física. Brasília:2014. Disponível em: <http://actbr.org.br/uploads/arquivo/957_FactSheetAtividadeFisicaOMS2014_port_REV1.pdf.> Acesso em: 23 de março de 2018
PNAD, IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 2015. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv100364.pdf> Acesso em 23 de Março de 2018.
PRODANOV, C.C; FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2ª ed. Universidade Feevale – Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, 2013.
SABA,F.K.F. Aderência a pratica de exercícios físicos em academias. São Paulo: Manole, 2001.
SANTOS, J. F. S. Atividade física e dor psicossomática. Lecturas: Educación física y deportes, n. 73, p. 10, 2004.
SILVA, M. C. ROMBALDI, A. J., AZEVEDO, M.R., HALLAL, P.C. Participação Atual e Passada em Academias de Ginástica entre adultos: Prevalência e Fatores Associados. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Volume 13, Número 1, 2008.
TAHARA, A.K.; SCHWARTZ, G. M.; SILVA, K.A. Aderência e manutenção da prática de exercícios em academias. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.11, n.4, 2003.
WEINBERG, R. S.; GOULD, Daniel.Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício.2 ed. Porto alegre: Artmed, 2001.
