As sociedades industriais e o
desenvolvimento do socialismo
Professor: Robson Vieira Sociologia – 2º ano – UP
O que foi a Revolução Industrial ?
Conjunto de transformações econômicas,
tecnológicas e sociais impulsionadas pela
transformação técnica na produção
manufatureira.
Passagem do sistema de produção
marcadamente agrário e artesanal para
outro de cunho industrial, dominado pela
maquinaria.
Pioneirismo Inglês
Política mercantilista
(comercialismo) - garantiu
uma acumulação primitiva de capital;
Vasta rede fluvial e bons portos naturais
, que
favoreciam os transportes e escoamento da
produção;
Mercado consumidor vasto
– destacando os
tratados favoráveis, como o Tratado de Methuen
(panos e vinhos) com Portugal.
A política dos cercamentos
que garantiu a
Inglaterra matéria-prima e mão-de-obra farta e
barata.
Mas afinal o que foram os
cercamentos
??? Consistiu no cercamento e expulsão dos camponeses das
terras comunais, principalmente no final do século XVII e XVIII. As areas desocupadas passaram a serem utilizadas como pastagem para ovelhas, principal matéria-prima das manufaturas têxteis da Inglaterra.
Também foi um evento importante na consolidação da
Principais avanços tecnológicos do
século XVIII
Em 1733, John Kay inventa a
lançadeira volante
.
Em 1768 James Watt inventa
a
máquina a vapor
.
Em 1785 Edmond Cartwright
inventa o
tear mecânico
.
1ª fase da Revolução Industrial
(1750/1850)
Inglaterra, França, Bélgica, Estados Unidos
Energia: Carvão Mineral
Maquinário: Ferro fundido/ máquina a vapor
Indústria têxtil e siderurgia
Péssimas condições de trabalho
Capitalismo Industrial e liberal ou Concorrencial
– predomínio da lei da oferta e da procura sem
interferências dos governos.
2ª fase da Revolução Industrial
(1850-1950)
Alemanha, Itália, Rússia, Japão
Fontes de Energia: Carvão Mineral, Petróleo, energia
elétrica
Diversificação industrial: petroquímica, metalurgia,
farmacêutica, eletroeletrônico
Maquinário: Ferro Fundido, Aço
Melhoria das condições de trabalho (consolidação do
movimento operário)
Capitalismo Financeiro – tendência à concentração das
Consequências da Revolução
Industrial
- Aumento da produção de mercadorias em menos tempo;
- Maior concentração de renda nas mãos dos donos das indústrias; - Avanços nos sistemas de transportes (principalmente ferroviário e
marítimo) à vapor;
- Desenvolvimento de novas máquinas e tecnologias voltadas para a
produção de bens de consumo;
- Surgimento de sindicatos de trabalhadores com objetivos de
defender os interesses da classe trabalhadora;
- Aumento do êxodo rural (migração de pessoas do campo para as
cidades) motivado pela criação de empregos nas indústrias;
- Aumento da poluição do ar com a queima do carvão mineral para
gerar energia para as máquinas;
- Crescimento desordenado das cidades, gerando problemas de
submoradias;
- Aumento das doenças e acidentes de trabalhos em função das
péssimas condições de trabalho nas fábricas;
Com o desenvolvimento industrial surgiram várias correntes
ideológicas que pretendiam justificar e apoiar o capitalismo (doutrinas liberais), ou condená-lo e destruí-lo (doutrinas socialistas).
CAPITALISMO SOCIALISMO
Propriedade privada (controle
da burguesia). Propriedade coletiva (socialização). O proletário trabalha para a
burguesia. O proletário trabalha para a sociedade.
Objetivo: LUCRO. Objetivo: BEM-ESTAR coletivo. Economia baseada no mercado. Economia planificada pela
1 - DOUTRINAS LIBERAIS:
ADAM SMITH (1723 – 1790) – “A Riqueza das
Nações”-
Direitos individuais (ênfase na liberdade e
PROPRIEDADE).
Liberdade de comércio e produção.
Leis naturais da economia (oferta e procura, livre
concorrência...).
Liberdade de contrato de trabalho (salários e jornada). NÃO INTERVENÇÃO do Estado na economia.
Riqueza = trabalho
THOMAS MALTHUS (1766 – 1834) – “Ensaio sobre a população”
Teórico da “miséria inevitável”.
Alimentos crescem em proporção aritmética e população
em proporção geométrica.
Guerras e epidemias = equilíbrio entre a população e
produção.
Contenção da natalidade.
Limitação de assistencialismo.
Lei dos pobres (1834) – Workhouses
Confinamento de miseráveis.
As Casas de Trabalho (Workhouses) foram estabelecidas em Inglaterra no século XVII. Segundo a Lei dos Pobres adotada, em 1834, só era admitida uma forma de ajuda aos pobres: o seu alojamento em casas de trabalho com um regime prisional; os operários realizavam aí trabalhos improdutivos, monótonos e extenuantes; estas casas de trabalho foram designadas pelo povo de "bastilhas para os pobres".
DAVID RICARDO (1772 – 1823) – “Princípios da economia
política e tributação”
Lei férrea dos salários:
o preço natural tanto dotrabalho como dos alimentos deveriam andar juntos, subir ou cair conforme o mercado.
LEI FERREA DOS SALÁRIOS
o preço natural tanto do trabalho como dos
alimentos deveriam andar juntos, subir ou cair conforme o mercado.
Essa teoria penalizava os trabalhadores, mas justificava
os ricos proprietários e industriais a exploração que exerciam sobre os trabalhadores, porque se houvesse compaixão, aumentando os salários, ou com a ajuda do estado, seriam criadas expectativas, e rendas a curto prazo, o que levaria ao crescimento da população e faltaria alimentos e cresceria a miséria, tudo isso era contrario a tese de David Ricardo que era aceita por sindicatos e governo, que acreditavam estar preservando o interesse dos trabalhadores.
2 - DOUTRINAS SOCIALISTAS:
Movimento Operário
Péssimas condições vividas pelos operários
durante o século XIX:
Salários muito baixos
Longas jornadas (12/18 horas)
Condições insalubres no ambiente de trabalho
Superexploração do trabalho feminino e infantil
Ausência completa de qualquer assistência ao
trabalhador
aumento assustador da prostituição, suicídio,
alcoolismo, infanticídio, criminalidade, violência,
tifo, cólera, miséria
O desenvolvimento do movimento
operário
Ludismo:
Ned Ludd
Inglaterra
Destruição de máquinas
O governo inglês reagiu decretando pena
"Nós marchamos para
realizar a nossa
vontade
Com machado, lança
ou fuzil
Meus valentes
cortadores
Os que com apenas
um só forte golpe
rompem com as
Cartismo:
Inglaterra
O movimento surgiu por volta
de 1837
“Carta do Povo”- redigida pela
associação dos operários reivindicavam melhores
condições de trabalho, sufrágio universal masculino, renovação anual do parlamento,
participação no parlamento.
O movimento foi massacrado
pelo parlamento inglês que
desconsiderou as reivindicações impostas pelos trabalhadores.
Trade Unions:
Organizações
de associações
de
trabalhadores,
de caráter
assistencialista,
germe do
sindicato
moderno
Sindicatos:
A definição de sindicato varia, de acordo
com o tempo e as condições políticas,
razão pela qual, para alguns estudiosos, o
sindicato é a coalizão permanente para a
luta de classe e, para outros, é o órgão
NOVAS IDEIAS
Com a consolidação da
revolução industrial,
surgem novas ideias que contestavam o
individualismo liberal que caracteriza as práticas do liberalismo econômico e os princípios da economia
clássica, configurando-se como uma resposta aos problemas sociais que se agravavam á medida que a industrialização avançava.
Socialismo Utópico
Surge na França em meados do século XIX
A igualdade se dará através da bondade e
justiça humanas, de forma pacífica, aqueles que
tem propriedades saberão dividi-las com os que
não possuem.
Atuação do Estado que, através da centralização
da economia, evitaria os abusos tipicos do
capitalismo.
A falta de embasamento científico leva a
denominação para tal corrente de Utópica ou
Romântica.
Charles Fourrier:
Propõe a criação de “Falanstérios” (fazendas coletivas agroindustriais) onde representantes das diversas classe se reúnem, fazendo doações e contribuições e recebendo proporcionalmente ao que entregou. Não desconstrói as discrepâncias sociais do capitalismo. SAINT-SIMON (1760 – 1825):
Sociedade sem ociosos (militares, clero, nobreza...). Ausência de exploração.
3 classes: sábios, proprietários e sem posses. Governo: conselho de sábios e artistas.
ROBERT OWEN (1771 – 1858):
Melhoria nas condições dos trabalhadores das suas fábricas.
Funda a chamada New Harmony - suas ideias: menores jornadas de trabalho, assistência social ao trabalhador e sua família e participação do trabalhador nos lucros da empresa
Falência.
Auxílio na criação de Trade Unions (predecessoras dos sindicatos).
Socialismo Cristão
Em 1891, por meio da encíclica “Rerum Novarum”, o
papa Leão XIII, conhecido como o Papa do proletariado, se opõe à luta entre classes, à doutrina marxista e, ao mesmo tempo, mesmo reconhecendo a propriedade privada, condena os abusos do capitalismo selvagem.
Nessa encíclica ainda há o estabelecimento dos direitos e
deveres de patrões e operários dentro dos princípios da justiça e da caridade. A compreensão e o amor entre empregados e empregadores seria a principal base para a justiça social.
4 - Doutrina social da Igreja.
Papa Leão XIII - conhecido como o Papa
do proletariado.
Encíclica RERUM NOVARUM (1891). Contra a exploração de operários.
Contra a luta de classes e o marxismo.
Religião deveria ser o instrumento de
reforma e justiça social.
Apelo ao “espírito cristão” dos
empregadores para respeitassem os operários.
O estabelecimento dos direitos e deveres
de patrões e operários dentro dos princípios da justiça e da caridade.
B) Socialismo Científico:
Proposta revolucionária do proletariado.
KARL MARX (1818 – 1883) – “Manifesto
Comunista” (1848) e “O Capital” (1867).
FRIEDRICH ENGELS (1820 – 1895) – “A origem da
Materialismo Histórico – interpretação
socioeconômica da história, formulada por Marx.
Modo de produção: como as sociedades produzem
seus meios num determinado período.
Compreender a História = compreender a produção. Meio de produção: bens necessário para produzir. Força de trabalho: capacidade de trabalhar.
Relação de produção: relação entre os donos dos
meios de produção e os donos da força de trabalho. SEMPRE é uma relação de EXPLORAÇÃO.
Propriedade privada: motivo básico da exploração.
Deve ser abolida.
Estado: instrumento de poder dos donos dos meios de
produção.
Luta de classes: agente transformador (espécie de
“motor” da História).
No capitalismo: PROLETÁRIOS X BURGUESIA
Socialismo: ditadura do proletariado.
Eliminação da propriedade privada (coletivização). Fim da exploração e da luta de classes.
Etapa de transição para a posterior eliminação do
O caminho para a igualdade de classes está no fim da
propriedade privada dos meios de produção e seu controle pelo deve ser exercido apenas pelo Estado. Dessa forma, o Estado promove a redistribuição de riquezas eliminando a diferenças entre as classes. Quando essa diferença for nula, e a riqueza estiver plenamente distribuída, o comunismo é atingido com a eliminação de todas as instituições que regulam a sociedade.
3 - ANARQUISMO ou COMUNISMO LIBERTÁRIO
Supressão de toda a forma de governo. Liberdade geral.
Contra a propriedade privada, a exploração e qualquer tipo de
hierarquia (governo, exército, Igreja, partidos...).
Mais radical que o socialismo.
Passagem imediata ao comunismo e eliminação do Estado. Defendiam o Estado como origem dos males da sociedade,
pregando a formação de “pequenas comunidades cooperativas de subsistência”
MIKHAIL BAKUNIN (1814 – 1876) – maior líder
anarquista.
Anarquismo terrorista. Violência = método.
Objetivo: destruição de toda a ordem burguesa.
PIERRE PROUDHON (1809 – 1865) – “O que é a
propriedade”
Aceita pequenas propriedades.
Empréstimos sem juros e cooperativas.
Estado abolido: república de pequenos proprietários.
Outros representantes: LEON TOLSTOI (1828 – 1910),
"
Aquele que botar as mão sobre
mim,
para me governar, é um
usurpador, um tirano.
Eu o declaro meu inimigo"
REPRESENTANTES DO ANARQUISMO:
BAKUNIN
PROUDHON
TOLSTOI
Criação do Dia do Trabalho
A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na
industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos).
No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores
foram às ruas reivindicar melhores condições de
trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia
ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.
Foram dias marcantes na história da luta dos
trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a
Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
Trabalho Escravo
Boa parte do chocolate que consumimos é produzido com o uso de trabalho infantil e tráfico de crianças. O premiado jornalista dinamarquês, Miki
Mistrati, decide investigar os boatos. Sua busca atrás de respostas o leva até Mali, na África Ocidental, onde câmeras ocultas revelam o tráfico de crianças para as plantações de cacau da vizinha Costa do Marfim.
https://www.youtube.com/watch?v=LOp-EbZltD4 - O lado negro do
chocolate.
https://www.youtube.com/watch?v=u_LmuN_DQYk - Máfia do
Carvão explora trabalho infantil e escravo no ES e BA
https://www.youtube.com/watch?v=Gpv--GBz2II - Trabalho
Escravo: reportagem A liga
http://reporterbrasil.org.br/2013/06/deputados-federais-e-ex-
ministro-entram-na-atualizacao-semestral-da-lista-suja-do-trabalho-escravo/