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Jewish-Christian Relations

Insights and Issues in the ongoing Jewish-Christian Dialogue

Saks, Moshe

Purdy, Robert | 01.04.2006

Semana Santa

Semana Santa – um meio para as pessoas começarem a discutir Semana Santa e os Judeus

Semana Santa – um meio para as pessoas começarem

a discutir

por Moshe Saks

Muito já tem sido escrito sobre a nova fita de Mel Gibson A Paixão de O Cristo, a respeito da violência, teologia, exatidão, intenção e coisas semelhantes.

Quando sentava no cinema na quarta feira passada, tentei estar atento tanto ao filme quanto à reação daqueles no cinema. Quando a apresentação terminou e a audiência saiu (a uma cascada de luzes de televisão e repórteres), tinha a a impressão distinta de que, para a maioria esmagadora das pessoas, o ânimo era de reverência e

reflexão profunda – pela maior parte cada um era profundamente movido pelo movie [pela fita].

Como judeu, e especialmente como rábi que estava engajado em diálogo entre as fés durante a minha carreira de 25 anos, encontrei o movie tanto movente como

profundamente aborrecedor. Era muito claro para mim que o filme almejava

especificamente cristãos, especialmente aqueles de fé. O filme segue o teor geral dos Evangelhos (ainda que com o ponto de vista artístico de Mel Gibson), mostrando fortemente (alguns diriam demasiadamente forte) a pena e o sofrimento de Jesus durante as últimas horas da sua vida.

No entanto, como alguém que não crê na divindade de Jesus, não posso evitar focalizar a mensagem clara do filme de que a comunidade judaica (mais

notavelmente o sumo sacerdote e uma multidão larga que este trouxe consigo) era responsável pela crucificação de Jesus.

Pôncio Pilatos está sendo largamente caracterizado como burocrata fraco, relutante. O meu interesse não está com aqueles da fé cristã cuja teologia primária se interessa pelo sacrifício/morte de Jesus.

Nessa teologia não há interesse pelos perpetradores reais; a ponta dos Evangelhos (e do filme) é que Jesus morreu pelos pecados da humanidade.

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de verificar aqueles por trás da sua morte, quer dizer (de acordo com o filme, e muitos diriam, os Evangelhos) os judeus.

Antes de clamar contra a repercussão negativa possível, creio que Gibson prestou um grande serviço à causa do diálogo inter-fés.

Em um nível, esse filme provocou grande parte de discussão teológica, não só na mídia, mas ao redor do refrigerador d’água de ofício também.

Aqui há, então, oportunidade para as comunidades de fé aprenderem e crescerem junto. O assunto não é o filme – são as Escrituras Cristãs e o relacionamento da Cristandade aos judeus e ao Judaísmo tanto na história como no tempo presente. Precisamos estudar e conversar um ao outro, não sobre o filme, mas sim sobre porque cristãos e judeus vêem o filme tão diferentemente. Só com diálogo, aprender e fé podemos usar o filme, essa oportunidade de entender ainda mais um sobre do outro.

Os cristãos precisam aprender sobre a história da Igreja e sobre os judeus, e sobre a perseguição que era apoiada por um recontar estreito dos Evangelhos.

A comunidade judaica precisa confiar – não ver um anti-semita embaixo de cada rocha e atrás de cada árvore.

Ambos os grupos precisam aprender e dialogar sobre o avanço grande que a Igreja tem feito em direção à reconciliação nos últimos 50 anos, e ver que as sementes dum anti-semitismo ressurginte estão por vezes sendo semeadas, mais notavelmente na Europa.

Somente juntos podemos efetivar mudança permanente em atitudes e

comportamento. É especialmente importante agora, como vemos os efeitos que o fundamentalismo religioso tem no promover violência e ódio.

Tenho certeza que Gibson tinha em mente uma visão quando concebeu fazer esse filme.

Vamos usar essa oportunidade para reafirmar a nossa própria visão – uma que fala em direção a um entendimento maior um do outro, como juntos, reparamos o mundo sob o reinado de Deus.

Semana Santa e os Judeus

Por R. R. Purdy

Mais uma vez, nesta Semana Santa, estive profundamente perturbado pelo que a nossa liturgia faz aos judeus.

Amo a Semana Santa. Mesmo quando, como padre de paróquia, a encontrei muito cansativa, com a ronda de serviços especiais e comunhão de doentes e o Domingo da Páscoa assomando o dia mais importante do ano, apesar disso estava

tremendamente energizado e movido por ela. Encapsula o tudo da nossa experiência de fé.

E nisso jaz o atrito, porque a experiência de fé, como expressa no Evangelho de João

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e por vezes na liturgia, culpa os judeus pela morte de Jesus.

Jesus é judeu. Os seus discípulos eram todos judeus. Os apóstolos eram judeus. A Igreja infante, pelas primeiras décadas era majoritariamente judaica. Como então o Evangelho de João aponta o dedo a “os judeus”, e aos fariseus em particular, para planejarem e efetivarem a sua execução?

É claro para mim que Jesus tinha oposição entre o seu próprio povo. Esperaria isso, dada a natureza do sentimento religioso e as divisões voláteis entre o Judaísmo do seu dia. O debate era forte, os sentimentos corriam altos, e Jesus, que era na

realidade tão perto dos fariseus em método e metas, tivesse sido envolvido naquele debate feroz.

Os saduceus estariam contra ele porque estava tão perto aos fariseus. As famílias sumo-sacerdotais e escribas e levitas da oligarquia do Templo e os totalmente diferentes herodianos subalternos dos regentes romanos opunham-se a ele porque era ameaça à paz e segurança deles.

Mas ele tinha muito apoio também. Certamente do povo comum, mas até entre os fariseus e juristas religiosos e aqueles que com dinheiro e poder havia alguns que simpatizavam com os seus ensinamentos.

E eram os romanos que o crucificaram. Embora os escritores de evangelho tentassem tanto pintar Pilatos como figura fraca, mas bem-intencionada, embora os oponentes políticos entre o próprio povo de Jesus instigassem a sua detenção – a crucificação era execução romana duma ameaça política.

Porque, então, o Evangelho de João aglomera todos “os judeus” como os seus traidores?

Quando o evangelho foi escrito, possivelmente 30-40 anos depois da destruição romana do Templo e de Jerusalém, a cisão entre a sinagoga e os seguidores de Jesus chegara a ser completamente profunda e hostil. Mais e mais gentílicos estavam chegando a ser cristãos, e a Igreja estava mudando duma seita judaica para uma religião nova, abrangedora do mundo. Os fariseus, que no tempo de Jesus foram um movimento leigo de reforma com autoridade moral, mas sem poder político,

começaram a encher o vácuo deixado pelos romanos e a construir o que realmente chegou a ser o Judaísmo Rabínico.

E o autor de João vê a oposição real, mas natural a Jesus na segunda década à luz desse antagonismo novo, endurecido das últimas décadas do século.

Como, então, podemos lidar com o Evangelho de João, esse que forma o centro das nossas liturgias da Semana Santa? Há várias opções.

A primeira e mais comum é simplesmente ler o evangelho sem comentário, como está. Mas isso causa aflição ao ouvinte informado, deixando os não-informados, e especialmente crianças, claramente pensando que “os judeus” causaram a morte de Jesus. Nessa era pós-Holocausto, posso dificilmente imaginar injustiça maior e mais desconsideração irrefletida pela verdade.

Opção mais útil seria ler como está, mas prefaciar cada leitura com um lembrador claro, oficial, escrito pelo pároco ou mesmo pelo bispo que agora sabemos que “os judeus” não eram responsáveis pela crucificação, e que deploramos os séculos de

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preconceito e ódio violento que essa interpretação joanina causou.

O problema com isso é que tais declarações despedaçadoras ao fluxo da liturgia e muitos veneradores não as ouvem realmente. Assim, outra opção, a qual ousei consistentemente quando estava encarregado com a liturgia paroquial, é editar o texto antes de ser lido num modo que o faz menos ofensivo. Assim, “os judeus” poderiam chegar a ser “o povo”, e os “escribas e fariseus” chegar a ser “as autoridades religiosas”. Há problemas com isso, mas, pelo menos, não lembra continuamente os ouvintes de um preconceito que não é verdade.

A opção mais honesta – mas há problemas com ela também – é simplesmente omitir as passagens ofensivas.

Talvez poderíamos ter alguma discussão disso na diocese, e alguma orientação do nosso bispo?

As orações da liturgia, também, podem por vezes ser ofensivas. Em obediência à Casa dos Bispos, não usamos mais a coleta na Sexta Feira Santa que ora pela conversão dos judeus. Mas outras opções do culto da Sexta Feira Santa podem causar aflição. Penso que isso não seja deliberado e intencionado, mas acidental e irrefletido.

Os “opróbrios” são um exemplo. “Oh, meu povo, o que te fiz? Como te ofendi? Responde-me!

Conduzi-te do Egito, de escravatura a liberdade, mas levaste o teu salvador à cruz.”

“O que poderia ter feito mais por ti?

Plantei-te na minha vinha mais bonita, mas tu rendeste com amargura; quando tive sede, me deste vinagre para beber,

e perfuraste o lado do teu Salvador com uma lança.”

Agora sei que isso ecoa o estilo dos profetas hebreus, e poderia ser interpretado num modo muito judaico, se fossemos nós, os cristãos modernos, que realmente

participamos no Êxodo e na crucificação. Mas isso não é o modo em que a maioria dos veneradores o ouviria. Entenderiam-no claramente como Deus culpando os judeus pela morto do Seu Filho.

A nossa fé sempre proclamava que Jesus morreu por nossos pecados e pelo pecado do mundo. Isso significa tanto “para nos salvar do pecado” como “por causa do nosso pecado”. Nós, todos da humanidade, inclusive cristãos modernos, somos

responsáveis pela sua morte. Continuar a culpar um povo particular pela sua morte é contradição à nossa fé mais básica. E quando essa contradição chegou a ser a base de séculos de preconceito, ódio e violência contra aquele povo particular, então injustiça terrível está sendo feita, a qual deve ser ofensiva ao coração de Deus. Não estou pleiteando para uma interpretação nova da Escritura. Estou pleiteando por uma ação mais refletida a favor de verdade e justiça históricas.

Vamos, no futuro, planejar o nosso culto da Semana Santa para pronunciar

vigorosamente “pecado humano” e graça de Deus, livrando os nossos “primos mais

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idosos” judaicos da farda duma acusação mal colocada.

Textos ingleses: Moshe Saks, The Passion – a way to start people talking e Robert

Purdy, Holy Week and the Jews

Tradução: Pedro von Werden SJ – Rua Padre Remeter, 108 – Bairro Baú - 78008-150

Referências

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