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ANÁLISE FITOQUÍMICA DAS FOLHAS DE Hyptis crenata P. (LAMIACEAE)

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Academic year: 2021

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ANÁLISE FITOQUÍMICA DAS FOLHAS DE Hyptis crenata P. (LAMIACEAE) Pâmella Oliveira Duarte1; Caroline Correa de Godoi1; Karen Silva2; Eloty Justina Dias

Schleder3; Doroty Mesquita Dourado3; Rosemary Matias3 1

Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Anhanguera – Uniderp. Alunas de

Iniciação Científica Voluntárias do Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP). 2Bolsista PIC/Uniderp e Aluna do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande; 3Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais da Universidade Anhanguera – Uniderp e do Centro de Pesquisa do

Pantanal (CPP). Rua Alexandre Herculano, 1.400, Bairro Parque dos Poderes, CEP 79.037-280, Campo Grande-MS.

RESUMO

O desenvolvimento desse trabalho é baseado em testes fitoquímicos com o objetivo de determinar a classe de metabolitos secundários presentes em Hyptis crenata. Para esta análise foi preparado o extrato alcoólico a 20% das folhas secas (40º.C), trituradas e tamisadas. Este extrato foi submetido análise organoléptica (cor, sabor, odor), de pH. A análise fitoquímica foi desenvolvida via úmida por meio de ensaios colorimétricos e/ou de reações de precipitação. O extrato seco foi utilizado para análise de saponinas, índice afrosimétrico e glicosídios cardiotônicos. O extrato alcoólico a 20% apresentou cor verde, sabor amargo, odor. O pH do extrato foi de 5,5, considerado de média acidez. Por meio das análises fitoquímicas foi identificado no extrato alcoólico: compostos fenólicos, taninos, flavonóides, antraquinonas, cumarinas, alcalóides, glicosídeos cardiotônicos. A presença dos compostos fenólicos, taninos flavonóides, antraquinonas e cumarinas podem justificar o uso desta espécie no tratamento de doenças de pele. Contudo, trabalhos devem ser desenvolvidos quanto ao uso desta espécie na forma de chás uma vez que os glicosídeos cardiotônicos podem ser prejudiciais a saúde, pois podem atuar como agentes estimulantes aos batimentos cardíacos.

Palavras-chave: glicosídios; antioxidante; metabólitos.

INTRODUÇÃO

O gênero Hyptis é formado por aproximadamente 400 espécies, apresentando muita variabilidade na forma vegetativa e no hábito. Esse gênero pertence à família Lamiaceae, uma vasta família com cerca de 250 gêneros e 6970 espécies, de distribuição cosmopolita (FALCÃO; MENEZES, 2003).

A Hyptis crenata é um subarbusto de 0,3 a 0,8 m de altura, com forte odor de hortelã, com distribuição na região amazônica (POTT, 1994, REBELLO et al., 2008), Minas Gerais (POTT, 1994) e presente, também, no Pantanal de Mato Grosso (JESUS et al., 2009) e em Mato Grosso do Sul (BUENO; REZENDE; GOMES, 2007; POTT, 1994), sendo abundante em bordas de caapão de cerrado e cerradão e regiões do caronal com preferência a solos arenosos (POTT, 1994).

Esta espécie faz parte da dieta normal de ruminantes no cerrado brasileiro (COSTA, et al., 2006) é indicada como vermífugo (PINTO, 2004; REVILLA, 2004). O extrato foi ativo no tratamento de doenças de pele e de pele enrugada causadas por detergentes, entre outros, por um mecanismo de inibição de serina protease (SHISEIDO, 2001). Quanto à composição química destacam-se trabalhos realizados com o óleo, sendo encontrado monoterpenos como: ß-pineno; a-pineno; 1,8-cineol; Limoneno; Terpinoleno; Borneol; Cânfora (FALCÃO et al., 2003).

Trabalhos realizados com esta espécie quanto à composição química são ainda incipientes, logo, o presente trabalho tem como objetivo determinar a presença de metabólitos secundários, através da análise fitoquímica.

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MATERIAL E MÉTODOS

A espécie botânica Hyptis crenata

pohl, foi coletada em julho de 2007, na

Fazenda Santa Emília, base do Instituto de Pesquisa do Pantanal (IPPAN), localizado a 270 km de Campo Grande na Bacia do Rio Negro, sudeste do Pantanal, Município de Aquidauana-MS (19º30'18"S; 55º36'45"W), e identificado pela Professora Eloty Justina Dias Schleder, a exsicata foi depositada no Herbário da Universidade Anhanguera –UNIDERP.

Figura 1: Foto das partes aéreas de

Hyptis crenata pohl

As folhas trituradas foram obtidas após a secagem em estufa circuladora de ar a 4OºC (MARCON®, MA35), durante dois dias e trituradas em liquidificador. Para preparação da solução etanólica a 20%, utilizou-se 20g da droga vegetal seca, em 280 mL de etanol, foram submetidas à extração em banho de ultra-som (UNIDQUE®, 1450) por dois dias durante 60 minutos, em seqüência aquecido em banho-maria a 45ºC, por 5 minutos, o extrato foi filtrado em balão volumétrico de 100mL. A metodologia empregada para extração foi adaptada de Matos (1997) e Valente et al. (2006), assim como a Abordagem Fitoquímica foram executadas seguindo metodologia adaptada das técnicas de Matos (1997) e Costa (2002).

Essas análises objetivaram estabelecer por meio de reações químicas os grupos químicos presentes: compostos fenólicos simples, taninos, flavonóides, cumarinas, antocianinas, antraquinonas, esteróides e triterpenos e glicosídeos cianogênicos. Com a planta seca foram feitos os testes para alcalóides, saponinas, índice afrosimétrico e glicosídeos cardiotônicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O extrato alcoólico a 20% de Hyptis crenata pohl apresentou cor verde, sabor amargo, odor e o pH do extrato foi de 5,5, valor este que pode ser considerado de média acidez. No quadro 1 estão apresentados os resultados da análise fitoquímica.

Quadro 1: Resultado dos testes fitoquímicos do extrato etanólico das folhas de

Hyptis crenata Pohl.

*Análise efetuada com a planta seca.

A presença de compostos fenólicos nas folhas da planta analisada indica atividade antioxidante, pois estes podem inibir os processos da oxidação em certos sistemas, mas isso não significa que eles possam proteger as células e os tecidos de todos os tipos de danos oxidativos (BIANCHI; ANTUNES, 1999). Com destaque aos flavonóides que são

Metabólitos secundários Resultados

Metabólitos secundários Resultados

Compostos fenólicos +++ Esteróides livres -

Taninos + + Triterpenos livres -

Flavonóides + Glicosídeos cianogênicos -

Antraquinonas + Glicosídeos cardiotônicos * -

Antocianinas - Saponinas* -

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substâncias fenólicas que ocorrem de forma livre (agliconas), como a quercetina, ou ligadas a açúcares, também, denominados glicosídeos (DI STASI, SANTOS, HIRUMA, 1989).

Os taninos são glicosídeos amplamente distribuídos em plantas. Têm a propriedade de precipitar proteínas e vários alcalóides em solução. Quimicamente os taninos são classificados em dois grupos principais, cujas estruturas são muito diferentes entre si, embora todos tenham moléculas poli-hidroxifeóis ou seus derivados (SILVA; SILVA, 1999). Cerca de 1.300 cumarinas que são derivadas do metabolismo da fenilalanina já foram isoladas de fontes naturais. Suas propriedades farmacológicas, bioquímicas e aplicações terapêuticas dependem de seus padrões de substituição (SIMÕES et al., 2004).

As antraquinonas são derivados antracênicos das quinonas. Em geral , aceita-se a teoria que certas quinonas tenham um papel na defesa da planta contra insetos e outros patógenos. A atividade laxante é a responsável pela utilização terapeutica da maioria dos vegetais que contém quinonas, sendo as substâncias ativas, no caso, os derivados hidróxi-antracênicos(SIMÕES et al., 2004).

Os alcalóides são compostos nitrogenados farmacologicamente ativos, porém não tem uma função definida no metabolismo vegetal. Atualmente, a função natural de muitos metabólitos secundários tem sido reavaliada, reconhecendo-se que estes são, de fato, essenciais para a existência dos vegetais (SIMÕES et al., 2004).

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CONCLUSÃO

O extrato alcoólico a 20% de Hyptis crenata pohl apresentou cor verde, sabor amargo, odor. O pH do extrato foi de 5,5, considerado de média acidez.

No extrato alcoólico foram identificados os: compostos fenólicos, taninos, flavonóides, antraquinonas, cumarinas, alcalóides, glicosídeos cardiotônicos. A presença dos compostos fenólicos, taninos flavonóides, antraquinonas e cumarinas podem justificar o uso desta espécie no tratamento de doenças de pele. Contudo, trabalhos devem ser desenvolvidos quanto ao uso desta espécie na forma de chás uma vez que os glicosídeos cardiotônicos podem ser prejudiciais à saúde, pois podem atuar como agentes estimulantes aos batimentos cardíacos.

AGRADECIMENTOS

Ao apoio Financeiro do Ministério de Ciência e tecnologia (MCT); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); FUNDECT; CPP e INAU pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIANCHI, M.L.P.; ANTUNES, L.M.G. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta.

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BUENO, M.L.; RESENDE, U.M.; GOMES, T.R. Levantamento florístico nas trilhas turísticas da RPPN São Geraldo, Bonito, Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de

Biociências, v.5, supl.2, p. 89-191. 2007.

COSTA, A. F., Farmacognosia. Lisboa-Fundação Calouste Gulbenkian, 1986.

COSTA, S. S; OLIVEIRA, D. B.; MANÇO, A. M.; MELO G. O.; CORDEIRO, J. L. P.; ZANIOLO, S.; NEGRELLE, R. P. B.; OLIVEIRA, L. F. B. Plants composing the diet of marsh and pampas deer in the Brazilian Pantanal wetland and their ethnomedicinal properties. Journal of Biological Sciencies, Baghdad, v.5, n.5, p.840-846, 2006.

DI STASI, L.C.; SANTOS, E.M. G; SANTOS, C.M.; HIRUMA, C.A. Plantas Medicinais da

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4 FALCÃO, D.Q.; MENEZES, F.S. Revisão etnofarmacológica, farmacológica e química do gênero Hyptis. Rev. Bras. Farmacogn. v.84, n.3, p.69-74. 2003.

JESUS, N.Z.T.; LIMA, J.C.S.; SILVA, R.M.; ESPINOSA, M.M.; MARTINS, D.T.O.M. Levantamento etnobotânico de plantas popularmente utilizadas como antiúlceras e antiinflamatórias pela comunidade de Pirizal, Nossa Senhora do Livramento-MT, Brasil.

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MATOS, F.J.A. Introdução à fitoquímica experimental. 2 ed. Fortaleza, UFC,1997. PINTO, G.B.S. Subsídios à geração de proposta de desenvolvimento para a região de

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REBELO M.M.; SILVA, J.K.R. da; ANDRADE, E.H.A.; MAIA J.G.S. Antioxidant capacity and biological activity of essential oil and methanol extract of Hyptis crenata Pohl ex Benth.

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