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METODOLOGIA PARA A GERMINAÇÃO EFICIENTE DE SEMENTES DE Paspalum spp.

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METODOLOGIA PARA A GERMINAÇÃO EFICIENTE DE SEMENTES

DE Paspalum spp.

Peres, Éder Rodrigues1 Martins, Josiane Jardim2 Mazzocato, Ana Cristina3

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Mestrando em Ciência e Tecnologia de Semente e Bolsista da CAPES, 2Tecnóloga em Silvicultura - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, 3 Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Caixa Postal 242, CEP 96401-970, Bagé, RS, anacristina@cppsul.embrapa.br

Resumo

A qualidade fisiológica das sementes pode ser afetada tanto em relação ao seu potencial de germinação, quanto ao vigor, a ponto de inviabilizar sua comercialização. No gênero Paspalum acredita-se que o fator principal para a viabilidade ou não da semente é a época de coleta. O objetivo do trabalho foi determinar uma metodologia eficiente para a germinação e obtenção de plântulas de

Paspalum notatum, P. dilatatum, P. lepton e P. pumilum para posteriormente serem

caracterizadas morfologicamente, verificando a influência dos locais de coleta dos acessos. As sementes foram coletadas no âmbito de unidades produtivas que compõem a rede de Unidades Experimentais Participativas (UEPAs), nos municípios de Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista (SBV) e Caçapava do Sul (região do Alto Camaquã), com exceção de P. pumilum, coletadas no potreiro 18 da Embrapa Pecuária Sul. Foram realizados os tratamentos: 1) KNO3 + hipoclorito de sódio + água quente; 2) hipoclorito de sódio + água quente; 3) hipoclorito de sódio + KNO3; 4) hipoclorito; 5) KNO3 + água quente; 6) testemunha. Foram utilizadas 100 sementes por acesso para cada tratamento. As sementes foram dispostas sobre papel mata-borrão em caixas Gerbox com temperatura alternada de 20 e 35 °C em câmara germinadora e fotoperíodo de 8 e 16 horas/luz, segundo as RAS. Todas as plantas obtidas foram transplantadas posteriormente para bandejas com substrato e mantidas em Casa de Vegetação. Observou-se, para P. notatum, que os acessos de SBV e de Caçapava do Sul obtiveram baixas porcentagens de germinação, entre 1 e 4%, quando comparado aos dois acessos de Pinheiro Machado (Alto Bonito e Porongos), com porcentagens de 3 a 30%, sendo que no acesso de Alto Bonito as sementes começaram a germinar mais rápido, embora tenha sido menor a obtenção de plântulas ao final do experimento, quando comparado a Porongos. Todos os tratamentos do acesso de Alto Bonito resultaram em sementes germinadas. Em P.

lepton, somente o tratamento 3 apresentou germinação, 2%. Em P. pumilum,

apenas o tratamento 1 não apresentou germinação ao longo dos 28 dias. As porcentagens variaram de 3 a 29%. Em P. dilatatum, apenas o tratamento 1

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apresentou baixa germinação, 1%, no acesso de SBV, sendo que o mesmo tratamento no acesso Porongos teve 26%. As porcentagens dos outros tratamentos variaram de 11 a 31% no acesso SBV e de 11% a 36% no acesso Porongos. Conclui-se que deverão ser realizados novos testes em sementes com boa qualidade, haja vista que as de Pinheiro Machado apresentaram grande quantidade do fungo Claviceps paspali em P. dilatatum quando comparadas com as sementes do acesso SBV. Outro aspecto a ser considerado é a época de coleta das sementes, dando-se preferência para o período inicial a médio (novembro a janeiro). Nas variáveis testadas as sementes utilizadas foram coletadas no período tardio, em março de 2009 e, portanto isso pode também ter influenciado a baixa porcentagem de germinação de ambos os acessos.

Palavras-chave: germinação, Paspalum, acessos

Abstract

The physiological quality of seeds can be affected both in relation to their potential for germination, vigor to an extent that can compromise the commercial value of those seeds. In the genus Paspalum is believed that the main factor for seed viability is the period of collection. The objective of this study was to develop an efficient methodology for germination and seedling of Paspalum notatum, P. dilatatum, P.

lepton and P. pumilum which will be later characterized morphologically, and the

influence of collection site evaluated. The seeds were collected in the context of productive units that belong to the network of experimental participatory units (UEPAs) in the regions of Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista (SBV) and Caçapava do Sul (the upper Camaquã river region), with the exception of P.

pumilum, collected at Embrapa Pecuária Sul. Treatments were as follow: 1) sodium

hypochlorite + KNO3 + hot water, 2) sodium hypochlorite + hot water, 3) sodium hypochlorite + KNO3, 4) hypochlorite, 5) KNO3 + hot water 6) untreated control. 100 seeds per access were used each treatment. The seeds were placed on blotting paper in germination boxes with alternating temperatures of 20 and 35 °C in germinating chamber and photoperiod of 8 and 16 hours / light, according to the RAS. All plants obtained were subsequently planted in trays with substrate and kept in a greenhouse. It was observed for P. notatum, that access to SBV and Caçapava do Sul had lower germination (1 and 4%) than the two access of Pinheiro Machado (Alto Bonito and Porongos), with percentages from 30 to 30%, and in Alto Bonito access seeds began to germinate faster, although the number of seedlings at the end of the experiment was smaller when compared to Porongos. All access from Alto Bonito resulted in seedlings. In P. lepton, only the treatment 3 germinated, 2%. In P.

pumilum, only treatment 1 did not show germination during 28 days. The germination

percentage ranged from 3 to 29%. In P. dilatatum, only SBV, with equal treatment in access Porongos was 26%. The percentages of the other treatments ranged from 11 to 31% in the BLS and access from 11% to 36% in access Porongos. It is concluded that new tests should be performed with good quality seeds, given that the Pinheiro Machado had lots of fungus Claviceps paspali in P. dilatatum compared with the seeds of access SBV. Another aspect to consider is the time to harvest seed, with preference for the initial period the medium (November-January). Variables tested in

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the seeds used were collected between late 2009 and in March, so this may also have influenced the low percentage of germination of both the approaches.

Introdução

A importância das espécies nativas que podem constituir uma alternativa forrageira de grande valor e o pequeno conhecimento com relação à qualidade fisiológica de suas sementes torna a germinação dessas espécies como um verdadeiro desafio. Em se tratando de gramíneas tropicais, especificamente do gênero Paspalum, o desafio se torna ainda maior.

No gênero Paspalum acredita-se que o fator principal para a viabilidade ou não da semente é a época de coleta. O período considerado ideal compreenderia os meses de novembro a abril.

A qualidade fisiológica das sementes pode ser afetada tanto em relação ao seu potencial de germinação, quanto ao vigor, a ponto de inviabilizar sua comercialização. Existem substâncias químicas utilizadas em sementes que promovem ou inibem a germinação. Algumas promotoras, como giberelinas, nitrato de potássio e o polietilenoglicol são bastante pesquisadas, porém, cada espécie possui uma resposta peculiar (MARCOS FILHO, 2005). O efeito positivo da adição de solução aquosa de nitrato de potássio (KNO3) ao substrato na germinação de sementes é, frequentemente, relatado na literatura (FARON et al., 2004). Conforme as Regras para Análise de Sementes (2009) o uso dessa solução é recomendado para sementes que possuem dormência fisiológica, umedecendo-se previamente o substrato. O KNO3, através do nitrato, atua na via da pentose fosfato, uma das mais importantes rotas para sistema de transporte de elétrons nos estágios iniciais da germinação (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

Zaidan & Barbedo (2004) comentam que a imersão em hipoclorito de sódio (NaClO3), ácido nítrico (HNO3), KNO3, etanol (para remoção de ceras do tegumento) ou água oxigenada (H2O2) é uma prática comum quando se torna necessária a superação de dormência. Os autores ainda relatam que os referidos agentes químicos são importantes porque podem atuar em vários processos do metabolismo das sementes, como por exemplo, em processos oxidativos, no ciclo das pentoses e também na respiração.

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O tratamento com água quente, segundo Villela (1998), é um dos métodos mais simples de se efetuar a escarificação, porém com o inconveniente de apresentar resultados muito irregulares. Para Zaidan & Barbedo (2004), a fervura vai apenas retirar as ceras presentes no tegumento da semente, diminuindo sua

impermeabilidade e permitindo a entrada de água e as trocas gasosas. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi determinar uma

metodologia eficiente para a germinação e obtenção de plântulas de Paspalum

notatum, P. dilatatum, P. lepton e P. pumilum para posteriormente serem

caracterizadas morfologicamente, verificando a influência dos locais de coleta dos acessos.

Material e Métodos

As espécies Paspalum notatum, P. dilatatum, P. lepton e P. pumilum (Figura 1), nativas do Bioma Pampa e com potencial forrageiro, foram escolhidas para o experimento. As sementes foram coletadas no âmbito de unidades produtivas que compõem a rede de Unidades Experimentais Participativas (UEPAs), nos municípios de Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista (SBV) e Caçapava do Sul (região do Alto Camaquã), com exceção de P. pumilum, coletadas no potreiro 18 da Embrapa Pecuária Sul.

b a

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Figura 1 – Espécies de Paspalum utilizadas no trabalho. a) Inflorescência de

Paspalum notatum. b) Planta de P. dilatatum. c) Folhagem de P. lepton. d) Folhagem

de P. pumilum.

Foi realizado um teste piloto para verificar o comportamento das sementes de P. dilatatum e P. notatum, espécies que possuíam maior número de sementes. Após, foram realizados diversos tratamentos para as quatro espécies anteriormente citadas: 1) KNO3 + hipoclorito de sódio + água quente; 2) hipoclorito de sódio + água quente; 3) hipoclorito de sódio + KNO3; 4) hipoclorito; 5) KNO3 + água quente; 6) testemunha. O KNO3 foi utilizado na concentração de 0,2% e o hipoclorito de sódio a 1%. Para Paspalum dilatatum foram utilizadas sementes de dois acessos; para P.

notatum, de quatro acessos e para P. lepton e P. pumilum, de um acesso. Foram

utilizadas 100 sementes por acesso para cada tratamento, com exceção de P.

lepton, onde foram realizados dois tratamentos com 25 sementes cada, em função

da pequena disponibilidade de sementes.

As sementes foram dispostas sobre papel mata-borrão (Figura 2) em caixas Gerbox com temperatura alternada de 20 e 35 °C em câmara germinadora e fotoperíodo de oito e 16 h/luz, segundo as RAS (2009). O papel foi umedecido em água destilada ou KNO3, dependendo do tratamento. Foram realizadas avaliações aos sete e 28 dias. Durante todo o período, as plântulas obtidas foram transplantadas para bandejas com substrato e mantidas em Casa de Vegetação.

c

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Figura 2 – Sementes de Paspalum sp. dispostas sobre papel mata-borrão em caixa Gerbox.

As plantas adultas e suas sementes fazem parte do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Embrapa Pecuária Sul.

Resultados e Discussão

Como um dos objetivos do trabalho era obter plântulas para comporem o BAG de Forrageiras do Sul, foram utilizadas as sementes disponíveis das espécies estudadas, embora em alguns acessos e espécies a quantidade era pequena, o que inviabilizou a possibilidade da realização de análises estatísticas. Portanto, optou-se por análises simples, demonstrando os dados por porcentagens de germinação.

Observou-se, para P. notatum, que os acessos de SBV e de Caçapava do Sul obtiveram baixas porcentagens de germinação, entre 1 e 4%, quando comparado aos dois acessos de Pinheiro Machado (Alto Bonito e Porongos), com porcentagens de 3 a 30%, sendo que no acesso de Alto Bonito as sementes começaram a germinar mais rápido, embora tenha sido menor a obtenção de plântulas ao final do experimento, quando comparado a Porongos.

Na Figura 3 observa-se que o acesso de SBV obteve resultado somente na testemunha (1% de germinação). No acesso Porongos, os tratamentos 2 e 6 (testemunha) não obtiveram respostas. Por outro lado, 1, 3, 4 e 5 obtiveram 20, 30, 3,33 e 6,67% de germinação, respectivamente. Todos os tratamentos do acesso de Alto Bonito resultaram em sementes germinadas: 2) 6%; 4) 11%; 6) 7%; 1), 3) e 5)

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3%. O acesso de Caçapava do Sul não está representado no gráfico devido a não germinação nos tratamentos.

Figura 3 - Gráfico de porcentagem de germinação de Paspalum notatum.

Em P. lepton, somente o tratamento 3 apresentou germinação, 2%. Em

P. pumilum, apenas o tratamento 1 não apresentou germinação ao longo dos 28

dias. As porcentagens variaram de 3 a 29%, conforme pode ser observado na figura 4.

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Figura 4 - Gráfico de porcentagem de germinação de Paspalum pumilum.

Em P. dilatatum, apenas o tratamento 1 apresentou baixa germinação, 1%, no acesso de SBV, sendo que o mesmo tratamento no acesso Porongos teve 26%. As porcentagens dos outros tratamentos variaram de 11 a 31% no acesso SBV e de 11% a 36% no acesso Simeão, conforme figura 5.

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Nas variáveis testadas, somente para P. dilatatum, por apresentar repetições suficientes para a análise estatística, constatou-se que os tratamentos não apresentaram diferenças significativas entre os acessos.

Embora a porcentagem de germinação tenha sido baixa, para todas as espécies, deve-se ressaltar que todas as plântulas obtidas foram transplantadas para bandejas com substrato. Isso demonstra a importância da obtenção de plantas para incrementar o BAG de Forrageiras do Sul, e ao mesmo tempo, de monitorar a porcentagem de germinação das sementes mantidas no BAG.

Conclusões

Conclui-se que, para melhores resultados, futuramente sejam realizados novos testes em sementes com boa qualidade, haja vista que as dos acessos de Pinheiro Machado apresentaram grande quantidade do fungo Claviceps paspali quando comparadas com as sementes do acesso SBV. Outro aspecto a ser considerado é a época de coleta das sementes, dando-se preferência para o período inicial a médio (novembro a janeiro). Nas variáveis testadas as sementes utilizadas foram coletadas no período tardio, em março de 2009 e, portanto isso pode também ter influenciado a baixa porcentagem de germinação de ambos os acessos.

Referências

CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000, 588p.

FARON, M.L.B; PERECINI, M.B.; LAGO, A.A; BOVI, O.A; MAIA, N.B. Temperatura, nitrato de potássio e fotoperíodo na germinação de sementes de Hypericum

perforatum L. e H. brasiliense Choisy. Bragantia, v. 63, n.2, p.193-199, 2004.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2005.

REGRAS PARA ANÁLISES DE SEMENTES. Brasil, 2009.

VILLELA, F.A. Water relations in seed biology. Scientia Agricola, v.5, p.98-101, 1998.

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ZAIDAN, L.B.P.; BARBEDO, C.J. Quebra de dormência em sementes. IN: FERREIRA, A.G.; BORGHETTI, F. (Orgs.). Germinação. Do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 135-146.

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