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A INCAPACIDADE FUNCIONAL NA QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS DO BAIRRO JARDIM CLODOALDO NO MUNICÍPIO DE CACOAL/RO

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A INCAPACIDADE FUNCIONAL NA QUALIDADE DE VIDA EM

IDOSOS DO BAIRRO JARDIM CLODOALDO NO MUNICÍPIO DE

CACOAL/RO

The FUNCTIONAL DISABILITY IN THE QUALITY OF LIFE IN

GARDEN CLODOALDO NEIGHBORHOOD IN ELDERLY Cacoal / RO

Edilucia Viana de Souza Savegnago1

Denise Nascimento Pereira2

Edson Batista dos Santos3 Wagner Itiro Sekigami4

Juvenil Gomes Pessoa5

Carla Caroline Lenzi Armondes6

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar se a Incapacidade Funcional (IF) interfere na Qualidade de Vida (QV) de idosos do Bairro Jardim Clodoaldo no Município de Cacoal, RO. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, transversal e descritiva. Participaram da pesquisa 52 idosos com idade média de 79,02 ± 6,14 anos, respondendo quatro questionários, sociodemográficos, utilizando escala de Lawton e Brody, a escala de Katz, questionário whoqol- bref. De acordo com os resultados, a maior frequência de idosos é do sexo feminino: 51,92% da amostra; de todos os participantes, 92,31% não estavam acamados e 69,23% não realizavam atividades físicas. Quanto à escala Brody, 20,91% dos idosos relataram não conseguir realizar os oitos domínios avaliados; 30,90% afirmaram realizar (AIVD) com ajuda total de maneira dependente, enquanto que 39,18%, afirmaram realizar suas atividades instrumentais da vida diárias sem ajuda. Quanto à escala Katz, a maioria, 84,29%, consegue realizar AVD. Na escala

Whoqol-bref, 48,1% afirmaram ter uma boa qualidade de vida. Sendo assim, conclui-se que,

por meio do que foi observado e analisado com melhor desempenho nas escalas de (AVD) e por meio do questionário whoqol-bref 2º classe, a incapacidade funcional (IF) não interfere na qualidade de vida dos 52 idosos participantes da pesquisa.

Palavras-Chave: Idoso; qualidade de vida; incapacidade.

1 Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas

de Cacoal-FACIMED. Email: edilucia.v.s.s@hotmail.com

2 Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas

de Cacoal-FACIMED. Email:desao2011@hotmail.com

3 Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas

de Cacoal-FACIMED. Email: fisioterapiaedson@gmail.com

4

Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal-FACIMED. Email: Wagner_itiro@hotmail.com

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Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal-FACIMED. Email: juvenilgomespessoa@hotmail.com

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Summary

This study aimed to analyze the Functional Disability (IF) interferes with quality of life (QOL) in Elderly Neighborhood Clodoaldo Garden in the city of Cacoal, RO. This is an epidemiological study, cross-sectional, descriptive, participated in the study 52 seniors with an average age 79.02 (± 6.14), to answer four questionnaires, and these demographic questionnaire, Lawton and Brody scale, the scale of Katz questionnaire WHOQOL bREF. According to the results most often elderly è female (51.92%) of the sample; of all participants 92.31% were not bedridden and 69.23% did not perform physical activities. As the scale Brody (20.91%) of the elderly who reported not accomplish the eight evaluated areas; (30.90%) reported receiving (AIVD) with total aid-dependent manner, while (39.18%) responded that performs instrumental activities of daily living without help. As the Katz scale, most 84.29% can perform ADLs. In Whoqol-BREF scale, 48.1% said they had a good quality of life. Therefore, it is concluded that through what was observed and analyzed with better performance on scales (AVD) and through the WHOQOL-BREF 2nd class questionnaire that functional disability (IF) does not affect the quality of life of 52 elderly participants research. Keywords: Elderly; quality of life; inability.

INTRODUÇÃO

A etapa da vida caracterizada como senilidade, com suas peculiaridades, só pode ser compreendida a partir da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Essa interação institui-se de acordo com as condições da cultura na qual o indivíduo está inserido. Condições históricas, políticas, econômicas, geográficas e culturais produzem diferentes representações sociais da senilidade e também do idoso (SCHNEIDER, 2008).

O processo de envelhecimento acarreta uma série de mudanças, tanto morfológicas quanto funcionais. Tais mudanças diminuem a capacidade individual para enfrentar a demanda necessária para à manutenção de uma vida saudável, particularmente em situações nas quais há uma diminuição na reserva funcional, como, por exemplo, em condições de doença, de crise ou de perdas (FLÓ, 2013).

De acordo com Perracini (2013), Há incapacidade e dificuldade para executar atividades em qualquer âmbito da vida, desde atividades básicas, como a higiene, até atividades de lazer; e não como uma característica pessoal, mesmo que ainda a considerem como uma lacuna entre a capacidade pessoal e a demanda exigida pelo ambiente.

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82 Os estudos têm demonstrado que as mulheres não desenvolvem incapacidade funcional com maior frequência do que os homens, mas sobrevivem mais tempo do que eles com as suas limitações. Este fato pode ser explicado, segundo Parahyba (2006), pelo menos em parte, devido à diferença nas doenças associadas aos homens e às mulheres que relatam incapacidade, e por fatores comportamentais, que assinalam uma maior procura das mulheres por serviços de saúde do que dos homens, indicativo de uma provável maior percepção quanto aos problemas de saúde por parte delas.

Conforme Parahyba (2006) apontou, as mulheres declararam incapacidade funcional em maior proporção do que os homens. Observa-se, também, o caráter progressivo da incapacidade funcional entre os idosos em relação ao aumento da idade. Para tanto, há evidência de redução no declínio funcional da população idosa, o que aponta na direção de uma população mais saudável.

Um fator importante para esse declínio pode estar relacionado a uma maior universalização do acesso aos serviços públicos de saúde e à melhoria no tratamento médico, no que diz respeito à tecnologia. Outros fatores, como o aumento dos níveis de escolaridade da população, que vem ocorrendo há algumas décadas, e mudanças comportamentais em relação a hábitos alimentares, também são importantes.

Assim, de acordo com as informações do diagnóstico, associadasà informação sobre funcionalidade em qualidade de vida do idoso por meio da pesquisa, possibilita-se uma visão ampla e significativa do estado de saúde da pessoa acima de 70 anos, facilitando dessa forma, a decisão sobre o tipo de intervenção que os necessita (FLÓ, 2013).

Fallowfield (1990), em sua importante revisão sobre qualidade de vida, cita Shakespeare para mostrar a importância de se estudar a qualidade de vida de idosos. Apesar do quadro desanimador, por meio do qual o dramaturgo inglês descreve a velhice, a situação pode ser ainda pior, pois Shakespeare se deteve, apenas, na deterioração física.

Para muitos idosos poderíamos também acrescentar: sem autoestima, sem eficácia pessoal, sem amor, sem companhia, sem suporte social. Todos, mesmo os mais independentes, precisamos de afeto, de sermos amados, cuidados, estimados e valorizados e de termos a sensação de estarmos ligados a uma rede de comunicação e de obrigações mútuas. Sem estes suportes, muitos idosos experimentam impotência psicológica, levando a um estado de abandono e desesperança FALLOWFIELD (1990).

Todo idoso é um ser de seu espaço e de seu tempo, sendo esse um resultado do seu processo de desenvolvimento, do seu curso de vida. Descobrindo suas próprias

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83 forças e possibilidades, estabelece a conexão com as forças dos demais, cria suas forças de organização e empenha-se em lutas mais amplas, transformando-as em força social e política (SANTOS, 2010).

Para Toscano (2009), o conceito de qualidade de vida tem que ser compreendido como influenciado por todas as dimensões da vida, incluindo, mas não limitando, a existência ou não de morbidades. Um estilo de vida saudável está associado ao incremento da prática de atividades físicas, sejam elas realizadas no âmbito do trabalho, da locomoção, do lazer ou das atividades domésticas. Como consequência, melhores padrões de saúde e qualidade de vida.

A funcionalidade é um dos atributos fundamentais do envelhecimento humano, pois trata da interação entre as capacidades físicas e psicocognitiva para a realização de atividades no cotidiano e as condições de saúde. Tal interação é medida pelas habilidades e competências desenvolvidas ao longo do curso de vida (PERRACINI, 2013).

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar se a Incapacidade Funcional interfere na qualidade de vida de idosos do bairro jardim Clodoaldo do município de Cacoal/RO.

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi realizado de acordo com todas as diretrizes do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sendo aprovado pelo parecer 883-364. Os idosos que aceitaram participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, atendendo às orientações da resolução 196/96 do CNS, de 10/10/96. A coleta foi realizada no período de janeiro a março de 2015.

Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, transversal, quantitativa e descritiva. A pesquisa foi realizada no perímetro urbano no bairro Jardim Clodoaldo, no município de Cacoal/RO, com visitas aos domicílios dos idosos ali residentes.A população do estudo foi composta por 52 idosos de ambos os sexos, acima de 70 anos, cadastrados na unidade de saúde do referido bairro.

Quanto aos critérios de inclusão, foi escolha dos próprios indivíduos participar da pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Era necessário possuírem capacidade de responderem ao questionário de qualidade de vida ou a entrevista estruturada e precisavam ter acima de 70 anos.

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84 Para a realização da pesquisa foi explicado o termo de consentimento livre e esclarecido e o termo de participação da pessoa como sujeito. Em seguida, foi feito o preenchimento do questionário sociodemográfico.

COLETAS DOS DADOS

Os dados foram colhidos dentro da residência dos idosos que aceitaram participar do estudo. O instrumento da pesquisa foi constituído por quatro partes. A primeira parte foi representada por dados sociodemográfico como: nome, idade, sexo, se está acamado, se faz atividade física.

A segunda parte foi constituída pela escala de Lawton e Brody,utilizada desde 1969, com oito questões para avaliar o nível de independência no que se refere à realização das Atividades Instrumentais da Vida Diária – AIVD. As AIVD avaliadas foram: uso de telefone, fazer compras, preparar refeições, realizar tarefas domésticas como arrumar a casa e pequenos reparos manuais, usar meio de transporte, manejar medicações e dinheiro.

Os itens da escala Lawton e Brody são classificados quanto à necessidade de ajuda, quanto à qualidade de execução e quanto à iniciativa, variando a valoração de 1 a 3. O valor1 representa a necessidade de ajuda total “dependência” para a realização das atividades; o valor 2 representa que o idoso precisa de alguma ajuda e o valor 3 representa total independência para a função.

Essa avaliação é baseada no que realmente o paciente faz no seu dia a dia e não na habilidade em que teria para fazê-lo. O idoso que não faz a atividade por opção, por fatores ambientais, ou por papéis sociais é considerado dependente.

A terceira parte tratou-se do índice de Katz, no qual se avaliou as habilidades de manutenção de 6 atividades de vida diária, de cunho fisiológico hierarquicamente, de funções mais complexas para funções mais simples, tais como tomar banho, vestir-se, fazer higiene pessoal, realizar transferência, apresentar continência e alimentar-se.

Na escala modificada, cada tarefa recebe o escore independente (1 ponto) ou dependente (0), que são somados para denotar o grau de dependência, sendo bastante utilizado para pacientes institucionalizados. O escore máximo de (6 pontos) denota independência para Atividade da Vida Diária (AVD), o intermediário (4 pontos) mostra dependência parcial ou déficit moderado e o mínimo (2 pontos) denota dependência

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85 importante ou déficit acentuado, enquanto que a ausência de pontos demonstra total dependência.

A quarta parte do instrumento foi representada pelo questionário de

(whoqol-bref). Composto por 26 questões, duas delas sobre qualidade de vida no âmbito geral e

24 representantes de cada uma das 24 facetas que compõem o instrumento original. Compreende quatro domínios da qualidade de vida, cada um como objetivo de analisar, respectivamente: a capacidade física, o bem-estar psicológico, as relações sociais e o meio-ambiente onde o indivíduo está inserido (referente a como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida) com respostas valorando de 1 a 5 pontos, divididos em cinco facetas, cada faceta composta por cinco itens, gerando então um escore que varia de 5 a 25 pontos. Os escores das 5 facetas, combinados com a resposta aos 26 itens, geram também, um escore overall (total).

RESULTADOS

Considerando que o Bairro Jardim Clodoaldo é o bairro com maior contingente de idosos, segundo o censo de 2010 (IBGE 2010), interessa saber como é o perfil desses idosos cacoalenses.

De acordo com os resultados coletados, há maior frequência de idosos do sexo feminino: 51,92% são mulheres e 48,08% são homens. A porcentagem de acamados 7,69% é bem menor que a de não acamados, 92,31%.A minoria, 30,77%, faz atividades físicas, enquanto que69,23% não as fazem.

Para chegar a esses resultados foram pesquisados 52 idosos com idade média de 79,02 ± 6,14 anos, todos aposentados, como mostra o gráfico abaixo:

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Gráfico 1. Questionário sociodemográfico dos 52 participantes do estudo,

demonstrativo do percentual por categorias.

Verificou-se na escala Brody que 20,91% dos idosos relataram não conseguir realizar as atividades instrumentais da vida diária (AIVD); 30,90% afirmaram realizar (AIVD), enquanto que 39,18%, disseram realizar suas atividades diárias sem ajuda.

Ainda, verificou-se pela tabela estatística das 416 respostas, respostas médias de 2,18 ± 0,754, limite abaixo de 2,1, limite acima de 2,26 e intervalo de confiança de 95%, como mostra a tabela abaixo:

Frequência Percentual % Percentual válido % Percentual acumulado % Não consegue 87 20,9 20,9 20,9 Com ajuda total 166 39,9 39,9 60,8 Sem ajuda 163 39,2 39,2 39,2 Total 416 100,0 100,0 100,0

Tabela 1.Escala de atividades instrumentais da vida diária – Lawton e Brody

Por meio dos resultados obtidos na escala Katz de acordo com o gráfico 2, verificou-se que, de um total de 263 idosos, que a maioria, 84,29%, dos idosos

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% 120,00%

Percentuais por categoria

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87 respondeu afirmativamente, enquanto, que 15,71%, responderam negativamente ao fato de conseguirem realizar AVD.

Avaliando as habilidades de manutenção de 6 atividades da vida diária, 312 entrevistados responderam entre sim ou não, com média de 1,16 ± 0,364, limite abaixo de 1,12 e limite acima de 1,20, com intervalo de confiança de 95%, como mostra o referido gráfico:

Gráfico 2. Escala Katz: Atividade Básica de Vida Diária

Ao analisar tabela 2 escala Whogol-bref 2º classe das 26 questões do questionário, percebeu-se que 3,8% dos 52 idosos consideraram que a sua qualidade de vida é muito ruim; já 2,9% relataram ser ruim, 44,2% não consideraram ruim, nem boa; e a maioria dos idosos, 48,1%, consideraram sua qualidade de vida boa; apenas 1% relatou ser muito boa.

Observou-se 104 respostas, com média de 3,39 ± 0,743, limite abaixo de 3,25, limite acima de 3,54 e intervalo de confiança de 95%, como mostra a tabela abaixo:

Frequência Percentual % Percentual válido % Percentual acumulado % Muito ruim 4 3,8 3,8 3,8 Ruim 3 2,9 2,9 6,7 Nem ruim e nem boa 46 44,2 44,2 51,0 Boa 50 48,1 48,1 48,1 Muito boa 1 1,0 1,0 1,0 Total 104 100,0 100,0 100,0

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Tabela 2.Whoqol-bref 2º classe: avaliação da qualidade de vida dos idosos

DISCUSSÃO

A partir dos resultados coletados na pesquisa, a escala sociodemográfica demonstrou que, dos idosos avaliados quanto à ocupação, 100% eram aposentados, indo de encontro ao estudo de Cunha et al. (2011), no qual apenas 46,90% eram aposentados, 41,40% trabalhavam como domésticas e 11,70% exerciam outras profissões. Os resultados corroboram com o mesmo estudo quanto ao sexo, predominando o feminino: 79,70% no estudo de Cunha e 51,92% no presente estudo. Da mesma forma, no estudo de Pereira et al. (2006), observou-se a predominância do sexo feminino:51,70% contra 48,30% do sexo masculino valores muito próximo dos verificados aqui.

Neste estudo observou-se média de idade de 79,02 anos, sendo que fazem atividades física 30,77% dos participantes fazem atividades físicas, corroborando com o estudo de Paskulinet al. (2007), que obteve média de 71,30 anos com 51,40% dos entrevistados praticando algum tipo de atividade física, mais comumente a caminhada. Cunha et al. (2011) observou, em sua pesquisa, que apenas 22,4% dos entrevistados praticavam atividade física.

Foi observado que 15,71% dos entrevistados apresentavam incapacidade para as AVD e 60,8% para as AIVD, diferentemente do estudo de Ducaet al. (2009), que encontrou maior incapacidade para atividades básicas (26,8%) e menor incapacidade para atividades instrumentais (28,8%).

Giacominget al. (2008) observou quanto à incapacidade funcional, que 84% idosos eram totalmente independentes nas seis AVD consideradas, 8% apresentavam alguma dificuldade para realizar pelo menos uma AVD e 8% eram totalmente incapazes para fazê-las. Resultado semelhante foi obtido nesta pesquisa: 84,29% mostraram-se independentes e 15,71% mostraram-se dependentes para as AVD. O estudo de LOURENÇO (2012) por sua vez mostrou que 57,9% dos idosos eram independentes e 42,1% os que apresentavam algum grau de dependência para as AVD.

Como foi observado na escala de Lawton e Brody com relação à capacidade de realizar as AIVD, 39,18% apresentavam independência, 39,9% apresentavam dependência parcial e 20,91% dos idosos eram completamente dependentes. Tais

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89 resultados diferem do estudo de LOURENÇO (2012), que identificou 27,4% como independentes, 68,4% com dependência parcial e 4,2% com dependência total.

De acordo com os resultados de Miranzinet al. (2008) quanto à autopercepção da saúde,menos de 1% considerou-a muito boa, 36,67% consideraram-na boa, 46,67% consideraram-na nem ruim e nem boa, 13,33% consideraram-na ruim e 3,33%consideraram-na muito ruim, corroborando com os resultados desta pesquisa. A mesma mostrou que apenas 1% dos idosos relatou-há como muito boa, 48,1% relataram-na como boa, 44,2% dos entrevistados relataram-na como nem como ruim e nem como boa, 2,9% relataram-na como ruim e 3,8% relataram-na como muito ruim.

A partir da escala Whoqol-bref 2º classe, observou-se que 3,8% dos idosos consideraram muito ruim sua qualidade de vida e mostraram-se satisfeito com sua saúde,2,9% já consideraram-na ruim, 44,2% consideraram-na nem ruim e nem boa,48,1% consideraram-na boa e apenas 1%considerou-a muito boa. Então, compreende-se que a incapacidade funcional não interfere na qualidade de vida dos idosos.

Percebe-se que a maioria dos entrevistados está satisfeito tanto com sua qualidade de vida, quanto com seu estado de saúde. O progresso da idade cronológica, aliado ao próprio processo de envelhecimento, se se relaciona diretamente com os maiores níveis de incapacidade funcional, fato bem descrito na literatura. Em recente publicação da OMS focalizando o envelhecimento populacional, busca-se orientar para uma longevidade ativa, com base na tríade participação, saúde e segurança (SERBIM,

2011).

Os resultados da pesquisa epidemiológica realizada no Bairro Jardim Clodoaldo vai de encontro ao conceito de Vecchia (2005) sobre a compreensão do que vem a ser qualidade de vida para os idosos, apontando diversos fatores que influenciam na qualidade de vida. São eles: relacionamentos interpessoais, boa saúde física e mental, bens materiais, casa, carro, salário, acesso a serviços de saúde, lazer, trabalho, espiritualidade, honestidade, solidariedade, educação ao longo da vida e ambiente favorável, sem poluição e sem violência.

Para Neri (2003), a expectativa de vida tem aumentado em todo o mundo, e viver mais e com qualidade tornou-se um desafio. Em seus estudos, apresentou inúmeras variáveis relacionadas a esse tema, tratando-os como indicadores de bem-estar na velhice:a longevidade, a saúde biológica, a saúde mental, a satisfação, o controle cognitivo, a competência social, a produtividade, a atividade, a eficácia cognitiva, o

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90 status social, a renda, a continuidade de relações informais em grupos primários e a rede de amigos.

Quanto às atividades físicas, o presente estudo mostrou que apenas 30,77% dos idosos a praticam, enquanto que 69,23% não a praticam. No entanto, a manutenção e a preservação da capacidade para desempenhar as atividades básicas de vida diária são pontos básicos para prolongar por maior tempo possível a independência. Com isso, os idosos melhoram sua qualidade de vida por essa estar relacionada à capacidade de desenvolver atividades cotidianas ou atividades agradáveis (TOSCANO, 2009).

A funcionalidade na velhice é influenciada pelo processo de envelhecimento fisiológico, por características de gênero, idade, classe social, renda, escolaridade, condições de saúde, cognição, ambiente, história de vida e por recursos de personalidade. A funcionalidade relacionada ao envelhecimento bem sucedido está associada a maiores níveis de satisfação e bem estar subjetivo, maior senso de autoeficácia e controle pessoal, a maior rede de relações sociais, melhor saúde e independência física e mental, e a um envolvimento mais ativo com a vida, a despeito da presença de doenças crônicas (PERRACINI, 2013).

Na escala Brody, verificou-se que 20,91% dos idosos relataram não consegue realizar os oitos domínios avaliadores, 30,90% afirmaram realizar (AIVD) com ajuda total de maneira dependente, enquanto que 39,18%, afirmaram realizar suas atividades diárias sem ajuda.

Então, dessa forma, percebeu-se que as atividades instrumentais de vida tais como: Usar telefone sozinho; fazer compras; usar os meios de transportes; preparar sua própria refeição; arrumar a casa; fazer pequenos serviços domésticos; tomar seu remédio na hora certa e a dose correta e cuidar do seu dinheiro (FLÓ, 2013).

Ainda na escala de Brody, dentre as atividades de autocuidado, a menor proporção de independência foi observada para o controle das funções quanto a usar o telefone, fazer compras, usar meios de transportes, preparar refeições,ter controle financeiro, tomar seu remédio na hora certa e a dose correta e cuidar do seu dinheiro (20,91%). Já a maioria dos entrevistados declararam-se menos independentes para realizar todas as atividades (39,18%).

A capacidade de o indivíduo realizar suas atividades físicas e mentais, necessárias para a manutenção de suas atividades básicas e instrumentais, ou seja, como, tomar banho, vestir-se, realizar higiene pessoal, transferir-se, manter a continência, preparar refeições, ter controle financeiro, tomar remédios, arrumar a casa,

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91 fazer compras, usar transporte coletivo, usar telefone e caminhar certa distância, é definida como capacidade funcional, afirma (PARAHYBA, 2006).

Notou-se, por meio da pesquisa epidemiológica, que, apesar da idade média de79,02 ± 6,14 anos, os idosos conseguem realizar suas atividades instrumentais de forma independente. De acordo com Perracini (2013), a recuperação e a manutenção da capacidade funcional têm importantes implicações para uma boa qualidade de vida na velhice, possibilitando o engajamento em atividades significativas até idades mais avançadas.

A funcionalidade é um dos atributos fundamentais do envelhecimento humano, pois trata da interação entre as capacidades físicas e psicocognitivas para a realização de atividades cotidianas e as condições de saúde. Tal interação é medida pelas habilidades e competências desenvolvidas ao longo do curso de vida (PERRACINI, 2013).

CONCLUSÃO

O objetivo deste estudo foi verificar se a incapacidade funcional interfere na qualidade de vida de idosos, podendo-se concluir,por meio do que foi observado, que a incapacidade funcional (IF) não interfere na qualidade de vida dos 52 idosos entrevistados.Pode-se observar que a maioria desses idosos tem qualidade de vida e a sua capacidade funcional preservada.

Pode-se destacar que há com o presente estudo que, há ainda poucos achados científicos sobre este tema abordado na localidade estudada, assim também como no município de Cacoal – RO, havendo a necessidade de que mais estudos sobre o tema sejam desenvolvidos, na tentativa de melhor analisá-lo.

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Referências

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