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VIOLENCIA. em tempo de globalização. José Vicente Tavares dos Santos. Hucitec ORGANIZADOR

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(1)

A

VIOLENCIA

em tempo

de globalização

José Vicente Tavares dos Santos

ORGANIZADOR

(2)

CIÊNCIAS SOCIAIS

TITuLOS EM CATÁLOGO

Colonos do Vinho, José Vicente Tavares dos Santos

O Estado e a Burocratização do Sindicato no Brasil, Heloísa H. Teixeira de Souza

Martins

Expropriação e Violência, José de Souza Martins

A Morte e os Mortos na Sociedade Brasileira, José de Souza Martins (org.)

Mão-de-Obra e Condições de Trabalho na Indústria Automobilística Brasileira, José José

Sérgio R. C. Gonçalves

O Cativeiro da Terra, José de Souza Martins

Os 45 Cavaleiros Húngaros, Oliveiras S. Ferreira

Antropologia Cultural e Análise da Cultura Subalterna, Luigi Lombardi Satriani Educação e Fecundidade, Maria !rene Q. F. Szmrecsányi

As Lendas da Criação e Destruição do Mundo como Fundamentos da Religião dos Apapocúva-Guaraní, Curt Nimuendaju Unkel

Metamorfoses do Escravo, Octávio Ianni

Caminhada no Chão da Noite, José de Souza Martins

A Organização Social dos Tupinambá, Florestan Fernandes

A Refeição das Almas, Renate Brigitte Viertler Refazendo a Fábrica Fordista, Elizabeth Bortolaia Silva

Os Candomblés de São Paulo, Reginaldo Prandi

O Massacre dos Inocentes, José de Souza Martins (org.) Métodos de Pesquisa em Ciéncias Sociais, Howard Becker

A Chegada do Estranho, José de Souza Martins

O Poder do Atraso: Ensaios de Sociologia da História Lenta, José de Souza Martins ·•

Imagens e Identidades do Trabalho, Antonio Sergio Guimarães, Michel Agier & Nadya Araujo Castro

Max Weber e Karl Marx, René Gertz (org.)

Henri Lefebvre e o Retorno à Dialética, José de Souza Martins (org.) República de Crianças: Sobre experiéncias escolares de resistência, Helena Singer Subterrâneos do Trabalho: Imaginário Tecnológico no Cotidiano, Alice Itani Ieipari: Sacrifício e Vida Social entre os Índios Arara, Márnio Teixeira-Pinto

VIOLÊNCIAS NOTEMPO

DA GLOBALIZAÇÃO

(3)

JOSÉ VICENTE TAVARES DOS SANTOS

ORGANIZADOR

VIOLÊNCIAS NOTEMPO

DA GLOBALIZAÇÃO

EDITORA HUCITEC

São Paulo, 1999

(4)

©Direitos de publicação reservados pela Editora Hucitec Ltda., Rua Gil Eane: 04601-042 São Paulo, Brasil. Telefones: (011)240-9318, 542-0421 e 543-0653.

v

(011)530-4532; fax: (011)530-5938.

E-mail: hucitec@mandic.com.br Foi feito o Depósito Legal.

Editoração eletrônica: Ouripedes Gallene e Rafael Vitzel Corrêa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Sandra Regina Vitzel Domingues)

V 792 Violências no Tempo da Globalização.

Violências no Tempo da Globalização I José Vicente Tavares dos Santos (organizador). - São Paulo : Hucitec, 1999.

570 p. ; 21 em.

Inclui referências bibliográficas ISBN 85-271-0476-8

1. Violência-Sociologia I. Santos, José Vicente Tavares dos (organizador) II. Série

CDD - 301.633 Índice para catálogo sistemático: 1. Sociologia : Violência 301.633

Dedico este livro à memória de meu pai, Rosauro Tavares dos Santos

Meus agradecimentos a todas as pessoas e instituições que torna-ram possível este livro, em particular:

UFRGS- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Pró-Reito-ria de Pesquisa e Pró-Reitoria de Extensão)

IFCH-UFRGS - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS (Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia)

CNPq- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Fapergs-Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Gran-de do Sul

Secretaria da Justiça e da Segurança do Estado do Rio Grande do Sul

Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul

Conselho Municipal dos Direitos da Cidadania, contra as Discri-minações e a Violência

(5)

COMENTÁRIOS SOBRE VIOLÊNCIA,

CULTURA, ECONOMIA E POLÍTICA

NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Renato P. Saul

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

A

tualmen.te, a. vida nas grandes cidades tend~ a ~~res~nt~r.formas

comumtanas emergentes baseadas em pnnap10s md lvldualis-tas. Nos grandes aglomerados urbanos e na sua perif ria, o desem-prego, a promiscuidade, a desestruturação familiar, a pulverização social etc., são fatores que concorrem simultaneamente para a desestruturação de laços comunitários tradicionais e para o desen-volvimento de processos que funcionam orno suporte para uma es-pécie de tribalização, em que a delinqüência a violência se apre sen-tam como elementos de uma microcullura ou uma subculh1ra.

A confluência entre a dinâmica cultural e a a·iminosa produz con-vergências e desacordos flagrantes no seu tratamento científico. O crime pode ser visto como expressão de processos culturais, ou subculturais, ou, inversamente, culturas ou subculturas podem ser vistas como comportamentos criminosos. De outro lado, há um cam-po de tensões bastante amplo entre as práticas culturais e as práticas caracterizadas por autoridades legais e políticas como crime.

A questão crucial está precisamente na fronteira, no limite da ca-racterização do fenômeno cultural e do fenômeno criminal. Pensa-mos que fronteira entre os dois fenômenos é o conteúdo politico

que

eles comportam. A fronteira entre o crime e a expres ão cultural

desviante altera-se em função da capacidade de mobilização poHlica

de grupos ante as mudanças sociais em cu1·so. Dependendo do rum

em que se desenvolvem as tensões entre grupos emergentes política·

mente e as instituições sociais, o crime pode passar a configurar-se como expressão cultural ou a expressão cultural pode assumir

a

ca-racterística de crime, delinqüência ou viotência contra a orde

estabelecida.

Nesse sentido, quando se identifica uma subcultura criminosa

I 18 I Renato P. Saul

reconpece não somente um grup d

·

t

0 e pessoas mas . consrs ente em que entram em co 'd . _ . uma articulação

d · . nsr. etaçao at1tudes m ·

e e agrr, sentidos, racionalizações, súnb 1 ~ al1el!as de ser

dades etc. E que tais elemento o os, conhecunentos, capaci

-s repre-sentam um · t

-subcultura com a cultura da so . d d a m egraçao dessa Um dos aspectos mais notá

v~~:

d: e em

s~a tota~id~~e.

tura e da necessidade de se v 1 . extensao do s1gmfxcado da cul-elementos de explicação cienti'af. on:ar os_ cul-elementos culturais como

rca e precisame t · com fatos econômicos e político d n e a sua articulação

· s, o que o consum·

exemplo mms cabal. rsmo parece ser o

Outro aspecto a considerar no co

t

.

respeito à relação entre miséria .

nl

A

ex~o

da presente dlscussão diz

, e

vw

encia

Ha uma regra vigente no processo de r. .

-des contemporâneas 01 função d

1 b . eorganizaçao das socieda-Brasil de forma muito espe

1·a1<

' -

qu

a g afo

e

. uallzação·maq - e ela é notável no

o-atização somente ava.nça qtr" .... d ue 0 processo de

demo-'"'' osesuperaal · t f'

limita o seu campo de m· ter - ' 1Iper ro ra estatal e se

vençao. Contraditoriamente pore'm n t .

' , o a-se rmp ·

conjunto de leis e instrumentos d . ressiOnante expansão do

. . e normahzaçã d . d

rados casurshcamente. No nosso .

1 .

0. a socie ade elabo-cretos são elaborados

generosame~~:ode

eis, medidas

provi~órias,

de-momento, não raras vezes cont . d acordo com necessrdades do

ranan o o texto t. · Esse processo gera efeitos v . d cons Itucwnal.

ana os em d'f .

modo geral esses efeitos conco 1 erentes situações. De

. - rrem para prod . f

-aphcaçao patrocinando 0 de sresperto e fa . uzrr con usao na sua d

corrupção. vorecen o o aumento da

Exemplifico: no caso das ativid d A .

disposições legais conflitantes

t

a des economrcas não é incomum

f ora da lei uma questão de , ornan oaque t- d

0 _ E . s ao e atuar dentro ou

- · pçao. ISSO é tã .

açoes vwladoras se tornam de d'f' 'I . o mais certo quanto as O mesmo se pode dize1· da qu s1 ICI punrção t- · .

hipertrofia cria uma série d alt .

~o

da legislação tributá!:ia cuja b'lid d ' a es de vasão de receitêl . ' emahvas de trans gr ssao e e possi-- d

De outro lado, de forma

'~;,~:~~s~os

e de realização de fraudes.

plnnos econômicos frustr<>dos t ' ars avassaladora, a sucessão de d' · "'

em

produz'd d

tr ~los de amplos segmentos da . l o . anos profundos em

praticamente impossível ante a s

SOC

ieda~e,

CUJa reparação se torna

'd ' ua magrutude

onsi cre-se de outro ãn ul f .

S~mento"

donstado

vem.

g o o ato de que o processo de

"enxu-d,tóri s. acompanhado de dois movimentos contra-Deum a parte, opera-se um

-a press-ao sobre -a ordem jurídic-a em

Comentários sobre · 1• . VJo enCJa, cultura, e~onomia e política

(6)

tor1:o

ct:'

neces~idade_de reOJ:~an_ização dos códigos

e

da agilidad~ 111

aplicaça da le1. Isso · deconenc1a d uma pressão derivada de mo .

mentes sociais com origem em difer-ntes segmentos da sociedad Vt

De outra parte, há uma pressão no sentido da flexibilização d.

'cü d ~

co gos para a . quá-los aos novos tempos econômicos, onde in1

p

.:

ram o·Hé.rios de eficiência e competitividade.

e

crescimento da economia chamada INFORMAL (também chamact d 1; ON MIA SUOTJ::RRÃNEA OU CLANDESTINA), defenômeno de verificaç-<1

d.L.· • _ • ao

s cun ctíla na s1tuaçao an t · nor passa hoje ser uma das novas e · denc• . 1a~ d a econonua g. J bal com gnmde expressão em formação da \IJ.

renda mterna.

· pre is atentar para .fat que a economia informal é o resultad d um

esvazi~m.ent

da moralidade da vida econômi a e aponta

par~

crescente md1ferença em relação às n cessidad -s humanas.

Deixando de lado a questão statística r laci nada com o montan

-te r ~resentado pel~ ativid~des envolvidas (35, 40, 50, 60% do pro-dt~to mtcrno bruto, é lmposstvel precisar), a EC NOMJA INFORMAL é par-te 1mpo1tant~ do pr

c

·SS? de r estruturação econômica

e

engloba seg-mentos sanc1onados so mlmente e segmentos subterrâne sou clan-destinos. ColltO parte dessa ECONOMIA SUBTERRÂNEA se pode arrolar crim organizad , que hoje ''emprega" contingentes extremament

significativos da população mtmdial.

N conjunto, a E ONOMIA iNFORMAL é um fat r decisivo no d senca-deam.ento dos crimes menores e na id ntificação das classes pobres como classes perigosas (não p r acaso n sécuLo XIX brasileiro, durant

o re?ime eso·a vista, os esc.ra vos ram percebidos c mo classes perigo-sas, )tu1tamente com os colonos que, sem trabalho, perambulavam pelo interior do país).

E aqui tamb 'm está a vertente da viol'ncia difusa e da extensão

d?s crimes anônimos, gratuitos e em massa. A tortura e a repressão

v10lenta como resposta

à

expectativa de ação violenta são outros

as-pectos ilustrativos de que a linha divisória entre a aplicação da lei

e

a

prevenção do o·ime tornou-se tão confusa que o crime passou a fazer

parte do seu combate.

A expansão desse segmento das economias naciona1s favorece o

processo d trivialização dos direitos humanos, qu tem um dos seus

pontos de inflexão na desregulamentação das relações de trabalho e da legislação social como um todo.

l!ma vez que a ECONOMIA INF RMAL se torna parte integrante

e

cate-gana perm~e.nte da economia, representa ela o campo privilegiad< da fuga aos unpostos, das contribuições da previdência social e da

120 / Renato P. Saul

. aulaçã statal em g ral. Con omitantemente, abre-se a porta para

rCv instauraça - na soc1e · d

a

d d " e o me o d d a v1o · lenoa ~ · "

e

o sub ·eqüente n va11ço da legislação repressiva e antidemocrática. Esse também é o

il ntext

em

que se desenvolvem

as

cr'ticas dos direitos humanos omo

~mússiva

c

favorecedora d

s

criminos s.

P

Com bas nessa ordem d conside1·ações a relação entr miséria e

violência assume outra dimensão. Muito embora o problema da

vio-lência não possa ser explicado em sua totalidade pela miséria,

parece-rne que existe uma relação estreita entre miséria e violência uma vez

que a extensão da pobreza e da miséria é resultante de um processo

de modernização que combina altos índices econômicos com

eleva-dos indices de mru·ginalizaçã de indivíduos da atividade produtiva organizada.

wna distorção na onsideração da forma de artkulaçã enlr

L1'1iséria e pob ·eza nos estudos atualmente r alizado pot· entidad s

internacionais e também nacionais.

Por exemplo, nunca como agora houve tantos estudos e análises

sobre a pobreza. Há dez nas de ru:tig s e livr s examinand a ques·

Lão da pobreza. A característica dominante nes s textos, há exceções,

stá dada pela n id raçã da pobreza como fenômeno cuja e

plica-ção r· side num argumento circular. Quando a pobreza tend a

apre-scntar-s como f nõmenc persistente e expandir-se sen pr pnssa-se a

considerá-la como categoria populacional · m sim .sma, cuja solução

estó rcl.a ionada om pollllcas redistributivistas.

Esse tipo de argumento usado para rebater o discurso baseado na

eficiência, na produtividade e no sucesso econômico, termina por

reafirmá-lo e por legitimá-lo.

O mesmo argumento que anuncia a pobreza como algo que se ex

-plica por si mesma é o argumento que a põe fora do circuito da

mo-dernização, como algo estranho à reestruturação econômica.

1 sim também ocorre com o ru:gumenlo em t rn do qual se

ons-lrói a expli ação do processo de d gradação das relaç-es d trabalho.

A chamada flexibilização -conômica n campo proJ.utivo está r du

-zindo o mercado d' tr, baiho a un1a dinâmi,c, perversa em que a me -ma n'lObilidad que s exig pan.1 a aract rística do trabalho nos no

-vos tempos de alta competitivldade é o fator decisivo para explicar o

d

scm1

r ,go maciço. A int rvenção política nesse mercad -dê-se

la p ·1 Estad ou p r organizações sindicais-é tida como elemen·

to irracional que c feta a racional idade d sistema pois ela faz com que

os salários se elevem e af tem a produtividade do h-abalho, ob

rlgan-d empr gadorcs a disp nsar m trabalhadores. Em conseqüência, a

(7)

mobilidade do trabalho produz emprego, a rigidez do trabalho, rovocada pela intervenção política no mercado, produz desernp:e-p E tarnos de volta ao argumento circular: o desemdesernp:e-prego se exdesernp:e-phca go. s D

f por si mesmo, ou se explica no e pelo trabalho. a mesma orma a pobreza se explica na e pela pobreza.

Um outro ângulo que se deve considerar é a crise dos modelos

cul-turais e sua relação com a violência. _

Trata-se de fenômeno derivado do processo de aceleraçao das mu-danças de comportamento que se processa a partir d~ confron~o~ en-tre a globalização da cultura e das tendên~ias ~e senhdo contrano de afirmação de particularisrnos locais e regwnms. . . _

Aqui também se pode identificar o fenôrner:o. da rnobihz_açao políti-ca extremamente rápida de novos grupos sociais e a p_ressao que ~as­

sam a exercer sobre diferentes instâncias da ordem soCial ~stabel:Clda.

Os movimentos sociais que se desenvolveram a parhr da decada de 70 representaram importantes transforrnaç~es _nos processos de pensar e atuar refletindo-se diretamente na rnediaçao entr: os pr~~es­

sos de produção e reprodução da vida e a esfera de at':açao pohhc:_a. Isto é, produziram efeitos diretos na forma da e~a~or~çao da equaçao público/privado. Afloraram aí vícios e inconsistencms da estrutura

jurídico-administrativa do país. . _ . , .

Urna observação final a respeito da relaçao entre pobreza, rnisena e violência na sociedade contemporânea.

Penso que é preciso levar em conta que ~questão da pobreza hoje, em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, cerca-se~: c~rac­

terísticas muito peculiares. Hoje a questão da pobre~a esta mt~ma­

rnente associada à ruptura dos pactos sociais estabelecidos a pa~hr do final do século XIX e início deste século, cuja origem foram

movimen-tos sociais organizados. .

A ruptura que se produziu a partir dos anos 70 ~ que se r~fl~tm na crise do modelo keynesiano de política econômica, supnrni~do a mediação política que havia entre a ordem econômica e os rnovrmen-tos sociais instituiu a precarização do emprego corno elemento cen-tral da

reo~ganização

econômica e patrocinou a expansão

d~

pobreza corno signo da vulnerabilidade individual e de massa. EnseJOU, como via de conseqüência, a disseminação da ins~g~ra~ça, que por sua vez é fator decisivo na institucionalização da vwlenCla.

122 1 Renato P. Saul

A REALIDADE DOTRABALHO

EM

TEMPO DE GLOBALIZAÇÃO

precarização, Exclusão e Desagregação Social

Sônia M. G. Larangeira

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

O

s anos 70 conviveram com a percepção otimista fundamentada na crença de emergência de urna nova fase de avanço político-social- complementando o progresso conquistado no plano do bem-estar social- que se expressaria na ampliação da participação demo-crática, baseada na concepção de fortalecimento da esfera pública corno fator garantidor de níveis mais elevados de participação popular. A presença marcante dos novos movimentos sociais contribuía parare-forçar essa crença.

Os anos 80 anunciam urna outra realidade que, ao final da década e no decorrer dos anos 90, mostra-se em toda a sua crueza, desfazen-do a idéia de que "o amanhã será melhor desfazen-do que hoje".

Os países altamente industrializados experimentaram, nos últimos quinze anos, queda dos níveis de vida e de emprego, sugerindo a criação da expressão "brasilianização do Primeiro Mundo". Essa rea-lidade decorre, em grande parte, de transformações que afetam a eco-nomia e o mundo da produção, bem corno dos abalos sofridos pelo Estado do Bem-Estar. No mundo do trabalho, assiste-se a transfor-mações tecnológicas e organizacionais que produzem alterações no conteúdo e definição do trabalho, cujas conseqüências e implicações se expressam de forma dramática no mercado de trabalho, nos novos conceitos de ernpregabilidade e no novo perfil de trabalhador.

Fenômenos corno crescimento do desemprego de massa e de longa

duração nos países centrais, a desregulamentação elo mercado de tra-baUlo, o futuro do trabalh.o, passam a exigir urna pauta de discussões em que se incluam questões corno exclusão social e crise do trabalho.

O crescimento desse tipo de fenômenos e a preocupação dos

ana-listas em compreendê-los, fizet·am retornar conceitos que animaram

os debates do final século XIX e início do século XX- corno os

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