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Sazonalidade de preço e quantidade comercializada de melancia nos CEASAS MG no período de 2001 a 2011

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Sazonalidade de preço e quantidade comercializada de melancia nos

CEASAS – MG no período de 2001 a 2011

Aline Faria Ferreira¹; Amanda Rosa Custódio de Oliveira; Daniela Xenofonte Pereira Valle; Hamilton César de Oliveira Charlo¹;

¹IFTM-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro- Campus Uberaba, Rua João Batista Ribeiro n. 4000 Mercês 38064-790 Uberaba-MG. alineff@msn.com, mandinha_3007@hotmail.com, danielaxenofonte@hotmail.com,hamiltoncharlo@iftm.edu.br

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo estudar o fluxo sazonal da comercialização da melancia no Estado de Minas Gerais. Coletaram-se dados da quantidade de melancia comercializada nas seis Centrais de Abastecimento (CEASAs) do Estado de Minas Gerais: Belo Horizonte (CEAMG), Juiz de Fora (CEARM), Caratinga (CECAT), Uberlândia (CEART), Governador Valadares (Ceard), e Barbacena (CEARB), no período de 2001 a 2011. Os preços do produto foram deflacionados pelo IGP-DI para a base março de 2012. O preço médio da melancia aumentou 11,84% neste período. Observaram-se variações no preço durante todo o ano, sendo o mês de março o de maior preço, R$ 0,85 Kg-1. A menor produção foi no mês de junho com 693.481,9 Kg, e já em outubro houve um acréscimo de 99,61%, no período de 2001 a 2011. No período entre 2001 a 2009 houve aumento no preço, de 17,91%, com posterior estabilização. Por ser uma cultura produzida em todo o território nacional, percebe-se pequenas oscilações de preço durante o período analisado.

Palavras- chave: Citrullus lanatus var. lanatus, preços, oferta, mercado

ABSTRACT

Seasonal flow of prices and amount of watermelon sold in CEASAS-MG, from 2001 to 2011

This work aims to study the seasonal flow of watermelon marketing of in the State of Minas Gerais. Data on the amount of watermelon purchased were collected in the six Supply Centers (CEASAs) of the State – Belo Horizonte (CEAMG), Juiz de Fora (CEARM) Caratinga (CECAT),Uberlândia (CEART), Governador

Valadares (Ceard ) and Barbacena (CEARB). Product prices were deflated by the IGP-DI for March 2012. The average watermelon price increased by 11.84%. Price changes were registered throughout the year, being March the month with the highest price increase, 12.49%. In the period between 2008 and 2009 the largest price increase was observed, reaching a 16.17% rate while the biggest drop in prices occurred between 2002 and 2003. As watermelon can be grown throughout the country, its price, while stable yearlong, might suffer some small variations. This fact is connected to a lower amount of product supplied in periods where environmental conditions do notfavor the growth of watermelon crops. However, data support that the average watermelon price has stabilized since 2010.

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A melancia (Citrullus lanatus var. lanatus) é originária da África tropical, e pertence à família das cucurbitáceas, da qual fazem parte outras espécies como melão, abóbora, pepino e outras de menor valor comercial, é caracterizada pelo hábito de crescimento rasteiro e com ciclo entre 80 a 110 dias. As principais cultivares existentes no Brasil são de origem americana e japonesa além de alguns híbridos. Os produtores preferem cultivares com elevada produtividade de frutos e que são caracterizados pelo formato redondo e coloração vermelho intenso da polpa (Carvalho, 1999).

No Brasil, a cultura da melancia encontrou excelentes condições para o seu desenvolvimento, tornando-se uma das mais importantes olerícolas produzidas e consumidas (Pereira, 2010). Cultivada em praticamente todo o território brasileiro, as médias anuais de produção e de área cultivada, no período de 2003 e 2009, foram de 1.908.933,42 toneladas e 88.586 hectares, respectivamente. O Estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor, seguido pelo Estado da Bahia, e Goiás (Agrianual, 2012). Sendo o Brasil responsável por 0,77% da produtividade mundial (Leao, 2008).Entre as frutas produzidas no Brasil, a melancia ocupa o terceiro lugar em produção e em área plantada, sendo superada em volume de produção pela laranja (18.313.717 toneladas) e banana (6.583.564 toneladas) (IBGE, 2006).

É um alimento muito apreciado por suas características sensoriais relacionadas aos atributos aroma, cor, doçura e suculência e que, nos últimos anos, vem se destacando como um importante produto do agronegócio brasileiro (IBGE, 2008). No Brasil, a sua exploração comercial, atualmente, é realizada por pequenas, médias e grandes propriedades, em moldes de agricultura familiar e/ou empresarial, sendo que na sua maioria os produtores concentram-se em pequenas áreas de até 5,0 ha. Entretanto, existem ainda as chamadas explorações de subsistência, onde as lavouras são desenvolvidas em modos primitivos, com nível tecnológico muito baixo (Vilela et al., 2006). Ainda segundo Vilela et al., (2006) a cultura é considerada uma importante fonte de geração de emprego e renda, principalmente para a agricultura familiar. Esta situação confere à melancia expressiva relevância socioeconômica. A rentabilidade da cultura varia com o nível tecnológico utilizado nas lavouras. Dessa forma, as explorações são mais rentáveis quando são conduzidas com tecnologia adequada. Em geral, os negócios com melancia são lucrativos, o que explica a persistência de produtores na atividade,

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mesmo após sofrer revés econômico decorrente de condições climáticas desfavoráveis ou ataque de pragas e doenças (Okawa et al., 2006). Segundo Andrade Junior (2006) o cultivo de melancia é uma atividade de alto risco devido à sazonalidade nos preços recebidos pelo produtor e aos problemas agronômicos da cultura, como a baixa produtividade, que está relacionada ao manejo inadequado. Portanto o conhecimento das épocas em que há menor disponibilidade de produto no mercado é de grande importância, para que produtores brasileiros possam investir em tecnologia de produção de melancia e assim, ofertar o produto produzido no país. Diante disto, o presente trabalho teve por objetivo estudar o fluxo sazonal da comercialização de melancia no Estado de Minas Gerais.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho, foram compilados dados da quantidade comercializada e dos preços de comercialização de melancia nas seis unidades nos Centros de Abastecimento do Estado de Minas Gerais (CEASAs): Belo Horizonte (CEAMG), Juiz de Fora (CEARM), Caratinga (CECAT), Uberlândia (CEART) Governador Valadares (CEARD), no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011, e para Barbacena (CEARB), no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2011. Os preços de comercialização da melancia foram deflacionados pelo IGP-DI para a base de março de 2012. Após o levantamento dos dados, realizaram-se a confecção de gráficos, apresentando-se os volumes comercializados e a sazonalidade dos preços.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período avaliado, o mês de março foi o que apresentou a maior média de preço, sendo que a quantidade ofertada foi 12,49% menor que a de outubro, e seu preço foi 11,84% maior. Quando comparado o mês de junho, o de menor produção, em relação ao de outubro, maior produção, verifica-se que o mês de outubro teve a quantidade ofertada 99,61% maior, e que o preço comercializado foi de 5,26% menor (Figura 1). Durante os meses, nos últimos dez anos, observaram-se grande oscilação nos preços. O maior preço ocorre no mês de março com R$ 0,85 Kg-1 e o menor no mês de outubro com R$ 0,76Kg-1, ocorrendo um decréscimo de 10,58%.

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Os meses de maior quantidade comercializada são de outubro a fevereiro, fazendo com que ocorra um decréscimo no preço da fruta. E os meses com menores quantidades, de abril a agosto, verifica-se o aumento dos preços.

Pode-se observar na Figura 2 que o período estudado não possuiu muitas oscilações no preço, e que a partir de 2010 houve estabilização. No período de 2001 a 2011 o preço da melancia aumentou 11,94%, e a quantidade de produto comercializado aumentou em 10,67%. De 2008 a 2009 houve o maior aumento no preço, com um acréscimo de 16,17%. A maior oscilação de preços ocorreu entre anos de 2002 e 2003, com um decréscimo de 15,78% (Figura 2). Em 2003 observou-se o menor preço com R$ 0,64 Kg-1 e no ano de 2009 foi o ano que apresentou maior preço R$0,79 Kg-1, correspondendo em um acréscimo de 23,43%. A maior produção comercializada foi no ano de 2007, com 7.608.741 Kg e a menor foi no ano de 2003, 4.879.517 Kg, um decréscimo de 35,86% da quantidade comercializada.

Estes resultados mostram que há variação nos preços, dependendo da época em que é comercializado os frutos, sendo que as épocas de menor quantidade ofertada do fruto há um maior preço no mercado. Também auxiliam os agricultores a estabelecer qual época de maior demanda do fruto, podendo estes, planejar a produção, de maneira a obter maior rentabilidade. Conclui-se que a melancia apresenta grande variação de preços ao longo do ano, confirmando que nas épocas de maior oferta do fruto, há um menor preço no mercado.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pela concessão de bolsa de iniciação científica ao primeiro autor do trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGRIANUAL. 2012. Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e AgroInformativos, 482p.

ANDRADE JUNIOR AS; DIAS NS; FIGUEIREDO JUNIOR LGM; RIBEIRO VQ; SAMPAIO DB. 2006. Produção e qualidade de frutos de melancia à aplicação de nitrogênio via fertirrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 10: 836-841.

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CARVALHO RN. 1999. Cultivo da melancia para a agricultura familiar. Brasília: Embrapa-SPI, 127p.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2008, 15 março. Produção agrícola municipal – Rio de Janeiro – Sistema IBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível em http://sidra.ibge.gov.br.

LEAO DSS; PEIXOTO JR; VIEIRA JV; CECILIO FILHO AB. 2008. Produtividade de melancia em diferentes níveis de adubação química e orgânica. Bioscience Journal 24: 32-41.

OKAWA H; YAKAYAMA LP; MORRICOCHI L . Custo de produção, rentabilidade e comercialização da melancia em São Paulo: 1986 –1992. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br. Acesso em maio 2006.

PEREIRA VC; SOBRINHO JE; MEDEIROS JF; OLIVEIRA AD; MELO TK; COSTA FGB; SILVA JS; FREITAS DC; VIEIRA RYM. 2010. Coeficiente de cultura da melancia para diferentes níveis de salinidade da água de irrigação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA 16. Resumos...Belém: SOB(CD-ROM).

VILELA NJ; AVILA AC; VIEIRA JV. 2006. Dinâmica do agronegócio brasileiro da melancia: produção, consumo e comercialização. Disponível em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/publicacoes2006/ct_42.pdf. Acessado em 18 de março de 2012.

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Figura 1. Variação sazonal de preços e volume comercializados de melancia nos

CEASAs-MG, média mensal, do período de 2001 a 2011. [Average monthly seasonal variation of prices and trade volume of watermelon in CEASAs-MG, between 2001 to 2011]

Figura 2. Variação sazonal de preços e volume comercializados de melancia nos

CEASAs-MG entre os anos de 2001 a 2011. [Seasonal variation of prices and trade volume of watermelon in CEASAs-MG, between 2001 to 2011].

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