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PODER JUDICIÁRIO. Disposições Gerais

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PODER JUDICIÁRIO

Disposições Gerais

1 – INTRODUÇÃO

O poder judiciário é um dos três poderes reconhecido pela constituição. Essa, além de instituí-lo como poder independente ainda garante a mesma como cláusula

pétrea em seu art. 60, §4º, IIIi. Tal fato tem base na teoria dos freios e contrapesos

(check and balance system) de Charles Montesquieu onde consta que “os três poderes são independentes e harmônicos entre si, é um sistema pelo qual os três poderes se regulam a fim de evitar abusos.

O judiciário nacional pauta-se pelo “sistema inglês ou de unicidade de jurisdição”, ou seja, somente o Poder Judiciário possui Jurisdição. Em outras palavras, apenas ele pode alegar, em caráter definitivo, o direito aplicável aos casos concretos litigiosos submetidos a sua apreciação. Assim sendo, mesmo que se use de parâmetros de apreciação de litígios no âmbito administrativo, a adoção de tal sistema incorre na ausência de definitividade, de imodificabilidade das decisões administrativas. Assim sendo, mesmo que se utilize de todas as instâncias administrativas a decisão final neste âmbito, não será imutável. Resumidamente, não ocorre no Brasil coisa julgada ou jurisdição administrativa, sendo ambas exclusivas do Poder Judiciário (salvo no caso do

art. 52, I e II, CFii)

Podemos avaliar a independência do poder judiciário em diversos pontos da

constituição como, por exemplo, no art. 5º, XXXV, XXXVII, XXXVIII, LVIIiii, entre

outros como os art. 93 e 95 que vaza as diversas prerrogativas da magistratura, assim como o art. 99 que ressalva a expressa garantia de autonomia administrativa e financeira do judiciário. Além de por óbvio observarmos que a própria guarda da Constituição Federal compete ao Supremo Tribunal Federal (STF) – que é órgão maior do Judiciário nacional – como posto pelo art. 102, caput, CF.

Por fim, o Poder Judiciário brasileiro se abre basicamente em duas linhas: a Justiça Federal, cuja competência é expressa e taxativamente enumerada pela Constituição; e; Justiça Estadual, à qual se deixa a competência residual. Têm-se, ademais, subdivisões na Justiça Federal onde se separa a justiça comum da especial, além de dois tribunais de superposição – “o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ultima instância em questões que envolvam leis; e; o Supremo Tribunal Federal (STF), instância derradeira (ou única, especialmente no controle concentrado de constitucionalidade) nas questões concernentes à constituição federal.

1.1 – PERTENCEM AO PODER JUDICIÁRIO

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

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I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores

têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território

nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Após a EC 45/04 que pôs fim aos tribunais de alçada e criou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ – que apesar de pertencer ao judiciário não possui competência jurisdicional e, portanto, não consta no quadro acima) assim se configurou os órgãos do Poder Judiciário.

O STF figura como órgão máximo do judiciário brasileiro, estando acima dos demais órgãos e atuando como principal defensor da carta magna. Cabendo a ele além do controle de leis e atos normativos relacionados à constituição, “atuar no controle difuso, funcionando como o último grau as controvérsias concretas suscitadas nos juízos inferiores”. Tem como jurisdição todo o território nacional, tal quais os tribunais superiores da justiça comum (STJ) ou especial (TST, TSE e STM) – assim como suas respectivas sedes na capital federal - ficando assim os demais tribunais da justiça comum (TJ) ou especial (TRT, TRE, TM) fixos as suas respectivas regiões para modos de jurisdição.

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Ao STJ cabe assegurar a uniformização da interpretação das legislações federativas, apreciando as mais diferentes controvérsias a ele submetidas originariamente ou em processos resultantes de recursos contra decisão dos TJs ou TRFs acerca da aplicação legal do direito e atuar ainda em um controle difuso (apenas) de constitucionalidade. Aos demais tribunais superiores cabe apenas resoluções de matérias relacionadas a suas especificações legais (trabalhistas, eleitorais, militares).

Um grau abaixo (na 2ª instância) abrange o TJ (estadual) – a quem também compete o controle difuso de constitucionalidade (tal qual qualquer parte do judiciário), como efetivamente o controle abstrato das leis e atos normativos locais em face da constituição estadual – além dos demais tribunais regionais especializados e federais.

Vale lembrar que cabe a todos os juízes e tribunais exercer a jurisdição constitucional e atuar em sua defesa. Assim, os cabe afastar, nos casos concretos a eles submetidos, qualquer situação inconstitucional. No entanto pertence exclusivamente ao STF a jurisdição abstrata em face da Constituição Federal, com o fim de resguardar a harmonia do ordenamento jurídico.

Obs.: os TJs estaduais de do DF exercem também controle abstrato, todavia, apenas quando o respectivo confronto é para com a Constituição Estadual.

O CNJ veio, basicamente, para atuar como órgão de controle da atuação administrativo-financeira do judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, desempenhando atribuições outorgadas pela Constituição.

1.2 – FUNÇÕES GERAIS

Quanto às funções, é considerado típico o ato de julgamento ou função jurisdicional, pela qual lhe compete, coercitivamente, em caráter definitivo, dizer e aplicar o direito às controvérsias a ele submetidas. Contudo, assim como acontece aos outros poderes, o judiciário exerce funções atípicas ou acessórias, são elas as de natureza administrativa e legislativa. São executadas no momento em que o poder judiciário administra seus bens, serviços e pessoal ou quando elabora regimentos ou normas gerais para os tribunais no que os compete administrativa e jurisdicionalmente; e aos seus administrados no que cabe a suas obrigações.

1.3 – GARANTIAS

É garantido ao Poder Judiciário total autonomia e independência para o imparcial exercício da jurisdição. Tais prerrogativas visam “blindar” o judiciário de qualquer tipo de ingerência ou pressão por parte dos poderes legislativo e/ou executivo. O livre exercício do judiciário é garantido pela constituição e protegido em vista dos art.

62, §1º, I, “c”; 68, §1º, I e 85, II CFiv.

É-lhe assegurada, também, autonomia financeira, segundo regulamenta o art. 99, CF.

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Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste

artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes

necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares

ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Reforçando ainda mais a questão da autonomia financeira a EC 45/04 trouxe o §2º do art. 98 que regulamenta a questão das custas e emolumentos

Art. 98. (...)

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às

atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Quanto a autonomia administrativa, pauta-se quando se é conferido aos tribunais:

- eleição de seus órgãos diretivos e elaboração de regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos. - organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhe forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva.

- prover, na forma constitucional, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição. - propor a criação de novas varas judiciárias.

- prover por concurso publico de provas, ou provas e títulos, os cargos necessários à administração da justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei.

- conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados.

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Vale ressaltar ainda que faz parte das garantias do Poder Judiciário, a possibilidade assegurada ao STJ e ao STF de propor junto ao poder legislativo correspondente (observando os limites estabelecidos em lei de responsabilidade fiscal) os seguintes:

- a alteração do numero de membros dos tribunais inferiores

- a extinção e a criação de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação dos subsídios de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver.

- criação ou extinção dos tribunais inferiores

- a alteração da organização e da divisão judiciárias.

Em conclusão observatória cabe lembrar a citação do professor Alexandre de Moraes, que afirma ser ilegítima qualquer tentativa do executivo ou legislativo de alterar o numero de ministros do STF (11), configurando assim a intenção de desrespeito à autonomia da própria corte ou de suas decisões, dessa maneira ferindo a garantia de independência do poder judiciário. Em suma ressalta, “qualquer alteração constitucional na composição do STF deverá respeitar a independência do poder judiciário e ser movida como forma de emenda constitional”.

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2 – CARREIRA JUDICIÁRIA

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se,

nas nomeações, à ordem de classificação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Cabe observar nesse momento que o CNJ entende como atividade jurídica, aquela exercida por bacharel em direito, bem como o exercício de cargos, empregos ou funções (inclusive de magistério superior), que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico, vedada a contagem do estagio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior a colação de grau.

Pode figurar ainda como tempo a ser computado como atividade jurídica os cursos de pós-graduação reconhecidos pelo MEC ou pelas Escolas Nacionais de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), desde que integralmente concluídos com aprovação.

Por regulamentação do CNJ o termo inicial para contagem do prazo de três anos dar-se-á a partir do momento da obtenção do grau de bacharel em direito e deve findar-se no exato momento da definitiva inscrição no concurso (e não na data da pofindar-se).

Regula ainda o órgão que em caso de efetivo trabalho no âmbito de utilização preponderante de conhecimento jurídico, sem, contudo, a exigência do grau de bacharel em direito fica a instituição responsável por emissão de certidão garantindo as respectivas atribuições e praticas, para que em vias de fato se faça valer a contagem do prazo.

Por fim, o CNJ observa que aquele que exerceu magistério em qualquer tipo de curso voltado aos candidatos a magistratura ficam impedidos de integrar comissão e/ou banca examinadora de concurso até três anos após cessar o magistério.

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos

oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de

2004)

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada

ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda

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e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do

prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída

pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento,

alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004)

Vale aqui ressaltar o posicionamento do CNJ que regulou através de resolução essa situação. Nesse ato estabeleceu que tais promoções se darão em sessão púbica, votação nominal, aberta e fundamentada e pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância ou no cargo e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver quem com tais requisitos aceite o lugar vago.

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou

reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada

pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o

disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4ºv;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Os membros do Poder Judiciario serão remunerados exclusivamente por subsídio, fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, somente podendo ser alterados ou fixados por lei especifica, observada a iniciativa privada dos tribunais em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Cabe ressalvar que tais subsídios (já incluído vantagens de qualquer natureza) jamais poderão exceder em espécie os dos Ministros do STF, fixado por lei de iniciativa do mesmo como teto remuneratório.

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto

no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho

Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,

de 2004)

VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à

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X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as

disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal

pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal,

juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O CNJ considera a auto-aplicabilidade desta que impõe a obrigatoriedade da atividade jurisdicional ininterrupta, determinando a extinção definitiva das férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau e estatuindo ainda no art. 2º da resolução 3/2005 que seriam inadmissíveis quaisquer justificativas para concessão de férias coletivas a período futuro (embora tal proibição seja aplicável desde a EC 45/2004).

Após algumas tramitações devido à outra resolução do CNJ que trazia argumento contrario a extinção das férias coletivas (apoiado por importantes órgãos do judiciário, o STF, através da rel. Min. Carmen Lucia fez valer o previsto na constituição e restabeleceu o implícito no art. 2º da resolução 3/2005 do CNJ, mantendo, dessa maneira, o repúdio as férias coletivas e sua injustificabilidade.

XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e

à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero

expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

2.1 – GARANTIAS E VEDAÇÕES DA MAGISTRATURA

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

Obs.: Os membros do STF, tribunais superiores e os advogados e membros do MP ingressantes do “quinto constitucional”, ganham vitaliciedade imediatamente a posse.

Vale ressalvar quanto a questão da vitaliciedade os art. 52, II e art. 52, parágrafo

únicovi ambos da CF, onde ocorre um “abrandamento” da questão no caso de

condenação.

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III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,

III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

A irredutibilidade assegurada é Juridica (e apenas), não se aplicando a real. Em suma, penas seu valor nominal é mantido, não estando sujeito, no entanto, a qualquer correção em virtude de desvalorização monetária ou livre de incidência ou aumento de tributação, ainda que essa implique em redução nominal.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,

entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004)

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos

do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional

nº 45, de 2004)

No caso desta ultima (“quarentena”) tem como objetivo evitar (ou ao menos dificultar) o trafico de influencia ou exploração de prestigio pelo magistrado reformado.

Vale ressaltar que há entendimento que a frase “juízo ou tribunal do qual se afastou” deve

ser interpretada, com relação aos juízes de 1º grau, como “da comarca da qual se afastou”. De maneira que apenas dessa forma valha ao que veio o inciso em questão.

Tais vedações atuam em respeito a atividades e condutas consideradas incompatíveis com a missão de um membro do Poder Judiciário, no sentido de assegurar maior imparcialidade no exercício de suas funções.

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3 – CONCEITOS IMPORTANTES REFERENTES AO

TEMA:

JURISDIÇÃO – é uma das funções do Estado ode ocorre uma atuação do direito

resguardando a uma autoridade o poder de fazer cumprir a lei e punir quem as infrija. Sendo assim, o Estado substitui os titulares dos interesses em conflito para imparcialmente o direito objetivo.

Definição no dic. Jur. – Prerrogativa de aplicar o direito conferida exclusivamente ao Poder Judiciário.

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – principio de ordem publica segundo o qual toda

causa tem direito a um reexame por uma segunda instância, ou seja, recorrer a uma instância superior.

Definição no dic. Jur. – Principio de organização judiciária que estabelece a existência de duas instâncias, a inferior e a superior.

INSTÂNCIA – é o grau de jurisdição na hierarquia judiciária, ou seja, foro competente

da estrutura judiciária pra proferir julgamento de uma ação.

Definição no dic. Jur. – O próprio juízo, enquanto a demanda é proposta e decidida. O termo tem dois sentidos: o de ordem ou grau de hierarquia judiciária, indicando os juízos que sucessivamente tomam conhecimento da causa e proferem a sentença; e; foro da causa, discussão do pedido contraditório do autor e do réu, indicando a fase litigiosa do processo, em que se praticam os atos necessário ao esclarecimento da causa.

- Instância única – Juízo exclusivo de julgamento de uma causa - 1ª instância – Local em que deu início o litígio

ENTRÂNCIA – Está ligada a classificação das Comarcas e aos “degraus” galgados na

carreira dos Magistrados. No RJ existem 3 entrancias (1ª, 2ª e Especial), para saber mais pode ser consultado o CODJERJ no art.: 10 ao art.: 16.

Definição no dic. Jur. – Categoria das comarcas, conforme sua importância forense, para efeito da carreira dos Juízes, desde o ingresso na magistratura, até a promoção para o tribunal imediatamente superior.

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4 – REFERÊNCIAS A ALGUNS ARTIGOS SUPRACITADOS

i

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: III - a separação dos Poderes;

iiArt. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e

da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 23, de 02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da

República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

iii

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

iv Art. 62. (...)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus

membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 68. (...)

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

(12)

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

v

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e

aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração

pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os

Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.

37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

vi

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da

República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

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