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BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A. - BANRISUL

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Academic year: 2021

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Relatório Analítico Semestral: JUN/09

Rating

A+

O banco apresenta solidez

financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,

boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco.

O risco é muito baixo. Data: 26/out/2009 Validade: 31/jan/2010 Sobre o Rating Perspectiva: Estável Observação: - Histórico:

Jun/09: Afirmação: A + (estável) Afirmação: A-2 (CP) Dez/08: Afirmação: A + (estável) Afirmação: A-2 (CP) Dez/07: Elevação: A + (estável) Atribuição: A-2 (CP) Dez/06: Afirmação: A (estável) Dez/05: Afirmação: A (estável) Dez/04: Afirmação: A (estável) Dez/03: Afirmação: A (estável) Dez/02: Elevação: A (estável) Dez/01: Afirmação: BBB (estável)

Analistas:

Cátia Mota

Tel.: 55 11 3377 0718 catia.mota@austin.com.br Luis Miguel Santacreu Tel.: 55 11 3377 0703 luis.santacreu@austin.com.br Austin Rating Serviços Financeiros Rua Leopoldo Couto Magalhães, 110 – conj. 73 São Paulo – SP CEP 04542-000 Tel.: 55 11 3377 0707 Fax: 55 11 3377 0739 www.austin.com.br

FUNDAMENTOS DO RATING

O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 26 de outubro de 2009, afirmou o Rating de longo prazo A+ (“A mais”) e de curto prazo A-2 para o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. (Banrisul). A perspectiva manteve-se estável. O Banrisul é um banco público estadual, de finalidade específica, fundado em 1928, com o objetivo de ser um banco comercial, de desenvolvimento e social. Em função da origem e do propósito de sua criação, é beneficiado pela proximidade ao setor público, com forte penetração no sul do Brasil, especificamente no estado que é oriundo. É um banco de grande porte, sendo a 10ª maior instituição financeira do país, de acordo com o Banco Central, segundo o critério de ativos totais, que somaram R$ 27,7 bilhões enquanto o patrimônio líquido atingiu R$ 3,2 bilhões (base: junho de 2009). Está presente em quase todo o estado do Rio Grande do Sul por meio de seus 1.160 pontos de atendimento. Tem como forte característica a capilaridade entre a população gaúcha, reforçando a identidade com seus 2,8 milhões clientes.

A classificação de risco de instituições financeiras realizada pela Austin Rating avalia o risco de crédito de curto e longo prazo da instituição. As notas atribuídas pela Austin Rating obedecem a uma escala de classificação nacional e servem como parâmetro de comparação entre as instituições bancárias que atuam no Brasil e, eventualmente, com atividades no exterior. A escala da Austin não leva em conta e tampouco se limita ao rating soberano do país, este empregado como teto para ratings internacionais. O processo analítico da Austin Rating leva em conta, além dos fatores políticos, macroeconômicos, setoriais e regulatórios aplicados às instituições financeiras, os aspectos quantitativos (análise das demonstrações financeiras e indicadores de desempenho, Capitalização, Ativos, Captação, Resultado e Liquidez) e aspectos qualitativos (Controle Acionário, Suporte, Grupo Econômico, Administração, Estrutura Operacional e Estratégia de Médio e Longo Prazos) intrínsecos à instituição financeira em análise.

A classificação fundamenta-se na metodologia da Austin Rating para bancos, disponível no site www.austin.com.br. A classificação se apoiou no acesso às informações contábeis e gerenciais do Banrisul, informações adicionais, bem como nas informações transmitidas pela alta administração por meio de conference call. O grau de abertura das informações contábeis e gerenciais apresentadas nas notas explicativas das demonstrações financeiras e pela administração do banco foi considerado satisfatório pela Austin Rating, permitindo uma análise aderente à metodologia. As demonstrações financeiras de junho de 2009 contêm parecer dos auditores independentes, sem ressalvas.

A manutenção da classificação reflete o seu amadurecimento como instituição de varejo, refletido em suas diversificadas fontes de captação, qualidade de seus ativos de crédito e adequados indicadores de capitalização, reportados pela instituição durante o período de monitoramento realizado pela Austin. Reflete também os adequados controles empregados, com vistas à mitigação dos riscos de mercado e operacionais, contribuindo para a solvência da instituição. O Banrisul mantém posição de destaque no estado do Rio Grande do Sul, com grande penetração através de uma ampla rede, o que permite a pulverização em sua estrutura de captação e de concessão de crédito.

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Por outro lado, como fatores limitantes a esta análise, ponderou-se que o Banrisul tem a atuação muito concentrada no estado do qual é oriundo, estando seu desempenho ligado à dinâmica da economia gaúcha. Reconhecem-se os esforços para diversificação da área de atuação, com a abertura de agências nos estados de Santa Catarina e Paraná, entretanto, no curto prazo, a concentração de suas atividades aumenta sua exposição a características da economia do estado do Rio Grande do Sul.

Qualidade dos Ativos

O Banrisul não reduziu a concessão ou descontinuou linhas de crédito durante o agravamento da crise financeira. Entretanto, procurou elevar o conservadorismo na concessão, com análise mais rigorosa da capacidade financeira de seus clientes, assim como adotou prazos e condições que se adequassem a sua estratégia. Entre dezembro de 2008 e junho de 2009, a carteira de crédito cresceu 5,4%, alcançando R$ 12.068,6 milhões, tendo como maior impacto o crescimento de 35% da carteira de crédito consignado a pessoas físicas.

O total de ativos, no encerramento do primeiro semestre, atingiu a cifra de R$ 27.743,3 milhões, representando incremento de 19,5% em relação a igual período do ano anterior. O banco vem aumentando sua participação no mercado nos últimos anos, estando, atualmente, entre os dez maiores bancos do país. Apesar de ter atuação concentrada na região sul, é reconhecido nacionalmente, mantendo relacionamento com instituições financeiras de todo o país, inclusive com aquisição de carteiras de outros bancos.

A carteira de crédito mantém elevada qualidade ao longo dos anos, a despeito da recente elevação da inadimplência ligada a grandes clientes, com a inadimplência (atraso acima de 60 dias) oscilando entre 2% e 3%. Ressalta-se como importante indicador do comprometimento de seus gestores, o nível de provisionamento constituído, suficiente para a cobertura dos créditos em atraso, além de provisão adicional àquela indicada pela Resolução 2682, que, em junho de 2009, representava 150% dos créditos problemáticos.

Os níveis de inadimplência, historicamente baixos, foram impactados por problemas pontuais com clientes de grande representatividade na carteira. Com isso, o índice de inadimplência (considerando-se os créditos vencidos acima de 60 dias), passou de 1,9% em jun/08 para 5,3% em jun/09. Ressalta-se, porém, que, a despeito da elevação dos créditos em atraso, a provisão é composta de acordo com parâmetros bastante conservadores, sendo suficiente para cobertura do total de créditos inadimplidos em junho (1,5 vez).

As operações de crédito destinadas a pessoas físicas representavam 37,9% das operações de crédito, mantendo sua posição de destaque na carteira, seguidas pelas operações destinadas ao segmento empresarial, que compunha 35,6% da carteira. As operações consignadas são as mais significativas na carteira de pessoas físicas, somando R$ 3.235,6 milhões em jun/09 ou 26,8% da carteira de crédito total, sendo que R$ 811,6 milhões são referentes a créditos adquiridos, enquanto as operações de capital de giro somavam R$ 2.743,4 milhões. A composição da carteira por produtos é favorável para a definição do perfil de risco de crédito do banco, uma vez que as operações de crédito consignado se caracterizam por apresentarem níveis baixos de inadimplência, enquanto as operações de capital de giro são atreladas a garantias.

Capitalização

O banco encontra-se bem capitalizado, com patrimônio líquido de R$ 3.198,3 milhões. Ao longo dos últimos anos, tem mantido o crescimento consistente de sua base patrimonial, com o IPO em 2007, quando captou R$ 800 milhões, além do importante crescimento orgânico proporcionado pela estratégia de retenção de parte dos lucros. Em 2009, foram distribuídos 40% do lucro líquido ajustado, patamar considerado razoável para manutenção do crescimento da instituição. O índice de Basileia de junho de 2009, em 18,4%%, permite o crescimento de suas operações ativas sem necessidade de nova capitalização.

Gestão/Estratégia/Governança Corporativa

O Banrisul mantém o foco de sua estratégia na manutenção de sua posição de um dos maiores bancos brasileiros, para tanto, tem imprimido esforços para a modernização de processos operacionais e de gestão, além de canais de

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comunicação com os clientes e distribuição de serviços. Em 2009, pretende manter os níveis adequados de liquidez que conquistou nos últimos anos.

De acordo com informações da alta administração, o Banrisul ampliou sua participação no mercado entre 2008 e 2009, principalmente por manter, como parte de sua estratégia, a continuidade das concessões de crédito, enquanto grande parte dos bancos privados buscou reduzir sua exposição a novos créditos. Ressalta-se que, ao contrário dos grandes bancos públicos federais, a expansão da carteira não primou pela redução das taxas de financiamento, mantendo a rentabilidade como uma das metas da instituição.

A estratégia contempla a manutenção do crescimento da carteira de crédito comercial com foco em pessoas físicas, principalmente na modalidade consignada em folha de pagamento e no crédito às médias empresas com boas garantias, reduzindo o ticket médio por operação, sendo que no caso de sua concretização favorecerá a qualidade dos ativos do banco. Nas outras carteiras, o objetivo é mantê-las no patamar para cumprimento das exigibilidades. Pelo lado da captação, os depósitos a prazo são o foco do aumento do funding, o que é favorável ao banco, dado o seu perfil de atuação com grande capilaridade em sua região de atuação, além de ser um recurso com custo inferior à média das demais modalidades de captação.

Em 2009, houve aumento da remuneração dos acionistas, passando de 25% para 35% do Lucro Líquido Ajustado. Apesar de a decisão ser vista como estratégica pela Alta Administração para manter a atratividade de suas ações no mercado de capitais, a Austin entende que este pode ser um fator que limite parcialmente o crescimento orgânico da instituição, fator agravado pela redução da liquidez no mercado brasileiro e internacional, uma vez que os lucros distribuídos poderiam fazer frente à expansão / suporte ao crescimento de suas operações ativas.

Apesar de ser controlado pelo Governo Estadual, sua gestão mantém caráter independente, sendo que o atual presidente ocupa o cargo desde 2003, não havendo alteração após as últimas eleições estaduais. O banco tem ações listadas na Bolsa de Valores de São Paulo e aderiu, em 2007, ao Nível I de Governança Corporativa e ao Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – IGC, o que favorece o perfil de risco da gestão da instituição. O Banrisul mantém em sua gestão os seguintes órgãos que colaboram para o controle da propriedade sobre a gestão: Conselho de Administração, Comitê de Auditoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal.

A situação financeira de seu controlador ao longo dos últimos anos reporta o desenquadramento em alguns dos indicadores da Lei de Responsabilidade Fiscal como, por exemplo, o relativo ao montante de Dívida Consolidada Líquida, que no 2º quadrimestre de 2009 representava 220,5% da Receita Consolidada Líquida (limite máximo de 200%). Apesar de o Estado ter apresentado superávit no 4º bimestre deste ano, de R$ 345,2 milhões, a Austin Rating considera improvável a capacidade de suporte no caso de necessidade do banco. Ressalta-se em contrapartida, que o Banco tem acesso importante no mercado de capitais, estreitado após a abertura de capital realizada em 2007, fator que beneficia o seu relacionamento com os demais acionistas do Banco.

Desempenho

O resultado de junho de 2009 não foi afetado por eventos não recorrentes, ao contrário dos anos de 2007 e 2008. O lucro alcançou o montante de R$ 210,8 milhões, ou seja, 5,1% inferior ao resultado recorrente do mesmo período de 2008. Apesar da redução do resultado, o índice de rentabilidade sobre o PL permaneceu em níveis satisfatórios. O crescimento das despesas com provisionamento, que somaram R$ 260,2 milhões, impactaram negativamente no resultado do período. Ressalta-se que parte das instituições financeiras do país teve seus resultados negativamente afetados pelos reflexos da crise financeira internacional, principalmente, os três primeiros meses do ano. Embora seu resultado em junho de 2009 tenha sido impactado pelo crescimento das despesas de provisionamento, historicamente, apresenta resultados satisfatórios, o que se reflete nos elevados índices de rentabilidade sobre o PL nos últimos anos.

Como fator positivo, destaca-se o crescimento das receitas de operações de crédito de 40% entre junho de 2008 e junho de 2009, sua principal fonte de rendimento, responsável por 61,5% das Receitas da Intermediação Financeira. Ao mesmo tempo, o resultado de TVM teve incremento de 41,9% no mesmo período, entretanto seu impacto é

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menos expressivo, dada sua menor participação na composição das receitas, de 27,3%. Com a tendência de queda das taxas básicas de juros, espera-se que o aumento dos volumes aplicados contribuam para a preservação das receitas. O resultado bruto alcançou R$ 985,5 milhões em jun/09, reportando crescimento de 24% em relação a jun/08.

Apesar de suas características, como um banco de grande número de agências e, consequentemente, custo fixo robusto, o banco tem melhorado seus indicadores de custo. O índice de eficiência apresentou melhora, fechando jun/09 em 60,4%, entretanto, se mantém ligeiramente acima do patamar considerado condizente a instituições de seu porte pela Austin Rating (entre 40% e 60%).

Liquidez

A classificação incorpora as características de sua captação, que é favorecida por sua rede pulverizada junto à região sul do país, especialmente o estado do Rio Grande do Sul. Em crédito, o banco manteve a busca por uma carteira mais pulverizada, procurando operar junto às pequenas e médias empresas, reduzindo a exposição a grandes clientes. Ressalta-se que o volume de depósitos não foi afetado durante o agravamento da crise no último trimestre do ano de 2008, denotando a estabilidade de sua principal fonte de captação.

O Banrisul mantém convênio com o Governo Estadual para formalização da manutenção da folha de pagamento dos servidores e prestação de outros serviços, além de acordo com municípios para centralização das finanças e manutenção da folha de servidores. Estes fatos contribuem para a estabilidade dos depósitos, mesmo os de curto prazo, o que favorece sua estrutura de custos, principalmente os de captação no mercado, além de beneficiar a gestão do seu risco de liquidez. A estabilidade de sua captação permite manter posição líquida pouco expressiva diante de seus ativos. Em junho de 2009, seu caixa somava R$ 310,3 milhões, reforçado pela aplicação de R$ 9.001,2 milhões em TVM Livres, que, somados, representavam 80,2% dos depósitos classificados no curto prazo. Pelo lado passivo, o montante de recursos captados e administrados somou R$ 20.173,5 milhões em junho/09, apresentando crescimento de 10,4% sobre junho/08. A estrutura de captação é composta principalmente por depósitos que somaram R$ 14.283,1 milhões, sendo 55,4% a prazo, mantendo o incremento de sua participação (dez/07:47,6%, dez/08:53,2%). O risco de liquidez é considerado baixo, em função da estrutura de ativos e passivos ser bastante pulverizada, com a maior parcela dos depósitos sendo captada diretamente na rede e menor participação de aplicadores institucionais. Os R$ 5.302,4 milhões restantes são provenientes de recursos de terceiros administrados pelo banco.

Ainda que a estrutura de ativos e passivos denote liquidez corrente abaixo da mediana dos seus pares, a Austin Rating julga ser muito baixa a probabilidade de que os títulos públicos classificados como mantidos até o vencimento sejam necessários para cobertura de eventuais gaps de prazo, uma vez que sua estrutura de depósitos tem como característica forte a pulverização e a estabilidade, situação ratificada pelo firmamento de convênio para manutenção da folha de pagamento dos servidores públicos estaduais, além de acordo para manutenção das contas de mais de 322 municípios gaúchos pelo prazo de cinco anos, fatores que mitigam o risco de liquidez no banco.

O impacto do aumento do custo de captação no mercado financeiro foi amenizado na composição de seu funding, principalmente pelas características de sua captação pulverizada, conforme mencionado anteriormente. O custo médio da captação passou de 74,4% da taxa DI em junho de 2008, passando para 80% do CDI, influenciado pelo agravamento da crise internacional. Em 2009, houve reversão da tendência de queda da taxa básica de juros observada no ano anterior, com queda no primeiro semestre do ano e provável estabilidade nos próximos meses. Com isso, o custo de captação apresentou declínio em prazo inferior à remarcação dos ativos, favorecendo o resultado da instituição, o que deve continuar impactando no resultado no curto prazo.

Risco de Mercado

A carteira de títulos e valores mobiliários estava composta, em junho de 2009, principalmente por títulos mantidos até o vencimento (60,4%), que não sofrem impacto da marcação a mercado. O restante da carteira de TVM estava

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posicionado em títulos pós-fixados. A Austin Rating acredita que o banco possui porte e estrutura de capital que lhe permitem a manutenção destes títulos até o vencimento. O banco opera instrumentos financeiros derivativos, com o objetivo de minimizar sua exposição às variações das taxas prefixadas, variação cambial e taxa referencial – TR, o que somava, no encerramento do primeiro semestre de 2009, R$ 42,2 milhões. O Banrisul não mantém exposição significativa cambial.

O risco de mercado é controlado por ferramentas estatísticas, como a metodologia Value at Risk (VaR) e Testes de Sensibilidade. O banco monitora as taxas de oportunidade no mercado financeiro, determinando os patamares superior e inferior pactuados nas operações de captação e aplicação de recursos, mensurando, por meio de simulações, as possíveis perdas às quais o Banrisul está sujeito. Os impactos nos resultados, a partir das mudanças nos indicadores econômico-financeiros estruturais, como taxa básica de juros, inflação, taxa de câmbio, etc., são mapeados no final de cada dia.

Risco Operacional

A tecnologia tem sido uma das prioridades do banco, com o objetivo de ter uma base operacional eficiente e segura para suportar o crescimento nos próximos anos. Os investimentos em TI contribuem para redução da exposição ao risco operacional, além de contribuírem para aumento da eficiência dos sistemas utilizados, bem como aprimorarem os serviços disponibilizados aos clientes pelo autoatendimento e Banricompras. O Banricompras é um cartão de bandeira própria que favorece a penetração junto aos potenciais clientes no estado, tanto pessoas físicas, por meio de financiamento, como pessoas jurídicas, pela antecipação de recebíveis.

Fatores Exógenos

No decorrer do 1o semestre de 2009, o cenário econômico apresentou tendência de estabilidade, ainda que seja prematuro afirmar que tal tendência não será interrompida. Sob o ponto de vista regulatório, a Austin Rating avalia como positiva a solidez do sistema financeiro nacional, com destaque para as regras de prudência e solvabilidade e a rapidez com que a equipe econômica e as autoridades reguladoras adotaram as medidas anticíclicas. O governo lançou medidas de incentivo à indústria, como a redução do IPI. O setor bancário também recebeu diversas ações durante a crise econômica, como a alteração nas regras do depósito compulsório, incentivos à aquisição de carteiras de crédito e a atuação no Fundo Garantidor de Crédito e criação do DPGE, medidas que ajudaram a irrigar o sistema financeiro nacional e a combater a retração de liquidez, evitando maiores problemas. O Banrisul teve recursos liberados (R$ 1,8 bilhão) pela alteração de regras sobre o recolhimento de depósitos compulsórios, o que lhe permitiu a aquisição de carteiras de crédito de outras instituições, principalmente crédito consignado.

PERSPECTIVA

A perspectiva estável reflete o entendimento da Austin Rating de que a qualidade da carteira de crédito retornará aos patamares históricos, com índice de inadimplência próximo a 2%, bem como de que o nível de provisionamento se mantenha conservador, além da conservação de uma estrutura de captação pulverizada, o que também favorece seus satisfatórios indicadores de rentabilidade. O rating incorpora as dificuldades inerentes a um banco concentrado na região sul, particularmente o Estado do Rio Grande do Sul, o que aumenta sua vinculação ao desempenho da economia gaúcha. Como fatores que poderiam impactar positivamente na classificação, destaca-se a diversificação da área de atuação, reduzindo sua exposição a volatilidades regionais, assim como a manutenção da gestão de liquidez e risco de mercado. Por outro lado, o enfraquecimento da estrutura de capital com o aumento da distribuição dos lucros, bem como deterioração da qualidade de carteira de crédito, podem se materializar em rebaixamento da classificação.

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EXTRATO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

(Base: Demonstrações Financeiras - Consolidado - para os exercícios findos junho de 2009 e de 2008, auditadas pela Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes, sem ressalva)

Balanço (R$ mil)

dez/06 dez/07 jun/08 dez/08 jun/09

Ativo Circulante 8.665.695 12.354.353 15.055.518 16.354.440 18.647.894

Disponibilidades 261.801 347.353 251.169 373.278 314.864

Aplicações Interf. de liquidez 2.590.523 3.698.062 4.606.693 4.687.078 6.446.631 Títulos e Valores Mobiliários 149.291 1.005.946 1.648.364 3.010.816 3.379.661 Relações Interfinanceiras 1.679.031 2.333.859 2.774.535 1.341.804 1.361.240 Relações Interdependências 36.386 50.390 76.622 43.936 60.923 Operações de Crédito 3.482.835 4.000.069 4.780.644 5.770.975 5.975.601 Operações de Arrendamento Mercantil -1.878 -1.573 33.686 45.001 44.012

Outros Créditos 457.462 861.689 864.534 1.075.286 1.052.976

Outros Valores e Bens 10.244 58.558 19.271 6.266 11.986

Realizável a Longo Prazo 6.772.609 7.919.152 7.802.949 8.486.872 8.756.600

Títulos e Valores Mobiliários 4.384.784 4.148.139 2.879.740 3.099.975 3.170.051 Relações Interfinanceiras 394.105 324.633 351.105 382.057 412.031 Operações de Crédito 1.738.563 2.768.000 3.799.995 4.185.375 4.367.148 Operações de Arrendamento Mercantil -1.366 -1.703 37.614 57.194 46.931

Outros Créditos 248.221 516.091 727.899 744.828 749.333

Outros Valores e Bens 8.302 163.992 6.596 17.443 11.106

PERMANENTE 210.218 206.824 364.586 364.063 338.807

ATIVO TOTAL 15.648.522 20.480.329 23.223.053 25.205.375 27.743.301

Passivo Circulante 11.716.685 14.526.068 16.766.465 18.021.578 20.219.605

Depósitos 8.597.573 10.141.348 10.391.296 11.120.370 11.604.274

Captação no Mercado Aberto 1.753.193 2.228.119 2.547.496 2.234.251 2.863.157

Relações Interfinanceiras 9.852 9.475 403.462 11.779 237.760

Relações Interdependência 98.624 98.001 218.739 113.070 164.672 Obrigações por Empréstimos 153.375 307.275 408.225 622.473 530.360 Repasses País - Inst. Oficiais 221.159 268.655 311.370 329.949 344.033

Repasses do Exterior 300 6.783 15.288 31.792 27.861

Instrumentos Financeiros Derivativos 1.475 2.984 5.220 8.348 13.027 Outras Obrigações 881.134 1.463.428 2.465.369 3.549.546 4.434.461

Exigível a Longo Prazo 2.629.686 3.156.580 3.548.832 4.101.355 4.323.864

Depósitos 1.755.364 2.224.610 2.613.756 3.135.713 3.266.756

Repasses País - Inst. Oficiais 271.904 359.619 375.098 385.771 457.270 Instrumentos Financeiros Derivativos 9.983 18.917 22.413 27.538 29.187

Outras Obrigações 592.435 553.434 537.865 552.333 570.651

Patrimônio Líquido 1.295.079 2.792.013 2.906.313 3.079.139 3.198.250

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Resultado (R$ mil)

dez/06 dez/07 jun/08 dez/08 jun/09

Receita da Intermediação Financeira 3.301.831 2.896.515 1.582.285 3.862.115 2.140.386

Operações de Crédito 1.618.343 1.679.934 994.194 2.336.380 1.394.359 Operações de Arrend. Mercantil 29.122 30.421 6.412 16.192 10.108 Títulos e Valores Mobiliários 828.675 840.399 411.878 998.988 584.498 Instrumentos Financeiros Derivativos -6.148 10.056 5.374 -17.548 19.815

Resultado de Câmbio 425.588 50.607 9.349 217.719 40.804

Aplicações Compulsórias 406.251 285.098 155.078 310.384 90.802

Despesa da Intermediação Financeira 1.536.202 1.471.832 787.763 2.139.765 1.154.921

Captação no Mercado 1.131.681 1.089.320 601.014 1.401.077 704.163 Empréstimos, Cessões e Repasses 143.773 138.412 83.860 482.146 190.606

Arrendamento Mercantil 19.878 20.691 0 0 0

PCLD 240.870 223.409 102.889 256.542 260.152

Resultado Bruto da Interm. Financeira 1.765.629 1.424.683 794.522 1.722.350 985.465

Outras Rec./Desp. Operacionais -1.203.162 -798.896 -482.822 -1.018.111 -661.930

Receitas de Prestação de Serviços 554.461 168.726 66.756 135.319 66.742 Rendas de Tarifas Bancárias 0 380.268 205.130 403.372 215.831

Despesas de Pessoal 699.898 739.692 407.190 835.369 438.746

Outras Despesas Administrativas 524.324 527.615 297.677 575.239 326.762

Despesas Tributárias 181.728 153.381 74.175 152.586 90.419

Outras Rec./Desp. Operacionais -351.673 72.798 24.334 6.392 88.576

Resultado Operacional 562.467 625.787 311.700 704.239 323.535

Resultado não Operacional 215 7.315 0 0 0

Resultado antes IR 562.682 633.102 311.700 704.239 323.535

RESULTADO LÍQUIDO 361.659 916.381 308.227 590.873 210.757

Carteira de Crédito (R$ milhões)

Dez/06 Dez/07 Dez/08 Jun/09

Total de Crédito 6.284,6 8.024,1 11.453,6 12.068,6 Risco nível AA 837,9 1.266,6 2.708,9 2.715,3 Risco nível A 1.097,8 2.947,5 4.027,2 4.666,3 Risco nível B 1.340,8 1.491,7 2.156,5 2.057,9 Risco nível C 1.776,3 884,1 933,0 812,3 Risco nível D 267,7 245,8 282,1 238,7 Risco nível E 175,3 236,4 247,9 233,4 Risco nível F 376,7 566,7 700,3 819,8 Risco nível G 74,3 62,5 62,4 82,2 Risco nível H 337,8 322,9 335,4 442,7

Total de Crédito em Atraso 181,1 195,2 256,7 772,8

Provisão Constituída 729,7 801,6 901,5 1.072,3 Provisão Adicional 114,6 90,4 69,2 69,5 Provisão Total 844,3 892,0 970,7 1.141,8

(8)

INDICADORES DE DESEMPENHO

ADEQUAÇÃO DO CAPITAL (%) Dez/06 Dez/07 Dez/08 Jun/09

Capitalização 9,1 15,9 14,0 13,2

Concentração em Crédito 40,8 39,7 46,2 44,1

Alavancagem em Crédito (x) 4,9 2,9 3,7 3,8

Índice da Basileia 20,2 26,0 20,1 18,4

LIQUIDEZ (%) Dez/06 Dez/07 Dez/08 Jun/09

Encaixe 19,7 19,0 20,0 19,7

Liquidez Corrente 74,0 85,1 90,8 92,2

Liquidez Imediata 29,0 40,8 60,4 70,1

QUALIDADE DO ATIVO (%) Dez/06 Dez/07 Dez/08 Jun/09

Inadimplência (> 60 dias) 2,8 2,2 2,0 5,3

Provisionamento 13,4 11,1 8,5 9,5

Comprometimento do PL (> 60 dias) 8,1 4,8 5,6 14,7

CUSTO (%) Dez/06 Dez/07 Dez/08 Jun/09

Intermediação 10,8 8,4 9,7 9,5

Eficiência 52,8 64,2 62,4 60,4

Custo Total 20,6 16,4 16,8 16,5

RENTABILIDADE (%) Dez/06 Dez/07 Dez/08 Jun/09

Margem Bruta 45,8 41,4 39,1 40,7

Rentabilidade PL 27,9 32,8 19,2 13,2

(9)

Classificação da Austin Rating

Solidez Financeira

AAA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial podem variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.

AA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial podem variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.

A

O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial podem variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial podem ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo

BB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

B

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

CCC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é alto.

CC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto.

C

O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras deficientes e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.

Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating.

Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou

inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.

As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos.

Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br

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