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UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO MÁRCIA DE CARVALHO QUALIDADE DE VIDA DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO CENTRO CIRÚRGICO

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MÁRCIA DE CARVALHO

QUALIDADE DE VIDA DE PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM DO CENTRO CIRÚRGICO

BAURU 2012

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QUALIDADE DE VIDA DE PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM DO CENTRO CIRÚRGICO

Dissertação apresentada à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração Saúde Coletiva, sob a orientação da Profª Drª Sandra Fiorelli de Almeida Penteado Simeão.

BAURU 2012

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Carvalho, Marcia de C3314q

Qualidade de vida de profissionais de enfermagem do centro cirúrgico / Marcia de Carvalho -- 2012.

65f. : il.

Orientadora: Profa. Dra. Sandra Fiorelli de Almeida Penteado Simeão.

Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade do Sagrado Coração - Bauru - SP

1. Qualidade de vida. 2. Centro cirúrgico. 3. Whoqol-100. 4. Profissionais de enfermagem. I. Simeão, Sandra Fiorelli de Almeida Penteado. II. Título.

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No ambiente hospitalar, em especial no centro cirúrgico, o trabalho, por ser um serviço resultante da ação compartilhada de vários profissionais, tem um significado muito importante na vida dos mesmos que são sujeitos, donos de percepções e vivências únicas, que permeiam toda a sua vida dentro e fora deste ambiente. Por isso, é necessário que o homem se realize naquilo que faz, sinta-se satisfeito com a atividade escolhida, de modo que a mesma possa atender à sua expectativa, e propiciar qualidade de vida (QV). Neste contexto, desenvolveu-se um estudo descritivo e transversal, no sentido de investigar a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam em centros cirúrgicos de três hospitais de Campo Mourão-PR, por meio da utilização de dois instrumentos: um questionário sócio demográfico elaborado pela pesquisadora e o questionário da World Health Organization Quality of Life - WHOQOL-100. Os resultados mostram escores altos, para os aspectos positivos e mais baixos para os negativos, indicando que os profissionais de enfermagem do centro cirúrgico que participaram deste estudo possuem um bom nível de qualidade de vida, estando de acordo com as recomendações da OMS de que o perfil de QV é definido pelos escores obtidos do questionário WHOQOL-100. Também se verificou que os piores resultados do instrumento de QV foram para a categoria dos Auxiliares de Enfermagem. Nesta direção, sob o ponto de vista dos profissionais de enfermagem participantes do estudo, a pesquisa infere que apesar de estressante, atuar em centros cirúrgicos é uma experiência enriquecedora que propicia desenvolvimento profissional e pessoal, consequentemente, qualidade de vida.

Palavras-chave: Qualidade de vida; centro cirúrgico; WHOQOL-100, equipe de enfermagem.

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In the hospital environment, especially in the operating room work, being a shared service resulting from the action of various professionals, has a very important meaning in their lives that are subject owners perceptions and experiences unique to permeate his entire life inside and outside of this environment. Therefore it is necessary that man is what he does perform, feel satisfied with the chosen activity so that it can meet your expectations and provide quality of life (QOL). In this context, we developed a descriptive and cross-sectional study, to investigate the quality of life of nurses who work in operating rooms of three hospitals in Campo Mourao-PR through the use of two instruments: a socio-demographic questionnaire questionnaire prepared by the researcher and the World Health Organization Quality of Life - WHOQOL-100. The results show high scores for the positive and lower for negative, indicating that the nursing staff of the surgical center that participated in this study have a good level of quality of life, which is in accordance with WHO recommendations that the QV profile is defined by the scores of the WHOQOL-100. It was also found that the worst results were QOL instrument for the category of Nursing Assistants. In this direction, from the point of view of nurses participating in the study, the research infers that although stressful, work in surgical centers is an enriching experience that fosters professional and personal development, therefore quality of life.

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Quadro 1 – Escalas de respostas do WHOQOL-100 ... 15 Quadro 2 – Domínios e facetas do WHOQOL-100 ... 16 Quadro 3 – Número de cirurgias realizadas nos 3 hospitais no período de

Dez/2010 a Fev/2011 ... 18 Quadro 4 – Número de internações realizadas (AIHS - SUS) nos 3 hospitais no

período de Dez/2010 a Fev/2011 ... 18 Quadro 5 – Número de atendimentos realizados (Ambulatório SUS) – inclui

quimio e rádio nos 3 hospitais no período de Dez/2010 a Fev/2011 .... 19

Tabela 1 – Principais características sócio demográficas e profissionais ... 21 Tabela 2 – Medidas descritivas dos aspectos negativos de qualidade de vida dos

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1 INTRODUÇÃO ... 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 9 2.1 QUALIDADE DE VIDA ... 9 2.2 O INSTRUMENTO WHOQOL-100 ... 14 3 METODOLOGIA ... 17 3.1 CARACTERIZAÇÃO ... 17 3.2 COLETA DE DADOS ... 19 3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 19 4 RESULTADOS ... 21 5 DISCUSSÃO ... 31 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 34 7 REFERÊNCIAS ... 35 APÊNDICES ... 38

APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO... 39

APÊNDICE II – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 42

APÊNDICE III – TERMO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO ... 43

ANEXO I – WHOQOL-100 ... 47

ANEXO II – CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ... 60

ANEXO III – PORTARIA Nº 2.224/GM EM 5 DE DEZEMBRO DE 2002 ... 61

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A percepção e o entendimento em relação á saúde adquirem diversos significados, de acordo com o desenvolvimento cientifico da sociedade. Saúde e doença devem ser vistas como situações ou momentos dinâmicos e contraditórios de um mesmo processo vital, que são diversos e independentes. A falta de conhecimento a respeito dos problemas de saúde e de seus fatores causais, aliada a inexistência de meios para combatê-los, forma um quadro muitas vezes alarmante ao longo da história1.

Inúmeras são as definições de saúde, entre as quais se destaca a da Organização Mundial da Saúde (OMS), que dispõe saúde como o completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença2.

No ambiente hospitalar, as pesquisas em relação à qualidade de vida, trazem abordagens variadas, dificultando a comparação de seus resultados. Inserido nesse contexto está o profissional de enfermagem, que tem seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependência e pela presença de fatores de risco pertinente ao ambiente levando-o a sobrecarga laboral, fatores considerados agravantes da qualidade de vida3,4,5,6.

Porém, apesar da pesquisa sobre qualidade de vida estar sendo largamente difundida nos últimos anos em todo o mundo, ela ainda incorpora uma imprecisão conceitual e nem sempre tem sido usada de forma correta. A dificuldade de conceituação talvez esteja ligada ao fato de se tratar de uma expressão abrangente e dotada de grande subjetividade. O conceito de qualidade de vida passa por noções de motivação, satisfação, saúde e segurança no trabalho e envolve recentes discussões sobre novas formas de organização do trabalho e novas tecnologias7.

Na área da saúde, o interesse pela qualidade de vida é influenciado pelos novos paradigmas das políticas e das práticas do setor nas últimas décadas. Os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença são multifatoriais e complexos3, mas diferindo de acordo com a unidade de trabalho e com a atividade exercida.

Assim, saúde e doença configuram processos compreendidos e continuados, relacionados aos aspectos econômicos, socioculturais, à experiência pessoal e estilos de vida8,9. Consoante essa mudança de paradigma, a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados, tanto das práticas assistenciais

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quanto das políticas públicas para o setor nos campos da promoção da saúde e da prevenção de doenças1,10,11.

No estudo de Haddad (2000) para avaliar a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem, destaca-se que tal profissão, atrelada ao cuidado, revela-se em evidência para a possível baixa da qualidade de vida, provocada pelo avanço tecnológico, e pelo aumento da prestação de serviços especializados, levando-os a esgotamentos físicos e psíquicos8.

Nas organizações hospitalares, o trabalho se distingue de outros setores da economia, pois seu produto final é um serviço resultante da ação compartilhada de vários profissionais, consistindo na prestação da assistência de saúde, que é produzida no mesmo momento em que é consumida9,10.

Os profissionais que atuam no centro cirúrgico de um hospital desempenham suas funções sob condições intensas de stress: ambiente fechado, imediatismo, alto risco de acidentes de trabalho, entre outros. Tais fatores podem interferir na qualidade de vida destes profissionais. Particularmente, a equipe profissional de saúde geralmente é submetida às situações geradas pelas atividades inerentes à função, podendo envolver inúmeros elementos negativos típicos de ambientes que lidam com enfermidades. Portanto, a qualidade dos profissionais da assistência de enfermagem está ligada à qualidade das condições de trabalho11. Então, para se conseguir uma boa qualidade de vida no trabalho de enfermagem, torna-se necessário propiciar melhores condições de trabalho nos contextos de saúde, principalmente na sua forma de organização e distribuição de tarefas e responsabilidades, considerando as necessidades individuais de cada trabalhador bem como sua capacidade de enfretamento, adaptação e reação nas diferentes situações da vida4. Cabe alertar que o trabalho do enfermeiro está centrado no cuidado ao cliente e, contraditoriamente, esse profissional poderá estar vivendo de forma descuidada, o que poderá repercutir na assistência prestada ao cliente ou ao convívio com a equipe.12

Dentro deste contexto encontram-se os profissionais de enfermagem cuja atuação no centro cirúrgico é caracterizada por atividades que exigem alta interdependência e tomadas de decisões com intervenções complexas, a fim de assegurar ao paciente atendimento emergencial. Neste grupo destacamos que a atuação no centro cirúrgico, torna o trabalho complexo frente às exigências requeridas pela clientela.

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Sendo assim, concernente ao centro cirúrgico, percebe-se no seu cotidiano, inúmeros fatores relacionados ao tipo de ambiente, complexidade das relações humanas e de trabalho, autonomia profissional, grau elevado de exigência quanto às competências e habilidades, alta responsabilidade7,9, entre outros, o que aponta para a grande importância de realização de estudos direcionados a esse grupo de trabalhadores.

Neste contexto, desenvolveu-se um estudo descritivo e transversal no sentido de investigar a qualidade de vida de profissionais de enfermagem que atuam em centros cirúrgicos de três hospitais de Campo Mourão-PR., por meio da utilização de dois instrumentos de coleta de dados: um questionário sócio demográfico elaborado pela pesquisadora e o questionário da World Health Organization Quality of Life - WHOQOL-100.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 QUALIDADE DE VIDA

O homem, desde os primórdios da humanidade, busca meios e estratégias para vencer os desafios de sua sobrevivência. Por isso, compartilha com os demais seres vivos a atividade de agir sobre a natureza transformando-a, para melhorar sua qualidade de vida13,14

O trabalho tem variado historicamente de forma e de conteúdo. Antunes13, em sua análise sobre o trabalho, expõe:

[...] na sociedade capitalista, o trabalho é degradado e aviltado. Torna-se estranhado. O que deveria se constituir na finalidade básica do ser social – a sua realização no e pelo trabalho – é pervertido e depauperado. O processo de trabalho se converte em meio de subsistência. A força de trabalho torna-se, como tudo, uma mercadoria, cuja finalidade vem a ser a produção de mercadorias. O que deveria ser a forma humana de realização do indivíduo reduz-se à única possibilidade de subsistência do despossuído. Esta é a radical constatação de Marx: a precariedade e perversidade do trabalho na sociedade capitalista. (p. 126).

Nesse contexto é que está inserida a grande maioria dos trabalhadores. O trabalho se tornou alienante, impondo-se à vida das pessoas como algo que as reduz a uma máquina de produzir riquezas. A força de cada pessoa é traduzida em trabalho e o desgaste de energia física é exigido como se fosse normal em busca da subsistência. No tocante a isso, o trabalhador se torna expropriado14.

Dejours15, ao realizar estudos interpretando as vivências subjetivas dos trabalhadores nos seus ambientes de trabalho, revela que os mesmos são considerados sujeitos que têm a sua percepção sobre situações no trabalho, que são capazes de criar, de elaborar transformações que os beneficiariam na sua vida em geral, prejudicando sua qualidade de vida.

É fato, entretanto, que cada ser humano, a cada dia, anseia melhorar sua vida12. Assim sendo, a partir dos séculos XVIII e XIX, as condições de trabalho passaram a ser estudadas de forma científica, centrada principalmente na eficiência e na produtividade, porém as consequências dessas mudanças para os trabalhadores foram negativas no sentido de que houve a separação entre o pensar e o executar, levando-os a conhecer somente uma parte do todo, retirando-lhes a

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capacidade de utilizar seu pensamento, perdendo, pois, a identidade e o significado do trabalho15.

Como consequência, muitos pesquisadores começaram a desenvolver estudos sobre a satisfação do indivíduo no trabalho para verificar se este pode influenciar na qualidade de vida das pessoas.

A abordagem humanística fez uma verdadeira revolução conceitual e o destaque, antes colocado na tarefa e na estrutura organizacional, foi transferido para as pessoas que trabalham e participam nas organizações16.

A qualidade de vida foi então definida de diferentes formas por diversos estudiosos, no entanto, praticamente todas as definições têm em comum o entendimento de que a mesma objetiva propiciar uma maior humanização do trabalho, o aumento do bem-estar dos trabalhadores e uma maior participação dos mesmos nas decisões e problemas do trabalho17,18,19.

Para Fernandes19 e Sampaio16, a expressão qualidade de vida apareceu na literatura no início dos anos 50, século XX, na Inglaterra, com Eric Trist, que estudava um modelo para tratar os assuntos relacionados ao indivíduo, seu trabalho e à organização na qual se encontrava inserido, surgindo, então, uma abordagem social do trabalho que tinha como base a satisfação do trabalhador no trabalho e com o trabalho.

No final da década de 60, o termo qualidade de vida era observado na literatura com mais frequência, devido a estudos realizados nos Estados Unidos, Canadá e França. A formação de centros com essa linha de pesquisa alcançou considerável desenvolvimento, o que assegurou, inclusive, um apoio na própria legislação francesa. E, na década de 70, na França, foi aprovada, sob a forma de lei, a obrigatoriedade de as organizações desenvolverem um planejamento pela melhoria da qualidade de vida16.

Segundo Lacaz20, na década de 80, consolida-se uma tendência que baseia a qualidade de vida na perspectiva de tornar o trabalho mais humanizado. Os trabalhadores são vistos como sujeitos, estando sua realização calcada no desenvolvimento e aprofundamento de suas potencialidades.

Portanto, devido a inúmeras interpretações e falta de consenso a respeito de seu conceito, a qualidade de vida têm sido entendida como a aplicação de uma filosofia humanista, que visa alterar aspectos do e no trabalho, com o desejo pela

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melhoria da satisfação do trabalhador em consonância com a melhoria da produtividade da empresa18.

Nas organizações hospitalares, o trabalho realizado é “majoritariamente um trabalho coletivo” e é composto por diversos profissionais cujo propósito é o desenvolvimento de atividades destinadas a atingir o produto final que é a assistência ao paciente19. É um trabalho da esfera da produção não-material, que se completa no ato da sua realização. Não tem como resultado um produto material, independente do processo de produção. O produto é indissociável do processo que o produz: é a própria realização da atividade11.

O trabalho de enfermagem se situa no contexto do setor saúde, sendo portanto, um trabalho coletivo, agregado ao trabalho dos demais profissionais da mesma área. Assim, o processo assistencial congrega diferentes trabalhadores, instrumentos e finalidades específicas, com um objetivo comum, que é a saúde do paciente4.

A formação dos profissionais de enfermagem ocorre em diferentes graus, a saber: o grau de Auxiliar de Enfermagem, de Técnico de Enfermagem e de Enfermeiro, que apesar de formar uma equipe com diferentes graus de conhecimento, possuem atribuições semelhantes ao cuidar do paciente ou cliente.

A enfermagem é uma categoria regulamentada por lei e que participa de forma direta, através do cuidado individualizado e integral, do processo de cura e reabilitação do paciente4. O trabalho desta equipe é desenvolvido em turnos, com carga-horária estipulada de 36 horas semanais. Comumente os turnos de trabalho são das 7:00 às 13:00 h (manhã), das 13:00 às 19:00 h (tarde) e 19:00 às 07:00 h (noite). A jornada de trabalho é pré-estabelecida por meio de escala de trabalho que atende às necessidades das instituições. Geralmente existe uma sobrecarga de trabalho devido à disposição de recursos humanos que pode ser insuficiente ou inadequadamente distribuída entre os turnos e setores de trabalho. As atividades de enfermagem se iniciam na passagem de plantão, ou seja, na troca de turno de trabalho4,8.

Percebe-se, neste contexto, que a qualidade de vida tem importância incontestável tanto em populações saudáveis como em populações portadoras de doença. Sendo assim, é fundamental para a saúde do trabalhador, especialmente para profissionais que atuam em centros cirúrgicos de hospitais seu estudo e sua compreensão.

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O significado de qualidade de vida é muito complexo, diz respeito a como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano. Envolve, portanto, saúde, educação, transporte, moradia, trabalho e participação nas decisões que lhes dizem respeito e determinam como vive no mundo21.

Segundo Fleck et al., três aspectos fundamentais referentes ao construto qualidade de vida foram obtidos por meio do trabalho conjunto de um grupo de experts de diferentes culturas: subjetividade; multidimensionalidade e presença de dimensões positivas e negativas22. Entende-se por subjetividade a percepção da pessoa sobre o seu estado de saúde e sobre os aspectos não-médicos do seu contexto de vida. Por multidimensionalidade entende-se o reconhecimento de que a percepção é composta por diferentes dimensões23.

Neste sentido, entende-se que para ter qualidade de vida o indivíduo necessita que sejam atendidas determinadas exigências, que lhe possibilitem um certo conforto pessoal e social, indicando bem-estar pessoal, posse de bens materiais, participação em decisões coletivas24.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações, que define qualidade de vida1,2.

Enfim, vários são os questionamentos relativos ao conceito de qualidade de vida e muitos são os ângulos pelos quais se pode estudá-la. Porém, segundo os objetivos, as formas de abordagem, os resultados observados e as interpretações apropriadas ao contexto na qual é estudada e aplicada, a qualidade de vida, ainda pode ser atribuída a um conjunto de condições materiais e não materiais almejadas e exercidas pelos indivíduos de uma comunidade ou sociedade como os princípios de direitos humanos, desenvolvimento social e realização pessoal13,21,24.

Portanto, relacionada a diversos setores da vida tais como: profissional, afetivo, familiar, social, entre outros, a qualidade de vida despertou um crescimento exponencial de estudos, no Brasil, nas últimas três décadas, segundo Bullinger25.

Este crescente interesse pela qualidade de vida foi influenciado por mudanças no paradigma da saúde propostas pela OMS, ao considerar que na área da saúde, os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença são multifatoriais e complexos1,24,25,26. Assim, saúde e doença configuram processos compreendidos e continuados, relacionados aos aspectos econômicos, socioculturais, à experiência

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pessoal e estilos de vida. Consoante a essa mudança de paradigma, a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados, tanto das práticas assistenciais quanto das políticas públicas para o setor nos campos da promoção da saúde e da prevenção de doenças. Qualidade de vida relacionada à saúde, segundo Guiterras e Bayés26 , “é a valorização subjetiva que o paciente faz de diferentes aspectos de sua vida em relação ao seu estado de saúde”. Para Cleary et al.27, “refere-se aos vários aspectos da vida de uma pessoa que são afetados por mudanças no seu estado de saúde, e que são significativos para a sua qualidade de vida”.

Desse modo, a mensuração da qualidade de vida e da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), tem sido realizada por meio de questionários construídos a partir de vários itens ou perguntas que são agrupados nas diferentes dimensões ou domínios correspondentes às áreas do comportamento ou às experiências que se pretende medir27. Tais questionários, divididos em genéricos e específicos, apresentam variáveis que permitem avaliar de forma global aspectos relacionados à qualidade de vida, como: físico, social, psicológico, emocional e sexual. Como por exemplo, pode-se citar: o Medical Outcomes Stugy 36-item Short-Form Health Survey - SF-36 e o World Health Organization Quality of Life - WHOQOL, desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde27.

Na análise do referencial teórico sobre qualidade de vida dos profissionais de enfermagem, a literatura destaca que ter qualidade de vida depende de fatores intrínsecos e extrínsecos. Assim, há uma conotação diferente de qualidade de vida para cada indivíduo, que é decorrente da inserção desses na sociedade. Portanto, não é possível padronizar qualidade de vida, pois ela tem conotação individual, dependendo dos objetivos, das metas traçadas e das pretensões de cada um28.

Qualidade de vida tem sido objeto de pesquisas em vários campos, principalmente nos estudos associados à condição de trabalho29. É por meio do trabalho que o homem interage na sociedade produtiva, ou seja, o trabalho é entendido como parte integrante e essencial de sua vida. Desta forma, o trabalho passou a ocupar um lugar central na vida humana e, dependendo da forma como está sendo executado, pode ser gerador de fatores desgastantes e potencializadores dos processos saúde-doença30.

Schmidt e Dantas realizaram um estudo para avaliar a QVT utilizando o Índice de Satisfação no Trabalho (IST), em 4 hospitais no interior do Paraná. Tal índice é

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composto pelos itens: Status Profissional, Remuneração, Requisitos do Trabalho, Normas Organizacionais, Interação e Autonomia, num total de 44. Este estudo revela que os profissionais de enfermagem atuantes em centro cirúrgico e central de material, estavam entre insatisfeitos e nem satisfeitos com a qualidade de vida no trabalho, podendo gerar um aumento no número de acidentes de trabalho, absenteísmo, queda na qualidade do trabalho, desestruturação na equipe31.

Pizzoli efetuou um estudo comparativo em 3 diferentes hospitais de São Paulo, para avaliar a QVT dos enfermeiros. As principais dificuldades citadas foram: falta de reconhecimento da profissão, falta de investimento na educação profissional, falta de amadurecimento da equipe e desunião. Afirma ainda, que fatores da própria estrutura organizacional podem comprometer diretamente o desenvolvimento e a atuação, como falta de plano de carreira, comunicação deficiente, falta de planejamento, presença de submissão, déficit no quadro de funcionários, salário incompatível com a função ou muito abaixo do mercado, podendo colocar em risco a motivação e a satisfação, podendo contribuir, para uma baixa produtividade e queda na qualidade do serviço prestado11.

Cicarello e Nakamura destacam as condições de trabalho, os fatores organizacionais e a dupla jornada de trabalho como sendo as causas mais importantes que influenciam na qualidade de vida do profissional de enfermagem32.

2.2 O INSTRUMENTO WHOQOL-100

A literatura preocupada por não haver um consenso conceitual sobre saúde constitui um grande problema no desenvolvimento de instrumentos de avaliação da qualidade de vida, ao passo que não é possível afirmar com clareza quais elementos estes instrumentos estão mensurando22,33.

Partindo dessa premissa, a construção do instrumento de avaliação da qualidade de vida da OMS, teve início pelo conceito de qualidade de vida. No conceito construído, qualidade de vida foi entendida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”28. Pautado nesse conceito, a OMS empenhou-se na construção dos instrumentos WHOQOL, que avaliam a qualidade de vida tanto de forma global (WHOQOL-100 e

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WHOQOL-bref) como também em função de grupos específicos (WHOQOL-120-HIV, WHOQOL-HIV-bref, WHOQOL-OLD, WHOQOL-SRPB)33.

O WHOQOL-100 é o instrumento de avaliação da qualidade de vida mais utilizado no mundo. Atualmente os instrumentos WHOQOL estão disponíveis em mais de 50 idiomas (WHO Field Centre for the Study of Quality of Life of Bath, 2008)34.

A versão em português do WHOQOL foi desenvolvida no Centro WHOQOL para o Brasil, no Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a coordenação do Profº Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck. É composto de cem perguntas que compreendem seis domínios: físico (I), psicológico (II), nível de independência (III), relação social (IV), meio ambiente (V) e espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais (VI). Esses domínios são divididos em 24 facetas, sendo cada faceta composta de quatro perguntas.

Após a aplicação do teste piloto foram selecionadas as melhores questões para cada faceta, de forma a estabelecer a consistência interna e validade discriminante do instrumento. Foram selecionadas 100 questões seccionadas em 24 facetas. As facetas foram agrupadas em seis grandes domínios22.

Todas as questões do WHOQOL-100 são fechadas. É utilizada uma escala de respostas do tipo Likert, composta por cinco elementos, variando entre 1 e 5. Esses extremos representam 0% e 100%, respectivamente. Existem quatro tipos diferentes de escala de respostas, conforme pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1 – Escalas de respostas do WHOQOL-100

ESCALA 0% 25% 50% 75% 100%

Intensidade nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

Avaliação

muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito satisfeito muito satisfeito muito ruim ruim nem ruim nem bom bom muito bom muito infeliz infeliz nem feliz nem infeliz feliz muito feliz

Capacidade nada muito pouco médio muito completamente

Frequência nunca raramente às vezes repetidamente sempre

Fonte: Fleck et al., 199935.

O WHOQOL-100 é seccionado em 24 grupos de quatro questões cada, recebendo a denominação de “facetas”. Por sua vez, o conjunto de facetas constitui um “domínio”. Ao contrário da composição das facetas, os seis domínios do

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WHOQOL-100 não são constituídos pelo mesmo número de facetas, podendo variar de uma até oito facetas. As questões que compõem o WHOQOL-100 não estão dispostas no questionário seguindo uma sequência lógica por domínio ou por faceta. A distribuição das facetas e domínios do WHOQOL-100 está relacionada no Quadro 2.

Sendo o instrumento de avaliação da qualidade de vida mais utilizado no mundo, o WHOQOL-100 baseia-se nos pressupostos de que a qualidade de vida é um conjunto subjetivo (percepção do indivíduo em questão), multidimensional e composto por dimensões positivas e negativas.

Quadro 2 – Domínios e facetas do WHOQOL-100

DOMÍNIOS FACETAS

Domínio I – Domínio físico

1. Dor e desconforto 2. Energia e fadiga 3. Sono e repouso

Domínio II – Domínio psicológico

4. Sentimentos positivos

5. Pensar, aprender, memória e concentração 6. Autoestima

7. Imagem corporal e aparência 8. Sentimentos negativos Domínio III - Nível de

Independência

9. Mobilidade

10. Atividades da vida cotidiana

11. Dependência de medicação ou de tratamentos 12. Capacidade de trabalho

Domínio IV - Relações sociais

13. Relações pessoais 14. Suporte (Apoio) social 15. Atividade sexual

Domínio V – Ambiente

16. Segurança física e proteção 17. Ambiente no lar

18. Recursos financeiros

19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade

20 Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades

21 Participações em, e oportunidades de

recreação/lazer

22. Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima) 23. Transporte

Domínio VI – Aspectos Espirituais/Religião/Crenças pessoais

24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais Fonte: Fleck et al., 199935.

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo e transversal. Os sujeitos deste estudo foram profissionais de enfermagem pertencentes aos quadros de funcionários dos Centros Cirúrgicos dos hospitais participantes da pesquisa.

A cidade de Campo Mourão está localizada no interior do estado do Paraná, e sua população é estimada em 87.194 habitantes, sua gestão em saúde é plena do Sistema Municipal de Saúde. O Município possui 59 estabelecimentos de saúde sendo, 24 públicos e 35 privados. Não possui Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e nem Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma Emergencial (SIATE)36.

Constitui-se no centro de maior dinamismo da região da Comunidade dos Municípios de Campo Mourão – COMCAM, composta por 25 municípios, totalizando uma população estimada em 346.000 habitantes. A COMCAM é composta pelos municípios de Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre D`Oeste, Roncador, Terra Boa e Ubiratã36.

Dos 71 questionários distribuídos, 57 foram respondidos pelos profissionais de enfermagem pertencentes aos quadros de funcionários dos Centros Cirúrgicos dos referidos hospitais, assim distribuídos:

1) Hospital Central Hospitalar/Center Clínicas: 15 Técnicos de Enfermagem (27 distribuídos); 2 Enfermeiros (2 distribuídos); 2 Auxiliares de Enfermagem (2 distribuídos) totalizando 19 profissionais que responderam dos 31 distribuídos.

2) Hospital Policlínica São Marcos: 9 Técnicos de Enfermagem (11 distribuídos); 1 Enfermeiro (1 distribuído); 2 Auxiliares de Enfermagem (2 distribuídos). Totalizando 12 profissionais que responderam dos 14 distribuídos.

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3) Hospital Santa Casa: 22 Técnicos de Enfermagem; 2 Enfermeiros; 2 Auxiliares de Enfermagem. Totalizando 26 profissionais que responderam dos 26 distribuídos.

A Secretaria de Saúde do Município de Campo Mourão e o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, pela Portaria nº 2.224/GM em 5 de dezembro de 2002 (Anexo III) divulga o enquadramento no respectivo Porte da Classificação Hospitalar de cada hospital integrante do Sistema37.

Sendo assim, as diferentes características destes hospitais, especialmente no que diz respeito à existência e complexidade de serviços, perfil assistencial, capacidade de produção de serviços, dentre outras, enquadra o hospital Policlínica São Marcos como hospital geral, empresa privada conveniada ao sistema único no Porte I com 29 leitos; o hospital Central Hospitalar/Center Clínicas, como hospital geral, empresa privada conveniada ao sistema único no Porte III com 71 leitos; e o hospital Santa Casa como hospital geral, entidade beneficente, filantrópico no Porte III com 112 leitos.

Os quadros 3, 4 e 5 demonstram as quantidades de cirurgias realizadas, internações e atendimentos realizados no período de coleta de dados.

Quadro 3 – Número de cirurgias realizadas nos 3 hospitais no período de Dez/2010 a Fev/2011

ENTIDADE DEZ/2010 JAN/2011 FEV/2011

SANTA CASA 20 05 09

CENTRAL 51 55 65

POLICLÍNICA 11 06 07

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Campo Mourão.

Quadro 4 – Número de internações realizadas (AIHS - SUS) nos 3 hospitais no período de Dez/2010 a Fev/2011

ENTIDADE DEZ/2010 JAN/2011 FEV/2011

SANTA CASA 500 479 479

CENTRAL 257 335 246

POLICLÍNICA 16 14 16

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Quadro 5 – Número de atendimentos realizados (Ambulatório SUS) – inclui quimio e rádio nos 3 hospitais no período de Dez/2010 a Fev/2011

ENTIDADE DEZ/2010 JAN/2011 FEV/2011

SANTA CASA 9.839 9.598 10.097

CENTRAL 3.285 4.063 3.572

POLICLÍNICA 28 31 48

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Campo Mourão.

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice II) por todos os profissionais que responderam. A coleta de dados foi realizada por meio de dois instrumentos: um questionário elaborado pela pesquisadora, que coletou informações sócio demográficas e profissionais dos participantes (Apêndice I) e o modelo proposto pelo World Health Organization Quality of Life - WHOQOL-100 (Anexo I), versão brasileira, utilizado para avaliação da qualidade de vida.

O questionário de caracterização sócio demográfica e profissional continha oito questões, sendo seis fechadas e duas abertas. As questões abertas buscaram investigar se a atividade profissional desempenhada pelo participante do estudo influenciava na sua qualidade de vida, e, se no momento de folga, havia alguma preocupação em praticar atividades de lazer que lhe proporcionassem satisfação. Estas questões tiveram a finalidade de investigar a opinião particular dos participantes do estudo sobre a relação entre a sua atuação profissional e o que entendem por qualidade de vida.

Essa investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Sagrado Coração, protocolo nº 209/10.

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados coletados foram submetidos à análise estatística, levando em consideração a interpretação das questões contidas no questionário de caracterização sócio demográfica e profissional. As variáveis de caracterização

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foram descritas por meio de suas frequências absoluta e relativa, enquanto os escores do WHOQOL-100 foram descritos por meio de suas médias, desvios-padrão e valores máximo e mínimo. Os resultados foram apresentados em tabelas e gráficos.

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4 RESULTADOS

Os resultados são apresentados de acordo com a estrutura dos instrumentos de pesquisa utilizados, ou seja, tanto no questionário de caracterização sócio demográfica e profissional dos participantes como no WHOQOL-100.

As principais características sócio demográficas e profissionais que auxiliaram na identificação do perfil dos participantes, foram: sexo, idade, estado civil, nível educacional (escolaridade), faixa salarial, renda familiar, tempo de serviço, jornada de trabalho e horas de sono, descritas na Tabela 1.

Os resultados da tabela 1 revelam que os participantes do estudo, de maneira geral, são predominantemente do sexo feminino (73%), sendo que a idade varia entre 20 e 60 anos, com média entre 31 e 40 anos (46%). Possuem relação estável (40%), tem formação universitária completa (42%), tempo médio de experiência profissional de 1 a 10 anos (72%), jornada de trabalho matutina (44%). A faixa salarial vai de 1 a 10 salários, sendo que 36% entre 6 e 10 salários, 22% entre 4 e 5, e a maioria 65,33% entre 1 e 3. Em relação à renda familiar constata-se que 58% possuem renda de 1 a 3 salários, 43% entre 4 e 5, 27% entre 6 e 10. Em relação ao tempo de sono, consta-se que 88% dormem entre 5 a 8 horas.

Tabela 1 – Principais características sócio demográficas e profissionais

Variáveis Enfermeiros (5) Técnicos de Enfermagem (46) Auxiliares de Enfermagem (6) Sexo 40% M 60% F 25% M 75% F 14% M 86% F Idade 36% (20-30) 64% (31-40) 27% (20-30) 32% (31-40) 32% (41-50) 7% (51-60) 43% (20-30) 43% (31-40) 14% (51-60) Estado Civil 45% União estável 55% Solteiro 46% União estável 32% Solteiro 11% Separado 11% Divorciado 29% União estável 43% Solteiro 14% Separado 14% Divorciado Escolaridade

100% Superior 11% Sup. Comp. 14% Sup. Incomp. 75% Méd. Comp. 14% Sup. Comp. 86% Méd. Comp. Faixa Salarial 36% (6-10 Sal.) 18% (4-5 Sal.) 46% (1-3 Sal.) 21% (4-5 Sal.) 79% (1-3 Sal.) 29% (4-5 Sal.) 71% (1-3 Sal.) Renda Familiar 27% (6-10 Sal.) 37% (4-5 Sal.) 18% (1-3 Sal). 50% (4-5 Sal.) 50% (1-3 Sal.) 43% (4-5 Sal.) 57% (1-3 Sal.)

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Variáveis Enfermeiros (5) Técnicos de Enfermagem (46) Auxiliares de Enfermagem (6) Tempo de Serviço (anos) 27% (11-20) 73% (1-10) 4% (31-40) 39% (21-30) 57% (1-10) 14% (31-40) 86% (1-10) Jornada de Trabalho Períodos de 6h (Matutino, Vespertino, Noturno) 39% (Mat.) 28% (Vesp.) 33% (Not.) 43% (Mat.) 37% (Vesp.) 20% (Not.) 50% (Mat.) 40% (Vesp.) 10% (Not.) Horas de Sono 9% (até 5h)

91% (5-8)

12% (até 5h) 88% (5-8)

86% (5-8) 14% (+ 8)

Os resultados das questões 7 e 8 (Apêndice I) revelam a influência da atividade profissional na qualidade de vida do ponto de vista dos profissionais de enfermagem, bem como, a importância da prática de atividade física.

Na categoria Enfermeiro, a atividade profissional desencadeia no cotidiano destes profissionais, alguns fatores estressantes relacionados ao ambiente de trabalho, a carga horária, ao grau elevado de exigências quanto às competências e habilidades e a alta responsabilidade. Identifica-se que a maioria procura praticar algum tipo de atividade física destacando-se a caminhada. Atividades intelectuais também são apontadas como: leitura e navegação na internet.

Na categoria Auxiliar de Enfermagem identifica-se pouca importância atribuída às atividades físicas. Relataram satisfação pelo trabalho e pela atividade desempenhada no centro cirúrgico, embora consideraram o ritmo de trabalho intenso. Não mencionaram atividades de lazer.

Na categoria Técnico de Enfermagem verifica-se um grau elevado de opiniões negativas sobre a atividade desempenhada atribuída ao ambiente de trabalho, ao ritmo de trabalho, alegando afetar física e psicologicamente suas vidas. Também se constatou que a minoria não pratica atividade física, preferindo descansar em suas casas. Uma maioria utiliza o tempo livre (a folga) para caminhar, andar de bicicleta, dançar, fazer crochê.

Ao analisar os domínios do questionário WHOQOL-100 (físico (I), psicológico (II), nível de independência (III), relação social (IV), meio ambiente (V) e espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais (VI)), foi possível diagnosticar os que causam mais influência na qualidade de vida do ponto de vista dos profissionais participantes do estudo.

Os aspectos Dor e Desconforto (Domínio I), Sentimentos Negativos (Domínio II) e Dependência por Medicação ou de Tratamento (Domínio III), apresentados nas

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Figuras 1 a 3, nas colunas em vermelho, possuem características diferentes dos demais indicadores e são classificados como aspectos negativos, portanto, quanto menores seus valores melhor o aspecto de QV. Os resultados para estes 3 domínios foram muito semelhantes em relação às 3 categorias, destacando-se um baixo valor para o Domínio III (10,94, 20,00 e 11,67, para os Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem, respectivamente), indicando que não há dependência de medicação ou de tratamentos. Em relação à dor e desconforto os grupos também tiveram resultados parecidos e levemente superiores a 50%, apontando certo comprometimento dos profissionais. O aspecto dos sentimentos negativos foi intermediário entre os anteriores mantendo semelhança entre os 3 tipos de profissionais.

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57,81 73,44 70,31 67,19 75,00 79,69 42,19 93,75 70,31 10,94 82,81 81,25 75,00 85,94 67,19 78,13 56,25 60,94 57,81 57,81 46,88 65,63 96,88 71,88 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Energia e fadiga Sono e repous o Sentim entos pos itivos Pens ar, aprender, m em ória e concentração Auto-es tima Imagem corporal e aparência Sentim entos negativos Mobilidade Atividades da vida cotidiana Dependência de m edicação ou de tratamentos Capacidade de trabalho Relações pess oais Suporte (apoio) s ocial Atividade sexual Segurança fís ica e proteção Ambiente no lar Recursos financeiros Cuidados de saúde e s ociais : disponibilidade e qualidade Oportunidades de adquirir novas inform ações e habilidades Participação em , e oportunidades de recreação/lazer Am biente físico: (poluição/ruído/trâns ito/clim a) Trans porte Es piritualidade/religião/crenças pess oais Qualidade de Vida do ponto de vista do avaliado

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52,50 63,75 67,50 57,50 67,50 58,75 46,25 62,50 66,25 20,00 60,00 56,25 61,25 62,50 47,50 72,50 42,50 41,25 57,50 41,25 50,00 61,25 78,75 58,75 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Energia e fadiga Sono e repous o Sentim entos pos itivos Pens ar, aprender, m em ória e concentração Auto-es tima Imagem corporal e aparência Sentim entos negativos Mobilidade Atividades da vida cotidiana Dependência de m edicação ou de tratamentos Capacidade de trabalho Relações pess oais Suporte (apoio) s ocial Atividade sexual Segurança fís ica e proteção Ambiente no lar Recursos financeiros Cuidados de saúde e s ociais : disponibilidade e qualidade Oportunidades de adquirir novas inform ações e habilidades Participação em , e oportunidades de recreação/lazer Am biente físico: (poluição/ruído/trâns ito/clim a) Trans porte Es piritualidade/religião/crenças pess oais Qualidade de Vida do ponto de vista do avaliado

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62,08 67,29 63,96 69,58 73,33 68,96 39,17 78,33 78,54 11,67 83,54 71,46 63,33 68,33 48,54 66,25 49,58 53,33 63,54 50,00 60,21 78,33 75,63 69,17 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Energia e fadiga Sono e repous o Sentim entos pos itivos Pens ar, aprender, m em ória e concentração Auto-es tima Imagem corporal e aparência Sentim entos negativos Mobilidade Atividades da vida cotidiana Dependência de m edicação ou de tratamentos Capacidade de trabalho Relações pess oais Suporte (apoio) s ocial Atividade sexual Segurança fís ica e proteção Ambiente no lar Recursos financeiros Cuidados de saúde e s ociais : disponibilidade e qualidade Oportunidades de adquirir novas inform ações e habilidades Participação em , e oportunidades de recreação/lazer Am biente físico: (poluição/ruído/trâns ito/clim a) Trans porte Es piritualidade/religião/crenças pess oais Qualidade de Vida do ponto de vista do avaliado

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A Tabela 2 apresenta as medidas descritivas obtidas na aplicação do WHOQOL-100, em relação aos aspectos negativos de qualidade de vida por categoria profissional, enfocando os domínios “dor e desconforto”, “sentimentos negativos” e “dependência por medicação ou de tratamento”.

Tabela 2 – Medidas descritivas dos aspectos negativos de qualidade de vida dos profissionais entrevistados

Domínio Aspecto Profissionais Média

Desvio-padrão Mínimo Máximo

Domínio

Físico Dor e desconforto

Enfermeiros 10,75 1,26 11,00 14,00 Auxiliar de Enfermagem 13,40 2,07 11,00 16,00 Técnico de Enfermagem 12,07 2,42 8,00 18,00 Domínio Psicológico Sentimentos Negativos Enfermeiros 10,75 3,77 7,00 14,00 Auxiliar de Enfermagem 11,40 3,13 8,00 16,00 Técnico de Enfermagem 10,27 2,63 5,00 16,00 Nível de independência Dependência por Medicação ou de Tratamento Enfermeiros 5,75 2,87 4,00 10,00 Auxiliar de Enfermagem 7,20 5,07 4,00 16,00 Técnico de Enfermagem 5,87 2,11 4,00 10,00

Os aspectos positivos, representados pelos domínios Autoestima (Domínio II), Capacidade de Trabalho (Domínio III), Relações Pessoais (Domínio IV), Segurança Física e Proteção, Recursos Financeiros, Cuidados de Saúde e Sociais (Domínio V), também estão representados nas Figuras 1 a 3. Para estes domínios, quanto maior os valores dos escores melhor o aspecto de QV. Observa-se que os Enfermeiros possuem escores médios mais elevados, destacando-se as facetas mobilidade e espiritualidade/ religião/ crenças pessoais. De maneira geral, os escores dos Auxiliares de Enfermagem são inferiores aos das duas outras categorias. Fazendo-se uma média geral dos sentimentos negativos por categoria, verifica-se que os Técnicos de Enfermagem possuem valores de 33,8%, seguidos dos

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Enfermeiros com 34,9% e dos Auxiliares de Enfermagem com 41,7%, ou seja, neste quesito a QV dos Auxiliares é mais comprometida.

Em relação aos sentimentos positivos, as médias são 58,5%, 66,4% e 71,4%, para os Auxiliares de Enfermagem, Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros, respectivamente, também apontando valores que indicam pior QV dos Auxiliares. Ao responderem o item “Qualidade de vida do ponto de vista do avaliado”, percebe-se que os Auxiliares tiveram respostas médias de 58,75%, 69,17% para os Técnicos de Enfermagem e 71,88% para os Enfermeiros, mostrando maior descontentamento com sua qualidade de vida ainda dos Auxiliares.

Embora esta categoria tenha mencionado nas questões 7 e 8 que possuem satisfação pelo trabalho e pela atividade desempenhada no centro cirúrgico, também apontaram que consideram o ritmo de trabalho intenso, não mencionaram atividades de lazer e dão pouca importância às atividades físicas, contrastando com as respostas das outras duas categorias. Ainda observou-se que 71% são solteiros ou separados/divorciados e 57% possuem a menor renda familiar (1-3 salários), talvez justificando os resultados encontrados para esta categoria. Tais fatos mereceriam uma investigação extra com estes profissionais, podendo-se conduzi-los a terapias motivacionais, entretanto foge do escopo deste trabalho.

A Tabela 3 apresenta as medidas descritivas obtidas na aplicação do WHOQOL-100 e a Tabela 4 apresenta, resumidamente, os escores referentes aos Domínios apontados por Categoria Profissional.

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Tabela 3 – Medidas descritivas dos aspectos positivos de qualidade de vida dos profissionais entrevistados em percentual

Domínios Profissionais Média

(%) Desvio-padrão Mínimo Máximo

Auto-Estima Enfermeiros 16,00 2,45 14,00 19,00 Auxiliar de Enfermagem 14,80 2,77 11,00 18,00 Técnico de Enfermagem 15,73 1,70 13,00 20,00 Capacidade de Trabalho Enfermeiros 17,25 2,87 13,00 19,00 Auxiliar de Enfermagem 13,60 3,36 10,00 17,00 Técnico de Enfermagem 17,37 2,40 12,00 20,00 Relações Pessoais Enfermeiros 17,00 1,41 15,00 18,00 Auxiliar de Enfermagem 13,00 3,94 7,00 18,00 Técnico de Enfermagem 15,43 2,33 11,00 20,00 Segurança Física e Proteção Enfermeiros 14,75 2,50 12,00 18,00 Auxiliar de Enfermagem 11,60 2,07 9,00 14,00 Técnico de Enfermagem 11,77 1,65 9,00 16,00 Recursos Financeiros Enfermeiros 13,00 2,58 10,00 16,00 Auxiliar de Enfermagem 10,80 1,48 9,00 13,00 Técnico de Enfermagem 12,53 2,48 7,00 18,00 Cuidados de Saúde e Sociais Enfermeiros 13,75 2,99 10,00 15,00 Auxiliar de Enfermagem 13,40 2,4 8,00 13,00 Técnico de Enfermagem 12,07 2,66 5,00 18,00

Tabela 5 – Resumo dos aspectos positivos de qualidade de vida por categoria profissional em percentual Categoria Profissional Sentimentos Positivos Autoestima Capacidade de Trabalho Relações Pessoais Segurança Física e Proteção Recursos Financ. Cuidados de Saúde e Sociais Enfermeiros 70,31 75,00 82,81 81,25 67,19 56,25 60,94 Auxiliar de Enfermagem 67,50 67,50 60,00 56,25 47,50 42,50 57,50 Técnico de Enfermagem 63,96 73,33 83,54 71,46 48,54 49,58 53,33

Assim, com relação à qualidade de vida, tanto o questionário sócio demográfico como o WHOQOL-100 apontam medidas bastante significativas em relação aos aspectos positivos e negativos avaliados. O domínio psicológico (positivo) obteve escores mais altos do que os domínios negativos (I e III). Os

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sentimentos positivos inferem melhores resultados na qualidade de vida, enquanto que os sentimentos negativos a prejudicam.

No que se refere à opinião dos profissionais de enfermagem que atuam no centro cirúrgico, a respeito da influência da sua atividade profissional na sua qualidade de vida, 50% responderam que a atividade profissional influi na sua qualidade de vida, e apontaram que o estresse relacionado ao ambiente, bem como as responsabilidades, obrigações, situações de risco, relacionamentos com a equipe multiprofissional e o tipo de trabalho desenvolvido no centro cirúrgico são fatores estressantes.

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5 DISCUSSÃO

A análise dos dados obtidos neste estudo possibilitou identificar a qualidade de vida da equipe de enfermagem do centro cirúrgico.

Os resultados da pesquisa apontam em relação ao perfil dos entrevistados a predominância do sexo feminino e da categoria Técnico de Enfermagem, confirmando os achados de outras pesquisas ao reafirmarem que as atividades de cuidar dos doentes, sempre estiveram delegadas à figura da mulher4,8.

Os resultados obtidos apontam que o tempo médio de experiência profissional é de 1 a 10 anos (72%). O tempo de serviço encontrado na literatura foi de 1 a 5 anos8.

O WHOQOL-100, instrumento utilizado na pesquisa para medir a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem, possibilitou averiguar um resultado sugestivo de uma boa qualidade de vida, por parte destes profissionais, pois a maioria dos entrevistados percebeu seu trabalho como significativo e relevante.

Porém, evidentemente, a unidade de trabalho pode influenciar na qualidade de vida, inferindo que o trabalho no hospital, particularmente, no centro cirúrgico, acarreta um desgaste tanto profissional quanto emocional, podendo prejudicar a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem4.

Neste quesito, os resultados apontam no cotidiano hospitalar a presença de um grande contingente de trabalhadores na área de enfermagem, que no seu trabalho diário deparam-se com dificuldades inerentes ao seu processo de trabalho e a sua própria subjetividade.

Segundo Beck38 as situações vivenciadas pelos profissionais de enfermagem ao cuidar de pacientes que requerem cuidados, tanto físico, quanto emocional, ficam expostos a riscos de ordem física e psíquica. Estas situações de risco têm um significado personalizado para cada trabalhador, com um mecanismo de defesa também particular.

Outro resultado desses aspectos revelado pela pesquisa é a satisfação e insatisfação presente no cotidiano dos trabalhadores, sendo importante na qualidade de vida e trabalho. Positivamente o trabalho de enfermagem predispõe a formação de mecanismos de defesa, de resistência de enfrentamento, com os quais os trabalhadores buscam um relativo equilíbrio para a execução de suas tarefas.

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A assistência em enfermagem é uma atividade desgastante e estressante, devido envolver o convívio diário com o sofrimento alheio, exigir constante atualização e habilidades manuais, haver permanente cobrança de responsabilidades, manter bom relacionamento com a clientela e com a equipe multiprofissional, submeter-se a políticas que restringem a sua atuação com a falta de recursos humanos e materiais4,8,12.

Estas condições de trabalho também foram apontadas pelos profissionais de enfermagem participantes do estudo, com destaque para as categorias Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, que se referiram a uma insatisfação no trabalho, que vem afetar diretamente estes profissionais e sua qualidade de vida no trabalho. Apontaram como fatores estressantes relacionados ao ambiente de trabalho: a carga horária, o grau elevado de exigências quanto às competências e habilidades, a alta responsabilidade e o ritmo de trabalho, alegando afetar física e psicologicamente suas vidas.

Estudos relatam que a falta de descanso e de entretenimento, na maioria das vezes, desencadeiam o estresse que é considerado um problema negativo, de natureza perceptiva, resultante da incapacidade de lidar com as fontes de pressão no trabalho. O estresse no trabalho, outro fator a ser considerado no aspecto patológico da saúde mental, provoca consequências, principalmente sob a forma de problemas na saúde física e mental e na satisfação no trabalho, comprometendo a qualidade de vida4,8,14,30.

Dessa maneira, cada trabalhador que atua no centro cirúrgico enfrenta a presença de fatores de risco pertinentes ao ambiente, que desencadeia um certo grau de frustração e descontentamento em relação à responsabilidade e exercício profissional, afetando de certa forma sua qualidade de vida. Pois esta equipe de enfermagem possui características próprias de uma unidade fechada com rigorosas técnicas assépticas, e com atividades que vão desde a aquisição, manuseio e manutenção de equipamentos específicos à assistência ao paciente no pré, intra e pós-operatório4.

Alguns setores do hospital são considerados mais desgastantes do que outros, pela maior carga de trabalho, e dentre estes, está o centro cirúrgico. Com a finalidade de prevenir infecções o centro cirúrgico tornou-se um setor fechado e de rigorosas técnicas asséptica que devem ser constantemente observadas. Essa peculiaridade de setor fechado restringe o indivíduo da interação social e, portanto, é

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considerado como fator ambiental que por si só, traz desgaste físico e mental dos profissionais que ali atuam4,8,9,14,30.

Neste sentido deveria considerar as necessidades individuais destes trabalhadores bem como sua capacidade de enfrentamento, adaptação e reação nas diferentes dimensões da vida pessoal, social e profissional, uma vez que cada indivíduo traz consigo diferentes maneiras de lidar com situações conflitantes.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Objetivando investigar a qualidade de vida de profissionais de enfermagem que atuam especificamente nos centros cirúrgicos de hospitais de Campo Mourão-PR, este estudo, apresentou resultados que propiciam uma série de reflexões sobre a qualidade de vida destes profissionais.

O questionário WHOQOL-100, sendo um dos modelos mais utilizados no Brasil por melhor se adaptar a nossa cultura, mostrou-se um instrumento adequado para avaliar a qualidade de vida destes profissionais, sendo complementado com o emprego do questionário sócio demográfico.

Os resultados mostram escores altos, para os aspectos positivos e mais baixos para os negativos, indicando que os profissionais de enfermagem do centro cirúrgico que participaram deste estudo possuem um bom nível de qualidade de vida, estando de acordo com as recomendações da OMS de que o perfil de QV é definido pelos escores obtidos do questionário WHOQOL-100. Também se verificou que os piores resultados do instrumento de QV foi para a categoria dos Auxiliares de Enfermagem.

Dessa maneira, os resultados apontados indicam que:

1) Qualidade de vida tem conotações muito importantes a serem exploradas e aprofundadas, especialmente em relação aos profissionais de enfermagem lotados no centro cirúrgico.

2) O conhecimento acerca da qualidade de vida destes profissionais se faz importante por proporcionar subsídios para que possam ser criadas ações promotoras de saúde, afim de que se melhore a qualidade de vida dos clientes deste extrato populacional.

3) É necessário que o homem se realize naquilo que faz, sinta-se satisfeito com a atividade escolhida, de modo que a mesma possa atender à expectativa de cada um.

Portanto, de posse dessas informações, percebe-se que ainda existe uma lacuna acerca da temática qualidade de vida, sendo necessário o desenvolvimento de novas pesquisas e estudos direcionados a esse grupo de trabalhadores, que se traduzam no desejo pela melhoria da vida dos mesmos.

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7 REFERÊNCIAS

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APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO

Questionário de pesquisa de campo elaborado pela Mestranda com base na literatura. Os dados serão utilizados para pesquisa e elaboração de Dissertação de Mestrado em Odontologia - Área de concentração: Saúde coletiva, da Universidade Sagrado Coração - Bauru/SP.

Observação: Não será necessária a sua identificação. Responsável: Márcia de Carvalho.

1. Data de preenchimento do questionário ___/___/___. Horário ___:___ Município ____________________________ PR. 1.1 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 1.2 Idade:____________. 1.3 Estado Civil: ( ) Solteiro

( ) Relação conjugal estável ( ) Separado ( ) Divorciado ( ) Viúvo 1.4 Tem filhos? ( ) Sim ( ) Não ( ) Quantos ( ) Feminino ( ) Masculino 1.5 Você se considera: ( ) Indígena ( ) Pardo ( ) Amarelo ( ) Mulato ( )Branco ( ) Negro

1.6 Com quem você mora? ( ) Cônjuge

( ) Cônjuge e Filhos ( ) Filhos

( )Sozinho 2. Escolaridade:

( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Superior Completo

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( ) Ensino Superior Incompleto 3. Faixa salarial:

( ) 1 a 3 Salários Mínimos. ( ) 4 a 5 Salários Mínimos. ( ) 1 a 10 Salários Mínimos. ( ) Acima de 10 Salários Mínimos. 3.1 Renda Familiar:

( ) 1 a 3 Salários Mínimos. ( ) 4 a 5 Salários Mínimos. ( ) 6 a 10 Salários Mínimos. ( ) Acima de 10 Salários Mínimos. 4. Profissão:

___________________________________________________________________. 4.1 Função ou Cargo atual que exerce:

___________________________________________________________________. 4.2 Há quanto tempo trabalha em sua atual profissão?

___________________________________________________________________. 4.3 Além de sua função específica, desempenhou ou desempenha outras atividades no seu trabalho?

( ) Sim ( )Não Se sim, quais as atividades?

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________. 4.4 Participou de cursos de capacitação nos últimos 6 meses para a atividade que exerce?

( ) Sim ( ) Não

4.5 Tempo de serviço total: ___________________________ anos 4.6 Qual sua jornada de trabalho?

( ) Matutina ( ) Vespertina ( ) Noturna 4.7 Quantas horas de sono você tem por dia?

____________________________________

5. Esteve afastado do trabalho nos últimos 2 anos, por algum motivo de doença? ( ) Sim

( ) Não

Se sim qual o tipo de doença?

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

Referências

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