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Vencendo os obstáculos

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Academic year: 2021

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Texto

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Vencendo os obstáculos

Texto bíblico – Neemias 4.10: Enquanto isso, o povo

de Judá começou a dizer: “os trabalhadores já não têm mais forças e ainda há muito entulho. Por nós mesmos não conseguiremos reconstruir o muro”.

Os fatos descritos no livro de Neemias ocorreram no período compreendido entre 444 e 400 anos a. C, período este em que os Judeus haviam retornado do exílio na Babilônia, após o decreto do Rei Ciro, para que edificassem o templo, e estavam tentando restabelecer a sua comunidade.

Entretanto, após retornarem para Jerusalém e reconstruírem o templo, as muralhas defensivas da cidade permaneciam em ruínas. Neemias foi o homem que se encarregou de tocar essa obra.

O texto que lemos relata que, durante a reconstrução dos muros, surgiu um empecilho para a continuação da obra: Os entulhos eram muitos e eles não podiam avançar na reconstrução. Esse problema trouxe desânimo para os trabalhadores judeus, vez que não viam como continuar a obra, além, obviamente, de estarem correndo o risco iminente de serem alvos fáceis dos inimigos.

Neste ponto há que ser dito que já havia se passado quase cem anos anos desde o retorno do povo para Jerusalém e o único progresso tinha sido a reconstrução do templo (que, aliás, era bem menor que o anterior), pois quando tentavam reconstruir os muros, os povos vizinhos os intimidavam ou obtinham embargos da obra (determinados pela corte da Pérsia). O livro de Esdras relata, no capítulo quarto, que os judeus estavam reedificando a cidade e restaurando os muros, quando foram acusados de serem rebeldes e obrigados a pararem a reconstrução:

11. Eis o teor da carta endereçada ao rei Artaxerxes: 12. Teus servos, os homens daquém do Eufrates e em tal tempo. Seja do conhecimento do rei que os judeus que subiram de ti vieram a nós a Jerusalém. Eles estão reedificando aquela rebelde e malvada cidade e vão reestruturando os seus muros e reparando os seus fundamentos.

13. Saiba ainda o rei que, se aquela cidade se reedificar, e os muros se restaurarem, eles não pagarão os direitos, os impostos e os pedágios e assim causarão prejuízos ao rei.

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(...)

17. Então respondeu o rei: A reum, o comandante, a Sinsai, o escrivão, e a seus companheiros que habitam em Samaria, como aos restantes que estão além do Eufrates: Paz!

(...)

21. Agora, pois, dai ordem a fim de que aqueles homens parem o trabalho e não se edifique aquela cidade, a não ser com autorização minha. (Esdras 4.11-13; 17; 21)

Ou seja, durante anos eles foram impedidos de retomarem a reconstrução dos muros. Agora, quando, finalmente, estavam reconstruindo aqueles muros, além da oposição dos inimigos, surgiram os entulhos trazendo desânimo para o povo. Só que desta vez Neemias não permitiu que aquele sentimento prevalecesse e reorganizou a obra de tal forma que todos trabalhavam e se defendiam ao mesmo tempo, o que permitiu a conclusão daquela muralha em apenas cinquenta e dois dias, como podemos ler no relato constante no livro em comento:

Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinquenta e dois dias (Neemias 6.15). Muitas vezes, situações semelhantes a vivida por Neemias ocorrem nas nossas vidas, e nos levam ao comodismo, à desistência, pois é melhor continuar na zona de conforto do que enfrentar os desafios que se levantam na caminhada. São armadilhas que visam nos fazer desistir dos nossos objetivos.

A reconstrução é sempre mais difícil do que construção. Implica em convivência do novo com o velho; do sonho com a realidade.

Na obra de reconstrução dos muros de Jerusalém, como lemos, em determinado momento a realidade se tornou maior que o sonho. Os entulhos eram muitos e desanimaram o povo.

Neemias poderia ter se acomodado já que o seu povo havia retornado à pátria. Apesar dos muros caídos e da iminência de ataques, “o que viesse seria lucro”. Mas, NÃO! Ele foi impulsionado para reconstruir os muros e sabia que a boa mão de Deus era com ele (2.8).

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Por causa dos obstáculos surgidos, foi necessário reorganizar a obra e traçar uma estratégia na qual o comodismo e a ideia de que “o que viesse seria lucro” não tomassem o sentimento do povo.

A exemplo do povo judeu, há muitas pessoas que estão vivendo esse dilema. Nova criatura, nova vida, sonhos grandes. Entretanto, há entulhos em suas vidas que as incentivam ao comodismo; a não lutarem pela mudança; a desistirem de avançar em seus projetos.

Que entulhos são esses? Inúmeros! A título de exemplo, vejamos alguns, de forma exemplificativa, e não exaustiva.

Medo – Muitos não conseguem se desvencilhar dos “se’s”; Isto os torna medrosos,

covardes, e, consequentemente, prestes à desistência. A própria nação israelita, anos antes, quase sucumbiu diante dos Filisteus, vez que todos (inclusive o rei) tinham medo do gigante Golias:

Ouvindo Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, espantaram-se e temeram muito (1º Samuel 17.11) O medo nos aprisiona; nos cega. Nos impede de vislumbrar as oportunidades que se colocam diante de nós. Não nos permite ver os caminhos que Deus abre para nós. É um entulho que precisa ser removido.

Despreparo. Quantos não têm perdido oportunidades na vida porque não estão

preparados para as mesmas? Devemos nos lembrar que as oportunidades nem sempre se sucedem. A maior falácia que existe é aquela de que “querer é poder”. Todas as pessoas que eu conheço querem alguma coisa. Entretanto, a maioria não pode, porque, simplesmente, são despreparadas, pois a preparação exige esforço, abdicação, comprometimento com o objetivo. Querer não é poder! Os nossos desejos não têm o poder de nos fazer vencer. É preciso estar preparado para tal. Lemos, no relato da vitória de Davi contra Golias, que o que motivou ele a enfrentar aquele gigante foi a preparação que ele teve, anos antes, no embate com animais ferozes:

34. Respondeu Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; quando veio um leão ou um urso e tomou um cordeiro do rebanho,

35. eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei.

36. O teu servo também matou tanto o leão como o urso; este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo (1º Samuel 17.34-36)

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O despreparo é fruto, muitas vezes, da acomodação. Em alguns casos, somos tirados da zona de conforto para que decidamos nos preparar para seguir além. Portanto, se quisermos vencer obstáculos, precisamos estar preparados para tanto.

Independência de Deus – Este é o maior dos entulhos. Muitos acham que devem ter uma

“mãozinha” do destino, uma boa dose de sorte para vencer na vida e seguem nos seus projetos sem dependerem de Deus. Observemos o que diz o Livro de Provérbios:

A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão (Provérbios 16.33).

A nossa sorte quem faz é Deus! Portanto, devemos viver uma vida de obediência a Ele para que possamos ser merecedores de uma vida de sucesso. Devemos viver na dependência Dele, sempre!

No caso de Neemias, antes de tomar a decisão de rumar para Jerusalém, a fim de reconstruir os muros – e ser bem sucedido nessa reconstrução – ele consultou Deus. Observe o que ele fez após ouvir o relato de que Jerusalém estava desprotegida:

Tendo ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus (Neemias 1.4).

O que nos faz seguir em frente, vencendo os obstáculos, recuperando-nos diante das adversidades, não é a nossa própria força, nem a nossa capacidade de reação. Também não é o nosso preparo intelectual ou empírico (em muitos casos, este nos leva a independência de Deus).

Conhecimentos e preparação são bons – e devem ser buscados. Capacidade de reação é muito bom – e deve ser exercitada. Mas nada disso é eficiente se não estivermos na dependência total de Deus. É Ele quem nos conduz à frente; quem nos impulsiona a dar um passo a mais, mesmo quando tudo parece conspirar contra nós.

Muitas vezes Deus nos leva à reconstrução de nossas vidas, a exemplo do que fez com o Seu povo. No entanto, os entulhos ajuntados ao longo da caminhada nos impedem de continuar a reconstrução.

Provavelmente, muitos tenham planos para as suas vidas. Planos, que, muitas vezes, serão colocados de lado logo que houver a deparação com o primeiro obstáculo – que, muitas vezes, é fruto desses entulhos.

Neemias é um bom exemplo de como não desistir! Sobretudo, porque ele era obediente a Deus e, por tal razão, a boa mão de Deus era com ele.

Se desejamos ser bem sucedidos nos nossos projetos; se querermos enfrentar os obstáculos com ampla capacidade de recuperação, devemos retirar esses entulhos – ou outros que aqui não foram citados – de nossas vidas e vivermos uma vida de total

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dependência de Deus. Aí sim, veremos que é possível ir adiante com absoluta chance de vencermos as batalhas que enfrentamos ou as que viermos a enfrentar.

Referências

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