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4ª Reunião de Ministros de Agricultura e do Desenvolvimento Agrário do BRICS. DISCURSO DA MINISTRA KÁTIA ABREU Brasília, 13 de março de 2015

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

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4ª Reunião de Ministros de Agricultura e do Desenvolvimento Agrário do BRICS

DISCURSO DA MINISTRA KÁTIA ABREU Brasília, 13 de março de 2015

Excelentíssimo Senhor Ilya Shestakov, Vice-Ministro da Agricultura da Rússia Excelentíssimo Senhor Radha Mohan Singh, Ministro da Agricultura da Índia Excelentíssimo Senhor Yu Kangzhen, Vice-Ministro da Agricultura da China Excelentíssimo Senhor Senzeni Zokwana, Ministro da Agricultura, Florestas e Pesca da África do Sul

Excelentíssima Senhora Candith Mashego-Dlamini, Vice-Ministra da Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural da África do Sul

Excelentíssimo Senhor Patrus Ananias, Ministro do Desenvolvimento Agrário do Brasil

Prezado Embaixador Flávio Damico, Diretor do Departamento de Mecanismos Inter-regionais do Ministério das Relações Exteriores

Prezadas senhoras e senhores dos ministérios e outras instituições aqui representadas.

Bem-vindos ao Brasil e a esta reunião.

É uma honra e motivo de imensa satisfação para todos nós do Ministério da Agricultura e do Governo brasileiro, recebê-los em Brasília para realizarmos a IV Reunião de Ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário do BRICS.

A ilustre presença de Vossas Excelências neste encontro é uma demonstração inequívoca da importância que os seus ministérios e países atribuem a este Foro. Da mesma forma, a participação dos representantes das demais instituições presentes nesta reunião demonstra também a grande relevância que atribuem ao que discutiremos. Agradeço portanto, em nome da Presidenta Dilma Rousseff, do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil,

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do Ministério das Relações Exteriores e do nosso Ministério da Agricultura, a valiosa participação de todos os senhores nesta reunião.

Os propósitos centrais do nosso encontro são: rever o processo de cooperação e coordenação desenvolvido por nossos Ministérios no âmbito do BRICS durante o período transcorrido após a última reunião que tivemos; e definir o caminho a seguir para fortalecer a nossa parceria e executar as atividades acordadas. Dados estes objetivos, as discussões envolverão por um lado, um exame dos avanços alcançados na execução do Plano de Ação 2012-2016 e por outro, estabelecer ações para reforçar as atividades em curso.

A meu ver, a cooperação que temos desenvolvido no âmbito deste Foro tem produzido bons frutos para o fortalecimento de nossas agriculturas, para o bem estar das sociedades de nossos países, e para a segurança alimentar nacional e global. Uma evidência deste fato é o extraordinário desempenho do comércio agropecuário intrabloco.

A corrente de comércio de produtos agrícolas entre os países do BRICS cresceu a uma taxa média anual de 12% durante o período 2010-2013 passando de USD 40 bilhões para USD 64 bilhões. Este resultado, que reflete a complementariedade entre nossas agriculturas, foi alcançado, em parte, como consequência das negociações realizadas pelos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário de nossos países. A este respeito, recordo com satisfação, as frutíferas ações de cooperação e troca de experiências entre os serviços veterinários e fitossanitários de nossos países, assim como a excelente cooperação entre as áreas de biotecnologia.

O desempenho da corrente de comércio agropecuário entre os nossos países resulta também do importante aumento da produção agrícola do BRICS. Segundo dados da FAO, a produção de cereais deste bloco expandiu durante todos os anos do período 2010-2013 aumentando de aproximadamente 900 milhões de toneladas para um pouco mais de um bilhão. Esta expansão corresponde a uma taxa de crescimento média anual de 4,5%, a qual supera a registrada durante o mesmo período pelo conjunto dos demais países do mundo, ou seja, 2,8%.

Desempenho semelhante foi registrado pelo setor de carnes do BRICS no período 2010-2013. Especificamente, a produção de carnes bovina, suína e de aves do bloco cresceu a uma taxa média anual de 3,1% enquanto a do resto do mundo foi de 1,2%.

Como resultado da expansão da produção de cereais e de carnes do BRICS no período 2010-2013, a participação desse bloco na produção mundial dos produtos mencionados foi de aproximadamente 38% e 40%, respectivamente. Estes dados demonstram a relevância da agricultura de

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nossos países no contexto mundial e a sua significativa contribuição para a segurança alimentar nacional e global. Portanto, é com muita razão que o último relatório da FAO sobre a situação de segurança alimentar no mundo salienta o avanço substancial ocorrido no âmbito do BRICS com relação a está importante variável.

Prezados colegas, conforme assinalei, temos alcançado resultados importantes como fruto da nossa cooperação. Entretanto, temos ainda um potencial significativo de colaboração a ser explorado em benefício dos objetivos deste bloco, do fortalecimento de nossa parceria e da execução do Plano de Ação 2012-2016. Nesse sentido, dados os efeitos distorcivos que os subsídios às exportações causam ao comércio internacional, sublinho a relevância de continuarmos apoiando as negociações na OMC para a eliminação do uso deste instrumento de política comercial.

Com o intuito de garantirmos acesso a mercados, evitando barreiras não tarifárias, destaco também a importância de seguirmos utilizando como fundamento e base de nossas medidas comerciais, as normas, diretrizes e recomendações elaboradas pelos organismos internacionais de referência, reconhecidos pelo Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio.

Ainda no campo do comércio internacional, proponho intensificarmos acordos já existentes no âmbito do BRICS e iniciarmos outros com o objetivo de facilitar maior acesso aos mercados do bloco e assim melhorar o equilíbrio comercial agrícola entre nossos países.

Ademais, recordo que infelizmente vários países com fortes setores agrícolas, ainda utilizam medidas de apoio doméstico que afetam negativamente o fluxo comercial de produtos agropecuários. Como sabemos, as negociações multilaterais têm como objetivo aplainar o nível de desigualdade entre os países, melhorar o acesso a mercados, e reduzir o nível de distorção ocasionado por medidas de apoio interno. Portanto, é fundamental que tais negociações levem em consideração o uso inadequado de instrumentos de apoio doméstico.

Em relação ao Plano de Ação 2012-2016, particularmente em referência ao tema sob responsabilidade do Brasil, isto é, “desenvolvimento de estratégia para assegurar o acesso aos alimentos para populações vulneráveis”, proponho em nome do Governo, darmos continuidade às atividades em curso através da realização de um seminário internacional no Brasil, em 2016, sobre políticas agrícolas que contribuam para ampliar a classe média rural, enquanto reduz a incidência de pobreza nas regiões rurais. Ao mesmo tempo, serão iniciativas destinadas a fortalecer a segurança alimentar, mediante maior renda e produção agropecuária.

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A troca de conhecimentos e experiências é uma ferramenta efetiva para enriquecer o processo de formulação de medidas em diferentes áreas. Obviamente não há uma solução única, porém podemos aprender com as políticas de sucesso de outros países e adaptá-las ao contexto local. Portanto, um seminário com este objetivo poderia contribuir para a definição de estratégias que busquem favorecer a transição de grupos rurais pouco integrados à economia do setor rural para passar a fazer parte de uma classe social de maior renda e produção agrícola, e consequentemente, com melhor nível de segurança alimentar.

Hoje o Brasil tem mais de 5 milhões de produtores, sendo 70% nas classes D e E, 6% nas classes A e B, e apenas 15%, algo em torno de 800 mil produtores, na classe C. A meta do Ministério da Agricultura é dobrar a Classe Média rural nos próximos quatro anos, a classe C. Isto significa facilitar a transição de mais de 800 mil estabelecimentos das Classes D/E para a Classe C. Esse desafio envolve, entre outros aspectos, melhorar o nível tecnológico, a assistência técnica e o acesso ao crédito rural para propiciar o aumento da renda e da produção de tais produtores.

A situação existente no setor rural brasileiro é em certa medida, similar a observada nos vossos países. Portanto, seria de grande utilidade para os nossos governos e a sociedade em geral, refletirmos juntos sobre políticas que facilitem a transição de produtores de uma classe de renda menor para uma relativamente mais elevada. Este avanço socioeconômico é sem dúvida alguma, um fator positivo para o fortalecimento da segurança alimentar e nutricional.

Com relação à promoção de investimentos entre os nossos países, tema de grande importância do Plano de Ação 2012-2016 e conduzido sob a liderança da Rússia, propomos a realização de um evento sobre investimentos estrangeiros no agronegócio. O encontro propiciaria a apresentação, por cada país, de oportunidades de captação de investimentos externos nos diversos setores e nos diferentes elos da cadeia produtiva do agronegócio, conforme as aspirações de cada membro. Esta atividade poderia ocorrer em data e local a serem acordados pelos nossos ministérios, e contaria com a participação de representantes dos Governos e do empresariado dos países membros do BRICS.

Por fim, ainda em relação ao Plano de Ação 2012-2016, em particular ao tocante à cooperação em tecnologia e inovação agropecuária, vejo a necessidade de ampliarmos ainda mais, os esforços que estamos fazendo nesta área. Como exemplo, no caso do Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem desenvolvido ações de cooperação com a Academia Chinesa de Ciências Agrárias (CAAS) através do seu Laboratório

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Virtual LABEX, instalado em 2013 naquele país. É do nosso interesse realizarmos atividades de cooperação em tecnologia e inovação agropecuária com os demais países do BRICS.

Prezados colegas, alcançamos resultados significativos nos últimos anos, porém temos um importante caminho a percorrer para continuarmos perseguindo os objetivos deste bloco e consolidar ainda mais a cooperação entre nossos países. Dado este contexto, agradeço o empenho que Vossas Excelências Ministros e Vice-Ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário têm dedicado para o êxito do Plano de Ação 2012-2016. Ao mesmo tempo, convido-os a não só continuarmos com estes esforços como também a intensificá-los.

Muito obrigada a todos pela presença e pelas contribuições para alcançarmos os objetivos desta reunião. Bem-vindos novamente.

Referências

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