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Tamanho de parcela em nabo forrageiro semeado a lanço e em linha

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Academic year: 2021

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Tamanho de parcela em nabo forrageiro semeado a lanço e em

linha

Alberto Cargnelutti Filho1 Cláudia Burin2 Marcos Toebe3 André Luis Fick2 Giovani Facco4

1 - Introdução

O nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) é uma planta eficiente em cobrir rapidamente o solo, em produzir alta quantidade de massa verde e, ainda, auxilia a ciclagem de nutrientes [3]. Essa cultura é importante para a implantação do sistema de semeadura direta, com características mais conservacionistas do solo.

Ao planejar um experimento, em campo, é importante dimensionar o tamanho ótimo de parcela para que os tratamentos sejam avaliados com precisão desejada. A estimação do tamanho ótimo de parcela pode ser realizada a partir de dados obtidos em ensaios sem tratamentos denominados ensaios de uniformidade ou experimentos em branco [5] e [6].

O método da curvatura máxima do modelo do coeficiente de variação (CMCV), proposto por [4], é utilizado para determinar o tamanho ótimo de parcelas experimentais. Em relação ao método da curvatura máxima modificada [2], que é comumente utilizado para a estimação do tamanho ótimo de parcela, o CMCV apresenta, como principal vantagem, o fato de não ser necessário planejar parcelas de diferentes tamanhos por meio do agrupamento dos dados das unidades experimentais básicas adjacentes. No método CMCV, a partir dos dados das unidades experimentais básicas de um ensaio de uniformidade, são estimadas a autocorrelação espacial de primeira ordem, a variância e a média e, após, é determinado o tamanho ótimo de parcela.

Com base na massa verde de nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) obtida em 3.456 unidades experimentais básicas (UEB) de 0,5 m × 0,5 m (0,25 m2), [1] utilizaram o método da

1

Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: alberto.cargnelutti.filho@gmail.com

2 Curso deEngenharia Florestal, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. 3

Programa de Pós-graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

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curvatura máxima do modelo do coeficiente de variação e determinaram o tamanho ótimo de parcela que foi de 4,82 UEB de 0,25 m2 (1,20 m2). No entanto, para experimentos com nabo forrageiro semeado a lanço e em linha, o tamanho ótimo de parcela determinado a partir de UEB maiores (1,0 m × 0,5 m), não é conhecido. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o tamanho ótimo de parcela, a fim de avaliar a massa verde de nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), semeado a lanço e em linha.

2 - Material e Métodos

Foram conduzidos dois ensaios de uniformidade (experimentos em branco) com a cultura de nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) na área experimental do Departamento de Fitotecnia, da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul, a 29º42'S, 53º49'W e a 95 m de altitude. Os dois ensaios, de tamanho 15 m × 15 m (225 m2) foram distanciados na área experimental a 5 m. Em ambos, a semeadura de nabo forrageiro foi realizada em 10/06/2010. No primeiro ensaio a semeadura foi realizada a lanço e a densidade foi de 150 plantas por m2. No segundo ensaio a semeadura foi realizada em linhas com um total de 75 fileiras de 15 m de comprimento, espaçadas de 0,20 m. Nesse ensaio a densidade foi ajustada para 15 plantas por metro linear (75 plantas por m2). Em ambos os ensaios a adubação de base foi de 30 kg ha-1 de N, 150 kg ha-1 de P2O5 e 150 kg ha-1

de K2O. Aos 28 dias após a emergência, foram aplicados 100 kg de N ha-1.

Em cada ensaio de uniformidade, a área central de tamanho 12 m × 12 m (144 m2) foi dividida em 288 unidades experimentais básicas (UEB) de 1,0 m × 0,5 m (0,50 m2), formando uma matriz de 12 linhas e 24 colunas. Aos 90 dias após a semeadura, na fase de pleno florescimento do nabo forrageiro, em cada UEB, foram cortadas as plantas, junto à superfície do solo, e pesada a massa verde, em gramas.

Em cada ensaio de uniformidade, a partir da massa verde das 288 unidades experimentais básicas, foi estimada a autocorrelação espacial de primeira ordem (p), a variância (s2) e a média (m). A estimativa de p foi obtida no sentido das colunas, conforme metodologia de [4], ou seja, adotou-se a seguinte caminhamento: iniciou-se a sequência na linha 1 coluna 1 até linha 12 coluna 1 e retornou-se a partir da linha 12 coluna 2 até chegar na linha 1 coluna 2, e assim sucessivamente até finalizar a sequência na linha 1 coluna 24. Em seguida, foi determinado o tamanho ótimo de parcela (Xo) por meio do método da curvatura máxima do modelo do coeficiente de variação por meio da expressão

m m s ) p 1 ( 2 10 o Xˆ 3 2 2 

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[4]. Após, foi determinado o coeficiente de variação no tamanho ótimo de parcela (CV), em

percentagem, por meio da expressão 100

o Xˆ /m s ) p (1 CV 2 2 2   [4]. As análises estatísticas

foram realizadas com o aplicativo Office Excel.

3 - Resultados e Discussão

A massa verde de nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), no pleno florescimento, na área onde foram avaliadas as 288 unidades experimentais básicas (UEB), semeadas a lanço, oscilou entre 17.560 kg ha-1 e 46.700 kg ha-1 e a média foi de 31.200 kg ha-1. O coeficiente de variação entre as 288 UEB foi de 19,67%. Na área onde foram avaliadas as 288 UEB, semeadas em linha, a massa verde variou entre 20.500 kg ha-1 e 41.180 kg ha-1, a média foi de 30.624 kg ha-1 e o coeficiente de variação foi de 13,73%. Esses resultados revelam ampla variabilidade entre as UEB, nos dois ensaios de uniformidade, o que é particularmente importante para o estudo de tamanho ótimo de parcela, pois refletem condições reais de áreas de campo. Aliado a isso, o bom desenvolvimento das plantas oferece credibilidade desses dados para o estudo proposto. Ainda os resultados sugerem que para um mesmo tamanho de parcela, experimentos com semeadura em linha seriam mais precisos (menores coeficientes de variação) que experimentos com semeadura a lanço.

No ensaio de uniformidade com semeadura a lanço, as estimativas da autocorrelação espacial de primeira ordem (p), da variância (s2) e da média (m), com base nas 288 UEB, foram, respectivamente, 0,396349; 94.201,84 gramas2 e 1.559,98 gramas por 0,5 m2. A partir dessas estimativas, o tamanho ótimo de parcela (Xo) determinado por meio do método da curvatura máxima do modelo do coeficiente de variação [4] foi de 4,03 UEB e o coeficiente de variação no tamanho ótimo de parcela (CV) foi de 9,00%. Já no ensaio de uniformidade com semeadura em linha as estimativas foram as seguintes: p = 0,085621; s2 = 44.180,83 gramas2; m = 1.531,18 gramas por 0,5 m2; Xo = 3,34 UEB; e CV = 7,48%. Então, pode-se inferir que o tamanho ótimo de parcela (Xo) para avaliar a massa verde de nabo forrageiro, quando semeado a lanço, é de 4,03 UEB de 0,5 m2 (2,02 m2), e quando semeado em linha é de 3,34 UEB de 0,5 m2 (1,67 m2). Esses tamanhos de parcela são superiores ao encontrado por [1].

Na prática, esses resultados sugerem que experimentos de nabo forrageiro, semeados em linha, devem ser preferidos, pois são vantajosos em relação aos semeados a lanço devido aos seus menores valores de Xo e CV. Menor tamanho ótimo de parcela permite, em uma

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mesma área experimental, aumentar o número de repetições, e, como consequência, melhorar a precisão experimental. Além disso, o menor coeficiente de variação no tamanho ótimo de parcela determinado quando a semeadura foi em linha (CV = 7,48%) indica que as plantas, nesse ensaio de uniformidade, apresentaram menor variabilidade quando comparadas as plantas do ensaio com semeadura a lanço (CV = 9,00%).

4 - Conclusão

O tamanho ótimo de parcela para avaliar a massa verde de nabo forrageiro (Raphanus

sativus L.) quando semeado a lanço, é de 4,03 UEB de 0,5 m2 (2,02 m2), e quando semeado em linha é de 3,34 UEB de 0,5 m2 (1,67 m2).

5 - Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão de bolsa aos autores. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) pelo auxílio financeiro.

6 - Referências

[1] CARGNELUTTI FILHO, A.; TOEBE, M.; BURIN, C.; FICK, A.L.; CASAROTTO, G.

Tamanhos de parcela e de ensaio de uniformidade em nabo forrageiro. Ciência Rural, v.41, p.1517-1525, 2011.

[2] MEIER, V.D.; LESSMAN, K.J. Estimation of optimum field plot shape and size for testing yield in Crambe abyssinica Hochst. Crop Science, v.11, p.648-650, 1971.

[3] OHLAND, R.A.A.; SOUZA, L.C.F.; HERNANI, L.C.; MARCHETTI, M.E.;

GONÇALVES, M.C. Culturas de cobertura do solo e adubação nitrogenada no milho em plantio direto. Ciência e Agrotecnologia, v.29, p.538-544, 2005.

[4] PARANAÍBA, P.F., FERREIRA, D.F.; MORAIS, A.R. Tamanho ótimo de parcelas

experimentais: Proposição de métodos de estimação. Revista Brasileira de Biometria, v.27, p.255-268, 2009.

[5] RAMALHO, M.A.P.; FERREIRA, D.F.; OLIVEIRA, A.C. Experimentação em genética

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[6] STORCK, L.; GARCIA, D.C.; LOPES, S.J.; ESTEFANEL, V. Experimentação vegetal.

Referências

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