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Editorial. Ficha técnica

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Academic year: 2021

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NEPInforma

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Informação é o resultado do processo de organização, classificação, condensação e interpretação de dados e, de uma forma geral, representam instrumentos de transformação social e política.

As informações se constituem ferramentas essenciais ao monitoramento, avaliação e planejamento das ações e ao mesmo representam valiosos instrumentos de controle social e democratização da gestão. Dessa forma, uma mesma informação, a depender de quando, como e quem a usa, poderá otimizar o uso dos recursos, orientar a promoção e o cuidado em saúde e fortalecer a cidadania.

Para isso, é fundamental que aqueles que tomam decisões trabalhem junto com que aqueles que gerenciam as informações buscando adequá-las às missões ou projetos de cada setor, de cada clínica ou de cada município, sob o risco de desperdício de tempo, de tecnologia e/ou desconforto no (des) uso das informações produzidas.

É com esse sentimento que se constrói o este boletim. São dados que vêm sendo coletados, criticados e investigados e transformados em informações desde a criação do Núcleo de Epidemiologia em 2001 (Portaria no 18/2001-1.05HC), agora Núcleo de Epidemiologia e Informações Hospitalares do Hospital das Clínicas - NEPI-HC.

O NEPInforma nº 1 chega com muitos desafios, sendo o mais importante de todos, reapresentar o Hospital das Clinicas ao próprio hospital sob a forma de indicadores simples e acessíveis, e assim, contribuir para uma reflexão sobre a resolubilidade desta Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) integrada à rede SUS. A partir desse reconhecimento, buscar-se-á estabelecer uma linha de base para o monitoramento dos indicadores epidemiológicos e hospitalares e fortalecer

a democratização do conhecimento.

O NEPInforma (nº 1) está organizado de acordo com os sistemas de informações epidemiológicas (SIM, SINASC, SINAN) e dos outros sistemas ora ativos no HC.

Editorial

Reitor: Prof. Amaro Lins

Diretor-Superintendente: Prof. George Telles Equipe Nepi:

Dra. Sandra Valongueiro (coordenadora) Rossana Barros (sanitarista)

Rosário Ribeiro (sanitarista) Júlio Mário (técnico em arquivo)

Marluce Lopes (auxiliar em administração) Rafael Borges (auxiliar em administração) Jornalista Responsável: Fabíola Tavares [DRT 2546]

Projeto Gráfico: Tríade design Impressão:

Tiragem: 1.500 exemplares Periodicidade: anual

Projeto aprovado pela superintende do HC, à época, Profa. Heloisa Mendonça e financiado com recursos próprios do NEPI-HC.

Em relação ao SIM e ao SINASC, o maior desafio é melhorar a qualidade do registro de suas variáveis, desde o preenchimento da raça/cor até a ordenação correta da causa básica. Em relação ao SINAN, resta muito a ser feito para que todo agravo de notificação atendido no HC seja conhecido e, de acordo com as especificidades de cada um, tomadas as medidas necessárias tanto no próprio hospital como nas outras instâncias da vigilância epidemiológica.

Ficha

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O Sistema da Informação de Mortalidade (SIM) foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para obtenção rotineira de dados sobre mortalidade com objetivo de subsidiar o planejamento e avaliação das ações em saúde. A declaração de óbito é o documento padrão do SIM. Todas as declarações de óbito emitidas pelo Hospital das Clínicas (HC) estão sob a responsabilidade do NEPI-HC, de acordo com o fluxo estabelecido em consonância com a Secretaria Estadual de Saúde (SES /PE).

Sistematicamente, são realizadas: revisão do preenchimento e resgate das variáveis não informadas, codificação da causa básica do óbito (CID 10ª Revisão) e digitação no programa do SIM. Além disso, são realizadas notificações e investigações de óbitos de mulheres em idade fértil (10-49 anos), óbitos maternos, óbitos infantis e aqueles decorrentes e/ou suspeitos de doenças de notificação compulsória. Em geral, entre os anos 2001 a 2006, observou-se maior proporção de óbitos hospitalares entre pessoas acima de 50 anos, 57% (Gráfico 1), e uma sobremortalidade masculina de 53%, correspondendo a uma letalidade hospitalar de 3,3%. A distribuição proporcional da mortalidade por grandes grupos de causas mostrou que 31% foram por neoplasias, 14% por doenças infecciosas e parasitárias e 11% por afecções originadas no período perinatal e por doenças do aparelho circulatório (Gráfico 2). Ficou assim demonstrada a superposição de doenças crônico-degenerativas, doenças infecciosas e aquelas resultantes do acesso e qualidade da assistência perinatal e afecções congênitas.

A clínica médica apresentou maior percentual de óbitos (23%), a clínica cirúrgica, 14,5%, e o berçário, 13,7%. O restante dos óbitos ocorreram nas outras clínicas do hospital.

Foram registrados 587 óbitos perinatais, o que corresponde a uma elevada taxa de letalidade perinatal hospitalar (52 por mil). Os dados registrados no HC confirmam a importância das mortes intra-uterinas (mortalidade fetal) na magnitude

Sistema da Informação

de Mortalidade (SIM)

Gráfico 2 Mortalidade Proporcional por grupos de causas HC - UFPE, 2001 a 2006. SIM/HC-UFPE 0 5 10 15 20 25 30 35 2001 2002 2003 2004 2005 2006 % Neoplasias DIP D. Perinatais DA Circulatório DA Digestivo DA Respiratório Outras

da mortalidade perinatal, que atingiu 53%; a letalidade neonatal hospitalar foi de 47% (Gráfico 3).

Vinte e dois óbitos maternos foram notificados e

investigados. E embora tenham se mantido sem grandes variações ao longo do período, foram considerados evitáveis em sua maioria, após discussão nos Comitês de Estudos da Mortalidade Materna do Estado e do Recife .

SIM/HC-UFPE <1 ano [15%] 10-19 [8%] 20-29 [6%] 30-39 [9%] 40-49 [12%] 50-59 [16%] 60-69 [17%] 70-79 [14%] 80+[9%]

Gráfico 1 Distribuição etária dos óbitos ocorridos no HC-UFPE, 2001 a junho 2007.

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O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) tem como objetivo coletar dados sobre nascimentos em nível nacional, na perspectiva de compor indicadores de interesse na atenção à saúde das mulheres, das crianças e dos recém-nascidos. A declaração de nascido vivo (DNV) é o documento padrão do SINASC e no HC está sob controle do NEPI de acordo com fluxo estabelecido em consonância com SES-PE.

Na Maternidade do Hospital das Clínicas nasceram 10.966 crianças vivas no período de 2001 a 2006 com média anual de 1.827 nascimentos. Entre esses, 22% apresentaram baixo peso ao nascer e 19,15% foram considerados prematuros (idade gestacional inferior a 37 semanas); apenas 42% desses recém-nascidos foram de mulheres residentes em Recife, sendo a grande maioria de outros municípios da RMR, dos quais 13% foram de Jaboatão.

Ao se observar a idade das mães dos bebês, 35% tinham menos de 20 anos e 2% menos de 15 anos. Em relação às condições de nascimento, a asfixia neonatal grave, com APGAR inferior ou igual a três (3), foi constatada em 3% e 1% nos primeiro e quinto minutos, respectivamente.

Em relação ao tipo de parto/nascimento, a proporção de partos vaginais foi discretamente superior aos partos cesários entre 2001 a 2003. A partir deste ano, a proporção de cesarianas cresceu

Sistema de Informações sobre

Nascidos Vivos* (SINASC)

Número de óbitos maternos e perinatais (fetais e neonatais) HC-UFPE, 2001 a 2006.

SIM/HC-UFPE -10 10 30 50 70 90 2001 2002 2003 2004 2005 2006 No. óbitos maternos óbitos fetais óbitos neonatais Gráfico 3 SINASC/HC-UFPE 2007

Distribuição dos nascidos vivos por tipo de parto ocorrido no HC-UFPE, 2001-2006. 30 40 50 60 70 % partos vaginais partos cesareos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Gráfico 4

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES:

Óbito Hospitalar: morte que ocorre no hospital após o registro do/a paciente, independentemente do tempo de internação;

Óbito fetal: morte de um produto de concepção antes da expulsão do corpo da mãe, independente da duração da gravidez. A morte fetal é caracterizada pela inexistência depois da separação, de qualquer sinal descrito para o nascido vivo.

Declaração de óbito (DO): nome do formulário oficial no Brasil no qual se atesta a morte. A DO deve ser preenchida por médico e além de ser um instrumento para coleta de dados epidemiológicos, tem caráter jurídico (Lei 6015/73) indispensável para as formalidades legais do sepultamento. Certidão de óbito: documento jurídico fornecida pelo cartório de registro civil após o a emissão da DO.

Nascimento Vivo é a expulsão ou extração completa do interior do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. Cada produto de um nascimento que reúna essas condições se considera como uma criança viva.

*

substancialmente, atingindo 63.6% em 2006, índice bem acima do preconizado pela OMS, que é de 15% (Gráfico 4).

Mesmo considerando que não existe diferença entre a distribuição dos natimortos e nascidos vivos por tipo de parto e que o HC é uma das referências estaduais para gestantes de risco, as taxas de cesarianas calculadas para 2006 ficaram acima das taxas de cesarianas observadas nas outras maternidades de alto risco do estado.

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O Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (SINAN) foi concebido pelo Centro Nacional de Epidemiologia com o objetivo de coletar e processar dados sobre agravos de notificações em todo o território nacional, tendo como referência as unidades de atenção à saúde. Para cada tipo de agravo existe um formulário específico, a ser preenchido pelo profissional que atende a pessoa doente, seja nas unidades do Sistema Único de Saúde ou nos serviços privados.

O NEPI implantou, a partir de agosto de 2005, algumas rotinas para garantir a notificação dos agravos, realizando parcerias (vigilância-sentinela) com alguns serviços do hospital, entre estes, Laboratório, Setor de Contas Médicas, Necrotério, Farmácia, SAME, Unidade de Controle da Tuberculose e a coordenação local do Projeto Nascer. O Serviço de Verificação de Óbito (SVO) também funciona como unidade-sentinela.

Entre 2001 a 2006, foram analisados 3.399 fichas de notificação/investigação. Observou-se um crescimento progressivo das notificações de todas as doenças, como pode ser visto no Gráfico 5.

Os agravos crônicos (hepatites virais, tuberculose, AIDS e hanseníase) foram os que apresentaram o maior percentual de notificação. As hepatites virais contribuíram com 23%, a tuberculose com 19%, a AIDS com 15% e a hanseníase com 12% do total de casos notificados. A curva ascendente para as hepatites virais, a partir do ano de 2004 é um exemplo bem sucedido da vigilância-sentinela em parceria com o laboratório, que passou a fornecer regularmente os resultados com sorologia reagente para hepatite e doenças exantemáticas. Entre os agravos agudos, as doenças sexualmente transmissíveis (DST), como condiloma acuminado e sífilis em adulto, foram as mais notificadas.

Sistema Nacional de Agravos

Notificáveis (SINAN)

Um caso suspeito de doença de Creutzfeldt Jacob foi investigado, sendo afastada a hipótese de doença priônica, após a realização de exames específicos.

Distribuição das doenças de notificação compulsória HC-UFPE 2001 a 2006. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 2001 2002 2003 2004 2005 2006 No. SINAN/HC-UFPE 2007 Outras Todas Hanseníase Condiloma acuminado Sífilis em adulto Hepatites virais Tuberculose AIDS Gráfico 5

De acordo com a portaria n° 5 (fevereiro 2006) que adota a lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória, no seu Art.5° estabelece que os “profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, são obrigados a comunicar a ocorrência de casos suspeitos ou confirmados das doenças relacionadas nesta portaria.” Acesso ao SIM e ao SINASC: www.datasus.gov.br

Acesso à lista de agravos de notificação: www.saude.gov.br/svs NOTAS:

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Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)*

0 1 2 3 4 5 6 7 8 2001 2002 2003 2004 2005 2006 TAXAS (%) Taxa IH Taxa Doente IH

Taxas de infecção hospitalar e de doentes com infecção hospitalar no HC-UFPE, janeiro de 2001 a junho de 2006

Gráfico 6

A CCIH-HC situa-se junto ao ambulatório de BTCA (pequenas cirurgias). F: (81)2126-3503 / 2126-3504.

*

A magnitude das infecções hospitalares começou a ser estimada nos Estados Unidos em 1970 pelo Center for Diseases Control and Prevention (CDC), com taxa de aproximadamente 5%.

No Brasil, dados coletados entre maio e agosto de 1994 revelaram taxa de infecção hospitalar de 15,5%, com taxa de pacientes com infecção hospitalar de 13%. As maiores taxas de infecção foram obtidas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de Queimados. Mais recentemente, pesquisa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) demonstrou uma taxa global de infecção hospitalar de 9% e taxa de mortalidade associada de 14% (letalidade).

Com o intuito de analisar a tendência das taxas de infecção hospitalar do Hospital das Clínicas, a CCIH consolidou os dados para o período de 2001 a 2006. Nota-se que a taxa de infecção hospitalar, em torno de 7% em 2001, decresceu a partir de 2004 chegando a 4% e 5%, apesar da intensificação do método de vigilância epidemiológica através da busca ativa dos casos de infecção (Gráfico 6).

Além da taxa global de infecção hospitalar, um indicador epidemiológico que representa importante ferramenta para aferir a qualidade da assistência no que diz respeito à prevenção das infecções é a taxa de infecção de sítio cirúrgico (ISC) para

O Registro Hospitalar de Câncer do HC (RHC) está sendo estruturado em parceria com o NEPI-HC e o setor de Quimioterapia. O RHC representa uma estratégia do Instituto Nacional e Câncer (INCA)/Ministério da Saúde para coletar dados de todos os pacientes atendidos em hospitais com diagnóstico confirmado de câncer. Entre os objetivos do RHC estão a avaliação dos resultados de protocolos terapêuticos e a análise de sobrevida dos pacientes, por tipo específico de câncer.

O Hospital das Clínicas possui 338 leitos

cadastrados pelo SUS, e à semelhança de outros hospitais de ensino superior, apresenta um taxa de ocupação acima de 70%, chegando a 96% na maternidade e 98% no berçário em 2006. A média de permanência é de 7,7 dias, sendo de 5,3 dias na maternidade. Esta última devido a sua vocação para atendimento a gestantes de risco.

Saiba mais

cirurgias classificadas como limpas, com valores esperados de até 5%. As taxas de ISC em cirurgias limpas que variaram de 1,0% a 2,5% entre janeiro de 2001 a junho de 2006.

Referências

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