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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia. )HUQDQGD9LHLUD%HOpP

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia



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Fernanda Vieira Belém

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. Belo Horizonte 2005

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Odontologia - Área de concentração: Odontopediatria

Orientadora: Profa. Dra. Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido

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FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

 Belém, Fernanda Vieira

B428r Resistência ao cisalhamento de selantes de fossas e fissuras utilizando

diferentes sistemas adesivos como agente intermediário / Fernanda Vieira Belém. – Belo Horizonte, 2005.

98 p. : il.

Orientador: Profa. Dra. Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Faculdade de Odontologia.

Bibliografia.

1. Resistência ao cisalhamento. 2. Selantes de fossas e fissuras. 3. Ade_ sivos dentinários. I. Penido, Claúdia Valéria de S. Resende. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia. III. Título.

CDU: 616.314:615.46

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Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos em consideração ao grande incentivo, precioso carinho e fundamental apoio presente constantemente durante todo esse período.



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Ao coordenador do Mestrado de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Prof. Dr. Roberval de Almeida Cruz pelo empenho e disponibilidade sempre presentes.

Sinceros agradecimentos à Profa. Dra. Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido pelo incentivo, apoio, paciência e carinho. Você, além de profissional exemplar, demonstrou ser grande amiga, colaborando com dedicação especial para a concretização deste projeto.

Aos professores e funcionários da Faculdade de Odontologia de Araraquara, em especial ao Prof. Dr. Luiz Geraldo Vaz, pelo auxílio durante os testes de cisalhamento.

Aos colegas da turma de Ortodontia, Cássio Sobreira, Jordana Pacheco, Lívia Loriato, Ludmila Pinheiro, Milena Simões e Valéria Paiva pelo companheirismo e convivência harmoniosa durante as aulas compartilhadas.

Às colegas Maria Carolina Fecury, Flávia Tourinho, Alessandra Salles e Christiane Amaral pela amizade construída. O vínculo de carinho e respeito será definitivo.

Aos professores da disciplina de Odontopediatria da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em especial, Profa. ÂngelaChristina Barroso Recchioni, Prof. Luis Candido da Silva e Prof. Alexandre Costa Pereira, por compartilharam seus conhecimentos, transmitindo ensinamentos com profissionalismo e competência.

Aos funcionários da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais pela acolhida, atenção e zelo.

A Deus pela força durante a trajetória.

Aos meus pais, Paulo e Neide, Ju, Flávia, Rafa, amigos e familiares pela confiança e incentivo.

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“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estamos começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro”  )HUQDQGR6DELQR

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Os selantes de fossas e fissuras constituem uma alternativa de prevenção da cárie, sendo considerado procedimento conservador. Pesquisas científicas apresentam a possibilidade de uso de materiais adesivos em associação com os selantes resinosos na tentativa de melhorar a adesão ao esmalte. A finalidade deste trabalho foi avaliar por meio do ensaio mecânico de cisalhamento se a resistência de união esmalte/selante seria influenciada pelo tipo de tratamento do esmalte e se a tensão de ruptura estaria relacionada com o tipo de falha ocorrida. Foram utilizados trinta terceiros molares, aleatoriamente divididos em três grupos (dez dentes cada) que receberam a aplicação do ácido fosfórico 37% (GI), adesivo autocondicionante Prompt-L-Pop (GII) ou associação de ácido fosfórico 37% + adesivo convencional Prime & Bond NT (GIII). Após o tratamento do esmalte, o material selador, Fluroshield (Dentsply), foi empregado de acordo com as recomendações do fabricante em todos os grupos (GI, GII e GIII) e foram confeccionados cilindros de selante resinoso de 5mm de diâmetro e 3 mm de altura. O grupo GI foi utilizado como controle. A amostra permaneceu armazenada em água destilada por 24 horas, foi direcionada ao ensaio mecânico de cisalhamento em máquina MTS 810, com velocidade de 0,5mm/min e posteriormente os tipos de falhas apresentadas foram avaliados. As médias encontradas foram: 13,7 MPa (GI); 8,2 MPa (GII); 14,6 MPa (GIII). Em seguida, os espécimes foram imersos em solução corante para análise das áreas de fratura, classificadas como Ia, Ib, IIa, IIb, IIIa, IIIb. Constatou-se que o tratamento do esmalte influenciou na resistência de união esmalte/selante, tendo o grupo II apresentado resultado inferior comparado aos demais grupos. As falhas mais freqüentes foram ordenadas em: Ia, IIIb, Ib, IIIa e IIb. O tipo IIa não foi observado em nenhum dos grupos. Não houve relação entre tensão de ruptura e os tipos de falhas registrados.



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The pit and fissure sealants constitute an alternative in the prevention of dental caries, considered a conservative conduct. Scientific research has demonstrated the possibility of the use of adhesive materials in association with resinous sealant in an attempt to improve the adhesion of the enamel. The purpose of this study was to use a shear bond strength test to evaluate if the enamel/sealant bond strength would be influenced by the type of enamel treatment and evaluate if the applied load would be correlated to type of failure recorded. Thirty third molars were used, randomly divided into three groups of 10 teeth each, which were treated with phosphoric acid 37% (GI), self-etching adhesive Prompt-L-Pop (GII) and a combination of phosphoric acid 37% and conventional adhesive Prime & Bond NT (GIII). Following the enamel treatment, the sealant material, Fluroshield (Dentsply), was utilized in accordance with the manufacturer’s recommendation in all three groups (GI, GII and GIII) and cylinders of resinous sealant, measuring 5mm in diameter and 3 mm in height, were created. The first group (GI) was the control group of the three. The sample was submerged and stored in distilled water for 24 hours, directed to a shear bond strength using a MTS 810 machine, at a speed of 0,5mm/min and subsequently the types of bond failures that occurred were evaluated. The mean values found were: 13,7 MPa (GI); 8,2 MPa (GII) and 14,6 MPa (GIII). Afterwards, the specimens were inserted in a stained solution to analyze the fractured areas, classified as Ia, Ib, IIa, IIb, IIIa, IIIb. It was observed in the study the enamel treatment influenced in the enamel/sealant bond strength; group II having presented inferior results in comparison to the other groups. The most frequent failures were observed in Ia, IIIb, Ib, IIIa and IIb. Type IIa was not observed in any of the groups examined. There was not a correlation between the applied load and the type of failue recorded.

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FIGURA 1 Politriz... 61

FIGURA 2 Lupa estereoscópica... 61

FIGURA 3 Inserção do dente em cera... 63

FIGURA 4 Dente circundado pelo tubo de PVC... 63

FIGURA 5 Resina acrílica vertida no tubo de PVC... 63

FIGURA 6 Corpo de prova incluído na resina acrílica... 63

FIGURA 7 Profilaxia com jato de bicarbonato... 63

FIGURA 8 Delimitação da superfície com fita adesiva opaca... 63

FIGURA 9 Materiais utilizados no GI... 64

FIGURA 10 Aplicação do ácido fosfórico 37%... 64

FIGURA 11 Fotopolimerização do selante... 65

FIGURA 12 Corpo de prova final - GI... 65

FIGURA 13 Materiais utilizados no GII... 65

FIGURA 14 Aplicação do adesivo autocondicionante... 65

FIGURA 15 Fotopolimerização do selante... 66

FIGURA 16 Corpo de prova final - GII... 66

FIGURA 17 Materiais utilizados no GIII... 66

FIGURA 18 Aplicação do ácido fosfórico 37%... 66

FIGURA 19 Aplicação do adesivo convencional... 67

FIGURA 20 Fotopolimerização do selante... 67

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FIGURA 22 Corpo de prova posicionado na máquina de ensaios

mecânicos... 68

FIGURA 23 Posicionamento do dispositivo para o teste de cisalhamento... 68

FIGURA 24 Falha IA (G II – Corpo de prova 7)... 76

FIGURA 25 Falha IB (G III – Corpo de prova 10)... 76

FIGURA 26 Falha IIB (G III – Corpo de prova 5)... 76

FIGURA 27 Falha IIIA (G I – Corpo de prova 5)... 76

FIGURA 28 Falha IIIB (G III – Corpo de prova 6)... 76



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TABELA 1 Estatísticas descritivas da tensão de ruptura por diferentes tratamentos do esmalte... 71 TABELA 2 Comparação da resistência ao cisalhamento em relação aos diferentes tipos de tratamento do esmalte... 74 TABELA 3 Comparação entre os grupos de acordo com o tipo de tratamento do esmalte... 74 TABELA 4 Frequência do tipo de falha nos grupos I, II e III... 77



































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48$'52  Apresentação dos grupos... 61 QUADRO 2 $SUHVHQWDØÔR GRV PDWHULDLV 62

QUADRO 3 Classificação dos tipos de falhas... 70



 





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GRÁFICO 1 Boxplot da tensão de ruptura por diferentes tratamentos do esmalte... 72 GRÁFICO 2 Suposição de normalidade dos resíduos... 73 GRÁFICO 3 Histograma dos tipos de falhas... 77 GRÁFICO 4 Tensão de ruptura versus tipos de falhas dos grupos GI, GII e GIII, respectivamente... 78







































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Ágar MSB= Ágar mitis salivarius bacitracina cm/min= centímetro por minuto

et al.= e colaboradores ºC= grau Celsius G= grupo

HEMA=Hidroximetil Metacrilato HNO3= ácido nítrico

H3PO4 = ácido fosfórico kN = kilonewton

x

= média

MPa= megapascal M-D= mesio-distal

MET= microscópio eletrônico de transmissão MEV= microscópio eletrônico de varredura µm= micrometro

ml= mililitro mm= milímetro

mm2= milímetro quadrado mm/min= milímetro por minuto MTS= Material Test System

mW/cm2= miliwatts por centímetro quadrado N= Newton

PENTA= Monofosfato de Dipentaeritritol Pentacrilato %= percentual

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p= probabilidade V-L= vestíbulo-lingual X= média

































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A cárie dentária, doença infecto - contagiosa causada por ácidos orgânicos decorrentes da fermentação microbiana de carboidratos, constitui tópico amplamente pesquisado na área odontológica, considerando sua capacidade de conduzir à destruição localizada dos tecidos dentais (THYLSTRUP & FEJERSKOV, 1988). Representa uma condição patológica oportunista. Assim, a existência e permanência de biofilme cariogênico, dominado por microbiota acidogênica e ácido - tolerante que reveste a região afetada, exibe relação direta com o aparecimento das lesões cariosas. A microbiota, dieta e suscetibilidade à doença destacam-se como fatores capazes de influenciar fortemente na atividade cariogênica. Além disso, é indispensável destacar a influência do estilo de vida, do nível de instrução, dos aspectos comportamentais e da estrutura sócio - econômico - cultural como aspectos relevantes a serem considerados no contexto dessa afecção patológica (SANT’ANNA HWDO, 2001; WEYNE & HARARI, 2001).

O modelo da Odontologia de promoção de saúde valoriza condutas não invasivas capazes de promover prevenção à cárie. Estas medidas incluem educação em saúde, higiene oral, visitas periódicas ao dentista, controle da dieta e consumo inteligente do açúcar, uso de fluoretos de acordo com o risco apresentado por cada paciente, além da aplicação de selantes de fossas e fissuras (PEREIRA HWDO, 2002; SUNDFELD HWDO, 2002).

As fossas e fissuras apresentam-se como regiões altamente susceptíveis à instalação das lesões cariosas devido à morfologia inerente desse sítio, que favorece a retenção do biofilme, o acúmulo de resíduos alimentares, além de promover dificuldade de higienização (SUNDFELD HWDO, 1999; GRANDE HWDO, 2000; CHEVITARESE HWDO, 2002).

Os selantes resinosos são materiais capazes de escoar nas fossas e fissuras, por penetrarem nas microporosidades do esmalte previamente condicionado, originando projeções de resina (WDJV). Após a polimerização, forma-se uma película contínua e resistente que,

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quando perfeitamente adaptada e retida, cria barreira mecânica que impede o acúmulo do biofilme, permitindo melhor limpeza da superfície oclusal (MYAKI HWDO, 1998).

Os critérios para indicação dos selantes devem levar em consideração a necessidade peculiar de cada dente (macromorfologia e estágio de erupção) e do paciente (risco de cárie e estado motivacional). Eles são corretamente recomendados para os pacientes cujos fatores etiológicos determinantes da doença cárie não forem susceptíveis ao controle adequado, visando o alcance de favorável relação custo - benefício (KRAMER HWDO, 2000).

A técnica tradicional de aplicação de selantes resinosos, auto ou fotopolimerizáveis, é realizada por meio do condicionamento ácido do esmalte e posterior aplicação do material selador. Entretanto, trabalhos científicos apresentam a possibilidade do uso de materiais adesivos em associação com os selantes resinosos buscando melhorar a adesão ao esmalte condicionado (GARCIA-GODOY HW DO, 1991; CHOI HW DO, 1997; FEIGAL HW DO, 2000; VALSECKI JUNIOR HWDO, 2000).

Recentemente foram introduzidos no mercado os adesivos autocondicionantes, que reúnem etapas de ácido, SULPHU e adesivo em uma só aplicação. Estes sistemas não requerem o uso do ácido fosfórico, pois incorporam em sua formulação monômeros resinosos ácidos que desmineralizam estrutura dental (CARVALHO HW DO, 2004). Tem sido sugerido na literatura, o emprego destes como opção de simplificação do processo de aplicação de selantes, pois os passos de lavagem e secagem do ácido, presentes na técnica tradicional, seriam eliminados (KAADEN HW DO, 2002; SHIMADA HW DO, 2002; ASMUSSEN & PEUTZFELDT, 2003; FEIGAL & QUELHAS, 2003; PERDIGÃO HW DO, 2003; PEUTZFELDT & NIELSEN, 2004; TAY HWDO, 2005).

A resistência adesiva é considerada uma das propriedades físicas mais estudadas do material adesivo, sendo o ensaio mecânico de cisalhamento um teste passível de ser

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empregado na avaliação da efetividade do sistema de união às superfícies dentárias (MUSSOLINO HWDO, 1998).

Considera-se, portanto oportuno, analisar a influência dos sistemas adesivos na resistência ao cisalhamento do selante ao esmalte para verificar a eficácia desta técnica de selamento e a possibilidade da sua utilização durante procedimento odontológico direcionado ao público infantil.

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O procedimento de selamento das fossas e fissuras constitui importante parte da Dentística Preventiva (BROCKLEHURST HW DO, 1992). No entanto, a adesão entre os selantes resinosos e esmalte dental depende do embricamento mecânico criado pela técnica do condicionamento ácido (VIAYARAGHAVAN HW DO, 1995). O advento desta técnica possibilitou a utilização do selante, formando barreira contra a instalação de microorganismos e depósitos de detritos no interior das fissuras, evitando assim a instalação da cárie dental (SUNDFELD HWDO, 1999).

A prática da aplicação do selante em superfície do esmalte condicionada tem sido aceita como método preventivo seguro e eficaz devido aos bons resultados verificados por diversos trabalhos (WALKER HWDO, 1996; GILLCRIST HWDO, 1998; LYGIDAKIS & OULIS, 1999; KANELLIS HWDO, 2000; FEIGAL, 2002; PEREIRA HWDO, 2002; SUNDFELD HWDO, 2002; KRAMER HWDO, 2003).

Serão abordados a seguir estudos que avaliaram a técnica convencional do selante, método que consiste na aplicação do condicionamento ácido e posterior emprego do material selador.

Ohkubo HWDO (1982) consideraram difícil verificar clinicamente o estado dos materiais seladores de fossas e fissuras por serem estes semitransparentes ou assumirem cor semelhante à estrutura do esmalte. Desta forma, os autores desenvolveram o método para inspeção da cobertura do selante na superfície oclusal usando solução corante especial (hematoxicilina, alum, etanol, água destilada). Trinta e sete pacientes, com idade entre 18 e 20 anos, tiveram pré - molares selados. Os dentes foram limpos com pasta de polimento, isolados com lençol

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de borracha e condicionados com ácido fosfórico antes da aplicação dos selantes. Cada selante foi aplicado em 100 pré - molares contralaterais pelo mesmo operador. Após o tratamento, o selante foi verificado por dois examinadores que usaram a solução corante especial no intervalo de 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses. Esta solução aplicada por período de 2 a 3 minutos facilitou a diferenciação entre o selante e a superfície oclusal. Após o exame, a coloração da hematoxicilina desapareceu rapidamente com o uso do hipoclorito de sódio a 0,5%. Comparando os selantes Delton (Johnson & Johnson) e Enamite (Mochida Pharmaceutical), o método corante especial preparado e usado na avaliação foi eficiente na distinção do estado do selante em todos os casos. A taxa de retenção do Delton foi melhor que o Enamite em qualquer período de análise durante os dois anos de acompanhamento.

O estudo de Bogert & Garcia-Godoy (1992) avaliou os efeitos de diferentes métodos profiláticos na resistência ao cisalhamento do selante de fossas e fissuras. A superfície vestibular de sessenta molares permanentes não cariados foi planificada com lixa de granulação 600. Em seguida, os dentes foram imersos em saliva humana por 24 horas para permitir formação de película superficial. A amostra foi dividida em quatro grupos de 15 elementos cada, com diferentes técnicas profiláticas: grupo 1: água e taça de borracha; grupo 2: taça de borracha e pedra pomes; grupo 3: taça de borracha e pasta não fluoretada NuPro (Johnson & Johnson) e grupo 4: taça de borracha e pasta fluoretada NuPro (Johnson & Johnson). Após condicionamento ácido, um cilindro de Teflon de 3 mm de diâmetro e 5 mm de comprimento serviu de matriz para o selante Helioseal (Vivadent) que foi fotopolimerizado por 30 segundos. Os espécimes foram termociclados com temperaturas entre 5ºC e 55ºC, fixados em gesso pedra e encaminhados à máquina de ensaio mecânico, com velocidade de 0,5 mm/min. Não houve diferença significante entre os grupos (G1= 6,67 MPa, G2= 7,28 MPa, G3= 8,62 MPa, G4= 7,96 MPa). A maioria das falhas de adesão foi coesiva.

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Brocklehurst HW DO (1992) compararam a penetração do selante resinoso fotopolimerizável nos dentes que receberam diferentes tipos de polimento. O estudo envolveu 46 pré - molares e molares não cariados recém - extraídos que foram aleatoriamente distribuídos em 3 grupos. No grupo 1 as superfícies oclusais foram limpas por 60 segundos com unidades de polimento de ar Propy Jet-30 (Dentsply). O grupo 2 teve como limpeza das superfícies oclusais a pedra pomes e água. O grupo 3, considerado o grupo controle, não teve qualquer tratamento de limpeza. O condicionamento dos dentes foi feito com a utilização do ácido fosfórico, seguido de lavagem e secagem. O selante fotopolimerizável Concise White Sealant (3M/ESPE) foi aplicado nas fissuras e fotopolimerizado por 15 segundos. Os dentes foram seccionados no sentido V - L e as secções foram examinadas em um microscópio com ampliação de 40 vezes. Em seguida, a profundidade de penetração da resina foi determinada utilizando o teste t de Student. As profundidades das fissuras nos dentes de grupos distintos não foram estatisticamente significantes. Não houve diferença de penetração do selante no grupo 2 e 3, porém observou-se melhor desempenho no grupo 1 (70%).

Com o intuito de contribuir para a prevenção da cárie dental, Sundfeld HWDO (1992) avaliaram por meio da análise clínica - fotográfica o comportamento de dois selantes de fossas e fissuras na superfície oclusal após 18 meses de aplicação. A superfície oclusal de 42 pré – molares, após profilaxia com pedra pomes e água, foi selada, sendo que 21 receberam selante quimicamente polimerizável Concise (3M/ESPE) e os demais receberam o selante Prisma Shield (Caulk & Dentsply). No intervalo de 7 dias e 18 meses após a inserção do selante, foi utilizada solução corante sobre toda a superfície oclusal por 2 a 3 minutos. Foram obtidas tomadas fotográficas e então a solução foi removida com hipoclorito de sódio a 5%. A retenção do selante foi avaliada e os resultados apontaram que o selante Concise demonstrou superioridade tanto no comportamento clínico quanto em relação à capacidade retentiva na superfície oclusal. A análise fotográfica demonstrou que os selantes apresentaram bolhas

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superficiais, sendo 80,9 % relacionadas ao Prisma Shield e 29,5% pertencentes ao Concise. Além disso, o selante Prisma Shield apresentou maior perda de material nas margens quando comparado ao selante Concise.

A adesão entre os materiais selantes e o esmalte dental depende da técnica de condicionamento ácido. Vijayaraghavan HW DO (1995) avaliaram o condicionamento do esmalte por meio da técnica tradicional e o condicionamento sem necessidade de lavagem, previamente à aplicação do selante. O estudo “in vitro” analisou três métodos de condicionamento: o ácido fosfórico 37%, seguido de lavagem com água; o HNO3 2,5%, com posterior enxágüe com água e o HNO3 2,5%, com utilização do jato de ar. Foram selecionados 24 molares e pré - molares extraídos. Os espécimes foram submetidos à corte longitudinal e as 48 metades foram divididas em 2 grupos que receberam pré - tratamentos diferenciados: limpeza com pasta profilática ou pedra pomes. Foi determinada a realização de 8 testes de resistência ao cisalhamento para cada condição de pré – tratamento após desgaste de apoximadamente 0,2 mm da superfície do esmalte. Uma fita foi colocada em cada dente para delimitar o local de aplicação do selante. Os cilindros de selante foram construídos com 2 estágios incrementais e polimerizados por um período de 60 segundos. Os corpos de prova foram submetidos à máquina de ensaio de cisalhamento Instron a 0,5 mm/min e os dados obtidos foram encaminhados para análise estatística. O valor mais elevado em relação à resistência ao cisalhamento foi de 22 MPa, com o emprego do H3PO4 37%, enquanto o menor foi equivalente a 12,7 MPa, relativo ao HNO3 2,5%, sem lavagem após a aplicação. Nenhuma diferença expressiva foi encontrada entre a irrigação com água ou o uso do jato de ar, após o condicionamento com HNO3.

Walker HW DO (1996) verificaram a situação dos selantes aplicados em molares permanentes de pacientes infantis entre 1985 e 1993. Foram identificados registros de 7838 selantes que haviam sido realizados na clínica odontopediátrica neste período e executou-se,

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em seguida, a reavaliação dos mesmos. O estudo mostrou que 78,6% do total de dentes analisados não necessitaram de intervenções posteriores. Comparando crianças de 5 a 8 anos de idade em relação à necessidade de reaplicação de selantes nos primeiros molares, verificou-se maior taxa de falhas nos grupos de menor faixa etária e menor taxa nas crianças mais velhas. Nos molares remanescentes que requisitaram tratamento, 13,2% foram novamente selados em algum tempo, 6,4% foram tratados com restaurações classe I de resina composta, 1,0% recebeu amálgama em uma superfície e apenas 0,8% desenvolveram cáries interproximais, necessitando de restaurações em duas superfícies. A média de idade das pessoas que se submeteram ao selante e não precisaram de tratamento subseqüente foi 10,55 anos, enquanto a média daquelas que necessitaram de novo tratamento de selante foi equivalente a 9,31 anos. Os selantes demonstraram elevado índice de sucesso na prevenção da cárie em fossas e fissuras de molares permanentes, mesmo 8 anos após sua aplicação.

Duggal HW DO (1997) testaram “in vivo” o efeito da redução do tempo de condicionamento na retenção do selante opaco fotopolimerizável nas fissuras de segundos molares decíduos e primeiros molares permanentes. A amostra foi composta de uma população de 84 crianças de 5 a 14 anos, constituindo um total de 144 molares decíduos e 264 molares permanentes. Sob isolamento relativo adequado e sem procedimento prévio de profilaxia, os dentes foram condicionados por 15, 30, 45 ou 60 segundos usando ácido fosfórico 35%. O selante Concise (3M/ESPE) foi aplicado e avaliado após 6 e 12 meses para verificar completa retenção, retenção parcial ou perda completa. Radiografias bitewing foram tomadas após 12 meses para avaliar a incidência de cáries oclusais nos dentes selados, em pacientes com indicação. A taxa de retenção do selante nos segundos molares decíduos foi 73% aos 6 meses e 64,7% aos 12 meses, enquanto nos primeiros molares permanentes as taxas foram respectivamente 60,7% aos 6 meses e 44,1% aos 12 meses. Não houve diferença

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representativa na retenção dos selantes nesses dentes analisados, mesmo diversificando o tempo de condicionamento, que não foi capaz de afetar a retenção do selante.

Avaliando a retenção clínica do selante segundo duas técnicas diferentes de limpeza dental, Gillcrist HWDO(1998) selecionaram setenta e quatro crianças, com idade entre 6 e 8 anos, objetivando determinar a diferença existente entre superfícies dentais limpas por escovação sem pasta profilática e escovação por meio de instrumentação rotatória com escova e pasta fluoretada. Metade dos primeiros molares permanentes foram submetidos à profilaxia com pasta fluoretada NuPro (Johnson & Johnson) e metade foram escovados sem pasta durante o período de 15 segundos. Após o condicionamento ácido a 37%, o selante opaco Helioseal (Vivadent) foi aplicado e, aproximadamente 12 meses após este procedimento, as crianças foram reavaliadas. A retenção do selante foi superior a 98%, não existindo nenhum dente que apresentasse perda completa e houve predomínio de maior retenção na escovação sem a utilização da pasta profilática.

Koh (1998) verificou o efeito do flúor tópico na resistência ao cisalhamento de selantes de fossas e fissuras, analisando o fluoreto de sódio, fluoreto estanhoso ou flúor fosfato acidulado, quando aplicados previamente ao selante. Foram empregados 40 molares permanentes não cariados para obtenção de 80 amostras, sendo cada dente seccionado e inserido em bloco de acrílico. A superfície vestibular dos dentes foi planificada com lixa de granulação 600. Os espécimes foram imersos em saliva artificial por 24 horas. Após a aplicação dos diferentes tipos de flúor, as amostras dos grupos 1 a 4 foram condicionadas com ácido fosfórico 37% e receberam o selante de fossas e fissuras sem carga Concise (3M/ESPE), que foi aplicado e polimerizado. As amostras dos grupos 5 a 8 foram condicionadas com ácido fosfórico 50% e receberam a aplicação do selante de fossas e fissuras com carga Caulk (Milford), que foi em seguida polimerizado. Um cone invertido de 3 mm de diâmetro foi colocado na interface de adesão. Todos os grupos tratados foram

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armazenados a 37ºC, em 100% de umidade por 24 horas antes do teste de ensaio mecânico de cisalhamento com velocidade de 0,05 cm/min. A resistência ao cisalhamento do selante sem carga foi maior (21 MPa) quando aplicado após o fluoreto de sódio e menor (14 MPa) após o uso do gel fluoretado estanhoso. No entanto, o selante com carga teve maior resistência ao cisalhamento na ausência de qualquer tratamento de flúor tópico (24 MPa) e menor (18 MPa) depois do tratamento com flúor fosfato acidulado. Os resultados demonstraram que a aplicação tópica de fluoreto de sódio, fluoreto estanhoso ou flúor fosfato acidulado nas supefícies do esmalte não teve efeito clínico significante na retenção de selantes de fossas e fissuras.

A proposta do estudo de Lygidakis & Oulis (1999) foi avaliar a taxa de retenção e o incremento de cáries após 4 anos da aplicação de dois tipos de selantes de fossas e fissuras. Cento e doze crianças, com idade entre 7 e 8 anos, portadoras de primeiros molares livres de cáries, foram selecionadas para participarem da pesquisa. O selante Fluroshield (Dentsply) foi aplicado em um lado da boca e o selante convencional Delton (Johnson & Johnson) foi aplicado nos dentes contralaterais. Todas as crianças foram inseridas em programa preventivo, incluindo limpeza dental, aplicação de gel fluoretado e instruções de higiene oral. A análise clínica ocorreu a cada 6 meses, no entanto, não houve nova aplicação dos selantes perdidos. Após 48 meses, 324 dentes foram avaliados e descritos como selados, parcialmente selados ou não selados. Setenta e sete por cento do grupo 1, selado com Fluroshield e 89% do grupo 2, selado com Delton tiveram sucesso, permanecendo inteiramente selados, enquanto 14% do grupo 1 e 6% do grupo 2 mantiveram-se parcialmente selados. Ocorreu 9% de desenvolvimento de cárie no grupo 1 e 10% no grupo 2. Os autores concluíram que não houve diferença estatisticamente significante na taxa de retenção dos dois selantes e o incremento de cáries foi igual em ambos os grupos.

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A partir do conhecimento de que as fossas e fissuras são consideradas, pela sua configuração anatômica, regiões altamente susceptíveis à instalação de lesões de cárie dental, Sundfeld HWDO (1999) realizaram estudo clínico utilizando 123 dentes posteriores, clínica e radiograficamente hígidos, de pacientes da faixa etária de 8 a 14 anos. Após obtenção e análise das radiografias interproximais, os pacientes selecionados receberam noções básicas de prevenção à cárie dentária. Na seqüência, 72 dentes foram selados com Alpha Fluor Seal (DFL) e outros 51 dentes receberam apenas aplicação do verniz fluoretado Duraphat (Inpharma) no interior dos sulcos oclusais. Ambos os materiais foram aplicados no mesmo paciente e quando possível em pares de dentes contralaterais. A inserção do selante foi feita após profilaxia, isolamento absoluto do campo operatório, seguido do condicionamento ácido. A utilização do verniz fluoretado foi feita após prévia profilaxia, isolamento relativo e com auxílio de um pincel de cerdas. Os resultados obtidos após o período de 24 meses apresentaram 94,9% dos dentes com satisfatória penetração do selante no esmalte dental e adequada retenção. Por outro lado, 52,9% dos dentes que não o receberam, apresentaram alterações clínicas nas fossas e fissuras.

A avaliação da influência da viscosidade e capacidade de escoamento do selante em relação à sua habilidade de penetração e selamento das fossas e fissuras de forma bem sucedida não é freqüentemente enfatizada na literatura. O estudo de Barnes HW DO (2000) averiguou a relação entre viscosidade do selante de fossas e fissuras, prevenção de infiltração marginal e incidência de formação de bolhas de cinco materiais diferentes. Seis grupos de 12 elementos receberam profilaxia com pedra pomes e foram condicionados com ácido fosfórico 37%. Os selantes utilizados foram: Delton Plus (Dentsply), Helioseal (Vivadent), Ultrashield XT (Ultradent Products), Seal-Rite (PulpDent), Fluroshield (Dentsply) e Delton (Dentsply). Após ciclagem térmica (5º-50ºC por 5000 ciclos), os dentes foram pigmentados com nitrato de prata e seccionados verticalmente. A análise dos espécimes

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ocorreu por meio da inspeção óptica, com ampliação de 50 vezes. A viscosidade foi verificada, injetando os selantes de fissuras em pipetas, permitindo livre escoamento por 30 segundos e polimerizando em seguida por 1 minuto. O comprimento dos tubos foi determinado pelo dispositivo denominado “0HGLGRUGH9HUQLHU”. A viscosidade e escoamento dos selantes de fissuras não afetaram sua habilidade de selamento. As diferentes propriedades de escoamento dos selantes não tiveram efeito na formação de bolhas. Houve baixa incidência de infiltração marginal e nenhuma diferença foi detectada na capacidade de escoamento dos selantes examinados.

Além da seleção do paciente e da superfície a ser selada, é necessário considerar também os métodos empregados no processo de selamento, visando aumentar o custo - benefício do selante ao optar por materiais e técnicas que aumentem sua retenção e reduzam o tempo dispendido durante sua realização. Kanellis HW DO (2000) elaboraram estudo com o objetivo de avaliar a taxa de retenção do selante após 1 ano de sua aplicação clínica usando tecnologia de abrasão de ar e comparando-a aos métodos tradicionais. Oitenta e quatro crianças foram incluídas em dois grupos de tratamento: aplicação de condicionamento ácido tradicional ou aplicação do sistema de abrasão de ar, que eliminou os passos de condicionamento ácido e posterior lavagem. O selante opaco Helioseal (Vivadent) foi utilizado em ambas as técnicas. Registrou-se o tempo dispendido em cada paciente durante o tratamento. Após 12 meses de acompanhamento foi conduzido exame para avaliar a retenção dos selantes. Verificou-se que a técnica de abrasão de ar requisitou menor tempo para aplicação do selante, demandando menos de 70% do período necessário para a execução da técnica de condicionamento ácido. No entanto, a taxa de retenção do selante foi superior quando o método de condicionamento convencional foi utilizado (95%) em comparação com o método testado (87%).

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A adesão dos materiais resinosos ao esmalte depende não somente da aplicação do condicionamento ácido, mas também de outros fatores importantes como o polimento da superfície dental, o tempo de condicionamento, a concentração e o tipo de ácido. Com a proposta de avaliar o selante resinoso fotopolimerizável, utilizando diversificados métodos profiláticos e tempos diferentes de condicionamento, Sol HW DO (2000) selecionaram 80 terceiros molares que tiveram as coroas separadas das raízes e seccionadas no sentido mésio - distal em duas metades. As superfícies vestibular e lingual foram escolhidas para serem usadas no estudo. As amostras foram aleatoriamente distribuídas em oito grupos de 20 espécimes, que receberam como profilaxia a pedra pomes, pasta fluoretada, jato de bicarbonato ou nenhum tratamento. Após condicionamento ácido por período de 15 ou 30 segundos, o selante Delton (Dentsply) foi aplicado e os dentes foram encaminhados à máquina de ensaios mecânicos, com velocidade de 1mm/minuto. Em seguida, os espécimes foram examinados por meio do microscópio eletrônico de varredura. As áreas fraturadas foram fotografadas. A resistência ao cisalhamento foi menor no grupo tratado com pedra pomes (3,4 MPa) e nenhuma diferença foi verificada nos grupos que receberam pasta fluoretada (4,5 MPa) e bicarbonato (4,7 MPa). Não foram encontradas diferenças no tempo de condicionamento de 15 e 30 segundos. Em todos os grupos estudados, o tipo predominante de fratura foi a coesiva e o método profilático não apresentou influência com o tipo de fratura.

A proposta do estudo de Kersten HW DO (2001) foi investigar a penetração do Heliobond (Vivadent) utilizado como selante de fossas e fissuras na superfície de esmalte condicionada, empregando diferentes tipos de procedimentos. Seis grupos de 48 molares extraídos foram utilizados, sendo o grupo 1 considerado o grupo controle. Este recebeu como tratamento o condicionamento com gel de ácido fosfórico 35% por 120 segundos, seguido da aplicação e polimerização do selante. Nos demais grupos, vários fatores foram avaliados e comparados com o grupo controle, sendo eles: influência do intervalo de tempo de

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polimerização (20 segundos) após aplicação do selante (grupos: 2, 3, 4, 5, 6); uso do ultra - som durante o procedimento de condicionamento (grupos 3 e 6) ; agente de molhamento em veículo ácido com utilização de solução alcoólica de ácido fosfórico 37% (grupo 4); secagem do esmalte com acetona após procedimento de condicionamento (grupos 5 e 6) e combinação da utilização do ultra - som durante condicionamento, procedimento de secagem com acetona e intervalo de tempo de polimerização após aplicação do selante (grupo 6). Os dentes selados foram seccionados na direção V - L, observados em microscópio convencional para determinar profundidade de penetração dentro da fissura e posteriormente examinados no microscópio a laser para avaliar a qualidade da zona de adesão (presença e comprimento dos WDJV resinosos). O uso isolado do ultra - som durante condicionamento, a secagem com acetona ou o tempo de penetração não foram fatores que mostraram diferença representativa separadamente. Porém, a combinação destes métodos aumentou a qualidade do selamento significativamente, com a constatação de maior profundidade de penetração do selante no grupo 6.

As fissuras funcionam como reservatórios para o ecossistema de 6WUHSWRFRFFXVPXWDQV; sendo as medidas preventivas importantes para controlar a concentração microbiana nestes locais e reduzir o risco de possíveis lesões cariosas. Baca HWDO 2002) observaram a influência do selamento dos primeiros molares permanentes em relação aos níveis salivares de 6WUHSWRFRFFXVPXWDQVH/DFWREDFLOOXV. Sessenta e três crianças, pertencentes à faixa etária de sete anos, participaram do estudo. Trinta e uma delas livres de cáries (Grupo NC) e 32 detentoras de pelo menos uma lesão cariosa (Grupo C), não envolvendo os primeiros molares permanentes. O Delton (Johnson & Johnson) foi o selante escolhido para ser utilizado. A saliva das amostras contendo 6WUHSWRFRFFXV PXWDQV H /DFWREDFLOOXV foi coletada em quatro ocasiões diferentes: 2 vezes antes da aplicação do selante (intervalo de 4 a 5 semanas entre as amostras) e 2 vezes após a aplicação do selante (intervalo de 4 e 12 semanas). Alíquotas de 0,1 ml foram colocadas no ágar MSB para contagem dos 6WUHSWRFRFFXVPXWDQV e no ágar Rogosa

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para os /DFWREDFLOOXV. Os níveis de /DFWREDFLOOXV permaneceram sem alterações em ambos os grupos. No entanto, houve redução significante na contagem dos 6WUHSWRFRFFXVPXWDQV após o período do estudo no grupo NC. Considerou-se portanto, que a aplicação dos selantes nas fissuras dos molares permanentes contribui para reduzir os níveis salivares de 6WUHSWRFRFFXV PXWDQV em crianças sem lesões de cáries.

A presença de biofilme, placa e elementos inorgânicos, assim como bloqueios da porosidade natural do esmalte e barreiras de união à aplicação do selante torna necessária a profilaxia anteriormente à aplicação do selante. Centrado neste enfoque, Chevitarese HWDO (2002) realizaram trabalho com objetivo de avaliar a influência do procedimento profilático com pedra pomes ou jato de bicarbonato de sódio na microinfiltração dos dentes selados. Após verificação da integridade da superfície oclusal, 30 pré - molares extraídos por razões ortodônticas foram divididos em 3 grupos. O grupo A recebeu limpeza com pedra pomes e água em taça de borracha, o grupo B foi submetido a jato de bicarbonato de sódio e o grupo C, sem profilaxia, foi considerado o grupo controle. Utilizou-se o selante Fluroshield (Dentsply) em todas as fossas e fissuras dos dentes que foram imersos em uma solução de nitrato de prata a 50% por 2 horas, fixados e seccionados para observação no microscópio eletrônico de varredura. Não houve diferença significante entre os grupos com profilaxia prévia, sendo ambos eficientes. Independente da técnica executada, todas as amostras apresentaram penetração do selante nos prismas do esmalte, indicando satisfatória retenção.

Feigal (2002) realizou revisão literária e relatou a opinião consensual dos participantes de uma conferência a respeito do uso, metodologia e recomendações do selante, considerando o enfoque atual da cárie e a relação custo - benefício. Os selantes resinosos aplicados por dentistas treinados foram destacados como seguros e eficientes na prevenção das cáries de fossas e fissuras, sendo o benefício superior em superfícies de alto risco (selante preventivo) ou que exibem lesões cariosas incipientes (selante terapêutico) que podem ter sua progressão

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inibida com o acompanhamento periódico. A experiência clínica foi considerada a melhor avaliação do risco à doença cárie, existente em qualquer dente decíduo ou permanente e em qualquer idade, ou seja, crianças ou adultos. Destacaram-se como indicadores a serem considerados: a morfologia do dente, o diagnóstico clínico, a história passada de cárie, o acesso ao flúor e as condições de higiene oral. Foi ressaltada ainda a relevância da cuidadosa limpeza das fossas e fissuras como importante previamente à aplicação do selante, sem necessidade de remover qualquer estrutura do esmalte, situação indicada somente em circunstâncias limitadas, em que se faz uso da ameloplastia. Os materiais de ionômero de vidro foram considerados ineficazes como selantes, porém passíveis de serem empregados de forma transitória com esta finalidade. Os materiais adesivos de baixa viscosidade utilizados abaixo do selante foram considerados úteis, demonstrando retenção a longo tempo e efetividade.

Apesar dos selantes serem materiais que apresentam grande eficácia na prevenção da lesão cariosa em face oclusal, seu uso indiscriminado é considerado atualmente um sobretratamento. Baseado neste contexto, com ênfase na crítica ao modelo cirúrgico - restaurador, Pereira HW DO (2002) realizaram revisão de literatura buscando evidenciar o tratamento não invasivo preconizado pela Odontologia de Promoção de Saúde. Relataram ser inviável o uso irrestrito dos selantes nas fossas e fissuras e alertaram também para a importância da análise da relação custo - benefício, já que a aplicação dos selantes em pacientes que não apresentam risco ao desenvolvimento de cáries pode ser considerada desnecessária e ineficaz. Foi concluído ser essencial a valorização da Odontologia de Promoção de Saúde, com a preconização de condutas conservadoras no tratamento da doença cárie, visando preservação do tecido dentário sadio. Por outro lado, os selantes quando adequadamente indicados foram descritos como uma boa opção de tratamento preventivo não invasivo em associação com a instrução de higiene bucal e uso racional de flúor.

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Sundfeld HWDO (2002) consideraram a aplicação de selantes de fossas e fissuras como um dos maiores avanços científicos obtidos dentro da Odontologia Preventiva. Ressaltaram a necessidade de adoção de uma técnica de selamento extremamente bem executada, assim como o controle periódico das superfícies que o receberam. Após avaliação clínico - foto - computadorizada, envolvendo os selantes Concise (3M/ESPE) e Prisma Shield (Dentsply), pelo período de 11 anos, concluíram que a utilização de selantes de fossas e fissuras, mediante procedimento de execução acurado, representa um método eficaz e seguro para prevenção das lesões cariosas nos defeitos estruturais do esmalte.

A proposta do estudo de Ellis HWDO (2003) foi investigar a resistência ao cisalhamento dos selantes de fossas e fissuras quando aplicados em dentes submetidos a vários métodos de pré - tratamento. Apresentaram ainda, como proposta secundária, a avaliação por meio da utilização da microscopia eletrônica de varredura, do efeito da abrasão de ar na superfície do esmalte. Oitenta e quatro molares foram divididos em seis grupos de 14 dentes, perfazendo um total, em cada grupo, de 28 superfícies (vestibular e lingual) que foram planificadas e tratadas da seguinte forma: grupo I: lavagem com água e secagem com ar, sendo considerado o grupo controle; grupo II: abrasão com ar; grupo III: condicionamento com ácido fosfórico 35%; grupo IV: limpeza com pasta de pedra pomes não fluoretada e ácido fosfórico 35%; grupo V: abrasão com ar e condicionamento com ácido fosfórico 35%; grupo VI: lavagem com peróxido de hidrogênio e condicionamento com ácido fosfórico 35%. O selante Delton (Dentsply) foi empregado em todas as amostras, usando uma matriz plástica cilíndrica de 3,65 mm de diâmetro e aproximadamente 2 mm de comprimento. Sete dentes de cada grupo foram armazenados em água destilada a 37ºC por 72 horas e encaminhados ao teste de cisalhamento. Os sete dentes remanescentes após armazenados em água destilada a 37ºC por 120 dias, foram termociclados e também submetidos ao teste de cisalhamento. Os espécimes do grupo V foram observados no microscópio eletrônico de varredura. Após estocagem de 72 horas, os grupos III

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(17,57 ± 4,52 MPa), IV (16,98 ± 5,43 MPa), V (19,73 ± 3,99 MPa) e VI (20,20 ± 5,61 MPa) apresentaram resistência adesiva equivalente e com valores superiores em relação aos grupos I (3,89 ± 2,32 MPa) e II (8,13 ± 2,42 MPa). Decorridos 120 dias de armazenamento e executado o processo de termociclagem, a resistência ao cisalhamento dos grupos II (9,17 ± 2,90 MPa), III (11,95 ± 2,49 MPa), IV (9,97 ± 1,01 MPa) e VI (11,32 ± 3,41 MPa) não apresentou diferença. No grupo I todos os espécimes falharam. Constatou-se que apesar do grupo II (abrasão com ar) ter sido efetivo como pré-tratamento, quando em combinação com o ácido fosfórico 35% (grupo V = 17,92 ± 3,44 MPa) mostrou-se capaz de promover melhor adesão do selante ao esmalte.

A preocupação com a existência de lesões de cáries em pontos mais profundos de fossas e fissuras oclusais, clinicamente imperceptíveis, é apontada como um dos motivos pelos quais os selantes não são difundidos de forma mais ampla. Kramer HW DO (2003) testaram “LQYLYR”, por meio de exame clínico e radiográfico, o efeito da aplicação de selantes na progressão de lesões cariosas oclusais em dentes decíduos. Foram selecionadas 46 crianças, sem distinção de sexo, entre 3 e 6 anos. A amostra foi constituída por 67 molares, com cavitação oclusal envolvendo dentina e abertura menor ou igual a 3 mm, cuja lesão cariosa não ultrapassava 1/3 da espessura da dentina radiograficamente. Sob isolamento relativo, procedeu-se o condicionamento com ácido fosfórico 37% durante 30 segundos e após lavagem e secagem foi feita aplicação do selante Fluroshield (Dentsply). Decorrido o período de 24 meses, aproximadamente 90% dos dentes estudados apresentaram retenção completa do selante na superfície oclusal e em 100% não houve evidência de sinais radiográficos de progressão da doença cárie.

Duangthip & Lussi (2004) avaliaram o efeito de dois selantes de fossas e fissuras quando utilizadas diferentes técnicas de aplicação, considerando a contaminação salivar, os tipos de fissuras, além da microinfiltração e habilidade de penetração dos materiais. Cento e

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quarenta molares foram aleatoriamente distribuídos em 14 grupos contendo 10 dentes. Os fatores avaliados envolveram: a análise de dois materiais seladores: Concise(3M/ESPE): grupos A1 a A7 e Tetric Flow (Vivadent): grupos: B1 a B7; os métodos de limpeza (jato de bicarbonato: grupos A3, A7, B3, B7 ou limpeza convencional com pasta não fluoretada: demais grupos); processo de condicionamento (aplicação do ácido fosfórico com sistema de vibração: grupos A4, A7, B4 e B7 ou procedimento convencional: demais grupos); secagem (utilizando álcool 99% seguido do ar comprimido: grupos A5, A7, B5, B7 ou sem agentes de secagem: demais grupos) e aplicação do selante (sistema vibrador: grupos A6, A7, B6, B7 ou método convencional: demais grupos). Os espécimes foram submetidos a ciclagem térmica (5000 ciclos, com temperaturas entre 5ºC e 55ºC) e imersos em solução de azul de metileno 5% durante período de 24 horas. Após seccionamento, foram analisados o tipo de fissura, a microinfiltração e a habilidade de penetração por meio do exame microscópico. Os dados demonstraram que o selante Concise apresentou menor microinfiltração e habilidade de penetração semelhante, apesar do uso de diferentes métodos. O Tetric Flow, no entanto, demonstrou melhor desempenho na penetração das fissuras quando empregado o agente de secagem e quando avaliados todos os métodos em conjunto. As fissuras em Y foram melhor preenchidas pelos selantes do que aquelas em U ou V. Não houve correlação entre áreas não preenchidas e presença de microinfiltração.

As propriedades de baixa viscosidade, pequeno módulo de elasticidade e fácil manuseio, têm aumentado a aplicabilidade do sistema “flow”. Corona HWDO(2005) avaliaram a taxa de retenção deste sistema, quando usado como selante de fossas e fissuras, comparando-o com o selante resinoso convencional. Quarenta crianças portadoras de pares de molares contralaterais hígidos (80 decíduos e 80 permanentes) foram incluídas no estudo. Foi realizada profilaxia com pedra pomes e água seguida do condicionamento da superfície com ácido fosfórico 37% e procedimentos de lavagem e secagem. O Fluroshield (Dentsply) foi

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aplicado na metade da boca, nos dentes superiores e inferiores, e o adesivo frasco único Bond 1 (Jeneric Pentron) foi associado ao composto resinoso Flow It (Jeneric Pentron) para utilização no lado oposto da boca. Sob isolamento absoluto, o condicionamento com ácido fosfórico 37% foi realizado antes dos produtos serem empregados. Duas camadas do sistema adesivo Bond 1 foram sucessivamente aplicadas na superfície condicionada dos dentes que foram em seguida selados com resina fluida e fotopolimerizados. Os dentes selados com Fluroshield receberam uma camada uniforme do selante e conseqüente fotopolimerização. Os mesmos examinadores avaliaram os selantes em três intervalos: logo após a realização do procedimento, aos 6 meses e aos 12 meses posteriores ao período inicial. A retenção foi verificada de acordo com os critérios de retenção total, retenção parcial ou perda total. Não houve ausência dos selantes em nenhum dos materiais na reavaliação executada após 1 ano. Dos 40 molares decíduos pertencentes ao grupo do Fluroshield, 33 permaneceram intactos após 6 meses e 31 mostraram-se completamente selados após 1 ano. Nos molares permanentes, não ocorreu perda total do material após 6 meses e a perda parcial foi notada em apenas 2 dentes no prazo de 1 ano. Nos molares decíduos que receberam a resina Flow It, a perda parcial foi verificada em apenas 1 dente após 6 meses e em dois dentes após 1 ano. Quarenta molares permanentes apresentaram-se inteiramente selados após o período de acompanhamento. A resina Flow It apresentou resultado superior no selamento dos molares decíduos. No entanto, resultados estatisticamente significantes não foram encontrados nos molares permanentes em comparação ao Fluroshield, que apresentou desempenho semelhante.

 6LVWHPDV DGHVLYRV FRQYHQFLRQDO RX DXWRFRQGLFLRQDQWH  DVVRFLDGRV D PDWHULDLV UHVLQRVRV

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Os sistemas adesivos convencionais compõem-se de um conjunto de materiais que, aplicados de forma seqüencial, promovem o mecanismo de união aos substratos dentários. Na apresentação multi frascos, os três componentes encontram-se separados (ácido, SULPHU e adesivo). No entanto, os sistemas adesivos que apresentam incorporados o SULPHU ao adesivo, ou resina fluida, são chamados de frasco único. Estes adesivos de dois passos também requerem prévio condicionamento com ácido fosfórico e possuem em sua constituição monômeros hidrófilos e hidrófobos dissolvidos em solvente orgânico do tipo acetona ou etanol (TERUYA & CORRÊA, 1998;PERDIGÃO & RITTER, 2001).

Variações na metodologia de uso do selamento das fossas e fissuras têm sido testadas por alguns pesquisadores para estudar o efeito da associação entre adesivos convencionais e selantes, na tentativa de aumentar a resistência adesiva, diminuir a microinfiltração e melhorar a eficiência da adesão. (GARCIA-GODOY HWDO, 1991; MUSSOLINO HWDO, 1998; FEIGAL HWDO, 2000; VALSECKI JUNIOR HWDO, 2000).

Com a evolução tecnológica, surgiram recentemente os sistemas autocondicionantes. Estes sistemas usam monômeros ácidos, hidrofílicos capazes de desmineralizar os tecidos dentários e penetrar nestes substratos simultaneamente (KAADEN HW DO, 2002). Estes materiais apresentam simplificação do processo de adesão, diminuindo a sensibilidade técnica e reduzindo tempo de tratamento ao restringir os passos clínicos do processo adesivo (FEIGAL & QUELHAS, 2003).

São classificados em sistemas autocondicionantes de 2 passos (SULPHU autocondicionante) e os sistemas autocondicionantes de 1 passo (adesivo autocondicionante), sendo este, o mais ácido (CARVALHO HW DO, 2004). Além da facilidade de aplicação, o principal benefício é que os passos de lavagem e secagem necessários nos sistemas adesivos convencionais são eliminados (FINGER & TANI, 2005).

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Atualmente, estes sistemas autocondicionantes têm sido também utilizados como modificação da técnica tradicional de selamento de fossas e fissuras, representando nova opção clínica e estudos estão ainda avaliando sua real eficácia (SHIMADA HW DO, 2002; ASMUSSEN & PEUTZFELDT, 2003; PERDIGÃO HW DO, 2003; PEUTZFELDT & NIELSEN, 2004; KELSEY HWDO, 2005; TAY HWDO, 2005).

Serão apresentados em seguida trabalhos que analisam o desempenho dos sistemas adesivos (convencional e autocondicionantes) ou ainda a associação destes aos materiais seladores.

Com a proposta de avaliar o efeito de quatro sistemas adesivos na resistência ao cisalhamento do selante de fossas e fissuras, Garcia-Godoy HWDO (1991) realizaram estudo, no qual avaliaram cinco grupos de quinze molares permanentes extraídos que tiveram as superfícies do esmalte planificadas com lixa de granulação 600 e, após o condicionamento com ácido fosfórico 37% por 30 segundos receberam os seguintes tratamentos: grupo 1: selante Concise (3M/ESPE); grupo 2: Gluma Primer (Bayer) + selante Concise (3M/ESPE); grupo3: Gluma Primer (Bayer) + Gluma Sealer (Bayer) + selante Concise (3M/ESPE); grupo 4: Scotchbond 2 Primer (3M/ESPE)+ Scotchbond 2 Adesivo (3M/ESPE) + selante Concise (3M/ESPE) e o grupo 5: C&B Metabond (Parkell) + selante Concise (3M/ESPE). Um cilindro de náilon contendo o selante Concise foi colocado sobre a área tratada, polimerizado, armazenado em água destilada por 24 horas e termociclado por 200 ciclos com variação de temperatura entre 5 e 55ºC. O teste de cisalhamento foi realizado em máquina Universal Instron, com velocidade de 0,5mm/min. Os resultados não demonstraram diferenças significantes entre os grupos (G1= 11,8 ± 4,5 MPa, G2= 12,3 ± 5,0 MPa, G3= 10,3 ± 1,9 MPa, G4= 12,5 ± 8,6 MPa e G5= 15,8 ± 5,2 MPa). Constatou-se portanto, que o uso dos adesivos dentinários não foi capaz de melhorar a resistência ao cisalhamento do selante de fossas e fissuras ao esmalte.

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Com o objetivo de comparar a força de adesão do selante ao esmalte, com ou sem a prévia utilização de SULPHU, em presença ou ausência de umidade, Choi HWDO(1997) fizeram pesquisa que envolveu 100 dentes bovinos desgastados com lixa de granulação 120 e distribuídos em 4 grupos tratados com ácido fosfórico 32%. No grupo 1, após o condicionamento ácido, procedeu-se a secagem até obtenção do aspecto opaco e aplicação do selante. No grupo 2, após o condicionamento, a superfície do dente foi seca para remoção do excesso de umidade e em seguida o selante foi aplicado e polimerizado. No grupo 3, após o condicionamento, a superfície do dente foi seca até o alcance do aspecto opaco, com posterior uso do SULPHU All-Bond 2 (Bisco) e aplicação e polimerização do selante. No grupo 4, após o condicionamento ácido, a superfície do dente foi seca por meio da remoção do excesso de umidade, o SULPHU foi aplicado e o selante inserido e polimerizado. O selante empregado no estudo foi o Delton (Johnson & Johnson). As amostras foram armazenadas, após procedimento de selamento, em água destilada a 37ºC por 24 horas. A força de resistência ao cisalhamento do selante ao esmalte foi testada. Os maiores valores de resistência ao cisalhamento foram obtidos com o uso do SULPHU All-Bond 2 em presença ou ausência de umidade (G3= 15,9 ± 4,56 MPa e G4= 19,10 ± 5,52 MPa) e os menores valores foram encontrados com o uso da técnica convencional do selante (G1= 12,69 MPa ± 5,21 e G2= 3,39 ± 2,01 MPa).

Com a proposta de investigar as variações na resistência ao cisalhamento do selante associado a componentes do sistema adesivo além de comparar variação dos valores de acordo com o local onde o selante seria aplicado (terço cervical ou incisal da coroa de dentes bovinos), Mussolino HWDO (1998) realizaram experimento envolvendo o selante Fluroshield (Dentsply) e o adesivo Probond (Dentsply). Foram utilizadas 20 secções (10 cervicais e 10 incisais) de 40 dentes recém - extraídos, que após terem a superfície do esmalte planificada com lixas d’água de granulações decrescentes, foram divididas em quatro grupos distintos. O

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grupo 1 continha o selante Fluroshield após condicionamento do esmalte com ácido fosfórico 37%, o grupo 2 englobava uma camada de SULPHU Probond antes da aplicação do selante Fluroshield, o grupo 3 possuía ainda uma camada de adesivo Probond após o SULPHU e o grupo 4 colocou o adesivo Probond sobre o esmalte condicionado sem aplicação

prévia do SULPHU. Os resultados obtidos mostraram que o grupo 2 apresentou menor resistência ao cisalhamento do selante ao esmalte (G2= 8,01 MPa) quando comparado ao grupo 1 (G1= 11,64 MPa), enquanto os grupos 3 e 4 não alteraram a resistência ao cisalhamento do selante (G3= 9,17 MPa e G4= 10,81 MPa) que foi ainda considerada menor na região cervical em relação à incisal da coroa.

A ciclagem térmica simula “LQYLWUR” as flutuações de temperatura que acontecem no processo “LQYLYR”. Gale & Darvell (1999) avaliaram o processo de termociclagem nos testes laboratoriais de materiais dentários. Foi realizada revisão literária de 130 estudos para observar a ação provocada nas restaurações de dentes extraídos, quando submetidos a ciclos de alterações térmicas que simulavam as diferenças de temperatura existentes no meio ambiente oral. Verificou-se que as variações nos regimes usados são enormes, tornando difícil compará-los. Nenhuma evidência do número de ciclos pareceu ser realmente compatível com o que ocorre na cavidade bucal, necessitando de maior investigação. A estimativa de aproximadamente 10000 ciclos por ano foi sugerida. As mudanças térmicas variaram consideravelmente nos diferentes artigos, que apresentaram valores divergentes de temperaturas extremas necessárias. Desta forma, as informações sobre o efeito da ciclagem térmica foram controversas. Concluiu-se que são necessárias justificativas para o emprego deste procedimento, além da padronização das condições em que este deve ser realizado para constatar sua relevância.

O estudo de Tulunoglu HW DO (1999) investigou o uso de três agentes adesivos dentinários: Scotchbond Multi-Purpose Plus (3M/ESPE), Syntac (Vivadent) e Optibond

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Dual Cure (Kerr) na microinfiltração e resistência ao cisalhamento do selante de fissuras Helioseal F (Vivadent) utilizado no esmalte seco ou úmido. Cento e doze dentes decíduos, divididos em oito grupos foram seccionados longitudinalmente no sentido mésio – distal, incluídos em resina acrílica e planificados nas superfícies vestibular e lingual com lixas de granulação 600. Nos grupos 1 e 2 (controle) foi utilizado selante diretamente no esmalte condicionado com ácido fosfórico 37% em campo seco e em campo úmido, respectivamente. Nos grupos 3 e 4 o selante foi aplicado no esmalte tratado com o Schotchbond Mutipurpose Plus em condição de ausência e presença de umidade respectivamente. Nos grupos 5 e 6 o selante foi aplicado no esmalte tratado com Syntac em condições de ausência ou presença de umidade respectivamente, e os grupos 7 e 8 utilizaram o Optibond Dual Cure em campo seco ou úmido respectivamente. Os resultados revelaram que o uso do agente adesivo como intermediário entre os dentes decíduos e selantes de fissuras diminuiu a microinfiltração e aumentou a resistência adesiva (G3= 22,25 MPa, G4= 15,60 MPa, G5= 13,49 MPa, G6= 12,79 MPa, G7= 16,88 MPa, G8= 13,00 MPa) em comparação com os grupos controle (G1= 7,005 MPa, G2= 3,61 MPa). O emprego dos agentes adesivos de esmalte - dentina abaixo dos selantes em condições de contaminação salivar apresentou melhores resultados do que em esmalte não contaminado. Dos adesivos utilizados, o Schotchbond Multipurpose Plus demonstrou melhores resultados nos testes realizados.

Para analisar a melhora na retenção dos selantes com a associação dos agentes adesivos, Feigal HW DO (2000) realizaram estudo clínico por período de 5 anos, utilizando sistemas de frasco único ou separados. O objetivo dos autores consistiu em verificar as variáveis de sucesso do selante Fluroshield (Dentsply) a longo prazo, observando os efeitos dos agentes adesivos no selamento oclusal e vestibular/lingual. Foram avaliados 617 selantes oclusais e 441 vestibular/lingual dos molares de 165 pacientes. O efeito do tratamento (somente selante ou agente adesivo + selante, operador e tipo de adesivo) e potenciais fatores

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de risco para falhas dos selantes, incluindo características do paciente (idade, comportamento, controle salivar), características do dente (presença ou ausência de cárie, estágio de erupção, condição do esmalte) foram os aspectos testados. Após condicionamento com ácido fosfórico 37%, três grupos de agentes adesivos foram analisados para efeito de tratamento, sendo eles o Tenure Primer (Den-Mat), o Scotchbond Multipurpose (3M/ESPE) e 3 agentes adesivos de frasco único: Prime & Bond (Dentsply), Single Bond (3M/ESPE) e Tenure Quik (Den-Mat), como terceiro grupo. A análise do selante Fluroshield (Dentsply) foi realizada por 2 observadores logo após sua utilização, sendo repetida 1, 3, 6 meses após a inserção e a cada 6 meses, após este primeiro semestre. Os critérios de exame envolveram a integridade marginal, descoloração marginal e forma anatômica. Para cada paciente a imagem fotográfica do dente foi registrada e gravada no vídeo com câmara intra - oral. As divergências foram revisadas por um terceiro investigador que consultou as imagens do vídeo. Os selantes que apresentaram falhas foram reparados com os mesmos materiais anteriormente utilizados. Após 5 anos somente 12 lesões cariosas foram detectadas nas fossas e fissuras. O Tenure Primer mostrou-se neutro e o Scotchbond Multipurpose foi prejudicial ao êxito do tratamento. As variáveis que afetaram o sucesso dos selantes envolveram o estágio inicial de erupção nas superfícies oclusal, vestibular/lingual, comportamento, problemas salivares e variações visualmente aparentes no esmalte. Constatou-se que quando os sistemas adesivos de frasco único foram utilizados, diminuíram pela metade o risco de falhas no grupo selante oclusal e em 1/3 o risco de falhas no selante vestibular/lingual, promovendo sua maior durabilidade quando comparados com seu uso isolado.

Grande HWDO (2000) destacaram que o tratamento preventivo pode ser considerado o mais importante aspecto de cuidado oral. Buscando comparar a retenção do agente de adesão multiuso OptiBond (Kerr) e o selante convencional Delton (Dentsply) no selamento de fossas e fisuras, foi executado estudo que contou com a participação de 38 voluntários (23 do

Referências

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