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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 439.633 - GO (2002/0066331-0)

RELATOR : MINISTRO FERNANDO GONÇALVES

RECORRENTE : ESTADO DE GOIÁS

PROCURADOR : MÁRCIO ALESSANDRO DE SAN'TIAGO POTENCIANO E OUTROS

RECORRIDO : JOÃO DE OLIVEIRA GODINHO E OUTRO

ADVOGADO : AIRY DE MORAES

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA. NOME. PROCURADOR DO ESTADO. PUBLICAÇÃO. DIÁRIO OFICIAL. ART. 236, § 1º, DO CPC. INEXISTÊNCIA. OFENSA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. FALTA. DEMONSTRAÇÃO.

1. Em publicação de sentença em mandado de segurança, a ausência do nome do Procurador do Estado não importa em ofensa ao art. 236, § 1º, do Código de Processo Civil, porquanto o pólo passivo da relação processual é ocupado sempre pela pessoa jurídica de direito público (ou pela pessoa jurídica de direito privado que exerça funções delegadas do poder público a que se vincula a autoridade coatora), estando expressos na publicação o número do processo, os nomes do autor e dos advogados, permitindo, plenamente, a identificação das partes e atendendo à finalidade do ato. Precedentes.

2. Malgrado a tese de dissídio jurisprudencial, há necessidade, diante das normas legais regentes da matéria (art. 541, parágrafo único do CPC c/c o art. 255 do RISTJ), de confronto, que não se satisfaz com a simples transcrição de ementas, entre trechos do acórdão recorrido e das decisões apontadas como divergentes, mencionando-se as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Ausente a demonstração analítica do dissenso, incide o óbice da súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

3. Recurso não conhecido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso. Os Ministros Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti, Fontes de Alencar e Vicente Leal votaram com o Ministro-Relator.

Brasília, 22 de outubro de 2002 (data de julgamento).

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 439.633 - GO (2002/0066331-0) RELATÓRIO

EXMO. SR. MINISTRO FERNANDO GONÇALVES:

Trata-se de recurso especial interposto pelo ESTADO DE GOIÁS, com fundamento nas letras "a" e "c" do permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça daquela unidade federativa, assim ementado,

verbis :

"AGRAVO REGIMENTAL. INTIMAÇÃO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. MENÇÃO DO NOME DO PROCURADOR DO ESTADO.

Para que as intimações das pessoas jurídicas de direito público, venham operar seus efeitos legais, não se faz necessário constar o nome do Procurador do Estado que atua no feito, pois sendo o Estado de Goiás representado pela Douta Procuradoria Geral do Estado, por força de dispositivo constitucional, está implícito que a defesa de seus interesses deverá ser promovida por qualquer um dos Procuradores do Estado, regularmente investidos na função. Agravo regimental conhecido e improvido". (fls. 105/106)

Aduz o recorrente violação ao art. 236, § 1º, do Código de Processo Civil.

Apresentadas as contra-razões, o recurso foi inadmitido, ascendendo os autos a esta Corte por força de agravo de instrumento.

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 439.633 - GO (2002/0066331-0) VOTO

EXMO. SR. MINISTRO FERNANDO GONÇALVES (RELATOR):

A irresignação não merece acolhida.

Com efeito, o acórdão recorrido, ao dirimir a controvérsia, assevera, verbis :

"A intimação é realizada na pessoa do advogado da parte, ou ainda, pela publicação dos atos processuais na imprensa oficial, sendo neste último caso, imprescindível para a validade da intimação, a menção dos nomes das partes e de seus advogados, de maneira suficiente para identificá-los, pois havendo preterição desses requisitos, há causa de nulidade da intimação.

In casu, o agravante assevera que a intimação do v. acórdão que

julgou procedente o mandamus de que trata estes autos é nula, por não haver a menção do nome do Procurador do Estado que atua no presente processo, todavia, no meu sentir, este fato isolado não constitui motivo de nulidade, na medida em que é impossível a adoção de tal medida.

Nos termos do artigo 118, da Constituição do Estado de Goiás,a representação judicial do Estado de Goiás é de incumbência da Procuradoria Geral do Estado, e assim sendo, esta representação pode ser exercida por qualquer dos Procuradores do Estado, desde que regularmente investidos na função.

Considerando a possibilidade de qualquer Procurador do Estado assumir judicialmente a defesa dos interesses do Estado de Goiás, para que se possa acolher a tese sustentada pelo ora agravante, deveria-se então, constar nos atos intimatórios, os nomes de todos os Procuradores do Estado, o que indubitavelmente, é impossível, seja pela ausência nos autos dos nomes destes profissionais, seja pela inviabilidade técnica de tal providência." (fls. 110/111)

...

"A intimação impugnada possui em seu corpo os requisitos legais para que venha produzir de forma válida e eficiente os seus efeitos legais, pois sendo o Estado de Goiás representado pela Douta Procuradoria Geral do Estado, por força de disposição do artigo 118, da Constituição do Estado de Goiás, conclui-se que não é necessário a menção do nome de qualquer

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Superior Tribunal de Justiça

Procurador do Estado no ato intimatório, pois possuindo aqueles poderes de agir na defesa dos interesses do Estado, para que a intimação seja considerada válida basta que conste o nome do Estado de Goiás, já que está implícito que a defesa de seus interesses deverá ser promovida por um de seus Procuradores de Estado." (fls. 112)

Dos excertos transcritos vê-se que não há nada a reparar no referido julgado, porquanto a publicação objeto do recurso refere-se à sentença em mandado de segurança.

A propósito, a lição de Ely Lopes Meirelles, in "Mandado de

Segurança , Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção,

"Habeas Data" , Malheiros Editores, 21ª Edição, pág. 21:

"Mandado de Segurança é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção do direito individual líquido e certo, não amparado por habeas corpus, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade , seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça ". (grifei)

Assim, o pólo passivo da relação processual em mandado de segurança é ocupado sempre pela pessoa jurídica de direito público (ou pela pessoa jurídica de direito privado que exerça funções delegadas do poder público a que se vincula a autoridade coatora), estando claramente expressos na publicação o número do processo, o autor e os advogados, permitindo, plenamente, a identificação das partes, validando a publicação.

A propósito:

"PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCURADOR DO ESTADO. INTIMAÇÃO. DIÁRIO OFICIAL. RECURSO ESPECIAL. INTEMPESTIVIDADE.

Intempestividade do recurso reconhecida, em face de sua interposição fora do prazo legal, tomando-se como termo a quo da contagem a publicação do acórdão na imprensa.

Recurso não conhecido." (Resp 253048-BA, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJU, 06.11.2000)

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Superior Tribunal de Justiça

"PROCESSUAL CIVIL - INTIMAÇÃO - PUBLICAÇÃO COM O NOME DO CARGO - OMISSÃO DO NOME DO TITULAR - PRECEDENTE STJ.

- A intimação dirigida ao Estado, por seu Procurador-Geral, através de publicação em órgão oficial, não é nula, por isso que é possível a identificação das partes e seus procuradores.

- A omissão do nome do titular não impossibilitou a identificação da parte, atendendo a finalidade do ato, inexistindo dúvida quanto à pessoa e ao representante desta a serem intimados.

- Recurso especial não conhecido." (Resp 131.900/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJU, 20.03.00)

"PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCURADOR DO ESTADO. PUBLICAÇÃO. DIÁRIO OFICIAL. ART. 169, § ÚNICO DO CPC. OFENSA. INEXISTÊNCIA.

1. Em publicação de sentença em mandado de segurança, mesmo que o nome da parte venha expresso por abreviatura pela qual ela é conhecida, não ocorre ofensa ao parágrafo único do art. 169 do CPC, porquanto o pólo passivo da relação processual é ocupado sempre pela pessoa jurídica de direito público (ou pela pessoa jurídica de direito privado que exerça funções delegadas do poder público a que se vincula a autoridade coatora), estando expressos na publicação o número do processo, os nomes do autor e dos advogados, facilmente identificáveis. Precedentes. 2. Recurso não conhecido." (Resp 279.419/MA, Rel. Ministro

FERNANDO GONÇALVES, DJU, 10.09.01)

"PROCESSUAL CIVIL. INTIMAÇÃO. PUBLICAÇÃO COM O NOME DO CARGO QUE OCUPA REPRESENTANTE DO ESTADO, NÃO CONSTANDO O DO SEU TITULAR. RECURSO DESPROVIDO.

I - Não é nula a intimação, através de publicação em órgão oficial, se inexiste omissão que impossibilidade a identificação do recorrente.

II - A intimação dirigida ao Estado, por seu Procurador-Geral, malgrado não mencione o nome do seu titular atende a finalidade do ato, por isso que possível identificar-se as partes a seus procuradores.

III - Recurso desprovido, unanimemente." (Resp 29.050/MA, Rel. Ministro DEMÓCRITO REINALDO, DJU, 15.03.93)

Por fim, malgrado a tese de dissídio jurisprudencial, há necessidade, diante das normas legais regentes da matéria (art. 541, parágrafo único do CPC c/c o art. 255 do RISTJ), de confronto, que não se satisfaz com a

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Superior Tribunal de Justiça

simples transcrição de ementas, entre trechos do acórdão recorrido e das decisões apontadas como divergentes, mencionando-se as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Ausente a demonstração analítica do dissenso, incide o óbice da súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. SÚMULA 85/STJ. APROVEITAMENTO DE PONTOS. LC 180/78 DO ESTADO DE SÃO PAULO. INEXISTÊNCIA DE SEMELHANÇA ENTRE OS CASOS CONFRONTADOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.

1. Inexiste a divergência jurisprudencial quando o aresto paradigma afasta a incidência da coisa julgada ao reconhecer o desrespeito ao comando expresso na decisão transitada em julgado, enquanto o embargado a afirma, justamente por terem sido respeitados todos os comandos da sentença exeqüenda, visando o recorrente à modificação dos critérios estabelecidos na sentença.

2. O conhecimento dos embargos de divergência, assim como do recurso especial fundado na alínea "c" do permissivo constitucional, requisita a demonstração analítica da divergência jurisprudencial invocada, por intermédio da transcrição dos trechos dos acórdãos que configuram o dissídio e da indicação das circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, não se oferecendo, como bastante, a simples transcrição de ementas ou votos.

3. Agravo regimental improvido." (AEREsp 84.080/SP, DJ 26.03.2001, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO )

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEXTA TURMA

Número Registro: 2002/0066331-0 RESP 439633 / GO

Números Origem: 199901725543 200101978840 89122

PAUTA: 22/10/2002 JULGADO: 22/10/2002

Relator

Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro HAMILTON CARVALHIDO Subprocuradora-Geral da República

Exma. Sra. Dra. ZÉLIA OLIVEIRA GOMES Secretário

Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : ESTADO DE GOIÁS

PROCURADOR : MÁRCIO ALESSANDRO DE SAN'TIAGO POTENCIANO E OUTROS RECORRIDO : JOÃO DE OLIVEIRA GODINHO E OUTRO

ADVOGADO : AIRY DE MORAES ASSUNTO: Administrativo - Militar - Gratificações

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, não conheceu do recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator."

Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti, Fontes de Alencar e Vicente Leal votaram com o Sr. Ministro-Relator.

O referido é verdade. Dou fé.

Brasília, 22 de outubro de 2002

ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA Secretário

Referências

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