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Porto Alegre para os trabalhadores

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Academic year: 2021

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SEMINÁRIO DE PROGRAMA

27 DE AGOSTO DE 2016

Porto Alegre para os trabalhadores

Júlio Flores prefeito

Vera Rosane vice

FORA TEMER e SARTORI.

Fora todos eles !

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Introdução

O PSTU é um partido diferente. Nossa atuação não gira em torno das eleições. Participamos desse jogo de cartas marcadas para apresentar as nossas propostas, colocar-nos a serviço da luta dos trabalhadores e denunciar essa farsa. Mas não depositamos nenhuma ilusão em que a solução passe pelas eleições. Está provado: a crise da Lava Jato mostrou como funciona esse jogo: os grandes bancos e empreiteiras é que financiam e os eleitos vão governar para eles. Sem a luta da classe trabalhadora nada vai mudar. Mas para isso tem que enfrentar os governos dos patrões e conquistar um governo socialista dos trabalhadores.

Eleger parlamentares é muito importante por que? Para serem pontos de apoio para as lutas e, uma vez lá, denunciar por dentro, sem vacilar, essa democracia dos ricos, e defender os direitos dos trabalhadores. Os candidatos do PSTU tem esse compromisso e se recusarão a viver com os altos salários e privilégios das Câmaras de Vereadores ou prefeituras.

Essa deveria ser a postura de todos os partidos de esquerda, mas vimos como o PT se afundou nessa lama. Para eleger parlamentares se coligou com os partidos dos patrões e recebeu dinheiro das empresas, aí foi um passo para a corrupção. Deu no que deu. E infelizmente esse é o caminho que está tomando o PSOL, quando Marcelo Freixo recebe dinheiro da empresa que demoliu a Vila Autódromo no Rio e faz alianças com a Rede, ou quando Luciana Genro, que já recebeu em outros anos dinheiro da Gerdau e do Zaffari, e agora se alia em Porto Alegre ao PPL, partido que se alia com qualquer um, da direita à esquerda.

Somos diferentes também porque temos um programa revolucionário e socialista. Cada vez mais toda a riqueza se concentra em mãos de um punhado de ricos. Não acreditamos que o capitalismo tem jeito. Na época das vacas gordas criaram fortunas, e deixaram o povo só com migalhas. Mas na hora que o seu sistema entra em crise, prefere não arriscar seu capital, investem em especulação e demitem os trabalhadores, congelam salários. Ou seja, querem recuperar a lucratividade tirando o couro da classe trabalhadora.

Para o PSTU a classe produtiva são os trabalhadores, em especial os operários. Não é justo que os parasitas sempre se deem bem e tenham o controle dos governos, das câmaras de deputados e vereadores, do judiciário e da mídia. Vamos construir uma sociedade em que os que produzem usufruam da riqueza.

Queremos aqui explicar como podemos no município de Porto Alegre pôr em prática esse programa, a serviço dos direitos mais elementares que nos são negados. Um programa de luta, que nossos candidatos e militantes querem construir junto à classe operária e todos que são oprimidos.

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Resumo: os carros-chefe de nossa campanha

Mudar Porto Alegre! Mudar o Brasil:

#FORA TEMER e SARTORI. #FORA TODOS ELES! #contra burguês lute e vote 16!

Precisamos unificar as lutas e construir uma Greve Geral

Plano de obras públicas

Criar uma empresa municipal de obras estatal, controlada pelos próprios trabalhadores para:

Construir moradias para as famílias sem casa própria.

Construir hospitais, postos e infraestrutura de saúde

Melhorar as condições e a segurança das escolas

Construir creches para suprir o déficit devagas

Saneamento básico em todos os bairros (menos de 50% das moradias possui)

Gerar empregos na empresa de obras

Estatização do transporte coletivo sob controle dos trabalhadores. Carris

100% estatal. Redução e congelamento das tarifas.

Conselhos populares: trabalhadores no comando

A cidade nas mãos dos trabalhadores e do povo pobre

Que seja o povo a decidir sobre o que fazer com 100% do dinheiro do orçamento público e vigiar sua aplicação.

Redução dos salários dos políticos ao de um trabalhador

A Câmara deve se submeter aos Comitês Populares. Todo político deve ter mandato revogável, e nenhum político deve poder ganhar mais do que um operário ou uma professora.

Lei de responsabilidade SOCIAL

A atual Lei de Responsabilidade Fiscal limita os gastos sociais para garantir os juros dos bancos. Ao invés disso, tem que ser punido o governante que não aplicar o que é devido em saúde, educação, creches, moradia, saneamento, em todas as necessidades básicas do povo.

Não aceitamos doações de empresas

Quem paga a banda escolhe a música: é assim o sistema político do capitalismo.

PSTU 16: um voto na luta por uma sociedade socialista

Cada voto no PSTU, no 16, vai ser importante para fortalecer o projeto revolucionário e socialista e a luta da classe trabalhadora, do povo pobre, dos negros, das mulheres e LGBTs para mudar de verdade tudo isso que está aí.

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PROPOSTAS PARA MUDAR TUDO QUE ESTÁ AÍ

É preciso mudar Porto Alegre! É preciso mudar o Brasil

FORA TEMER, SARTORI! FORA TODOS ELES!

A situação de calamidade pública em que se encontram nossa cidade, nosso estado e o nosso país é responsabilidade de anos dos governos do PMDB, PT e PSDB, que favorecem a especulação imobiliária, banqueiros, multinacionais, empreiteiras e políticos corruptos. Aqui em Porto Alegre no DEP, a limpeza terceirizada é superfaturada, sob a administração Fortunati, que se limita a elogiar o gesto de grandeza do diretor ao pedir demissão. Nada diz sobre esse modelo de terceirização por onde vai o dinheiro público, propicia a corrupção de empresas falcatruas que superexploram seus trabalhadores.

Temer segue aplicando as mesmas medidas iniciadas por Dilma. O impeachment apenas “trocou 6 por meia dúzia”. Eles ficam brigando lá em Brasília para saber quem rouba mais, entretanto, esses senhores têm um grande acordo: atacar os trabalhadores para garantir os lucros dos banqueiros e grandes empresários perante a crise econômica que eles mesmos criaram.

Os trabalhadores e a juventude não devem aceitar pagar pela crise com desemprego, arrocho nos salários, carestia, retirada de direitos, corte de verbas na saúde, educação, creches e gastos sociais. Chega de enriquecer banqueiros, multinacionais! Chega dos corruptos remeterem bilhões para os países ricos, seus bancos e suas empresas.

Temer, esse Congresso Nacional, governador do estado, prefeito, deputados e vereadores defendem os ricos. Fora todos eles! Fora Temer, Cunha, Renan Calheiros, Aécio, Bolsonaro e que Dilma não volte nunca mais.

Não é possível mudar pra valer a cidade, sem mudar o estado e o país. E não é possível mudar de vez o país, sem mudar o sistema.

Para mudar tudo o que está aí é preciso um governo socialista dos trabalhadores formado por Conselhos Populares, quer dizer: um governo realmente dos de baixo, que execute o que for decidido em comitês populares formado nos bairros, escolas e fábricas. Só conquistaremos isso com a nossa mobilização.

Enquanto lutamos e propomos os Conselhos Populares, exigimos Fora Temer e esse Congresso e Eleições Gerais, já (com novas regras). Não aceitamos um governo eleito por esse Congresso corrupto e não queremos Dilma de volta.

Toda conquista em Porto Alegre fortalecerá a luta para mudar também o Brasil.

UNIFICAR AS LUTAS. CONSTRUIR A GREVE GERAL.

Precisamos unificar as lutas e parar o Brasil para barrar os planos de “ajustes” que os governos das três esferas estão aplicando.

Eles querem acabar com a aposentadoria, com os direitos trabalhistas, aumentar o desemprego e a exploração e rebaixar ainda mais os salários. Querem privatizar e destruir de vez a educação, a

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saúde e os serviços públicos para enriquecer os donos das cidades, dos bancos, das grandes empresas.

Uma Greve Geral pode botar pra fora Temer e todos eles!

AUDITORIA SOBRE AS OBRAS DA COPA

O chamado legado da Copa está até hoje inconcluso, mas as famílias da Tronco perderam suas casas tendo que ir morar em lugares distantes devido ao baixo valor das indenizações e outras vivendo de um aluguel social insuficiente. Tudo em função de 4 jogos da copa. A qualidade das obras viárias é visivelmente baixa. Em compensação muitas empreiteiras lucraram muito e continuam lucrando.

O governo de Dilma foi tão responsável quanto os dos municípios que derramaram dinheiro que faltou para a saúde e educação em função dos lucros milionários das empresas nessas obras, e para a FIFA corrupta. Tem que ser feita uma auditoria, para ver o que houve de superfaturamento, fraudes e endividamento público. A dívida pública de Porto Alegre teve um salto neste período. O império das empreiteiras tem que acabar.

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A IMPORTÂNCIA PLANO DE OBRAS PÚBLICAS

Os governantes dizem que não tem dinheiro para resolver os problemas da moradia popular, da saúde, da educação, da segurança. Dizem que a crise está aí e a arrecadação cai, porque as empresas estão produzindo menos. Daí justificar também a onda de demissões que avança. Parece que ninguém tem responsabilidade sobre nada.

Essa maneira de ver é de quem se baseia no lucro dos empresários. Queremos provar que não é assim, que tem dinheiro e tem como começar a resolver os problemas básicos que afligem a parcela mas empobrecida, e ainda combater o desemprego.

Ao mesmo tempo, Porto Alegre ainda tem obras inconclusas da malfadada Copa de 2014. As obras da orla do Guaíba estão sendo feitas de acordo com o interesse das empresas que querem explorá-la e não uma revitalização que devolva esses espaços de convivência da população com a bela natureza da cidade. As obras da avenida Tronco desalojaram centenas de famílias, praticamente expulsas de lá, sem a devida compensação. Assim também estão os corredores BRT. Cada obra que se atrasa têm por trás a chantagem das empreiteiras que lucram mais e mais.

Temos que ter uma plano de obras públicas, criar uma empresa municipal de obras 100% pública e estatal, controlada pelos próprios trabalhadores, para:

Construir moradias para as famílias sem casa própria.

Construir hospitais, postos e infraestrutura de saúde

Melhorar as condições e a segurança das escolas

Construir creches para suprir o déficit de vagas

Saneamento básico em todos os bairros (menos de 50% das moradias possui)

Gerar empregos na empresa de obras

Construir sistema de ciclovias

Fazer a revitalização pública do cais do porto, a partir de projeto construído pelos Conselhos Populares, e não destinada à exploração comercial. Anular o atual contrato com o Consórcio Porto Cais Mauá do Brasil.

E ainda, os desempregados seriam contratados, passando a ter salário e os benefícios das obras.

DE ONDE SAI O DINHEIRO

Qualquer partido que fizer promessas e não disser de onde sai o dinheiro está mentindo. As mudanças que os trabalhadores precisam só é possível na medida que se enfrente os privilegiados e os mais necessitados e os que efetivamente trabalham e produzem tenham a prioridade.

Em primeiro lugar devemos deixar de pagar dívidas para banqueiros e alimentar o lucro de empreiteiras, e aplicar na prioridade número um, que é a sobrevivência do povo.

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milionário ou dono de fábricas e grandes estabelecimentos comerciais deve pagar uma alíquota maior de imposto e não serem isentos de pagamento como em geral fazem os governos. Imóveis residenciais de famílias que recebem até 3 salários-mínimos devem ser isentos de cobrança. Imóveis comerciais devem pagar mais que imóveis residenciais.

Com certeza, os patrões e banqueiros, como os governos federal e estadual, usarão o judiciário para dizer que qualquer coisa que diminua suas mordomias é ilegal. Mas a lei também diz que temos direito à vida. Os trabalhadores têm que estar mobilizados e organizados para garantir todas as medidas do Conselho Popular, e chamar a solidariedade da nossa classe em todo o país, que pode vir a se somar e lutar por medidas semelhantes. Nunca na história ganhamos nada de mão beijada.

COMBATE AO DESEMPREGO

Além dos que vierem a ser empregados no plano de obras públicas:

 Garantia emergencial de cesta básica pela prefeitura para todo (a) desempregado(a);  Isenção de pagamento de luz, água, IPTU e passe livre em todo transporte público

para os desempregados;

Lutar para aprovar no país

 Redução da jornada de trabalho para 36 horas sem redução dos salários;  Seguro desemprego de dois anos, pelo menos, enquanto perdurar a crise;

 Proibição da demissão imotivada e expropriação sem indenização das fábricas e empresas que receberam isenções fiscais e demitirem;

 Garantia por lei de estabilidade no emprego;

Pelo direito irrestrito de greve

AUMENTO DOS SALÁRIOS E CONGELAMENTO DOS PREÇOS

Os patrões, além de demitir, rebaixam os salários alegando a crise. Já vimos que a crise não é igual pra todos, e querem sair da crise nos colocando para baixo. Exigimos a abertura da contabilidade das empresas e o controle operário sobre a produção. Deve ser organizado um Conselho Operário que unifique os comitês de fábrica para, junto com os sindicatos, colocarem os patrões na parede. Todo patrão que não respeita os direitos trabalhistas, não reajusta os salários, que sonega impostos, tem que se ver com o Conselho Operário, que organizará a luta com a união de todos os trabalhadores.

A carestia, a inflação e o arrocho salarial, além de causar fome em milhões de famílias trabalhadoras, significa um tremendo aumento da exploração e da transferência de dinheiro para a patronal, para os ricos. É preciso congelar o preço das tarifas públicas municipais e isentar das mesmas os desempregados. Os Conselhos Populares devem ter poder de fiscalização sobre os preços e empresas.

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Não ao parcelamento dos salários dos servidores

Fortunati tem acenado com o parcelamento dos salários dos municipários, indo na onda de Sartori. O governo dos trabalhadores não aceita essa solução, deve valorizar os servidores públicos e ganhar a simpatia e a colaboração destes para todas as mudanças que vamos fazer na cidade. Eles devem se somar à luta dos demais trabalhadores para que o dinheiro que vai para os ricos da cidade e do País, para os bancos, seja destinado a quem trabalha e produz. Isso significa que as pautas dos servidores públicos terão prioridade de serem atendidas, entre elas a reposição integral das perdas inflacionárias, a redução da jornada, etc.

A terceirizações nos serviços públicos (nutrição, limpeza, segurança e etc) não só precarizam a qualidade do trabalho prestado para população, como tornan-se mais caro aos cofres públicos, como vimos nos noticiarios através de denúncia, em 12 de julho de 2016: “Conforme denúncia averiguada pela Procuradoria Geram do Municipio, a empresa terceirizada JD Construções prestou contas de limpeza de bueiros em um número maior do que o existente nas ruas da Capital. Sem fiscalizar os serviços, o DEP pagou valores até três vezes superiores durante um período de pelo menos seis meses”. As empresas usam toda a estrutura pública, muitas delas nem pagam os direitos trabalhistas, pagam salários miseráveis, não se responsabilizam por treinar e capacitar os trabalhadores para as especificidades dos serviços.

Para solucionar esta situação deve-se abrir concurso para todas as esferas do serviço público e valorizar o servidor concursado, de carreira. Fim aos numerosos CC’s que servem para apadrinhamento por políticos, consumindo dinheiro público, enquanto profissionais concursados e capazes não são valorizados.

EDUCAÇÃO E SAÚDE PÚBLICAS, GRATUITAS E DE QUALIDADE

Primeiro, é preciso garantir verbas públicas apenas para a saúde e educação públicas e nenhum tostão para os milionários donos das escolas e hospitatais privados. Para se ter uma ideia, das 94.920 crianças de zero e cinco anos que necessitam atendimento 69,5% estão em escolas privadas. No ano passado, 80% das escolas infantis privadas de Porto Alegre apresentavam irregularidades que impediam de estarem de portas abertas, não tendo autorização para funcionar e mesmo assim estando a funcionar. Os dados do IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica revelam a falta de investimentos em educação e a falta de política de valorização dos profissionais. Porto Alegre está 3,5 vezes abaixo da médio do indice das Capitais do país que também é baixo (23,42%) em vagas públicas, tornando-se a capital com menor oferta de vagas públicas.

Ao falarmos na saúde pública a situação não difere. Segundo a responsável pelo Núcleo de Tutela da Saúde da Defensoria Pública, ela garante que a procura da população para garantir via judicial ao auxílio de internação hospitalar ou vaga com médico especializados cresceu entre 30% e 40% desde o ano passado (2015). "Não temos números exatos, porque nosso sistama só foi informatizado este ano. De qualquer maneira, todos os meses recebemos umas 400 pessoas pedindo ajuda."

O descumprimento da lei do Piso para servidores e falta de estrutura física e manutenção dos espaços são elementos que comprovam o descaso dos governos. E justamente por isso nacionalmente a juventude ocupou as escolas na defesa de educação pública de qualidade,

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demonstrando que a chamada Pátria Educadora não passou de propaganda enganosa do governo. Segundo, é preciso garantir vagas para todas as crianças em creches e escolas públicas, de qualidade!

Para isso é preciso acabar com o processo de privatização continuada da educação e da saúde. Acabar com toda gestão privada de escolas, creches, postos de saúde e hospitais, através das OS’s (supostas “Organizações Sociais”) ou de Fundações Privadas.

É preciso também garantir democracia nas escolas para que professores e a comunidade escolar possam debater e decidir em nível de município o projeto pedagógico, a gestão pública da mesma e eleger diretamente sua direção. Combatendo assim projetos retrógrados e autoritários como o “Escola sem Partido”, evitando a evasão escolar, aumentando a qualidade do ensino público.

É preciso garantir um Programa de atenção integral a saúde da mulher, diferente do investido atualmente (Rede Cegonha) que atende somente mulheres mães.

ESTATIZAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO DO TRANSPORTE E TARIFA ZERO

O principal problema que fez explodir os protestos de junho de 2013 foi o caos e a precarização do transporte público que, além de ser um dos mais caros do mundo, submete a grande maioria da população e os trabalhadores a um inferno diário. A superlotação, frota insuficiente ou em condições precárias e atrasos nos horários, além das condições inseguras e também precárias para cobradores e motoristas continuam. A licitação feita no ano passado foi uma farsa. As promessas de melhoria na prestação dos serviços não foi realizada. Os empresários continuam os mesmos, mas para os trabalhadores aumentou o preço do serviço acima da inflação, quando não há recomposição ou aumento real nos salários. Não teve melhora na estrutura do sistema, continuam as paradas sem abrigo ou mal iluminadas. E para justificar tudo isso, adesivaram e mudaram as cores dos ônibus da cidade. A CARRIS, que já foi motivo de orgulho, é tratada com descaso, tem trabalhadores contratados sem concurso público, mais de 30 CCs, alguns com altos salários e sem sequer trabalhar na área. Isso é causado pela lógica privada do serviço, que beneficia os lucros das grandes concessionárias. Terminar com as concessões para emprsários e ter um transporte apenas estatal, sob controle dos trabalhadores, é que pode garantir um serviço barato, a preço de custo, de qualidade e rumo a tarifa zero.

O METRÔ é uma necessidade para Porto Alegre

Mas não é prioridade dos governos, que sempre alegam a falta de recursos. É um investimento que requer verbas federais, estaduais e municipais. Mais uma vez deve-se questionar o modelo que privilegia o pagamento de juros das dívidas. Para os empresários, se os trabalhadores têm que usar um péssimo transporte para chegar ao trabalho diariamente não importa. Mas as empresas são beneficiárias. O custo do metrô deve ser paga pelas empresas e pelo não pagamento das dívidas aos bancos. Deve haver uma campanha de exigência de que os governos para proverem os recursos para o metrô.

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Conflito UBER x Taxis:

A prefeitura deve ter aplicativo próprio, exclusivo, e garantir condições iguais

para todos motoristas, qualidade e barateamento da tarifa

O Uber no Brasil impacta num momento de desemprego, com rápido crescimento do número de motoristas do aplicativo. Mas não é a "livre concorrência" que torna mais barato o Uber. A “parceria” entre o motorista e o Uber é uma fraude à relação de emprego, jogando os custos de manutenção dos carros para os trabalhadores e os submetendo a uma regime de remuneração que oscila enormemente ao longo do tempo. Não à toa, em muitos países já começaram as greves do motoristas do Uber. O Ministério Público do Trabalho já foi acionado para verificar relações de exploração.

Isso permite, nos primeiros momentos, oferecer tarifas mais baixas – até que leva à falência cada vez mais taxistas, monopolizando o mercado para, então, aumentar suas tarifas. E tem acitação popular não só pelo preço, mas por maior qualidade dos carros.

Mas essa tecnologia que vem com a internet e smartphones não é exclusividade do Uber, é uma tecnologia que pode perfeitamente ser posta a serviço público, sem enriquecer uma multinacional, e trazendo beneficios ao município. E isto pode ser feito sem prejudicar taxistas, ao contrário, colocando-a como opção a eles.

É simples criar um aplicativo público unificado, cujo lucro se revertesse às e aos trabalhadores e à melhoria do próprio sistema público de transporte. Isso pode substituir o atual sistema de cobrança, regulamentado pela prefeitura, e reduzir os próprios custos que hoje pesam sobre os taxistas no licenciamento de seus veículos e habilitações. É preciso garantir igualdade e dignidade ao trabalho de todos motoristas, taxistas ou não. As novas tecnologias, que permitem a reorganização do trabalho em cada setor da economia, devem levar a mudanças a favor da classe trabalhadora, e não que ampliem a exploração, a precariedade e a alienação do trabalho, em favor dos lucros de meia dúzia de empresários.

CONSTRUIR SISTEMA DE CICLOVIAS, a cidade não é dos automóveis

A falta de um transporte coletivo de qualidade, barato e com horários e linhas suficientes, a falta de ciclovias e mais opções para deslocamento, tudo isso transforma a cidade num inferno de carros e engarrafamentos, e muita dificuldade para quem se desloca de ônibus, a pé ou de bicicleta.

Um sistema de ciclovias deve ser discutido com quem entende disso, as várias associações de ciclistas, que tem organização e estudos, e os usuários que usam para o deslocamento cotidiano. As atuais ciclovias servem apenas para propaganda dos governos, são insuficientes e inseguras.

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MORADIA PARA TODOS

Além da construção de moradias no Plano de Obras Públicas, transformar em moradias populares a prédios, casarões e edificações que se encontram inutilizadas por um período maior que 2 anos. Estes imóveis devem ser tomados pelas administrações municipais e reformados para servirem como moradias ou espaços públicos, de cultura, educação e lazer. Desapropriados podem ser destinados ao aluguel social, por um preço justo, nunca superior a 1/3 da renda dos que necessitam;

Suspender imediatamente todos os despejos de áreas públicas municipais ocupadas por famílias de baixa renda com finalidade de moradia.

Combater a especulação imobiliária. A doação em Pagamento é um instrumento que existe, mas não é utilizado porque os prefeitos não têm, em geral, coragem de enfrentar os especuladores. Como funciona? Se um dono de imóvel usado para especulação deve IPTU, a prefeitura pode cobrar esse imposto pegando para ela um pedaço desses mesmos imóveis que seja correspondente ao valor da dívida. Estes imóveis vão compor um banco de terras públicas e a lista das edificações que serão transformadas em moradias populares estatais ou outras necessidades públicas.

Combater a poluição do Guaíba e a contaminação da água consumida

A Smic interditou, de forma cautelar, a empresa Cettraliq (Central de Tratamento de Efluentes Líquidos Ltda), localizada no Bairro Navegantes, investigada por ter relação com as alterações no cheiro e no sabor da água em Porto Alegre, que persistem há mais de dois meses. Tal empresa seria responsável por transformar dejetos de indústrias em água potável.

Uma bactéria é responsável pelo odor e gosto na água de Porto Alegre. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) descobriu a presença de 35 milhões de bactérias actinomicetos por mililitro de água que está sendo lançada no Guaíba a partir da estação de bombeamento da Trensurb, localizada nas proximidades da Ponte do Guaíba, segundo notícia no Correio do Povo. Muitos Actinomicetos podem causar moléstias no homem e nos animais. Isso tem que ser investigado seriamente e urgentemente.

Este fato revela que a péssima qualidade da água do Guaíba continua existindo devido ao império das indústrias, que conseguem o aval de governos para continuarem poluindo, usando da corrupção para burlar a fiscalização, provocando eventos de mortandade de peixes que são mais um alerta sobre o que estamos consumindo. Soluções tapa-furo como mais uma indústria tratando lixo industrial e devolvendo ao Guaíba mostram o poder das empresas. O governo dos trabalhadores deve proibir esse tipo de ação de degradação da natureza e de nossas condições de vida, cobrar multas pesadíssimas usadas para reparar os danos, e expropriar as que se negarem.

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MAIS VERBAS PARA A SAÚDE!

A saúde é a maior preocupação da classe trabalhadora brasileira. Além disso, representa um peso no orçamento familiar - devido ao sucateamento intencional da saúde pública estatal, as famílias são obrigadas a recorrer a serviços privados. Porém, apesar de sua importância, saúde pública vive um cenário de descaso e caos.

As filas nos hospitais públicos, a falta de leitos e o descaso é corrente. O surto de dengue no Estado denunciou que, em 2007, o governo do Rio Grande do Sul destinou apenas 0,29% dos recursos para a vigilância sanitária. A vigilância epidemiológica também é vítima da irresponsabilidade dos governos: também em 2007 recebeu exatos 400 reais do Tesouro estadual. Por conta disso, a tuberculose – praticamente erradicada nos países desenvolvidos, uma doença associada à pobreza – vem crescendo no Brasil e no Estado. O número de unidades de saúde preparadas para tratar as pessoas ainda é baixo: 21% do total de unidades.

Na raiz desses problemas está a falta de investimento governamental na saúde. O Brasil gasta aproximadamente 7,9% do PIB com saúde, sendo 3,5% do PIB com gasto público (Ministério da Saúde, 1,7%; governos estaduais, 0,9%; municípios, 0,9%) e 4,4% com saúde privada (convênios, consultas particulares, medicação etc). Ou seja, o gasto estatal é pouco mais da metade do mínimo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, que é 6% do PIB em saúde pública para países com saúde universalizada.

Abaixo a privatização da Saúde!

A Lei de Responsabilidade Fiscal tem sido um dos principais instrumentos neoliberais nas mãos dos governos, pois serve de justificativa para o corte crescente de gastos com o funcionalismo, a terceirização e privatização como conseqüência, apontando-os como a “salvação” em alternativa à dita “falência do Estado”. As conseqüências para a Saúde são drásticas. Para citar um dado, o Brasil tem uma relação de um médico para cada 900 habitantes, enquanto nos países desenvolvidos a relação está de 220 a 470 habitantes por médico. A necessidade de formação de mais médicos e a realização de concurso público são prementes.

A privatização tem avançado na forma de Organizações Sociais (OS) e Fundações Estatais de Direito Privado. Esta lógica de colocar a saúde cada vez mais nas mãos de interesses privados tem propiciado alguns episódios de corrupção e desvio de recursos públicos no Estado, como na Prefeitura de Porto Alegre, com o Instituto Sollus.

A Fortunati está passando todo o Programa Saúde da Família (PSF) para a administração privada através do IMESF, ampliando os contratos precários, com concurso público mas no regime CLT, e sem um controle social, prestando constas apenas à Prefeitura.

Tudo isto demonstra que a saúde não é exceção: os governos federal e os governos estaduais – sejam do PT, PMDB ou PSDB ou de qualquer um dos demais – trabalham no sentido de estrangular cada vez mais a saúde do povo. Tudo a serviço do “déficit zero”, de pagar as dívidas externa e interna, e até “emprestar” dinheiro ao FMI. Só em 2007 o governo gastou R$ 160 bilhões em juros da dívida interna e externa, três vezes mais do que todo o orçamento do Ministério da Saúde para o ano!

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Defendemos:

 Saúde é direito de todos e dever do Estado! Pelo acesso universal e de qualidade à saúde! Exigimos um sistema de saúde público, exclusivamente estatal, gratuito e de qualidade para todos. Pela efetivação dos princípios do SUS.

 Contra as privatizações! Não ao IMESF! Que a Saúde seja toda administrada pelo estado, sob controle dos trabalhadores e usuários do SUS. Nenhuma verba pública para os hospitais privados ou filantrópicos. Que se revertam as privatizações no setor público. Pela estatização dos hospitais privados e filantrópicos, a começar pelos falidos!  Dobrar as verbas para a saúde pública! Pelo financiamento mínimo de 6% do PIB para a

saúde pública "estatal"! Pelo cumprimento de 12% da receita do estado para a Saúde. Que as verbas para a saúde venham de impostos sobre a burguesia, como o imposto sobre grandes fortunas, até hoje emperrado no Congresso. Não à renúncia fiscal na saúde para hospitais filantrópicos!

 Contra a Lei de Responsabilidade Fiscal que restringe o funcionalismo público! Concursos públicos já! Contra a terceirização e privatização das relações de trabalho sejam na forma de contratos, cooperativas, ONGs, Organizações Sociais (OS), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS), SSA (Serviço Social Autônomo) e Fundações Estatais de Direito Privado (FEDP).

 Por um plano de obras públicas de grande impacto: construção de hospitais e unidades básicas de saúde em todas as regiões, saneamento, esgoto e água de qualidade para toda a população!

 Abaixo a “ambulancioterapia”! Por maior oferta de tratamento e atendimento especializado nos municípios!

 Acesso universal a medicamentos! Pela criação de laboratórios públicos de produção de medicamentos; quebra de patentes, expropriação e estatização dos laboratórios existentes e das farmácias sob o controle dos trabalhadores.

 Disponibilizar na rede pública todas as vacinas existentes;

 Por uma saúde pública, estatal e laica! Pela legalização e regulamentação do aborto. Acesso a métodos contraceptivos.

 Pela independência na formulação e aplicação de políticas de saúde! Contra a interferência dos empresários da saúde e de agências internacionais, como o Banco Mundial.

 Contra a DRU (Desvinculação de Recursos da União), que permite que 20% dos recursos sociais sejam desviados para outros setores, como o pagamento da dívida interna e externa.

 Luta por conselhos populares de saúde sob controle dos trabalhadores!

 Pela construção e implementação do plano de cargos e salários do SUS, com financiamento tripartite! Isonomia salarial para trabalhadores de mesma função e mesma escolaridade, independente da categoria profissional ou do vínculo empregatício,

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incorporação dos celetistas ao quadro do serviço público e fim da contratação sem concurso público.

 Em defesa dos trabalhadores terceirizados! Pela incorporação dos trabalhadores terceirizados aos sindicatos, pela unificação dos trabalhadores de saúde.

No Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) é fruto de um intenso processo de organização e luta dos trabalhadores na década de 80, que garantiu a saúde como um direito de todos e dever do Estado na Constituição de 1988. Se, por um lado, o SUS demandou a ampliação da presença do Estado, por outro, não estatizou e nem coibiu a atuação do sistema privado. O SUS tornou-se um sistema híbrido com uma rede pública expressiva, mas que garante a saúde como um espaço de acumulação de capital, ou seja, mercado consumidor

SEGURANÇA PÚBLICA:

POLÍCIA CIVIL UNIFICADA DESMILITARIZADA, ELEITA E CONTROLADA PELA COMUNIDADE

Todo trabalhador que já lutou sabe como os patrões utilizam a polícia para reprimir piquetes, manifestações e greves. Enquanto isso, o povo é refém da criminalidade. Uma parte da polícia é vinculada ao crime organizado e à corrupção. E quando a polícia intervém, não traz nenhuma segurança. Pelo contrário, trata a todos os moradores dos bairros pobres como bandidos, assassinando inocentes, em geral jovens pobres e negros, e fazendo operações de guerra, e não trazendo a paz como alegam.

Somos contra a criminalização das lutas, da pobreza e da negritude! Lutar não é crime! Ser pobre não é crime! Ser negro não é crime! Para haver segurança, primeiro tem que haver emprego e condições dignas de vida para todos e todas.

Para que os trabalhadores e o povo pobre das periferias possam se sentir seguros, as ruas, as praças, os parques, os becos e as vielas têm que ser retomados, têm que ser alimentados com atividades, com vida, com dinâmica, com gente circulando, convivendo. É preciso que as prefeituras garantam iluminação, acesso a wi-fi, infraestrutura de áudio e vídeo para todas as praças e parques (priorizando os localizados nas periferias) e que fomente a realização permanente de atividades culturais, de esporte, lazer e formação inclusive noturnas, dando a estes espaços vida e fortalecendo experiências de socialização entre as pessoas.

É preciso ainda acabar com a BM, uma polícia militarizada herdada da ditadura militar, formada para a guerra e para a repressão pura e simples a toda revolta social. Defendemos uma Polícia Civil Unificada, incorporando os efetivos da BM, mas que seja radicalmente democratizada, cujos delegados e chefes, além de concursados, sejam eleitos diretamente pela população nas comunidades e nos bairros.

O crime organizado em sua ampla maioria é fruto da política de proibição das drogas. Sob o pretexto da saúde e segurança das pessoas, para que não se viciem, ocorrem mais mortes no Brasil do que em muitas guerras, e os chefões do tráfico não estão entre os mortos. Mais de metade da população carcerária está vinculada às pontas do tráfico, em prisão provisória ilegal e cumprindo

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pena sem julgamento. E isto não reduz a criminalidade nem aumenta a segurança.

Por isso, defendemos a legalização das drogas e o controle da sua distribuição pelo Estado, para acabar com o narcotráfico. Junto com isso, o Estado deve garantir campanhas de saúde pública e o atendimento estatal de saúde aos usuários. Isto certamente é mais eficiente para diminuir a criminalidade, a insegurança, as mortes e as prisões. Uma política de emprego deve dar vazão às pessoas que hoje caem nas mãos dos traficantes.

Nem a unificação e desmilitarização das polícias ou a legalização das drogas é da alçada do município, mas uma cidade e uma prefeitura que levantem estas bandeiras estarão contribuindo para essa luta.

COMBATE AO RACISMO, AO MACHISMO, Á LGBTFOBIA, Á

XENOFOBIA E Á EXPLORAÇÃO.

O capitalismo utiliza as opressões para explorar ainda mais os setores da classe trabalhadora. Desta forma, o racismo, o machismo e a lgbtfobia, além de dividir a classe são utilizados para melhor explorar sua força de trabalho, naturalizando o fato de pagar menores salários a uma parte dos trabalhadores em base ao preconceito e assim aumentar ainda mais os lucros do capital, além de significar para esses setores uma brutal violência diária por parte da polícia.

O machismo é estruturante das relações sociais. Em Porto Alegre quanto maior a qualificação da mulher maior é a diferença salarial em relação ao homens, em torno de 35%, conforme pesquisa realizada pela FEE. Em todos os níveis educacionais persiste a desigualdade, e a diferença entre homens e mulheres negras é ainda maior.

Em Porto Alegre onde 49,10% da População Economicamente Ativa são mulheres, o salário de um homem é em media 1.200,00 reais e uma mulher 1.000,00. Desta 7,80% estão desempregadas para 7,10% dos homens. Sendo que 49,87 são chefes de família, 29,15% destas não possuem o Ensino Fundamental que lhes permita conseguir empregos de melhor qualidade. Sobrando, assim, apenas o trabalho doméstico.

No ano 2015 através do Relatório do Tribunal de Contas do Estado, Porto Alegre foi tida como a pior capital do país quanto ao número de crianças atendidas em escolinhas públicas, 41 Escolas Municipais de Educação Infantil [ Emeis] para 219 Instituições de Educação Infantil Comunitárias [IEIC]. A última no ranking, pois 70% [13.986 vagas] das creches são conveniadas com a Prefeitura, e apenas 30,5% [6.134 vagas] são públicas. As crianças nas creches Conveniadas são mais baratas e estão em condições inferiores em aspectos como recreação, condição de edificação, salubridade, alimentação e material pedagógico, segundo o relatório.Onde as mães pagam de 100 a 200 reais por escolinha conveniada.

Sem creches publicas e de qualidade e condições básicas de subsistência, pois morram na Porto Alegre dos 5% de esgoto a céu aberto e dos 11% de moradias precárias, onde [2013 ; IBGE] 20,96% das gravidas são adolescentes negras. O feminicidio de 11,1%, o estupro de 14,3% e as lesões corporais de 1,7% só crescem, tornando suas vidas cada vez mais difícil.

A Porto Alegre dos trabalhadores é a mais Negra do Estado, 10,21% para o total de 24,18% no Rio Grande do Sul segundo o observatório de Porto Alegre do IBGE. Onde 4,43% dos jovens de 15 anos são analfabetos, e o homicídio desta juventude é de 70,52%, que cresceu de 2002 a 2013

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159%. A taxa de desemprego é de 12,30% para negros e 6,50% para brancos. Assim, como a taxa de violência contra LGBTS que somente de 2011 a 2013 cresceu 40%.

No Brasil e no mundo se parte da falsa ideia de que os homens valem mais de que as mulheres, e entre as mulheres também existe hierarquia assim como entre os homens. Homens e mulheres negros são socialmente mais vulneráveis, mas são as negras que estão na base da pirâmide social.

Segundo a ONU 1/3 das mulheres no mundo já foi vítima de violência conjugal. No Brasil, 15 mulheres morrem por dia e apesar do feminismo ter sido tipificado como crime hediondo, esta medida por si só é incapaz de reduzir os índices.

O Mapa da Violência de 2015 revelou que o Brasil subiu 2 pontos, passando para 5º colocado no ranking de países que mais mata mulheres no mundo. Segundo o IPEA entre 2003 e 2013 houve a diminuição em 9% da violência contra mulheres não negras enquanto que houve o aumento em 55% dos casos envolvendo mulheres negras.

A Lei Maria da Penha, que surge enquanto alternativa, a partir da condenação imposta pela OEA, não dá conta de englobar todos os tipos de violência vivida pelas mulheres e sequer vem sendo aplicada como deveria. Ela trata apenas de casos de violência de gênero entre familiares ou dentro de casa. Em Porto Alegre existe uma única delegacia especializada em que falta estrutura e sobra burocracia, uma única casa abrigo e uma única vara especializada que dispensa a realização das audiências iniciais previstas na lei. Os centros de atendimentos existentes carecem de multidisciplinariedade, além de insuficientes em quantidade não possuem funcionamento nos finais de semana justamente quando os crimes de feminicídio mais acontecem.

O machismo e o racismo andam lado a lado. Não bastasse isso, de acordo com o Mapa de Estupros, Porto Alegre é a cidade que registra o maior número de tentativas de estupro no País, o que se torna ainda mais grave ao considerarmos que apenas 35% dos casos de estupros são notificados. Em Porto Alegre os bairros mais atingidos pela violência sexual são aqueles onde as pessoas vivem em condições mais precárias, onde há maior número de moradores de rua, prostituição e tráfico, em bairros nobres as ocorrências são escassas, haja visto que podem pagar por uma segurança privada.

Defendemos a socialização das tarefas domésticas. Salário igual para trabalho igual, o combate ao assédio moral e sexual e a toda forma de opressão. Pela aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha, pelo direito das mulheres de decidir sobre o seu próprio corpo e a maternidade, por uma educação laica e com debate de gênero, pelo fim do genocídio da juventude negra, regularização das terras quilombolas, garantia de direitos, papéis e fim do preconceito contra imigrantes haitianos, bolivianos, cubanos e outros e pela criminalização da lgbtfobia.

Animais abandonados

O problema dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre, além de ser cruel com os próprios animais que sobrevivem com sofrimento, também pode ser fonte de doenças à população. Deve ser feito o mapeamento por regiões dos animais de rua e ampliadas as soluções como a castração, a vacinação e a adoção responsável. Um problema urgente são atropelamentos, agressões aos animais, sem ter suporte para o socorro a eles. Deve ser construído um pronto socorro público para os animais de rua.

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OS RICOS É QUE DEVEM PAGAR PELA CRISE

Muitas de nossas lutas só podem ser travadas em conjunto com os trabalhadores do Brasil. No entanto, a prefeitura sob o comando de conselhos populares podem ser uma trincheira de luta em apoio à classe trabalhadora do conjunto do país. Fazer um quilombo em Porto Alegre: aqui o

trabalhador faz a lei.

TROCAR A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) POR UMA LEI

DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

A chamada “Lei de Responsabilidade Fiscal” foi instituída em todo lugar a partir do governo FHC, como exigência dos EUA e do Banco Mundial.

É uma lei que impõe como prioridade do país e das cidades, colocar toda sua arrecadação ao serviço de pagar a dívida aos banqueiros. Como pagamos os maiores juros do mundo, juros de agiota, pagamos já várias vezes esta dívida, que, no entanto, nunca diminui, só cresce. Transferimos para os banqueiros a maior parte do dinheiro que deveria ir para a educação, as creches, a saúde, o saneamento básico, a preservação do meio ambiente, o lazer, a cultura.

Nós defendemos acabar com a Lei de Responsabilidade Fiscal e criar uma Lei de Responsabilidade Social. A prioridade de um governo não pode ser um punhado de banqueiros bilionários. A prioridade tem que ser os trabalhadores e maioria do povo.

NÃO PAGAMENTO DA DÍVIDA AOS BANQUEIROS

A dívida que os municípios pagam à União para ser remetida aos banqueiros já foi paga e penaliza o povo pobre e a classe trabalhadora. Além disso, a maioria dela é composta de juros sobre juros ou gastos pouco claros. É um verdadeiro roubo legalizado.

Aliás, os pequenos proprietários ou as dívidas que tem a prefeitura com pequenos prestadores de serviços em geral demoram a ser recebidas ou não são pagas, mas os banqueiros são pagos em dia e antecipado.

Defendemos a suspensão imediata do pagamento da dívida aos banqueiros uma auditoria, que, inclusive, possa apontar desvios e corrupção e fazer ressarcir e colocar na cadeia quem os praticou.

NÃO ÀS PRIVATIZAÇÕES.

MANTER O TRENSURB ESTATAL, E COLOCÁ-LO SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES

Anulação de todas as privatizações realizadas durante os governos neoliberais. Marca desse processo de desnacionalização e entrega do patrimônio nacional ao capital privado e estrangeiro foi FHC, que entregou empresas até então verdadeiros símbolos nacionais, como a Vale do Rio Doce, vendida por R$ 3, 3 bilhões em 1997, ou seja, um valor bem menor do que os lucros anuais obtidos pela mineradora. Lula e Dilma seguiram privatizando. Temer, governadores e prefeitos também continuam entregando o patrimônio público a preço de banana para multinacionais, bancos

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internacionais e corruptos. Defendemos a reestatização dessas empresas, sem indenização e sob o controle dos trabalhadores, para que possam servir aos interesses do país e da grande maioria da população.

O governo Dilma iniciou a privatização do Pré-Sal, entregando o megacampo de Libra a preço de banana às multinacionais do petróleo. Temer continua e aprofunda esse processo. A desnacionalização do petróleo brasileiro se dá junto ao processo de privatização da Petrobras. O PSTU defende a anulação do leilão do Pré-Sal e de todos os campos entregues às multinacionais e por uma Petrobras 100% estatal e sob controle dos trabalhadores.

PRISÃO E CONFISCO DOS BENS DOS CORRUPTOS

ESTATIZAÇÃO

DAS

EMPREITEIRAS

SOB

CONTROLE

DOS

TRABALHADORES.

A corrupção está no DNA do capitalismo. Ela nasce antes mesmo das eleições, quando as grandes empresas, bancos e empreiteiras pagam milhões para as campanhas de seus candidatos. Uma vez eleitos, eles beneficiam essas mesmas empresas. Mas mesmo sem financiamento de campanha, a corrupção corre solta nesse sistema. Os contratos do Estado com empresas privadas, as decisões de aumento de juros e alterações no valor do dinheiro (câmbio) ou a privatização das nossas estatais servem sempre para enriquecer empresários, banqueiros e políticos corruptos.

Nos municípios, isso ocorre de maneira frequente com os serviços de coleta de lixo e transporte, antes estatizados e hoje privatizados.

Defendemos a prisão e o confisco dos bens dos políticos corruptos, e também de seus corruptores, ou seja, das empresas que se beneficiaram desses crimes. Por exemplo, as empreiteiras deveriam ser todas estatizadas, sem indenização, e colocadas sob o controle dos trabalhadores.

Por outro lado, as estatais devem ser controladas também pelos trabalhadores. Isso evitaria chefes indicados por “políticos” em conluio com empresas que querem ter lucros em contratos milionários com as estatais.

ESTATIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO E DAS EMPRESAS QUE

DEMITIREM

É necessário estatizar todo o sistema financeiro, acabando com a farra dos bancos que lucram ao custo do endividamento dos mais pobres. Seria possível, assim, acabar com os juros altos, ter o controle de capitais externos e impedir a fuga do capital especulativo, assim como a remessa de lucros das grandes multinacionais para fora do país.

As grandes empresas que receberam milhões dos governos na forma de isenções fiscais ou subsídios e agora perante uma mera crise estão demitindo em massa para garantir e aumentar sua taxa de lucro, devem ser estatizadas, sem indenização e colocadas sob controle dos trabalhadores. Da mesma maneira, as fábricas que alegam falência, demitem e além de tudo não pagam direitos devem ser colocadas sob controle dos trabalhadores e estatizadas.

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A CIDADE NAS MAOS DOS TRABALHADORES

E DO POVO POBRE

CONSELHOS POPULARES

Acreditamos que o poder deve pertencer efetivamente aos trabalhadores e ao povo pobre da periferia, que são a grande maioria da população. São os trabalhadores e trabalhadoras que devem decidir os rumos da política todo dia, não apenas serem chamados a elegerem em um jogo de cartas marcadas políticos que depois fazem o que bem entendem por quatro anos e sem nenhum controle.

Neste sentido, é preciso constituir e reconhecer oficialmente como instâncias de deliberação política comitês ou conselhos populares eleitos nas comunidades, nos bairros, locais de trabalho e estudo, que funcionem em base a critérios discutidos e regras comumente definidas, que possam debater e definir sobre tudo.

A experiência dos Orçamentos Participativos em algumas cidades mostrou duas coisas: a) é possível os trabalhadores e o povo pobre governarem no dia a dia se tiverem o poder de fazê-lo; b) mostrou-se ao mesmo tempo uma experiência completamente limitada, porque nunca lhe foi dado verdadeiramente o poder de decidir pra valer (pois ele só podia definir o que fazer com 10% do orçamento disponível. Sobre 90% decidiam os vereadores e prefeito, além de tudo sobre um orçamento já previamente engessado pelos banqueiros pela Lei de Responsabilidade Fiscal). Dessa maneira, o poder público colocava bairro a se enfrentar com bairro, pobres contra pobres, enquanto o investimento nos lugares ricos sempre esteve garantido.

Nós queremos que os Conselhos Populares tenham mais poder do que a Câmara de Vereadores. Os salários dos vereadores devem ser limitados ao que ganha a média dos operários e professores. Defendemos a revogabilidade dos mandatos de corruptos ou mesmo os que não cumprirem com seus compromissos eleitorais.

Para conselho popular, defendemos que os representantes sejam eleitos em assembleias populares nos bairros e possam ser revogados a qualquer momento, em qualquer assembleia mensal. Devem existir debates públicos, Encontros e Congressos com delegados eleitos nos bairros e regiões de toda cidade que, com as propostas previamente debatidas, definam o que fazer na cidade. Esses delegados serão obrigados a prestar contas regularmente nas assembleias. Os conselhos populares devem controlar e poder decidir sobre 100% do orçamento do município e sobre todo funcionamento da cidade.

Da mesma maneira, é o povo que deve decidir se a prefeitura deve seguir pagando aos banqueiros uma dívida que consome a maior parte do que se arrecada e que quanto mais se paga mais se deve, ou se deve pagar ao povo a enorme dívida nunca paga em saneamento básico, moradia, educação, creches, saúde ou transporte.

UM GOVERNO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES

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apoiado na mobilização e organização dos trabalhadores, da juventude do povo pobre, para aplicar um plano econômico dos trabalhadores.

Esse governo não governará “para todos”, para “ricos e pobres”. Pois nenhum governo “governa para todos”, sempre enganam os pobres e governam para os ricos. Por isso os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Um governo socialista dos trabalhadores vai contrariar o interesse dos ricos e dos exploradores para beneficiar os pobres, os explorados e os oprimidos.

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