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Patrimônio em ruínas: Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Piranga (MG), conta com a sorte para permanecer em pé

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Patrimônio em ruínas: Igreja

de Bom Jesus de Matozinhos,

em Piranga (MG), conta com a

sorte para permanecer em pé

Um dos mais importantes e expressivos templos barrocos de Minas corre risco eminente. A estrutura está comprometida, telhado danificado e estado de deterioração está em avançado estágio e já compromete a obra. As pinturas internas, atribuídas ao Manuel da Costa Ataíde, mais conhecido como Mestre Ataíde, estão descaracterizando devido a infiltrações. A situação geral é comprometedora e intervenções urgentes são necessárias ao imóvel do século XVIII.

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Santo Antônio do Pirapetinga, mais conhecido como Bacalhau, fica na parte mais alta do município, cercado por inúmeras montanhas e matas nativas. O local chama atenção pela rara beleza cultural, histórica e natural.

Preocupada com a degradação do patrimônio histórico, representantes da Secretaria Municipal de Cultura estiveram no final de fevereiro, em Belo Horizonte, com os técnicos IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) onde expuseram a situação da Igreja e entregaram um dossiê alertando sobre restauro urgente do exemplar barroco.

Segundo Kelly Dutra, que presta assessoria a prefeitura de Piranga na área cultural, a Igreja do Bacalhau é um bem tombado pelo IPHAN e desde a reunião a prefeitura aguarda um retorno. “Por ser um bem cujo tombamento é de responsabilidade do IPHAN (Federal), outros órgãos, tais como o Estado e a Prefeitura ficam limitados ao acompanhamento do IPHAN para quaisquer ações. Até mesmo a comunidade local, que poderia f a z e r a l g u m a a ç ã o f i c a n e s s a l i m i t a ç ã o d e t e r u m acompanhamento do IPHAN”, disse.

Segundo ela foi sugerido a contratação de um profissional para escorar as paredes da igreja, mas a iniciativa depende também de decisão e acompanhamento do IPHAN. Kelly explicou que as

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novas mudanças no Governo Federal também atrasam quaisquer ação, uma vez que mudam pessoas de lugar o que acaba acarretando uma alterações em toda a estrutura do órgão e na sua política de proteção ao patrimônio cultural. Ela contou que as lideranças comunitárias também alertam sobre a situação e estão bastante preocupados com o bem histórico.

Kelly disse a nossa reportagem que ainda não existe projeto de restauro. “Outro problema é o valor para restaurar a Igreja. Somente os projetos devem ficar na casa de R$1 milhão, por que envolve equipe multidisciplinar de profissionais muito especializados. Isso sem contar a execução. Esse é outro problema que precisa da ajuda do Governo Federal. As obras no forro têm indicativos de serem do Mestre Athayde, isso faz com que o restauro seja muito mais especifico e minucioso”, informou. Segundo ela, as obras de reforma e restauro podem passar de mais de R$ 15 milhões.

Enquanto as decisões não saem dos gabinetes o patrimônio histórico pede socorro e a Igreja de Bom Jesus de Matozinhos

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conta com a sorte para permanecer em pé! A lenda de Bacalhau, romeiros e sua história

Implantado sobre uma colina e composto pela igreja e um conjunto de casas baixas destinadas a abrigar romeiros nas épocas de festas, numa disposição que segue a tradição arquitetônica das capelas portuguesas de peregrinação devotada ao Senhor Bom Jesus de Matozinhos. Assim pode ser descrito o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, construído no Distrito de Bacalhau.

A cidade de Piranga está localizada a 170 km de Belo Horizonte. É composta por dois distritos: Santo Antônio do Pirapetinga e Pinheiros Altos. Localizado a 12 km da cidade, o distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, mais conhecido como Bacalhau, fica na parte mais alta do município, cercado por inúmeras montanhas da Zona da Mata.

Para os apreciadores de roteiros religiosos, Bacalhau é uma parada obrigatória. O distrito contempla inúmeras igrejas datadas do século XVII e XVIII, entre elas o Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos que foi tombado pelo IPHAN em 1996.

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Entre 1ª a 15 agosto aconteceu o Jubileu de Bom Jesus de Matozinhos, tradição que chega a 205 anos e arrasta multidões de fieis ao lugarejo.

Curiosidade

Segundo uma lenda local, a capela foi construída após a descoberta da imagem do Senhor Morto, no sítio onde hoje se localiza a igreja. Por diversas vezes a população tentou guardá-la em outras igrejas da região, mas a imagem sempre voltava ao lugar em que apareceu pela primeira vez. Independente da lenda, o passeio é imperdível!

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Pinturas centenárias são

encontradas

durante

restauração de igreja em MG

Segundo restaurador, obras podem ser do Mestre Ataíde ou do filho dele. Pinturas de cerca de 200 anos estavam escondidas sob camada de tinta.

Pintura que pode ser do Mestre Ataíde é encontrada em Mariana. (Foto: Douglas Couto/Prefeitura de Mariana)

Duas pinturas centenárias foram descobertas durante os trabalhos de restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. De acordo com a prefeitura da cidade, as obras podem ser de Manuel da Costa Ataíde, conhecido como Mestre Ataíde, ou do filho dele, Francisco de Assis Pacífico da Conceição, que o

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ajudava.

Ainda segundo a administração municipal, as obras estavam sob uma camada de tinta e foram encontradas nesta quarta-feira (2) por um técnico em restauração Mayco Ferreira Gomes. “É momento máximo para um restaurador, quando você encontra uma pintura que está oculta há mais de 100 anos. É um presente. Enriquece muito o cenário artístico”, disse o responsável pela restauração da igreja, Adriano Reis Ramos.

Ele afirmou que as pinturas com anjos, flores e folhagens estão bem conservadas. Ramos acredita que se trata de uma obra do século XIX. “É uma novidade. A gente está supondo que esse anjo foi feito pelo filho dele. Ninguém sabia que Ataíde tinha um filho e que trabalhava com ele”, contou. Nascido em 1762, Mestre Ataíde trabalhou com o Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Adriano Reis falou que as figuras foram encobertas por grossas camadas de tinta em algum processo de restauração ocorrido ao longo do tempo. “Antigamente, quando se identificava pequenos estragos numa obra e não sabia resolver ou restaurar era comum encobrir com tinta branca”, explicou o restaurador.

A prefeitura informou que a restauração da igreja do Rosário e a implantação do Museu Vieira Servas começou no dia 4 de janeiro deste ano. Ainda segundo a administração municipal, a restauração é a primeira obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, do governo federal. As intervenções na igreja construída em 1752 devem durar 18 meses, informou o município.

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Mariana (MG) – Igreja de

Nossa Senhora do Rosário dos

Pretos passará pela primeira

vez por reformas

Construída em 1752, por escravos, a igreja tem sofrido com a infestação de cupins, madeira envelhecida, perda de pintura e infiltração. Obras devem durar 18 meses.

O b r a s s e r ã o f e i t a s e m a l t a r e e m p e ç a s d e m a d e i r a e n v e l h e c i d a s , e n t r e o u t r a s c o i s a s ( F o t o : L e a n d r o Couri/EM/D.A.Press)

Da janela de casa, na Praça do Rosário, a professora aposentada Maria Raquel Cardoso Reis pode ver, sem esforço, a fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, templo erguido pela mão escrava em 1752. Tem sido assim nos últimos 50 anos, desde a adolescência, mas, agora, a paisagem

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colonial ganhou um tom diferente que faz os olhos da coordenadora pastoral brilharem de alegria e esperança. “Esperamos mais de duas décadas”, afirma a moradora de Mariana, na Região Central, sobre o início do restauro da construção barroca, na qual se destacam altares esculpidos pelo português Francisco Vieira Servas (1720-1811) e o forro da capela-mor de autoria de Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), o Mestre Ataíde.

Quem entra na igreja, distante cinco minutos do Centro, encontra operários montando andaimes para a intervenção – a primeira, no município, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. De acordo com informações da Prefeitura de Mariana, contratadora dos serviços a partir do repasse de R$ 1,6 milhão (para os elementos artísticos) do governo federal, via Ministério da Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a obra deverá durar 18 meses, contando ainda com a implantação no local do Museu Vieira Servas.

A deterioração ao longo do tempo se tornou a principal responsável pelo retrato atual da igreja. O chefe do escritório do Iphan em Mariana, arquiteto e engenheiro Felipe Pires, relaciona os piores problemas, entre eles a infestação de cupins e outros insetos xilófagos, madeira envelhecida, perda de pintura, infiltração devido à água de chuvas e até ação humana. Pires acrescenta que o projeto tem três partes interligadas: restauração dos bens artísticos, o que significa todo o conteúdo interno do templo – o serviço estará a cargo do Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG); o restauro do prédio, cujo projeto se encontra em análise pelo Iphan, em Brasília (DF); e o projeto luminotécnico, com elaborada técnica de iluminação, também a ser conduzido pelo ICFG. Pires diz que o prédio não oferece riscos e que a intervenção da estrutura deverá começar ainda este ano.

O arcebispo da Arquidiocese de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, ressalta a importância da iniciativa. “Aguardamos muito

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essa restauração e agora os fiéis poderão esperar ansiosamente o término das intervenções”, disse dom Geraldo.

Entusiasmada com o restauro, a presidente do ICFG, Angela Gutierrez, enaltece a excelência dos elementos artísticos da igreja, em especial do legado de Servas, o qual considera “majestoso”, e a implantação do futuro museu com a obra do artista. “É um restauro que demanda mão de obra muito especializada. Vamos ter a presença de jovens formados no programa Valor Social, no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte”, adianta. Profissionais e aprendizes de Mariana também estão devidamente recrutados para participar do projeto.

Capela-mor. Um dos pontos mais degradados da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é o forro da capela-mor, com a pintura da Assunção de Nossa Senhora. Ela apresenta desprendimento da policromia, perda de madeira e outros danos que entristecem os fiéis. Dá pena ver tudo despencando, mas Maria Raquel, que se mudou para a casa vizinha à igreja quando era adolescente, vindo do distrito de Cachoeira do Brumado, sabe a razão. “A gente sempre tem algum receio, porém a mão de Deus segura tudo. A pintura está machucadinha, mas vai ficar boa”, acredita.

A coordenadora pastoral da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus revela que todos os moradores estão “felizes demais da conta”. Com tantos anos de trabalho, Maria Raquel está certa de que a comunidade tem sido fundamental para conservar o seu bem maior. “Nossa igreja é muito dinâmica, temos missas, batizados, movimentos pastorais, enfim, há sempre atividade. O melhor é que não precisará ser fechada nesse período”, afirma. Conforme a prefeitura, das oito cidades mineiras inscritas no programa do governo federal, Mariana é a que garantiu o maior volume de recursos – R$ 67 milhões, com 15 ações aprovadas, entre elas, a restauração da Catedral da Sé, que começará em janeiro, e da Igreja de São Francisco de Assis. Criado para

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desenvolver e proteger o patrimônio, o PAC das Cidades Históricas destina recursos à recuperação e revitalização das cidades, à restauração de monumentos e ao desenvolvimento econômico e social, bem como ao suporte às cadeias produtivas locais. Segundo o governo federa, ao todo, serão investidos cerca de R$ 1,6 bilhão em 44 cidades brasileiras, destinados a 425 obras de restauração.

Por dentro do templo A Igreja

Localizada na Praça do Rosário, a Igreja de Nossa Senhora dos Pretos foi construída entre 1752 e 1758 por iniciativa das irmandades de São Benedito, de Santa Efigênia e do Rosário. Erguida em alvenaria, ela pertence à terceira fase do barroco mineiro, o estilo rococó. O templo foi construído em alvenaria de pedra. Os destaques internos vão para as obras do pintor Ataíde e do escultor e entalhador Servas.

O Entalhador

Francisco Vieira Servas (1720-1811) – Nascido em Portugal, trabalhou como entalhador e escultor em madeira nas igrejas de Nossa Senhora da Conceição, em Catas Altas; no Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos e de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas; e de Nossa Senhora do Rosário, de Mariana. Criou estilo próprio na concepção dos altares, com destaque para um elemento denominado arbaleta (arremate sinuoso).

O Pintor

Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), o Mestre Ataíde, nasceu em Mariana. Conforme estudiosos, ele trabalhou muitas vezes nas mesmas obras que Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), embora não necessariamente ao mesmo tempo. Era branco, autodidata, filho de português e brasileira. Um fato desconhecido para muitos é que Ataíde foi militar, atuando como alferes de cavalaria. Foi na Igreja de São Bartolomeu, no distrito de São Bartolomeu, em Ouro Preto, que ele começou a

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pintar, nos momentos de folga.

Por Gustavo Werneck

Fonte original da notícia: em.com.br

Dia do Barroco resgata a

memória

do

patrimônio

histórico de Minas Gerais

Data foi instituída pelo governador Anastasia; 2014 será marcado pelo bicentenário de Aleijadinho e autoridades vão apoiar roteiros turísticos-culturais.

Datada do início do século XVIII, Matriz de Nossa Senhora do Pilar é um ícone do Barroco mineiro. Fotos:

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Carlos Alberto / Imprensa MG

A partir deste ano, a cada 18 de novembro, Minas vai reverenciar sua maior expressão artística-cultural dos séculos XVIII e XIX: o Barroco. Decreto do governador Antonio Anastasia institui a data comemorativa e ainda declara 2014 como o Ano de Comemoração do Bicentenário de Aleijadinho. A intenção é preservar a memória e a riqueza do patrimônio cultural do Estado e, também, assegurar o acesso a elas às futuras gerações.

O decreto prevê a realização de debates, palestras, seminários, oficinas, premiações e concursos nas áreas da literatura, música, educação e arquitetura com o objetivo de difundir o Barroco Mineiro. Roteiros turístico-culturais também vão receber apoio do Governo de Minas, sobretudo em 2014, ano em que o Brasil vai sediar a Copa do Mundo e receber milhares de visitantes.

“A iniciativa da criação da data vai ao encontro de nossas ações e objetivos para o reconhecimento e valorização das expressões do Barroco Mineiro, expressões essas que enriquecem a oferta turística do Estado, fortalecem o turismo cultural e atraem visitantes”, enfatiza o secretário de Estado de Turismo, Agostinho Patrus.

O secretário revela que, dos turistas que vistam Minas por motivos de lazer, cerca de 40% têm o turismo cultural como principal atrativo. “Portanto, o Barroco Mineiro é um importante produto de Minas e tem potencial para ter mais destaque. É importante que os turistas visitem mais o Estado e conheçam mais as belezas do Barroco, que extrapolam o território mineiro”, destaca Agostinho Patrus, para quem as obras são “exuberantes e universais”.

Segundo o professor de História da Arte da Universidade Federal de Minas (UFMG), Magno Mello, a percepção do

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secretário está correta. “Nosso Barroco deve ser visto em sua totalidade, com a ideia de unidade entre a pintura, a escultura e a arquitetura, que agrega espetacularidade ao olhar do espectador que adentra a igreja e cria um cenário cinematográfico extraordinário”, comenta o historiador.

Para o especialista, a data é um conceito simbólico positivo que vai valorizar a cultura mineira colonial, o que também inclui o Rococó – e seus grandes expoentes, como Manuel da Costa Athaíde, ou Mestre Ataíde, que trabalhou ao lado de Aleijadinho. Magno Mello ainda enaltece o caráter autêntico e a projeção internacional do Barroco Mineiro. “As principais características da nossa arquitetura formaram, ao longo dos séculos, os melhores exemplares do Barroco, com atuação internacional em termos de linguagem. Não é uma cópia italiana, portuguesa ou do litoral. É uma linguagem genuinamente mineira”, frisa o historiador.

Reverência a Aleijadinho

O ano de 2014 vai ser marcado por uma série de comemorações em homenagem ao bicentenário de Antônio Francisco Lisboa, o

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Aleijadinho, considerado o maior expoente da cultura brasileira durante o período colonial. “O trabalho de Aleijadinho, considerado um mito, uma lenda, comparado à Michelangelo, despertou ensaios, poesias e textos”, pontua Magno Mello.

São atribuídas ao artista mineiro obras de grande relevância histórica, seja como entalhador, escultor ou arquiteto. Os retábulos das Igrejas de São Francisco de Assis, em Ouro Preto e São João del-Rei, entalhados em madeira, e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, com os Doze Profetas esculpidos em pedra-sabão, em Congonhas, são apontadas como algumas das suas principais obras.

Para preservar a memória e a genealidade de Antônio Francisco Lisboa, a secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, articulou neste ano a restauração da Igreja Nossa Senhora da Conceição e do Museu de Aleijadinho, ambos em Ouro Preto. A secretária colocou à disposição a expertise da Fundação de Artes de Ouro Preto (Faop), vinculada à sua pasta.

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A Faop é um dos maiores celeiros de profissionais ligados à conservação, restauração e preservação de bens móveis e imóveis do país, sobretudo do Barroco, com ênfase em três especialidades: escultura policromada, pintura de cavalete e papel. “Preservamos com consciência, qualidade e expertise o patrimônio de Minas Gerais”, frisa a presidente da Faop, Ana Pacheco.

Proteção do patrimônio

O Programa Minas Patrimônio Vivo é um grande movimento do governo estadual voltado para a restauração e a conservação de bens tombados. A iniciativa também busca garantir a segurança de obras artísticas por meio da instalação de sistemas contra furtos e de prevenção e combate a incêndios. “Minas Gerais detém cerca de 60% do patrimônio histórico do Brasil. E é claro que esse patrimônio tem que ser mantido”, ressaltou Anastasia, na edição de 19 de setembro do programa Palavra do Governador.

“O Minas Patrimônio Vivo tem por objetivo exatamente restaurar prédios tombados pelo patrimônio histórico estadual. Ele já se iniciou há dois anos e tem previsão até o próximo ano de

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especialmente que as nossas cidades do interior mantenham a sua identidade histórica e possam sempre festejar e promover a trajetória cultural do seu passado”, completou Anastasia.

Recentemente, o governador anunciou a destinação de mais de R$ 417 milhões para 64 intervenções no setor cultural. Estão previstas, entre outras ações, a construção de salas de concerto, arenas multiuso, reforma e restauração de museus, igrejas e esculturas religiosas. “Estamos realizando o maior investimento em cultura da história de Minas Gerais”, frisou Antonio Anastasia.

Fonte: Agência Minas

Minas Gerais – Justiça

determina

que

herdeiros

entreguem para perícia três

dezenas de peças sacras

O estado de Minas Gerais conquistou uma importante vitória para a manutenção de seu patrimônio cultural. A Justiça Federal determinou que os herdeiros do empresário Arthur Valle Mendes, conhecido como Tuca Mendes, falecido em 1997, e o colecionador de São Paulo Renato de Almeida Whitaker entreguem até 30 de outubro ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para perícia, 28 peças sacras que, conforme investigações, pertenceriam a igrejas, capelas, mosteiros e outras instituições religiosas do estado.

No conjunto, há esculturas atribuídas a Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e um quadro de autoria de Manuel da

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Costa Ataíde, o Mestre Ataíde. Há também peças, ao que tudo indica, arrancadas de igrejas centenárias e usadas como inusitadas peças de ostentação — como a parte de um altar que se transformou em cabeceira de cama de casal. As perícias serão feitas também por especialistas do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor). Na sua decisão, o juiz da 10ª Vara Federal, Fabiano Verli, tornou indisponíveis os bens culturais e determinou que os responsáveis prestem esclarecimentos sobre a origem e a procedência de todas as peças. Conforme as apurações feitas desde 2004 pelos Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPE), autores da ação judicial, há verdadeiras preciosidades em questão: a imagem de Bom Jesus da Paciência ou Cristo da Paciência, da Matriz de Nossa Senhora da Piedade, em poder de Whitaker; cadeiras de palhinha que integrariam o acervo do Mosteiro de Macaúbas, de 1714, e uma samaritana de uma casa na Rua Direita, em Ouro Preto — todos esses do espólio de Tuca Mendes.

O coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, que atua em parceria com a Procuradora da República Zani Cajueiro, chama a atenção para algumas conclusões sobre a situação atual dos objetos que pertenceram ao empresário de Belo Horizonte. Um exemplo: para compor a sua cama de casal, ele usou fragmento de um altar da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Jaguara (século 18), cujas ruínas ficam em Matozinhos (MG).

Marcos Paulo explica que, pelo direito canônico, as peças pertencentes a igrejas, capelas e outros setores da Igreja jamais podem ser retiradas: “São bens inalienáveis, portanto, intransferíveis, a não ser com autorização do Papa. Se houve venda, provavelmente foi ilícita”.

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Cupins e carunchos põem

patrimônio histórico em risco

Ameaça. Estudo da UFV aponta que insetos tomaram conta de 100% dos monumentos da cidade de Ouro Preto.

Especialista diz que, se nada for feito, acervo pode se perder em 20 anos.

Estrago. A ação dos cupins deslocou uma coluna na Igreja São Francisco de Paula, em Ouro Preto.

As esculturas, igrejas e imagens do barroco mineiro, representado por obras de mestres como Manuel da Costa Ataíde e Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, correm o sério risco de, em poucas décadas, ficarem apenas na memória. Ávidos por madeira, cupins e carunchos tomaram conta de 100% das edificações históricas de Ouro Preto.

É o que diz um estudo do chefe do Departamento de Biologia Animal da Universidade de Viçosa (UFV), especialista em manejo de pragas florestais, o professor Norivaldo dos Anjos. Há quase 20 anos, ele estuda igrejas de todo o país e identificou o perigo na totalidade dos monumentos em Ouro Preto.

“Fizemos vários levantamentos em todas as edificações, e todas as amostragens dos monumentos, igrejas e obras apresentavam a existência de insetos xilófagos. Ou seja, cupins e carunchos”,

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concluiu o especialista.

Com a conclusão dos estudos, o prognóstico sobre o futuro dessas riquezas históricas é assustador. De acordo com o professor, a ação desses insetos pode acabar com o acervo em menos de duas décadas. “Eu diria que se nada for feito dentro de dez ou 20 anos, toda a memória vai virar matéria orgânica. Começa a cair porque, infelizmente, o suporte de madeira, telhados e das imagens vai ficar totalmente fragilizado”, explica o especialista, que trabalhou junto com alunos da Fundação de Arte de Ouro Preto.

Os problemas não acometem apenas a cidade, que, em 1980, foi considerada pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. O estudo da UFV também encontrou cupins e carunchos nos monumentos de Mariana, São João Del Rei, Tiradentes e Congonhas. “Nas principais cidades históricas a situação é completamente semelhante. E em outras partes do Brasil também, como no Pelourinho, em Salvador. É um problema nacional”, afirmou dos Anjos.

A resolução para acabar com as pragas é simples. No entanto, são necessários suporte tecnológico e decisões eficazes por parte das arquidioceses e do poder público. “Tem que ser feito um trabalho globalizado com a participação de todos. E alocar os recursos em lugares que realmente necessitam e são importantes. Não se pode tratar todos os monumentos de uma vez, pingando o dinheiro nas milhares de obras e monumentos que existem em Minas”, criticou o especialista.

Inclinada. As infiltrações no solo e o vai-e-vem de veículos pesados que circulam a poucos metros da Igreja Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Santa Rita Durão, em Mariana, podem ter contribuído para entortar o monumento histórico do século XVIII. Com um acervo rico em obras de Aleijadinho, púlpitos e pinturas decorativas, o local pede intervenções imediatas.

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No mês passado, um grupo formado por bombeiros, Ministério Público Estadual, arquidiocese de Mariana e os Institutos do Patrimônio Histórico e Artístico estadual (Iepha) e federal (Iphan) fizeram uma vistoria na igreja para analisar a necessidade de uma interdição e quais ações serão colocadas em prática.

A chefe do escritório técnico do Iphan em Mariana, Laura Rennó, afirma que foi comprovado um leve declive da edificação. No entanto, medidas devem ser tomadas para criar alternativas para os veículos do entorno da área tombada pelo patrimônio. “Chegamos a comentar a possibilidade de fazer uma alça para retirar os caminhões e ônibus dali. Não é que a igreja vá cair amanhã, mas lá é o caso mais preocupante no momento”, afirmou.

Imunização

Etapas. Depois da descupinização que mata, além dos insetos, as larvas e os ovos, é necessário imunizar a madeira. O processo trata quimicamente as peças para evitar novos ataques.

Referências

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