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Everton Ruan Amorim da Silva 2 Sara Cristina Simas Couto 3 Cássio Santos Santana 4 Universidade Federal da Bahia. Salvador, BA

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – VIRTUAL – 1º a 10/12/2020

Direitos Humanos em tempos de pandemia: a série de entrevista multimídia Direito Meu e Seu1

Everton Ruan Amorim da Silva2 Sara Cristina Simas Couto3

Cássio Santos Santana4

Universidade Federal da Bahia. Salvador, BA

RESUMO​: A pandemia da Covid-19 revelou novos direcionamentos na luta em defesa dos direitos humanos. Com as medidas de confinamento em massa, evidenciou-se um cenário permissivo em que direitos poderiam ser violados. Neste sentido, o Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC), órgão complementar da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, idealizou a série de entrevistas multimídia “Direito Meu e Seu”, com o objetivo de visibilizar pautas e temas que fomentam a defesa dos direitos humanos neste período. A série, que ainda está em andamento, foi vinculada ao site e à página do Instagram do CCDC, com temas que transversalizam o debate sobre o direito à comunicação. O presente artigo apresenta o processo de construção da série, desde a idealização à execução durante o período da pandemia de Covid-19.

Palavras-chave​: Direito à comunicação; direitos humanos; entrevista multimídia; pandemia; covid-19.

INTRODUÇÃO

O Centro de Comunicação Democracia e Cidadania (CCDC), órgão complementar da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) compreende a comunicação como um direito fundamental que deve ser assegurado a todo cidadão, portanto circunscrito à dimensão do exercício pleno da cidadania, em consonância e interdependência em relação aos demais direitos difusos assegurados pela Constituição Brasileira de 1988. Por comunicação, nestes termos, compreendemos o acesso à informação aos diferentes canais, instrumentos e plataformas de expressão da cultura, da liberdade de opinião, de expressão de ideias, convicções e crenças (PERUZZO, 2007).

1Trabalho apresentado na IJ05– Comunicação Multimídia da Intercom Júnior – XVI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação

2Estudante do 3º semestre do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, E-mail: evertonruan00@gmail.com 3Estudante do 7º semestre do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, E-mail: sahsimas@gmail.com 4Orientador do trabalho. Mestre e Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas (PósCom-UFBA). Membro do CCDC. e-mail: cassiossantana@gmail.com

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Com o advento da pandemia da Covid-19 e o confinamento em massa, o CCDC, além de permanecer firme em seu propósito de evidenciar a importância da comunicação como um instrumento de exercício de cidadania e de luta contra desigualdades, percebeu que o cenário pandêmico ampliava o ataque a direitos constituídos ou simplesmente tornava mais agudo a ausência de determinados direitos. A pandemia, portanto, na visão dos membros que compõem o CCDC, constitui-se como um termômetro de efetivação e de negação de direitos, sobretudo para parcelas da população historicamente colocadas à margem da sociedade, como minorias políticas e econômicas.

Assim, em uma das frentes de atuação do CCDC, a série de entrevistas multimídia intitulada “Direito Meu e Seu” foi lançada com o objetivo de dar visibilidade a direitos no contexto da pandemia. A proposta foi explorar temas que transversalizam o debate sobre direito à comunicação, tendo como norte a abordagem de direitos que se encontram em situação de vulnerabilidade antes e depois da pandemia, como acessibilidade, direito à alimentação, direito ao saneamento básico, direito à moradia, direitos de pessoas em situação de rua, dentre outros.

A série foi construída, desde a escrita à identidade visual, por estudantes de Jornalismo e de Produção Cultural da Facom/UFBA, membros do CCDC, com a orientação de coordenadores, estudantes de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (PósCom). O projeto foi concebido em reunião programática do CCDC, em que todos opinaram em relação ao formato e abordagem da série, que ainda continua em andamento.

Deste modo, neste paper apresentamos a proposta do Direito Meu e Seu, uma série de entrevistas multimídia com foco em direitos e cidadania no contexto da pandemia da Covid-19. A série, veiculada no site e página do Instagram do CCDC, entrevistou pessoas de diversos segmentos, como pesquisadores, professores e ativistas sociais, sempre tendo como pano de fundo temas transversais ao direito à comunicação em tempos de pandemia.

Direitos Humanos

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A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) ao longo de seu preâmbulo, e de seus 30 artigos, define direitos humanos como direitos básicos para garantia de uma vida digna. Sendo eles inerentes a todos os seres humanos independentes da raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião etc. Eles são inalienáveis, invioláveis, imprescritíveis e irrenunciáveis, sendo essenciais para a efetivação de um sistema de governo democrático.

Documentadamente datam da Independência dos Estados Unidos da América e Declaração de Direitos da Virgínia, e da Revolução Francesa e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em que se estabelecem algumas das primeiras noções sobre “os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem” . Surge nesse momento histórico uma noção fundamental dos direitos civis garantidores da liberdade e igualdade entre homens. Chamados de direitos de primeira geração, estes serão seguidos pelos direitos de segunda e terceira geração, sendo cada geração fruto de um contexto histórico próprio. Assim demonstram Ferreira ​et al ​(2011) :

Historicamente é possível identificar a emergência de uma primeira geração de direitos que podemos chamar de direitos civis: dizem respeito a questões como liberdade individual, liberdade de pensamento, de religião, de reunião, etc. seriam direitos típicos das lutas e revoluções que marcaram a queda do Antigo Regime. Em seguida, tivemos a bandeira dos direitos políticos que envolvem liberdade de associação, engajamento em partidos, sufrágio universal, e demais direitos eleitorais. Estes estariam vinculados à formação do Estado democrático, bastante enfatizados, a partir do século XIX. A terceira geração dos direitos é o que podemos chamar de direitos sociais que tratam de violações dos direitos humanos no âmbito da expansão do sistema capitalista. Envolve temas como direito ao trabalho, à assistência, à educação, à saúde etc. (FERREIRA et al, 2011, p. 18)

Ao longo da história são acrescentados novos fundamentos que irão ampliar a percepção sobre direitos humanos. Na conjuntura das transformações sociais e econômicas ocorridas entre os séculos XIX e XX, principalmente a Revolução industrial, nasce a segunda geração de direitos, basicamente relacionados a liberdades políticas. Já no contexto pós Segunda Guerra Mundial, surge a terceira geração. Reconhecidos como direitos sociais, estão documentados na ​Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, e se relacionam diretamente com as dificuldades em sanar violações de direitos em conflitos internacionais como a Segunda Guerra Mundial, a

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Guerra Fria, e movimentos de independência de colônias africanas e asiáticas. É também por conta disso que se constrói uma noção de internacionalização dos direitos humanos. Segundo a ANDI (2006), pela primeira vez alcançou-se um acordo de ampla abrangência internacional acerca de direitos mínimos a serem garantidos a todas as populações.

Direitos inalienáveis e universais, que se relacionam intimamente com o exercício democrático e as noções de cidadania, e tem como regulador o Estado, assim se estrutura na atualidade a noção de direitos humanos. Em sua quarta geração fica claro como os direitos humanos se instrumentalizam como viabilizadores de outros direitos como o direito à comunicação. Nos anos setenta, um contexto marcado por novos questionamentos quanto às relações entre cultura, comunicação e democracia, a importância do direito à comunicação se revela como fundamental para garantia dos direitos fundamentais, e desenvolvimento pleno da sociedade.

Direito à comunicação

Além dos direitos sociais, econômicos, culturais e políticos, que somam para construção de uma sociedade justa e igualitária, a Declaração ​Universal dos Direitos Humanos também destacou o direito à comunicação. Esse direito garante liberdade de expressão e opinião, direito de transmitir ideias por quaisquer meios, sem interferência e independente de fronteiras, tendo então papel decisivo na efetivação dos demais direitos garantidos aos cidadãos.

Na perspectiva de Peruzzo (2004), a comunicação é uma ferramenta de ampliação dos direitos de cidadania e um mecanismo de mobilização social para as minorias políticas e econômicas, em busca de uma sociedade igualitária. Além de ser um direito fundamental para denunciar o negligenciamento dos direitos humanos, através da democratização da informação e cidadania, tanto no sentido de inclusão de emissores que fazem parte das camadas subalternizadas da sociedade quanto na multiplicação dos canais de emissão​.

[...] A comunicação é mais que meios e mensagens, pois se realiza como parte de uma dinâmica de organização e mobilização social; está imbuído de uma proposta de transformação social e, ao mesmo tempo, 4

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de construção de uma sociedade mais justa; abre a possibilidade para a participação ativa do cidadão comum como protagonista do processo.(PERUZZO, 2004, p.20)

Em diálogo com a perspectiva de Peruzzo, o CCDC elaborou o projeto Direito Meu e Seu, uma série de entrevistas multimídia. O objetivo é ampliar a noção sobre os direitos humanos e exercício da cidadania, atuando como um canal de informação que vai na contramão dos monopólios de conhecimento, que segundo Mattelart (2009) são instrumentos de dominação política influenciados pelos avanços na tecnologia de expressão, que geram desigualdades na apropriação do meios técnicos de comunicação e econômicos.

Dessa forma, O Direito Meu e Seu opera em prol de pautas sociais, em especial, das minorias que estão à margem da sociedade, para que todos os cidadãos sejam sujeitos de comunicação; tenham acesso aos meios e possam emitir e receber informações de qualidade, além de produzir e difundir conteúdos em condições adequadas ( INTERVOZES, 2013).

Objetivo

O CCDC, observatório de mídia que promove atividades no eixo de ensino, pesquisa extensão sob a ótica do direito à comunicação, idealizou a série de entrevistas multimídia Direito Meu e Seu, com objetivo de abordar temas que promovam reflexões e ampliem a noção sobre os direitos humanos em tempos de pandemia. Dessa forma, a série Direito Meu e Seu busca evidenciar a importância de discussões que têm pouco espaço nas mídias tradicionais e que, com a pandemia da Covid-19, continuaram negligenciadas. Assim, a série traz entrevistas que discutem sobre acessibilidade para pessoas com deficiência, a falta de cobertura da mídia brasileira em relação à crise do coronavírus no continente africano, dentre outros temas que se caracterizam como fundamentais para a promoção da democracia e revelam o negligenciamento dos direitos humanos não apenas nos meios de comunicação, mas no país.

Justificativa

A emergência da pandemia da Covid-19 evidenciou ainda mais a situação de vulnerabilidade de grupos minoritários. Com a pandemia tomando cursos inesperados,

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esses grupos se encontraram em um lugar ainda mais incerto nas suas demandas por direitos. Compreendendo o direito à comunicação como um direito garantidor de outros direitos, é imprescindível que ele seja assegurado, principalmente em um contexto social que prevalecem os oligopólios midiáticos, e o monopólio da comunicação é um lugar comum.

Nesse cenário, o CCDC assimilou o exercício de observar como “[...] decifrar o conteúdo das informações, mas também analisar as causas estruturais do silêncio, por causa das censuras, das distorções. Observar conjuga-se com pesquisar, interrogar, alertar, propor.” (MATTELART, 2009, p.47) Constatando então a necessidade de trazer a público vozes múltiplas que dão corpo a lutas no âmbito dos direitos humanos, e que nesta pandemia se encontram diante de desafios ainda maiores.

Sendo assim, foi natural que o CCDC buscasse, dentro de suas capacidades atuais, em meio à quarentena provocada pela Covid-19, criar um produto capaz de instrumentalizar a comunicação no ambiente estritamente on-line. A série constitui-se como ferramenta fundamental de apoio e manutenção das atividades do CCDC no contexto da pandemia, dando visibilidade a ações, discutindo demandas e publicizando a existência de atores sociais e de suas causas, mais do que nunca esquecidos na atual crise sanitária.

Foi escolhido para dar vida a uma série de entrevistas, em que os personagens tivessem amplo espaço de expressão. A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de interpretação informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação (MEDINA, 1986).

Sendo o formato de entrevistas ping pong o que melhor se ajustou para tal finalidade, em que, diante das impossibilidades de encontros físicos, mostrou-se útil e funcional. Então, adequando-se às rotinas diversas dos entrevistados, buscou-se extrair a maior quantidade de informações relevantes. Para então construir narrativas de forma coerente aos objetivos iniciais da proposta, que era evidenciar como os direitos humanos estavam sendo tratados em um contexto de pandemia.

Métodos e técnicas

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Durante as reuniões on-line, a equipe do CCDC, composta por cinco alunos bolsistas do curso de jornalismo e de produção cultural, dois da pós-graduação, e dois do doutorado, construiu em conjunto as pautas de cada entrevista. Cada integrante teve o direito de opinar sobre as fontes, os temas das entrevistas, e os ângulos de interesse a serem destacados. Esse momento foi importante para avaliar o valor-notícia de cada temática sugerida, transversalizando com os fundamentos que orientam a atuação do CCDC. Percebeu-se que a pandemia de Covid-19 tornou-se um dos acontecimentos mais relevantes da atualidade e os impactos deste cenário em minorias políticas e econômicas algo extremamente atual.

Com o foco na pandemia, a proposta da série de entrevistas Direito Meu e Seu se desenvolveu orientada pela ideia fundamental de dar visibilidade a direitos, como acessibilidade, saneamento básico, direito à informação e segurança alimentar. Com a pauta pronta, um repórter, geralmente um estudante de jornalismo, era responsável por fazer os primeiros contatos com a fonte e propor a entrevista. Tendo em vista as condições de isolamento social, todos contatos com as fontes foram feitos via redes sociais e telefone. As entrevistas seguiram o formato de entrevistas ping pong, construídas prioritariamente com perguntas abertas visando a aproximação com a temática, a apresentação dos desafios, o histórico da busca por direitos, e o aumento das dificuldades diante da pandemia. Buscando construir, durante o processo, narrativas coerentes e apuradas sobre cada temática. Como ferramentas foram utilizados aplicativos de mensagens e e-mail para captura de todo o material referente às entrevistas.

Realizada a entrevista, iniciou-se o processo de edição dos textos, áudios e imagens com o material coletado. Além do repórter, outros integrantes do CCDC participaram ativamente desse processo, editando imagens e áudios, planejando e executando as postagens no site e nas redes sociais. Aplicativos e programas de mensagem, áudio, vídeo e criação gráfica foram utilizados no processo. Para edição de áudio foram utilizados os programas Windows Movie Maker e Fruity Loops Studio (FL Studio), e para edição gráfica foi utilizado o Photoshop.

Constituídas então de entrevistas de texto, contendo breve introdução com as biografias dos entrevistados e informações de destaque, além de trechos em áudio selecionados, e cards para redes sociais, a série foi publicada periodicamente em uma

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configuração multiplataforma. No site do CCDC (​https://ccdcufba.com​) foram publicados os textos, e no Instagram ( ​https://www.instagram.com/ccdcufba/​) cards com trechos relevantes em áudio de cada entrevista.

O PRODUTO Qual produto

O Direito Meu e Seu consiste em sete entrevistas, no formato multimídia, realizadas pelos colaboradores do CCDC e publicadas no site https://ccdcufba.com/. A escolha da linguagem foi influenciada pela crise sanitária ocasionada pela Covid-19. Então, seguindo o isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os contatos entre repórteres e fontes foram integralmente feitos à distância, via ligações e redes sociais.

Além de publicações em site, o projeto também ganhou projeção na plataforma Instagram, por meio de cards que são publicados na rede social, em paralelo com as entrevistas no blog. Os elementos que compõem a identidade visual da arte são fotos do acervo pessoal do repórter e entrevistado; a logo do projeto Direito Meu Seu, trecho da entrevista em áudio de um minuto, título ou aspas da matéria.

Imagem 1: Cards do Direito Meu e Seu publicados no Instagram do CCDC

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Fonte: Instagram do CCDC

Imagem 2: Card da quarta edição do Direito Meu e Seu, entrevista sobre acessibilidade em tempos de pandemia

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Fonte: https://ccdcufba.com/

Imagem 3: Card da última edição publicada do Direito Meu e Seu, entrevista sobre o direito à alimentação

​ Fonte: https://ccdcufba.com/

Descrição do produto

A primeira edição do Direito Meu e Seu abordou o saneamento básico como direito imprescindível para construção da saúde pública. O entrevistado foi Gilmar Santiago, fundador do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente 10

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no Estado da Bahia. O diálogo revelou a importância do saneamento básico,

principalmente para seguir as orientações de prevenção contra o coronavírus, além de destacar o negligenciamento do acesso à água como um direito humano.

O segundo tema discutido foia falta de visibilidade dos efeitos da Covid-19 no

continente africano nos meios de comunicação brasileiros. Quem discorreu sobre a

temática e colocou em evidência que a ausência de informação sobre a pandemia na África é parte do racismo estrutural foi o professor, pesquisador e jornalista, Paulo Victor Melo.

A terceira entrevista aconteceu com a jornalista da Rede Bahia Luana Assiz. A importância da informação e direito à comunicação para o combate à pandemia é o assunto discutido e trouxe questionamentos sobre as agressões que jornalistas e demais profissionais da comunicação têm sofrido no ano de 2020, sendo estes prestadores de serviço essencial para a sociedade.

A quarta edição trouxe considerações sobre Acessibilidade e fragilidade das políticas públicas para as pessoas com deficiência, além dos desdobramentos do debate capacitista em meio à pandemia. O entrevistado foi Ednilson Sacramento, primeiro jornalista cego formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia.

Na quinta publicação do Direito Meu e Seu, os protestos antirracistas nos Estados Unidos e o direito à vida no contexto de pandemia foi discutido pelo estudante de doutorado em Estudos Negros na Universidade da Pensilvânia, Joshua Reason. O

entrevistado explicou o desenvolvimento dos protestos do movimento Black Lives

Matter, esclareceu as semelhanças e diferenças do racismo estruturante no Brasil e nos Estados Unidos, além de ter pontuado que o direito à vida em sociedade racista é seletivo.

Na sexta edição, o tema abordado foi pessoas ​em situação de rua e jovens usuários de drogas em contexto de vulnerabilidade social, em tempos de pandemia. A convidada para discorrer sobre o assunto foi Trícia Calmon, ​Coordenadora Geral do Programa Corra pro Abraço​, uma iniciativa da Secretaria de Justiça, direitos humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) do Estado da Bahia, que tem como objetivo a promoção da cidadania e redução de danos no âmbito de políticas sobre droga para pessoas em vulnerabilidade social. Na entrevista, o isolamento social foi explicado

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como privilégio, levando em consideração as pessoas sem moradia e/ou sem recursos para se manter em confinamento.

A última entrevista publicada explorou o direito à alimentação em tempos de pandemia. O diálogo aconteceu com a ativista do movimento Afro vegano, administradora e afroempreendedora, Daiane Lima, e revelou as limitações no acesso à alimentação por falta de recursos financeiros circulando entre as comunidades marginalizadas na sociedade.

O Direito Meu e Seu continua em produção, mostrando-se um facilitador do

acesso à informação, através de uma nova ordem comunicacional, que atua em prol dos direitos humanos e da sociedade civil, estabelecendo uma comunicação à frente de interesses políticos e econômicos para construção de um mundo com muitas vozes.

Considerações finais

O objetivo deste paper foi apresentar a série de entrevistas multimídia Direito Meu e Seu, formulada pelo CCDC, órgão complementar da Faculdade de Comunicação da UFBA. A série foi gestada e organizada para dar visibilidade a direitos no contexto da pandemia da Covid-19, em um cenário em que as ações das universidades ficaram comprometidas. Com o pano de fundo do direito à comunicação, as entrevistas trataram de temas como direito à alimentação, saneamento básico, pessoas em situação de rua, movimentos antirracistas, direito à informação e cobertura da pandemia em África.

A série, que continua em produção, busca movimentar discussões que não têm espaço nos meios de comunicação tradicionais, sempre tendo em vista o direito à

comunicação. O CCDC, deste modo, no contexto da pandemia, tem como propósito

continuar suas ações em parceria com diferentes atores e atrizes da sociedade civil organizada, na luta em defesa dos direitos humanos e de uma cidadania plena.

As questões abordadas pela série são fundamentais para o exercício da

cidadania. A negação destes direitos é uma ameaça à democracia. A comunicação como um direito humano não negligenciável ainda é um objetivo a ser alcançado, portanto, a proposta do Direito Meu e Seu soma-se a este ideal, ao exercer, em seu caráter contra- hegemônico, o monitoramento e a cobrança da efetivação dos direitos assegurados pela

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constituição brasileira, por intermédio das suas pautas, que revelam a importância de um modelo de comunicação que fomente o exercício da cidadania.

Referências

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ONU. ​Declaração Universal dos Direitos Humano​s. Paris, 1948. ​Acesso em: https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por

VIVA, Marcus C. A. ​DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM​. Madrid: Universidad Complutense, 1973.

FERREIRA FILHO, M. G. et al.​ Liberdades Públicas​. São Paulo: Ed. Saraiva, 1978.

FERREIRA, G. M.; SAMPAIO, A. DE O.; CARIBÉ, P. ​A construção da violência na TV da

Bahia. Salvador: UFBA, 2011.

FERREIRA, G. M.; SAMPAIO, A. DE O.; MOURA, C. V. M. ​A construção da violência na

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FERREIRA, G. M.; SANTANA, C. S. ​Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania:

uma análise sobre a cobertura da violência na mídia baiana. XVI Congresso de Ciências da

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integrante dos direitos humanos. Intercom - Revista Brasileira de Ciências da Comunicação.,

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PERUZZO, Cicilia M. Krohling.​Direito à Comunicação Comunitária, Participação Popular

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